Política e Organização Da Educação Básica I
Política e Organização Da Educação Básica I
Política e Organização Da Educação Básica I
Política e Organização
da Educação Básica
Estado é entendido pela noção clássica como sendo o “povo social e política e juridicamente
organizado, que, dispondo de uma estrutura administrativa, de um governo próprio, tem
soberania sobre determinado território” (HOUAISS, 2009, p. 341).
Não é só isso, dada a complexidade do termo e o sentido político que tem, o Estado foi
estudado por vários autores das mais diversas áreas do conhecimento.
Estado e seu conceito
O Estado pode ser compreendido como sendo: uma instituição organizada política, social e
juridicamente, que ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é a
Constituição (DE CICCO; GONZAGA, 2013, p. 25).
Segundo Bobbio (2007), os elementos do Estado são de ordem material e formal. Do ponto
de vista material, temos a população e o território; do ponto de vista formal, o governo.
Finalidade: segundo Dallari (1990, p. 56), “é o bem comum, ou seja, o conjunto de todas
as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral
da pessoa humana”.
Marxismo: Karl Marx realizou uma análise das sociedades capitalistas e levantou várias
questões que vieram a influenciar muitos pensadores depois dele, além de motivar várias
revoluções e movimentos sociais mundo afora. Entre suas ideias fundamentais está a
percepção de que a história da humanidade tem sido a história da luta de classes.
Após a ascensão da burguesia como classe dominante, o capitalismo tomou uma forma
sofisticada de dominação abrangendo a religião e o Estado, que, basicamente, agem em
favor das classes dominantes.
Estado: duas vertentes
Marx afirmou que “os filósofos interpretaram o mundo, mas chegou a hora de transformá-lo”.
E essa transformação seria justamente a destituição da burguesia por meio de uma
revolução do proletariado, que tomaria os meios de produção, fazendo surgir o socialismo
e, posteriormente, como fase final, o comunismo, quando então não existiriam mais
classes sociais.
Interatividade
Karl Marx e Adam Smith têm visões antagônicas em relação ao papel do Estado na
sociedade. Dentre as assertivas descritas, apenas uma corresponde à concepção
de Adam Smith. Identifique-a:
a) O proletariado seriam aqueles que, sem recursos ou riquezas, oferecem sua mão de
obra para produzir os bens e os serviços necessários à sociedade em troca do salário.
b) Os meios de produção pertencem à classe dominante (ou burguesia) que busca sempre o
acúmulo cada vez maior de capital.
c) A mais-valia, que seria a base da exploração capitalista, grosso modo, é a diferença entre o
custo de produção e o preço de venda do produto.
d) Se essas condições estiverem devidamente postas, o
mercado iria regular-se de forma espontânea, equilibrando os
preços dos produtos e gerando os bens e os serviços
necessários a todos os cidadãos por um preço justo.
e) Para conseguir um lucro cada vez maior, é necessário que o
proletariado trabalhe cada vez mais por um salário cada vez
menor, aumentando, assim, o lucro.
Resposta
Karl Marx e Adam Smith têm visões antagônicas em relação ao papel do Estado na
sociedade. Dentre as assertivas descritas, apenas uma corresponde à concepção
de Adam Smith. Identifique-a:
a) O proletariado seriam aqueles que, sem recursos ou riquezas, oferecem sua mão de
obra para produzir os bens e os serviços necessários à sociedade em troca do salário.
b) Os meios de produção pertencem à classe dominante (ou burguesia) que busca sempre o
acúmulo cada vez maior de capital.
c) A mais-valia, que seria a base da exploração capitalista, grosso modo, é a diferença entre o
custo de produção e o preço de venda do produto.
d) Se essas condições estiverem devidamente postas, o
mercado iria regular-se de forma espontânea, equilibrando os
preços dos produtos e gerando os bens e os serviços
necessários a todos os cidadãos por um preço justo.
e) Para conseguir um lucro cada vez maior, é necessário que o
proletariado trabalhe cada vez mais por um salário cada vez
menor, aumentando, assim, o lucro.
Governo
De acordo com o Novo Aurélio (FERREIRA,1999, p. 1000), governo refere-se ao: “ato ou
efeito de governar; administração, gestão, direção; e, ainda, administração superior,
ministério, poder executivo e também sistema político pelo qual se rege um país”.
Em outras palavras, o governo tem o papel de administrar o Estado, com a função executiva,
e, nesse sentido, caracteriza-se como uma das instituições que compõem o Estado:
o Poder Executivo.
Para entender melhor o sentido e as finalidades das políticas públicas, faz-se necessário
compreender o sentido de público.
Para Padilha (2001), há várias definições para política, mas o sentido que está mais presente
é o das ações e das relações humanas.
Não existe um conceito apenas, uma definição para a interpretação do conceito de políticas
públicas, pois ao longo das décadas esse conceito vem sendo ressignificado.
Políticas públicas
A definição instituída por Thomas Dye (1984) é sempre citada como aceitável quanto ao que
seria uma política pública, “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”.
A definição cunhada por Lasswell, anterior à de Dye é também muito utilizada, surge em
forma de provocação: quem ganha o que, por que e que diferença faz.
Essas questões orientariam o estudo do que, de fato, pode ser considerada uma política
pública, assim como daria um guia de orientação quanto às questões que necessitariam ser
respondidas para uma análise mais elaborada (AGUM, RISCADO, MENEZES, 2015, p. 15).
Cumpre destacar que nosso enfoque nesta disciplina recai sobre as políticas sociais, mais
precisamente, as políticas educacionais.
Conceito de políticas públicas
Os objetivos das políticas públicas estão voltados principalmente aos setores marginalizados
da sociedade, que são considerados vulneráveis.
Quanto aos impactos que podem causar nas relações sociais ou em seus beneficiários,
as políticas públicas podem ser: distributivas, quando distribuem benefícios individuais;
redistributivas, ao buscar equidade redistribuindo os benefícios entre os grupos sociais;
e regulatórias, ao definir regras e procedimentos para atender aos interesses gerais
da sociedade.
Interatividade
a) Dada a complexidade que está por trás do conceito de políticas públicas, existe um
conceito único criado com o advento da sociedade burguesa.
b) A definição de Thomas Dye (1984) é inaceitável porque uma política pública diz,
tão somente, ao que o governo escolhe fazer.
c) Uma política pública diz respeito, apenas, ao que o governo escolhe fazer para um grupo
social mais privilegiado.
d) A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em
que os governos democráticos traduzem seus propósitos e
plataformas eleitorais em programas e ações para produção
de resultados ou mudanças no mundo real.
e) O discurso em torno das políticas públicas está carente de
respostas teóricas ou metodológicas, uma vez que o campo
de estudo em questão comporta apenas o olhar do governo.
Resposta
a) Dada a complexidade que está por trás do conceito de políticas públicas, existe um
conceito único criado com o advento da sociedade burguesa.
b) A definição de Thomas Dye (1984) é inaceitável porque uma política pública diz,
tão somente, ao que o governo escolhe fazer.
c) Uma política pública diz respeito, apenas, ao que o governo escolhe fazer para um grupo
social mais privilegiado.
d) A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em
que os governos democráticos traduzem seus propósitos e
plataformas eleitorais em programas e ações para produção
de resultados ou mudanças no mundo real.
e) O discurso em torno das políticas públicas está carente de
respostas teóricas ou metodológicas, uma vez que o campo
de estudo em questão comporta apenas o olhar do governo.
Crise do Estado de Bem-Estar Social
Visão liberal: a visão da política liberal tem no liberalismo seus fundamentos, que se
traduzem no “conjunto de ideias e doutrinas que visam a assegurar a liberdade individual no
campo da política, da moral, da religião dentro da sociedade” (FERREIRA, 1999, p. 1.209).
Visão social-democrata: concebe uma política de atuação com benefícios sociais que visem
à proteção dos mais fracos, como uma maneira de dar igualdade de condições a todos,
em decorrência das diferenças econômicas promovidas pela sociedade capitalista.
Esse sistema cresce e leva a uma relativa distribuição de renda e ao reconhecimento de uma
série de direitos sociais.
Fundos públicos são constituídos e utilizados em investimentos em áreas estratégicas para o
desenvolvimento e em programas sociais, o que acarreta um controle político e burocrático
da vida dos cidadãos consumidores de bens públicos.
A partir da década de 1970, esse modelo entrou em crise, devido aos novos padrões
introduzidos pelas tecnologias nos processos de acumulação e nas relações de trabalho.
Essa situação levou à falência do Estado protetor e ao
agravamento da crise social, em virtude do esgotamento das
possibilidades de atendimento às necessidades crescentes da
população, gerando o burocratismo e a ineficiência do
aparelho governamental.
Visão neoliberal
Cada país tem seu processo de formulação de políticas públicas, e esses processos vêm se
tornando cada vez mais complexos.
As atividades do setor público são concebidas como improdutivas e como desperdício social.
Assim também é entendida a educação e sua função social, o que incide nas concepções do
papel da educação nos dias de hoje e nas políticas públicas na área educacional.
Crítica ao neoliberalismo
Considere o trecho: “apesar do discurso pelo livre mercado, é cada vez mais necessária a
intervenção política de instituições supranacionais, tais como o FMI e o Banco Mundial,
voltadas para evitar os cataclismos financeiros intrínsecos à ordem da globalização sob a égide
do capital” (ALVES, 1998, p. 118). Esse pensamento está atrelado à visão:
a) Marxista.
b) Neoliberal.
c) Social-democrata.
d) Liberal.
e) Comunista.
Resposta
Considere o trecho: “apesar do discurso pelo livre mercado, é cada vez mais necessária a
intervenção política de instituições supranacionais, tais como o FMI e o Banco Mundial,
voltadas para evitar os cataclismos financeiros intrínsecos à ordem da globalização sob a égide
do capital” (ALVES, 1998, p. 118). Esse pensamento está atrelado à visão:
a) Marxista.
b) Neoliberal.
c) Social-democrata.
d) Liberal.
e) Comunista.
Legislação educacional: princípios e fins da educação
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996).
Princípios orientadores para se ministrar o ensino
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
O direito à educação e o dever do Estado estão previstos no art. 4º, da LDB 9.394/1996.
Esse direito é manifestado mediante inúmeras garantias como educação básica obrigatória e
gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, ou oferta vaga na escola pública
de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental mais próxima de sua residência a toda
criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade (BRASIL, 1996),
por exemplo.
Esse artigo da LDB determina quais são os deveres do Estado na oferta da educação
escolar pública, por meio de dez incisos.
Sete de seus incisos estão apresentados no art. 208 da
Constituição Federal e seus três parágrafos finais estão
contemplados em outras partes da Lei nº 9.394/96.
Educação como direito público subjetivo
Art. 5º. O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer
cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de
classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público
para exigi-lo.
Interatividade
Escolha a alternativa que não corresponde a uma garantia de direito à educação, bem como
um dever do Estado.
a) Educação Infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade.
b) Acesso público e gratuito aos Ensinos Fundamental e Médio para todos os que não os
concluíram na idade própria.
c) Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.
d) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um.
e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino com vistas
a formar uma elite pensante e responsável pela
educação nacional.
Resposta
Escolha a alternativa que não corresponde a uma garantia de direito à educação, bem como
um dever do Estado.
a) Educação Infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade.
b) Acesso público e gratuito aos Ensinos Fundamental e Médio para todos os que não os
concluíram na idade própria.
c) Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando.
d) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um.
e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino com vistas
a formar uma elite pensante e responsável pela
educação nacional.
Referências
AGUM, R.; RISCADO, P.; MENEZES, M. Políticas públicas: conceitos e análises em revisão.
Revista Agenda Política, vol.3 – n.2 jul. Dez. 2015.
ALVES, G. Nova ofensiva do capital, crise do sindicalismo e as perspectivas do trabalho. In:
TEIXEIRA, F; OLIVEIRA, M. (Orgs.). Neoliberalismo e reestruturação produtiva: as novas
determinações do mundo do trabalho. São Paulo, SP: Cortez, 1998.
BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. 14. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2007.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, 1996.
DALLARI, D. O Poder Judiciário e a filosofia jurídica na nova
Constituição. In: CHIARELLI, C. A. O Poder Judiciário e a nova
Constituição. São Paulo: Lex, 1990. p. 9-23.
Referências
DYE, Thomas D. Understanding Public Policy. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall. 1984.
DE CICCO, C., GONZAGA, A. A. Teoria Geral do Estado e ciência política. 3. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2013.
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
HOUAISS, A. Novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2009.
KELSEN, H. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São
Paulo: Companhia Melhoramentos, 2009.
MIRANDA, P. Tratado do Direito Privado. Atualizado por Vilson
Rodrigues Alves. Campinas: Bookseller, 2004. v. 49.
PADILHA, P. R. Planejamento dialógico: como construir o projeto
político-pedagógico da escola. In: INSTITUTO PAULO FREIRE.
Guia da escola cidadã. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire,
2001. v. 7.
Referências