1 - Leitura Fichamento e Sintese

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FACULDADE METROPOLITANA

ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

LEITURA E FICHAMENTO, SÍNTESE, RESENHA


CRÍTICA
A LEITURA

A leitura informativa ou de estudo tem por finalidade a coleta de dados ou informações;


que serão utilizados na elaboração de um trabalho científico;

Fases de uma leitura informativa:


1. De pré-reconhecimento ou pré-leitura: obter uma visão global do assunto e permite
verificar a existência ou não de informações úteis para o trabalho – leitura de contato;
2. Leitura seletiva: seu objetivo é a seleção das informações que interessam à
elaboração dio trabalho em perspectiva;
3. Leitura crítica ou reflexiva: exige estudo, compreensão dos significados. A reflexão
realiza-se através da análise, comparação, diferenciação e julgamento das ideias
contidas no texto;
4. Leitura interpretativa: mais completa, compreende três etapas:
a. Procura-se saber o que realmente o autor afirma, quais os dados e
informações que oferece;
b. Correlacionam-se as afirmações do autor com os problemas para os quais
se está procurando uma solução;
c. Julga-se o material coletado, em função do critério de verdade.

A leitura deve ser feita com base nas seguintes dimensões de análise:
1. análise textual: preparação do texto para a leitura. Requer o levantamento
esquemático da estrutura redacional do texto. Objetiva mostrar como o texto foi
organizado pelo autor permitindo uma visualização global de sua abordagem.
Devem-se buscar: esclarecimentos para o melhor entendimento do vocabulário,
conceitos empregados no texto e informações sobre o autor;
2. análise temática: compreensão da mensagem do autor. Requer a procura de
respostas para as seguintes questões: de que trata o texto? Qual o objetivo do
autor? Como o tema está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? Que
posições o autor assume? Que idéias defende? O que quer demonstrar? Qual foi o
seu raciocínio, a sua argumentação? Qual a solução ou a conclusão apresentada
pelo autor?;
3. análise interpretativa: interpretação da mensagem do autor. Requer análise dos
posicionamentos do autor situando-o em um contexto mais amplo da cultura
filosófica em geral. Deve-se fazer avaliação crítica das ideias do autor observando
a coerência e validade de sua argumentação, a originalidade de sua abordagem, a
profundidade no tratamento do tema, o alcance de suas conclusões. E, ainda, fazer
uma apreciação pessoal das ideias defendidas.

O FICHAMENTO

Fichamento é uma forma de resumir um texto ou livro explicando as ideias principais com
a ajuda de citações, esquemas, diagramas, entre outros.

O fichamento facilita a execução dos trabalhos acadêmicos e a assimilação dos


conteúdos estudados. Sua estrutura é composta por um cabeçalho, desenvolvimento do
assunto e referências (autoria, título, local de publicação, editora e ano da publicação).

Assim:
 Os materiais selecionados para leitura serão analisados e fichados.
 O Fichamento permite que se reúnam as informações necessárias e úteis à elaboração
do texto da revisão.
 O Fichamento irá permitir: identificação das obras lidas, análise de seu conteúdo,
anotações de citações, elaboração de críticas e localização das informações lidas que
foram consideradas importantes.
 De posse dos Fichamentos faz-se então, a classificação, a análise, a interpretação e a
crítica das informações coletadas.

Tipos de fichas:

 bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida;


 citações: com a reprodução literal entre aspas e a indicação da página da parte dos
textos lidos de interesse específico para a redação dos tópicos e itens da revisão;
 resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto;
 esboço: apresentando as principais idéias do autor lido de forma esquematizada com
a indicação da página do documento lido;
 comentário ou analítica: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisador com
referência às idéias expressas pelo autor do texto lido.

Modelo de Ficha:

TIPO DE FICHA TÍTULO DO TRABALHO (OU PARTE)


(bibliográfica, citações, resumo, esboço, CONSUTADO (A)
comentário ou analítica)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(autoria; edição; imprenta; descrição física; séries e coleções; notas)
CONTEÚDO

ANOTAÇÕES PESSOAIS:
LOCALIZAÇÃO DO DOCUMENTO LIDO/CONSULTADO:

Passos para o Fichamento:

1º Passo: definir o tema e, depois, levantar os aspectos que pretende abordar referentes
ao tema (plano de trabalho);

2º Passo: leitura dos textos procurando levantar informações importantes para todos os
aspectos escolhidos na abordagem já definida anteriormente. O fichamento de citações é
muito útil à elaboração da revisão de literatura.

Desta forma, conforme as informações que você for encontrando serão abertas novas
fichas. Quanto maior for o número de fichas maior o número de informações disponíveis
para serem usadas como suporte para análise e discussão dos resultados obtidos. A
composição de um novo texto síntese do que já foi abordado na literatura sobre o tema
será também facilitada.

3º Passo: consiste em agrupar os fichamentos conforme a parte do texto indicada no


cabeçalho. Ler e analisar o conjunto das informações recolhidas, juntando os autores por
similaridade ou diferenças na abordagem.

4º Passo: consiste na redação do texto que deve obedecer aos seguintes critérios,
segundo Azevedo (1998):

 clareza: o texto deve ser escrito para ser compreendido;


 concisão: o texto deve dizer o máximo no menor número possível de palavras;
 correção: o texto deve ser escrito corretamente conforme as regras gramaticais;
 encadeamento: as frases, os parágrafos, os capítulos devem estar encadeados de
forma lógica e harmônica;
 consistência: o texto deve usar os verbos nos mesmos tempos, preferencialmente
na voz ativa;
 contundência: o texto não deve fazer rodeios, e sim ir direto ao ponto desejado,
apresentando as colocações de forma objetiva e firme;
 precisão: o texto deve evitar o uso de termos ambíguos ou apresentar a definição
adotada;
 originalidade: o texto deve evitar o uso de frases feitas ou lugares-comuns. Dever
ser autônomo e apresentar ideias novas;
 correção política: o texto deve evitar o uso de expressões de conotação
etnocentrista ou preconceituosa;
 fidelidade: o texto deve respeitar o objeto de estudo, as fontes empregadas e o
leitor. Devem estar indicadas as fontes usadas para escrevê-lo.

Exemplo de Fichas:
BIBLIOGRÁFICA TEORIAS LINGUISTICAS

ALMEIDA, Djanira Soares de Oliveira. Ensinando e aprendendo a escrita: momentos


iniciais. Araraquara: Unesp, 1995. 236p.
CONTEÚDO
Edição da faculdade de História, Direito e Serviço Social, França, Unesp, Artigo
publicado em 1998, na revista Cadernos de Educação, 2.
É uma reflexão sobre modelos e teorias lingüísticas, materiais didáticas e práticas
pedagógicas. Mostra como o uso de cartilhas se torna incompatível com a aquisição
da língua materna, nas modalidades oral e escrita. Discute a aplicação de alguns
modelos lingüísticas em obras didáticas. Analisa conceitos como o da gramática
tradicional e de estrutura, que subjazem às atividades propostas naqueles manuais.
ANOTAÇÕES PESSOAIS: artigo sem muito impacto para o assunto da pesquisa

LOCALIZAÇÃO DO DOCUMENTO LIDO/CONSULTADO: A cópia do artigo está na


pasta de artigos sobre teorias linguísticas em acervo particular.

RESUMO COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

SILVA, Edna Lúcia da. A construção dos fatos científicos: das práticas concretas
às redes científicas. 1998. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – ECO-
UFRJ/CNPq-IBICT, Rio de Janeiro, 1999.
CONTEÚDO
Pesquisa que aborda a questão das relações entre Ciência e Sociedade e seus
desdobramentos no campo da comunicação científica utilizando como fio condutor de
análise o cotidiano, o dia-a-dia da atividade científica no Laboratório de Pesquisa do
Grupo de Pesquisa em Química Bioinorgânica da Universidade Federal de Santa
Catarina. As ações dos cientistas, neste espaço estratégico de produção do
conhecimento, foram observadas porque se considera que o conhecimento, como
produto, é afetado pelas condições sociais de um contexto específico. Usando como
inspiração os Estudos de Laboratório da Nova Sociologia da Ciência, adotando,
portanto, uma perspectiva antropológica, o foco do estudo recaiu em duas questões:
1) Como são os fatos científicos construídos no laboratório e como a comunicação
científica atua nesta construção?; 2) Quais as redes de relações e comunicações que
se estabelecem para viabilizar a construção de fatos científicos? Os resultados
mostram como é feita a Ciência Bioinorgânica no contexto da UFSC e nas
contingências verificadas com base na observação in loco do trabalho dos
pesquisadores no laboratório de pesquisas, nas suas falas sobre o que fazem e nas
entrevistas formais ou informais realizadas durante os dez meses de pesquisa de
campo e na análise de documentos produzidos pelo Grupo. Enfoca a história do
Grupo na UFSC, o laboratório como o espaço do fazer científico, o processo da
construção do conhecimento, a produção científica e as redes científicas. Apresenta
um parecer analítico sobre o que foi dito como observado, procurando atrelar
concepções diferentes sobre a dinâmica do fazer científico para compor uma
configuração própria e particular sobre a realidade da construção do conhecimento no
Grupo de Pesquisa e no Laboratório de Química Bionorgânica da UFSC.
ANOTAÇÕES PESSOAIS:

LOCALIZAÇÃO DO DOCUMENTO LIDO/CONSULTADO:


COMENTÁRIO - ANÁLITICA CRIMINOLOGIA – CRIMES HEDIONDOS
LEAL, João José. Crimes hediondos: aspectos políticos jurídicos da lei 8.072/90 .
São Paulo: Atlas,1996.
CONTEÚDO
Texto de visão crítica sobre a lei 8.072/90. Dividido em 4 partes e 19 capítulos.
Analisa os crimes hediondos como de tortura, terrorismo, tráfico de entorpecentes e
drogas afins. Em crimes hediondos ordinários, analisa os crimes de estupro e de
atentado violento ao pudor. Em seguida examina o arrocho do sistema punitivo,
mediante graves restrições à liberdade individual. O objetivo do autor é mostrar
quanto a lei sob estudo firmou um preocupante pacto com o Direito Penal da
severidade e da intolerância. Para Leal essa rigorosa proposta de endurecimento do
sistema punitivo brasileiro acarreta contradições e incertezas que pedem a
interpretação da doutrina e dos tribunais para evitar prática de inadmissível
crueldade por meio do Direito Penal.
ANOTAÇÕES PESSOAIS:

LOCALIZAÇÃO DO DOCUMENTO LIDO/CONSULTADO: Biblioteca setorial da


Faculdade de direito da UFMT

COMO ELABORAR A SÍNTESE DE UM TEXTO


A síntese de texto consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que um autor expressou
de forma mais ampla. Desse modo, só devem ser aproveitadas as ideias essenciais,
dispensando-se tudo o que for secundário.

Para a realização de uma boa síntese é necessário, antes de mais, ter compreendido o
texto original, para depois redigir um novo, com base no primeiro.

Sublinhe as partes mais importantes e anote os pontos que deverão ser relatados em sua
síntese. Introduza o texto, apresentando o tema, o nome do autor e exponha os fatores
inerentes ao tema, ou seja, os pontos centrais do texto original.

A ordem dos acontecimentos não tem necessidade de ser a mesma do texto original, mas
deve-se respeitar as relações entre fatos, sem alterar significados que o autor quis
transmitir. Evite copiar na íntegra partes do texto original.

Exercite seu vocabulário procurando manter o mesmo nível de linguagem do autor, porém
sem copiá-lo. A síntese é sempre redigida em terceira pessoa, de forma concisa e clara,
nunca transcrevendo em discurso direto. Não se envolva nem participe do texto com
opiniões ou análises pessoais, limite-se apenas a resumi-lo, ou seja, sintetizá-lo.

Algumas Técnicas e Dicas:


COMO ELABORAR UMA RESENHA CRÍTICA
A resenha crítica é um resumo composto não apenas pelo conteúdo informativo ou indicativo
(síntese), como também da parte de interpretação de texto. Consiste na leitura, resumo e
comentário crítico de um livro ou texto.

Para proceder com uma boa resenha crítica é preciso aptidão com a linguagem escrita e afinidade
com o tema a ser comentado.

O bom resenhista deve apresentar em seu trabalho uma descrição minuciosa que compreende
certo número de fatos, ou seja, a apresentação do conteúdo de uma obra, começando pela leitura
e seguindo para o resumo, crítica e formulação de um conceito de valor do livro.

Além da interpretação pessoal de quem escreve, é possível inserir no texto opiniões de diversos
autores da comunidade científica e se estabelecer todo tipo de comparação com os enfoques,
métodos de investigação e formas de exposição de outros autores.

A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e gentil, sobre o assunto
tratado no livro ou artigo, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos
conhecimentos, novas teorias. O objetivo principal é apresentar uma síntese das ideias
fundamentais da obra.

O resenhista deverá resumir o assunto, apontar as falhas e os erros de informação encontrados e,


ao mesmo tempo, tecer elogios aos méritos da obra.

Quanto aos comentários críticos, tanto negativos como positivos é preciso ponderação, pois
mesmo tendo competência na matéria, isso não lhe dá o direito de fazer juízo de valor ou deturpar
as impressões do autor e impor a sua análise como a única verdade em questão.

FONTE MATERIAL: UFMT -PPGEEA

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