Artigo Rio Mundau
Artigo Rio Mundau
Artigo Rio Mundau
1
Engo, Doutor, Pesquisador em Geociências / Engenharia Hidrológica, CPRM (Serviço Geológico do Brasil) – Ministério de Minas e Energia – Rua
148, no485 - Setor Marista - CEP 74170-110, Tel.: (62) 3240-1426 – Goiânia/GO. francisco.marcuzzo@cprm.gov.br.
2
Acadêmica em Saneamento Ambiental, IFG (Instituto Federal de Educação e Tecnologia de Goiás) – Rua 75, n° 46, Centro - CEP: 74055-110, Tel.
(62) 3227-2700 – Goiânia/GO. vromero.fe@gmail.com
3
Acadêmico em Geografia, UFG (Universidade Federal de Goiás) – Caixa Postal: 131, Campus Samambaia (Campus II), Conjunto Itatiaia – CEP
74001-970. Tel.: (62) 3521-1000 – Goiânia/GO. muriloshinobi@gmail.com
O uso consuntivo da água nas regiões urbanas de um país é resultado de uma série de fatores
cuja raiz se encontra rente a implementação de legislação severa quanto à preservação dos recursos
hídricos. A análise hipsométrica de uma bacia consiste no estudo das características morfométricas
da seção considerada e objetiva mensurar as consequências da ação antrópica sobre as fontes
aqüíferas.
Tonello et al. (2006), mediante análise morfométrica da bacia hidrográfica da Cachoeira das
Pombas, no município de Guanhães em Minas Gerais, confirma que a morfometria diferenciada
entre as sub-bacias, principalmente em termos de declividade, exposição do terreno e declividade
média do curso d'água principal, indica um provável comportamento hidrológico também
diferenciado, o que evidencia a necessidade de um manejo específico de cada uma dessas sub-
bacias. Em estudo sobre morfometria de microbacias do Córrego Rico, em São Paulo, Pissara et al.
(2010) concluem que os parâmetros físicos das microbacias determinaram as áreas mais suscetíveis
ao processo erosivo. Nascimento et al. (2009), em trabalho sobre a influência do uso e cobertura do
solo e da hipsometria na variação de temperatura superficial para o município de Minaçu (GO)
concluem que existe uma relação entre hipsometria e temperatura de modo que o tipo de uso e
cobertura do solo altera a influência significativa da hipsometria, mas a cobertura, sozinha, não
apresenta uma correlação tão significativa com as temperaturas superficiais.
De acordo com Cardoso et al. (2006), em estudo sobre a caracterização morfométrica da bacia
hidrográfica do rio Debossan, Nova Friburgo, RJ, a forma mais alongada da bacia, comprovada pelo
índice de circularidade, coeficiente de compacidade e fator de forma, denota um forte controle
estrutural da drenagem.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho é estudar a hidromorfologia da bacia do Rio Mundaú
visando quantificar os parâmetros físicos e morfológicos que interferem no seu comportamento
hidrológico.
2 - MATERIAL E MÉTODOS
A bacia hidrográfica do Rio Mundaú possui uma área total de 4457,87 km2 e perímetro de
382,68 km. A bacia do Rio Mundaú (Figura 1) está localizada nos Estados de Alagoas, com 45,10%
(2010,37 km²) da área da bacia, e Pernambuco, com 54,90% da área da bacia (2447,50 km2). A área
de drenagem da bacia do Rio Mundaú envolve 36 municípios, com parte ou todo território inserido
na bacia, sendo 19 municípios no estado de Alagoas e 17 municípios no estado de Pernambuco. Os
A bacia do Rio Mundaú apresenta em quase toda sua totalidade o clima, segundo a
classificação de Köppen, Aw (Tropical, com estação seca no inverno), sendo que uma pequena
porção a noroeste da bacia apresenta o clima BSh (clima das estepes quentes com baixas latitudes e
altitudes) (Figura 1). Na bacia do Rio Mundaú atuam a Massa Polar Atlântica (MPA), a Massa
Tropical Atlântica (MTA) e a Massa Equatorial do Atlântico Sul (MEAS). A massa equatorial do
Atlântico sul atua na estação do verão, onde se verifica maior amplitude térmica. Também no verão
atua a massa tropical atlântica, caracterizada por suas elevadas temperaturas e umidade que vão se
amenizando quanto mais se afastam do litoral, chegando no sertão nordestino, já quase sem
umidade. No curso baixo da bacia do Rio Mundaú a massa polar atlântica, atuante no inverno, já
No presente trabalho foram utilizados dados do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic
Mission) obtidos da NASA (2002). As imagens SRTM com resolução de 90 metros foram
agrupadas em um programa GIS (Geographic Information System) visando estabelecer os limites da
bacia do Rio Mundaú (Figura 4). O MDE (Modelo Digital de Elevação) foi posteriormente
delimitado e permitiu analisar a hipsometria da bacia. A maior porção da bacia do Rio Mundaú está
inserida no bioma da Mata Atlântica. Uma pequena parte a norte e outra a noroeste da bacia, ambas
no estado de Pernambuco, estão inseridas no bioma da Caatinga (Figura 4). Segundo os dados
extraídos por SRTM, a amplitude altimétrica da bacia varia de 0 a 1018 metros (Figura 4). Os
municípios de Satuba/AL e Santa Luzia do Norte/AL são os municípios da bacia que possuem as
menores altitudes (ambos situados a 0 m de altitude) e o de Garanhuns/PE o de maior (1018 m).
A relação de Bifurcação foi definida por Horton (1945) como sendo a relação entre o número
total de segmentos de certa ordem e o número total dos de ordem imediatamente superior.
= (1)
Para se calcular o comprimento médio dos segmentos fluvial, Lm, divide-se a soma dos
comprimentos dos canais de cada ordem Lu pelo número de segmentos encontrados na respectiva
ordem Nu.
= (3)
É a distância que se estende ao longo do curso d’água desde a nascente principal até a
desembocadura (Foz).
em que, Eps (m) representa a extensão do percurso superficial; Dd (km-1) é o valor da densidade de
drenagem.
Vem a ser a relação entre a diferença máxima de altitude entre o ponto de origem e o término
com o comprimento do respectivo segmento fluvial. A sua finalidade é indicar a declividade dos
cursos de água, podendo ser medido para o rio principal e para todos os segmentos de qualquer
ordem.
+,-. /01 − +,-. /34 = 5607384-8 79 :040, (6)
É toda área determinada normalmente em km2, drenada pelo conjunto do sistema fluvial,
projetada em plano horizontal. Determinando o perímetro da bacia, a área pode ser calculada com o
auxílio do planímetro, de papel milimetrado, pela pesagem de papel uniforme devidamente
recortado ou através de técnicas mais sofisticadas, com o auxílio do computador.
em que, If é o índice de forma; K é a área da bacia (km²); L é a área da figura geométrica (km²).
Quanto menor for o índice, mais próxima da figura geométrica respectiva estará a forma da bacia.
Definido por Horto (1945) apud Christofoletti (1980) é a relação existente entre o número de
rios ou cursos de água e a área da bacia hidrográfica. Sua finalidade é comparar a frequência ou a
quantidade de cursos de água existentes em uma área de tamanho padrão como, quilômetro
quadrado (km²).
E6 = F
(9)
Proposto por S. A. Schumm, em (1956), esse índice tem a finalidade de fornecer a área
mínima necessária para a manutenção de um metro de canal de escoamento. O referido autor
É o coeficiente da divisão da altura média (Am) do relevo da área pela superfície (A); e o
coeficiente orográfico é a multiplicação da altura média da bacia pelo coeficiente de massividade.
FI
H = (12)
F
H9 = + H (13)
A maior parte dos resultados foram obtidos por meio de equações numéricas e, a outra parte
em um programa de Sistema de Informação Geográfica. Os resultados foram posteriormente
descritos e transpostos em documentos cartográficos (Tabelas e Figuras - Mapas) visando melhor
compreensão do estudo realizado.
Strahler (1952) propõe uma ordenação que elimina o conceito de que o rio principal deve ter
o mesmo número de ordem em toda a extensão e a necessidade de se refazer a numeração a cada
confluência. A Tabela 1 descreve a quantidade de canais de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª ordens e os seus
respectivos comprimentos (km) e o comprimento médio dos canais por ordem na bacia do Rio
Mundaú.
Tabela 1 - Ordem dos canais, quantidade de canais, comprimento linear e densidade de canais por
ordem na bacia do Rio Mundaú.
Ordem dos Canais
1 2 3 4 Total
Quantidade 59 20 3 1 83
Comprimento linear 158,27 230,21 95,49 92,59 1029,16
Comprimento médio dos canais 10,35 11,51 31,93 92,59 12,40
O índice de sinuosidade é de grande relevância para a análise dos cursos d’água, pois ele
determina se o canal é formado por reta ou possui elevada sinuosidade. O Rio Mundaú possui
81,46% de sinuosidade ficando na classe V, conforme o Quadro1 (item 2.4 - Metodologia para o
O cálculo da relação entre o comprimento médio dos cursos d’água de cada ordem da bacia
do Rio Mundaú (Tabela 3) mostrou que há uma correlação positiva com o crescimento da ordem e o
comprimento médio dos cursos d’água.
Tabela 3 - Relação entre o comprimento médio dos cursos d’água (LM) de cada ordem da bacia do
Rio Mundaú.
Ordem Quantidade % km LM
1 59 71,07 158,27 2,68
2 20 24,08 230,21 11,51
3 3 3,65 95,49 31,83
4 1 1,20 92,59 92,59
Total 83 100 1029,16 12,39
No cálculo do canal principal foi considerado o curso d’água principal que percorria a maior
distância entre a nascente e sua respectiva foz. O Rio Mundaú e seus rios possuem suas principais
nascentes em regiões com altitudes que variam de 0 a 1018 metros. O Rio Mundaú possui
aproximadamente 158,27 km de extensão.
O cálculo do equivalente vetorial do curso d’água principal tem um valor interpretativo, pois
resulta de seu confronto com os índices do comprimento médio e da declividade média.
Christofoletti (1980) cita que nos canais retilinizados e com alta declividade, a grandeza do
equivalente vetorial aproxima-se do comprimento, detendo por isso, menor percurso.
Na bacia do Rio Mundaú verifica-se que há uma diferença significativa deste curso d’água,
pois o mesmo apresenta 158,27 km de percurso e um equivalente de 113,24 km resultando-se 45,03
km de diferença. Este dado mostra o distanciamento da nascente do curso d’água até sua foz
correspondendo ao controle morfométrico da bacia hidrográfica do Rio Mundaú.
A extensão do percurso superficial é uma relação que é dependente da extensão que o fluxo
terá que percorrer desde o interflúvio da bacia até o talvegue. A extensão do percurso superficial foi
O cálculo do gradiente altimétrico do curso d’água é feito pela diferença altimétrica entre a
nascente do rio e sua respectiva foz. A principal nascente do Rio Mundaú está próxima do nível 861
m e sua foz a 0 m do nível do mar, seu gradiente altimétrico é de 861 m distribuídos em 158,27 km
de extensão do canal principal. Na Tabela 4 consta o gradiente altimétrico dos principais rios
formadores da bacia do Rio Mundaú (Figura 3).
Entende-se por área de bacia hidrográfica como toda região drenada pelo mesmo conjunto de
canais livres naturais ou não, sendo os seus limites delimitados pelos divisores d’água (interflúvios;
divisores de drenagem). Os cursos d’água delimitados dentro deste perímetro escorrem em direção
do declive, direcionando-se para sua foz no curso d’água principal e este para o mar (Figura 3 e 4).
Neste estudo, com base em imagens SRTM, verificou-se que a bacia do Rio Mundaú possui uma
área de 4457,87 km² e um perímetro de 382,68 km (Tabela 5).
Com o estudo analítico dos possíveis comprimentos da bacia do Rio Mundaú (Figura 5),
verificaram-se alguns parâmetros de relevância com relação às distâncias verificadas na área de
abrangência da bacia (Tabela 6):
• Reta formada entre os pontos A-B verifica-se a maior distância encontrada em linha reta até a
foz principal da bacia;
• Reta formada entre os pontos A-C, é o eixo vetorial, determinando a reta longitudinal da bacia
hidrográfica do Rio Mundaú;
• Reta formada entre os pontos A-D é a distância da foz à nascente da bacia hidrográfica;
• Reta formada entre os pontos A-E, é a distância do ponto mais baixo (0 m) até o ponto de
maior altitude (1018 m) da bacia hidrográfica do Rio Mundaú;
• Reta formada entre os pontos B-F, é a reta transversal ao sentido de escoamento da região,
representando a maior largura da bacia hidrográfica do Rio Mundaú.
Tabela 6 - Distâncias de segmentos lineares entre pontos extremos na bacia do Rio Mundaú.
Retas Distância entre os pontos (km)
A-B 133,39
A-C 133,39
A-D 113,24
A-E 110,44
B-F 057,59
Na Tabela 7 é apresentada a relação entre o comprimento dos principais rios do Rio Mundaú
(Figura 3) e suas respectivas áreas de drenagem.
Tabela 7 - Relação entre o comprimento dos principais rios da bacia do Rio Mundaú e suas
respectivas áreas de drenagem.
1 2 Relação Direta 3 4 5
C.T. AD CE DCER DCER
Nome da Bacia Comprimento/Área
(km) (km2) (km) (km) (%)
(km.(km2)-1)
Rio Mundaú 158,27 4457,87 0,04 232,04 73,77 32
Rio Canhoto 101,81 1163,41 0,09 103,64 1,83 2
Rio Inhaúma 48,68 505,68 0,1 62,87 14,19 23
Rio Satuba 43,33 470,81 0,09 60,23 16,90 28
1
C.T. – Comprimento do Talvegue, medido segundo a shape dos rios do Brasil disponibilizado em www.ana.gov.br.
2
AD – Área de Drenagem. 3CE – Comprimento Estimado a Partir da Área, pela equação sete, no item 2.5.3. 4,5 DCER –
Diferença entre o Comprimento Estimado e Real.
A relação entre a área da bacia (4457,87 km²) e o percurso do canal principal (158,27 km) é
de 0,04 (km-1). Verifica-se na bacia do Rio Mundaú que, com essa relação, a cada km2de área da
bacia há uma drenagem de 0,04 km.
No cálculo da densidade de rios pode-se verificar se a bacia é bem servida de boa rede de
canais ou não. Sua importância é fundamental, pois através deste parâmetro ocorre a
representatividade do comportamento hidrográfico dentro de seus aspectos fundamentais, a
capacidade de gerar novos canais de drenagens. A densidade de rios na bacia do Rio Mundaú
(Figura 3) foi de 0,03 cursos d’água por quilômetro quadrado da bacia (Tabela 8). Uma bacia é
considerada bem drenada quando tem um canal por km².
Entende-se que à medida que aumenta o valor numérico da densidade há diminuição quase
proporcional do tamanho dos componentes fluviais das bacias de drenagem.
A densidade de drenagem pode variar de 0,5 km.(km²)-1 (bacias mal drenadas devido a
elevada permeabilidade ou precipitação escassa) a 3,5 km.(km²)-1(bacias excepcionalmente bem
drenadas ocorrendo em áreas com elevada precipitação ou muito impermeáveis).
Na bacia do Rio Mundaú a densidade de drenagem é de 0,23 km de canal por km² de área
(Tabela 9). A densidade de drenagem nas sub-bacias formadas pelos principais rios do Rio Mundaú
(Figura 3) é mostrada na Tabela 9.
Tabela 9 - Densidade de drenagem da bacia do Rio Mundaú e das bacias dos seus principais rios.
Área da bacia Densidade de
Comprimento total N° de Municípios
Nome da Bacia formada pelo drenagem
dos canais (km) 2 2 -1 por onde passa o rio
rio (km ) (km.(km ) )
Rio Mundaú 1029,16 4457,87 0,23 9
Rio Canhoto 300,25 1163,41 0,26 9
Rio Inhaúma 110,24 505,68 0,22 3
Rio Satuba 77,78 470,81 0,17 4
Tabela 10 - Coeficiente de manutenção da bacia do Rio Mundaú e das bacias dos seus principais
rios.
Densidade de Coeficiente de N° de Municípios por
Nome da Bacia
drenagem (km.(km2)-1) manutenção (m2.m-1) onde passa o rio
Rio Mundaú 0,23 4331,56 9
Rio Canhoto 0,26 3874,80 9
Rio Inhaúma 0,22 4587,08 3
Rio Satuba 0,17 6053,10 4
Tabela 11 – Estudo hipsométrico da bacia do Rio Mundaú e das bacias de seus principais rios.
Amplitude
Área da Altitude (m) Coeficiente
altimétrica Altura
Nome da Bacia bacia média
(km2) P1 P2 (m) (m) Massividade Orográfico
(10-4 m-1)
Rio Mundaú 4457,87 1018 0 1018 531 1,19 0,06
Rio Canhoto 1163,41 860 204 656 654 5,60 0,37
Rio Inhaúma 505,68 867 204 663 610 12,10 0,74
Rio Satuba 470,81 179 10 169 142 3,00 0,04
Entende-se por amplitude altimétrica máxima da bacia hidrográfica a diferença entre o ponto
de máxima elevação e o ponto de menor elevação, sendo que uma bacia possui diversos pontos
culminantes devendo-se escolher o ponto mais elevado, mesmo se este ponto for próximo à foz da
área estudada. Na bacia do Rio Mundaú o ponto de maior elevação está localizado no município de
Garanhuns/PE, com 1018 m, e a cota mínima situa-se na foz do Rio Mundaú, situada no município
de Santa Luzia do Norte/AL, com 0 m em relação ao nível do mar. A amplitude altimétrica máxima
nas sub-bacias formadas pelos principais rios do Rio Mundaú (Figura 3) constam na Tabela 11.
Tabela 12 - Relação de relevo da bacia do Rio Mundaú e das bacias de seus principais rios.
Amplitude Área da bacia
Relação de N° de Municípios por
Nome da Bacia altimétrica formada pelo rio
Relevo (m-1) onde passa o rio
(m) (km2)
Rio Mundaú 861 4457,87 0,48 9
Rio Canhoto 656 1163,41 0,61 9
Rio Inhaúma 663 505,68 0,93 3
Rio Satuba 169 470,81 0,25 4
Tabela 13 - Índice de rugosidade da bacia do Rio Mundaú e das bacias de seus principais rios.
Amplitude Densidade de drenagem Índice de N° de Municípios por
Nome da Bacia
altimétrica (m) (km.(km2)-1) Rugosidade onde passa o rio
Rio Mundaú 861 0,23 4,43 9
Rio Canhoto 656 0,26 2,52 9
Rio Inhaúma 663 0,22 3,01 3
Rio Satuba 169 0,17 0,99 4
A bacia do Rio Mundaú, localizada nos estados de Alagoas e Pernambuco, nos últimos anos
tem sofrido intensamente com a ocorrência de alagamentos nas áreas de sua abrangência. O Rio
Mundaú é considerado rio de domínio da União e é o principal curso d’água da bacia com 158,27
km de extensão. Sua nascente está localizada no município de Garanhuns e sua foz, a Lagoa
Mundaú, no município de Maceió.
A ocorrência de enchentes na bacia hidrográfica do Rio Mundaú tem sido uma constante,
aumentando consideravelmente com o crescimento da urbanização e consequente acumulação de
lixo. Portanto, as enchentes provocadas pelo transbordamento do Rio Mundaú são periódicas,
especialmente pelo fator uso e ocupação do solo da bacia.
O estudo da linearidade da bacia do Rio Mundaú indica que o elevado índice de sinuosidade
do canal principal da bacia (81,46%) favorece a ocorrência de enchentes no local de abrangência da
mesma, bem como sua declividade (861 m) acentuada
Apesar da baixa densidade de drenagem da bacia hidrográfica do Rio Mundaú, os
alagamentos recorrentes tem grande relação com o relevo cujas terras apresentam elevada amplitude
altimétrica, o que favorece a rápida concentração das águas de chuva no Rio Mundaú.
Neste trabalho, analisou-se toda a linearidade, hipsometria e área de abrangência da bacia
hidrográfica do Rio Mundaú.
Após análise e estudo da bacia do Rio Mundaú conclui-se que esta bacia apresenta
considerável variação em sua área, proporcionada pela linearidade da bacia e pelos fatores
hipsométricos, Coeficiente de Massividade, Coeficiente Orográfico, Amplitude Altimétrica,
Relação de Relevo e Índice de Rugosidade.
AGRADECIMENTOS
BIBLIOGRAFIA