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DOENÇA DE ALZHEIMER

Ilter Vinicius Donega Costa1, Jackson Luiz Cividati1, Mary Anne Magalhães Sarto1,
Vanessa De Oliveira1, Beatriz Machado 2, Márcia Regina Terra 2

RESUMO
Com o aumento da expectativa de vida da população mundial tem-se observado como
consequência a emergência de doenças degenerativas, tal como o mal de Alzheimer,
onde o diagnostico muitas vezes tardio acarreta na diminuição da qualidade de vida do
paciente. Com o propósito de trazer luz a cerca da doença para a comunidade é que se
apresenta o atual artigo de revisão bibliográfica. Para tanto, foi realizada uma pesquisa
com base em periódicos, bancos de dados como Scielo, PubMed, CAPES e Lilacs. Os
descritores usados foram: demência tipo Alzheimer, doença de Alzheimer, demência
senil. O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa pelo início sinuoso
de demência. A patologia inicia-se preponderantemente após os 60 anos de idade e se
manifesta por meio da atrofia cortical severa e tríade de placa amiloide, emaranhados
neurofibrilares e filamentos do neurópilo. Dentre seus sintomas estão falhas da memória,
no julgamento, no momento da atenção e na habilidade em resolver problemas são
seguidas de apraxias severas e perda global das habilidades cognitivas. O diagnóstico
precoce da patologia é fundamental para que o paciente receba o tratamento adequado, a
fim de mitigar os sintomas.

PALAVRAS-CHAVE: Demência Tipo Alzheimer, Doença de Alzheimer, Demência Senil.

ABSTRACT
As the life expectancy of the world population has increased, the emergence of
degenerative diseases, such as Alzheimer's disease, has been observed as a
consequence, where the diagnosis often leads to a decrease in the patient's quality of life.
In order to bring light about the disease to the community, the current bibliographic review
article is presented. For that, a research was carried out based on periodicals, databases
such as Scielo, PubMed, CAPES and Lilacs. The descriptors used were Alzheimer's
dementia, Alzheimer's disease, senile dementia. Alzheimer's disease is a
neurodegenerative disease from the sinuous onset of dementia. Pathology begins
preponderantly after age 60 and manifests itself through severe cortical atrophy and
amyloid plaque triad, neurofibrillary tangles and neuropil filaments. Among their symptoms
are memory failures, judgment, attention, and problem solving skills are followed by severe
apprehensions and overall loss of cognitive abilities. The early diagnosis of the pathology
is fundamental so that the patient receives the appropriate treatment in order to mitigate
the symptoms.
KEYWORDS: Dementia; Senile; Alzheimer Type.
Discente do curso de Graduação em Psicologia do Instituto de Ensino Superior de Londrina – INESUL. Docente do curso de
Graduação em Psicologia do Instituto de Ensino Superior de Londrina – INESUL.
1. INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento constante da tecnologia moderna, a expectativa de vida dos


indivíduos dessa sociedade tende a aumentar proporcionalmente com o número de
incidências da doença conhecida como mal Alzheimer, que tem impacto direto na
população idosa, assim se torna cada vez mais relevante a necessidade de uma pesquisa
sobre o assunto a fim de conscientizar seus leitores dos perigos que envolvem a doença
aumentando as chances de prevenção e garantindo uma melhor qualidade de vida ao
paciente por estar conscientizado e assim saber como se comportar ao demonstrar os
primeiros sinais da doença.
A faixa etária brasileira vem sofrendo transformações notáveis nos últimos tempos. A
população acima dos 60 anos cresce a cada ano que passa, chegando aos dias atuais a
aproximadamente 15 milhões de pessoas e com projeção para 15% da população
brasileira no ano de 2020, proporcionalmente com o envelhecimento populacional,
aumenta a prevalência de doenças relacionadas à idade pré senil como as
coronariopatias, as neoplasias, a osteoporose e as demências. As síndromes demenciais
são morbidades normalmente degenerativas e progressivas que originam grandes
transtornos mentais, físico e psicológico.
A demência é uma síndrome adquirida com a queda de memória juntamente com outro
déficit em domínio cognitivo como linguagem, visual espacial ou executivo, suficiente para
prejudicar socialmente o indivíduo. A demência ocasiona um grande sofrimento para os
pacientes, assim como seus entes próximos, gerando depressão, ansiedade e grande
tempo gasto com cuidados.
Desta forma o presente estudo teve como objetivo levantar as principais características
da Doença de Alzheimer.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Estudo do tipo revisão bibliográfica em que foi realizado um levantamento


bibliográfico, preferencialmente dos últimos 10 anos, em livros, periódicos, bancos de
dados como Scielo, PubMed, CAPES e Lilacs. Os descritores usados foram: Demência
Tipo Alzheimer, Doença de Alzheimer, Demência Senil.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Características gerais

Com o passar do tempo, à medida que a qualidade de vida e consequentemente a


expectativa de vida aumentam juntas, doenças que afetam o indivíduo da faixa etária pré-
senil vem se tornando cada vez mais relevantes para a sociedade em que o problema se
encontra (ABREU et al., 2005).
É feita uma distinção entre a dependência por limitações motoras e redução de
mobilidade, daquela decorrente das perdas cognitivas (ABREU et al., 2005).
A doença de Alzheimer é neurodegenerativa progressiva que provoca demência,
comprometendo, ao longo de sua lenta evolução, a autonomia dos pacientes (ABREU et
al., 2005).
A redução da autonomia é o fator determinante da dependência de um cuidador, que
se torna indispensável para preservar o provimento das necessidades básicas da vida
diária do paciente (ABREU et al., 2005).
Recebeu esse nome devido ao seu pesquisador Alois Alzheimer, médico alemão, que
em 1907 escreveu o artigo ”A characteristic serious disease of the cerebral córtex” em que
conta o caso de sua paciente que começou a ser atendida aos 51 anos de idade, quando
iniciou a consultas era possível identificar delírios que se originaram de ciúmes intensos
sobre seu marido , com o passar do tempo, houve um avanço de problemas de linguagem
e memória assim como desorientação em um estágio avançado com piora progressiva
(LEIBING,. 1998).
Alzheimer observou acúmulo de placas no espaço extracelular, chamadas de placas
senis, e lesões neuro filamentares dentro de neurônios, distribuídas difusamente pelo
córtex cerebral. Cinco anos depois, em 1912, o renomado professor de psiquiatria alemão
E. Kraepelin faz pela primeira vez uma menção, em seu compêndio de psiquiatria
debatendo sobre o assunto utilizando a expressão “esta doença descrita por Alzheimer”, o
que fez este apelido ser utilizado na menção de demência em pacientes pré-senis
(LEIBING,. 1998).
A demência se encontra como uma das maiores causas de morbidade entre idosos e
sua presença está entre 2% e 25% dos pacientes com 65 anos ou mais (FRATIGLIONI &
AMADUCI, 1990).
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência no idoso, com
apresentação clínica e patológica bem definidas (MARINHO et al., 1997).
E o tratamento com remédios mas apenas 40% dos pacientes, leva uma vida normal.
A Doença de Alzheimer é relacionada a idade que é a mais conhecida que é a própria
demência (JORM & JACOMB,1987).

3.2 Fisiopatologia

A doença de Alzheimer caracteriza –se histopatologicamente, pela maciça perda


sináptica e pela morte neuronal observada nas regiões cerebrais, o hipocampo, o córtex
entorrinal e o estriado ventral (SILVEIRA et al., 2002).
As características histopatológica presentes no parênquima cerebral de pacientes
portadores da doença de Alzheimer inclui depósito fibrilares amiloidais localizados nas
paredes dos vasos sanguíneos associados a uma variedade de diferentes tipos de placas
(SILVEIRA et al., 2002).
Consistem neuropatológica da doença de Alzheimer os NFT consistem em filamentos
helicoidais procedentes da hiperfosforilação do citoesqueleto da proteína (SILVEIRA et
al., 2002).
3.3 Prevenção

Na atualidade, não aparentam existir provas de que qualquer medida de prevenção


que é definitivamente bem-sucedida quanto às demências, especificamente a doença
(SCHERER et al., 2012).
Todos os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer e das
outras demências são frequentemente ineficientes (SCHERER et al., 2012).
Na verdade, o tratamento é bem difícil e na maioria das vezes frustrante, pois as
medidas específicas tem resultados mas as vezes é apenas um alívio a longo prazo
porém em algum momento os sintomas retornaram (HUEB, 2008).
De fato, estudos indicam relações entre fatores alteráveis, como dietas, risco
cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou atividades intelectuais e a probabilidade
de desenvolvimento de Alzheimer da população (SCHERER et al., 2012).
No entanto, só mais pesquisas, incluindo testes clínicos, irão demonstrar se realmente
esses fatores podem ajudar a prevenir o Alzheimer (SCHERER et al., 2012).
A prevenção da doença demencial possui característica multifatorial e depende do
estilo de vida que o adulto hoje adquire e pretende manter até a longevidade (SCHERER
et al., 2012).
Tipo de dieta, saúde emocional, engajamento social, atividade cognitiva e diminuição
dos fatores de risco vascular são itens de potencial importância na prevenção deste mal
(SCHERER et al., 2012).
Além desses, vários outros fatores podem ser citados, uma vez que a combinação de
diversos padrões de comportamento resulta em saúde na sociedade que envelhece
(SCHERER et al., 2012).

3.4 Diagnóstico

O Alzheimer é muito mais comum entre os idosos( por volta de 65 em diante) porém
este dado não é uma afirmação absoluta pois existem pessoas que ainda não atingiram
esta idade que também possuem o mal de Alzheimer, esta doença afeta todo o cérebro
porém principalmente a parte frontal( onde fica a memória), durante toda a atividade da
doença ela cria placas neuríticas e novelos neurofibrilares que causam morte cerebral nas
regiões que foram afetadas. Com a reunião do National Institute on Aging (NIA)
juntamente com a Alzheimer’s Association em 1984 foi reformulada as recomendações
para as fases do Alzheimer, três grupos formularam essas recomendações como:
Demência, pré-demência e pré-clínica (SAYEG et al., 1993).
Uma das mudanças mais significativas é a inclusão de biomarcadores, os
biomarcadores mais estudados são baseados em método de imagens e do exame líquido
cefalorraquidiano (SAYEG et al., 1993).
A fase da pré-demência, tem seu pilar sendo as evidências clínicas com associação
nas alterações de biomarcadores (SAYEG et al., 1993).
Pré-clínica diz que são lesões anatomopatológicas que vão diagnosticar, e o
comprometimento cognitivo começa bem antes dos sintomas. Demência já é a doença
ativa criando assim o objetivo de combatê-la (SAYEG et al., 1993).
Ainda não existe um método que ao ser realizado aponta que a pessoa tem o
Alzheimer a maneira mais comum de encontrar a doença em uma pessoa seria a
exclusão de outras possibilidades de ser outras doenças, e para isso são realizados
vários exames (SAYEG et al., 1993).
O exame de sangue é muito utilizado a fim de excluir possibilidade de ser alguma causa
secundária para os sintomas da pessoa (que normalmente vão rumo a demência) por
exemplo a falta de vitaminas B12 e hipotireoidismo, mas o exame de sangue não revelará
muita coisa caso seja realmente o Alzheimer (CARAMELLI et al., 2011).
Como o sangue não revela muito devemos partir para Neuroimagem estrutural que é uma
tomografia que é feita no estágio inicial de demência (também pode ser usada para
afastar outras causas secundárias porém reversíveis da demência como hematomas
subdurais, tumores ou hidrocefalia de pressão normal) (CARAMELLI et al., 2011).
O Eletroencefalograma é um procedimento muito útil para diferenciar as demências entre
síndrome demencial, queixas cognitivas e transtornos psiquiátricos porém é mais usado
em estágios mais avançados do Alzheimer (CARAMELLI et al., 2011).
Pode ser também ser realizado um estudo genético deste ponto de vista mutações
autossômicas podem ser o motivo de a pessoa ter Alzheimer (CARAMELLI et al., 2011).
Por fim o único meio de ter certeza sobre o mal de Alzheimer é após o falecimento
analisando o tecido cerebral da pessoa, e infelizmente não existe cura para tal doença
apenas tratamento, as pessoas costumam confundir o Alzheimer com a velhice assim
nunca procurando ajuda especializada e o indivíduo fica sofrendo com o avanço da
doença, porém a pessoa que a sofre terá de se conformar que a carregará até o final de
sua vida (CARAMELLI et al., 2011).

3.5 Tratamento

Os tratamentos são feitos por especialistas Geriatras, Neurologistas, Psiquiatras,


Clínicos gerais.
Nenhum tratamento é 100% satisfatório no momento. Atualmente a Anvisa liberou no
mercado brasileiro quatro medicamentos: tacrina, rivastigmina, donepezil e galantamina (
SERENIKIl et al., 2008).
A rivastigmina é o medicamento mais utilizado no momento, inibindo totalmente a
enzima butirilcolinesterase e a acetilcolinesterase assim representando bastante eficácia
no cérebro desses pacientes, mas infelizmente esse medicamento ainda tem efeitos
adversos ( ENGELHARDT et al., 2005).
O tratamento com acetilcolinesterase, o donepezil teve uma redução de 38% na
redução funcional dos pacientes comparando os com o grupo placebo.A tacrina era
utilizada por ter grande resultado como inibidor acetilcolinesterase, mas esse
medicamento também tem reações adversas assim apresentando hepatotoxicidade,
levando ao aumento das transaminases hepáticas nos pacientes (hepatite
medicamentosa)( INOUYE et al., 2004).
A galantamina é um anticolinesterásico que inibe a acetilcolinesterase e os
receptores nicotínicos esse assim sendo importante para a memória e para o humor, o
bloqueio dos nicotínicos prejudicou a cognição e ao mesmo tempo melhorou a função
cognitiva e a memória (CALIMAN et al., 2007).

4. CONCLUSÃO

A motivação para esse trabalho está no fato da população mundial está envelhecendo,
trazendo a tona doenças características da idade mais avançada, como a de Alzheimer,
que com um mínimo de conhecimento sobre a doença, já é o suficiente para incentivar o
paciente a procurar ajuda médica logo no primeiro estágio da doença, tendo assim uma
melhor qualidade de vida devido a descoberta da doença por meio de testes como o TDR
ou o MEEM que podem auxiliar na identificação de pacientes com declínio cognitivo para
logo serem encaminhados para exames mais detalhados, mesmo assim ainda não há um
sistema totalmente preciso para rastrear pacientes com início de demência ou mal
funcionamento cognitivo leve devido às limitações do conhecimento sobre a doença.

5. REFERÊNCIAS

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CARAMELLI, Paulo et al. Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil. Brazil:


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ENGELHARDT, Eliasz et al. Tratamento da Doença de Alzheimer: recomendações e


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HUEB, Thiago Ovanessian. Doença de Alzheimer. Revista Brasileira de Medicina, v. 65,


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JORM, A. F.; JACOMB, P. A. The Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the


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SERENIKI, Adriana; VITAL, M. A. B. F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos


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