Cristalografia 2022

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HORÁRIO

para Elias Adelina


SEXTAS – FEIRAS
14:05´ – 17:20´
CRISTALOGRAFIA
IIº Ano – 2022 – Diurno
Iº Semestre
Curso Geologia
Docente: Madalena Caji
1-CONCEITOS BÁSICOS
-A cristalografia é a ciência que estuda os cristais. É o estudo dos corpos sólidos e
das leis que governam o seu crescimento, forma externa e estrutura interna.
• Certas substâncias cristalinas existem com granulações tão finas, que a natureza
cristalina so pode ser identificada com ajuda do microscópio, outros cristais são
ainda menores e só se consegue estudá-los por difração de raios x.

-O cristal é um sólido homogêneo ordenado a escala atômica ou seja a estrutura


interna e forma geométrica regular.
• Quando as condições são favoráveis, podem ser limitados por superfícies planas,
lisas e assumem formas geométricas regulares.
Continuação
• A Cristalografia é uma disciplina científica que estuda os sólidos
cristalinos com o objectivo de compreender a disposição dos átomos
que os constituem. O conhecimento profundo da disposição dos
átomos permite interpretar as propriedades dos sólidos e,
eventualmente, utilizá-las para outros fins.
• Pergunta:
• Como é que analisamos a estrutura dos cristais?
• Recorremos à técnica de difracção de raio-X, o que envolve disparar
feixes de raio-x sobre uma amostra e registar o padrão dos raio-x
difusos. Analisando o padrão de difusão é possível, com muita
paciência, desenhar um mapa de distribuição atómica interna ao
cristal.
Continuação
• Os cristais podem ser encontrados em toda a natureza. Eles são particularmente
abundantes em formações rochosas como os minerais (pedras preciosas, grafite
etc), mas também podem ser encontrados em outros lugares, sendo exemplos os
flocos de neve, gelo e grãos de sal. Desde os tempos antigos, os estudiosos têm
ficado intrigados com a beleza dos cristais, a sua forma simétrica e variedade de
cores. Os cristalógrafos usaram a geometria para estudar a forma de cristais no
mundo natural.
Continuação Figura 1 – Técnica de difração de raio-X
A Cristalografia permite estudar a estrutura
das proteínas e foi essencial, por exemplo,
para determinar a estrutura do ADN com a
ajuda de uma investigadora (cristalógrafa),
por vezes esquecida no contexto deste
marco científico: Rosalind Franklin. É
também uma disciplina com grande
relevância para a indústria farmacêutica e
desempenha um importante papel em
várias vertentes do nosso quotidiano, até
mesmo em aspectos triviais:

Sabia que as moléculas da manteiga de


cacau se podem distribuir de seis formas
diferentes? Conhecer a combinação ideal é
a chave para fazer um chocolate com a
textura e consistência perfeitas! E estamos
na época de oferecer bons chocolates.
1.1-FORMAÇÃO DOS CRISTAIS
• Os cristais são formados por três(3) modos ou processos:

• 1- A partir de solução: Se evaporarmos lentamente a água de uma solução de


cloreto de sódio por exemplo, será alcançado um ponto em que a quantidade
de água presente não consegue mais reter todo o sal em solução este começará
a se precipitar ou seja, parte do cloreto de sódio assumirá a forma sólida.
Quanto mais lenta for a evaporação da água, mais bem formados e definidos
serão os cristais de cloreto de sódio.
• Outras maneiras de se cristalizar uma substância em solução é através do
abaixamento da temperatura e da pressão do sistema.
Continuação
• 2-A partir da massa em fusão: Um bom exemplo é a formação de
cristais de gelo quando a água se congela. Quando a temperatura é
baixada suficientemente, a água não consegue mais permanecer
líquida e torna-se sólida, cristalizando-se em gelo. As moléculas de
água que antes estavam desorganizadas e se moviam livremente, agora
assumem posições fixas e se ordenam, formando uma estrutura
cristalina.
• Outro exemplo semelhante é a solidificação do magma (lava vulcânica),
quando o magma se resfria, os vários iões presentes são atraídos entre
si e formam estruturas cristalinas de diferentes minerais.
Continuação
• 3- A partir do vapor: O caso mais comum de cristalização a partir do
vapor é a formação dos flocos de neve, o ar carregado de vapor resfria-
se bruscamente e os cristais de neve formam-se direitamente a partir
do vapor. Também pode ser visto esse fenômeno na sublimação do
iodo, os cristais de iodo em m frasco sublimam e recristalizam-se nas
paredes.
• Também verifica-se a formação de cristais de enxofre em torno das
bocas das fumarolas nas regiões vulcânicas, onde os critais se
depositam a partir de vapores impregnados de enxofre.
1.2 - HISTORIA
• A cristalografia é uma ciência relativamente recente. Foi René Just Haüy, viveu
nos finais do séc. XVIII, princípios do séc. XIX, quem conseguiu que a cristalografia
se tornasse uma ciência matemática exata, a partir da classificação de cristais de
determinadas formas.
• Christian Westfeld (1746-1823), definiu o conceito de célula unitária. Christian
Weiss (1780-1856), classificou os cristais nos diferentes sistemas cristalográficos
que são atualmente utilizados. Em 1848, Auguste Bravais (1811-1863)
demonstrou que existem apenas 14 maneiras diferentes de preencher todo o
espaço com unidades que se repetem e que não deixem vazios ou sobreposições,
essas unidades são conhecidas como redes de Bravais.
HISTORIA
• A cristalografia moderna tem por objetivo essencialmente o conhecimento
da estrutura dos materiais a nível atômico, independentemente do seu
estado físico e de sua origem, e das relações entre essa estrutura e suas
propriedades. Esta definição foi se estabelecendo a partir de 1911, quando
a primeira experiência de difração de raio-X foi realizada no laboratório de
Max von Laue tendo como resultado duas descobertas fundamentais: a
natureza eletromagnética dos raios-X e a natureza descontínua da matéria.
1.3-OBJECTIVOS E DIVISÕES DA CRISTALOGRAFIA.

- Aquisição de conhecimentos que possibilitem a identificação das operações de


simetria ocorrentes na matéria cristalina;

- Aquisição de conhecimentos que possibilitem a projecção estereográfica de


modelos cristalográficos;

- Aquisição de conhecimentos e metodologias que permitam a caracterização das


propriedades macroscópicas e físico-mecânicas dos minerais e a identificação, de
forma expedita, de minerais.
1.4- A CRISTALIZAÇÃO

• A cristalização é um processo de ordem interna dos componentes/constituintes de


um mineral para definir um cristal, isto é, uma forma geométrica externa definida.
• Fatores que influenciam a cristalização dos cristais:
• Para que os cristais se formem e atingem um determinado tamanho são
influenciados por três fatores:
• Espaço: Se os minerais crescem isolados ou tem muito espaço, os cristais foram
formados.
• Tempo: Se eles crescer cristais grandes podem surgir lentamente; inversamente,
quando pequenos cristais formados cristalizam rapidamente. Se o processo é muito
rápido, não há tempo para a formação de cristais e vidro (obsidiana) originam.
• Repouso: Em uma forma tranquila pode ter componentes de crescimento de
cristal ordenada permitir para que tenha uma temperatura e uma pressão
constante.
CAPITULO II - GEOMETRIA
DOS CRISTAIS
2.1 - INTRODUÇÃO

• A combinação dos eixos e ângulos resulta em sete sistemas básicos de


cristalização. A estrutura física dos materiais sólidos depende do
arranjo estrutural dos seus átomos, íons ou moléculas. Caracteriza-se
por apresentar um agrupamento ordenado que se repete nas três
dimensões.

A existência da estrutura cristalina resulta dos sólidos cristalinos serem


construídos a partir da repetição no espaço de uma estrutura
elementar paralelepipédica, denominada célula unitária. Os
cristalógrafos usaram a geometria para estudar a forma de cristais no
mundo natural.
2.1.1 - Elementos Geométricos dos Cristais
• Os cristais como poliedros, são sólidos em dimensões e apresentam os seguintes
elementos:
• Faces
• - Arestas
• - Ângulos planos (formados por duas arestas)
• - Ângulos diedros (formados por duas faces)
• - Vértices (ângulos formados por três ou mais arestas ou faces).
2.2 - SIMETRIA DOS CRISTAIS

• A Simetria é a propriedade pela qual um ente, objecto ou forma exibe partes


correspondentes (quando submetida a uma operação de simetria).
• A simetria dos cristais foi investigada pela primeira vez por Nicolaus
Steno (1669), que mostrou que os ângulos entre as faces são os mesmos
em qualquer amostra de um determinado tipo de cristal, e por René Just
Haüy (1784), que descobriu que toda face de um cristal pode ser
descrita pela simples combinação de blocos de mesma forma e
tamanho.
• Em seguida, William Hallowes Miller em 1839 deu a cada face do cristal
uma identificação única através de três números inteiros, os
índices Miller, que são usados até hoje na identificação das faces dos
2.2.1-Elementos de Simetria dos Cristais
• Os elementos ou operadores de simetria são entidades geométricos (pontos- centros de simetria,
rectas-eixos de rotação ou planos-planos espelho) relativamente as quais se processam as
operações de simetria (translações, rotações, reflexões, inversões, etc).
• Os minerais mostram pelo arranjo de suas faces uma simetria definida, que permite agrupá-los em
diferentes classes.
• As várias operações que podem ser efectuadas com um cristal, que resultam em fazê-lo coincidir
com a posição inicial, são conhecidas como operações de simetria. Essas operações são feitas com
base nos seguintes elementos de simetria:

• -Plano de simetria (plano imaginário que divide o cristal em duas metades onde uma é o espelho
da outra).
• - Eixo de simetria (linha imaginária em torno da qual se pode girar o cristal e repetir as posições
idênticas no espaço).
• - Centro de simetria (ponto imaginário no interior do cristal a partir do qual em sentidos opostos e
iguais distâncias encontra-se elementos iguais).
Continuação
• Os estudos feitos por Hauis o levaram a conclusão correta de que
cristais são arranjos tridimensionais (rede de Bravais) de átomos e
moléculas; uma única célula unitária é repetida indefinidamente ao
longo das três direções principais, que não são necessariamente
perpendiculares.
• No século XIX, um catálogo completo das possíveis simetrias de um
cristral foi produzido por Johann Hessel, Auguste Bravais, Yevgraf
Fyodorov, Arthur Schonflies e William Barlow. Dos dados disponíveis e
fundamentos físicos, Barlow propôs várias estruturas de cristais nos
anos de 1880, mas que só foram confirmados mais tarde através da
cristalografia de raios X. Em 1880, os dados disponíveis eram muito
escassos para que os modelos de Barlow fossem aceitos como
conclusivos.
2.2.2 - Relações de simetria nos cristais
• Os cristais podem ser agrupados em 32 classes, ou
grupos pontuais, de acordo com o números de eixos de
rotação e planos de reflexão que permitem sob condição
de manter invariante a malha cristalina. Essas classes,
por indiciarem a assimetria estrutural do cristal, e a
consequente assimetria na distribuição de cargas
eléctricas, correspondem a importantes variações no
comportamento piezoeléctrico e piroeléctrico dos
materiais.
2.2.3 - Eixos Cristalograficos
• Todos os cristais mostram, pelo arranjo de suas faces, uma simetria definida, o que
permite agrupá-los em diferentes classes.

• Ao descrever os cristais, achou-se conveniente tomar, segundo os métodos da


geometria analítica, certas linhas que passam pelo centro do cristal como eixos de
referencia. Estas linhas imaginárias chamam-se eixos cristalográficos, e se toma
paralelamente as arestas de intersecção das faces principais do cristal. As posições dos
eixos cristalográficos são mais ou menos fixadas pela simetria do cristal, pois na maior
parte dos cristais elas são eixos de simetria ou perpendiculares ao plano de simetria.
2.3 - SISTEMAS CRISTALINOS

• Os minerais ocorrem geralmente na forma cristalizada. Todos os materiais cristalizados


possuem arranjo tridimensional ordenado e regular dos átomos ou iões constituintes,
formando retículos atômicos e iónicos. Conforme o arranjo ordenado, cada cristal
apresenta planos de cristalização específicos. Os minerais que possuem forma externa
definida pelos próprios planos de cristalização são denominados minerais idiomórficos.

• Estes podem mostrar várias formas e hábitos, mesmo assim os ângulos entre os planos
de cristalização são constantes. Este fenômeno é denominado lei de constância de
ângulos interfaciais.
Através da medida dos ângulos interfaciais, pode-se
especificar os tipos de minerais examinados.
A estrutura interna dos cristais é o facto mais importante
e fundamental relativo a uma substância cristalina em que
suas partículas são dispostas de maneira ordenada,
unidades tridimensionais que se repetem
indefinidamente formando o retículo cristalino, assim Figura 2 - Célula unitária de um cristal de
sal (NaCl). Note-se a ordenação dos
como os ladrilhos formam uma calçada. Essas unidades átomos
formadoras de cristal são chamadas celas unitárias.
Existem 14 tipos de células unitárias (redes de Bravais) divididas em 7 tipos
cristalinos.
• CÉLULA UNITÁRIA: Menor subdivisão da rede
cristalina que retém as características de toda • Célula unitária
a rede.
• Rede: estrutura geométrica
• Base: distribuição dos átomos em cada ponto
da rede.
• Rede + Base (átomo) = Estrutura Cristalina
2.3.1-Definição de Sistemas Cristalinos
• São grupos distintos de classes cristalinas agrupadas pela natureza análoga dos
elementos de simetria que se combinam ou pelo modo com que esta combinação
se efectua.

• Cada cristal se desenvolve sempre segundo um dos sistemas cristalinos, esta é


uma propriedade física inerente ao cristal. Ver a lista abaixo:
2.3.2- Sistema Cúbico (isométrico):
• Fornece quatro eixos ternários de rotação, o
que permite um grande número de
grupos espaciais (36). Produz estruturas
simples e lineares e é aquele em que, para
além de todos os cristais possuírem quatro
eixos ternários de simetria, os eixos
cristalográficos possuem comprimentos iguais
e são perpendiculares entre si.

• Inclui cristais em que os três eixos têm o


mesmo comprimento com ângulos rectos
(90º) entre estes, como um cubo. Exemplo:Figuras 3 – Rede de Bravais simples e centrado no volume
galena, pirita, halita (sal de cozinha).
• Eixos: a = b = c
• Ângulos: α = β = γ = 90º
2.3.3- Sistema Tetragonal:
Permite um eixo quaternário de rotação
e 68 grupos espaciais (o maior número
possível em qualquer sistema). Todos os
cristais deste sistema têm a
característica de possuírem, para além
de um eixo quaternário de simetria, três
eixos cristalográficos perpendiculares
entre si, sendo os dois horizontais de
igual comprimento e o vertical de
comprimento diferente.
Tem dois eixos de igual comprimento e Figuras 4 – Rede de Bravais simples e centrado no volume
um desigual. O ângulo formado entre os
três eixos é de 90º. Exemplo: zircônio,
rutilio, cassiterita.
Eixos: a = b ≠ c
Ângulos: α = β = γ = 90º
.2.3.4- Sistema Hexagonal:
Permite um eixo de rotação senário (eixo de ordem
seis) e 27 grupos espaciais, mas é considerado por
vezes como mera variante do sistema trigonal (por
duplicação).
Neste sistema todos os cristais possuem ou um eixo
ternário de simetria, ou um eixo senário de
simetria. Possuem quatro eixos cristalográficos, dos
quais três são horizontais, com comprimentos iguais
e cruzando-se em ângulos de 120°, e o quarto é o
vertical, com comprimento diferente dos demais.

Tem três eixos com ângulos de 120º arranjados num


plano e um quarto eixo formando ângulo recto de
90º com outros. Exemplo: quartzo, berilio, calcita, Figuras 5 – Rede de Bravais simples
turmalina.
Eixos: a = b ≠ c
Ângulos: α = β = 90º; γ = 120º
2.3.5- Sistema Ortorrômbico
Requer três eixos binários de rotação ou
um eixo de rotação binário e dois planos
de imagem reflexa. Permite 59 grupos
espaciais. Produz estruturas de grande
complexidade tendo como característica
comum a todos os cristais deste sistema o
apresentarem, ao menos, um eixo binário
de simetria. Possuem três eixos
cristalográficos perpendiculares entre si,
todos com comprimentos diferentes.
São cristais com três eixos, todos com
ângulos de 90º, porém todos de diferentes Figuras 6 – Rede de Bravais simples e centrado no volume
comprimentos. Exemplo: enxofre, topázio,
barita, olivina.
Eixos: a ≠ b ≠ c ≠ a
Ângulos: α = β = γ = 90º
2.3.5-Sistema Monoclínico:
Requer um eixo de rotação binário e um
plano reflexo. Permite 13 grupos espaciais.
Os cristais deste sistema em geral
apresentam apenas um eixo de simetria
binário, ou um único plano de simetria, ou a
combinação de ambos. Possuem três eixos
cristalográficos, todos com comprimentos
diferentes. Dois eixos formam um ângulo
oblíquo entre si, sendo o terceiro
perpendicular ao plano formado pelos outros
dois.
Tem três eixos diferentes, dois dos quais
formam ângulos de 90º entre si e o terceiro
tem um ângulo diferente de 90º com o plano Figuras 7 - Rede de Bravais simples e centrado no volume
dos outros dois. Exemplo: ortoclásio, gipsita,
micas.
Eixos: a ≠ b ≠ c ≠ a
Ângulos: α = γ = 90º; β ≠ 90º
2.3.7- Sistema Triclínico
Agrupa todos os casos que não podem
ser acomodados em qualquer dos
restantes sistemas, exibindo apenas
simetria translacional ou inversão.
Permite apenas 2 grupos espaciais. Os
cristais com este sistema caracterizam-se
pela ausência de eixos ou planos de
simetria, apresentando três eixos
cristalográficos com comprimentos
desiguais e oblíquos entre si.
Tem três eixos de comprimento diferente
e nenhum, forma ângulos de 90º como os Figuras 8 – Rede de Bravais simples
outros. Exemplo: plagioclásio, rodonita.
Eixos: a ≠ b ≠ c ≠ a
Ângulos: α ≠ β ≠ γ (todos ≠ 90º)
2.3.7- Sistema Romboédrico ou Trigonal

Requer um eixo ternário de rotação,


permitindo 25 grupos espaciais.
Eixos: a = b = c
Ângulos: α = β = γ ≠ 90º

Figuras 9 - simples e centrado no volume


2.3.8 - Estrutura interna dos cristais
• O fato mais importante e fundamental relativo a uma substância cristalina é que
suas partículas são dispostas de maneira ordenada, em unidades tridimensionais
que se repetem indefinidamente, formando o retículo cristalino, assim como os
ladrilhos formam uma calçada. Essas unidades formadoras do cristal são
chamadas celas unitárias. O retículo é definido pelas três direcções e pelas
distâncias, ao longo delas, nos quais a cela unitária se repete.
2.3.9 - Forma Externa dos Cristais
• O agrupamento das celas unitárias de um cristal é o que define sua forma
geométrica externa. Para isso influem diversos factores naturais, tais como a
temperatura, a pressão, a natureza da solução, a velocidade do crescimento do
cristal, a tensão da superficial e a direcção do movimento da solução . Não é raro
achar em uma dada localidade muitos cristais do mesmo mineral, tendo todos a
mesma aparência.
• Todavia, cristais do mesmo mineral procedentes de outras localidades, podem ter
aparência inteiramente diferente. São construídos com as mesmas celas unitárias,
mas agrupadas de tal modo que produzem uma forma externa diferente.
2.4 - Estrutura cristalina

• A estrutura cristalina de um sólido é a designação dada ao


conjunto de propriedades que resultam da forma como estão
espacialmente ordenados os átomos ou moléculas que o
constituem.
• Note-se que apenas os sólidos cristalinos exibem esta
característica, já que ela é o resultado macroscópico da
existência subjacente de uma estrutura ordenada ao nível
atómico, replicada no espaço ao longo de distâncias
significativas face à dimensão atómica ou molecular, o que é
exclusivo dos cristais.
Cristais são admirados por sua regularidade e simetria, no entanto só
começaram a ser investigados cientificamente após o século XVII.

Figura 11- Cristal complexo de gipsita (rosa do deserto)


Figura 10 - Representação da estrutura
cristalina do cloreto de sódio
2.5-APLICAÇÃO DOS CRISTAIS
• Na verdade, a cristalografia tem muitas aplicações. Ela permeia
nossa vida diária e forma a espinha dorsal da indústria que é cada
vez mais dependente da geração e do desenvolvimento de novos
produtos.
• Por exemplo: as indústrias agro-alimentar, aeronáutica,
automobilística, cuidados de beleza, de informática,
electromecânica, farmacêutica e de mineração são beneficiárias
directas das aplicações da cristalografia. Abaixo seguem alguns
exemplos:
• A mineralogia é, sem dúvida, o ramo mais antigo da cristalografia.
Cristalografia de raio-X tem sido o principal método de determinar a
estrutura atómica dos minerais e metais desde 1920.
Continuação
• Praticamente tudo o que se sabe sobre rochas, formações geológicas e
história da Terra é baseado em cristalografia.
• Mesmo o nosso conhecimento dos “visitantes cósmicos”, como
meteoritos vem da cristalografia. Este conhecimento é, obviamente,
essencial para a mineração e qualquer indústria que perfura a Terra,
tais como as indústrias de água, petróleo, gás e energia geotérmica.
• Projectos de medicamentos dependem fortemente do uso das técnicas da
cristalografia.
Continuação
• Uma empresa farmacêutica procurando um novo medicamento para
combater uma bactéria ou um vírus precisa inicialmente encontrar
uma molécula capaz de inibir as proteínas activas (enzimas) que são
envolvidas no ataque das células humanas.
• Conhecer a forma exacta da proteína permite aos cientistas conceber a
composição das substâncias activas do medicamento que podem fixar
sobre os locais activos da proteína, e assim, parar sua actividade
prejudicial.
Continuação
• O robô Curiosity Rover utilizou a cristalografia de raio-X em outubro de 2012
para analisar amostras do solo do planeta Marte. A NASA equipou o Rover
com um refractómetro. Os resultados sugeriram que a amostra de solo
marciano é semelhante aos solos basálticos dos vulcões do Havaí.
• Hoje, cristalógrafos são capazes de estudar uma ampla variedade de
materiais, incluindo cristais líquidos. Os painéis de cristais líquidos são
utilizados nas telas de televisores, de computadores, de telefones celulares,
de relógios digitais e assim por diante.
• O cristal líquido não produz luz própria, mas sim chama uma fonte externa -
como a luz de volta em uma televisão - para formar imagens, contribuindo
para o baixo consumo de energia. (@ Shutterstock / Andrey_Popov).
Novos materiais são utilizados para desenvolver roupas inteligentes que permitem a passagem
do ar, atenuam o calor para evitar que o usuário transpire ou trema de frio. Roupas interiores
podem ser equipadas com sensores para medir a temperatura do corpo, o ritmo da respiração
e o batimento cardíaco para, em seguida, transmitir mensagens para o celular da pessoa.
As vestes exteriores poderiam ser concebidas para detectar ameaças de gases tóxicos,
bactérias ou mesmo calor excessivo. Os cristalógrafos podem identificar as propriedades
necessárias para desenvolver essas vestimentas. (© ShareeBasinger/ publicdomainpictures. Net).

A cristalografia é a base do desenvolvimento de praticamente todos os novos materiais, e


compreende os produtos de consumo diário, como cartões de memória do computador, as
telas de televisão plana e os componentes de veículos e aviões.

Os cristalógrafos não só estudam a estrutura dos materiais, mas também utilizam


seus conhecimentos para modificar uma estrutura e lhe conferir novas propriedades
ou fazê-las se comportar de forma diferente.
CAPITULO III - CARACTERISTICAS
DOS CRISTAIS
3.1 - INTRODUÇÃO
• O estudo dos corpos sólidos e das leis que governam o seu
crescimento, forma externa e estrutura interna, chama-se
cristalografia. Um sólido cristalino pode ter faces bem
formadas, imperfeitamente formadas ou não possuir faces.

• Certas substâncias cristalinas existem com granulações tão


finas que a natureza cristalina só pode ser identificada com
ajuda do microscópio. Outros cristais são ainda menores e só
se consegue estudá-los por difracção de raios X.
Ver abaixo:
1) Clivagem: diz-se que um mineral possui clivagem quando, aplicando-se uma
força adequada, ele se rompe de modo a produzir superfícies planas definidas.
A clivagem pode ser perfeita, como nas micas, mais ou menos indistinta, como
no berilo e na apatita, ou não existir, como em alguns cristais. A clivagem
depende da estrutura do cristal e ocorre somente paralelamente aos planos de
átomos.
2) Partição: quando se produzem superfícies planas em um mineral por meio de
seu rompimento ao longo de algum desses planos predeterminados.
3) Fratura: entende-se por fratura de um mineral a maneira pela qual ele se
rompe, quando isto não se produz ao longo de superfícies de clivagem ou de
partição.
Continuação
4) Dureza: depende da estrutura interna do cristal, quanto mais fortes as forças de
união entre seus átomos, tanto mais duro será o mineral.

5) Tenacidade: é a resistência que um mineral oferece ao ser rompido, esmagado,


curvado ou rasgado.

6) Densidade: designada por d, é o número que expressa a relação entre sua massa
e o seu volume. A densidade depende da composição química do mineral e de
sua estrutura cristalina.

7) Brilho: é a aparência geral da superfície de um mineral à luz reflectida.


Continuação
8) Cor: a cor de um mineral nem sempre é uma propriedade definida e constante.
Vários factores podem alterar a coloração exibida por um mineral, tais como uma
mudança na composição química, a presença de impurezas, alterações na sua
superfície etc. Ex: a substituição progressiva do zinco pelo ferro na esfalerita
mudará sua cor do brando, passando pelo amarelo e pelo castanho ao preto.
9) Traço ou Risco: é o pó fino deixado por um mineral ao ser esfregado em uma
peça de porcelana polida .
10) Jogo de cores: diz-se que um mineral apresenta um jogo de cores quando, ao
virá-lo, vêem-se várias cores espectrais em rápida sucessão. Isto é muito comum
no diamante e na opala preciosa.
Continuação
11) Opalescência: é a reflexão leitosa ou nacarada do interior de um cristal. Ex:
observa-se em algumas opalas, pedra-da-lua e olho-de-gato.

12) Embaçamento: diz-se que um mineral exibe embaçamento quando a cor da


superfície difere da do interior. Ex: os minerais de cobre, a calcocita, etc, quando
são expostas ao ar.

13) Pleocroísmo: alguns minerais possuem uma absorção selectiva da luz nas
diferentes regiões cristalográficas, podendo, assim, aparecer com várias cores,
quando vistos em diferentes direções na luz transmitida. Exemplos comuns são a
Continuação

14) Refracção da luz: O poder de refracção da luz que um mineral possui tem
muitas vezes efeito distinto sobre a aparência do mineral. Índice de refracção
alto, difícil definir. Exemplos desses minerais são o quartzo e o feldspato.

15) Dupla refracção da luz: todos os minerais cristalinos, excepto os que pertencem
ao sistema isométrico, mostram o fenómeno da dupla refracção da luz. Isto é,
quando um raio luminoso penetra num desses minerais, desdobra-se em dois
raios divergentes, cada um deles caminhando através do mineral com velocidade
característica e tendo seu índice de refracção próprio. Ex: a calcita.
Continuação
16) Piezeletricidade: diz-se que um cristal possui piezeletricidade quando se
desenvolve uma carga eléctrica na sua superfície, ao exercer pressão nas
extremidades de um de seus eixos. Somente podem mostrar esta propriedade os
minerais que se cristalizam em classes de simetria a que falta um centro da
mesma, tendo assim, eixos polares. O quartzo provavelmente é o mineral
piezelétrico mais importante.
17)Pireletricidade: chama-se pireletricidade o desenvolvimento simultâneo de
cargas eléctricas positiva e negativa nas extremidades opostas de um eixo do
cristal, sob condições adequadas de alteração da temperatura. Somente
apresentam esta propriedade os cristais que possuem um único eixo polar.
18) Magnetismo: diz-se que possuem magnetismo os minerais que, em seu estado
natural, são atraídos por um ímã. Ex: a magnetita e a pirotita
Continuação
• 19) Iridescência: Um mineral é iridescente quando mostra uma série de cores
espectrais em seu interior ou sobre uma superfície. Uma iridescência interna é
causada geralmente pela presença de pequenas fracturas ou planos de clivagem,
ao passo que uma externa é causada pela presença de uma película ou
revestimento superficial delgado.
• 20) Acatassolamento: Alguns minerais apresentam, sob a luz reflectida, uma
aparência sedosa que resulta de muitas inclusões dispostas paralelamente a uma
direção cristalográfica. Quando se lapida uma gema, na forma de cabuchão, de
um mineral destes, ele é cruzado por um feixe de luz que forma ângulos retos
com a direção das inclusões. Esta propriedade, conhecida por acatassolamento, é
exibida pelo olho-de-gato, uma variedade gemológica do crisoberilo.
Continuação
• 21) Asterismo: Alguns cristais, especialmente os do sistema hexagonal, quando
vistos na direcção do eixo vertical, mostram raios de luz como uma estrela. Este
fenómeno, chamado asterismo, origina-se de peculiaridades de estrutura ao
longo das direcções axiais ou de inclusões dispostas em ângulos rectos quanto a
estas direcções. O exemplo notável é a safira astérica ou estrelada.
• 22) Diafaneidade: Conhece-se por diafaneidade a propriedade que alguns
minerais têm de permitirem que a luz os atravesse. Usa-se os seguintes termos
para designar os diferentes graus dessa propriedade:
a) Transparente: o contorno de um objecto visto através do mineral é
perfeitamente definido.

b) Translúcido: não se consegue distinguir exactamente um objecto através dele,


mas pode-se enxergar formas embaçadas. Opaco - O mineral é opaco quando a
Continuação
• 23) Luminescência: denomina-se luminescência qualquer emissão de luz por um
mineral, que não seja o resultado direto da incandescância. Na maioria dos casos
a luminescência é tênue, podendo ser observada somente no escuro.
• Existem vários tipos de luminescência:
• Triboluminescência - o mineral se torna luminoso ao ser esmagado, riscado ou
esfregado. Geralmente são minerais não-metálicos, anidros e de boa clivagem.
Ex: fluorita, pectolita, calcita, ambligonita, feldspato, esfalerita e lepidolita.
• Termoluminescência - o mineral emite luz visível quando aquecido a uma
temperatura abaixo do vermelho. Também ocorre geralmente em minerais não-
metálicos e anidros. Ex: fluorita, calcita, feldspato, lepidolita, escapolita e apatita.
CAPITULO IV - CONCEITOS
TÉCNICOS FUNDAMENTAIS
4.1 - Propriedades dos raios X

• Radiação eletromagnética;
• Espectro contínuo (Bremsstrahlung);
• Espectro característico;
• Absorção;
• Filtros;
• Produção de raios X;
• Detecção de raios X.
4.1.1 - INTRODUÇÃO
• No início do século 20, percebeu-se que os raio-X poderiam ser usados para "ver" a
estrutura da matéria de forma não invasiva. Isto marca o alvorecer da moderna
cristalografia. Os raio-X foram descobertos em 1895. Eles são feixes de luz que não
são visíveis ao olho humano. Quando os raio-X atingem um objecto, átomos do
objecto espalham-se.
• Cristalógrafos descobriram que os cristais, devido ao seu arranjo regular de átomos,
dispersam os raios em apenas algumas direcções específicas. Ao medir essas
direcções e a intensidade dos feixes espalhados, cientistas foram capazes de produzir
uma imagem tridimensional da estrutura atómica do cristal. Cristais foram escolhidos
como materiais ideais para estudar a estrutura da matéria em nível atómico ou
molecular, por conta de três características comuns: são sólidos, tridimensionais e
construídos a partir de arranjos dos átomos regulares e frequentemente simétricos.
• Graças à cristalografia de raio-X, os cientistas podem estudar as ligações químicas
que atraem um átomo para outro. Tome grafite e diamantes, por exemplo. Estes
minerais dificilmente são parecidos: um é opaco e macio (grafite é usado para fazer
lápis), enquanto que o outro é transparente e duro.
4.1.2 - As principais propriedades dos raios X úteis para
o radiodiagnóstico
1-Radiação eletromagnética - não têm carga, não podem ser defletidos por
campos elétricos ou magnéticos;
-No vácuo, propagam-se com a velocidade da luz;

- Propagam-se em linha reta;

-Propagam-se em todas as direções;

- Provocam luminescência em determinados materiais metálicos;


-Enegrecem o filme fotográfico;
Continuação
-São mais penetrantes quando têm energia mais alta, comprimento de onda curto e
frequência alta;

-Tornam-se mais penetrantes ao passarem por materiais absorvedores;

-Quanto maior for a voltagem do tubo gerador do raios X, melhor eles atravessam um
corpo;

-Produzem radiação espalhada ao atravessarem um corpo;

-Obedecem a lei do inverso do quadrado da distância (= 1/d2), ou seja, sua intensidade é


reduzida dessa forma;
-Podem provocam mudanças biológicas, benignas ou malignas, ao interagir com um
corpo.
Continuação
• Os raios X , também conhecidos como radiação X , referem-se à radiação eletromagnética
(sem massa em repouso, sem carga) de altas energias. Os raios X são fótons de alta
energia, com comprimentos de onda curtos e, portanto, frequência muito alta. A frequência de
radiação é o parâmetro chave de todos os fótons, porque determina a energia de um fóton. Os
fótons são classificados de acordo com as energias das ondas de rádio de baixa energia e
radiação infravermelha, através da luz visível, aos raios X de alta energia e raios gama .

2- O espectro de raios-X é formado de duas partes distintas e superpostas: uma contínua e outra
em linhas discretas. A parte contínua se deve aos raios-X de bremsstrahlung e vai de energias
muito baixas até uma energia máxima, numericamente igual a diferença de potencial aplicada
ao tubo.
• Espectro contínuo é um espectro que possui energias distribuídas continuamente em uma
certa faixa de valores, em oposição ao espectro discreto ou de linhas, que contém apenas
energias de certos valores bem definidos.
• O espectro contínuo de raios X é uma curva de intensidade (medida em contagens por
segundo) versus comprimento de onda do raio X. Essa curva depende do material do alvo e da
Continuação
• O espectro característico é quando um elétron externo pode arrancar um elétron do
átomo, criando uma vacância. Esta vacância é preenchida por um elétron de uma
camada externa, se emitindo um fóton de raio-X. A energia deste raio e igual á
deferência entre as energias das camadas eletrônicas envolvidas. Por isso se chama
raio-X característico.
• O bremsstrahlung é radiação eletromagnética produzida pela aceleração ou
desaceleração de um elétron quando desviada por fortes campos
eletromagnéticos dos núcleos alvo de alto Z (número de prótons). O nome
bremsstrahlung vem do alemão. A tradução literal é ‘radiação de frenagem’

• 3- Espectro eletromagnético é o conjunto de todas as frequências da radiação


eletromagnética. Ele apresenta sete tipos de radiação que interagem de formas
diferentes com a matéria e estão presentes em nosso cotidiano, em aplicações
tecnológicas, são elas: ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, luz visível,
4- ABSORÇÃO DE RAIO X
• bsorção de diversos metais em função de sua espessura e do comprimento de
onda da radiação primária.
• Os raios X interagem com a matéria em, principalmente, duas formas diferentes,
dependendo de sua energia e da composição do material. - Absorção
Fotoelétrica: é aquela na qual o fóton de raios-X é absorvido e toda sua energia é
transferida para um elétron. Acontece principalmente com raios X moles.
• 5 - Filtro Raio X
• O filtro tem função de absorver as radiações de baixa energia que não
contribuem para a formação da imagem, e depositam uma dose na superfície da
pele do paciente. O filtro atenua as radiações de intensidade mais altas no
radiodiagnóstico são utilizados filtros de alumínio.
6 - Produção de Raios X
• Raios X podem ser produzidos quando eléctrões são acelerados
em direção a um alvo metálico. O choque do feixe de eléctrões
com o ánodo (alvo) produz dois tipos de raios X. Um deles
constitui o espectro contínuo, ou bremsstrahlung em alemão,
e resulta da desaceleração do eléctrão durante a penetração no
ánodo.
• O outro tipo é o raio X característico do material do ánodo.
Assim, cada espectro de raios X é a superposição de um espectro
contínuo e de uma série de linhas espectrais características do
ánodo.
7- DETECÇÃO DE RAIO X
• A detecção de raioX é muito especifica, porque os fótons de alta energia
interagem de maneira diferente com a matéria.

• Os detectores digitais de raios-x tipo DR (Detecção de Raio X) são equipamentos


de alta tecnologia especialmente desenvolvidos para a geração de imagens de
raios x de alta resolução que podem ser visualizados em um monitor, segundos
após a emissão dos raios x, sem a necessidade de revelação ou qualquer outro
tipo de escaneamento.
4.2 - DIFRAÇÃO

• Lei de Bragg;
• Métodos de difração
4.3.1 – LEI DE BRAGG
• Descoberta por W.H. e W.L. Bragg em 1915, a Lei de Bragg interpreta a difracção das
ondas eletromagnéticas por um cristal. O processo de difracção é a reacção das ondas
em contacto com um obstáculo que não é totalmente transparente.
• A lei determina correlação entre a distância entre os átomos de um cristal e os ângulos
sob os quais são principalmente difractados os raios X transmitidos sobre o cristal.
• Essa lei empírica se forma sob a equação 2d sin a = nλ.
• d = corresponde à distância entre dois planos anatómicos do cristal,
• n = corresponde a uma ordem de difracção,
λ = determina o comprimento da onde da luz incidente,
a = define o ângulo de incidência desse raio luminoso.
• refere-se a equação: nλ = 2d sinΘ (1)

Continuação
• Refere-se a equação: nλ = 2d sinΘ (1), que foi derivada pelos físicos ingleses Sir
W.H. Bragg e seu filho Sir W.L. Bragg, em 1913, para explicar porque as faces
clivadas de cristais reflectem feixes de raio-X a certos ângulos de incidência (teta,
Θ). A variável d é a distância entre camadas atómicas em um cristal, e a variável
lambda λ é o comprimento de onda do feixe de raio-X incidente, n é um inteiro.
• Esta observação é um exemplo de interferência de ondas de raio-X, conhecido
como difracção de raio-X (XRD) e é uma evidência directa da estrutura periódica
de cristais, que fora postulada por vários séculos.
• Os Bragg receberam o Prémio Nobel de Física em 1915 por seu trabalho na
determinação das estruturas cristalinas do NaCl, do ZnS e do diamante.
4.2.2 - Cristalografia antes da técnica de difração de raios X

• Antes do uso de técnicas de difracção de raio X, a cristalografia estudava os


cristais baseando-se nas suas propriedades geométricas, isto é, sua simetria e sua
regularidade.

4.2.3 - Cristalografia de raios X
• A técnica de difração de raio-X serve não apenas para determinar a estrutura dos
cristais, que foi sua principal utilização no início, mas também para vários outros
objetivos como análise química de amostras, determinação da orientação
cristalina (ver índice de Miller) e estudar o equilíbrio de fases.
• A cristalografia de raio-X também tem várias aplicações em outras áreas como
biologia, medicina e engenharia.
• No entanto, o grafite e o diamante são parentes próximos, quimicamente
falando, sendo ambos compostos de carbono. É a capacidade de dispersar a luz -
devido à estrutura de suas ligações químicas - o que dá ao diamante o seu
“brilho”. Sabemos que isso se dá graças à cristalografia de raio-X.
• Em primeiro lugar, a cristalografia de raio-X só pode ser usada para examinar
cristais sólidos com um arranjo regular de átomos. Pode-se estudar minerais, por
exemplo, e muitos outros compostos, tais como sal ou açúcar. Também se pode
estudar o gelo, mas só até que ele derreta.
Continuação
• A difratometria de raios X corresponde a uma das principais técnicas de caracterização
micro-estrutural de materiais cristalinos, encontrando aplicações em diversos campos do
conhecimento, mais particularmente na engenharia e ciências de materiais, engenharias
metalúrgica, química e de minas, além de geociências, dentre outros. Portanto, como
centro de emissão de raio-X.
• Os raios X ao atingirem um material podem ser espalhados elasticamente, sem perda de
energia pelos electrões de um átomo (dispersão ou espalhamento coerente). O fóton de
raios X após a colisão com o electrões muda sua trajectória, mantendo, porém, a mesma
fase e energia do fóton incidente. Sob o ponto de vista da física ondulatória, pode-se
dizer que a onda electromagnética é instantaneamente absorvida pelo eléctrão e
reemitida; cada electrões actua.
• Se os átomos que geram este espalhamento estiverem arranjados de maneira
sistemática, como em uma estrutura cristalina, apresentando entre eles distâncias
próximas ao do comprimento de onda da radiação incidente, pode-se verificar que as
relações de fase entre os espalhamentos tornam-se periódicas e que efeitos de difracção
Continuação
• A cristalografia de raios X é uma técnica que consiste em fazer passar um feixe de
raios X, uma forma de radiação eletromagnética, através de um cristal da
substância sujeita ao estudo. O feixe se difunde em várias direções devido à
simetria do agrupamento de átomos e, por difração, dá origem a um padrão de
intensidades que pode interpretar-se segundo a distribuição dos átomos no
cristal, aplicando a lei de Bragg, extraindo assim numerosas informações sobre a
estrutura atômica e molecular.
• Os raios X são usados para tal fim porque têm comprimento de onda de 1 a 100
angstroms, ou seja, da mesma ordem de grandeza das distâncias interatômicas,
gerando, portanto, difrações significantes.
Referencias Bibliográficas
1- DANA, J. D., Manual de Mineralogia, vols. 1e2 (trad.) Ed. da Univ. de São Paulo, 1969.

2-Dickinson RG, Raymond AL (1923). «The Crystal Structure of Hexamethylene-Tetramine». J.


Amer. Chem. Soc. 45: 22.

3- GODINHO (1994) - A saga dos elementos químicos na crusta continental. Colóquio/Ciências,


Fundação Calouste Gulbenkian, n.º 15, p. 31-51.

4-Müller A (1923). «The X-ray Investigation of Fatty Acids». Journal of the Chemical Society
(London). 123: 2043

5- CHAVES, Alaor S. (2001). Física. 4. Rio de Janeiro: Reichmann&Affonso. p. 105.


• (@ Shutterstock / Andrey_Popov).

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