Yaren Patologias Das Glândulas

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PATOLOGIAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES

Saliva é um fluido aquoso, transparente, produzida pelas glândulas


parótidas, submandibulares e sublinguais pares e muitas outras glândulas
pequenas e inominadas espalhadas em torno da membrana mucosa bucal.
As patologias mais comuns das glândulas salivares são a infecção, a
formação de cálculos na glândula submandibular e os tumores da glândula
parótida.
As patologias das glândulas salivares podem manifestar-se com os
seguintes sinais/sintomas dependendo da glândula afectada:
 Aumento do volume: mono ou bilateral, com ou sem dor.
 Dor espontânea e/ou com palpação e/ou durante a refeição.
 Boca seca por escassa formação de saliva.

Sialoadenite É a inflamação de uma glândula salivar. As glândulas mais


frequentemente envolvidas são as submandibulares, mas as paróditas
também podem ser afectadas. As principais causas de inflamação são:

 Agentes infecciosos: vírus, bactérias


 Cálculos: que determinam a sialolitíase
 Mecanismo auto-imune: exemplo da Sindroma de Sjögren
 Causas não inflamatórias e não neoplásticas
 Neoplasias

SIALOADENITE INFECCIOSA

A sialoadenite infecciosa pode ser aguda ou crónica.

Pode ter as seguintes causas:

Bactérias (mais frequentes que vírus): Staphylococcus aureus é o mais


frequente. Outras bactérias incluem Haemophilus influenzae, Streptococcus
pyogenes, Escherichia coli, Mycobacterium tuberculosis.

Os Factores desencadeantes da infecção por bactérias são muitas vezes


resultado da desidratação com proliferação excessiva da flora da cavidade
oral. A desidratação é causada na maior parte dos casos por condições pós-
cirúrgicas, na qual o paciente não bebe; radioterapia; imunodeficiência
relacionada a diabete mellitus, HIV e quimioterapia.
Vírus: vírus da parotidite, Coxsackievírus, Parainfluenza types I e II,
Influenza A, e Herpes vírus.

Quadro clínico:
 Aumento do volume das glândulas afectadas (a sialoadenite aguda é
mais frequente nas parótidas).
 Dor.
 Eritema da pele sobre a glândula e tecidos adjacentes.
 Abcesso: pode ser a evolução da infecção.
 Material purulento que pode ser observado no ducto de Stenon ou
Wharton, a nível do freio da língua (é a abertura do ducto da
glândula submandiluar).

Diagnóstico:
É baseado na recolha da história clínica que deve incluir: início, duração
dos sintomas, recorrência, cirurgia recente, problemas recentes nos dentes,
imunização (sarampo, parotidite), doenças autoimunológicas, presença de
massa, perda de peso, alterações da pele, dor de dentes, secreções anormais
da boca.

Conduta:
 Hidratação
 Compressa morna e massagem na área afectada
 Sumo de limão (sialogogo) 3 vezes ao dia para estimular o fluxo
salivar
 Antibióticos orais: Amoxicilina (500mg) com ácido clavulánico
(125mg), 1 comprimido de 8 em 8 horas durante 7-10 dias. Em
pacientes alérgicos às penicilinas, usa-se a eritromicina 500 mg de
6/6 horas.

 Na sialodenite crónica usar: amoxicilina com ácido


clavulânico (ou eritromicina nos pacientes alérgicos a
penicilina) combinado com metronidazol 250 mg de 8 em 8
horas durante 10 dias.

 No caso de suspeita de infecção viral, a infecção é auto-


limitada e basta o tratamento sintomático (analgésicos e
AINES)
 Caso o paciente tenha sintomas gerais e seja séptico ou haja um
abcesso deve ser internado para tratamento E.V. e para drenagem
do abcesso (refira estes casos).

SIALOADENITE POR SIALOLITÍASE


É a presença de cálculos (um ou mais) nos ductos secretores da glândula
afectada. Os cálculos desenvolvem-se por alterações da composição e
viscosidade da saliva. As glândulas mais afectadas são as submandibulares.
Quadro clínico:
Dor e aumento do volume das glândulas salivares durante e depois de uma
refeição, ou seja, durante a maior actividade secretora da própria glândula.
Apresenta aumento de volume e dor tipo cólica na região da glândula. As
crises de dor desaparecem e reaparecem nas refeições seguintes.
Diagnóstico:
A história clínica típica de dor durante a refeição levanta fortes
suspeitas de sialoadenite. É necessário também completar o diagnóstico
com o exame objectivo das glândulas e a palpação destas. O Rx da região
afectada (se disponível) evidência os cálculos.
Tratamento:
Referência/transferência para o médico.

SIALOADENITE AUTOIMUNE
Em curso de Sindroma de Sjögren, que é uma doença sistémica de origem
autoimune, podem ser afectadas as glândulas salivares e pode aparecer uma
sialoadenite. Isto acontece mais frequentemente nas glândulas parótidas,
mas também na submandibular e nas salivares menores.
Quadro Clínico:
 Aumento simétrico do volume da glândula
 Produção escassa de saliva com sensação de boca seca, mas sem
sede
 Língua caracterizada por atrofia das papilas
 Sintomas associados: conjuntivite seca, artrite generalizada e outros
Diagnóstico:
A suspeita é fundamentalmente clínica: aumento simétrico das glândulas
salivares, boca seca mas sem sede, olhos secos e artrite generalizada.
Conduta:
Referência/transferência para o Médico

SIALADENITES POR CAUSAS NÃO INFLAMATÓRIAS E


NÃO NEOPLÁSTICA
São caracterizadas por aumento de volume bilateral das glândulas salivares,
simétrico e sem dor, devido à hipertofia do tecido glandular e atrofia dos
ductos. Raramente é unilateral.
As causas mais comuns podem ser resumidas em 4 categorias:
 Nutricional: deficiência de vitaminas, bulimia
 Endócrinas: diabetes mellito, hipotiroidismo
 Metabólicas: obesidade, cirrose
 Reactiva: exemplo na infecção por HIV pode ocorrer um aumento
das glândulas parótidas, que geralmente é bilateral mas também pode
ser unilateral, é indolor, pode regredir com a terapia anti-retroviral. É
mais frequente em crianças e adolescentes. É causada por uma
infiltração do tecido glandular por linfócitos reactivos.

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