Excelentíssimo (A) Senhor (A) Doutor (A) Da Vara Da Fazenda Pública Da Comarca de Sao Vicente /SP

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MATHEUS BOLONHEZI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado
em 17/10/2024 às 06:54 , sob o número 10135135720248260590.

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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013513-57.2024.8.26.0590 e código Yue6Kub9.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DA VARA DA FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA DE SAO VICENTE /SP.
SÉFORAH GRUSIECKI DE LIMA NÓBREGA, brasileira, casada,

coordenadora pedagógica, portadora do RG 18.185.405-3 e CPF - 053.061.998.95,
residente domiciliada na Rua Nabuco de Araújo, 177, bairro Embaré, Santos, São
Paulo, endereço eletrônico seforahnobrega@hotmail.com e telefone 13-
996282744, por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa),
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

INAUDITA ALTERA PARS E JUSTIÇA GRATUITA
Em face do ato do Senhor Prefeito Kayo Felype Nachtajler Amado,

Prefeito do MUNICIPIO DE SAO VICENTE (PREFEITURA MUNICIPAL),
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº 08.308.470/0001-29, com
endereço na Rua Frei Gaspar, Nº 384 - Centro - São Vicente - SP CEP: 11310-900,
pelas razões de fato e direito a seguir aduzidos:
I - DA JUSTIÇA GRATUITA
A Impetrante não possui condições financeiras de arcar com as custas pro-

cessuais e demais despesas do presente processo sem que isso comprometa seu
sustento e de sua família, motivo pelo qual faz jus à concessão do benefício da
Justiça Gratuita, conforme estabelece o art. 98 do Código de Processo Civil de
2015.
Avenida Ana Rita, 1649, Uvaranas, Ponta Grossa – CEP: 84026-000. Fone: (42) 9.9137-0635
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MATHEUS BOLONHEZI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 17/10/2024 às 06:54 , sob o número 10135135720248260590.
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O referido artigo preconiza que: "A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e
os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei."
A Impetrante, como profissional liberal e único responsável pelo sustento

de seu lar, não dispõe de condições para arcar com as custas processuais e hono-
rários advocatícios sem prejudicar o seu sustento e o de sua família, conforme
declaração anexa.
Nesse sentido, a Impetrante requer a concessão do benefício da Justiça

Gratuita, nos termos do art. 99, § 3º, do CPC/2015, que determina que a simples
afirmação de insuficiência de recursos feita pela pessoa natural é suficiente para
a obtenção da gratuidade, salvo prova em contrário.
Destaca-se que a negativa do benefício da Justiça Gratuita, além de preju-

dicar o acesso ao Judiciário, comprometeria os direitos fundamentais do Impe-
trante, como o direito à ampla defesa e ao contraditório, consagrados no art. 5º,
inciso XXXV, da Constituição Federal.
II – DA TEMPESTIVIDADE
A tempestividade é um requisito fundamental para a impetração de um

Mandado de Segurança, uma vez que ele está sujeito a um prazo decadencial. O
prazo para impetrar o Mandado de Segurança é de 120 dias, conforme previsto
no art. 23 da Lei 12.016/2009, contados a partir da ciência do ato coator.
Diante disso, se o ato coator ocorreu em 10/10/2024, o prazo de 120 dias

para impetração do Mandado de Segurança se encerraria em 07/02/2025.
Portanto, tempestivo.
III - DOS FATOS
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A Impetrante, Servidora Pública Municipal a longa data, atualmente no
cargo de coordenadora pedagógica, tomou conhecimento do processo seletivo
disponibilizado no Edital nº 01/2023.
O Processo Seletivo destina-se à seleção de servidores

municipais integrantes do quadro de cargos e/ou empregos
públicos permanentes do Magistério Municipal, para o
preenchimento das vagas e formação de cadastro reserva
destinado ao provimento das vagas conforme tabela abaixo,
durante o prazo de vigência do presente certame, que serão
providas de acordo com a Lei Complementar Municipal nº
806/15 e nº 1086/2022.
Desta forma, inscreveu-se para o cargo de Diretor De Escola. De acordo

com o Edital, os requisitos são:
Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Pedagógico na

Rede efetivo da Rede Municipal de Ensino de SÃO VICENTE, ter
Licenciatura Plena em Pedagogia ou Pós-Graduação na Área de
Gestão, ter experiência mínima de 8 (oito) anos no Magistério; ter
3 (três) de efetivo exercício no cardo de assistente de direção ou
coordenador pedagógico, ou em funções do magistério público
municipal, ou em afastamentos legais amparador por Lei ser
aprovado em Processo Seletivo de Promoção de Provas e Títulos.
A Impetrante obteve êxito em todas as etapas do processo seletivo para

promoção, referente ao Processo 24/25. No entanto, ao comparecer no dia 10 de
outubro de 2024 para tomar posse do cargo, foi surpreendida com a notícia de
que estaria impedida para a nomeação, sem que lhe fosse apresentado qualquer
motivo para a negativa.
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Diante dessa situação, a Impetrante, inconformada, protocolou um reque-
rimento solicitando esclarecimentos por escrito sobre os motivos que fundamen-
taram a decisão, o qual, até o presente momento, permanece sem resposta.
É importante destacar que, desde o ano de 2015, a Impetrante tem sido

designada para ocupar cargos de Diretora de Escola e Coordenadora Pedagógica,
conforme registrado no seu Relatório de Vida Funcional. Acredita-se que a ex-
clusão no processo tenha ocorrido em razão de afastamentos médicos, uma vez
que, durante a pandemia, a Impetrante, por ser do grupo de risco, foi autorizada
a trabalhar remotamente, e, devido ao stress gerado diante da situação pandê-
mica vivenciada, aliado a alta pressão no ambiente de trabalho, passou por um
período de afastamento, por motivos de saúde psiquiatra, tudo, devidamente
comprovado, e, de conhecimento da Impetrada.
Os afastamentos foram por licença médica, amparado pelos CIDs F.32 e

F.41.2, relacionados a transtornos psíquicos. Mesmo com essas ausências, a Im-
petrante continuou exercendo as funções de Diretora de Escola e Coordenadora
Pedagógica.
Ressalta-se que sua primeira designação para o cargo de Coordenadora

Pedagógica ocorreu em 2015, conforme Portaria nº 343 – SEAD.
O Edital do processo seletivo exige que o candidato comprove "ter 3 (três)

anos de efetivo exercício no cargo de assistente de direção ou coordenador pe-
dagógico, ou em funções do magistério público municipal, ou em afastamentos
legais amparados por Lei", além de ser aprovado no Processo Seletivo de Provas
e Títulos.
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Ressalta-se que a Impetrante foi afastada por motivos de saúde psíquica
decorrente das atividades desempenhadas, sendo considerada doença ocupacio-
nal. Portanto, o período de afastamento não pode ser desconsiderado para fins
de contagem do tempo de efetivo exercício, uma vez que foi devidamente am-
parado pela legislação.
Ademais, diante da ausência de justificativa que fundamentou a exclusão

da Impetrante, bem como das possíveis suspeitas sobre o motivo pelo qual a ne-
gativa ocorreu, não resta outra alternativa senão o ingresso da presente ação, com
o intuito de sanar as irregularidades cometidas contra a Impetrante.
IV - DO DIREITO
a) Da Ausência de Motivação do Ato Administrativo
A ausência de motivação no ato administrativo que culminou na exclusão

da Impetrante fere os princípios da legalidade, impessoalidade, transparência e
motivação, previstos na Constituição Federal e no Direito Administrativo.
Segundo o princípio da motivação, todo ato administrativo que afete direitos
deve ser devidamente fundamentado, a fim de permitir o controle de sua
legalidade e de garantir ao administrado o direito à ampla defesa e ao
contraditório.
Conforme ensina a doutrina:
"A motivação é a exposição dos fundamentos que levaram a

Administração a praticar determinado ato, oferecendo ao
administrado a possibilidade de conhecê-los para, se for o caso,
impugná-los. A ausência de motivação ou uma motivação
inidônea é causa de invalidação do ato administrativo"
(CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo. 34ª edição, 2021, p. 86).
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Além disso, a jurisprudência atual é firme em exigir a motivação adequada
para atos administrativos que afetam direitos. O Supremo Tribunal Federal (STF)
já se posicionou de forma clara:
"O ato administrativo, sobretudo quando envolve a supressão de

direitos ou a imposição de deveres, deve ser devidamente
motivado. A ausência de motivação configura vício insanável,
que torna o ato nulo por violação aos princípios da legalidade e
da publicidade". (STF - MS 33.340/DF, Relator(a): Min. DIAS
TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 10/08/2022).
No presente caso, a Impetrante foi surpreendida com a negativa de sua

posse no cargo, sem que lhe fosse fornecido qualquer motivo concreto ou
justificativa formal. Essa falta de clareza gera insegurança jurídica e inviabiliza a
defesa da Impetrante, uma vez que lhe foi negada a oportunidade de conhecer as
razões que levaram à sua exclusão do processo de promoção.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também possui jurisprudência que

reforça a necessidade de motivação clara e suficiente nos atos administrativos:
"O princípio da motivação impõe à Administração Pública o

dever de explicitar, de forma clara e objetiva, os fundamentos
fáticos e jurídicos que embasaram suas decisões, sob pena de
nulidade do ato praticado". (STJ - AgInt no RMS 63.888/RS, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma,
julgado em 12/04/2022).
A falta de resposta ao requerimento formulado pela Impetrante, no qual

solicitava informações acerca dos motivos do ato, reforça o caráter arbitrário da
decisão. A Administração Pública tem o dever de agir conforme os princípios
constitucionais da boa-fé e eficiência, que exigem transparência e respeito aos
direitos dos administrados.
Conforme o renomado doutrinador Hely Lopes Meirelles:
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"A motivação é a exteriorização do motivo, que legitima o ato e
permite o seu controle. A ausência de motivação ou a
apresentação de motivos inexistentes ou falsos constitui vício de
legalidade do ato, passível de invalidação". (MEIRELLES, Hely
Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 48ª edição, 2023, p.
185).
Dessa forma, a ausência de motivação no ato que impediu a Impetrante

viola diretamente a legislação vigente e os princípios norteadores da
Administração Pública, exigindo a revisão desse ato a fim de corrigir as
irregularidades cometidas.
b) Da Comprovação Do Requisito Dos Três Anos De Efetivo Exercício
Primeiramente, as faz importante mencionar os requisitos para a investi-

dura no cargo.
Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Pedagógico na Rede

efetivo da Rede Municipal de Ensino de SÃO VICENTE, ter
Licenciatura Plena em Pedagogia ou Pós-Graduação na Área de
Gestão, ter experiência mínima de 8 (oito) anos no Magistério; ter 3
(três) anos de efetivo exercício no cardo de assistente de direção ou
coordenador pedagógico, ou em funções do magistério público
municipal, ou em afastamentos legais amparador por Lei ser
aprovado em Processo Seletivo de Promoção de Provas e Títulos.
Primeiro requisito: Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Peda-

gógico. A Impetrante é Coordenadora pedagógica.
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Segundo item: ter 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo de assistente
de direção ou coordenador pedagógico, ou em funções do magistério público
municipal, ou em afastamentos legais amparador por Lei ser aprovado em
Processo Seletivo de Promoção de Provas e Títulos.
É relevante frisar que, de acordo com os termos do edital, os requisitos

para comprovação do tempo de efetivo exercício indicam diversas opções que
podem ser atendidas pelo candidato.
Cada vez que o edital emprega a conjunção “ou”, surge uma nova possi-
bilidade de cumprimento do requisito. Assim, cabe à Impetrante escolher a opção
que melhor se adéqua à sua situação.
Assim, facilmente, verifica-se a existência de três possibilidades para pre-
enchimento do requisito. Sendo elas:
1) Cargo de assistente de direção ou coordenador pedagógico;

2) Ou em funções do magistério público municipal;
3) Ou em afastamentos legais amparador por Lei ser aprovado
em Processo Seletivo de Promoção de Provas e Títulos
No presente caso, a Impetrante cumpre ao menos umas opção, já que de-

sempenhou a função do magistério público municipal.
b) Do período em que esteve afastada por motivos de saúde
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Ademais, destaca-se ainda, os artigos 109 e 111 do Estatuto Dos Funcioná-
rios Públicos Do Município De São Vicente.
Art. 109. Serão considerados de efetivo exercício os dias em que o

funcionário estiver afastado do serviço em virtude de:
VIII - Licença por haver sido acidentado em serviço ou atacado de do-
ença profissional;
Art. 111. Serão contados para todos os efeitos:

I - Simplesmente:
a) os dias de efetivo exercício;
b) o tempo de serviço prestado ao Município de São Vicente, as suas
autarquias e entidades paraestatais, qualquer que haja sido a forma de
nomeação ou admissão do funcionário, desde que pago pelos cofres
públicos;
Neste viés, ao analisar Relatório de Vida Funcional da Impetrante,

observa-se que desde o ano de 2015, a mesma é designada para ocupar cargos de
Diretora de Escola e Coordenadora Pedagógica.
1) Portaria nº 343-SEAD - 2015 - Coordenador pedagógico;

2) Portaria nº 133/2017 - SEAD - Cargo de Diretor de Escola;
3) Portaria nº 192/2018 - SEAD - Coordenador pedagógico;
4) Portaria nº 235/2019 - SEAD - Coordenador pedagógico;
5) Processo PA 31847/20 - Afastamento Covid-19.
6) Portaria nº 100 - SEAD - Coordenador pedagógico;
7) Processo PA 19938/21 - Afastamento Covid-19.
8) Portaria nº 048/SEGES/2024 - Diretora de Escola
Nota-se que, por inúmeras vezes e ao longo de vários anos, a Impetrante

sempre esteve designada para as funções de Diretora de Escola ou Coordenadora
Pedagógica, demonstrando sua competência e experiência nessas funções.
A Impetrante teve dois períodos de afastamento em decorrência da Covid-

19, por pertencer ao grupo de risco, conforme autorização da Administração
fls. 10
Pública, onde desempenhou suas atividades de forma remota – teletrabalho
Decreto 5192-A.
Além disso, outro afastamento se deu por motivo de saúde, amparado

pelos CIDs F.32 e F.41.2, relacionados a transtornos psíquicos, também
devidamente comprovados por atestado médico.
Destaca-se que, a Impetrante veio a ser acometida pela instabilidade

psíquica, a qual levou o seu afastamento do cargo público. Todo este período de
tratamento foi devidamente reconhecido pela Impetrante, conforme Relatório de
Vida Funcional.
Ainda, é possível observar que, no print do documento, o Dr. descreve as

limitação:
Em função se sua atividade/função no Serviço Público
Municipal, como coordenadora de escola, onde tem como objeto
de trabalho como lidar com professores e alunos, neste
momento, não é indicado.
[...]
Sugiro o afastamento de suas funções a critério do Sr. Médico
Perito, mostrando neste momento sem condições de exercer
suas atividades laborativas.
fls. 11
Com este atestado em mãos, a Impetrante passou por avaliação do médico
perito, o qual, também determinou o afastamento. Desta forma, ao observar o
relatório de vida funcional da Impetrante, consta a expressão “licença médica”:
Diante do exposto alhures, convém, relacionar o posicionamento adotado

pelos Tribunais Brasileiros, no que se refere a contagem do tempo de para
promoção, progressão, aposentadoria, e etc.
1. STF - RE 583.834/SC - Repercussão Geral

Ementa: No julgamento deste Recurso Extraordinário com
repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que
o tempo de afastamento por motivo de auxílio-doença
acidentário (doença relacionada ao trabalho) deve ser contado
para todos os efeitos, inclusive aposentadoria e progressão de
carreira. A decisão fixou o entendimento de que o período de
afastamento por auxílio-doença acidentário é considerado como
tempo de contribuição.
Precedente: "O tempo de afastamento por motivo de auxílio-
doença acidentário deve ser computado como tempo de efetivo
exercício, para todos os fins, inclusive para fins de
aposentadoria especial."
2. TST - E-ED-RR-703-86.2012.5.15.0007
fls. 12
Ementa: O Tribunal Superior do Trabalho (TST) reforça que o
período de afastamento em virtude de doença ocupacional ou
acidente de trabalho, quando recebendo auxílio-doença
acidentário, é considerado como tempo de serviço. O tempo
afastado deve ser contado para fins de concessão de benefícios
trabalhistas, como férias e 13º salário.
Precedente: "O tempo de afastamento decorrente de acidente de
trabalho ou doença ocupacional deve ser computado como de
efetivo exercício do contrato de trabalho, para fins de contagem
de tempo de serviço e concessão de vantagens."
3. STJ - RESP 1.797.218/SP

Ementa: No Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão sobre
um Recurso Especial, foi decidido que o tempo de afastamento
por auxílio-doença acidentário deve ser computado como tempo
de contribuição para a aposentadoria, tanto no regime geral
quanto no regime próprio de previdência.
Precedente: "O tempo de afastamento em razão de doença do
trabalho (auxílio-doença acidentário) deve ser contado como
tempo de efetivo exercício para aposentadoria."
4. TST - RR-114800-75.2008.5.01.0006
Ementa: No TST, em relação à contagem do tempo de serviço
durante o afastamento por doença relacionada ao trabalho,
decidiu-se que a ausência do trabalhador por este motivo não
pode prejudicá-lo na aquisição de direitos, como a progressão de
carreira e concessão de benefícios.
Precedente: "Afastamento por doença ocupacional é
considerado tempo de serviço efetivo, sendo garantido ao
trabalhador o direito à progressão na carreira e à contagem para
fins de benefícios legais."
5. Súmula 440 do TST
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Ementa: A súmula 440 do TST estabelece que o empregado
afastado em decorrência de acidente de trabalho ou doença
ocupacional tem direito à estabilidade provisória e o período de
afastamento deve ser considerado como de efetivo exercício do
contrato de trabalho.
Súmula: "Garante-se ao empregado o direito à estabilidade
provisória quando afastado em decorrência de acidente de
trabalho ou doença ocupacional, e o período de afastamento
será considerado como de efetivo exercício do contrato de
trabalho."
Logo, evidente que no caso em tela, o período em que a Impetrante esteve

afastada por motivos de saúde, decorrente da profissão, deverá ser computado
como tempo de efetivo exercício.
É relevante frisar que, apesar das adversidades enfrentadas, a Impetrante

participou do processo de promoção realizado em 2018 - Processo Seletivo De
Promoção Nº 1/2018, obtendo êxito, logo, promovida com sucesso no ano de
2020/2021 para o cargo de Coordenadora Pedagógica, o que corrobora a sua
aptidão e qualificação para cargos de direção na educação pública.
Portanto, Excelência, com base no excelente histórico funcional da

Impetrante, é evidente que a mesma não pode ser excluída do processo de seleção
que participou sem motivos claros e justificados. A simples hipótese de que a
exclusão teria ocorrido por conta de tempo insuficiente de efetivo exercício não
fls. 14
se sustenta, pois, caso contrário, a Impetrante não teria sido promovida ao cargo
de Coordenadora Pedagógica no ano de 2020.
Dessa forma, o ato administrativo que eliminou a Impetrante revela-se

desarrazoado e deve ser anulado de ofício, com a imediata determinação para
que a Impetrante tome posse no cargo de Diretora, ao qual concorreu com êxito
no processo seletivo.
V - DA MEDIDA LIMINAR
Considerando o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação à Im-

petrante, que foi impedida de tomar posse no cargo de Diretora de Escola, mesmo
tendo cumprido todos os requisitos do processo seletivo, a concessão da medida
liminar é medida que se impõe.
Logo, a exclusão sem motivação formal viola os princípios da legalidade,

transparência e impessoalidade que regem os atos administrativos.
Diante disso, a Impetrante requer a concessão da liminar inaudita altera

pars, para que seja determinada a imediata nomeação e posse no cargo de Dire-
tora de Escola, até que o mérito desta ação seja julgado, conforme previsto no art.
7º, III, da Lei 12.016/09, a fim de evitar prejuízos irreversíveis à carreira da Impe-
trante e assegurar o cumprimento do processo seletivo que lhe garantiu a apro-
vação.
VI - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, a Impetrante requer:
1. Concessão da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do CPC, tendo em

vista que não possui condições de arcar com as despesas processuais sem
comprometer seu sustento e de sua família.
2. Concessão de medida liminar, inaudita altera pars, para que seja

determinada a imediata nomeação e posse da Impetrante no cargo de
fls. 15
Diretora de Escola, em razão de seu êxito no processo seletivo e da
ausência de motivação formal para a negativa de sua nomeação.
3. Subsidiariamente, requer-se a determinação da reserva de vagas, caso,

não seja deferida a medida liminar;
4. A notificação da autoridade coatora, para que preste as devidas

informações no prazo legal.
5. A intimação do Ministério Público, conforme previsão legal.
6. No mérito, a confirmação da medida liminar, com a declaração da

nulidade do ato administrativo que impediu a posse da Impetrante e a
garantia de sua nomeação no cargo de Diretora de Escola.
7. Na remota hipótese do processo ser resolvido apenas com a sentença,

requer-se que, conste de forma expressa a data de 10/10/2024, como data
inicial para tomada de posse da impetrante, bem como, seja lhe conferido
o direito de receber os valores referente a salários.
8. A condenação da autoridade coatora ao pagamento das custas

processuais e honorários advocatícios, caso haja contestação infundada ou
resistência ao cumprimento da ordem judicial.
VII - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 1.412,00 (um mil quatrocentos e doze reais),

equivalente a um salário-mínimo vigente, para efeitos meramente fiscais.
Termos em que pede deferimento.
Ponta Grossa-PR para São Vicente-SP, 17 de outubro de 2024.
Matheus Bolonhezi
OAB/PR nº.: 91.286

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em 17/10/2024 às 06:54 , sob o número 10135135720248260590.

SÉFORAH GRUSIECKI DE LIMA NÓBREGA, brasileira, casada,

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Em face do ato do Senhor Prefeito Kayo Felype Nachtajler Amado,

A Impetrante não possui condições financeiras de arcar com as custas pro-

A Impetrante, como profissional liberal e único responsável pelo sustento

Nesse sentido, a Impetrante requer a concessão do benefício da Justiça

Destaca-se que a negativa do benefício da Justiça Gratuita, além de preju-

A tempestividade é um requisito fundamental para a impetração de um

Diante disso, se o ato coator ocorreu em 10/10/2024, o prazo de 120 dias

III - DOS FATOS

A Impetrante, Servidora Pública Municipal a longa data, atualmente no

O Processo Seletivo destina-se à seleção de servidores

Desta forma, inscreveu-se para o cargo de Diretor De Escola. De acordo

Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Pedagógico na

A Impetrante obteve êxito em todas as etapas do processo seletivo para

É importante destacar que, desde o ano de 2015, a Impetrante tem sido

Os afastamentos foram por licença médica, amparado pelos CIDs F.32 e

Ressalta-se que sua primeira designação para o cargo de Coordenadora

O Edital do processo seletivo exige que o candidato comprove "ter 3 (três)

Ademais, diante da ausência de justificativa que fundamentou a exclusão

a) Da Ausência de Motivação do Ato Administrativo

A ausência de motivação no ato administrativo que culminou na exclusão

Conforme ensina a doutrina:

"A motivação é a exposição dos fundamentos que levaram a

Além disso, a jurisprudência atual é firme em exigir a motivação adequada

"O ato administrativo, sobretudo quando envolve a supressão de

No presente caso, a Impetrante foi surpreendida com a negativa de sua

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também possui jurisprudência que

"O princípio da motivação impõe à Administração Pública o

A falta de resposta ao requerimento formulado pela Impetrante, no qual

Conforme o renomado doutrinador Hely Lopes Meirelles:

Dessa forma, a ausência de motivação no ato que impediu a Impetrante

b) Da Comprovação Do Requisito Dos Três Anos De Efetivo Exercício

Primeiramente, as faz importante mencionar os requisitos para a investi-

Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Pedagógico na Rede

Primeiro requisito: Ser Assistente de Direção ou de Coordenador Peda-

É relevante frisar que, de acordo com os termos do edital, os requisitos

1) Cargo de assistente de direção ou coordenador pedagógico;

No presente caso, a Impetrante cumpre ao menos umas opção, já que de-

b) Do período em que esteve afastada por motivos de saúde

Art. 109. Serão considerados de efetivo exercício os dias em que o

Art. 111. Serão contados para todos os efeitos:

Neste viés, ao analisar Relatório de Vida Funcional da Impetrante,

1) Portaria nº 343-SEAD - 2015 - Coordenador pedagógico;

Nota-se que, por inúmeras vezes e ao longo de vários anos, a Impetrante

A Impetrante teve dois períodos de afastamento em decorrência da Covid-

Pública, onde desempenhou suas atividades de forma remota – teletrabalho

Além disso, outro afastamento se deu por motivo de saúde, amparado

Destaca-se que, a Impetrante veio a ser acometida pela instabilidade

Ainda, é possível observar que, no print do documento, o Dr. descreve as

Com este atestado em mãos, a Impetrante passou por avaliação do médico

Diante do exposto alhures, convém, relacionar o posicionamento adotado

1. STF - RE 583.834/SC - Repercussão Geral

Ementa: O Tribunal Superior do Trabalho (TST) reforça que o

3. STJ - RESP 1.797.218/SP

5. Súmula 440 do TST

Ementa: A súmula 440 do TST estabelece que o empregado