Treinamento Janeiro - 2018

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Treinamento mês janeiro de 2018.

“Suporte básico de vida”

A prova será no dia 28 e 29 de janeiro de


2018.

A leitura do Protocolo de Suporte Básico de Vida do Ministério da Saúde - 2016 é


indispensável para a complementação do conteúdo. A carga horária total de
treinamento será de 30 horas e fará jus ao certificado as profissionais técnicas em
Enfermagem que tiverem nota média de 70% ou mais na avaliação teórica e não
faltar no dia do treinamento prático, ainda a ser determinada data e avisada com
antecedência. A não participação do treinamento prático implicará em não
concessão do certificado, exceto em casos justificáveis. A participação em ações de
educação continuada é compulsória e um dever do profissional de Enfermagem
previsto do Código de deontologia do mesmo (Resolução 564 de 2017).

Conteúdo Programático:

 Cena segura e biossegurança


 OVACE – obstrução de vias aéreas por corpo estranho
 Parada cardiorrespiratória (PCR) e Reanimação cardiopulmonar
 Choque
 AVC

CENA SEGURA E BIOSSEGURANÇA


Antes de iniciar o atendimento ao paciente, o profissional sempre deve prezar pela
segurança própria e das demais pessoas envolvidas ou ao redor do acidente.
Para isso utilize a técnica dos 3S para garantir a cena segura de atendimento:

Qual é a situação?
O que aconteceu? Onde aconteceu?
Quantas pessoas estão envolvidas?
Quais os riscos relacionados ao ambiente? (energia elétrica,
água, animais peçonhentos, fogo etc...)
Quais os riscos relacionados ao atendimento direto ao
paciente? (agressividade, fluidos corporais, intoxicação por metais pesados,
radiação etc...)
Evolução da situação?
Fios energizados e soltos? Choque elétrico?;
Explosão?
Intoxicação por fumaça?
Colapso de estruturas?
Paciente agressivo pode oferecer risco a si e as demais pessoas?
Vazamento de produtos?
Aumento do número de pacientes?
Como controlar a situação?
Chamar a equipe de apoio necessária: SAMU, Bombeiros, Polícia, Celesc
Etc...

Providenciar as ações emergenciais para garantir segurança: Usar extintor


de incêndio em caso de fogo, desligar a chave de energia em caso de choque
elétrico, afastar as demais pessoas em caso de porte de armas ou agressividade
etc...

A avaliação deve ser rápida e freqüente, pois os cenários mudam


constantemente.

Biossegurança
Após a avaliação do cenário é imprescindível as ações que visem garantir
segurança às pessoas e ao meio ambiente. As ações destinadas a prevenir,
controlar, ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou
comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente são
denominadas de biossegurança.
Durante o atendimento:
• Utilizar EPI obrigatório:
• calçado fechado impermeável apropriado;
• luvas de procedimento;
• óculos de proteção se necessário;
• máscara facial se necessário;
• manter unhas curtas e limpas;
• manter cabelos presos;
• não utilizar adornos;
• trocar as luvas durante o atendimento caso exista contato com materiais com alta
concentração de microorganismos (exemplo, material fecal) ou em caso de
realização de procedimentos invasivos diferentes em um mesmo paciente;

• com as mãos enluvadas, evitar tocar em maçanetas, puxadores, telefones e outros


e, caso ocorra, garantir a realização da limpeza concorrente desses itens ao final do
atendimento.
Pós-atendimento
• Higiene pessoal:
• lavar cuidadosamente as mãos e antebraços, com água e sabão após a retirada
das luvas;
• trocar o uniforme sempre que este estiver úmido ou receber respingos de fluídos
corporais de um paciente.
• Descartar adequadamente os materiais utilizados durante o atendimento e realizar
a limpeza concorrente do ambiente.

OVACE – Obstrução das vias aéreas por corpo estranho


O que é
Obstrução das vias aéreas superiores por engasgo. Corpo estranho refere-se a
qualquer objeto que esteja impedindo a troca gasosa do indivíduo com o ambiente.

obstrução leve: Paciente capaz de responder se está engasgado. Consegue tossir,


falar e respirar.
• não realizar manobras de desobstrução (não interferir);
• acalmar o paciente;
• incentivar tosse vigorosa;
• monitorar saturação de oxigênio;
• observar atenta e constantemente até o paciente desengasgar ou tornar se grave.
• obstrução grave: Paciente consciente e que não consegue falar. Pode não
respirar ou apresentar respiração ruidosa, tosse silenciosa e/ou inconsciência.
Acionar imediatamente serviço de emergência;

Executar a manobra de Heimlich:


• posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca;
• posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede
abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical;
• com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em
movimentos rápidos, direcionados para dentro e pra cima (em j);
• repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo.

Em paciente irresponsivo:
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;
• Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível
e alcançável (com dedos ou pinça);
• Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o tórax não
expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente;
• Diante da ausência de pulso executar compressões torácicas com objetivo de
remoção do corpo estranho;

Repetir os passos anteriores até a chegada do transporte especializado;

PARADA RESPIRATÓRIA - PR
Paciente que não responde à estímulos, respiração dificultosa ou ausente, com
pulso central palpável.

Conduta:
Checar responsividade (tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta) e checar
a presença de respiração.
Se não responsivo e respiração ausente ou gasping, posicionar o paciente em
decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca.
Solicitar ajuda e chamar samu.
Checar pulso central (carotídeo) em 10 segundos.
se pulso presente:
• abrir via aérea e aplicar 1 insuflação com ambu manual;
• a insuflação de boa qualidade deve ser de 1 segundo e obter visível elevação do
tórax. Considerar a escolha da manobra manual segundo a presença de trauma;
• na persistência da PR, realizar 1 insuflação de boa qualidade a cada 5 a 6
segundos (10 a 12/min);
• verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. Na ausência de pulso, iniciar
ressucitação cardiopulmonar com compressões torácicas eficientes.

Se pulso ausente:

• iniciar RCP com compressões torácicas e duas ventilações após 30 compressões.


Se a parada respiratória for em decorrência de OVACE, seguir procedimentos para
tentativa de desobstrução das vias aéreas. Manter até a chegada do socorro
especializado ou quando houver sinais de retorno (tosse, movimento ou respiração).

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA - PCR

Paciente inconsciente, não responsivo, respiração ausente ou em gasping, sem


pulso central palpável
1ª etapa: 3 sinais: ouvir, ver e sentir.
Verificar resposta do paciente: Chamar pelo nome tocando no paciente;
• verificar a respiração e o pulso simultaneamente. Atenção: Checar pulso central
(carotídeo) em até 10 segundos.
2ª etapa – solicitar ajuda:
Solicitar que segunda pessoa Ligue mediatamente para o SAMU informando
ocorrência de PCR;
3ª etapa:
Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca.
Iniciar RCP pelas compressões torácicas, mantendo ciclos de:
30 compressões eficientes (profissional lateralizado ao paciente, mãos entrelaçadas;
2 cm acima do apêndice xifoide);
• Deprimir o tórax em pelo menos 5 cm (sem exceder 6 cm) e permitir o completo
retorno entre as compressões;
• Manter frequência de compressões em 100 a 120 compressões/min;
Duas insuflações eficientes (de 1 segundo cada e com visível elevação do tórax)
com ambu manual;
• Alternar os profissionais que aplicam as compressões a cada 2 min ou 5 ciclos de
30 compressões;
• Minimizar as interrupções das compressões.
Manter os ciclos de RCP e avaliação do ritmo até:
• A chegada do SAMU ou o paciente apresentar sinais de circulação (respiração,
tosse e/ou movimento);
O paciente deve ser reavaliado a cada 5 ciclos de 30 compressões ou a cada 2
minutos no momento da ventilação;
Se retorno à circulação espontânea, interromper RCP e monitorar paciente até
chegada de socorro especializado.

Decisão de não Reanimação:


Sinais de morte evidente: rigidez cadavérica, livores de hipóstase, decapitação,
carbonização;
Após a constatação de óbito pelo médico no local, orientar os familiares quanto aos
procedimentos formais e legais.

CHOQUE
Estado agudo que compromete o aporte de oxigênio na corrente sanguínea e
consequentemente, coloca em risco a vida do paciente se não revertido a tempo.
Condição extremamente grave caracterizado por queda da pressão arterial e
circulação do sangue, comprometendo todos os órgãos do corpo.
Principais etiologias do choque. Fonte: Internet.
Conduta:
Ligar imediatamente para serviço de emergência.
Realizar avaliação primária do paciente com ênfase para:
• avaliar responsividade e o nível de consciência;
• manter via aérea pérvia;
• se suspeita de trauma, não movimentar a vítima e procurar estabilização da
cervical;
• identificar e controlar sangramentos, se pertinente (considerar compressão,
torniquete, imobilização de pelve e membros, se necessário).
• monitorar oximetria de pulso e sinais vitais;
• realizar a prevenção de hipotermia: aquecer o paciente com cobertor até chegada
do socorro;
Sinais de Choque
Temperatura da pele Fria, úmida, pegajosa
Coloração pele Pálida ou cianótica
Pressão arterial Diminuída (PAS < 90 mmHg)
Nível de consciência Alterado
Enchimento capilar > 2 seg
Frequência cardíaca Aumentada (> 100 bpm)
Frequência respiratória Alterada (< 8 ou > 28 mrm)
Dor prolongada, localizada nas regiões retroesternal, epigástrica, abdominal alta ou
precordial, com irradiação para dorso, pescoço, ombro, mandíbula e membros
superiores, principalmente o esquerdo.
Características da dor: opressiva, “em aperto”, contínua, com duração de vários
minutos, podendo ser acompanhada de náuseas e vômitos, sudorese fria, dispneia,
sensação de morte iminente, ansiedade;

CRISE HIPERTENSIVA
Aumento da pressão arterial com risco de morte ou de lesão de órgãos-alvo
(cérebro, coração, rins e vasos sanguíneos);
Divide-se em urgência ou emergência hipertensiva.
• urgência hipertensiva: importante elevação da pressão arterial (em geral PA
diastólica ≥ 120 mmHg), sem sintomas graves e sem risco imediato à vida ou de
dano agudo a órgãos-alvo (cérebro, coração, pulmões e rins) ou comprometimento
vascular, mas que pode evoluir para complicações graves.
• emergência hipertensiva: quando existe evidente dano agudo e progressivo
vascular e de órgãos-alvo, com rápida descompensação da função de órgãos vitais
e com risco iminente de morte ou de lesão orgânica irreversível, demandando início
imediato da redução dos níveis pressóricos. Inclui os quadros de: encefalopatia
hipertensa, AVC, complicações cardiovasculares (IAM, angina instável com dor,
falência de ventrículo esquerdo, dissecção de aorta, edema agudo de pulmão),
falência renal.
Conduta:
• Chamar o serviço de emergência;
• colocar o paciente em repouso e procurar tranquilizá-lo;
• aumentar a ingesta hídrica;
• repetir a mensuração dos níveis pressóricos.
• monitorizar oximetria de pulso e sinais vitais;
AVC – Acidente Vascular Cerebral
Início súbito de déficits neurológicos focais, especialmente de um lado do corpo:
• paresia, paralisia ou perda de expressão facial e/ou desvio de rima labial; e
• paresia, plegia e/ou parestesia.
• distúrbios da fala.
• alteração da consciência: de confusão a completa inconsciencia
• ocorrência de crise convulsiva (primeiro episódio) sem história prévia de trauma ou
episódio anterior.
• cefaleia súbita e intensa sem causa conhecida.
• alteração visual súbita (parcial ou completa).
• vertigem ou perda do equilíbrio ou da coordenação motora.
• dificuldade súbita para deambular.
Observações:
• Escala pré-hospitalar de AVC de Cincinnati, - a presença de anormalidade em um
dos parâmetros avaliados leva a 72% de probabilidade de ocorrência de um AVC.
Na presença de anormalidade nos 3 parâmetros, a probabilidade é superior a 85%.

• O horário do início dos sintomas é o último momento que o paciente foi


visto sem sinais e sintomas neurológicos. No caso do início dos sintomas serem
observados ao acordar,será considerado o último momento em que o paciente foi
visto sem sintomas, antes de dormir.
Conduta:
• Ligar imediatamente para o serviço de emergência;
• manter a permeabilidade das vias aéreas e a ventilação adequada;
• manter decúbito elevado – se consciente;
• manter decúbito lateral em caso de paciente inconsciente;
• aferir a temperatura corporal;
• monitorar PA e oximetria de pulso;
• mensurar a glicemia capilar;
• determinar a hora do início dos sintomas e manter essas informações anotadas
para passar ao serviço de emergência;

REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de
Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/outubro/26/livro-basico-2016.pdf.
Acesso em 04 jan 2018.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica :
diabetes mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. Disponível em
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_36.pdf. Acesso em
05 jan 2018.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf. Acesso em
02 jan 2018.

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