Sist Comp Modernos-Tema 2 - Ava
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Componentes e
suas funções.
I - Objetivo
Sabe-se que os computadores (ou Sistemas de Computação ou ainda Sistemas Eletrônicos de
Processamento de Dados) forma inventados para automatizar as atividades de manipulação de
informações, antes realizadas de forma manual, sem máquina.
Desta forma, quando foi possível construir dispositivos eletrônicos, sem partes móveis (lentas e
sujeitas a quebra ou deterioração mais frequentes) e capazes de transportar informações com velocidades
da ordem da velocidade da luz, obteve-se a máquina que realizasse as atividades de manipulação de
informações.
Neste texto, será mostrada a estrutura organizacional dos sistemas de computação, apresentando-
se cada um dos seus principais módulos e a função de cada um, realizando-se, assim, o processamento de
dados automatizado. Para cada um dos principais componentes, será descritas suas funções e utilidade: de
entrada e saída, de processamento e de armazenamento. E para completar, será mostrado como esses
componentes se interligam, por meio de condutores chamados, em conjunto, de barramentos.
Bons estudos!
O processo realizado pelos humanos (manual) sempre foi lento e sujeito a erros e os cientistas procuravam
desenvolver uma máquina que pudesse realizar as referidas fases, sem interrupção ou intervenção manual, isto é,
realizasse o processamento de dados de forma automática.
Somente com a invenção da eletrônica (e mais tarde, com seu aperfeiçoamento na microeletrônica) é que foi
possível construir-se máquinas para realizar o processamento de dados de forma automática e,
consequentemente, computar dados para produzir informações. Para fazer essas atividades de forma automática
é necessário que se inclua na máquina uma programação de atividades conforme a lógica desejada.
Computadores são máquinas capazes de realizar processamento de dados de forma automática. Eles são, na
realidade, um sistema que computa valores (processa) , recebidos ou obtidos inicialmente (na entrada) e produz
um resultado útil, desejado (na saída).
Para executar (manipular) os valores desejados, os computadores requerem componentes cujas funções são
semelhantes ás realizadas previamente pelos humanos: de entrada – de processamento – de saída
Função de Processamento
Função de Entrada e de Saída
E, para que as atividades previamente programadas fossem guardadas no interior da máquina e, assim, a
tornassem automática, foi introduzida a
Função de Armazenamento
FUNÇÃO PROCESSAMENTO
Exemplos de operações (os tais passos) diretamente executadas pelos processadores são:
Executar operações aritméticas e lógicas com 2 números (somar, subtrair, multiplicar, dividir, complementar,
operação lógica E (and) e outras
Mover um dado de um local de armazenamento para outro
Mover um dado de um dispositivo de entrada para a memória interna ou vice-versa para saída
Desviar a sequência de execução dos passos de forma incondicional ou condicional
No que se refere à função Processamento, pode-se enumerar os pontos principais tratados até aqui e
consolidar estas informações em um exemplo, mostrado ainda de forma superficial, mas deixando registrados esses
pontos, como já foi feito para a função Armazenamento e em seguida será para a função Entrada/Saída.
Em resumo:
A etapa de Processamento do ciclo de manipulação de dados, realizada de forma automática por uma
máquina, compreende a realização sistemática de uma sequência logicamente organizada de atividades simples,
chamadas operações;
Essas operações são executadas, uma por uma, pelo dispositivo responsável, o Processador, o qual interpreta
qual é a operação e sobre que dados irá realiza-la, por meio de um conjunto de bits, que contém todas essas
informações. Esse conjunto é chamado de Instrução de Máquina (IM).
O conjunto de IMs sendo executado, caracteriza um processamento dos dados, resultando na Informação
desejada, conforme mostrado no capítulo 1. Este conjunto, em linguagem binária, é chamado genericamente de
Programa ou código executável, único diretamente entendido pelos processadores, sendo específico de cada um.
A partir da solução encontrada pelo programador para resolver um problema, tem-se inicialmente o
desenvolvimento do algoritmo para aquela solução e este sofre sucessivas conversões (que serão mostradas adiante)
até se obter o Código Binário Executável, mencionado acima.
O executável, então, é colocado em execução pelo Sistema Operacional e o processo se realiza com o
processador executando um algoritmo básico para cada IM, pré-programado de fábrica. Este algoritmo é conhecido
como CICLO DE INSTRUÇÃO. Em resumo, este ciclo consiste de:
Buscar a IM na memória
Sobre esta função e antes de efetivamente analisar-se detalhes e tipos de memória existentes nos atuais
computadores, vamos compreender aspectos básicos relativos ao processo de armazenamento de dados e
instruções nos computadores. Estes aspectos podem ser organizados nas seguintes partes:
O conceito de endereçamento.
A função de armazenamento, realizada por um ou mais dispositivos físicos que foram chamados de memória
pelos primeiros arquitetos de computadores assim permanece até os dias atuais. A finalidade da função
armazenamento (objetivo das memórias) é muito óbvia, isto é, servir de depósito dos dados e informações que
podem ser manipulados em um sistema.
Sabe-se que há duas únicas ações que podem ser realizadas em um depósito (memória). A primeira é a ação
de guardar um elemento (ou um grupo de elementos) – em computação, esta ação é genericamente denominada
armazenar, e a operação em si, que é realizada para a consecução desta ação de armazenamento, é chamada de
escrita ou gravação (write). A segunda é a ação de recuperação do elemento guardado (ou grupo de elementos) para
um uso qualquer – em computação esta ação se denomina recuperar (retrieve), e a operação para realizá-la chama-
se leitura (read).
Como se sabe, um depósito serve para armazenamento e recuperação de ítens (no caso dos computadores,
esses itens são o que chama-se dados). Como quase sempre o depósito permite o armazenamento de muitos dados
e é comum (no caso do processador é mandatório) se desejar um por um em cada momento de processamento, há
necessidade de estabelecer uma organização bastante eficiente para rapidamente se localizar cada ítem (dado)
quando desejado, sem perder muito tempo na busca.
Do mesmo modo que se identifica e localiza uma casa em uma rua, os arquitetos de computadores definiram
o conceito de endereço para cada item de acesso, número único para cada um (essas máquinas sendo dispositivos
que só entendem valores numéricos, os endereços também serão números).
O endereço é um atributo que pode identificar uma posição ou parte de uma memória, como também um
componente de E/S ou qualquer outro elemento em organizações de múltiplos itens. (a largura do número que indica
um endereço-ver item 3 Apêndice A do capítulo 1- é muito importante para determinar o limite de endereçamento).
Um endereço com largura de 6 bits (6 algarismos ou dígitos binários) será capaz de endereçar do item 0 ao
item 63, visto que 26 = 64, enquanto uma largura de 8 bits permite endereçamento de até 256 itens (de 0 a 255), pois
28 = 256.
O conjunto de 0 a 63 ou 0 a 255 itens, mostrado nos exemplos, caracteriza o que se conhece em computação
como espaço de endereçamento. A figura 2 a seguir mostra exemplo de uma memória qualquer com seus
elementos básicos (endereço e conteúdo) e o espaço de endereçamento
Mais adiante, no Tema 3, o leitor obterá uma descrição mais detalhada do sistema de Memórias dos
computadores, incluindo o Princípio da Localidade e as explicações do porque se tem tantas memórias diferentes
nos sistemas de computação modernos.
Observa-se, que os componentes de E/S servem de intermediários para a conexão do mundo exterior com o
o interior do computador, constituido basicamente do processador e das memórias internas, especialmente as
memórias de trabalho (voláteis, como RAM e Cache), excluída a memória secundária, externa.
Isso pode ser observado da figura 1 a seguir:
Quando se refere ao “mundo exterior”, trata-se de todo e qualquer elemento, cuja informação deseja-se
processar; este elemento pode ser um usuário (ser humano) com seu linguajar característico de símbolos gráficos
(linguagem escrita), como as letras do alfabeto, os algarismos decimais, sinais de pontuação e outros.
A outra função refere-se ainda à esta intermediação, mas de outra forma. Observe na figura, em baixo do
retângulo escrito “mundo exterior” há 3 símbolos gráficos que representam os 3 caracteres: A 7 ). Trata-se de um
exemplo, pois poderia ser qualquer outro caractere que desejemos digitar no teclado para trabalhar no Word ou
Excel ou outro aplicativo. O que efetivamente se deseja neste momento é introduzir o A e como a máquina não tem
visão, ela não “enxerga” aquele símbolo; ele é introduzido pelo teclado por meio de um código de posição no teclado
que, finalmente, irá gerar (é um processo um pouco mais complicado, mas fora de nosso interesse neste momento)
um conjunto de 8 sinais elétricos semelhantes aos mostrados na figura 2.12, os quais correspondem aos valores
lógicos binários 0 1 0 0 0 0 0 1 . Esta figura apresenta exemplo do valor binário e elétrico de 3 caracteres, utilizando-
se o código de representação ASCII – American Standard Code for Information Interchange .
Deste modo, externamente, deseja-se introduzir o caractere A no sistema e um dispositivo de entrada (no
exemplo, pode ser o teclado), converte o símbolo A em elementos que correspondem internamente (de forma
elétrica) ao referido caractere e assim ele é armazenado em uma memória.
Converter a informação da forma usada pelo exterior (ser humano no caso) para a forma
usada internamente (sinais elétricos).
Se fosse desejado imprimir um caractere, por exemplo, o processo seria muito semelhante, porém no sentido
inverso. O valor binário 0 1 0 0 0 00 1, armazenado internamente pelos 8 sinais elétricos para o caractere A seria
transferido para o controle da impressora, que iria produzir diversos pingos de tinta (se impressora jato de tinta) no
papel de forma a se ter nele a forma do caractere A (ver completo de E/S no Tópico MIDIATECA).
Interface
Conforme mencionamos linhas acima, os componentes de E/S são equipamentos únicos, com peculiaridades
e características sempre diferentes entre si, o que torna difícil a comunicação e compatibilidade entre cada
componente e o Processador e/ou Memória. Para “conversar” com tantos dispositivos diferentes o processador
deveria ter uma flexibilidade extraordinária.
Como transmitir em alta velocidade para dispositivos que possuem velocidades tão diferentes entre si ou
enviar continuamente grupos de bytes para dispositivos que recebem ou transmitem, um bit por bit, outro, byte por
byte, outro, grupos de x bytes e assim por diante.
É um processo semelhante a dificuldade de uma pessoa que só fala uma língua (o português, por exemplo)
e converse enviando ou recebendo 3 frases de cada vez em uma velocidade elevada. E ela precise falar com diversas
pessoas que tem características diversas. Uma delas só fala em inglês, enviando (não recebe) palavra por palavra em
baixa velocidade; outra só fala em francês e envia caractere por caractere, lentamente e assim por diante.
Como compatibilizar conversação com pessoas tão diferentes? Solução: um intérprete para cada pessoa, o
qual seja capaz de entender as características da pessoa e converter para as características da outra central.
Esse “intérprete” em computação é mais conhecido como Interface ou Controlador, sendo específico para
cada dispositivo. Ou seja, o teclado tem seu interface, como também as impressoras e os discos rígidos (HD) ou o
vídeo e assim por diante. Por exemplo, a placa de vídeo é o interface dos vídeos; o vídeo não funciona sem a placa e
ela sozinha não serve para nada. Assim como os controladores dos discos ou dos DVDs e assim por diante.
O leitor interessado em mais informações sobre o sistema de Entrada e Saída de um computador deve ler o
Texto complementar inserido no Card Midiateca da página desta disciplina. Além disso, os livros indicados na
bibliografia também contém diversas informações úteis
Apresentou-se, também, os componentes e suas funções, que constituem um sistema de computação do ponto de
vista do hadware. Processador, memória e dispositivos de E/S são realmente os componentes mais visíveis e
conhecidos, porque são aqueles que têm função explicitamente visível e os quais nos acostumamos a usar
diretamente (como os de E/S) ou ver e pegar, quando compramos, montamos etc., como o processador e os
diversos tipos de memória. No entanto, ainda falta mencionar um elemento importante desse sistema, que provê a
interligação de todos os componentes, permitindo a comunicação entre eles e, por isso, viabilizando seu
funcionamento.
Como as informações existentes internamente (programas e dados) nos diversos componentes são representadas
por sinais elétricos, que indicam os dois valores que o sistema conhece (bit 0 ou bit 1), para que os bits caminhem de
um local para outro é necessária a existência de uma fiação apropriada para conduzir os sinais elétricos, da mesma
forma que, em nossa residência, há uma enorme quantidade de fios necessários para conduzir os sinais elétricos que
irão acender as luzes, ligar os eletrodomésticos, conduzir som e outros. Desse modo, o processador encaminha um
dado para a memória através de fios condutores, assim como a memória principal pode encaminhar também (ou
receber) dados (bits) do disco rígido através de fios condutores.
O conjunto de fios que conduzem sinais elétricos entre os diversos componentes do computador (sinais elétricos
que podem, em um dado instante, representar bits de dados ou bits de endereço ou mesmo sinais de controle
indicadores de uma determinada operação a ser realizada) é conhecido como barramento. A figura 1 a seguir mostra
um exemplo gráfico da conexão entre componentes de um computador por barramento.
Em inglês o barramento chama-se bus, cujo significado mais comum é ônibus, veículo de transporte
compartilhado (ou seja, permite que diferentes pessoas possam usar o mesmo veículo para irem a diferentes locais,
mais economicamente do que se usassem um veículo individual, como um carro, por exemplo). Como se pode
observar na figura mostrada acima, cada componente pode se comunicar com um outro usando o mesmo
barramento; naturalmente, como os sinais elétricos são os mesmos, só pode haver uma comunicação bilateral em
cada instante, ficando as demais comunicações aguardando sua vez.
No tipo paralelo, há diversos fios conectando os componentes, cada um deles encaminhando um valor lógico
binário, o ou 1. Desse modo, passam simultaneamente diversos bits em cada impulso do relógio (“clock”).
Os barramentos são usualmente constituídos de duas partes para transportar bits de informação e um grupo
adicional de bits que transporta sinais de controle e comunicação entre os componentes.
Em resumo:
3. o processador sinaliza para a MP o tipo de operação (leitura), também usando um fio específico do BC;
4. o processador passa o endereço para a MP, pelo BE (suponhamos ser o endereço identificado pelo número
37);
5. a MP decodifica o endereço e transfere o dado do endereço 37 (suponha que o valor do dado seja 75) para o
processador pelo BD.
Na verdade, o algoritmo definido pelo protocolo de acesso é bem mais complicado, com mais itens e
dependente de sinais de tempo, gerados no barramento por um dispositivo de sincronização que conhecemos
como relógio (clock, como já vimos). No entanto, neste estágio inicial do livro somente interessa conhecer as
funções e algumas características simples e primordiais dos barramentos (como a largura, por exemplo), daí a
simplificação do procedimento e das explicações a respeito do algoritmo descrito anteriormente.
Considere um processador que possua 10 pinos para enviar endereços para o barramento de endereços, BE.
Qual deverá ser a máxima capacidade de endereçamento desse sistema?
Total de endereços = N
Total de endereços = 1024 (desde endereço 0 até endereço 1023) ou 1K (maior endereço = 1K – 1).
Trata-se de um grupo de bits que transporta dados da memória para o processador (operação de leitura) ou
do processador para a memória (operação de escrita ou armazenamento).
Seu desempenho é crucial para o processador e é medido por uma valor chamado Taxa de Transferência ou
de Transmissão ou Banda, em bps (bits) ou Bps (bytes).
Considere um computador que tenha um barramento de dados, BD, com as seguintes características: largura
= 10 bits e velocidade = 100 MHz. Calcular a taxa máxima de transferência de dados do BD.
Observação: As velocidades são medidas pela frequência do relógio (“clock”), no sistema decimal (base 10)
e não no sistema binário. Assim, 1KHz = 1000 Hz e não 1024. E 100MHz = 100 milhões de Hz ou 108 Hz.
Complementar:
DELGADO, José e RIBEIRO, Carlos. Arquitetura de Computadores, 5a ed, Rio de Janeiro
PATTERSON, D. A. et al. Organização e projeto de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro:
WEBER, R. F. Fundamentos de arquitetura de computadores. 4. ed. Porto Alegre: Bookman:
TANENBAUM, A. S. Organização estruturada de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: