Arquidecomp Tema 3

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CURSO: CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

DISCIPLINA: ARQUITETURA DE COMPUTADORES


TEMA 3: COMPONENTES DOS SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO (processador-memória e E/S) E SUAS FUNÇÕES
BÁSICAS

TEXTO PARA APOIO AO ESTUDO (estudo antes da atividade em sala)

Anteriormente verificou-se que a manipulação de informações (processamento de dados) pode se realizar de


forma manual, por meio de um processo repetitivo, que se caracteriza por possuir 3 fases:

ENTRADA – PROCESSAMENTO – SAÍDA

O processo realizado pelos humanos (manual) sempre foi lento e sujeito a erros e os cientistas procuravam
desenvolver uma máquina que pudesse realizar as referidas fases, sem interrupção ou intervenção manual, isto é,
realizasse o processamento de dados de forma automática.

Somente com a invenção da eletrônica (e mais tarde, com seu aperfeiçoamento na microeletrônica) é que foi
possível construir-se máquinas para realizar o processamento de dados de forma automática e,
consequentemente, computar dados para produzir informações. Para fazer essas atividades de forma automática
é necessário que se inclua na máquina uma programação de atividades conforme a lógica desejada.

Computadores são máquinas capazes de realizar processamento de dados de forma automática. Eles são, na
realidade, um sistema que computa valores (processa) , recebidos ou obtidos inicialmente (na entrada) e produz
um resultado útil, desejado (na saída).

Para executar (manipular) os valores desejados, os computadores requerem componentes cujas funções são
semelhantes ás realizadas previamente pelos humanos: de entrada – de processamento – de saída.
Ao projetar as máquinas que se queria desenvolver para realizar de forma automática as atividades de
processamento de dados, os arquitetos naquela época precisaram criar dispositivos que realizassem as mesmas
funções que anteriormente se faziam de forma manual. Desse modo, definiram-se as funções que os componentes
da nova máquina deveria realizar, ou seja, era requerido que houvesse dispositivos que realizassem:

✓ Função de Processamento
✓ Função de Entrada e de Saída
E, para que as atividades previamente programadas fossem guardadas no interior da máquina e, assim, a
tornassem automática, foi introduzida a
✓ Função de Armazenamento

FUNÇÃO PROCESSAMENTO

A função processamento consiste na interpretação e execução de cada passo de um algoritmo, segundo a


sequência lógica de sua criação. Isso deve ocorrer sem intervenção externa, caracterizando o automatismo do
processo. Estes passos, em geral, caracterizam uma pequena e simples operação a ser realizada diretamente pelo
hardware (microoperações).

Exemplos de operações (os tais passos) diretamente executadas pelos processadores são:

➢ Executar operações aritméticas e lógicas com 2 números (somar, subtrair, multiplicar, dividir, complementar,
operação lógica E (and) e outras
➢ Mover um dado de um local de armazenamento para outro
➢ Mover um dado de um dispositivo de entrada para a memória interna ou vice-versa para saída
➢ Desviar a sequência de execução dos passos de forma incondicional ou condicional

No que se refere à função Processamento, pode-se enumerar os pontos principais tratados até aqui e
consolidar estas informações em um exemplo, mostrado ainda de forma superficial, mas deixando registrados esses
pontos, como já foi feito para a função Armazenamento e em seguida será para a função Entrada/Saída.

Em resumo:

A etapa de Processamento do ciclo de manipulação de dados, realizada de forma automática por uma
máquina, compreende a realização sistemática de uma sequência logicamente organizada de atividades simples,
chamadas operações;

Essas operações são executadas, uma por uma, pelo dispositivo responsável, o Processador, o qual interpreta
qual é a operação e sobre que dados irá realiza-la, por meio de um conjunto de bits, que contém todas essas
informações. Esse conjunto é chamado de Instrução de Máquina (IM).

O conjunto de IMs sendo executado, caracteriza um processamento dos dados, resultando na Informação
desejada, conforme mostrado no capítulo 1. Este conjunto, em linguagem binária, é chamado genericamente de
Programa ou código executável, único diretamente entendido pelos processadores, sendo específico de cada um.

A partir da solução encontrada pelo programador para resolver um problema, tem-se inicialmente o
desenvolvimento do algoritmo para aquela solução e este sofre sucessivas conversões (que serão mostradas adiante)
até se obter o Código Binário Executável, mencionado acima.

O executável, então, é colocado em execução pelo Sistema Operacional e o processo se realiza com o
processador executando um algoritmo básico para cada IM, pré-programado de fábrica. Este algoritmo é conhecido
como CICLO DE INSTRUÇÃO. Em resumo, este ciclo consiste de:
Buscar a IM na memória

Interpretar qual operação ela realiza

Emitir os sinais de controle para sua execução

Executar a referida operação conforme programado internamente no processador

Voltar ao passo inicial para buscar a próxima instrução

FUNÇÃO ARMAZENAMENTO

Sobre esta função e antes de efetivamente analisar-se detalhes e tipos de memória existentes nos atuais
computadores, vamos compreender aspectos básicos relativos ao processo de armazenamento de dados e
instruções nos computadores. Estes aspectos podem ser organizados nas seguintes partes:

✓ O que é armazenamento e operações

✓ A organização básica dos dispositivos de armazenamento

✓ O conceito de endereçamento.

A função de armazenamento, realizada por um ou mais dispositivos físicos que foram chamados de memória
pelos primeiros arquitetos de computadores assim permanece até os dias atuais. A finalidade da função
armazenamento (objetivo das memórias) é muito óbvia, isto é, servir de depósito dos dados e informações que
podem ser manipulados em um sistema.

Sabe-se que há duas únicas ações que podem ser realizadas em um depósito (memória). A primeira é a ação
de guardar um elemento (ou um grupo de elementos) – em computação, esta ação é genericamente denominada
armazenar, e a operação em si, que é realizada para a consecução desta ação de armazenamento, é chamada de
escrita ou gravação (write). A segunda é a ação de recuperação do elemento guardado (ou grupo de elementos) para
um uso qualquer – em computação esta ação se denomina recuperar (retrieve), e a operação para realizá-la chama-
se leitura (read).

Como se sabe, um depósito serve para armazenamento e recuperação de ítens (no caso dos computadores,
esses itens são o que chama-se dados). Como quase sempre o depósito permite o armazenamento de muitos dados
e é comum (no caso do processador é mandatório) se desejar um por um em cada momento de processamento, há
necessidade de estabelecer uma organização bastante eficiente para rapidamente se localizar cada ítem (dado)
quando desejado, sem perder muito tempo na busca.

Do mesmo modo que se identifica e localiza uma casa em uma rua, os arquitetos de computadores definiram
o conceito de endereço para cada item de acesso, número único para cada um (essas máquinas sendo dispositivos
que só entendem valores numéricos, os endereços também serão números).

O endereço é um atributo que pode identificar uma posição ou parte de uma memória, como também um
componente de E/S ou qualquer outro elemento em organizações de múltiplos itens. (a largura do número que indica
um endereço-ver item 3 Apêndice A do capítulo 1- é muito importante para determinar o limite de endereçamento).

Um endereço com largura de 6 bits (6 algarismos ou dígitos binários) será capaz de endereçar do item 0 ao
item 63, visto que 26 = 64, enquanto uma largura de 8 bits permite endereçamento de até 256 itens (de 0 a 255), pois
28 = 256.
O conjunto de 0 a 63 ou 0 a 255 itens, mostrado nos exemplos, caracteriza o que se conhece em computação
como espaço de endereçamento. A figura a seguir mostra exemplo de uma memória qualquer com seus
elementos básicos (endereço e conteúdo) e o espaço de endereçamento

FUNÇÃO ENTRADA/SAÍDA (E/S ou I/O)

A situação de equilíbrio e homogeneidade na relação processador e memória não acontece com os


componentes de Entrada ou Saída (E/S) ou em inglês, Input/Output (I/O), cada um deles tendo seus próprios
parâmetros, elementos internos e operacionalidade. O estudo, então, dos componentes do sub-sistema de E/S torna-
se diferente, pois só é possível, primeiramente, analisar as funções gerais do sistema e seus objetivos; os
componentes, individualmente, tem que ser analisados um por um, dadas suas peculiaridades, que os fabricantes
parece fazem questão de tornar bem diferentes uns dos outros.

Em outras palavras, as características e funcionalidade de um teclado é completamente diferente do mesmo tipo


de elementos de uma impressora, por exemplo.

Observa-se, que os componentes de E/S servem de intermediários para a conexão do mundo exterior com o
o interior do computador, consituido basicamente do processador e das memórias memórias, especialmente as
memórias de trabalho (voláteis, como RAM e Cache), excluída a memória secundária.

Isso pode ser observado na figura abaixo;


E/S
receber ou enviar
Processador Mundo
informações do/para r exterior
Memória
meio exterior.
Quando se refere ao “mundo exterior”, trata-se de todo e qualquer elemento, cuja informação deseja-se
processar; este elemento pode ser um usuário (ser humano) com seu linguajar característico de símbolos gráficos
(linguagem escrita), como as letras do alfabeto, os algarismos decimais, sinais de pontuação e outros.

A outra função refere-se ainda à esta intermediação, mas de outra forma. Observe na figura, em baixo do
retângulo escrito “mundo exterior” há 3 símbolos gráficos que representam os 3 caracteres: A 7 ). Trata-se de um
exemplo, pois poderia ser qualquer outro caractere que desejemos digitar no teclado para trabalhar no Word ou
Excel ou outro aplicativo. O que efetivamente se deseja neste momento é introduzir o A e como a máquina não tem
visão, ela não “enxerga” aquele símbolo; ele é introduzido pelo teclado por meio de um código de posição no teclado
que, finalmente, irá gerar (é um processo um pouco mais complicado, mas fora de nosso interesse neste momento)
um conjunto de 8 sinais elétricos semelhantes aos mostrados na figura 2.12, os quais correspondem aos valores
lógicos binários 0 1 0 0 0 0 0 1 . Esta figura apresenta exemplo do valor binário e elétrico de 3 caracteres, utilizando-
se o código de representação ASCII – American Standard Code for Information Interchange (Apêndice B do capítulo
1).

Deste modo, externamente, deseja-se introduzir o caractere A no sistema e um dispositivo de entrada (no
exemplo, pode ser o teclado), converte o símbolo A em elementos que correspondem internamente (de forma
elétrica) ao referido caractere e assim ele é armazenado em uma memória.

Este processo realizou DUAS funções, conforme mostrado na figura 2.11:

✓ Enviar informações do exterior para o interior do computador (entrada)

✓ Converter a informação da forma usada pelo exterior (ser humano no caso) para a forma
usada internamente (sinais elétricos).

Se fosse desejado imprimir um caractere, por exemplo, o processo seria muito semelhante, porém no sentido
inverso. O valor binário 0 1 0 0 0 00 1, armazenado internamente pelos 8 sinais elétricos mostrados na figura 2.12
para o caractere A seria transferido para o controle da impressora, que iria produzir diversos pingos de tinta (se
impressora jato de tinta) no papel de forma a se ter nele a forma do caractere A (ver capítulo 17 (operação de saída).

Interface

Conforme mencionamos linhas acima, os componentes de E/S são equipamentos únicos, com peculiaridades
e características sempre diferentes entre si, o que torna difícil a comunicação e compatibilidade entre cada
componente e o Processador e/ou Memória. Para “conversar” com tantos dispositivos diferentes o processador
deveria ter uma flexibilidade extraordinária.

Como transmitir em alta velocidade para dispositivos que possuem velocidades tão diferentes entre si ou
enviar continuamente grupos de bytes para dispositivos que recebem ou transmitem, um bit por bit, outro, byte por
byte, outro, grupos de x bytes e assim por diante.

É um processo semelhante a dificuldade de uma pessoa que só fala uma língua (o português, por exemplo)
e converse enviando ou recebendo 3 frases de cada vez em uma velocidade elevada. E ela precise falar com diversas
pessoas que tem características diversas. Uma delas só fala em inglês, enviando (não recebe) palavra por palavra em
baixa velocidade; outra só fala em francês e envia caractere por caractere, lentamente e assim por diante.

Como compatibilizar conversação com pessoas tão diferentes? Solução: um intérprete para cada pessoa, o
qual seja capaz de entender as características da pessoa e converter para as características da outra central.
Esse “intérprete” em computação é mais conhecido como Interface ou Controlador, sendo específico para
cada dispositivo. Ou seja, o teclado tem seu interface, como também as impressoras e os discos rígidos (HD) ou o
vídeo e assim por diante. Por exemplo, a placa de vídeo é o interface dos vídeos; o vídeo não funciona sem a placa e
ela sozinha não serve para nada. Assim como os controladores dos discos ou dos DVDs e assim por diante.

AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL DE APOIO AO ESTUDO FORAM EXTRAÍDAS DAS SEGUINTES
PUBLICAÇÕES:
- Introdução à Organização de Computadores, Mario A. Monteiro
- Computer Organization and Architecture, Linda Null

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