3 Das Pessoas I
3 Das Pessoas I
3 Das Pessoas I
Considerações Iniciais
O Direito qualquer que seja sua vertente tem como destinatário final o
ser humano. A pessoa é a preocupação permanente desta ciência. O
Código Civil, não é diferente.
Pessoa, na acepção jurídica do termo, é o titular de direitos e
obrigações na ordem jurídica. Em regra, é o ser humano,
individualmente tomado. Mas poderá ser também um conjunto deles
reunidos formalmente para um determinado fim, ou mesmo uma
pessoa moral, constituída de bens sob forma de fundação, casos em que
a lei concede o nome de pessoa jurídica. Mesmo nesta última acepção,
e o ser humano que se busca tutelar. É ele que da origem, e razão do
direito existir.
Há ainda os chamados entes despersonalizados, que são patrimônios
especiais que titularizam alguns direitos, embora não tenham
personalidade jurídica. Não são pessoas nem coisas. Encontram-se na linha
fronteiriça entre o titular de direitos por excelência e os bens. Alguns
exemplos destes patrimônios são: a herança jacente, a massa falida, o
espólio e a pessoa jurídica sem registro. Tais entes podem inclusive ser
autor e réu em ações patrimoniais, mas nem por isso possuem
personalidade.
Capacidade e Personalidade
O primeiro artigo do Código Civil já estabelece a capacidade de direito,
a aptidão genérica do ser humano de adquirir direitos e contrair
obrigações, prevendo que: “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na
ordem civil”.
Às pessoas jurídicas, também se outorga tal capacidade de direito. E se,
por um lado, capacidade de direito é o atributo que todo ser humano
tem de adquirir direitos e contrair obrigações, por outro lado, nem
todos podem exercer tais direitos. (como veremos adiante).
O conjunto dessas capacidades forma o que se denomina
personalidade, ou seja, a qualidade das pessoas, desse ente, como nome,
dignidade, intimidade, etc.
Capacidade de Direito
Se na hipótese de ausência a lei caminha por trilhos estreitos, temerosa de que um dia o
cidadão possa retornar e reclamar todos os seus bens; se nesta situação a dúvida sobre o
paradeiro e a incolumidade do ausente remanesce na mente do legislador, haverá
hipóteses em que a probabilidade da morte é muito maior.
Nestes casos, não seria razoável exigir que a família aguardasse mais de uma década por
alguém que viveu situação catastrófica ou bélica, onde as chances de sobrevivência são
mínimas.
Pensando nisso, a lei prevê o instituto da morte presumida sem decretação de ausência.
O art. 7º, CC deve ser lido em consonância com o art. 89 da Lei de Registros Públicos
(lei nº 6015/73). São as hipóteses gravíssimas (desaparecimento em campanha, ou feito
prisioneiro, não encontrado até 2 anos pós término de guerra, naufrágio, inundação,
incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, além da própria previsão genérica do
Código para quando for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
vida).
Assim, a família da vítima pode se socorrer dos arts. 861 a 866 do CPC para obter
sentença em procedimento de justificação de óbito e então dar início à sucessão
normalmente.
Sobre o tema, têm-se a leitura do artigo: