Avaliação de Sinais Vitai+

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AVALIAÇÃO DE SINAIS VITAIS:

CONCEPTOS E IMPORTÂNCIA;
TEMPERATURA
CONCEITO DE SINAIS VITAIS (SV):
É um conjunto de
acções que tem o
objectivo de
monitorar a condição
clínica do utente
através de
mensuração
sistematizada da
temperatura, pulso,
respiração e tensão
arterial.
SINAIS VITAIS – IMPORTÂNCIA:
 A verificação dos sinais vitais é fundamental ao
monitoramento do utente, pois oferece
parâmetros gerais de como está as funções vitais
do seu organismo;
 Devem ser verificados na admissão, diariamente
de acordo com a rotina do serviço, antes de
cirurgias, ao receber utentes cirúrgicos e em
trabalho de parto, durante todo trabalho de parto
e puerpério e sempre que o utente manifeste
desconforto ou mal-estar;
 Suas alterações são sinais de enfermidade ou
agravamento do estado de saúde do utente.
INFORMAÇÕES AO UTENTE SOBRE SV:
O utente tem direito de saber seus valores
de SV.
 Nunca lhe negue esse direito nem diga
frases como:
 Sua tensão está óptima.
 A senhora não tem febre.
 As alterações devem ser comunicadas ao
utente e/ou familiar de modo adequado.
 Nos casos de alterações importantes nos
SV a enfermeira ou o médico devem ser
imediatamente comunicados.
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES E USO DE
EPI NA VERIFICAÇÃO DE SV:
 O enfermeiro deve lavar as mãos com água e
sabão ou friccioná-las em álcool glicerinado entre
um utente e outro;
 O uso de máscara vai depender das precauções
em que o utente se encontra; A máscara clínica já
deve ser de uso contínuo do enfermeiro e a
máscara N95 deve ser usada durante contacto
com utentes portadores de doenças
transmissíveis por via área (varicela, sarampo e
tuberculose pulmonar);
 O uso de luvas de procedimentos está indicado
para os utentes com doenças de transmissão por
contacto.
 Entre utentes fazer a desinfecção do termômetro
no sentido do corpo para o bulbo, obedecendo o
princípio do mais limpo para o mais sujo, mediante
lavagem com água e sabão ou desinfecção com
álcool a 70% - processo que diminui a possibilidade
de infecção cruzada.
 Contacto com o mercúrio pode causar problemas
renais, respiratórios e até danos irreversíveis no
sistema nervoso. Assim, quando o termômetro
quebra, o mercúrio deve ser acondicionado em
recipiente plástico com água (evita a evaporação),
identificado e entregue em coleta selectiva para
produtos perigosos.
 Entre utentes fazer a desinfecção do diafragma
do estetoscópio;
 Fazer a desinfecção das olivas do estetoscópio
antes e depois de verificar os SV de todos os
seus utentes;
 Reservar material de verificação de TA
exclusivo para utentes com doenças de
transmissão por contacto;
 Após a alta do utente realizar desinfecção do
material, enviar a braçadeira para lavandaria.
TEMPERATURA CORPORAL:
 Vários processos físicos e químicos, sob o controle
do hipotálamo, promovem a produção ou perda de
calor, mantendo o organismo com temperatura
mais ou menos constante, independente das
variações do meio externo.
 A temperatura corporal está relacionada à
atividade metabólica, ou seja, a um processo de
liberação de energia através das reações químicas
ocorridas nas células.
FACTORES QUE INTERFEREM NA
TEMPERATURA:

 Factores que aumentam a temperatura:


 Exercícios (pelo trabalho muscular); emoções
(estresse e ansiedade); e o uso de agasalhos,
pois reduzem a dissipação do calor.
 Factores que diminuem a temperatura:

 Sono e repouso, emoções, desnutrição;


 Outros factores promovem alterações transitórias
da temperatura corporal:
 Factor hormonal (durante o ciclo menstrual,
gravidez e climatério), banhos quentes ou frios
e ingestão de alimentos e bebidas quentes ou
frias.
A alteração patológica da temperatura mais
frequente caracteriza-se por sua elevação e
está presente na maioria dos processos
infecciosos e/ou inflamatórios.
VALORES DE NORMALIDADE DA
TEMPERATURA:

É difícil delimitar a temperatura


normal porque, além das
variações individuais e
ambientais, num mesmo
indivíduo a temperatura não se
distribui uniformemente nas
diversas partes do corpo.
 Assim,
considera-se como variações normais de
temperatura:

Temperatura axilar: 35,8ºC - 37,0ºC;


Temperatura oral: 36,3ºC - 37,4ºC;
Temperatura retal: 37ºC - 38ºC.

 As regiões axilar, oral (sublingual) e rectal são os


principais sítios de verificação da temperatura
corporal.
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA
TEMPERATURA:

 Hipotermia: temperatura abaixo do valor


normal;
 Hipertermia: temperatura acima do valor
normal;
 Febrícula: temperatura entre 37,2º C e 37,8º C;

 Febre: temperatura acima de 37,8ºC.


TIPOS DE TERMÔMETRO:
O controle da temperatura corporal é realizado
mediante a utilização do termômetro, sendo o
mais utilizado o de mercúrio, porém cada vez
mais torna-se frequente o uso de termômetros
digitais.

Termômetro Termômetro
de mercúrio digital
TERMÔMETRO DE MERCÚRIO:
O ponto de
localização do
mercúrio indica a
temperatura.

Coluna de mercúrio

Bulbo
Corpo
TEMPERATURA AXILAR:
 É a verificação mais frequente,
embora
seja a menos precisa, pois o suor
ameniza a temperatura durante
a medição e a axila está mais
exposta ao ambiente externo
(ventilação).
 O termômetro deve permanecer
na axila por cerca de 5 a 7
minutos.
O bulbo do termômetro deve ser colocado no
centro da axila, que deve estar seca e o utente
deve baixar o braço pondo a mão em direcção
ao ombro oposto.
 Manter o termômetro pelo tempo indicado,
lembrando que duas leituras consecutivas com
o mesmo valor reflecte um resultado bastante
fidedigno.
 Para a leitura da temperatura, segurar o
termômetro ao nível dos olhos, o que facilita a
visualização.
TEMPERATURA ORAL:
 O termômetro deve ser
individual, o qual deve estar
posicionado sob a língua e
mantido firme com os lábios
fechados, por 3 minutos.
 Este local é contra-indicado
para crianças menores, idosos,
utentes com distúrbios
mentais, inconscientes, com
lesões orofaríngeas, após
fumar e ingerir alimentos
quentes ou frios;
TEMPERATURA RECTAL:
O termômetro rectal é de uso individual.
 Deve ser lubrificado (com vaselina, por
exemplo) e introduzido no recto, com o
utente em posição de Sims, inserido cerca
de 3,5cm, em adulto, por 3 minutos;
 A verificação da temperatura rectal é a
mais fidedigna;
 É contra-indicada em utentes submetidos
a cirurgias do recto e períneo e/ou que
apresentem processos inflamatórios locais;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA
HIPERTERMIA:

 Orientar o utente sobre a importância dos


procedimentos a serem realizados
para reduzir a temperatura;
 Controlar a temperatura com maior
frequência até sua estabilização;
 Aumentar a ingesta líquida, se não houver
contra-indicação;
 Providenciar banho morno e repouso; o
banho morno provoca menos tremores e
desconforto que o frio;
 Se febre muito alta, aplicar compressas de
água (na temperatura ambiente) durante os
calafrios, cobrir o utente e protegê-lo de
correntes de ar;
 No período de transpiração, arejar o ambiente
e providenciar roupas leves;
 Fornecer medicação de acordo com a prescrição
médica e registar no processo clínico.
 Orientar o utente sobre a importância dos
procedimentos a serem realizados para elevar
a temperatura;
 Aquecer o utente com agasalhos e cobertores;

 Manter o ambiente aquecido;

 Proporcionar repouso e ingestão de alimentos


quentes.
AVALIAÇÃO DE SINAIS VITAIS

PULSO E RESPIRAÇÃO
PULSO.
 O controle do pulso é possível
porque o sangue impulsionado do
ventrículo esquerdo para a aorta
provoca oscilações ritmadas em
toda a extensão da parede arterial,
que podem ser sentidas quando se
comprime a artéria contra uma
estrutura dura.
 Além da frequência, observar o
ritmo e a força que o sangue exerce
ao passar pela artéria.
FACTORES QUE INTERFEREM NA
FREQUÊNCIA DO PULSO:

 Fatorespodem provocar alterações passageiras


na frequência cardíaca:
 Emoções, exercícios físicos e alimentação;
 Estado de hidratação: nas situações de
hemorragia, diarréias severas e vômitos que
levam o utente a desidratação o pulso
acelera na tentativa de compensar o débito
cardíaco;
 Ao longo do ciclo vital seus valores vão se
modificando, sendo maiores em crianças e
menores nos adultos.
VALORES DE NORMALIDADE DO PULSO:
 Recém-nascidos: em média, de 120 P/min,
podendo chegar aos limites de 70 a 170 P/min.
 Aos 4 anos: a média é de 100 P/min, variando
entre 80 e 120 P/min, mantendo-se até os 6
anos;
 > de 6 anos e até os 12 anos: a média fica em
torno de 90 P/min, com variação de 70 a 110
P/min.
 Aos 18 anos: atinge 75 P/min, nas mulheres e
70 P/min, nos homens.
LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DO PULSO:
 A verificação do pulso é feita sobre a artéria radial e,
eventualmente, quando o pulso está filiforme, sobre as
artérias mais calibrosas, como a carótida e a femoral.
 Outras artérias, como a temporal, a facial, a braquial,
a poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a
verificação do pulso.

Vejamos a figura
a seguir
LOCAIS DE PALPAÇÃO DO PULSO:
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO PULSO:
 Normocárdia: frequência regular, ou seja,
o período entre os batimentos se mantém
constante, com volume perceptível à
pressão moderada dos dedos.
 Bradicárdia: frequência cardíaca abaixo
da normal;
 Taquicárdia: frequência cardíaca acima da
normal;
 Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico;
 Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico;
 Filiforme: pulso fino.
RESPIREM E ...
RESPIRAÇÃO:
A respiração é a troca de
gases dos pulmões com o
meio exterior, que tem
como objectivo a absorção
do oxigênio e a eliminação
do gás carbônico.
Otransporte de oxigênio está a cargo da
hemoglobina, proteína presente nas hemácias.
Cada molécula de hemoglobina combina-se
com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a
oxi-hemoglobina.
 Nos alvéolos
pulmonares o oxigênio
do ar difunde-se para
os capilares
sanguíneos e penetra
nas hemácias, onde se
combina com a
hemoglobina,
enquanto o gás
carbônico (CO2) é
libertado para o ar
(processo chamado
hematose).
FACTORES QUE INTERFEREM NA
FREQUÊNCIA DA RESPIRAÇÃO:

 Atividade física: aumenta a frequência


ventilatória;
 Quando o pH está abaixo do normal
(acidose) o centro respiratório é excitado,
ocorrendo aumento da frequência
respiratória;
 Quando o pH está acima do normal
(alcalose), o centro respiratório é
deprimido, ocorrendo diminuição da
frequência respiratória.
A ansiedade e os estados ansiosos promovem
libertação de adrenalina que, frequentemente
levam também à hiperventilação;
 Condições em que a concentração de oxigênio
nos alvéolos cai a valores muito baixos. Isso
ocorre quando se sobe a lugares altos, onde a
concentração de oxigênio no ar é muito baixa
ou em patologias como: pneumonia,
tuberculose, câncer do pulmão e outras.
ALTERAÇÕES NA RESPIRAÇÃO:
 Dispnéia: é a respiração difícil ou curta. É
sintoma comum de várias doenças pulmonares e
cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.
 Ortopnéia: é a incapacidade de respirar
facilmente, exceto na posição ereta.
 Taquipnéia: respiração rápida, acima dos valores
da normalidade, freqüentemente pouco profunda.
 Bradipnéia: respiração lenta, abaixo da
normalidade.
 Apnéia: ausência da respiração
VALORES DE NORMALIDADE:
 Lactentes:

 30 a 40 ciclos respiratórios por minuto


(Cr/min);
 Crianças:

- 20 a 25 Cr/min;
• Adultos: 14 a 20 Cr/min;
 Homem: 16 a 18 Cr/min;
 Mulher: 18 a 20 Cr/min.
AVALIAÇÃO DE SINAIS VITAIS:

TENSÃO ARTERIAL
TENSÃO ARTERIAL (TA):
 A tensão arterial
resulta da força que o
sangue exerce sobre as
paredes das artérias e
depende:
 Do débito cardíaco
relacionado à
capacidade de o
coração impulsionar
sangue para as
artérias e do volume
de sangue circulante;
• Da resistência vascular periférica,
determinada pelo lúmen (calibre),
elasticidade dos vasos e viscosidade
sanguínea (sua consistência resultante
das proteínas e células sanguíneas),
traduzindo uma força oposta ao fluxo
sanguíneo.
 O controle da TA compreende a verificação da TA
máxima (sistólica) e da mínima (diastólica), registada
em forma de fração ou usando-se a letra x entre os
valores.
 Exemplo: 120/70mmHg ou 120x70mmHg.
FACTORES QUE INTERFEREM NA TA:
 A TA é mais baixa durante o sono e ao despertar;
 Tabagismo, ingestão de alimentos, exercícios, dor
e emoções como medo, ansiedade, raiva e estresse
aumentam a TA;
 Local de verificação;

 Estado de hidratação:
nas situações de
hemorragia, diarréias severas e
vômitos que levam o utente a
desidratação a TA baixa pela
diminuição do débito cardíaco;
• Diabetes, aumento dos níveis de
triglicerídeos e colesterol
(comum em obesos), a TA
aumenta pelo aumento da
viscosidade sanguínea e pelo
aumento da resistência das
artérias.
LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TA:
 A TA é verificada sobre a artéria braquial; caso o
utente esteja impossibilitado dos dois braços (o que é
muito incomum) verificar sobre as artérias poplítea e
pediosa;

Artéria Artéria Poplítea Artéria Pediosa


Braquial
POSIÇÃO DO UTENTE:

Poplítea
Artéria
Pediosa
Artéria
Artéria Braquial
TIPOS DE APARELHOS DE MEDIÇÃO DA TA
(ESFIGMOMANÓMETRO):

2)Aneróide 3) Digital

1) De coluna de
mércurio (de
mesa ou de
1 e 2 são os mais fidedignos;
chão);
Todos devem estar calibrados
para o uso.
MEDIDAS DE BRAÇO E LARGURA DA BOLSA DA
BRAÇADEIRA ( MANGUITO ):
Denominação do
Circunferência Largura da
braçadeira
do braço (cm) bolsa (cm)
(manguito )
5-7,5 Recém-nascido 3
7,5-13 Lactente 5
13-20 Criança 8
17-24 Adulto magro 11
24-32 Adulto 13
32-42 Adulto obeso 17
42-50 Coxa 20
HIPERTENSÃO ARTERIAL:
 Termo usado para indicar pressão arterial acima
da normal; e hipotensão arterial para indicar
pressão arterial abaixo da normal.
 A hipertensão arterial é a principal causa de
mortalidade materna em todo o mundo. Portanto
deve ser controlada:
 Antes da gestação;
 No pré-natal;
 No parto; IMPORTANTE
 No puerpério.
VALORES DE NORMALIDADE DA TA:
 A TA varia ao longo do ciclo vital, aumentando
com a idade.
 4 anos: 85/60mmHg;
 10 anos: 100/65mmHg;
 Nos adultos, são considerados normais os
parâmetros:
pressão sistólica variando de 90 a

140mmHg;
pressão diastólica de 60 a
90mmHg.
 Quando a pressão arterial se encontra
normal, dizemos que está normotensa.
CUIDADOS NA PREVENÇÃO E/OU
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL:

 Redução do peso corporal;


 Redução da ingestão de sódio; maior ingestão de
alimentos ricos em potássio (feijões, ervilha,
vegetais de cor verde-escuros, banana, melão,
cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata
inglesa e laranja);
 Redução do consumo de bebidas alcoólicas e do
cigarro;
 Exercícios físicos regulares (30 min.
de caminhadas diárias);
Muito obrigada

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