Doença de Alzheimer

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Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

Licenciatura em Fisiologia Clínica


1º ano – Ano letivo 2023/2024

Doença de Alzheimer

Seminário de Integração em Fisiologia Clínica 1º semestre


Docente responsável: Prof. Joana Belo
Mentor: Catarina Azevedo
Autor: Inês Marciano nº2023417
Janeiro 2024
Índice Geral
1. Introdução............................................................................................................................... 1
2. Desenvolvimento .................................................................................................................... 2
2.1 O que é a doença de Alzheimer? ...................................................................................... 2
2.2 Epidemiologia em Portugal .............................................................................................. 2
2.3 Etiologia............................................................................................................................ 2
2.4 Sintomas e estágios da doença.......................................................................................... 3
2.5 Diagnóstico ....................................................................................................................... 4
2.6 Tratamentos ...................................................................................................................... 4
2.7 Prevenção.......................................................................................................................... 5
3. Conclusão ............................................................................................................................... 6
4. Referências ............................................................................................................................. 7
1. Introdução

No contexto da unidade curricular Seminário de Integração, da licenciatura em


Fisiologia Clínica foi solicitada a realização de um trabalho individual, com o objetivo de
compreender e dominar uma das áreas integradas na licenciatura, lecionada ao longo do
primeiro semestre, cuja área que escolhi foi a área de neurologia, mais precisamente a doença
de Alzheimer.

Eu escolhi este tema porque tenho um familiar que foi diagnosticado com a doença de
Alzheimer e por isso comecei a interessar-me mais sobre o assunto e a querer saber como a
doença funciona e o que podemos fazer para a evitá-la. Também um dos objetivos ao longo do
trabalho era saber o que poderia fazer para ajudar o melhor possível o meu familiar e as pessoas
à sua volta.

Num primeiro momento é abordada a resposta à questão o que é a doença de Alzheimer.


De seguida irá ser abordada a epidemiologia da doença e a etiologia da doença, aqui, serão
abordados as causas e os fatores de risco da Alzheimer e também, os sintomas e os estágios da
mesma. Neste mesmo momento também serão abordados os critérios de diagnóstico, como
também os possíveis tratamentos para a doença de Alzheimer, e como a prevenir.

Em síntese, o principal objetivo deste trabalho é dar a conhecer melhor a doença de


Alzheimer e também, sensibilizar as pessoas para os riscos desta doença se não for controlada
e diagnosticada precocemente, tanto para os indivíduos que a possuem, como também para a
família e amigos próximos, devido aos sintomas que podem surgir num estágio mais avançado
da doença.

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2. Desenvolvimento

2.1 O que é a doença de Alzheimer?


A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e é a forma mais comum de
demência atualmente. A Alzheimer manifesta-se como uma diminuição da memória e das
funções cognitivas, o que causa um grande prejuízo no comportamento diário de uma pessoa
com Alzheimer. (1)

Apesar de não haver cura para a doença, existem alguns medicamentos para melhorar
e/ou atrasar alguns sintomas.

2.2 Epidemiologia em Portugal


A incidência e a prevalência de demência e da doença de Alzheimer tendem a aumentar
com a idade, duplicando a cada cinco anos após a sexta década de vida. (2)

A demência abrange várias entidades patológicas, contudo a Alzheimer é a mais


prevalente, sendo responsável por 50% a 70% dos casos. (2)

“O crescimento da população idosa no nosso país parece acompanhar-se de um aumento do


número de casos de demência. É expectável que este número continue a aumentar, uma vez
que, de acordo com a nossa estimativa, é nos grupos etários acima dos 80 anos que se encontram
mais de 64% das pessoas com demência.” (2)

“Partindo do valor obtido de 160287 doentes com demência no nosso país, e sabendo que 50 a
70% são imputáveis à doença de Alzheimer, poderemos deduzir que em Portugal e em 2013,
existiriam entre 80144 e 112201 doentes com DA.” (2)

Estas informações e valores foram retirados do seguinte estudo: “Epidemiologia da Demência


e da Doença de Alzheimer em Portugal: Estimativas da Prevalência e dos Encargos Financeiros
com a Medicação”, publicado em 2015, sendo até à data o estudo mais recente sobre Alzheimer
em Portugal.

2.3 Etiologia
A maioria dos casos de doença de Alzheimer são esporádicos, com início tardio (≥ 65
anos) e a etiologia pouco clara. (3)

2
Contudo, os fatores de risco genéticos e ambientais desempenham um papel importante
na manifestação da doença, contudo o maior fator de risco é a idade. (1) Alguns exemplos de
fatores de risco para a doença de Alzheimer são:

• Traumatismo cranioencefálico;
• Depressão;
• Doenças cardiovasculares e cerebrovasculares;
• Idade paternal avançada (quanto maior for a idade dos pais quando tiverem o bebé,
maior vai ser o risco para a criança);
• Tabagismo;
• Histórico familiar de demência;
• Aumento dos níveis de homocisteína;
• Presença do alelo APOE e4. (3)

Além destes, os fatores de risco vasculares, como a hipertensão, diabetes e


dislipidemia podem aumentar o risco da doença. Mas tem surgido evidências que sugerem
que o tratamento agressivo destes fatores de risco já na meia-idade pode atenuar o risco de
desenvolvimento do comprometimento cognitivo na idade avançada. (3)

2.4 Sintomas e estágios da doença


Existem bastantes sintomas associados à doença de Alzheimer, mas o mais comum é a
perda de memória de curto prazo, como por exemplo, a pessoa fazer perguntas repetitivas,
perder objetos com frequência ou esquecer compromissos. Contudo, também pode apresentar
outros sintomas como o raciocínio prejudicado, ou seja, a pessoa com Alzheimer tem
dificuldade em lidar com tarefas complexas, a disfunção de linguagem, a pessoa pode cometer
erros de linguagem e/ou de escrita e a disfunção visuoespacial, a pessoa não consegue
reconhecer rostos ou objetos comuns. (4)

Estes sintomas dependem do estágio da doença. A doença de Alzheimer é classificada


em três estágios, o pré-clínico ou pré-sintomático, o leve e o demencial, dependendo do grau
de comprometimento cognitivo. No estágio pré-clínico ou pré-sintomático, os indivíduos são
assintomáticos, porém a doença já pode ser diagnosticada. Já no estágio de comprometimento
cognitivo leve, os pacientes apresentam problemas de memória, na capacidade executiva e na
linguagem. Contudo, estes pacientes continuam a viver a sua vida normalmente. (3)

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No último estágio, o demencial, os pacientes apresentam grandes perdas de memória, a
linguagem fica comprometida, como também as habilidades visuoespaciais. Neste estágio os
pacientes também podem ter alucinações visuais, auditivas e olfativas. (3)

2.5 Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Alzheimer é semelhante ao diagnóstico de outras
demências. Entretanto, apesar das características clínicas e laboratoriais e de imagens
específicas, o diagnóstico definitivo da doença só poderá ser confirmado pela avaliação
histórica do tecido cerebral. (4)

A avaliação inclui uma história completa e um exame neurológico padrão. Os critérios


para o diagnóstico da doença de Alzheimer são os seguintes:

• Demência estabelecida clinicamente e documentada por um exame formal do


estado mental;
• Déficits em mais de 2 áreas da cognição;
• Início gradual (ou seja, ao longo de meses a anos, em vez de dias ou semanas)
e progressivamente ocorre uma diminuição da memória e de outras funções
cognitivas;
• Sem perturbação da consciência;
• Início após os 40 anos, mais frequentemente após os 65 anos;
• Nenhum distúrbio sistémico ou cerebral (por exemplo, tumor, acidente vascular
cerebral) que possa explicar os déficits progressivos de memória e cognição. (4)

Os critérios clínicos têm 85% de precisão no estabelecimento do diagnóstico e na


diferenciação da doença de Alzheimer de outras formas de demência, como a demência
vascular e a demência com corpos de Lewy. Contudo, os desvios destes critérios não excluem
o diagnóstico da Alzheimer, porque os doentes podem ter demência mista. (4)

2.6 Tratamentos
Como anteriormente dito, ainda não existe cura para a Alzheimer, contudo existem
algumas medicações que estabilizam o funcionamento cognitivo.

4
O tratamento ideal precisa ser adaptado a cada paciente e às suas circunstâncias
específicas, e depois à medida que a doença progride ir novamente adaptando o tratamento. (5)

Há tratamentos farmacológicos, ou seja, são administrados vários medicamentos de


acordo com os sintomas que a doença pode provocar. Alguns exemplos de tratamentos
farmacológicos são: donepezil, galantamina e rivastigmina, que inibem a acetilcolinesterase. A
memantina também é um tratamento farmacológico, contudo este é aconselhado para quem tem
a doença no estado moderado a grave. Depois existem os tratamentos para os distúrbios
psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade, e os antipsicóticos para quem desenvolve
agitação, agressão e psicose. (5)

Também existe abordagens não farmacológicas, estas incluem a formação em


competências de comunicação, musicoterapia e formação em cuidados centrados na pessoa,
que apresentam algumas evidências de benefícios. (5)

2.7 Prevenção
Para diminuir o risco de contrair a doença de Alzheimer devemos:

• Continuar a realizar atividades mentais desafiadoras (por exemplo, aprender


novas habilidades, fazer palavras cruzadas) até à velhice;
• Praticar exercício físico regularmente;
• Controlar a hipertensão;
• Reduzir os níveis de colesterol;
• Consumir uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 e pobre em gorduras
saturadas. (4)

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3. Conclusão

Em suma, a pesquisa para este trabalho sobre a doença de Alzheimer, integrada na área
de neurologia, no contexto da unidade curricular Seminário de Integração, da licenciatura em
Fisiologia Clínica, permitiu-me responder à questão o que é a doença de Alzheimer e mostrar
a importância de a população ter conhecimento dos sintomas e de como lidar com a doença.

De seguida, foi referida a epidemiologia da doença e também as diferentes causas e


fatores de risco associadas à doença de Alzheimer. Posteriormente também foi abordado os
sintomas da doença. O que permitiu ter um maior conhecimento para conseguir, mais
facilmente, identificar alguém com esta patologia.

Este trabalho também permitiu dar conhecimento de como são os tratamentos e de como
uma pessoa se pode prevenir para diminuir a probabilidade de contrair a doença de Alzheimer.

Por fim, este trabalho serviu para sensibilizar as pessoas para o crescente número de
indivíduos que estão a ser diagnosticados com a doença e para, de algum modo, as pessoas
agirem o mais cedo possível caso possuam sintomas associados à Alzheimer ou então evitarem
contrair a doença ao saber como se prevenirem.

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4. Referências

1. Alzheimer’s Disease: Drug Discovery. Alzheimer’s Disease: Drug Discovery. Exon


Publications; 2020. Retirado de: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK566126/
2. Santana I, Farinha F, Freitas S, Rodrigues V, Carvalho Á. Epidemiologia da Demência
e da Doença de Alzheimer em Portugal: Estimativas da Prevalência e dos Encargos
Financeiros com a Medicação The Epidemiology of Dementia and Alzheimer Disease
in Portugal: Estimations of Prevalence and Treatment-Costs [Internet]. 2015. Retirado
de: www.actamedicaportuguesa.com
3. Kumar A, Sidhu J, Goyal A, Jack ;, Tsao W. Alzheimer Disease Continuing Education
Activity [Internet]. Retirado de: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK499922/
4. 2022 Alzheimer’s disease facts and figures. Alzheimer’s and Dementia. 1 de Abril de
2022;18(4):700–89. Retirado de:
https://www.msdmanuals.com/professional/neurologic-disorders/delirium-and-
dementia/alzheimer-disease
5. Lane CA, Hardy J, Schott JM. Alzheimer’s disease. Vol. 25, European Journal of
Neurology. Blackwell Publishing Ltd; 2018. p. 59–70. Retirado de:
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/ene.13439

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