Trabalho de Geologia Historica.

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UNIVERSIDADE LUEJI A'NKONDE

LUNDA NORTE ◊ LUNDA SUL ◊


INSTITUTO POLITÉCNICO DA LUNDA SUL
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE ENGENHARIA

Tema: Teoria e modelos em Geotectonicas.


-Terceira etapa de fixistas vs mobilistas (1910-1960).

Integrantes do grupo 6
1. Antônio yanga
2. Alfredo Mendes
3. Fernando Gregório
4. Inês Pedro
5. Izildo Alfredo
6. Palmira Barbosa
7. Sebastiao cabendo

SAURIMO 2024/2025
UNIVERSIDADE LUEJI A'NKONDE
LUNDA NORTE ◊ LUNDA SUL ◊
INSTITUTO POLITÉCNICO DA LUNDA SUL
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE ENGENHARIA

Tema: Teoria e modelos em Geotectonicas.


-Terceira etapa de fixistas vs mobilistas (1910-1960).

GRUPO Nº 6

Trabalho de investigação
cientifica apresentado, a
universidade Lueji A´Nkonde, como
requisito para avaliação na cadeira
de Geologia Histórica. Sobe
orientação da Engª. Madalena
Caji.

SAURIMO 2024/2025
1. INTRODUÇÃO

Durante o período entre 1910 e 1960, o debate entre fixistas e mobilistas em


geotécnica e geologia foi marcado por um crescente desenvolvimento das ideias sobre a
mobilidade da crosta terrestre. Este debate teve um impacto significativo no
entendimento dos fenômenos geológicos, como a formação de montanhas, terremotos e à
deriva continental.

No campo da Geotectônica, o período entre 1910 e 1960 é crucial para o


desenvolvimento das teorias sobre a estrutura e dinâmica da Terra. Nesse contexto, surge
o debate entre os "Fascistas" e os "Mobilistas", duas escolas de pensamento com visões
opostas sobre o comportamento das massas continentais e as forças que moldam a crosta
terrestre. Esse embate representou a "Terceira Etapa", onde novas evidências começaram
a questionar as ideias estáticas e estabeleceram as bases para a tectônica de placas.

O debate entre fixistas e mobilistas representa uma das controvérsias mais marcantes
na história da geociência. Esse conflito ideológico, que perdurou por décadas, influenciou
diretamente o entendimento da dinâmica da crosta terrestre, impactando a forma como
os fenômenos geológicos eram interpretados. Este trabalho visa explorar a terceira etapa
desse debate, entre 1910 e 1960, focando nas principais teorias que moldaram a
geotécnica e estabeleceram as bases para o desenvolvimento da teoria da tectônica de
placas.
Justificativa do trabalho:

A compreensão das raízes históricas das teorias geológicas é fundamental para a


prática da geotécnica moderna, que depende de modelos precisos da crosta terrestre e
das forças tectônicas. Estudar o debate fixista vs. mobilista no período de 1910 a 1960
permite um entendimento mais profundo das bases teóricas que levaram ao
estabelecimento da tectônica de placas e da sua influência sobre os modelos geotécnicos
atuais.

Objetivos:

Objetivo Geral: Analisar as principais contribuições do período de 1910 a 1960 na


controvérsia entre fixistas e mobilistas e suas implicações na evolução dos modelos
geotécnicos.

Objetivos Específicos:

Identificar as principais teorias fixistas e mobilistas defendidas no período.

Avaliar a influência de Alfred Wigner e outros cientistas mobilistas na quebra do


paradigma fixista.

Metodologia:

Este estudo se baseará em uma pesquisa bibliográfica e documental, abordando as


principais publicações científicas e históricas que discutiram as teorias fixistas e mobilistas
entre 1910 e 1960. Serão analisadas obras de Alfred Wigner, Arthur Holmes e outros
pesquisadores que contribuíram para a formação do pensamento mobilista.
2.
Contexto histórico e origem das teorias
No início do século XX, o fixismo dominava a geologia, sugerindo que os continentes e
oceanos ocupavam sempre as mesmas posições. Teorias geossinclinais, por exemplo,
explicavam a formação de cadeias montanhosas e vulcões, mas sem considerar o
movimento horizontal das placas tectônicas. Wegener, entretanto, ao propor que os
continentes se deslocavam pela superfície terrestre, trouxe novas interpretações sobre a
formação geológica e eventos tectônicos que não eram explicados pelo fixismo. Essa
teoria ainda enfrentou resistência, pois na época não havia um mecanismo claro que
justificasse esse movimento.

A terceira etapa do embate entre fixismo e mobilismo (1910-1960) marca um período


crucial na geologia, quando as ideias de mobilidade da crosta terrestre começaram a
ganhar terreno frente às concepções fixistas mais tradicionais. Nessa fase, o
desenvolvimento de teorias como a da Deriva Continental por Alfred Wegener trouxe
questionamentos sobre a estabilidade dos continentes, propondo que as massas de terra
estavam em constante movimento.

A conclusão do embate entre fixismo e mobilismo resultou em uma profunda


transformação na geologia e no entendimento da dinâmica da Terra. O fixismo, que
dominou o pensamento geológico até o início do século XX, defendia uma Terra estática
onde as montanhas e outras estruturas resultavam de processos verticais, sem
deslocamento horizontal das massas continentais. Essa visão, apesar de coerente com os
conhecimentos e tecnologias da época, não conseguia explicar diversas observações
geológicas, como as semelhanças de fósseis e formações rochosas entre continentes
distantes.

3.
Os fixistas.

Fixismo é a teoria que afirma que as grandes estruturas da Terra, como continentes e
oceanos, são estáveis e mantêm sua posição ao longo do tempo. Segundo essa visão, as
montanhas e as formações geológicas se originam de processos verticais, como o empuxo
e a subsidência (afundamento de terras), e não de movimentos horizontais de massas
continentais. Essa teoria foi a principal abordagem nas ciências geológicas até o início do
século XX, sendo amplamente aceita em virtude da falta de evidências que sustentassem a
mobilidade dos continentes.
Os fixistas acreditavam que as principais características da superfície terrestre
montanhas, oceanos e continentes eram essencialmente estáveis e permanentes e que
essas formações resultavam de processos verticais, como subsidência (afundamento) e
soerguimento (elevação), em vez de movimentos horizontais de massas continentais. Essa
perspectiva dominou a geologia até meados do século XX, sustentada pela ideia de uma
Terra estática.

O Fixismo, foi uma doutrina amplamente aceita no século XVIII, que sustentava que
todas as espécies foram criadas tal como são por poder divino, e permaneceriam assim,
imutáveis, por toda sua existência, sem que jamais ocorressem mudanças significativas na
sua descendência. Dessa forma, a mudança não era uma regra.

Além da biologia, o fixismo também influenciou a geologia, argumentando que todos


os continentes teriam se mantido estáveis e fixos em seus lugares atuais ao longo de toda
história geológica. Essa corrente de pensamento antecede historicamente a teoria
proposta por Alfred Wegener em 1912, da deriva continental, que propõe que os
continentes tenham se movido ao longo das eras

4.
Principais evidencias do fixismo
Continentes e Oceanos como Estruturas Permanentes

Os fixistas defendiam que os continentes e oceanos ocupavam suas posições desde


os primórdios da Terra. Essa visão, conhecida como hipótese do geossinclinal, explicava
que os continentes não se moviam horizontalmente, mas experimentavam apenas
mudanças verticais ocasionais. Assim, os oceanos eram considerados estruturas
permanentes e imutáveis, com limites fixos que não se alteravam significativamente ao
longo do tempo geológico.

Formação de Montanhas e Geossinclinais

A formação de montanhas, segundo os fixistas, era explicada pela teoria dos


geossinclinais, que propunha que camadas espessas de sedimentos se acumulavam em
regiões deprimidas da crosta, conhecidas como geossinclinais. Eventualmente, esses
depósitos sedimentares seriam comprimidos e empurrados para cima devido a forças
verticais, formando cadeias de montanhas. Nessa visão, as montanhas surgiam
principalmente devido ao empilhamento e ao espessamento da crosta em locais
específicos, sem necessidade de movimentação lateral de placas tectônicas.

Explicação dos Fenômenos Geológicos com Base em Forças Verticais

Como a teoria do fixismo rejeitava movimentos horizontais significativos da crosta,


fenômenos geológicos, como a formação de dobramentos e falhas, eram explicados
exclusivamente por forças verticais. Os fixistas acreditavam que essas forças agiam de
forma isolada em regiões específicas, provocando a elevação de cadeias montanhosas ou
a formação de bacias sedimentares. Nesse sentido, toda a dinâmica terrestre era atribuída
a processos de levantamento e afundamento, sem interação entre diferentes regiões da
litosfera.

5.
Rejeição da Deriva Continental

A ideia de que os continentes poderiam "derivar" por sobre a crosta oceânica foi
amplamente rejeitada pelos fixistas, que viam a crosta terrestre como uma estrutura
rígida e indivisível. Para eles, a estabilidade e permanência dos continentes eram
fundamentadas nas propriedades da litosfera, que eram consideradas demasiado rígidas
para permitir movimentos horizontais em grande escala.

A visão fixista de uma Terra estática permaneceu dominante até que estudos
paleomagnéticos, evidências de expansão do fundo oceânico, e a distribuição de
atividades sísmicas e vulcânicas começaram a indicar que a litosfera terrestre era muito
mais dinâmica do que se imaginava. Essa nova compreensão, que culminou na aceitação
da teoria da tectônica de placas, revolucionou o entendimento da geologia e consolidou o
mobilismo como o novo paradigma científico.

O conceito de mobilidade dos continentes começou a ganhar atenção no início do


século XX com as ideias inovadoras de cientistas como Alfred Wegener e outros
precursores do mobilismo.

6.
Mobilistas
O mobilismo propõe que os continentes não são estáticos, mas se movem pela
superfície terrestre. Essa teoria ganhou força com o trabalho do meteorologista Alfred
Wegener em 1912, ao sugerir a hipótese da deriva continental. Wegener observou que os
continentes pareciam se encaixar como peças de um quebra-cabeça, além de apresentar
semelhanças paleontológicas e geológicas entre continentes atualmente separados por
oceanos, como a América do Sul e a África. Embora inicialmente desacreditada por não
oferecer um mecanismo claro para o movimento dos continentes, a teoria mobilista
ganhou força nas décadas seguintes com novas descobertas, como o paleomagnetismo e
a tectônica de placas.

A partir de meados do século XX, o mobilismo foi amplamente aceito com o


desenvolvimento da teoria da tectônica de placas, que forneceu uma explicação unificada
para a movimentação dos continentes, a formação de montanhas, terremotos e
vulcanismo. Assim, o embate entre fixismo e mobilismo não apenas transformou a
geologia, mas também ampliou a compreensão sobre a dinâmica da Terra, estabelecendo
o mobilismo como um paradigma fundamental para a ciência geológica moderna.

Alfred Wegener e a Hipótese da Deriva Continental

Em 1912, o meteorologista e geofísico alemão Alfred Wegener propôs a hipótese da


deriva continental, sugerindo que os continentes haviam estado unidos em um
supercontinente único, chamado Pangeia, que se fragmentou e cujas partes derivaram até
as posições atuais. Wegener observou a semelhança entre as costas da América do Sul e
da África, a continuidade de formações geológicas e fósseis comuns em continentes
separados, como o fóssil da planta Glossopteris e de animais como o Mesosaurus. Ele
usou essas evidências para argumentar que os continentes não eram fixos, mas se
moviam através do tempo.

O estudo do magnetismo em rochas, conhecido como paleomagnetismo, trouxe uma


das provas mais importantes para a teoria do mobilismo ao revelar padrões de inversão
magnética que indicavam o movimento das placas tectônicas. Esse estudo se baseia na
análise de minerais ferromagnéticos presentes em rochas ígneas e sedimentares, que
registram a direção e a intensidade do campo magnético terrestre no momento em que
foram formadas.
Recepção e Rejeição Inicial

A teoria de Wegener encontrou muita resistência, pois ele não apresentou um


mecanismo convincente para o movimento dos continentes. Sem uma explicação para
como as massas continentais podiam se deslocar, a ideia foi descartada por muitos
geólogos da época. Contudo, a hipótese de Wegener plantou as sementes que levariam à
teoria da tectônica de placas, desenvolvida décadas depois com o suporte de novas
evidências científicas.

Esses cientistas pioneiros, incluindo Wegener, abriram caminho para a


compreensão moderna da geologia, desafiando a visão fixista da Terra e lançando as
bases do mobilismo, que viria a ser amplamente aceito com o desenvolvimento da teoria
da tectônica de placas na década de 1960.

7.
Evidencias da teoria do mobilismo
A teoria do mobilismo começou a ganhar aceitação ao longo do século XX com a
convergência de evidências provenientes de diferentes campos de pesquisa, que juntas
corroboraram a ideia de uma Terra dinâmica e em constante movimento. Três
descobertas principais foram cruciais para fortalecer o mobilismo e formar a base da
moderna tectônica de placas:

Paleomagnetismo e Anomalias Magnéticas:

A análise de rochas vulcânicas revelou padrões de magnetização que registravam o


campo magnético terrestre na época da sua formação. Descobriu-se que ao longo das
dorsais meso-oceânicas, onde novas crostas oceânicas são formadas, existiam faixas de
magnetização alternada, indicativas de inversões periódicas no campo magnético
terrestre. Essas anomalias magnéticas, dispostas simetricamente em ambos os lados das
dorsais, mostraram que a crosta oceânica estava se expandindo lateralmente, fornecendo
evidências claras de que os oceanos se alargavam e que as placas tectônicas estavam em
movimento. Essa descoberta veio dos estudos de paleomagnetismo, conduzidos por
cientistas como Frederick Vine e Drummond Matthews na década de 1960.

Expansão do Fundo Oceânico:

A teoria da expansão do fundo oceânico, proposta por Harry Hess em 1962, foi uma
inovação crucial para o mobilismo. Hess sugeriu que o assoalho oceânico era
continuamente renovado nas dorsais oceânicas, onde o magma sobe e solidifica,
empurrando o material antigo para os lados. Combinada com os padrões de inversão
magnética, essa teoria forneceu uma explicação convincente para a formação e a
movimentação das placas oceânicas. Isso reforçou a ideia de que a crosta terrestre não
era fixa, mas composta por placas que se moviam ao longo do manto.
Sismologia e Distribuição de Terremotos e Vulcões

Os estudos sismológicos revelaram que terremotos e vulcões estão distribuídos de


forma concentrada ao longo de limites de placas, como as zonas de subducção e as
dorsais oceânicas. Cientistas perceberam que as regiões com maior atividade sísmica
coincidiam com áreas onde as placas tectônicas interagiam, seja colidindo, deslizando ou
se afastando. Isso forneceu um mapa dos limites das placas e ajudou a definir as zonas de
convergência, divergência e transformações tectônicas. Essa evidência empírica foi
essencial para a formulação do modelo de tectônica de placas, já que mostrou um padrão
coerente de movimentação da crosta.

Integração das Evidências e Consenso Científico

A aceitação do mobilismo ganhou força à medida que as descobertas


paleomagnéticas, as observações do fundo oceânico e os estudos sismológicos
forneceram uma imagem coerente do funcionamento da Terra. No final da década de
1960, o conceito de tectônica de placas foi amplamente aceito como o novo paradigma na
geologia, pois ele integrava essas diversas linhas de evidências em um modelo unificado.
Cientistas como Dan McKenzie e Jason Morgan formalizaram a teoria da tectônica de
placas, permitindo que os conceitos do mobilismo se consolidassem como base da
geologia moderna.

A convergência dessas evidências independentes permitiu a construção de uma teoria


abrangente e unificada que explicava a dinâmica da litosfera. Com o tempo, a tectônica de
placas se tornou o modelo dominante, substituindo o fixismo e transformando
radicalmente a compreensão dos processos geológicos e da história da Terra.

8.
Evidências de Inversão Magnética
Ao longo do tempo geológico, o campo magnético da Terra sofreu várias inversões, nas quais
o polo norte e o polo sul magnéticos trocaram de posição. Rochas vulcânicas nas dorsais meso-
oceânicas registram essas inversões ao se solidificarem: o alinhamento magnético dos minerais
reflete a orientação do campo magnético da Terra naquele período. Quando cientistas mapearam
o magnetismo dessas rochas ao longo do fundo oceânico, observaram padrões simétricos de faixas
magnéticas que se alternavam em polaridade. Esse fenômeno, conhecido como **anomalias
magnéticas**, sugere que a crosta oceânica está continuamente sendo criada e empurrada para
fora nas dorsais oceânicas, apoiando o conceito de expansão do assoalho oceânico e mobilismo.

O Papel das Anomalias Magnéticas na Tectônica de Placas

Essas faixas de inversão magnética, dispostas simetricamente ao longo das dorsais


oceânicas, forneceram evidências diretas de que o fundo oceânico estava se expandindo e
que as placas tectônicas estavam em movimento. Esse processo, combinado com outras
observações, permitiu que os geólogos propusessem um modelo de tectônica de placas,
no qual a crosta oceânica é constantemente renovada ao longo das dorsais e reciclada em
zonas de subducção.

9.
Importância na Aceitação do Mobilismo
O estudo do paleomagnetismo foi essencial para a aceitação da teoria da tectônica de
placas, pois ofereceu uma explicação concreta e mensurável para o movimento das
massas continentais, algo que teorias anteriores como a de Wegener não conseguiam
fornecer. A descoberta das inversões magnéticas e sua distribuição simétrica ao longo das
dorsais oceânicas forneceu uma das evidências mais fortes de que o movimento das
placas tectônicas é uma realidade dinâmica e constante na Terra.
Essas observações sobre o magnetismo em rochas e os padrões de inversão magnética
transformaram a compreensão dos processos geológicos globais, fundamentando o mobilismo
como a base da geologia moderna.

Assim, o mobilismo tornou-se o modelo dominante e é aceito como base para a


compreensão moderna dos processos geológicos. A teoria fixista, embora obsoleta,
contribuiu para o desenvolvimento inicial da geologia e ajudou a estabelecer a base de
observações e terminologias que ainda são utilizadas. Hoje, a tectônica de placas é
considerada uma das grandes revoluções científicas, transformando nossa visão sobre o
planeta como um sistema dinâmico, onde os continentes e oceanos estão em constante
transformação.

10.
Principais impactos das duas teorias.

O impacto causado pelo debate entre Fascistas e Mobilistas na Geotectônica,


especialmente durante a Terceira Etapa (1910-1960), foi profundo e transformador para a
ciência da Terra. Aqui estão os principais impactos dessa mudança de paradigma:

Desafios às Ideias Tradicionais e Estáticas

Rompimento com o Paradigma da Terra Fixa: A teoria ficcionista, que via a Terra como
uma estrutura estática onde as formações geológicas eram causadas apenas pela
contração, dominava o pensamento científico até o início do século XX. O surgimento das
ideias Mobilistas desafiou essa visão, mostrando que o planeta era muito mais dinâmico
do que se acreditava.

Início de um Novo Paradigma: O questionamento das ideias fixas abriu espaço para
uma nova forma de pensar a estrutura da Terra, onde o movimento e a mobilidade eram
elementos essenciais. Isso foi revolucionário para a época, pois forçou os cientistas a
reavaliarem as causas da formação de montanhas, fossas e terremotos.

Desenvolvimento da Tectônica de Placas

Fundação para a Tectônica de Placas: Embora a teoria da tectônica de placas só tenha


sido amplamente aceita após 1960, o debate entre Fixistas e Mobilistas foi essencial para
seu desenvolvimento. A ideia de que os continentes poderiam se mover levou a pesquisas
que eventualmente confirmaram a existência das placas tectônicas. Evidências Geológicas
e Paleontológicas: A teoria Mobilista incentivou a busca por evidências concretas, como
fósseis e formações geológicas semelhantes em continentes separados. Essas descobertas
foram fundamentais para comprovar que os continentes estiveram unidos no passado e se
moveram ao longo de milhões de anos.

Avanços nas Técnicas de Pesquisa e Observação

Inovação em Métodos Científicos: A necessidade de comprovar ou refutar a


mobilidade continental levou ao desenvolvimento de novos métodos e tecnologias para
estudar o interior da Terra, como o uso de sismologia, magnetismo das rochas e análise de
fósseis.
Exploração Oceânica: A exploração dos fundos oceânicos revelou a existência das
dorsais meso-oceânicas e evidências de expansão do assoalho oceânico, que se tornaram
a prova definitiva da movimentação das placas. Isso transformou a maneira de estudar
geologia e oceanografia.

Nova Visão sobre Processos Geológicos e Naturais

Explicação para Terremotos e Vulcanismo: A compreensão da mobilidade das


placas tectônicas trouxe explicações claras para a ocorrência de terremotos, vulcões e
formação de montanhas, fenômenos que antes eram explicados apenas de maneira
fragmentada e imprecisa.

Modelos Dinâmicos da Terra: A tectônica de placas deu origem a modelos mais


precisos e dinâmicos da Terra, que consideram a interação entre a crosta e o manto
terrestre. Isso permitiu prever com mais precisão a ocorrência de desastres naturais e
entender melhor os ciclos geológicos.

11.
Limitações do Fixismo.

Incapacidade de Explicar Semelhanças Geológicas e Paleontológicas:

O fixismo não conseguia justificar a correspondência de fósseis e formações rochosas


encontradas em continentes separados por oceanos, como a América do Sul e a África.
Isso enfraquecia a teoria, pois esses padrões de distribuição de fósseis sugeriam que os
continentes já haviam estado unidos.

Falta de Explicação para a Formação de Montanhas:

Embora o fixismo apresentasse teorias, como as geossinclinais, para explicar o


surgimento de cadeias de montanhas, essas explicações baseavam-se exclusivamente em
processos verticais. A teoria não abordava adequadamente as forças horizontais, o que
limitava a compreensão da formação das cordilheiras mais recentes e dos processos
tectônicos envolvidos.

Resistência à Mobilidade da Crosta Terrestre:

O fixismo baseava-se na ideia de que a crosta era estável, o que impedia a aceitação de
movimentos horizontais. Isso impediu uma visão mais dinâmica da Terra e dificultou a
incorporação de novos dados, como o paleomagnetismo e a expansão do fundo oceânico,
até o surgimento do mobilismo.

Limitações do Mobilismo (Inicialmente Deriva Continental)


Falta de Mecanismo para o Movimento dos Continentes:

Embora Alfred Wegener tenha sugerido a deriva continental, ele não conseguiu
apresentar um mecanismo convincente que explicasse como continentes pesados
poderiam se deslocar através de uma crosta sólida. Isso gerou ceticismo e atrasou a
aceitação da teoria, uma vez que as forças propostas por Wegener, como a rotação da
Terra e as forças gravitacionais, foram consideradas insuficientes.

Evidências Limitadas na Época da Proposta Original:

Na década de 1910, o mobilismo carecia de suporte técnico e de observações mais


detalhadas do fundo oceânico. Sem essas evidências, a teoria enfrentou resistência
significativa até que novas tecnologias, como a análise de paleomagnetismo e o estudo
das dorsais meso-oceânicas, corroborassem a ideia de movimento da crosta terrestre.
Foco Inicial Apenas nos Continentes:

A teoria da deriva continental de Wegener concentrava-se nos continentes, sem uma


explicação abrangente para o papel dos oceanos na movimentação tectônica. Isso limitou
a visão do mobilismo inicial e foi apenas mais tarde, com a descoberta da expansão do
assoalho oceânico, que o modelo mobilista pôde se expandir para incluir toda a superfície
da Terra.

Superação das Limitações com a Tectônica de Placas


A teoria da tectônica de placas, desenvolvida na década de 1960, superou muitas
das limitações do fixismo e da deriva continental. Com base em evidências de
paleomagnetismo, sismologia e estudos do fundo oceânico, essa teoria integrou os
processos verticais e horizontais, apresentando um modelo coerente para a dinâmica da
crosta terrestre. A tectônica de placas explicou o movimento dos continentes e a
interação entre as placas, consolidando o mobilismo e encerrando o debate.
Em resumo, as limitações dessas teorias refletiam as restrições tecnológicas e de
conhecimento da época, e a superação desses obstáculos foi possível com avanços na ciência
geológica e geofísica.

12.
Importância Geológica do Fixismo
Estabelecimento de Termos e Observações Descritivas:

A teoria fixista, apesar de defender uma Terra estática, foi fundamental na criação de
um vocabulário técnico e de métodos de observação e classificação de estruturas
geológicas. Cientistas fixistas focaram na descrição detalhada das formações geológicas e
contribuíram para a regionalização geotectônica, especialmente em áreas como o Pré-
Cambriano. Esses estudos descritivos forneceram uma base para futuros modelos
geológicos e ajudaram a desenvolver ferramentas de análise estrutural.

Fundação das Teorias Geossinclinais:

Dentro do paradigma fixista, surgiram teorias como a geossinclinal, que explicava a


formação das cadeias de montanhas e dos dobramentos em áreas de depressão e
elevação. Essas teorias ajudaram a criar modelos para a compreensão dos processos
internos da Terra, embora sem considerar o movimento horizontal dos continentes.

Valorização dos Processos Verticais:

Os fixistas propunham que processos verticais, como subsidência e elevação de


crosta, desempenhavam um papel central na formação geológica. Embora hoje se saiba
que as forças horizontais também são fundamentais, essa ênfase inicial nos processos
verticais ajudou a completar o entendimento da crosta terrestre.

13.
Importância Geológica do Mobilismo
Revolução Tectônica e Entendimento dos Processos Dinâmicos:

O mobilismo, consolidado com a teoria da tectônica de placas, transformou


radicalmente a geologia ao explicar o movimento horizontal da crosta terrestre. Esse
modelo explicou fenômenos como a formação de montanhas, a atividade vulcânica, e os
terremotos com base na interação entre placas tectônicas. Ele forneceu uma
compreensão unificada dos processos geológicos globais, mostrando que a Terra é
dinâmica e está em constante mudança.

Compreensão da Deriva Continental:

Proposta inicialmente por Alfred Wegener e confirmada com o avanço dos estudos
paleomagnéticos, a deriva continental demonstrou que continentes antes unidos se
separaram ao longo de milhões de anos, moldando a disposição atual da superfície
terrestre. Esse entendimento foi crucial para o desenvolvimento de modelos de evolução
dos continentes e dos oceanos.

Avanços em Geofísica e Paleontologia:

A teoria do mobilismo permitiu avanços em áreas como a geofísica e a paleontologia,


explicando padrões de distribuição de fósseis e a formação de oceanos. Com a tectônica
de placas, os cientistas conseguiram explicar fenômenos antes incompreendidos, como a
correspondência de fósseis e tipos de rochas em diferentes continentes.

14.
Outros Cientistas Precursores do Mobilismo
Antes de Wegener, outros cientistas também sugeriram, ainda que timidamente, que
os continentes pudessem ser móveis:

-Antonio Snider-Pellegrini (1858), geógrafo e cientista francês, propôs que os continentes


poderiam ter sido conectados no passado com base em evidências fósseis e em encaixes
entre os continentes, especialmente entre a África e a América do Sul.

- Frank Bursley Taylor (1908), um geólogo americano, sugeriu que as montanhas


poderiam ter se formado pelo movimento horizontal dos continentes. Embora Taylor não
tenha desenvolvido uma teoria detalhada, ele foi um dos primeiros a propor um
movimento tectônico em larga escala.

Principais Rivais e Autores


Alfred Wegener (Mobilista) vs. Geólogos Tradicionais Fixistas

- Alfred Wegener: Foi o pioneiro da hipótese da deriva continental em 1912. Ele


propôs que os continentes eram móveis e uma vez formaram um supercontinente, a
Pangeia, que se fragmentou e derivou até as posições atuais. Wegener baseou-se em
evidências como a correspondência entre as costas da América do Sul e da África e a
presença de fósseis semelhantes em continentes separados.

Oposição dos Geólogos Fixistas:

Geólogos como o norte-americano Bailey Willis e outros céticos da época


argumentaram contra a teoria de Wegener, devido à falta de um mecanismo claro que
explicasse como os continentes se moviam. Wegener não conseguiu demonstrar forças
que sustentassem o movimento dos continentes, o que gerou forte resistência à sua ideia.

15.
Arthur Holmes (Mobilista) e a Teoria das Correntes de Convecção

Arthur Holmes: Nos anos 1920 e 1930, Holmes propôs um modelo teórico de
correntes de convecção no manto terrestre como mecanismo de deslocamento dos
continentes, apoiando a teoria de Wegener. Ele sugeriu que o calor interno da Terra criava
movimentos no manto que impulsionavam as placas tectônicas.

Oposição e Rivalidade com Fixistas:

Muitos geólogos fixistas resistiram a essa ideia, argumentando que não havia
evidências observacionais para as correntes de convecção, mantendo o fixismo como a
teoria dominante até a segunda metade do século XX.

Harry Hess (Mobilista) e a Teoria da Expansão do Fundo Oceânico

Harry Hess: Nos anos 1960, o geólogo americano propôs que novas crostas oceânicas
eram formadas nas dorsais meso-oceânicas, impulsionando a expansão do fundo
oceânico. Sua teoria foi uma peça-chave para a tectônica de placas e ajudou a confirmar a
mobilidade da crosta terrestre.

Rivalidade com Geólogos Fixistas da Teoria Geossinclinal:

Muitos defensores do fixismo e das teorias geossinclinais ainda se opuseram, mesmo


com as novas evidências. Geólogos como Pierre Termier e Emil Argand foram figuras que
relutaram em aceitar o mobilismo completo, até que as evidências se tornaram
impossíveis de ignorar.

Um dos maiores defensores do fixismo foi o naturalista francês Georges cuvier,


conhecido por suas contribuições significativas á paleontologia.

16.
Relações entre Mobilistas e Fixistas no Pós-Guerra

Na década de 1970, com o consenso sobre a tectônica de placas, geólogos como


Xavier Le Pichon e Dan McKenzie consolidaram as teorias mobilistas, enquanto alguns
defensores fixistas mais antigos reconheceram as evidências e contribuíram para o novo
entendimento.

Rivalidades iniciais deram lugar à colaboração, embora a transição não tenha sido
simples, com alguns fixistas ainda relutantes em abandonar completamente suas
posições.

Essas rivalidades e contribuições destacaram a importância da ciência como um campo


de debate e evolução constante. O embate entre fixismo e mobilismo foi resolvido com o
estabelecimento da tectônica de placas como uma teoria unificadora, onde o mobilismo
se consolidou com o tempo.

17.
Conclusão

O impacto do debate entre Fascistas e Mobilistas vai muito além da Geotectônica. Ele
transformou nossa compreensão sobre a Terra, influenciou a forma como estudamos o
planeta, e preparou o caminho para a ciência moderna. Essa transição de uma visão
estática para uma visão dinâmica da Terra foi essencial para que hoje possamos
compreender fenômenos naturais complexos e prever, com maior precisão, os efeitos de
processos tectônicos.
A conclusão do embate entre fixismo e mobilismo resultou em uma profunda
transformação na geologia e no entendimento da dinâmica da Terra. O fixismo, que
dominou o pensamento geológico até o início do século XX, defendia uma Terra estática
onde as montanhas e outras estruturas resultavam de processos verticais, sem
deslocamento horizontal das massas continentais. Essa visão, apesar de coerente com os
conhecimentos e tecnologias da época, não conseguia explicar diversas observações
geológicas, como as semelhanças de fósseis e formações rochosas entre continentes
distantes.

Com o avanço das pesquisas e descobertas, especialmente a partir da década de 1950,


o mobilismo começou a ser aceito pela comunidade científica. Estudos sobre o
paleomagnetismo, as dorsais meso-oceânicas e a expansão do fundo oceânico forneceram
evidências sólidas de que a crosta terrestre estava em movimento contínuo. A teoria da
tectônica de placas, desenvolvida na década de 1960, unificou essas observações,
explicando como o movimento das placas tectônicas era responsável pela formação de
montanhas, vulcões, terremotos e outros fenômenos geológicos.

18.
Referências bibliográficas
https://www.revistas.usp.br/bigsp/article/download/54736/58386.

https://ensina.rtp.pt/explicador/interpretacao-das-evidencias-de-mobilismo-geologico/.

https://chatgpt.com/backend-api/bing/redirect?
query=Terceira+etapa+fixismo+mobilismo+1910+1960+geologia.

ALMEIDA F.F.M de (1967) origem e evolução da plataforma Brasileira. Boletim


DGM/DNPM; (241:1-36

ALMEIDA F.F.M de (1969) diferenciação tectônica da plataforma brasileira in: congresso


brasileiro de geologia 23 Salvador, 1969. Anais. Salvador, SBG, P29-46.

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