Resumo Michelly Metodologia Cientifica III

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Textos Científicos

Conteudista: Prof.ª Dra. Ana Bárbara Pederiva Scheer


Revisão Técnica: Prof.ª Dra. Priscila Bernardo Martins
Revisão Textual: Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Objetivos da Unidade:

Evidenciar a importância da documentação como método de estudo: fichamento, resumo,


resenha, artigos e seminários;

Apresentar as diretrizes para a leitura, análise e interpretação de textos.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
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ʪ Contextualização

A preparação planejada e metódica de um trabalho científico, tal como o que é exigido nos cursos de
graduação e pós-graduação, supõe uma sequência de etapas. As principais etapas para elaboração dos
trabalhos são: determinação e delimitação do tema, levantamento bibliográfico e de fontes primárias de
pesquisa acerca do tema, leitura e análise da documentação, construção lógica do trabalho e, finalmente,
redação do texto.

As fontes documentais ou fontes primárias, por exemplo, referem-se a documentos, escritos ou não, tais
como: documentos de arquivos públicos como jornais, entre outros.

Passamos, a seguir, a explicitar as principais etapas de um trabalho científico.


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ʪ Material Teórico

Etapas para a Elaboração de Trabalhos Científicos

A determinação e delimitação do tema


A determinação do assunto a ser tratado envolve a escolha e a delimitação do tema. A escolha do tema deve
estar vinculada a dois aspectos fundamentais: formação do pesquisador e sua prática cotidiana. As
vivências dos problemas no desempenho profissional diário ajudam a alcançar a clareza necessária ao
investigador na delimitação e resolução do problema (TRIVIÑOS, 1987, p. 93).

O tema delimitado facilita a pesquisa. A partir de uma visão clara do tema, sob determinada perspectiva, faz-
se a problematização. A formulação do problema, a hipótese ou questões de pesquisa a serem investigadas
devem ser redigidas com precisão e objetividade. Devemos ter maiores cuidados em relação a temas que já
foram objeto de outros estudos. Isso, no entanto, não deve impedir que um mesmo tema seja abordado por
vários estudiosos, desde que façam uso de diferentes enfoques, o que permitirá, ao invés de redundância,
alcançar conclusões inovadoras e complementares.

Levantamento bibliográfico e de fontes primárias 


As fontes documentais ou fontes primárias referem-se a documentos, escritos ou não, tais como:
documentos de arquivos públicos (jornais, documentos oficiais, dados estatísticos, dados históricos,
material cartográfico, entre outros) documentos de arquivos privados (diários, memoriais, cartas,
autobiografias e outros). As fontes bibliográficas ou secundárias abrangem todo o material que tenha sido
tornado público por um profissional ou pesquisador, que tenha analisado as fontes primárias de pesquisa. O
levantamento de fontes faz-se mediante consultas a catálogos e fichários de bibliotecas, sumários de
publicações, bancos de teses e dissertações, material de divulgações, material de divulgação de editoras,
listas bibliográficas constantes de livros e artigos ligados ao tema, programas de busca da Internet etc.
Levantando o material, faz-se necessária uma triagem, já que nem tudo será lido e estudado. Nesse ponto,
as resenhas são importantes por indicarem se o material é ou não útil ao desenvolvimento da pesquisa.
Quando não há resenhas disponíveis, deve-se procurar informações diretamente na obra: prefácios,
“orelhas”, sumários, passagens do texto etc. É no momento da triagem que se identifica aquele material, não
só o relevante, como também o mais adequado ao desenvolvimento do trabalho, deixando-se de lado obras
genéricas como enciclopédias, revistas não especializadas, livros didáticos, enfim, todo material que não
apresente um grau de complexidade compatível com o nível que o pesquisador pretende alcançar. Ao
contrário do que se pensa, não se deve pesquisar apenas em documentos recentes e atualizados. Uma
pesquisa científica deve ser iniciada a partir de referências antigas quando o assunto assim o ensejar. Os
livros, as revistas e jornais e mesmo a Internet podem ser fontes valiosas de informações relevantes na
pesquisa que se deseja realizar. São necessários dados quantitativos e qualitativos que possam validar os
fundamentos do estudo desejado.

Leitura e análise da documentação


De posse das informações obtidas mediante a busca, levantamento e leitura preliminar das fontes de
pesquisas, faz-se necessária a elaboração de um plano prévio do trabalho a ser desenvolvido. Trata-se de
um esboço traçado a partir das grandes linhas que estruturarão o estudo. Sendo provisório, esse plano
inicial, à medida que incorpora ganhos de leitura, sugestões de especialistas, dados de observação da
realidade, poderá sofrer reformulações mais ou menos profundas. Estabelecido o plano prévio, inicia-se a
leitura propriamente dita do material selecionado, leitura esta seguida de anotações: fichamentos, resumos,
resenhas e mesmo comentários pessoais, os quais devem ser classificados e arquivados tendo em vista a
redação do texto final.

A construção lógica do trabalho 


A construção lógica do trabalho é expressa mediante o encadeamento lógico das ideias, com o objetivo de
comunicar ao leitor todo o percurso do estudo e suas conclusões. Qualquer que seja sua natureza: resenha,
artigo, monografia etc., o trabalho científico deve-se constituir numa totalidade inteligível e organicamente
estruturado. Para tanto, é preciso que as seções do trabalho, os capítulos, os parágrafos, organizem-se de
modo coeso, numa sequência lógica, de modo que o leitor seja capaz de seguir o fio condutor do raciocínio.

Redação do texto
A redação de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atenção para evitar problemas de digitação,
problemas com pontuação, ortografia, concordância, ou incoerência dos dados apresentados, entre outros.
“ Nunca uma primeira redação pode ser dada como definitiva: é indispensável a redação

prévia das partes e outra redação global do trabalho. Esta redação deverá ser revista,
criticada, uma ou duas vezes, para que se possa considerá-la como definitiva.”

- ANDRADE, 2003, p. 89

É muito importante, no momento da redação final do trabalho, que o estudante (ou o pesquisador) tenha em
mãos dicionários, dicionários de sinônimos, manuais de redação, entre outros materiais, para evitar
problemas de ortografia e, também, a repetição constante de palavras. A formatação do trabalho científico
deverá seguir o padrão de normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. As
normas atualizadas da ABNT encontram-se na biblioteca da universidade.

A Elaboração de Trabalhos Científicos: Fichamento, Resumo, Resenha


e Artigo

Fichamento
O fichamento consiste em armazenar em fichas informações relevantes para a pesquisa. Ao conjunto de
fichas, denominamos arquivo. Esse trabalho pressupõe a anotação, que é um procedimento de seleção de
dados para futura utilização. Uma das principais características de uma anotação adequada é possibilitar a
redação. Dessa forma, elas não podem ser sintéticas demais, a ponto de serem incompreensíveis. Às
vezes, durante o estudo, queremos reduzir a informação e usamos códigos que não são lembrados
posteriormente, inviabilizando a escritura a partir deles. 

Em geral, as fichas compreendem: cabeçalho, corpo da ficha e referências bibliográficas. O cabeçalho


engloba título genérico ou específico e letra indicativa da sequência das fichas, caso seja utilizada mais de
uma. O corpo da ficha engloba as informações propriamente ditas. A referência equivale à indicação da
fonte bibliográfica do material, ou seja, a procedência do material. 
As clássicas fichas de cartolina têm perdido espaço para programas de computador que garantem
economia de trabalho e de tempo. A vantagem de se fichar o conteúdo em computador é a facilidade de
transposição delas para o texto. Basta digitar o dado a ser anotado para um arquivo de documento e copiá-lo
e colá-lo ao texto do pesquisador quando for conveniente.

Além disso, qualquer arquivo de documento pode ser impresso e catalogado como se fosse uma ficha
comum. Segundo Bastos e Keller (2000), os fichamentos podem ser:

Obra inteira: comentário de toda obra, de modo resumido, com as próprias palavras;

Tipo citação: resumo das ideias principais apresentadas no texto, utilizando transcrições fiéis,
literais que devem vir entre aspas e apresentar o número da página ao final da citação;

Tipo esboço ou sumário: apresenta as ideias principais de uma obra de forma sintética, mas
detalhada, o número das páginas onde se encontram tais informações deve ser indicado;

Vocabulário técnico: anotam-se definições, termos técnicos e conceitos.

Resumo
O resumo deve se limitar ao conteúdo do trabalho, sem qualquer julgamento de valor. Consiste na leitura e
síntese das ideias principais do texto com suas próprias palavras.

“ O resumo do texto é, na realidade, uma síntese das ideias e não das palavras do texto.

Não se trata de uma miniaturização do texto. Resumindo um texto com as próprias


palavras, o estudante mantém-se fiel às ideias do autor sintetizado.”

- SEVERINO, 2002, p. 131

No resumo não há crítica, pois tem a finalidade de apontar as ideias centrais do texto, os pontos relevantes.
Resenha
A resenha é a apresentação do conteúdo de uma obra (resumo), acompanhada de uma avaliação crítica.
Expõe-se claramente e com certos detalhes o conteúdo da obra, o propósito da obra e o método que segue
para, posteriormente, desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, do
método, de sua forma ou estilo e, se for o caso, da apresentação tipográfica, formulando um conceito do
livro. Para a elaboração do comentário crítico, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade
científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques,
métodos de investigação e formas de exposição de outros autores.

Artigo
 O artigo científico é um texto que discute ideias, técnicas, métodos e resultados de pesquisa nas diferentes
áreas do conhecimento. O objetivo principal dos artigos científicos é a divulgação do conhecimento.

Segundo Barbosa (2006, p. 33), o artigo científico tem a seguinte estrutura:


Título;

Nome(s) do(s) autor(es);

Resumo: parágrafo que sintetiza os objetivos pretendidos, a metodologia empregada e as


conclusões alcançadas no artigo;

Abstract: resumo em inglês;

Introdução: deve ser breve, tratando das intenções que motivaram a elaboração do artigo e da
metodologia da pesquisa que forneceu subsídios para a compreensão da temática;

Desenvolvimento: é uma argumentação na qual o autor pretende persuadir o leitor com base nos
fatos apresentados, na descrição dos elementos e na análise dos dados da pesquisa. Pode-se
dividir esta parte em itens para melhor expor as ideias;

Conclusão: é uma apresentação sucinta do que foi exposto, tecendo considerações, fazendo
inferências sobre as ideias básicas e expondo os resultados obtidos;
Referências: havendo citações de autores, deve-se indicar a bibliografia ao final.
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ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Vídeos  

Resenha Crítica

Resenha Crítica - Brasil Escola


Como fazer um bom fichamento?

Como fazer um bom chamento? - Brasil Escola

  Leitura  

Artigo Científico: formato ABNT

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ACESSE

Como escrever o resumo de um artigo para publicação

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ACESSE
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ʪ Referências

ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000. 

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2003. 

BARBOSA, D. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo: Expressão & Arte, 2006. 

BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000. 

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003. 

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1978. 

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 


KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991. MÁTTAR NETO, J. A.
Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002. 

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. SANTORO, M. I. Diretrizes para a
apresentação de dissertações e teses da Unicsul. São Paulo; SP: [s.n.], 2007. 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2002. 

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo:
Atlas, 1987.

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