Sexualidade Na Infância e Na Adolescência

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SEXUALIDADE NA INFÂNCIA E

NA ADOLESCÊNCIA
Ms. Paula Trabuco
Paula Trabuco
• Graduação em Psicologia
• Especialização em Psicologia do Trânsito
• Formação em Gestalt-terapia
• Mestrado em Educação
• Doutoranda Psi. Clinica e Cultura

MS. Paula Trabuco


Objetivos do curso
• Apresentar o conceito de sexo e sexualidade;
• Apresentar algumas teorias do
desenvolvimento psicossexual;
• Caracterizar as principais manifestações da
sexualidade na infância e na adolescência;
• Recursos Lúdicos para o trabalho com a
sexualidade.

MS. Paula Trabuco


Conceitos Introdutórios sobre
a Sexualidade

MS. Paula Trabuco


Sobre a Sexualidade
➢Este é um tema que supomos entender naturalmente,
entretanto, às vezes nos sentimos extremamente limitados.

➢O discurso sobre sexo mobiliza-nos muito porque de certa


forma espelha a nossa própria sexualidade.
Sexo e Sexualidade
Você sabe a diferença??

MS. Paula Trabuco


Sexualidade e Sexo
• A sexualidade envolve a força vital, a energia que impulsiona a vida.
Envolve o desejo de viver de cada ser. Esta ligado a processos
culturais, subjetivos e sociais.

• É o conjunto de caracteres sexuais, externos ou internos,


determinados pelo sexo biológico.
Gênero
Sexualidade na
História da
Sociedade

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História

• 1 etapa – Sexualidade sagrada


• 2 etapa – Sexualidade ligada ao falo
• 3 etapa – Sexualidade como pecado/silenciada
• 4 etapa – Sexualidade e a ciência
Normatividade
História

• Preconceitos, Mitos e Silenciamento marcam a sexualidade na


sociedade.

• Esteriótipos relacionados aos


papéis de gênero
Idade Média e Idade Moderna
01
03
02

Poder da Igreja Ciência Sexual definição normatizadora e


Medo e controladora da
Sexo como pecado. sexualidade
proibições
Não se pode falar sobre
sexo.

Discurso 04
Do que Pode do que não pode
Higienização e controle de doenças

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Ser homem, Ser Mulher!

• Vagina – feminino – mulher – Submissão - Luta


• Pênis – Masculino – Homem - Poder
Dias Atuais
• Sexualidade esta presente em tudo;
• Sexo como mercadoria;
• Padrões Corporais e Comportamentais;
• Mídia como fonte de aprendizado;
Quando não falamos sobre sexualidade
com nossas crianças e adolescentes

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Considerações Éticas sobre o
trabalho da Sexualidade
• Somos frequentemente interpelados por questões ligadas à
sexualidade e relacionadas ao gênero;

• A forma como cada um vive sua sexualidade e sua identidade de


gênero faz parte da subjetividade
Código de Ética
• Princípio Fundamental I do Código de Ética
da Psicologia ordena que:
- Conduta pautada nos valores contidos na
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
- Promover reflexões e ações no âmbito dos
direitos sexuais e direitos reprodutivos.
- Luta contra preconceitos relacionados à
autonomia do corpo, vivência da sexualidade
e à construção das identidades de gênero de
modo geral.
Resolução CFP 01/99
• Estabelece normas de atuação para os
psicólogos em relação à questão da
Orientação Sexual;
• A forma como cada um vive sua
sexualidade faz parte da identidade do
sujeito, a qual deve ser compreendida
na sua totalidade;
Resolução CFP 01/99
• CONSIDERANDO que a
homossexualidade não constitui
doença, nem distúrbio e nem
perversão;
• CONSIDERANDO que há, na sociedade,
uma inquietação em torno de práticas
sexuais desviantes da norma
estabelecida sócio-culturalmente;
Resolução CFP 01/99
• CONSIDERANDO que a Psicologia pode e deve
contribuir com seu conhecimento para o
esclarecimento sobre as questões da
sexualidade, permitindo a superação de
preconceitos e discriminações;
Resolução CFP 01/99
• É dever do Psi:
- Atuar segundo os princípios
éticos da profissão notadamente
aqueles que disciplinam a não
discriminação e a promoção e
bem-estar das pessoas e da
humanidade.
Resolução CFP 01/99
• É dever do Psi:
• NÃO exercer qualquer ação que favoreça a
patologização de comportamentos ou práticas
homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva
tendente a orientar homossexuais para
tratamentos não solicitados
Sobre a Infância e a
Adolesência

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A Criança e sua História Social
• Idade Média
• • Século XII Arte medieval desconhecia infância
“Não havia lugar pra infância nesse mundo”
• Criança Anonimato - Adulto em miniatura

Anjo
O menino Jesus
Criança Sem Pecado

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• Até séc XVI
• Alta mortalidade – não apego

• Séc XVII
• Mudança no sentimento e na forma
de se retratar a infância

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1°Sentimento
• PAPARICAÇÃO
• Criança: ingênua, gentil, graciosa
• Fonte de distração e relaxamento para o adulto
• Mães e amas
• “Não quero que essa coisinha morra”

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2°Sentimento
• EXASPERAÇÃO
• Reações críticas à paparicação
• Necessidade de separar crianças e
adultos •
• Moralistas e educadores

“Muitos pais só consideram seus filhos


pequenos na medida em que estes lhes
proporcionam diversão e alegria”

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2° Sentimento
• Inspirou a EDUCAÇÃO
• Conciliar doçura e razão
• Fazer das crianças pessoas honradas e
homens racionais

• Séc XVIII
• Novo elemento - preocupação com
higiene e saúde física
• A criança havia assumido um lugar central
na família

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E a Infância Hoje?
Desapareceu ou continua se transformando?

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• Qual é o papel da mídia nessa situação?
• Fusão do gosto/estilo de crianças e
adultos
• TV: valores e estilos dominantes
• Modelo de adulto •
• Informação dos adultos – “segredo”
• Se tornar um bom adulto – Escolhas
Profissionais

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Adolescência
• Conceito Novo
• Etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a infância e a
vida adulta. Este período é marcado por diversas transformações
biológicas, psicológicas, comportamentais e sociais.
• OMS Ocorre entre os 10 e os 20 anos
• ECA Ocorre entre os 12 e os 18 anos

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Adolescência
• Mudanças Dúvidas Descobertas Insegurança
Conflitos
• 1. A puberdade é a fase inicial da adolescência,
caracterizada pelas transformações físicas e
biológicas no corpo dos meninos e meninas.
Adolescência e Puberdade
• 2. Meninos - aparecimento de pêlos pubianos e
axilares; - engrossamento da voz; - aparecimento da
barba; - surgimento do pomo-de-adão; -
crescimento corporal; - crescimento do pênis e
testículos; - primeira ejaculação.
• 3. Meninas - desenvolvimento das glândulas
mamárias; - aparecimento de pêlos na região
pubiana e nas axilas; - primeira menstruação
(menarca); - alargamento dos quadris.

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Adolescência
• Variações de humor e comportamento: -
agressividade; -felicidade; - tristeza; -
agitação; - euforia; - preguiça; - condutas
contraditórias.
• Sexualidade: O desenvolvimento da
sexualidade acontece durante toda a vida
do indivíduo e depende da pessoa, das
suas características genéticas, das
interações ambientais, condições
socioculturais, etc.
• Na adolescência aparecem os caracteres
sexuais secundários e tornam-se mais
evidentes os comportamentos sexuais e
socioafetivos

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Expressões na Sexualidade na
Criança e no Adolescente

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FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL FASE 1
FREUD PIAGET ERIK ERIKSON
Fase Oral Fase Sensório – Motor Confiança x Desconfiança
(0 – 18 meses) ( 0 – 2 anos) (0 – 18 meses)
Exploração e gratificação Atividade reflexa.
oral. Coordenação mão – boca O bebê deseja ser atendido
prontamente em todas suas
Os lábios a boca e a língua Coordenação mão – olhos necessidades. Se a mãe consegue
são os principais órgãos de Coordenação de dois atender suas necessidades o bebê
prazer da criança. esquemas. estabelecerá uma atitude de
Seus desejos e satisfações se Meios de experimentação. confiança com a mãe e esta se
manifestam na oralidade Começa a construir esquemas projetará para o mundo e para as
outras pessoas.
Conhecimento e exploração de ação para assimilar o
do próprio corpo.

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Atuação do adulto

• Dar nomes corretos e evitar o uso de


apelidos
• Reagir naturalmente à curiosidade;
• Aceitar a sexualidade como uma
dimensão humana

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL – FASE 2
FREUD PIAGET ERIK ERIKSON

Fase Anal Fase Pré – Operacional Autonomia X Vergonha –


18 meses – 3 anos 2 a 7 anos Dúvida 18 meses – 3 anos

Interesse nas relações Estágio egocêntrico: centrada em Sentimento de independência e autonomia.


Desejo de fazer várias atividades sozinhas.
familiares. si mesma. Não se coloca no lugar Desenvolvimento da linguagem verbal.
Aprende a controlar suas do outro.Tudo deve ter uma Caso seja impedida ou ridicularizada de
realizar as atividades de forma
fezes e urina, sua atenção se explicação. independente desenvolverá a vergonha, se
localiza no funcionamento Momento dos “porquês”??? isto for conflituoso se instalará a dúvida.
anal. Desenvolvimento da linguagem e
A região anal torna-se o pensamento.
centro das experiências e se
inicia concomitantemente o
controle do ambiente.Este
controle é uma nova fase de
prazer e afeto.

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Atuação do adulto
Julgamentos baseados na
percepção
Estabelecer limites
Ajudar a conhecer o proprio
corpo De onde vêm os bebês?

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL – FASE 3
FREUD PIAGET ERIKSON
Fase Fálica (3 ao 6 anos) Continuação da Fase Iniciativa X Culpa (3 a 6 anos)
Pré – Operacional Identificação com o progenitor do mesmo
sexo e copia aspectos comportamentais
Complexo de Édipo. Continuação do estágio egocêntrico. dos adultos.
Na menina- identificação com a Menino rivalidade com o pai, pela atenção
mãe e ligação romântica com o Desenvolvimento da linguagem e da mãe. Menina rivalidade com a mãe,
pensamento. pela atenção do pai.
pai. Aprendizagem por imitação do
No menino- identificação com o Estágio intuitivo: Os julgamentos ainda comportamento dos adultos.
pai e ligação romântica com a são baseados na percepção e não na
lógica.
mãe.
Intensa exploração das
diferenças sexuais.
Interesse pelas diferenças
anatômicas entre os sexos.
Presença de brincadeiras
sexuais: (médico, enfermeiro,
trenzinho, papai e mamãe).
Interessam-se pela origem dos
bebês.
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Educação Sexual - Fase 3
A criança na escola;
Sexualidade na escola;
Esclarecer as Curiosidades;
Estabelecer Regras;
Devolver a pergunta e desenvolver
o diálogo;

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL – FASE 4
FREUD PIAGET ERIKSON
Fase Latência Fase Operacional Concreto Domínio X Inferioridade
(7 a 11 anos) (6 a 12 anos)
• O desenvolvimento ocorre a partir do • Aprender habilidades novas
• Suspensão do “complexo pensamento pré – lógico para as soluções
de Édipo”. A criança se volta de problemas concretos. (na escola, fora dela).
ao conhecimento do mundo, • A criança desenvolve noções de tempo, •A criança desenvolve um
espaço, velocidade, ordem, causalidade. sentimento de domínio. Se não
mas também procura o • Não se limita a representação imediata,
for encorajada ou bem sucedida,
conhecimento sobre o sexo. mas ainda depende do mundo concreto,
para chegar a abstração, ex: copo d’ água. aparece o sentimento de
• Corresponde aos primeiros • Capacidade de raciocínio vai do concreto inferioridade.
anos do ensino fundamental. para o abstrato, ex: tampinhas.

• Inicia-se a aprendizagem
dos valores e papéis
culturalmente aceitos.
Relacionamento com
crianças do mesmo sexo:
“Clube da Luluzinha” e
“Clube do Bolinha”;
fortalecimento da identidade
sexual.
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Educação Sexual – 4 Fase
Usar respostas diretas;

Criar um ambiente que permitam o diálogo;

Espaço abertos sem forçar o adolescente a falar ;

Discutir sobre o respeito ao outros, sobre as regras sociais

Investigando sobre a fonte da curiosidade sobre o tema;

Atuação com grupo, ou individuais..

Consciência do corpo

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Masturbação como problema
• Quando os adultos possuem
dificuldades em relacionarem
afetivamente com as crianças, essas
crianças poderão ser adultos com
medo de intimidade afetiva;
• Em conseqüência, poderão ter seu
desenvolvimento emocional e sexual
perturbado;

MS. Paula Trabuco


Papel da masturbação

• Aprender, a lidar com o próprio


corpo;

• Tem início na infância/ puberdade,


diminui na vida adulta e aumenta na
velhice;

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Masturbação sem medo

• Tudo que passa a ser excessivo, como comer, dormir, ver


televisão podem ser sintomas de algum problema
(compulsão);

• O que afasta o sujeito das suas atividades cotidianas, e o


impede de ter contato social, deve ser investigado.

MS. Paula Trabuco


A sexualidade nos diversos
contextos sociais

MS. Paula Trabuco


Papel do
Psicólogo

MS. Paula Trabuco


Papel do psicólogo

• Aprender a lidar com o outro e consigo


mesmo
• Conhecer a si mesmo
• Estigmas sociais

MS. Paula Trabuco


Papel do psicólogo

• Como eu vivo minha sexualidade?


• Quais preconceitos eu tenho?
• Como Eu vivo minha existência?
• Quem sou eu?

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Orientando os pais

MS. Paula Trabuco


Orientando os pais

Entender a sexualidade como Conhecer fases do Buscar o diálogo como fonte de


parte do ser, presente desde o desenvolvimento que o filho intervenção e construção de
nascimento até morte esta passando e as vínculos
manifestações

MS. Paula Trabuco


Orientando as crianças
e os adolescentes

MS. Paula Trabuco


Orientando as crianças e
adolescentes

• Ajudar a criança a se conhecer


• Conhecer o próprio corpo
• Desconstruir tabus sociais
• Tirar as dúvidas
• Usar histórias e contos infantis
• Usar o lúdico para abordar os temas

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• ORIENTANDO A ESCOLA
Orientando a Escola
NÃO FALAR SOBRE SEXUALIDADE
APENAS EM UMA ETAPA DA AULA
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO
DE SEUS ALUNOS E A
CARACTERÍSTICAS
COMPORTAMENTAIS
AJUDAR O PROFESSOR A
LIDAR COM SUA
PRÓPRIA SEXUALIDADE Melhoria das relações interpessoais entre os
professores e alunos

Organização de um espaço para discussão,


onde os professores possam refletir e dialogar
com seus colegas;

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Recursos lúdicos para o trabalho
com a sexualidade na infância e
adolescência.
Recurso Terapêutico
• Coadjuvante no processo terapêutico
Auxilia o processo

• Na Gestalt Terapia
método fenomenológico
relação terapêutica

• Quem traz o fenômeno é a criança ou adolescente

• Importância da escolha e da autonomia da criança


e do adolescente dentro do processo terapêutico
Recursos terapêuticos
• Dar respostas diferentes ao que a criança
e o adolescente já estão acostumados

• Se relacionar com a criança ou


adolescente de forma diferente

• Qualidade da relação entre terapeuta-


cliente

• Abertura e qualidade da criatividade do


terapeuta
Recursos terapêuticos
• O que e Para que....

• Atuar onde a linguagem não alcança e


onde ela se traduz como resistência

• A linguagem da criança é lúdica

• A criança não consegue desenvolver


em palavras
Recursos Terapêuticos
• Tudo que ela fala transforma em ação
lúdica

• Me mostre... Desenhe isso que você


sente....

• Aquilo que o terapeuta vai fazer a partir


do se surge fará a diferença
Recursos Plásticos
• Pintura
Tinta, mãos, papel, tela. Diretiva ou livre.
Concreta ou abstrata

• Construção com sucata


• Material reciclável
• material de apoio: tesoura, cola,
barbante, fita adesiva, gliter, palitos
• Mosaicos, colagem
Facilitadores da linguagem
• Jogos e Baralhos terapêuticos
Baralho da emoções, jogos de
tabuleiro.
• Brincadeiras verbais
Mimicas, movimentos, teatros, encenar algo
que aconteceu.

*cuidado terapeuta que só fica sentado

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