Template - Projeto - Seletivo PPGECM - 2022-2023
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CURITIBA
2022
1 RESUMO
O cinema é utilizado no ensino de ciências, porém, em sua maior parte
apenas como ilustração ou problematização. A partir dos documentos que
norteiam a educação brasileira associados ao conhecimento da linguagem e
produção cinematográfica, o objetivo dessa pesquisa é estruturar um processo
de fazer um filme, que pode contribuir com o ensino de ciências da natureza e
arte em uma escola da rede pública de Curitiba. A partir de entrevistas com
profissionais da educação básica e de profissionais do audiovisual serão
construídas relações entre cada etapa de trabalho do cinema com conteúdos
estruturantes das áreas de ciências da natureza e de arte. Posteriormente, será
construída uma oficina que pretende produzir um curta-metragem com estudantes
do ensino básico. Com isso, será possível analisar como a produção
cinematográfica contribuiu para o desenvolvimento de habilidades e
competências para as áreas do conhecimento de ciências da natureza e arte.
2 DELIMITAÇÃO DO PROJETO
A produção cinematográfica é frequentemente usada como objeto de
ilustração e problematização no contexto escolar, ou então os filmes são
aplicados para cumprir com conteúdos demandados, ou até mesmo substituir
uma aula vaga. A partir disso, o cinema contribui pouco para a formação crítica
dos estudantes porque não é apresentada a construção de conhecimento.
O cinema nas escolas passou a ser incentivado somente pela Lei nº
13.006/2014, de autoria do senador Cristovam Buarque, que altera o parágrafo 8º
do artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
acrescentando a obrigatoriedade de todas as escolas exibirem, no mínimo, duas
horas de filmes nacionais por mês (Ramos Neto, 2016).
Porém, em busca realizada na plataforma SciELO nos periódicos de 1998
até 2022 há somente dezessete publicações que constroem uma relação entre o
Cinema e a Ciências da Natureza. A escassez na literatura em relação a
publicações que tratem dos aspectos técnicos e estéticos ocorre, pois, a maioria
dos professores não possui uma formação adequada para a compreensão da
linguagem cinematográfica.
Quando um filme é usado em sala de aula é de suma importância
compreender o conjunto de planos, ângulos, movimento de câmera, recursos
cenográficos, sonorização, montagem e demais elementos que compõem o
universo criado para a narrativa (Piassi, Pietrocola, 2009).
Assim, é possível estabelecer algumas relações com o ensino de física e a
produção de um filme. Os movimentos de câmera e personagem podem ser
utilizados para o ensino de dinâmica, a forma de operar a câmera pode contribuir
para o ensino de óptica.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define oito competências
específicas para as Ciências da Natureza no Ensino Médio. De acordo com a
Competência Específica 3:
3 OBJETIVOS
○ 3.1 OBJETIVO GERAL
Estruturar um processo de produção cinematográfica (desenvolvimento,
preparação, pré-produção, gravação, pós-produção e lançamento) que pode
contribuir com o ensino de ciências da natureza e arte em uma escola da rede
pública de Curitiba.
○ 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Conhecer como os professores de ciência da rede pública de
Curitiba utilizam o cinema nas aulas.
● Compreender como professores de arte da rede pública de Curitiba
utilizam a ciência em suas aulas.
● Analisar os conhecimentos científicos dos profissionais do
audiovisual.
● Relacionar os conhecimentos dos professores de ciência e de artes
com o processo de fazer um filme.
● Pesquisar metodologias interdisciplinares que contribuem com a
construção do conhecimento científico e com o processo de fazer
um filme.
● Construir uma oficina de produção cinematográfica ministrada por
profissionais da educação e do audiovisual.
● Realizar o projeto de um curta-metragem em todas as fases do
processo (do planejamento ao lançamento).
● Analisar a contribuição que faz um filme para o ensino de ciência e
de arte.
● Analisar como os investimentos em produções artísticas estimulam
o processo de profissionalização no setor criativo.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
○ 4.1 CINEMA E EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA
Segundo o dicionário Houaiss, 2009 o cinema é definido como:
Conjunto de princípios, processos e técnicas utilizados para captar e
projetar numa tela imagens estáticas sequenciais (fotogramas) obtidas
com uma câmera especial, dando impressão ao espectador de estarem
em movimento.
Partindo do pressuposto que o objetivo de capturar o movimento é
estabelecida a primeira conexão com a ciência através da necessidade de
compreensão da cinemática e da óptica. Além disso, o cinematógrafo foi um
aperfeiçoamento realizado pelos famosos irmãos Lumière do cinetoscópio,
aparelho patenteado por Thomas Edison, o mesmo que desenvolveria a lâmpada
incandescente. Portanto, a relação entre o cinema e o desenvolvimento científico
também corresponde aos aspectos técnicos e estéticos (Bamba, 2010)
Alguns anos depois ocorreu a primeira exibição pública de um filme de
ficção científica, o curta-metragem “A Viagem a Lua” (Méliès, 1902) que foi
adaptado do romancista Júlio Verne. Através dessa obra é possível estabelecer
reflexões sobre as concepções sociais, econômicas, políticas de uma época e
analisar os conhecimentos científicos relacionados à construção narrativa.
(Machado, Silveira, 2020).
Através das ficções científicas é possível compreender a visão da ciência
para um determinado povo e contexto histórico. Existem diversas obras
retratando o fim do mundo por conta de catástrofes climáticas, acidentes
nucleares, entre outras razões. Nessas obras, é possível analisar o viés dos
realizadores em considerar a ciência como solução, responsável ou neutra diante
desses cenários. Diferentes formas de representar a Ciência, ocorrem porque a
Ciência e a mídia estão imersas em um contexto cultural ( Silva, K.R. Santos,
F.G.P.; Cunha, M.B.,2017)
Através dos documentários é possível ter uma relação mais direta com
diversos pesquisadores e dados de um determinado tema. Com isso, é
possível construir discussões acerca de um determinado conteúdo de forma
mais qualitativa. (Silva, Rocha, Santos, 2010).
5 METODOLOGIA
O projeto de pesquisa é composto por cinco etapas: construção da relação
entre os currículos de ciência e arte com a produção cinematográfica, construção
e elaboração da oficina de produção, aplicação da oficina de produção, produção
do curta metragem e avaliação dos resultados.
6 CRONOGRAMA
1º Ano 2º Ano
8 REFERÊNCIAS
BAMBA, M. “Imagens fílmicas das ciências”: da encenação das ciências na ficção
à ficcionalização de filmes científicos. In: 62a Reunião Anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciências. Anais: Reunião Anual da SBPC, 2010,
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<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein> Acesso em 07 de
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BARBOSA, Ana Mae. Ensino da arte e design no Brasil: unidos antes do
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Feron, Tuani R, CINEMA, EDUCAÇÃO E LETRAMENTO AUDIOVISUAL:
PROPOSIÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA PROFESSORES-
TELESPECTADORES, Mestrado, Frederico Westphalen, URI, 2020, Disponível
em:
<https://ppgedu.fw.uri.br/storage/siteda4b9237bacccdf19c0760cab7aec4a835901
0b0/dissertacoes/discente133/arq_1621362288.pdf> Acesso em 10 de Agosto de
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HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Ed.
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LDB – Leis de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394. 1996. Disponível em:
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MARTIN, Marcel. A Linguagem Cinematográfica, 2005. Lisboa, DinaLivro 2005
Piassi, L. P. Pietrocola, M. (2009). Ficção científica e ensino de ciências: para
além do método de ‘encontrar erros em filmes’. Educação e Pesquisa, 35(3), 525-
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