Anatomia Funcional Dos Pulmões e Movimentos Respiratórios
Anatomia Funcional Dos Pulmões e Movimentos Respiratórios
Anatomia Funcional Dos Pulmões e Movimentos Respiratórios
Respiratórios
“A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio (O2) e dele
remover o produto gasoso do metabolismo celular, ou seja, o gás carbônico (CO2). Nos
seres unicelulares, as trocas gasosas ocorrem diretamente entre a célula e o meio
circunjacente por intermédio da difusão simples. Já nos organismos multicelulares, a difusão
entre o meio externo e o interior da massa celular faz-se lentamente, em decorrência da
distância a ser percorrida pelos gases. [...] Os pulmões, todavia, não são apenas órgãos
respiratórios. Participam do equilíbrio térmico, pois, com o aumento da ventilação
pulmonar, há maior perda de calor e água. Auxiliam ainda na manutenção do pH
plasmático dentro da faixa fisiológica, regulando a eliminação de ácido carbônico (sob a
forma de CO2). A circulação pulmonar desempenha também o importantíssimo papel de
filtrar eventuais êmbolos trazidos pela circulação venosa, evitando, assim, que provoquem
obstrução da rede vascular arterial de outros órgãos vitais ao organismo. O endotélio dessa
circulação contém enzimas que produzem, metabolizam ou modificam substâncias
vasoativas. Finalmente, o homem também utiliza seu sistema respiratório para outros fins,
tendo fundamental destaque a defesa contra agentes agressores e a fonação” (Pág. 977).
A laringe é a principal estrutura que atua como passagem do ar durante a respiração, sendo
responsável também pela fonação - produzindo som através da passagem do ar pelas cordas
vocais - e impedindo que alimentos e estruturas estranhas entrem nas vias respiratórias -
através da ação da epiglote.
O pulmão é formado pela ápice (parte superior cônica), base (face diafragmática côncava),
raiz (via para passagem de estruturas que entram e saem do hilo) e hilo (local onde a raiz está
fixada ao pulmão, e contém brônquios principais, vasos pulmonares, vasos brônquicos, vasos
linfáticos e nervos que entram e saem do pulmão). O brônquio direito é mais calibroso, mais
curto e mais vertical que o esquerdo; e cada brônquio secundário supre um lobo do pulmão.
Cada brônquio lobar divide-se em brônquios terciários ou segmentares, que suprem
segmentos específicos, chamados segmentos broncopulmonares. Estes ainda dividem-se em
bronquíolos, que darão origem aos alvéolos.
“O ar inspirado passa pelo nariz ou pela boca e vai para a orofaringe. Em seu trajeto pelas
vias respiratórias superiores, esse ar é filtrado, umidificado e aquecido até entrar em
equilíbrio com a temperatura corporal. Isso decorre de seu contato turbulento com a
mucosa úmida que reveste fossas nasais, faringe e laringe. Além disso, nessa região também
são filtradas as partículas de maior tamanho em suspensão no ar. As vias respiratórias
superiores atuam, por conseguinte, acondicionando o ar, protegendo, do ressecamento, do
desequilíbrio térmico e da agressão por partículas poluentes de grande tamanho, as
regiões mais internas do sistema. A respiração nasal é a mais comum e tem duas
importantes vantagens sobre a respiração bucal: filtração e umidificação do ar inspirado.
Entretanto, o nariz pode apresentar uma resistência maior que a boca, principalmente em
situações nas quais haja obstrução por pólipo, adenoides ou congestão da mucosa nasal.
Movimento Respiratório
Além disso, há também o Volume Residual porém, este por sua vez não é possível ser
medido pelo espirômetro, já que esse instrumento não é utilizado para medir a quantidade de
ar dentro dos pulmões e sim avaliar sua variação. É caracterizado por ser o volume restante
após uma expiração máxima, sendo fundamental para impedir o colabamento dos alvéolos e
garantir que a troca gasosa com o sangue seja constante mesmo durante a expiração. Dessa
forma, a quantidade de ar inspirada não é a mesma quantidade de ar expirada. Há também o
espaço morto, que é tudo que se compreende antes de chegar nos alvéolos.
Com isso, é mais fácil prender a respiração após a expiração já que neste momento não há
gasto de energia devido a contração muscular.
A força de retração elástica dos pulmões tende a trazê-los para o seu volume mínimo. Ou
seja, os pulmões tendem sempre a retrair e colabar quando fora da caixa torácica. Para
garantir o desempenho respiratório e a atividade dos pulmões, a retração elástica conta com
dois aspectos importantes: o componente elástico, que refere-se a fibras elásticas e colágenas
que vão permitir a expansão e o relaxamento do órgão, e a tensão superficial, que é a força
de atração moléculas em uma superfície, referindo-se às moléculas surfactantes presentes nos
alvéolos pulmonares.
Dito isso, os surfactantes diminuem a tensão superficial – dos alvéolos quando relaxados –
para manter a expansão alveolar assegurando estabilidade, aumentando elasticidade pulmonar
e prevenindo um colapso dos pequenos alvéolos durante a inspiração. A perda da atividade
dos surfactantes compromete a complacência pulmonar, ou seja, os pulmões perdem a
capacidade de inflar.
Além disso, o surfactante colabora para evitar edema intersticial, pois, se aumentasse
muito a tensão superficial na parede dos alvéolos, eles tenderiam a se colapsar tracionando o
interstício e repuxando os vasos capilares, causando o extravasamento de líquido.
Histerese Pulmonar
Já a morfologia alveolar conta com pregas na superfície, o que contribui em uma pressão
maior necessária para desfazer as pregas da parede alveolar durante a inspiração, do que
durante a expiração, quando as pregas facilmente se refazem por acoplamento.
Pressão Intrapleural
Devido a força de gravidade, o processo de ventilação sofre variação ao longo das partes
dos pulmões. Esta força tende a deixar o pulmão pendendo no ápice e apoiado na base –
através da presença do diafragma – o que contribui para que a pressão intrapleural permaneça
predominantemente mais negativa no ápice já que há um repuxamento da pleura parietal que
segura o topo do órgão, consequentemente atraindo a pleura visceral. Logo, isso resulta na
expansão destes órgãos e dos alvéolos, influenciando que a expansão seja mais prevalente do
que o relaxamento. Sendo assim, considerando que a ventilação é caracterizada pelo conjunto
dos processos de inspiração e expiração, com o movimento de expansão sendo mais
prevalente do que o de relaxamento, a ventilação tende a ser menor já que a incidência de
troca gasosa é menor. Na base dos pulmões ocorre o contrário: devido a pouca influência da
força gravitacional, a pressão intrapleural tende a ser menos negativa, o que contribui para
que ocorra mais trocas gasosas devido a vantagem do movimento de inspiração e expiração
acontecerem sem nenhuma interferência e que, portanto, caracterizada uma maior ventilação.
Isso permite maior complacência dos alvéolos.
Pressão Intra Alveolar