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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


SETOR DE CIÊNCIA EXATAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E EM MATEMÁTICA

A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA COMO POSSIBILIDADE PARA A


CONSTRUÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Escolha uma Área de Concentração:


(X) Educação em Ciências
( ) Educação Matemática

Escolha uma Linha de Pesquisa:


( ) Alfabetização Científica e Matemática
(X) Educação não formal, Artes e Cultura na Educação em Ciências e Matemática
( ) Ensino e Aprendizagem de Ciências e Matemática
( ) Formação de Professores que ensinam Ciências e Matemática
( ) História, Sociologia, Filosofia, Educação em Ciências e Matemática
( ) Tecnologias da Informação e Comunicação no Ensino de Ciências e Matemática

CURITIBA
2022
1 RESUMO
O cinema é utilizado no ensino de ciências, porém, em sua maior parte
apenas como ilustração ou problematização. A partir dos documentos que
norteiam a educação brasileira associados ao conhecimento da linguagem e
produção cinematográfica, o objetivo dessa pesquisa é estruturar um processo
de fazer um filme, que pode contribuir com o ensino de ciências da natureza e
arte em uma escola da rede pública de Curitiba. A partir de entrevistas com
profissionais da educação básica e de profissionais do audiovisual serão
construídas relações entre cada etapa de trabalho do cinema com conteúdos
estruturantes das áreas de ciências da natureza e de arte. Posteriormente, será
construída uma oficina que pretende produzir um curta-metragem com estudantes
do ensino básico. Com isso, será possível analisar como a produção
cinematográfica contribuiu para o desenvolvimento de habilidades e
competências para as áreas do conhecimento de ciências da natureza e arte.

2 DELIMITAÇÃO DO PROJETO
A produção cinematográfica é frequentemente usada como objeto de
ilustração e problematização no contexto escolar, ou então os filmes são
aplicados para cumprir com conteúdos demandados, ou até mesmo substituir
uma aula vaga. A partir disso, o cinema contribui pouco para a formação crítica
dos estudantes porque não é apresentada a construção de conhecimento.
O cinema nas escolas passou a ser incentivado somente pela Lei nº
13.006/2014, de autoria do senador Cristovam Buarque, que altera o parágrafo 8º
do artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
acrescentando a obrigatoriedade de todas as escolas exibirem, no mínimo, duas
horas de filmes nacionais por mês (Ramos Neto, 2016).
Porém, em busca realizada na plataforma SciELO nos periódicos de 1998
até 2022 há somente dezessete publicações que constroem uma relação entre o
Cinema e a Ciências da Natureza. A escassez na literatura em relação a
publicações que tratem dos aspectos técnicos e estéticos ocorre, pois, a maioria
dos professores não possui uma formação adequada para a compreensão da
linguagem cinematográfica.
Quando um filme é usado em sala de aula é de suma importância
compreender o conjunto de planos, ângulos, movimento de câmera, recursos
cenográficos, sonorização, montagem e demais elementos que compõem o
universo criado para a narrativa (Piassi, Pietrocola, 2009).
Assim, é possível estabelecer algumas relações com o ensino de física e a
produção de um filme. Os movimentos de câmera e personagem podem ser
utilizados para o ensino de dinâmica, a forma de operar a câmera pode contribuir
para o ensino de óptica.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define oito competências
específicas para as Ciências da Natureza no Ensino Médio. De acordo com a
Competência Específica 3:

Analisar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento


científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando
procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para
propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou
globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados,
em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDIC) (BNCC, p. 545).

Enquanto para o componente curricular de Arte a BNCC propõe a


abordagem de seis dimensões do conhecimento: criação, crítica, experiência,
expressão, fruição e reflexão (Brasil, 2017). Nessa perspectiva, a
interdisciplinaridade entre o cinema e as ciências da natureza são
potencializadoras da compreensão dos conhecimentos científicos, através da
abordagem dos fenômenos da natureza e da aplicação de ferramentas
desenvolvidas pelo avanço tecnológico. Partindo do princípio que a
interdisciplinaridade tem por objetivo aproximar conhecimentos e metodologias de
diferentes áreas do conhecimento considerando suas particularidades e pontos
em comum. (Romanelli e Romanelli, 2016)
A partir dos documentos norteadores da educação brasileira é notado que
se faz necessário, para o desenvolvimento de uma metodologia que contemple os
objetivos da interdisciplinaridade entre Ciências da Natureza e Arte, buscar
relações metodológicas entre a produção artística na construção do
conhecimento científico.
A produção artística não é comumente uma carreira possível e também é
dificilmente apresentada no processo escolar. O fazer artístico é colocado como
hobby, ou apenas como mecanismo para o desenvolvimento da criatividade. Isso
ocorre por conta do histórico dos documentos que nortearam o ensino de artes no
Brasil até a LDB de 1996 que apresentavam somente os aspectos técnicos do
desenho (Barbosa, 2015).
De acordo com Débora Ivanov, presidente da Agência Nacional do Cinema
(ANCINE), em 2022 o setor do audiovisual empregou, direta e indiretamente, 98
mil pessoas em todo o país e gerou 25 bilhões de reais, o que é equivalente a
0,46% do PIB brasileiro. Além disso, Curitiba possui relevância de extrema
consideração através de produções locais, como, por exemplo,
“Irmandade”(Netflix, 2019) e “Estômago 2” (Downtown Filmes, 2022) com cenas
gravadas em Curitiba, “Deserto Particular”(Pandora, 2021) com produção,
direção e roteiro curitibanos, selecionado pela Academia Brasileira de Cinema
para representar o Brasil no Oscar em 2022.
Portanto, estimular o envolvimento de estudantes da educação com a
produção cinematográfica pode potencializar a construção do conhecimento
científico. Desde que esse processo ocorra através da construção coletiva entre
professores de ciência , professores de arte, para garantir que a construção dos
conhecimentos pragmáticos e críticos sejam estabelecidos. Com profissionais do
audiovisual para capacitar a compreensão da linguagem cinematográfica e
construção do projeto cultural. Dessa forma, compreender se o processo de fazer
um filme (desenvolvimento, preparação, pré-produção, gravação, pós-produção e
lançamento) contribui para o ensino de ciência e arte.

3 OBJETIVOS
○ 3.1 OBJETIVO GERAL
Estruturar um processo de produção cinematográfica (desenvolvimento,
preparação, pré-produção, gravação, pós-produção e lançamento) que pode
contribuir com o ensino de ciências da natureza e arte em uma escola da rede
pública de Curitiba.
○ 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Conhecer como os professores de ciência da rede pública de
Curitiba utilizam o cinema nas aulas.
● Compreender como professores de arte da rede pública de Curitiba
utilizam a ciência em suas aulas.
● Analisar os conhecimentos científicos dos profissionais do
audiovisual.
● Relacionar os conhecimentos dos professores de ciência e de artes
com o processo de fazer um filme.
● Pesquisar metodologias interdisciplinares que contribuem com a
construção do conhecimento científico e com o processo de fazer
um filme.
● Construir uma oficina de produção cinematográfica ministrada por
profissionais da educação e do audiovisual.
● Realizar o projeto de um curta-metragem em todas as fases do
processo (do planejamento ao lançamento).
● Analisar a contribuição que faz um filme para o ensino de ciência e
de arte.
● Analisar como os investimentos em produções artísticas estimulam
o processo de profissionalização no setor criativo.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
○ 4.1 CINEMA E EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA
Segundo o dicionário Houaiss, 2009 o cinema é definido como:
Conjunto de princípios, processos e técnicas utilizados para captar e
projetar numa tela imagens estáticas sequenciais (fotogramas) obtidas
com uma câmera especial, dando impressão ao espectador de estarem
em movimento.
Partindo do pressuposto que o objetivo de capturar o movimento é
estabelecida a primeira conexão com a ciência através da necessidade de
compreensão da cinemática e da óptica. Além disso, o cinematógrafo foi um
aperfeiçoamento realizado pelos famosos irmãos Lumière do cinetoscópio,
aparelho patenteado por Thomas Edison, o mesmo que desenvolveria a lâmpada
incandescente. Portanto, a relação entre o cinema e o desenvolvimento científico
também corresponde aos aspectos técnicos e estéticos (Bamba, 2010)
Alguns anos depois ocorreu a primeira exibição pública de um filme de
ficção científica, o curta-metragem “A Viagem a Lua” (Méliès, 1902) que foi
adaptado do romancista Júlio Verne. Através dessa obra é possível estabelecer
reflexões sobre as concepções sociais, econômicas, políticas de uma época e
analisar os conhecimentos científicos relacionados à construção narrativa.
(Machado, Silveira, 2020).
Através das ficções científicas é possível compreender a visão da ciência
para um determinado povo e contexto histórico. Existem diversas obras
retratando o fim do mundo por conta de catástrofes climáticas, acidentes
nucleares, entre outras razões. Nessas obras, é possível analisar o viés dos
realizadores em considerar a ciência como solução, responsável ou neutra diante
desses cenários. Diferentes formas de representar a Ciência, ocorrem porque a
Ciência e a mídia estão imersas em um contexto cultural ( Silva, K.R. Santos,
F.G.P.; Cunha, M.B.,2017)
Através dos documentários é possível ter uma relação mais direta com
diversos pesquisadores e dados de um determinado tema. Com isso, é
possível construir discussões acerca de um determinado conteúdo de forma
mais qualitativa. (Silva, Rocha, Santos, 2010).

○ 4.2 LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA


A linguagem cinematográfica corresponde ao conjunto de planos, ângulos,
movimentos de câmera e recursos de montagem que compõem o universo de um
filme (Rey, 1997). A primeira coisa a ser delimitada é o espaço fílmico que
corresponde ao que é chamado de Campo. O campo é todo espaço aparecendo
em cena, ou seja, o cenário, os personagens, os figurinos e demais acessórios,
enquanto o extra-campo, corresponde ao que não é visto no enquadramento da
cena.
O Plano é a imagem-movimento, uma perspectiva temporal, uma
modelagem espacial. Seu tamanho é determinado pela distância entre a câmera
e o objeto filmado. Deve haver adequação entre o tamanho do plano e seu
conteúdo, quanto mais afastado mais coisas há para ser visto. (Martin, 2009).
Os planos vão do geral ao plano fechado. Cada um desses
enquadramentos possui um objetivo narrativo. O plano geral corresponde a um
enquadramento total da cena, seu objetivo é situar ao telespectador no tempo e
no espaço da narrativa. O plano americano se popularizou nos filmes de velho
oeste por enquadrar as personagens acima dos joelhos, dessa forma, era
possível direcionar o foco dramático para presença das armas presas nas
cinturas dos forasteiros, fazendeiros e xerifes.
Plano sequência corresponde a toda uma sequência gravada sem cortes,
ou seja, uma única câmera precisa acompanhar as personagens em sua ação,
assim, é possível dar uma imersão aos telespectadores. Os planos fechados
correspondem a um enquadramento próximo aos rostos e assunto da narrativa.
Com isso, é possível focar nas expressões das personagens, trazendo mais
atenção e foco aos seus sentimentos. O plano de detalhes, corresponde ao
enquadramento em um objeto ou gesto importante para a narrativa. Assim é
possível mostrar para quem assiste que é necessário se atentar ao que foi
mostrado no decorrer do enredo (Van Sijll, 2017)
Os ângulos correspondem à posição da câmera em relação ao objeto
filmado. Quando a câmera filma o objeto de cima para baixo, é chamado de
plongée, que tende a ter um efeito de diminuição da pessoa filmada. Quando a
câmera filma o objeto de baixo para cima é chamado de contra-plongée, pretende
causar a impressão de superioridade. E também, o ângulo inclinado, sendo uma
tomada feita a partir de uma inclinação do eixo vertical da câmera. Pode ser
empregada subjetivamente, na perspectiva do telespectador ou de uma
personagem, pode ser usada para representar como uma inquietação ou um
desequilíbrio.
Os movimentos de câmera correspondem à movimentação dos planos.
São definidos a partir do movimento da câmera de rotação ou de translação. A
câmera panorâmica se move fazendo um movimento giratório, sem deslocamento
transversal. Pode ser horizontal (da esquerda para a direita e vice-versa), vertical,
também conhecida como tilt (de cima para baixo ou vice-versa) ou oblíquo.
O travelling é o nome de qualquer suporte móvel na câmera que se move
num eixo horizontal e paralelo ao movimento do objeto filmado. Este
acompanhamento pode ser lateral ou frontal, podendo ser de aproximação ou de
afastamento. No zoom, a câmera se mantém fixa e é seu conjunto de lentes que
se move, fazendo com que o objeto se apresente mais afastado ou mais próximo
na imagem.
Por fim, temos a montagem, que corresponde ao conjunto de técnicas de
organização, ordem e duração dos planos de um filme com o objetivo de construir
uma das possíveis interpretações. Quando há uma transição imediata, de uma
cena para outra é denominado de corte seco. Foi um dos primeiros
procedimentos da montagem, usado na hora da transição de um filme para outro.
Usado quando se quer obter imagens que se sucedem dentro de um enredo.
Quando uma cena desaparece simultaneamente ao aparecimento da cena
seguinte, é chamada de fusão. É muito usada para significar uma passagem de
tempo.
Quando a imagem vai surgindo aos poucos de uma tela, temos o fade in.
Quando ela vai desaparecendo até que a tela fique preta, temos o fade out. É
usado para representar uma passagem de tempo ou um deslocamento espacial,
assim como na fusão. Quando duas ou mais sequências são abordadas ao
mesmo tempo, há uma montagem paralela, intercalando as cenas pertencentes a
cada uma, alternadamente, a fim de fazer surgir uma significação de seu
confronto. Ocorre quando se quer fazer um paralelo, uma aproximação simbólica
entre as cenas, como por exemplo a aproximação temporal.

○ 4.3 PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA


A produção cinematográfica está compreendida nas etapas do
desenvolvimento, preparação, pré-produção, gravação, pós-produção e
lançamento.
O desenvolvimento corresponde ao primeiro tratamento do argumento na
construção de um roteiro audiovisual. Seja através de uma adaptação literária ou
de uma obra autoral. A parte de captação de recursos através de fomento público,
privado, leis de incentivo etc.
A preparação é a fase na qual a equipe principal é formada. É o encontro
do produtor, responsável pelos aspectos econômicos e de planejamento, com o
roteirista e o diretor, responsáveis pela construção do projeto de escrita,
tratamento e decupagem do roteiro, além de escolher o restante da equipe como
o diretor de fotografia, diretor de áudio e editor.
A pré-produção é a etapa em que alguns produtos fundamentais do seu
projeto são definidos, como o argumento final, o storyboard - o planejamento de
enquadramento das cenas - , as planilhas orçamentárias, definição de equipes e
departamentos, casting - seleção de elenco -, locações. Essa é etapa que trará
tranquilidade aos realizadores durante o processo de produção.
A produção é o estágio que as coisas realmente são gravadas, ou seja, é
quando o filme realmente passa a acontecer. Os textos são decorados e
trabalhados pelo elenco e a preparação, as câmeras, luzes e microfones são
posicionados e as ordens do dia são cumpridas.
A pós-produção corresponde principalmente a edição e montagem. Após
todos os arquivos captados serem catalogados, organizados, renderizados nos
formatos corretos até chegar no objeto final, que é o filme num rolo ou em um
arquivo de computador.
Por fim, o lançamento corresponde a etapa na qual o filme chega ao
público. Isso pode ocorrer inicialmente a um circuito de festivais e mostras até
finalmente estar disponível para o público geral através de distribuidoras que
adicionam o filme a um cinema, canal de tv ou streaming.

5 METODOLOGIA
O projeto de pesquisa é composto por cinco etapas: construção da relação
entre os currículos de ciência e arte com a produção cinematográfica, construção
e elaboração da oficina de produção, aplicação da oficina de produção, produção
do curta metragem e avaliação dos resultados.

○ 5.1 RELAÇÃO ENTRE O ENSINO DE CIÊNCIA E ARTE COM A


PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
Nessa etapa do trabalho o objetivo é realizar entrevistas que serão
gravadas, de acordo com o consenso da pessoa entrevistada, com o objetivo de
conhecer como o cinema é usado em sala de aula por professores de ciência
(química, física e biologia) e de arte (arte e literatura) do ensino médio. Essas
entrevistas serão semi-estruturadas, ou seja, o roteiro será alterado de acordo
com as respostas de cada perfil de entrevistado, serão feitas perguntas
relacionadas com as habilidades e competências de cada área do conhecimento
de acordo com a BNCC e as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) da
Secretaria de Educação e Esporte do Paraná (SEED).
Posteriormente, será elaborada e aplicada uma entrevista a profissionais
do audiovisual para analisar se as metodologias e conteúdos utilizados pelos
professores da educação básica possuem relação com as técnicas e
conhecimentos necessários para atuação na produção audiovisual. Para essa
entrevistas serão selecionados ao menos um produtor, um diretor, um fotógrafo,
um técnico de som, um editor e um roteirista.

○ 5.2 ELABORAÇÃO DE OFICINA DE CINEMA


A partir dos dados obtidos nas entrevistas será elaborada uma oficina que
contenha os conteúdos de ciência e arte apresentados pelos professores da
educação básica e os processos de fazer um filme. Para isso, será necessário um
professor de ciências, um professor de arte ou literatura, um diretor, um fotógrafo,
um técnico de som, um editor e um roteirista participem do processo, seja como
alguém ativo ou na função de consultoria para obtenção de melhor coesão e
coerência da construção da oficina.

○ 5.3 REALIZAÇÃO DA OFICINA


A oficina é realizada em sete encontros semanais de 4 horas, com
professores e estudantes da rede pública de educação básica de Curitiba, com
cada encontro com um foco. No primeiro encontro serão estimulados relações
entre o cinema e a ciência enquanto conteúdo fílmico e técnica de linguagem. No
segundo encontro o foco será a elaboração de um argumento cinematográfico.
No terceiro encontro será discutido as atribuições da direção. No quarto encontro
a discussão será sobre a intenção dos movimentos de câmera de acordo com o
roteiro elaborado e a visão da direção relacionando com as perspectivas da óptica
e outras que podem surgir na elaboração da oficina. No quinto encontro o
desenho de som será pensado relacionando com os aspectos físicos e biológicos.
No sexto encontro a edição será discutida e por fim no último encontro será
demonstrado como inscrever um projeto audiovisual em uma lei de incentivo.
○ 5.4 PRODUÇÃO DO CURTA-METRAGEM
A partir de no mínimo uma equipe de alunos um projeto será inscrito em
uma lei de incentivo e será construído um curta-metragem em todas as fases do
processo de produção cinematográfica.

○ 5.5 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


Por fim, serão realizadas entrevistas não-estruturadas com todas as
pessoas que participaram da produção cinematográfica sobre questões científicas
e artísticas e sobre o potencial de uma carreira artística. Essas entrevistas serão
gravadas de acordo com o consenso de cada pessoa entrevistada e
posteriormente montada em um documentário nos moldes do cinema de Eduardo
Coutinho.

6 CRONOGRAMA

1º Ano 2º Ano

1º e 2º Elaboração das pautas das 13º e 14º Realização da oficina


Mês entrevistas iniciais a partir Mês
da revisão bibliográfica dos
documentos norteadores da
educação brasileira.

3º e 4º Escrita da pauta e 15º e 16º Desenvolvimento e


Mês Entrevistas com Mês preparação do filme
professores da rede
pública.

5º e 6º Entrevistas com 17º, 18º Gravação do filme


Mês profissionais do audiovisual e
19º Mês
7º e 8º Análise das Entrevistas
Mês 20º Mês Pós-produção e Lançamento
do filme

9º e 10º Elaboração da Oficina 21º, 22º, Escrita e defesa do projeto


Mês 23º e 24º final de mestrado
Mês
11º e Escrita e apresentação do
12º Mês projeto de qualificação
7 RESULTADOS ESPERADOS
Através desse projeto de pesquisa será possível formar professores com
maior capacidade de compreensão da sétima arte . Dessa forma, será possível
estabelecer relações cada vez mais íntimas com o processo de ensino e
aprendizagem e a produção cinematográfica.
Além disso, os estudantes que participarem do processo poderão almejar
uma carreira no setor criativo através do aprendizado sobre a produção
cinematográfica e todas as profissões relacionadas.
Também será possível estimular a criação de propostas e metodologias
interdisciplinares a fim de desenvolver nos estudantes uma apreensão dos
conteúdos de ciência e arte e das técnicas relacionadas à produção artística.

8 REFERÊNCIAS
BAMBA, M. “Imagens fílmicas das ciências”: da encenação das ciências na ficção
à ficcionalização de filmes científicos. In: 62a Reunião Anual da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciências. Anais: Reunião Anual da SBPC, 2010,
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<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein> Acesso em 07 de
Agosto de 2022.
BARBOSA, Ana Mae. Ensino da arte e design no Brasil: unidos antes do
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v.8,n.1,p.143-159,2015.Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/revislav/article/view/19869/pdf> Acesso em 11 Ago.
2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível
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Feron, Tuani R, CINEMA, EDUCAÇÃO E LETRAMENTO AUDIOVISUAL:
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TELESPECTADORES, Mestrado, Frederico Westphalen, URI, 2020, Disponível
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HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Ed.
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possibilidades no ensino de ciências Arquivos do MUDI, v 21, n 03, p. 109-
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Silva, A. T. D., Rocha, I. O., & Santos, V. V. (2010). Cinema na escola como
instrumento de inserção cultural e social. Disponível em:
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_VeronicaSantos.pdf> Acesso em 12 de Agosto de 2022.
VAN SIJLL, Jennifer. Narrativa Cinematográfica: Contando histórias com imagens
em movimento, WMF Martins Fontes; 1ª edição, 2017

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