Instagram Insights: Ferramenta de Análise de Resultados Como Nova Estratégia de Marketing Digital

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste – Juazeiro – BA – 5 a 7/7/2018

Instagram Insights: Ferramenta de Análise de Resultados como Nova Estratégia de


Marketing Digital1

Bárbara Isis MARTINS2


Lívia Cristina Enders de ALBUQUERQUE3
Manoella NEVES4
Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL

RESUMO

Com a Internet, a forma de consumo, de relacionamento e de acesso à informação mudou de


maneira significativa. A partir disso, as mídias sociais surgidas também permitiram que essa
interação imediata e relacionamento entre empresa e público se tornassem um diferencial, a
partir de uma difusão expansiva de novas ideias, conteúdo, opinião, e outros. Como a maneira
de se relacionar mudou, fazer marketing também mudou, o que dando origem ao marketing
digital. A partir dessa nova forma de relacionamento, de divulgação e de novas estratégias de
mercado, o Instagram vem com sua característica de publicação de imagens e vídeos, tornar-se
uma nova ferramenta para as necessidades da sociedade de consumo. Para atender melhor as
estratégias de marketing usadas no aplicativo, a ferramenta Instagram Insights será o objeto de
estudo do ponto de vista da mensuração de resultados dentro da plataforma.

PALAVRAS-CHAVE: Instagram. Marketing Digital. Resultados. Estratégias. Conteúdos


Digitais.

INTRODUÇÃO

Imagens, sentidos e significados são mediados pela mídia e refletem o dia-a-dia de todos
aqueles que vivem conectados em busca de informação, entretenimento, conteúdo, fazendo a
construção assim de uma sociedade midiatizada. Vive-se em tempos onde todos estão cercados
de informações, seja, notícia, seja publicidade, que são veiculadas pelos meios de comunicação
de massa que acabam por influenciar o consumo e as opiniões. Segundo Capra (2002, p. 267),
“as funções e processos sociais organizam-se cada vez mais em torno de redes. Quer se trate
das grandes empresas, do mercado financeiro, dos meios de comunicação[...], constatamos que
a organização em rede tornou-se um fenômeno social importante e uma fonte crítica de poder”.

1
Trabalho apresentado no IJ05 – Comunicação Multimídia – Jornalismo do XX Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Nordeste, realizado de 5 a 7 de julho de 2018.
2
Estudante de Graduação 8º semestre do Curso de Jornalismo da COS-UFAL. E-mail:
barbaraisismartins@gmail.com.
3
Estudante de Graduação. 8º semestre do Curso de Jornalismo do COS-UFAL. E-mail: licacris.ea@gmail.com.
4
Professora-Doutora do Curso de Jornalismo e Relações Públicas do COS-UFAL. E-mail:
manoellaneves@hotmail.com;

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Entende-se que, atualmente, os meios de comunicação de massa competem com os


meios personalizados, uma vez que, segundo Covaleski (2013, p.38) “a sociedade passou de
uma mídia de massa para uma mídia segmentada e, através da interatividade, a uma mídia
praticamente personalizada”. Dessa forma, a sociedade vive um momento onde as pessoas são
guiadas pela transmissão de informações em tempo real, além dos meios entre a interação e o
produtor de conteúdos convergem entre a possibilidade do consumidor também gerar
conteúdos, fazendo uma linha transversal entre público e empresa. Em virtude desse avanço
frenético da velocidade entre trocas de informação e produção de conteúdo, o Instagram foi
uma plataforma que se destacou nos últimos anos com engajamento e atualizações relevantes
digna de uma observação mais a fundo sobre a sua desenvoltura na rede online.
Assim, constata-se que a mídia social Instagram proporciona uma rede social que
funciona como um meio de informação personalizada, integrando imagem e conteúdo relevante
de maneira rápida e interativa. Tais redes tem sido um dos principais alvos para as empresas e
instituições divulgarem as suas ações, devido ao uso relativo de baixo custo de divulgação.
O aplicativo se popularizou como meio de identificação social, onde as pessoas se
expressam ao passo que pessoas se conhecem, conectam, comunicam ou apenas observam os
demais, além de ter alcançado sucesso no que diz respeito ao uso pelas empresas através de
perfis comerciais atreladas a sociedade do consumo.
O presente artigo buscou como base o crescimento de investimento na área de marketing
digital e que, por ventura, destacou-se pelo fato do Instagram ser a plataforma onde maioria do
fluxo de interação tem se concentrado na rede, consequentemente, atraindo os olhares das
marcas que desejam se tornar mais próximos do seu público e converter melhor em vendas.
O artigo irá abordar conceitos basilares para descrever o cenário que envolve a internet,
as redes sociais, o marketing digital, o Instagram como mídia social prospectada e suas
extensões, além de direcionar a análise para a ferramenta Instagram Insights como forma de
amostrar como é possível, dentro da própria plataforma, desenvolver conteúdos referentes as
métricas necessárias para análise de desempenho da empresa, segmentação de nichos e
avaliações de desempenho. O verdadeiro foco é evidenciar que as próprias mídias sociais hoje
nos dão subsídios para desenvolver trabalhos e campanhas devidamente direcionadas e capazes
de atingir um público em específico, com maiores chances de conversão para os negócios.

REDES SOCIAIS NA INTERNET

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A era da internet transformou a sociedade, possibilitando maior acesso à informação


de maneira instantânea, seja ela de qualquer natureza ou interesse. A partir dos tablets,
smartphones e notebooks, a internet tornou-se mais participativa, exigente, formadora de
opinião, influente e independente, de maneira que permite que se escolha o que se quer ler,
ouvir, comprar, comentar. Assim, De Certeau (2002, p.39) afirma:

A uma produção racionalizada, expansionista, além de centralizada,


barulhenta e espetacular, corresponde outra produção qualificada de
“consumo”: esta é astuciosa, é dispersa, mas ao mesmo tempo ela se insinua
ubiquamente, silenciosa e quase invisível, pois não se faz notar com produtos
próprios, mas nas maneiras de empregar os produtos impostos por uma ordem
econômica dominante.

Atualmente, percebe-se que assim como a tecnologia e seus produtos se desenvolvem


e se modernizam numa frequência muito rápida, os consumidores também aprendem na mesma
velocidade a manusear os novos inventos, tomando a frente sobre o fluxo das mídias, já que se
encontram cercados por inúmeros suportes, “Assim, a convergência constitui um processo cultural,
e não apenas uma mudança tecnológica, no qual os consumidores são incentivados a se conectarem para
ter acesso a informações de seu interesse em meio a conteúdos midiáticos dispersos” (MÉDOLA e
CALDAS, 2013, p. 127).
No que tange as redes sociais atuais, são pessoas e organizações que se organizam em
forma de rede em locais virtuais, que podem ser acessados por dispositivos conectados, e que
por meio das interações e de influências exercidas por seus membros, promovem o
compartilhamento de mensagens e a produção de conhecimento coletivo (BARROS; COSTA;
OLIVEIRA, 2011).
Segundo Raquel Recuero (2009), redes sociais na Internet são constituídas de
representações dos atores sociais e de suas conexões. Dessa forma, as representações se
caracterizam de forma individualizada e personalizada. A partir disso, as conexões se
caracterizam pelos elementos que irão formar a estrutura onde as representações formarão a
rede social. Tais conexões estabelecidas, dentro da mediação estabelecida na internet, são
construídas pelos atores sociais por meio das interações mantidas pelas plataformas online,
limitando o fenômeno de rede social na internet pelo fato de segmentar o espaço de abordagem.
Assim como define Telles, (2010, p. 78) redes sociais são ambientes que focam reunir
pessoas, os chamados membros, “[...] que, uma vez inscritos, podem expor seu perfil com dados
como fotos pessoais, textos, mensagens e vídeos, além de interagir com outros membros,
criando lista de amigos”.

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A internet proporciona, a partir da mediação, as conexões que, segundo Recuero (2007),


pode ser de dois tipos: Emergentes - laços construídos através da conversação entre os atores
sociais (geração de redes emergentes) e; Filiação ou associação - manutenção da conexão
realizada pelo software ou site utilizados (geração de redes de filiação).
Desse modo, entende-se que pela primeira fase passa pelo processo de aprofundamento
do laço social, e a segunda podem nunca chegar a ter interação, exceto no momento de
estabelecimento da conexão. Assim, uma mesma pessoa pode ter uma rede de conexões em um
determinado sistema e uma rede de conversação, onde ambas podem ser diferentes e possuir
características estruturais diferentes. (RECUERO, 2007).
A convergência tem como caráter principal a interação, que depende das tecnologias
das novas mídias para a abertura de espaço para a interatividade, e assim proporcionando duas
novas vertentes, que são o poder dos objetos de induzir essa interação, e o interesse do público
em interagir.
Segundo Jenkins (2008), entender a convergência implica levar em conta as grandes
transformações pelas quais opera a lógica da indústria voltada para o consumo cultural.
Quando essas duas ideias se encontram, um novo ponto convergente surge, que é
justamente o criado pela interação das próprias pessoas dentro das mídias sociais, nomeado por
Jenkins como fansumidores. As comunidades de fãs formadas servem como mobilizadoras para
os produtos oferecidos nas mídias, e assim além de consumirem, também acabam gerando
novos produtos quando publicam opiniões e sugestões em suas mídias pessoais ou quando
participam de postagens nas mídias interativas.
Com base nisso, é possível destacar algumas mídias sociais, a partir de uma pesquisa
desenvolvida pelo Ideal Marketing5, que promovem interações em forma de rede e que tem
tomado proporções acerca do nível de interações entre atores sociais, como para o novo modelo
de negócios voltados para o conteúdo online.

Facebook

A mídia social contabiliza, já em 2018, cerca de 2 bilhões de usuários no mundo. O


Brasil é o terceiro país que mais utiliza a ferramenta. Além de servir como rede social pessoal,
ele também trabalha como business a favor dos empresários no que diz respeito a divulgação
de suas empresas através de anúncios patrocinados.

5
Veja as 10 redes sociais mais usadas no Brasil. Disponível em:
<https://www.idealmarketing.com.br/blog/redes-sociais-mais-usadas/#facebook>. Acessado em: 20/05/2018.
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Whatsapp

A diferença dessa mídia social para o SMS é que a ferramenta precisa estar conectada à
internet para funcionar. Desde que esteja conectada à uma rede Wi-Fi ou ao pacote de dados
adquiridos a partir da operadora do celular. Além de compartilhamento de fotos, mensagens de
texto e de áudio, é possível realizar chamadas de áudio e vídeo.

Youtube

Essa plataforma age por meio de canais e propagandas. Trata-se de uma rede social que
conta com investimentos de publicidade com maior frequência, pois tem um alcance maior que
outros por trabalhar com vídeos, seja com os mais típicos canais musicais, como os Youtubers
que exercem função de entretenimento.

Pinterest

Em âmbito empresarial, é possível selecionar imagens que façam referência a uma


empresa ou de alguma forma ajude na construção da marca e, assim, o usuário chegará até a
empresa por meio dessa mídia social. Além disso, também pode elaborar pins patrocinados que
aparecem no feed dos usuários. Pins são marcadores visuais que possuem um link de
direcionamento ao local original e facilitam a localização de informações desejadas pelo
usuário.

Instagram

É uma rede social voltada para o compartilhamento de fotos por meio de dispositivos
móveis. Umas das atualizações é a ferramenta Stories, semelhante ao Snapchat, que são
histórias feitas em pequenos vídeos que expiram com 24 horas. Além do Stories, o Instagram
também conta com filtros interativos, que também remetem à mídia social Snapchat. Por último,
a plataforma lançou a ferramenta Insights, que permite analisar o desempenho do seu anúncio
por meio de relatórios e, a partir desses resultados, pode-se nortear suas próximas ações.

INSTAGRAM NO MARKETING DIGITAL

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Criada em 2010 e agregada ao Facebook em 2012, o Instagram é um aplicativo gratuito


que possibilita compartilhar fotografias e pequenos vídeos (até de 15 segundos) com filtros e
ferramentas de criação, onde se pode publicar na plataforma e compartilhar instantaneamente
no Facebook, Twitter, Tumblr, Flickr, Foursquare, além de enviar a foto diretamente de
maneira privada por meio de Direct. A logística do aplicativo consiste no usuário publicar em
seu perfil fotos do cotidiano, do trabalho, da família e ainda de produtos, passando a estar
disponível para ser visualizado pelos seus seguidores (pessoas que seguem suas publicações
por vontade própria), e por todos os outros usuários que não seguem tal perfil, caso seja uma
conta pública (onde todos podem visualizar).
No Instagram, os usuários podem interagir como nas demais redes sociais, curtindo e
comentando publicações que despertem interesse, conversando por meio de mensagens nos
comentários ou através das mensagens privadas. A rede se estende por pessoas comuns,
celebridades, marcas, empresas, organizações e, sendo também fonte para prospecção de
parceiros e clientes.
É nessa simples ação em revelar detalhes íntimos da vida pessoal, eliminando
a separação entre o privado e o público, que o indivíduo que se utiliza do
Instagram fortalece os ideais da sociedade de consumidores, e é transformado
em uma mercadoria e forçado a se autopromover em uma busca incessante
para se tornar um produto visível e desejado. E para que essa mercadoria não
perca o poder de seduzir, é preciso se exibir um consumidor ativo e atualizado,
e para que isso ocorra, as imagens fotográficas devem evidenciar o consumo,
imediato e contínuo, características que são primordiais na cultura consumista
e que vão ao encontro do propósito do aplicativo em questão – fotografias
instantâneas. (LIMA, 2013, p.10).

O aplicativo promove o acesso rápido à informação e ao produto, permitindo vincular


o conteúdo a determinadas hashtags, expressando o conteúdo divulgado por determinado perfil
para um terceiro, que possua um amigo em comum ou não, proporcionando maior alcance e
engajamento na rede. Nesse momento, Bauman (2008) reforça a ideia de que o consumidor se
torna a mercadoria, quando o usuário passa a se vender na rede em troca de aceitação, dado ao
uso contínuo do aplicativo como ferramenta de marketing, explícito ou não. Quanto mais
popular o perfil, mais acessado e mais seguidores o Instagram esse usuário terá e,
consequentemente, um público maior alcançado. É notório o caráter mercadológico desse
processo, mesmo que os fansumidores não tenham como objetivo principal o consumo, todas
essas informações criadas ou acessadas são suscetíveis a serem transformadas em novos
produtos a serem consumidos.

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Com isso, novas preocupações surgem por conta das redes sociais, o gerenciamento
de imagem mais rigoroso, estratégias de marketing, avaliação do público, atendimento ao
consumidor, conhecimento de público e vendas diretas.

Marketing Digital

Nessa plataforma, o marketing se vê de uma forma completamente interativa e com mais


uma ferramenta à disposição do público e também dos negócios, a fim de potencializar seu
caráter emocional e filosófico, quanto sua função social. Ao individualizar o atendimento, a
marca estreita ainda mais sua relação empresa – produto – consumidor, com um potencial maior
para fidelização de clientes, além de obter e gerar o feedback mais rápido relacionado as vendas
e a satisfação.

Assim, numa convergência entre Propaganda, Relações Públicas, Marketing,


Promoção de vendas, Promoção institucional, Entretenimento, e até Produção
sob medida de produto projetado a seu gosto e em tempo real pelo consumidor
em potencial, as marcas, mesmo de pequena envergadura, podem atingir
milhões de consumidores e concorrenciar, pelo menos nessa forma de
distribuição da informação, marcas com notoriedade, share of mind e share of
market, e poder econômico maiores. [...] Contudo, manifestações de críticas
negativas não devem ser enxergadas, nesse processo interativo, a nível da
marca, como negativas, mas como informações qualitativas úteis às
estratégias de posicionamento e gerenciamento da marca, seus produtos e as
empresa(s)/organização(ões) que os fabrica(m) e revende(m) (ZOZZOLI,
1996, p. 22,23).

Para melhor compreensão do conceito de marketing, Pinheiro e Gullo (2013) define


como um processo com características humanas e sociais, pelo fato de existir interações entre
público e empresa, e administrativas, por utilizarem estratégias mais técnicas para alavancar o
alcance e atingir os objetivos. Com as estratégias de marketing voltadas agora para o ambiente
digital, outras preocupações surgem e acabam por revelar uma crescente importância para o
marketing digital, uma vez que o público na internet tende a ser mais crítico, pelo fato de terem
mais acesso a informações, demandando maior dedicação das empresas para atingirem seus
nichos na rede (VAZ, 2011).
Em se tratando da fase de comunicação, Herschmann e Pereira (2002, p. 04), afirmam
que “o processo de valorização da informação tem forte impacto na maneira da sociedade se
organizar e produzir”, ou seja, vive-se em uma sociedade que cada vez mais se organiza em
rede, onde o conhecimento e a informação desempenham um papel estratégico. É nesse cenário
que surge efetivamente o marketing digital, onde as novas ferramentas de interação que a
internet disponibiliza para os Marketers (RYAN & JONES, 2009), permitem que as empresas
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tenham contato direto com seus consumidores na rede e assim estabelecendo uma relação
contínua (CHAFFEY; SMITH, 2008).
Dessa forma, percebe-se que o marketing digital existe através do contato entre
público/cliente e Marketers (RYAN E JONES, 2009), onde relações se constroem e se
estabelecem a partir da construção de uma jornada onde a pessoa se torna cliente e que ao fim
dessa jornada é possível realizar a conversão em vendas. Ryan e Jones (2009) ainda salientam
que, da mesma forma que acontece no marketing tradicional, conhecer e perceber bem as
pessoas é o gatilho para aproveitar o potencial do marketing digital e é possível afirmar que
esse novo modelo ajuda as marcas a trilhar um caminho rumo ao marketing de relacionamento.
Smith (2012) corrobora que o marketing digital consiste na promoção de produtos e
serviços através de canais de distribuição digitais, usando para isso, computadores,
smartphones ou outros dispositivos digitais. Mas além disso, também consiste na utilização de
meios digitais para se comunicar com os consumidores de forma integrada, segmentada e ainda
mensurável. O fato de se tratar de um marketing feito online, a automatização permite a
realização de algumas tarefas de marketing. Esta automatização se dá através de softwares que
permitem conectar possíveis clientes, convertê-los e, por fim, fidelizá-los, utilizando-se de
conteúdo relevante e personalizado6.
Através do marketing digital é possível coletar dados importantes para que a empresa
possa se comunicar melhor com seu nicho, possibilitando um melhor entendimento daqueles
com quem a empresa está “falando”, para fortalecer o relacionamento entre eles e, deste modo,
fornecer produtos relevantes que atinjam aos desejos do seu público.

Marketing digital e o uso do Instagram

O Instagram, com isso, vem sido referência quando o assunto é o uso da plataforma
para o marketing digital. De acordo com Torres (2009), duas características das redes sociais
são de interesse do marketing digital: visibilidade e relacionamento. A partir dos
relacionamentos estabelecidos na rede online, conteúdos gerados dentro de um determinado
grupo que possui a capacidade de influenciar outras pessoas, sejam através de laços fortes ou
fracos, garantem assim a capacidade de aumentar a visibilidade do produto ofertado.
Com o aumento da relevância da rede social, os usuários buscaram publicar cada vez
mais conteúdo que se aproxime da imagem idealizada. Dessa forma, as empresas estão aderindo

6
Disponível em: <https://www.itfuture.com.br/entenda-por-que-automacao-de-marketing-precisa-da-integracao-
de-dados/>. Acessado em: 20/05/2018.
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a plataforma de maneira exponencial a fim de utilizar a rede social de maneira intensiva,


tratando-a como forte aliada para o seu posicionamento e firmação de autoridade da marca.
O potencial evidente do Instagram é o fato de proporcionar o relacionamento mais
intimista com as pessoas que realmente se interessam por determinados temas, pessoas, marcas.
Por isso, a plataforma se tornou um canal de comunicação importante para as empresas para
interagir e se comunicar com pessoas do mundo inteiro de maneira direta, simples e rápida, e
assim influenciar a percepção de sua imagem (MORTIMER, 2012).
Como ferramenta de marketing digital, o Instagram permite incrementar o
engajamento, aumentar o número de seguidores, enviar mensagens personalizadas a cada
cliente - através da opção de mensagens diretas do Instagram - e, ainda, alterar ou reforçar as
percepções do cliente sobre a marca e a imagem da mesma (PEREIRA, 2014).
Assim, através do Instagram for Business, plataforma de anúncios e métricas criada
especialmente para o Instagram, foi possível criar postagens de destaque em formato de vídeo,
foto e carrossel de até 5 imagens, sendo forte aliado de lojas virtuais e de perfis profissionais.
Dessa maneira, é possível aumentar o número de visitas no site da empresa, estimular ações
como baixar aplicativos ou efetuar compras, além de aumentar o número de seguidores da
marca. Através da ferramenta, é possível segmentar campanhas por idade, gênero, interesse,
localização, tornando a prática do anúncio muito mais relevante e nichada. O foco é que seja
utilizada para empresas e comércios locais, o que exclui blogueiros e youtubers, pois contatos
pessoais seriam compartilhados com o público. Para se ter acesso às ferramentas, faz-se necessário
que a empresa possua uma fanpage no Facebook conectada a um perfil no Instagram com, ao
menos, 100 seguidores. A este conjunto de características, pelo fato de que o Instagram permite
a segmentação do público-alvo dos anúncios tendo em conta, por exemplo, os seus dados
demográficos e os seus interesses.
Diante do potencial do Instagram como ferramenta de marketing digital, Kylie (2015)
menciona, na revista CRM Magazine, dados divulgados pela Forrester Research, que só em
2014 o Instagram conseguiu 58 vezes mais envolvimento (engagement) dos seus utilizadores
com marcas por seguidor, do que o Facebook e 120 vezes mais do que o Twitter. Como cada
vez mais as pessoas tem se comunicado através do visual, sejam com imagens ou vídeos, é
iminente que as marcas também se preocupem com as novas formas de engajamento e de como
comunicar-se com seus consumidores, uma vez que o comércio online tem sido cada vez mais
agregado a rotina das pessoas. Dissecando o Instagram for Business, três ferramentas são
destaques das atualizações da plataforma:

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1. Business profiles

Essa ferramenta é gratuita para empresas que desejam ser reconhecidas como tal no
Instagram. Assim, as empresas podem escolher como querem que seus clientes entrem em contato
– por e-mail, telefone, mensagem – e clicando no botão d “enviar mensagem”, que aparecerá ao
lado do botão de seguir. Também é possível ver o endereço da empresa. Os perfis de empresa só
serão abertos a quem já tem uma página de empresa no Facebook., para utilização das credenciais
de pagamento do Facebook, além de reaproveitar informações de endereço, número de telefone e
website.

2. Promoção

Permite transformar postagens de melhor performance em anúncios diretamente de dentro


do aplicativo. É possível escolher uma publicação já postada e assim acrescentar um botão para
incentivar o público a interagir, podendo selecionar um público alvo ou deixar que o Instagram o
faça. Depois desses procedimentos, a postagem será promovida pelo período de tempo estipulado
pela empresa.

3. Insights

Essa é a ferramenta que melhor mensura os resultados da empresa com relação ao


engajamento e postagens. Assim, é possível analisar o comportamento e os dados demográficos da
audiência do Instagram da empresa, facilitando assim qual direcionamento tomar na hora de criar
conteúdo relevante. Nos insights, serão mostradas métricas como melhores postagens, alcance,
impressões e engajamento, assim como mais dados sobre os seguidores, como gênero, idade e
localização – incluindo a cidade específica. Mostrará também o horário em que seus seguidores
mais utilizam o Instagram.
Assim, tomando como base a última ferramenta citada, percebe-se que, a partir do momento
em que uma sistema de métricas é incorporado ao plataforma, além de contabilizar outros fatores
como localização, gênero, publico atingido, com riqueza de detalhes e de conteúdo para análises, a
mesma será investigada mais a fundo no tópico a seguir.

ANÁLISE: INSTAGRAM INSIGHTS COMO FERRAMENTA DE RESULTADOS

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O Instagram Insights é uma funcionalidade dentro do aplicativo que permite que você
obtenha dados como, por exemplo, o alcance das publicações, o engajamento do público com
elas, características da sua audiência. Como se trata de uso apenas em perfis comerciais, essa
proposta dada pelo aplicativo integra de maneira funcional no quesito mensuração e análises de
resultados das ações comerciais da empresa, uma vez todos os dados coletados dos usuários
seguidores da marca serão indicados e contabilizados estatisticamente, fica mais fácil nichar o
público e obter retornos positivos.
As funcionalidades propostas pela ferramenta são representadas por um ícone de barras,
localizado na parte superior do perfil ao lado direito, como assinala a imagem a seguir:

Imagem 1 – ícone da ferramenta de métricas

Fonte: acervo pessoal.

Ao clicar, é possível ter acesso ao número de seguidores, incluindo os que começaram a seguir
nos últimos 7 dias e a quantidade de publicações realizadas na semana. Diante das publicações,
serão contabilizados os números de impressões, alcance das publicações, visualizações do
perfil, cliques no site, cliques no botão “Ligar”, “Enviar e-mail” ou “Como chegar”, caso
estejam habilitados. Será também possível visualizar a porcentagem de homens e mulheres que
acessaram, em qual faixa etária está a maioria dos seguidores, as localizações que concentram
a maior parte deles (cidades e países), e os horários e os dias da semana em que eles são mais
ativos. Nas métricas é possível visualizar de que forma os seguidores/público está se
comunicando com a empresa, a partir de dados coletados nos comentários, número de curtidas
na postagem, número de pessoas que salvaram a publicação em seu dispositivo, também pelas
impressões - número de vezes em que a publicação apareceu para os usuários - e alcance -
número de perfis únicos que viram a sua publicação. A imagem 2 escala uma ordem das
funções:

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Imagem 2 – Sequência de métricas

Fonte – Acervo pessoal.


Já nos Stories (vídeos que duram 24 horas no perfil), inclui as métricas que numeram
a quantidade de toques para avançar, toques para voltar, saídas do vídeo e respostas aos Stories.
A partir disso, o marketing digital feito dentro do Instagram passou a ser mais efetivo
do ponto de vista que, a partir dos relatórios gerados através das métricas disponibilizadas, foi
possível conhecer melhor os seguidores da empresa, compreendendo melhor quem é o seu
público e como ele se comporta. Noções por gênero, faixa etária e localização, facilitam na
montagem da estratégia para usar uma linguagem mais adequada e desenvolver publicações
mais criativas e eficazes e que possam converter positivamente.
A possibilidade obtida para se saber qual é o alcance das postagens também é um
diferencial. Ao se colocar em prática uma estratégia de marketing, é importante que se garanta
que a mensagem impacte o público de maneira positiva. Assim, através do Insights pode-se
comparar publicações que tiveram maior alcance e, dessa forma, direcionar temas relacionados
que possam atingir mais seguidores. Nesse sentido, analisar os horários que o público costuma
acessar o perfil comercial deve ser levado em consideração para que se possa comparar com os
horários das postagens e avaliar qual foi o momento de maior engajamento, e assim focar nos
horários para futuras publicações.
Com os insights referentes às publicações, é possível perceber quais publicações
atraem mais a atenção do público, onde com a métrica de envolvimento se identifica qual
postagem mais teve interação dos usuários.
Com relação às postagens mais imediatas feitas através dos Stories, a aproximação do
público em ver como está o dia-a-dia, os produtos, o fluxo da loja, e afins, gera engajamento de
caráter imediatista, e que ao colocar a localização, um nicho especifico daquele lugar irá ter
acesso ao vídeo e poderá assistir e se interessar pelo tema.

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Assim, usar as informações para analisar como o marketing e a comunicação estão


funcionando, auxilia a existência de um melhor engajamento com o público, além de
possibilitar a interpretação do que está dando certo ou não, e dessa forma ajustar as falhas para
otimizar o relacionamento com o cliente.
Apesar do acesso às métricas de histórias permanecer apenas por 14 dias e a ausência
de números exatos de usuários por gênero, faixa etária e localização —, o Instagram Insights
oferece a vantagem de todas as informações que antes necessitaria de uma plataforma diferente
de análise, serem disponibilizadas dentro do próprio Instagram, possibilitando a empresa
reconhecer as particularidades do seu público, analisar os resultados das suas estratégias de
marketing digital e focar em publicações que tragam resultados efetivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ferramentas online revolucionaram a forma de relacionamento e desenvolvendo


assim o atual marketing digital. A partir disso, os fenômenos da comunicação no ciberespaço
também se modificaram. As interações em rede proporcionaram uma nova troca de informações
entre cliente e marca, estreitando o contato e dando maior liberdade para o público de escolher
o que quer ver, curtir, consumir e seguir.
As conexões estão tão mais presentes nas redes sociais que se as empresas não
aderissem aos novos formatos, com certeza ficariam para trás. Da mesma forma agiram as
mídias digitais, em especial o Instagram, com a ferramenta Insights, proporcionando que a
empresa tenha acesso ao seu público de maneira melhor direcionada e atingindo seu nicho
específico, evidenciando assim que o fato do público está cada vez mais participativo e
exigente, e que não quer consumir qualquer produto, força os canais a transformarem o mercado
em algo que se faça de maneira direcionada e não aleatória. Assim, os estudos podem mostrar
que a cada dia, o foco maior é em munir o consumidor de conteúdo relevante para seus
interesses, e não bombardeá-los com conteúdo irrelevante e enfraquecendo o mercado.

REFERÊNCIAS

BARROS, I. C.; COSTA, J. M. C.; OLIVEIRA, Y. R. O. Publicidade nas Mídias Sociais. Fortaleza:
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