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Anatomia Funcional Dos Pulmões e Movimentos Respiratórios

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Aula do dia 05 e 12/12/2022 - Anatomia Funcional dos Pulmões e Movimentos

Respiratórios

Livro de referência: Fisiologia - Margarida Aires.pdf

“A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio (O2) e dele
remover o produto gasoso do metabolismo celular, ou seja, o gás carbônico (CO2). Nos
seres unicelulares, as trocas gasosas ocorrem diretamente entre a célula e o meio
circunjacente por intermédio da difusão simples. Já nos organismos multicelulares, a difusão
entre o meio externo e o interior da massa celular faz-se lentamente, em decorrência da
distância a ser percorrida pelos gases. [...] Os pulmões, todavia, não são apenas órgãos
respiratórios. Participam do equilíbrio térmico, pois, com o aumento da ventilação
pulmonar, há maior perda de calor e água. Auxiliam ainda na manutenção do pH
plasmático dentro da faixa fisiológica, regulando a eliminação de ácido carbônico (sob a
forma de CO2). A circulação pulmonar desempenha também o importantíssimo papel de
filtrar eventuais êmbolos trazidos pela circulação venosa, evitando, assim, que provoquem
obstrução da rede vascular arterial de outros órgãos vitais ao organismo. O endotélio dessa
circulação contém enzimas que produzem, metabolizam ou modificam substâncias
vasoativas. Finalmente, o homem também utiliza seu sistema respiratório para outros fins,
tendo fundamental destaque a defesa contra agentes agressores e a fonação” (Pág. 977).

A laringe é a principal estrutura que atua como passagem do ar durante a respiração, sendo
responsável também pela fonação - produzindo som através da passagem do ar pelas cordas
vocais - e impedindo que alimentos e estruturas estranhas entrem nas vias respiratórias -
através da ação da epiglote.

Os pulmões são órgãos essenciais da respiração e têm função de oxigenar o sangue


venoso. Cada pulmão tem forma cônica e está contido em seu próprio saco pleural. Estes
órgãos são separados entre si pelo coração e grandes vasos do mediastino médio. Além disso,
o pulmão do lado direito é maior do que o lado esquerdo em função da cúpula direita do
diafragma ser mais alta e o coração e o pericárdio serem projetados para a esquerda. Os dois
lados estão presos ao coração e à traqueia por estruturas nos seus hilos (artéria e veias
pulmonares e brônquios principais) e ao pericárdio pelos ligamentos pulmonares. O pulmão
direito tem 3 lobos e o esquerdo, apenas 2. Esses órgãos são os últimos a serem amadurecidos
na vida intrauterina.

O pulmão é formado pela ápice (parte superior cônica), base (face diafragmática côncava),
raiz (via para passagem de estruturas que entram e saem do hilo) e hilo (local onde a raiz está
fixada ao pulmão, e contém brônquios principais, vasos pulmonares, vasos brônquicos, vasos
linfáticos e nervos que entram e saem do pulmão). O brônquio direito é mais calibroso, mais
curto e mais vertical que o esquerdo; e cada brônquio secundário supre um lobo do pulmão.
Cada brônquio lobar divide-se em brônquios terciários ou segmentares, que suprem
segmentos específicos, chamados segmentos broncopulmonares. Estes ainda dividem-se em
bronquíolos, que darão origem aos alvéolos.

“A inervação do sistema respiratório é basicamente autônoma. Não existe inervação


motora ou sensorial para dor, quer nas vias respiratórias quer no parênquima pulmonar. Na
pleura, todavia, há inervação sensorial dolorosa. [...] A atividade basal parassimpática parece
ser a responsável pelo tônus broncomotor [...]” (Pág. 980). A pleura é um saco que reveste o
pulmão protegendo tal qual o saco pericárdico do coração, sendo a parte mais interna
chamada pleura visceral e a externa, pleura parietal. As fibras pulmonares são constituídas
por nervos vagais/parassimpáticos que estabelecem uma relação constritora com vasos e
brônquios, além de exercer uma função secretomotora. Os nervos simpáticos provocam
reações opostas às anteriores, ou seja, estabelecem a dilatação de vasos, brônquios e inibe as
glândulas.

“O sistema respiratório dos mamíferos é compreendido pela zona de transporte gasoso,


[...] pela zona respiratória, [...] e por uma zona de transição [...]:

● Zona de Transporte Gasoso

“O ar inspirado passa pelo nariz ou pela boca e vai para a orofaringe. Em seu trajeto pelas
vias respiratórias superiores, esse ar é filtrado, umidificado e aquecido até entrar em
equilíbrio com a temperatura corporal. Isso decorre de seu contato turbulento com a
mucosa úmida que reveste fossas nasais, faringe e laringe. Além disso, nessa região também
são filtradas as partículas de maior tamanho em suspensão no ar. As vias respiratórias
superiores atuam, por conseguinte, acondicionando o ar, protegendo, do ressecamento, do
desequilíbrio térmico e da agressão por partículas poluentes de grande tamanho, as
regiões mais internas do sistema. A respiração nasal é a mais comum e tem duas
importantes vantagens sobre a respiração bucal: filtração e umidificação do ar inspirado.
Entretanto, o nariz pode apresentar uma resistência maior que a boca, principalmente em
situações nas quais haja obstrução por pólipo, adenoides ou congestão da mucosa nasal.

[...] A árvore traqueobrônquica ou


zona de transporte aéreo se estende da
traqueia até os bronquíolos terminais. A
traquéia se bifurca assimetricamente,
com brônquio fonte direito com menor
ângulo com ela em relação ao
esquerdo. [...] A partir da traqueia, a
árvore traqueobrônquica se divide
progressivamente, em geral por
dicotomia, podendo ocorrer trifurcação
a partir da sexta geração de vias
respiratórias. [...] A remoção de
partículas poluentes, contudo, não se
faz apenas nas vias respiratórias superiores. A cada bifurcação do sistema de condução, há
geração de turbulência, com consequente impactação de partículas. Também com a
progressiva bifurcação do sistema de condução, acontece aumento da área de seção
transversal total do sistema tubular, com consequente diminuição da velocidade do ar
conduzido. Este fato leva à deposição de partículas em suspensão pela simples falta de
sustentação aerodinâmica. As partículas removidas do ar por esses processos caem sobre a
camada de muco que recobre o sistema de condução, e com o muco elas são removidas em
direção à glote pelos batimentos ciliares das células que formam o epitélio dessa região”
(Pág. 978).

● Zona de Transição e Respiratória

“A zona de transição se inicia no nível do bronquíolo respiratório, caracterizado pelo


desaparecimento das células ciliadas do epitélio bronquiolar. Os bronquíolos respiratórios
também se diferenciam por apresentarem, espaçadamente, sacos alveolares e ainda por se
comunicarem diretamente com os alvéolos por meio de pequenos poros em suas paredes,
denominados canais de Lambert. A partir do último ramo do bronquíolo respiratório, surgem
os ductos alveolares, que, por sua vez,
terminam em um conjunto de
alvéolos, os sacos alveolares. A zona
respiratória, então, é constituída
por ductos, sacos alveolares e
alvéolos. [...] A unidade
alveolocapilar é o principal local de
trocas gasosas em nível pulmonar,
sendo composta por alvéolo, septo
alveolar e rede capilar. [...] Os
macrófagos alveolares constituem
pequena porcentagem de células
alveolares. Eles passam livremente da
circulação para o espaço intersticial e, a seguir, percorrem os espaços entre as células
epiteliais, além de se localizarem na superfície alveolar. Os macrófagos têm função de
fagocitar corpos estranhos, partículas poluentes e bactérias” (Pág. 979 e 980).

Suprimento Venoso e Arterial


O suprimento venoso e arterial ocorre da seguinte forma: primeiramente, as artérias
pulmonares originam-se do tronco pulmonar e distribuem o sangue desoxigenado aos
pulmões para oxigenação. Em seguida, as artérias alcançam o hilo do pulmão, acompanhando
posterolateralmente o brônquio principal e emitindo ramos para os brônquios lobares e
segmentares. Os ramos terminais das artérias pulmonares dividem-se em capilares na parede
dos alvéolos, onde ocorre a troca gasosa entre o sangue e o ar.

Drenagem Linfática dos Pulmões

O sistema pulmonar é constituído por um sistema de drenagem linfática que se divide de


duas formas: superficial e profundo. O primeiro consiste na drenagem do pulmão e da
pleura visceral para os linfonodos broncopulmonares, que ficam no hilo. Já a segunda,
drenam para os linfonodos pulmonares, que ficam ao longo dos grandes ramos dos brônquios
principais, e os vasos linfáticos destes linfonodos drenam para os linfonodos
broncopulmonares. Esse sistema é bastante eficiente - configurando um ótimo sistema
imunológico - para que qualquer organismo danoso seja eliminado antes que se estabeleça no
órgão.

Movimento Respiratório

“A renovação constante do gás alveolar é assegurada pelos movimentos do tórax. Durante


a inspiração, a cavidade torácica cresce de volume e os pulmões se expandem para preencher
o espaço deixado. Com o aumento da capacidade pulmonar e queda da pressão no interior do
sistema, o ar ambiente é sugado para dentro dos pulmões. A inspiração é seguida
imediatamente pela expiração, que provoca diminuição do volume pulmonar e expulsão de
gás. [...] À expiração, segue-se, normalmente sem pausa, a inspiração. Esta se faz pela
contração da musculatura inspiratória, enquanto a expiração em condições de repouso é
passiva, ou seja, não há contração da musculatura expiratória. No entanto, ao longo da
expiração ocorre paulatina desativação da musculatura inspiratória, que contribui para a
expulsão do gás dos pulmões ser suave.

A contração dos músculos respiratórios depende de impulsos nervosos originados dos


centros respiratórios (situados no tronco cerebral), às vezes diretamente de áreas corticais
superiores e também da medula (em resposta a estímulos reflexos oriundos dos fusos
musculares). O automatismo do centro respiratório mantém o ritmo normal da respiração, que
pode ser modificado por estímulos de outros locais do sistema nervoso, bem como por
alterações químicas no sangue e/ou no líquido cefalorraquidiano. Portanto, os movimentos
respiratórios estão, até certo ponto, sob o controle volitivo, embora normalmente se
processem de modo automático, sem a participação consciente do indivíduo. Durante certo
tempo, a respiração pode ser intencionalmente acelerada, alentecida ou mesmo interrompida.
Essas modificações, entretanto, não se manterão por longo tempo, posto que induzirão um
distúrbio da homeostase, e o centro respiratório comandará respostas compensatórias, que
suplantarão os estímulos corticais” (Pág 982).

O espirômetro consiste em um método utilizado para medir a capacidade e o volume


respiratório de um indivíduo. Através dele, é possível apontar as diferentes características
acerca dos volumes do pulmão:

● Volume corrente: consiste no volume de ar inalado e exalado em uma respiração


automática;
● Volume de Reserva Inspiratório: é o volume adicional que um indivíduo é capaz de
inalar;
● Volume de Reserva Expiratório: é o volume adicional que um indivíduo é capaz de
exalar;

Além disso, há também o Volume Residual porém, este por sua vez não é possível ser
medido pelo espirômetro, já que esse instrumento não é utilizado para medir a quantidade de
ar dentro dos pulmões e sim avaliar sua variação. É caracterizado por ser o volume restante
após uma expiração máxima, sendo fundamental para impedir o colabamento dos alvéolos e
garantir que a troca gasosa com o sangue seja constante mesmo durante a expiração. Dessa
forma, a quantidade de ar inspirada não é a mesma quantidade de ar expirada. Há também o
espaço morto, que é tudo que se compreende antes de chegar nos alvéolos.

Já as capacidades pulmonares podem ser caracterizada das seguintes formas:

● Capacidade Pulmonar Total: é o volume de ar após uma inspiração máxima;


● Capacidade Vital: é o volume máximo que os pulmões conseguem exalar após uma
inspiração máxima;
● Capacidade Residual Funcional: corresponde ao volume restante nos pulmões após
uma expiração normal;
● Capacidade Inspiratória: corresponde ao volume total de ar inspirado somado com
o volume da capacidade residual funcional.
Assim como o volume residual, a Capacidade Residual Funcional também não pode ser
medida pelo espirômetro.

A ventilação pulmonar é a função mais importante da ação respiratória e representa a


movimentação rítmica do ar para dentro e para fora dos pulmões. Ela apresenta dois estágios:
a inspiração e a expiração. A inspiração é caracterizada pela ação de expansão do tórax e
contração do diafragma. Já a expiração ocorre com o relaxamento dos pulmões seguida do
relaxamento do diafragma.

O componente que garante a entrada de ar nos pulmões está associado ao gradiente de


pressão entre a pressão intrapulmonar e a pressão atmosférica. Dessa forma, durante a
inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se contraem resultando na expansão dos
pulmões, diminuindo a pressão intrapulmonar. Logo, em comparação, a pressão
intrapulmonar fica menor do que a pressão atmosférica, resultando na entrada de ar nos
pulmões a favor do gradiente de pressão e de forma ativa, já que foi exercida uma força de
contração. Para que ocorra a expulsão do ar dos pulmões, o diafragma e os músculos
intercostais relaxam aumentando a pressão intrapulmonar, resultando em uma pressão interna
superior à pressão atmosférica. Portanto, da mesma forma como ocorreu anteriormente, a
saída do ar ocorre também a favor do gradiente de concentração, porém de forma passiva,
devido a força de retração dos pulmões. O início da inspiração é marcado pela expansão do
tórax e o final é determinado quando há a equivalência das pressões.

Com isso, é mais fácil prender a respiração após a expiração já que neste momento não há
gasto de energia devido a contração muscular.

Na respiração basal, a inspiração depende principalmente da contração do diafragma, que


ao se contrair, o conteúdo abdominal é forçado para baixo e para frente, aumentando o
diâmetro céfalo-caudal do tórax. Além disso, as margens das costelas são levantadas para
cima e para fora, aumentando o diâmetro anteroposterior e látero-lateral do tórax.

A força de retração elástica dos pulmões tende a trazê-los para o seu volume mínimo. Ou
seja, os pulmões tendem sempre a retrair e colabar quando fora da caixa torácica. Para
garantir o desempenho respiratório e a atividade dos pulmões, a retração elástica conta com
dois aspectos importantes: o componente elástico, que refere-se a fibras elásticas e colágenas
que vão permitir a expansão e o relaxamento do órgão, e a tensão superficial, que é a força
de atração moléculas em uma superfície, referindo-se às moléculas surfactantes presentes nos
alvéolos pulmonares.

As moléculas surfactantes são constituídas principalmente de fosfolipídios, apresentando


uma característica anfipática, sintetizadas por pneumócitos granulares ou tipo II que secretam
essas moléculas por exocitose. Elas apresentam uma propriedade em que quanto maior for a
distância entre elas, maior a tensão superficial, ou seja, maior é a força de atração que essas
moléculas têm umas com as outras. Dessa forma, em um período de inspiração, assim como
há a expansão dos pulmões, os alvéolos irão se expandir de forma que as moléculas
permaneçam distantes entre elas. Conforme há o aumento da distância, há também o aumento
da força de atração, o que garante o retorno do alvéolo ao seu tamanho em repouso durante a
expiração. Conforme também há a aproximação das moléculas, elas vão perdendo a tensão
superficial entre si, o que justifica o volume residual resultante nos pulmões já que há uma
prevalência de espaço nos alvéolos devido a falta de força de atração, sendo este volume
residual um fator importante para evitar o colabamento dos pulmões. Dito isso, o surfactante
age sinergicamente com os elementos elásticos assegurando a estabilidade e previne o
colapso dos pequenos alvéolos durante a expiração. Considerando um cenário em que
houvesse uma ausência dessas moléculas nos alvéolos, os alvéolos menores tenderiam a se
colapsar em função da alta pressão presente neste espaço, que consequentemente iria para a
região de menor pressão, neste caso, os alvéolos maiores. Dessa forma, a presença dessas
moléculas nos alvéolos impedem principalmente o colabamento dos pequenos alvéolos.

Dito isso, os surfactantes diminuem a tensão superficial – dos alvéolos quando relaxados –
para manter a expansão alveolar assegurando estabilidade, aumentando elasticidade pulmonar
e prevenindo um colapso dos pequenos alvéolos durante a inspiração. A perda da atividade
dos surfactantes compromete a complacência pulmonar, ou seja, os pulmões perdem a
capacidade de inflar.

Além disso, o surfactante colabora para evitar edema intersticial, pois, se aumentasse
muito a tensão superficial na parede dos alvéolos, eles tenderiam a se colapsar tracionando o
interstício e repuxando os vasos capilares, causando o extravasamento de líquido.

Histerese Pulmonar

A Histerese Pulmonar consiste na não


coincidência da curvatura de inspiração com
a expiração. Dessa forma, para um mesmo
volume, a pressão durante a inspiração e
expiração são diferentes. Essa diferença se
deve pela disposição das moléculas
surfactantes e pela morfologia dos alvéolos.
Quanto a disposição:

● Durante o início da expiração, as


moléculas surfactantes estão afastadas
e, portanto, apresentando bastante
tração entre elas;
● Ao longo da atividade de expiração, essas moléculas se aproximam cada vez mais, em
função da sua tração;
● Ao final da expiração, essas moléculas se tracionaram tanto a ponto de formarem uma
bicamada de moléculas, que em seguida vão perdendo a tração em função da sua
proximidade;
● Já na inspiração, conforme há o movimento de expansão do tórax, o pulmão, assim
como os alvéolos, se expandem. Porém, o movimento de expansão é acompanhado
pela rápida dispersão de moléculas de água que acabam se incluindo entre as
moléculas surfactantes, separando estas e causando uma maior tração entre as
moléculas, o que justifica uma maior pressão no momento da inspiração do que da
expiração.

Dessa forma, quanto maior a tensão superficial for, maior é a pressão.

Já a morfologia alveolar conta com pregas na superfície, o que contribui em uma pressão
maior necessária para desfazer as pregas da parede alveolar durante a inspiração, do que
durante a expiração, quando as pregas facilmente se refazem por acoplamento.

Pressão Intrapleural

A pressão intrapleural consiste em uma pressão presente na cavidade pleural que


influencia na atividade dos pulmões. Essa pressão é caracterizada por ser negativa, o que por
sua vez causa aderência das pleuras; ou seja, em função da tendência do tórax (conectado a
pleura parietal) em se expandir e do pulmão (conectado a pleura visceral) a se colabar, as
forças opostas são responsáveis por aumentar a pressão interna da cavidade, sendo esta
negativa pois não há entrada e nem saída de nenhum gradiente. Quando essa pressão se torna
mais negativa causando o aumento da pressão intrapleural, o pulmão tende a se expandir
devido ao movimento de expansão do tórax que repuxa a pleura visceral envolta dos
pulmões. Em contrapartida, quando essa pressão se torna menos negativa, o pulmão realiza o
movimento contrário.

Devido a força de gravidade, o processo de ventilação sofre variação ao longo das partes
dos pulmões. Esta força tende a deixar o pulmão pendendo no ápice e apoiado na base –
através da presença do diafragma – o que contribui para que a pressão intrapleural permaneça
predominantemente mais negativa no ápice já que há um repuxamento da pleura parietal que
segura o topo do órgão, consequentemente atraindo a pleura visceral. Logo, isso resulta na
expansão destes órgãos e dos alvéolos, influenciando que a expansão seja mais prevalente do
que o relaxamento. Sendo assim, considerando que a ventilação é caracterizada pelo conjunto
dos processos de inspiração e expiração, com o movimento de expansão sendo mais
prevalente do que o de relaxamento, a ventilação tende a ser menor já que a incidência de
troca gasosa é menor. Na base dos pulmões ocorre o contrário: devido a pouca influência da
força gravitacional, a pressão intrapleural tende a ser menos negativa, o que contribui para
que ocorra mais trocas gasosas devido a vantagem do movimento de inspiração e expiração
acontecerem sem nenhuma interferência e que, portanto, caracterizada uma maior ventilação.
Isso permite maior complacência dos alvéolos.
Pressão Intra Alveolar

Durante a inspiração, a expansão tórax e do pulmão resultam, no primeiro momento, em


uma queda de pressão nos alvéolos. Em seguida, a entrada de ar de acordo com o gradiente
de pressão aumenta a pressão intra-alveolar. Esta pressão entra em equilíbrio com a pressão
atmosférica no final da inspiração. Após isso, a pressão intra-alveolar continua aumentando
progressivamente em função do relaxamento do tórax e do pulmão. Logo após, a saída de ar
dos pulmões – a favor do gradiente de concentração – influencia no decaimento da pressão
alveolar se equilibrando novamente com a pressão atmosférica, até que todo processo se
inicia novamente.

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