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Resumo A macieira cultiva-se no nosso territrio desde tempos remotos. A sua expanso ter-se- devido, em grande parte, s ordens religiosas que, devido aos seus ncleos conventuais, permitiram a difuso das mais diversas variedades. O presente trabalho tem por base a instalao de um pomar de novas variedades, com cinco Grupos de variedades: Gala (Brookfield, Galaxy Evolution, Anaglo e Buckeye); Red Delicious (Itred e Jeromine); Golden Delicious (Reinders e Clone B); Fuji (Toshiro, Spike Spur, Kiku 8 e Raku Raku) e Rubens, tendo como objectivo o estudo do comportamento destas na regio da Beira Alta. O campo de ensaio das novas variedades est situado na folha 3 Sul da Estao Agrria de Viseu, ocupando 2800 m2 do total da parcela. A plantao do pomar realizou-se entre os dias 13 e 15 de Maro de 2006, com plantas de um ano de viveiro, provenientes de Itlia. As observaes e recolha de dados efectuaram-se durante o ano 2007. A colheita das mas teve incio a 14 de Agosto e terminou a 10 de Outubro, sendo recolhidos dados para avaliao quantitativa e qualitativa da produo. Para a avaliao qualitativa da produo, realizaram-se medies de calibres, determinao de Dureza e Grau Brix, em todos os frutos colhidos. Podemos dizer que todas as variedades se adaptaram ao local onde foram instaladas, verificando-se, contudo que, para alguns dos parmetros avaliados nas diferentes variedades, obtivemos diferenas significativas, enquanto que, noutros, essas diferenas foram menos relevantes. As variedades que obtiveram melhores resultados foram a Brookfield e a Anaglo, do Grupo Gala; a Itred, do Grupo Red Delicious; a Reinders, do Grupo Golden, e a Toshiro, do Grupo Fuji. A Rubens, que uma ma proveniente do cruzamento de Gala x Elstar, revelou-se como a variedade menos interessante. O Grupo Golden Delicious foi aquele que teve, relativamente aos parmetros avaliados, um melhor comportamento, quando comparado com os restantes Grupos. Palavras-chave: Macieira, Novas Variedades, Gala, Red Delicious, Golden Delicious, Fuji, Rubens.

1.1. Introduo Em muitas escavaes pr-histricas, foi possvel determinar a presena da macieira, o que demonstra que esta cultivada desde tempos remotos (Goutier, 1994). Segundo Ferreira (1994), a cultura j era praticada, cinco sculos antes de Cristo, pelos gregos e romanos, que a expandiram pela Europa e sia. As variedades foram seleccionadas e propagadas por enxertia h mais de 2000 anos. A evoluo da macieira deve ter-se iniciado h 25 milhes de anos, tendo como centro de origem a regio entre o Cucaso, cadeia de montanhas da sia entre os mares Negro e Cspio, com 1.200km de extenso

e altitude de 2.000m, e o leste da China. O incio do desenvolvimento das espcies actuais provavelmente ocorreu aps o final da ltima era glacial, h 20 mil anos. Os povos euro-asiticos devem ter colaborado para a disseminao das formas primitivas das macieiras actuais (Epagri, 2002). A macieira cultiva-se no nosso territrio desde tempos remotos, tendo sido introduzida na Pennsula Ibrica atravs dos romanos e rabes, a sua expanso ter-se- devido, em grande parte, s ordens religiosas que, a partir dos respectivos ncleos conventuais, mosteiros, tero permitido e, por vezes, at incentivado, a difuso das mais diversas variedades (Neves & Lopes, 2000). A facilidade de adaptao da macieira a diferentes climas e solos, o valor nutritivo dos seus frutos e a resistncia a baixas temperaturas, permitem que a cultura se possa instalar em todos os pases de clima relativamente frio, desde a China, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Frana, Alemanha, Itlia, Blgica, ustria, Polnia, Iro, Rssia, ndia, Brasil, Pases Baixos, pases de clima temperado e de clima subtropical, j que as macieiras no florescem em reas tropicais, pois necessitam de um nmero de horas importantes de frio, que varivel em funo da variedade cultivada (Neves & Lopes, 2000). Actualmente, em Portugal, os pomares de macieiras ocupam cerca de 20 000 hectares e encontram-se dispersos, apesar de, tradicionalmente, as zonas de produo serem Ribatejo Oeste, Trs-os-Montes, Beira Interior e Beira Litoral (INE, 2008). Desde muito cedo, os homens se aperceberam que a regio da Beira Alta apresenta condies propcias cultura de ma, sendo uma actividade com grandes tradies e das que aparenta ter maiores potencialidades econmicas. Segundo Assuno et al., (2000), a cultura encontrou nesta regio, por entre a diversidade de microclimas que a orografia e a fisiografia proporcionaram ao longo do tempo, no apenas boas condies para viver, como meios favorveis sua naturalizao. Na regio da Beira Alta, a macieira uma cultura que possui uma significativa representatividade, existindo, inclusivamente, na regio, uma IGP-Indicao Geogrfica Protegida, a Ma da Beira Alta e uma DOP Denominao de Origem Protegida, a Bravo Esmolfe, tendo esta ltima j alguma expresso nos pomares novos da regio (Apido, 2000). A rea geogrfica da DOP engloba a totalidade dos distritos de Viseu e Guarda e os concelhos de Oliveira do Hospital, Tbua e Arganil do distrito de Coimbra, compreendendo uma superfcie total de 11318 Km2 e uma rea agrcola destinada produo de ma de 7400 ha. A produo situa-se na mdia de 17000 toneladas (FELBA, s/d). Para competir nos mercados nacionais e internacionais de fruta, imperioso produzir com qualidade e com baixos custos. Para tal necessrio intensificar a cultura, encurtar ao mximo o perodo inicial improdutivo do pomar, plantar a variedade mais adaptada ao porta-enxerto e regio, utilizar a forma de conduo e as tcnicas mais adequadas e satisfazer, com regularidade, as exigncias em gua e elementos minerais. Neste contexto, foi realizado um estudo de acompanhamento de um pomar que inclui cinco Grupos de variedades: Gala, Red Delicious, Golden Delicious, Fuji e Rubens, instalado na Estao Agrria de Viseu, com o objectivo de avaliar a produo, em termos tanto quantitativos como qualitativos. 1.2. Principais variedades de ma Na dcada de 60, por motivos imperiosos de especializao e comercializao, era recomendado um nmero reduzido de variedades: Vermelhas Delicious, Golden Delicious, Jonathan, Rome Beauty, Reineta do Canad, Stayman Winesap. Das portuguesas, apenas se plantaram algumas variedades, entre as quais: Casa Nova de Alcobaa e Bravo Esmolfe (Ferreira, 1994). Como os fruticultores rapidamente mostraram preferncia pela Golden Delicious e vermelhas Delicious o nmero de variedades foi praticamente reduzido a estas. Hoje, a primeira preocupao do produtor a de bem comercializar e dar resposta aos pedidos e exigncias do mercado. A escolha varietal no pertence apenas ao fruticultor, mas, cada vez mais, estrutura de comercializao a que se encontra associado. As preferncias do consumidor so das mais variadas, sofrendo alteraes que s o profundo conhecimento das variedades pode ajudar a tomar a melhor opo (Carvalho, 2005).

Uma diversificao da oferta exerce um efeito estimulante sobre a procura e, por isso, necessrio oferecer ao consumidor duas ou trs variedades diferentes em cada momento da estao, devendo-se ento proceder eleio de, pelo menos, uma dezena de variedades que satisfaam, simultaneamente, os produtores, os comerciantes e os consumidores (Ferreira, 1994). Assim, segundo Ferreira (1994), para satisfazer esses requisitos, as rvores tero que ser fceis de conduzir, ter boa amplitude ecolgica, rusticidade, diferenciao floral fcil, bom vingamento, boa monda natural e boa sensibilidade monda qumica, baixa queda de frutos prximo colheita e alta produtividade. Os frutos devero ser de bom calibre e regular, ter excelentes caractersticas comerciais e gustativas e ter muito bom comportamento em frigorfico. No existe a variedade ideal, bem corada de muito boa qualidade e que se conserve bem. 1.2.1. Gala A Gala, trata-se de uma antiga variedade proveniente de Greytown (Nova Zelndia) e uma seleco realizada por J. H. Kidd, em 1939, do cruzamento entre Kidd Orange Red x Golden Delicious (Epagri, 2002). A rvore apresenta um vigor mediano a forte, sendo superior Golden Delicious, possui um bom desenvolvimento vegetativo nos primeiros anos, reduzindo o vigor progressivamente com a entrada em produo. Com porte semi-erecto, com ramos abundantes, bem distribudos e abertos, apresenta uma rpida entrada em produo (Trillot et al., 1993). O fruto tem uma intensidade de cor que varivel segundo os clones, a idade e a posio dos frutos na rvore. A cor na parte mais exposta ao sol laranja-avermelhado, com estrias mais ou menos aparentes e de intensidade varivel. A parte no exposta luz de cor verde, ficando verde amarelado ao amadurecer. A forma alongada, ovide tronco-cnico, muito regular, com pednculo de comprimento mediano. Tem uma textura consistente, a polpa fina, doce, ligeiramente acidulada e perfumada (Ferreira, 1994; Castellarnau et al, 2000). A colheita dos frutos ocorre, geralmente, em meados de Agosto, sendo pouco sensvel queda e manipulao. A determinao especfica da colheita dos frutos pode realizar-se em funo do contedo de acar (12 13 Brix), firmeza (6,8 7,5 Kg/cm2) e testes ao amido (4-6) (Castellarnau et al., 2000). Apesar de ser uma variedade de Vero apresenta uma boa resposta conservao frigorfica, que permite manter as suas caractersticas qualitativas at Dezembro Janeiro. Devido falta de acidez e perda de aromas, no se aconselha alargar o perodo de conservao muito acima dos 150 dias (Castellarnau et al., 2000). 1.2.2. Red Delicious O Grupo das Red Delicious , actualmente, o segundo mais importante escala mundial, depois da Golden Delicious (Castellarnau et al., 2000). Segundo Castellarnau et al., (2000), devido a importantes diferenas do tipo de frutificao e hbito de crescimento da rvore, o Grupo das Red Delicious pode agrupar-se em dois Grupos: Standard e Spur. Nas Standard, a rvore de vigor mdio-alto. Possui um porte erecto com tendncia para a basitonia. A entrada em produo mais lenta que nas Spur. A produtividade mediana e apresenta alternncia depois de anos de forte produo. Nas Spur, a rvore apresenta vigor dbil ou muito dbil, segundo os clones, pelo qual se utilizam portaenxertos de vigor mdio-alto. O porte erecto, tambm com tendncia a basitonia. A entrada em produo rpida, tendo de ser regulada atravs da poda. Tem tendncia a alternar depois de produes elevadas. O fruto geralmente de cor vermelho escuro (cor-de-vinho), de intensidade varivel, liso, semiestriado ou estriado, dependendo do clone, alguns podem apresentar rugosidade. A forma tronco-cnica, mais ou menos alargada, apresenta cinco lbulos carpelares, caractersticos da variedade e que so mais ou menos aparentes em funo da variedade e condies climticas. Apresenta textura consistente, sendo o fruto resistente manipulao. A polpa de cor branca, ligeiramente acidulada e perfumada contendo valores mdios de acar (Castellarnau et al., 2000).

A colheita das Red Delicious realiza-se, geralmente, em Setembro, sendo a cor e a dureza os critrios mais usados para estabelecer a altura exacta de colheita. A Red Delicious sensvel a queda dos frutos antes da colheita, pelo que aconselhado aplicar fixadores dos frutos. Os frutos podem conservar-se em locais frescos durante cerca de 140 dias e em atmosfera controlada pode ir at aos 240 dias. O fruto pode ficar farinhoso durante a conservao, quando a colheita se realizar com os frutos com dureza demasiado baixa (Castellarnau et al., 2000). 1.2.3. Golden Delicious A variedade Golden Delicious surgiu em 1890 e foi descoberta por Anderson H. Mullins em Winfield, proveniente de uma semente provavelmente originria do cruzamento natural de Golden Reineta x Grimes Golden (Castellarnau et al., 2000). a variedade mais produzida, apreciada e consumida a nvel mundial. A rvore apresenta um porte semi-erecto, com vigor mdio, em que as ramificaes so regulares, com lanamentos compridos e delgados, muito numerosos. Apresenta uma rpida e regular entrada em produo (Castellarnau et al., 2000; Trillot, 1993). O calibre do fruto mdio grande, sendo bastante regular, e possui uma forma ovide ligeiramente tronco-cnico. A epiderme de colorao amarelo dourado maturao, apresentando sensibilidade carepa consoante as regies e tcnicas culturais. A sua polpa fina, consistente e agradavelmente acidulada e perfumada, de muito boa qualidade (Ferreira, 1994). A poca de colheita , normalmente, de meados a fins de Setembro, consoante os anos. Nesta variedade para uma boa determinao da colheita, recorre-se ao teste do amido, sem esquecer tambm parmetros de dureza e teor de acares do fruto. As Golden podem manter as suas caractersticas qualitativas durante cerca de 5-6 meses, quando conservadas no frio e com atmosfera controlada (Castellarnau et al., 2000). 1.2.4. Fuji A Fuji resultante do cruzamento Ralls Janet x Delicious, realizado por H. Niitsu em 1939, em Fujisaki, na antiga Estao Experimental de Tohoku, actualmente Estao Experimental de Fruticultura de Morioka, Iwate, Japo (Epagri, 2006). A Fuji converteu-se numa variedade presente em quase todas as zonas de produo do mundo. A rvore apresenta um vigor elevado, com facilidade em ramificar e com tendncia a acrotonia, e com ngulos semi-abertos. uma variedade muito produtiva, com rpida entrada em produo, mas sujeita a alternncia de produo (Castellarnau et al., 2000; Trillot et al., 1993). O fruto varia dentro da cor vermelho claro sobre um quarto ou um meio da superfcie, normalmente mostrando ligeiras estrias sobre um fundo verde amarelado. A sua colorao s fica definida muito prxima da colheita. O fruto de calibre mediano a grande, arredondado ou oblongo. Apresenta uma cutcula bastante grossa. A polpa fina, cor creme, firme, algo doce, com baixa acidez e muito aromtica (Castellarnau et al., 2000). A colheita das Fuji, geralmente, feita durante o ms de Outubro. uma variedade em que se deve passar por 2-4 vezes para colher os frutos nas condies de colorao e qualidade ideais. A determinao do comeo da colheita difcil, pelo que se usam vrios critrios, como o teste do amido, a dureza, a colorao, o contedo de acar, etc. (Castellarnau et al., 2000; Trillot et al., 1993). uma variedade que tem um grande perodo de conservao. Os frutos podem conservar-se em locais frios durante 5-6 meses, sem perder significativamente a sua qualidade e dureza, contudo reduzindo sensivelmente a acidez. Em atmosfera controlada os frutos podem conservar-se durante cerca de 8 meses (Castellarnau et al., 2000; Trillot et al., 1993).

1.3. Principais porta-enxertos da macieira Designa-se porta-enxerto ou cavalo, aquele que, atravs do seu sistema radicular e, eventualmente, de uma parte do seu caule, fornecer os elementos necessrios ao crescimento da nova planta (Boutherin & Bron, 2000). Cultivadas originalmente de maneira emprica, as rvores de fruto eram semeadas, sendo a semente proveniente de variedades locais. Os antigos depressa se aperceberam que era necessrio multiplicar por via vegetativa (enxertar sobre outro individuo, chamado por vezes cavalo, que serve de suporte) as variedades que lhes pareciam interessantes, reproduzindo deste modo, fielmente as suas caractersticas principais (Cuisance, 1988; Carvalho, 2005). A macieira uma das espcies frutcolas que dispe, actualmente, da maior gama de porta-enxertos (Bretaudeau & Faure, 1991). As diferenas entre eles so notveis, em aspectos to importantes como o vigor conferido na variedade ou a adaptao a certas condies edafoclimticas concretas, conforme observamos na figura 1 (Carvalho, 2005).

Figura 1. Principais porta-enxertos da macieira (Adaptado de Carvalho, 2005)

Os porta-enxertos actualmente utilizados so muito diferentes daqueles que se utilizavam h alguns anos atrs. Segundo Sousa (2004), actualmente, os porta-enxertos permitem, para alm da intensificao dos pomares, antecipar a entrada em produo e aumentar o rendimento por hectare. A escolha acertada dever basear-se no perfeito conhecimento das caractersticas do porta-enxerto e, sobretudo, na sua adaptao ao terreno em causa, afinidade com as variedades a enxertar, condies climatricas, forma de conduo desejada e o compasso de plantao (Carvalho, 2005). 2. Material e mtodos 2.1. Localizao O campo de ensaio de novas variedades de macieira est situado na Folha 3 Sul (F3S) da Estao Agrria de Viseu (EAV). Apresenta uma forma rectangular com cerca de 3100 m2, sendo 2800 m2 ocupados pelas novas variedades de macieira.

2.2. Preparao do terreno antes da plantao No Vero de 2005, que precedeu a plantao, realizou-se uma mobilizao profunda do solo, com uma charrua gigante, com o objectivo de melhorar a sua estrutura, favorecer condies de arejamento, bem como a permeabilidade das camadas mais profundas, promover um melhor armazenamento de gua, provocar maiores exposies solares dos materiais removidos e facilitar uma melhor distribuio dos adubos correctivos e matria orgnica, de maneira a criar condies ptimas para um bom desenvolvimento radicular das futuras macieiras. Aps esta operao, procedeu-se s correces e fertilizaes de fundo, tambm designadas de fertilizaes de plantao, segundo as anlises tiradas ao solo da parcela, de maneira a colocar disposio do raizame os nutrientes necessrios. Antes da plantao propriamente dita, realizaram-se operaes superficiais de arrasamento e nivelamento do solo, procedeu-se destruio e eliminao de restos de plantas e razes das culturas precedentes, que, eventualmente, poderiam ainda existir, sendo realizada ao mesmo tempo a operao de despedrega. A parcela j possui um sistema de drenagem instalado assim como bocas de rega prximos. 2.3. Plantao e distribuio das variedades A plantao do pomar de novas variedades realizou-se entre os dias 13 e 15 de Maro de 2006, com plantas de um ano de viveiro, provenientes de Itlia. Para o Pomar Demonstrativo foram eleitas Novas Variedades, do Grupo Gala (Brookfield, Galaxy Evolution, Anaglo e Buckeye), Grupo Fuji (Toshiro, Spike Spur, Kiku 8 e Raku Raku), Grupo Red Delicious (Itred e Jeromine), Grupo Golden Delicious (Reinders e Clone B) e Rubens, variedades que esto entre as mais bem cotadas a nvel mundial. As variedades tm como portaenxerto o 9 EMLA, visto ser o porta-enxerto que, alm das caractersticas que impe s rvores, se adapta ao terreno em causa, s condies climatricas, tem uma boa afinidade com as variedades eleitas e adequado para a forma de conduo desejada (Eixo Vertical). As linhas orientaram-se segundo a configurao e forma da parcela, ou seja, segundo o maior comprimento da parcela, de forma a facilitar a normal execuo das lavouras. Tendo em conta as caractersticas do porta-enxerto, o sistema de conduo a utilizar, o arejamento e a disposio soalheira do pomar, assim como algumas referncias ao vigor e ao porte das variedades, optou-se por um compasso de 3,5 m nas entre-linhas e por 1 m entre plantas na linha (2857 rvores/ha). Para o traado das linhas utilizou-se um abre-valas, tambm designado charruo. As plantas foram previamente preparadas com uma poda de transplantao, que consistiu em aparar cuidadosamente as extremidades das razes e podar ramos danificados. Na instalao, teve-se o cuidado de no plantar as rvores muito fundo, para que a espessura de terra sobre as razes mais superficiais no ultrapassasse cerca de 10 cm e, sobretudo, para que a zona de enxertia ficasse superfcie. No final cavou-se em volta de cada tronco uma caldeira e regou-se com gua. No pomar, as variedades foram distribudas segundo a poca de maturao, de maneira a facilitar a colheita, e procedeu-se marcao individual de cinco macieiras em cada variedade, para observao e recolha de dados. 2.4. Instalao do espaldar Aps a plantao das macieiras, procedeu-se colocao dos postes de madeira, que existiam na EAV, e colocao dos respectivos arames, optando-se pelo sistema de espaldar. Procedeu-se, em seguida, amarrao das varetas ao arame, de modo a evitar que as rvores se danifiquem e tambm para suporte da produo, uma vez que as rvores, ainda jovens, no aguentariam o peso dos frutos. 2.5. Poda de formao Conduo em eixo vertical O eixo vertical foi a forma de conduo adoptada para o novo pomar de macieiras, visando uma rpida entrada em produo, uma regularidade de produo associada a uma garantia de qualidade do produto, calibre, colorao, qualidades organolpticas e, tambm, por diminuio de custo de produo, principalmente, na poda e na colheita.

Durante os dois primeiros anos (2006 e 2007) no Vero, realizou-se uma poda em verde para favorecer o desenvolvimento do eixo e ramos laterais. Eliminaram-se ramificaes mal inseridas e/ou concorrentes com o eixo principal, e procedeu-se ao arqueamento de alguns ramos mal posicionados e muito vigorosos para promover uma melhor e mais rpida entrada em produo, atravs da colocao de pesos e fios de plstico. Realizaram-se operaes de desponta pincement que consiste em agarrar na ltima folha do crescimento e cortar com a unha s o gomo terminal que se situa acima desta, para controlar o vigor do eixo e dos ramos mais baixos e fomentar a formao de antecipadas. Esta operao, quando mal executada, pode provocar um efeito contrrio ao pretendido, pelo que foi realizada com os dedos e no com uma tesoura. 2.6. Rega Foi instalado um sistema de rega gota-a-gota, dotado de um fertirrigador, em que a gua distribuda sob reduzida presso, por tubagem plstica, e distribuda por gotejadores, contribuindo para uma rega mais constante, a partir de um pequeno caudal. 2.7. Avaliao da produo A colheita das mas teve incio a 16 de Agosto, com as variedades mais precoces, e terminou a 10 de Outubro, com as variedades mais tardias. De modo a evitar pisadelas e ferimentos nos frutos, houve o cuidado de se colher um fruto de cada vez, com o p ou pednculo, colocando-os cuidadosamente no recipiente. A colheita dos frutos na rvore iniciou-se de baixo para cima e do exterior para o interior da copa. Separaram-se os frutos com defeitos, bem como os de calibre inferior a 55 mm de dimetro, por pertencerem ao refugo. Os frutos foram colhidos separadamente por variedade. As rvores da amostra foram, tambm, colhidas separadamente, sendo colocadas em caixas de plstico e marcadas para posterior recolha de dados. Este processo foi efectuado individualmente por Grupo e variedade, e as amostras das rvores separadas uma das outras. Para a avaliao qualitativa da produo, logo aps a colheita de cada variedade, realizaram-se leituras em todos os frutos colhidos das respectivas rvores-amostra, em separado e por variedade. Foram realizadas medies de largura mximas do fruto com uma craveira Electronic Digital Caliper. Mod. DC-515 (0- 150 mm). Na determinao da dureza utilizou-se um penetrmetro Fruit pressure tester. Mod. FT 327 (3-27Lbs) (apples and pears) ponteira de 11 mm, recomendada para mas. A determinao da dureza, cujos valores so expressos em kg/cm2, efectuou-se em um dos lados de cada ma. Para realizar as leituras, foi retirada uma fraco da epiderme da ma na zona equatorial, pressionando-se de seguida o penetrmetro contra esta zona, de forma a entrar no fruto at linha de referncia. A determinao do Grau Brix com um refractmetro (Digital refractometer. Palette Sries PR-101. Cat. No. 3412 (0-45%) Atago), efectuou-se em simultneo com a da dureza, sempre com a correspondncia do mesmo lado da ma. 2.8. Anlise estatstica A avaliao foi feita por amostragem de cinco macieiras por variedade dentro de cada Grupo e os tratamentos em estudo, para cada variedade e para cada Grupo de variedades, foram os seguintes: peso mdio dos frutos colhidos, calibre mdio dos frutos, dureza mdia dos frutos e Grau Brix mdio dos frutos. Os dados foram tratados com o auxlio da folha de clculo EXCEL e recorrendo ao programa estatstico SPSS. Neste, os dados foram sujeitos a anlise de varincia ANOVA, seguido do teste LSD para comparao mltipla de mdias, quando se registaram diferenas significativas.

3. Resultados e discusso No quadro 1 podemos observar os resultados obtidos para a avaliao qualitativa das diversas variedades do Grupo Gala.

Quadro 1. Valores mdios obtidos para avaliao qualitativa para o Grupo Gala Grupo Variedade Calibre (mm) Dureza (kg/cm2) Brix (%) Produo mdia (ton/ h) Brookfield 73,47 10,10 13,25 14,90 GALA Galaxy Evolution 70,21 9,47 13,40 11,26 Anaglo 72,34 10,89 13,15 14,26 Buckeye 70,83 10,35 13,36 11,85

No quadro 2 observamos os resultados obtidos para a avaliao qualitativa das diversas variedades dos Grupos Red Delicious, Golden Delicious, Fuji e Rubens

Quadro 2. Valores mdios obtidos para avaliao qualitativa para os Grupos Red Delicious, Golden Delicious, Fuji e Rubens Grupo Variedade Calibre (mm) Dureza (kg/cm2) Brix (%) Produo mdia (ton/ha) RED DELICIOUS Itred 78,25 8,74 13,32 10,83 Jeromine 73,55 8,90 13,84 7,60 GOLDEN DELICIOUS Reinders 79,17 8,02 14,44 15,00 Clone B 77,32 9,06 15,61 11,00 Toshiro 81,91 8,46 16,29 14,43 FUJI Spike Spur 75,36 8,75 15,18 10,03 Kiku 8 82,34 9,17 16,36 8,91 Raku Raku 83,81 8,27 15,95 6,91 RUBENS Rubens 74,21 9,30 15,94 5,77

3.1 Avaliao da produo

Na figura 2, podemos observar o peso mdio dos frutos colhidos por macieira dos diferentes Grupos.

a
5 Peso dos frutos (Kg) 4 3 2 1 0 Brookfield Galaxy evolution Anaglo Buckeye 5 4 3 2 1 0 Itred Jeromine

6 Peso dos frutos (Kg) 5 4 3 2 1 0 Reinders 6 Peso dos Frutos (Kg) 5 Clone B

6 5 4 3 2 1 0 Toshiro Spike Spur Kiku 8 Raku Raku

e
4 3 2 1 0 Rubens

Figura 2. Peso mdio dos frutos colhidos por macieira nos diferentes Grupos: a) Gala; b) Red Delicious; c) Golden Delicious; d) Fuji; e) Rubens.

Ao observarmos as figuras 2a e 2d, podemos verificar que no houve diferenas significativas (p > 0,05) entre o peso mdio dos frutos colhidos, nas variedades dos Grupos Gala e Fuji, em estudo. Na figura 2b, podemos verificar que houve diferenas significativas (p <0,05) entre o peso mdio dos frutos colhidos, sendo a Itred a variedade que apresentou maior peso mdio dos frutos colhidos por macieira (3,79 Kg/macieira), enquanto que a Jeromine produziu, em mdia, 2,66 Kg de frutos por macieira. A figura 2c mostra-nos que houve diferenas significativas (p < 0,05) entre o peso mdio dos frutos colhidos, apresentando-se a Reinders como a variedade com maior peso mdio dos frutos colhidos por macieira (5,25 Kg/macieira). A variedade Clone B, em mdia, produziu 3,85 Kg de frutos por macieira. Nos diferentes Grupos de variedades verificamos que houve diferenas bastante significativas (p> 0,01) entre o peso mdio dos frutos colhidos, por macieira. Pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, conclumos que os Grupos de variedades que apresentam maior peso mdio de frutos colhidos por macieira so os Grupo Gala (4,57 Kg) e Golden Delicious (4,54 Kg); ao invs, os que apresentam menor peso mdio de frutos colhidos por macieira so os Grupos Red Delicious (3,20 Kg) e Rubens (2,02 Kg).

Na figura 3. podemos observar o peso mdio dos frutos colhidos por macieira nos diferentes Grupos.

100 Percentagem mdia de frutos Percentagem mdia de frutos 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0


< 65 65 - 70 70 - 75 75 - 80 80 - 85 > 85

100

Brookfield Galaxy evolution Anaglo Beckeye

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
< 65 65 - 70 70 - 75

Itred Jeromine

75 - 80 80 - 85

> 85

Calibre (mm) 100 Percentagem mdia de frutos Percentagem mdia de frutos 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0


< 65 65 - 70 70 - 75 75 - 80 80 - 85 > 85

Calibre (mm) 100 Reinders Clone B 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0


< 65 65 - 70 70 - 75 75 - 80 80 - 85 > 85 Toshiro Spike Spur Kiku 8 Raku Raku

Calibre (mm) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0


< 65

Calibre (mm)

Percentagem mdia de frutos

Rubens

65 - 70 70 - 75 75 - 80 80 - 85

> 85

Calibre (mm)

Figura 3. Percentagem mdia de frutos das variedades em cada intervalo de calibre, nos diferentes Grupos: a) Gala; b) Red Delicious; c) Golden Delicious; d) Fuji; e) Rubens.

De acordo com a figura 3a, verificamos que no houve diferenas significativas no Grupo Gala em relao percentagem mdia de frutos das diferentes variedades nos intervalos de calibre inferior a 65 mm, 6570 mm, 70-75 mm, 80-85 mm e no calibre superior a 85 mm. Verifica-se, contudo, que houve diferenas significativas na percentagem mdia de frutos no intervalo de calibre 75-80 mm (p < 0,05), onde, pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, se avalia que a percentagem mdia de frutos da variedade Brookfield diferente da variedade Galaxy Evolution e Buckeye. A variedade Brookfield a que apresenta maior percentagem mdia de frutos neste intervalo de calibre (38,54 %) e a Galaxy Evolution a que menor percentagem mdia de frutos apresenta (10,28 %)

Analisando a figura 3b, verificamos que no houve diferenas significativas em relao percentagem mdia de frutos das diferentes variedades nos intervalos de calibre 65-70 mm, 70-75 mm, 75-80 mm e no calibre superior a 85 mm, uma vez que p> 0,05. As diferenas significativas surgem na percentagem mdia de frutos no intervalo de calibre <65 mm (p <0,05), sendo a variedade Jeromine a que apresenta maior percentagem mdia de frutos neste intervalo. Registmos, tambm, diferenas significativas na percentagem mdia de frutos no intervalo de calibre 80-85 mm (p <0,05), sendo a Itred a que apresenta maior percentagem mdia de frutos neste intervalo. De acordo com a figura 3c, referente ao Grupo Golden, no se registaram diferenas significativas, em relao percentagem mdia de frutos das duas variedades, nos intervalos de calibre <65 mm, 65-70 mm, 70-75 mm, 75-80 mm, 80-85 mm e no calibre superior a 85 mm uma vez que, p> 0,05. A figura 3d mostra-nos que no houve diferenas significativas em relao percentagem mdia de frutos das diferentes variedades nos intervalos de calibre inferior a 65 mm, 65-70 mm e no calibre 75-80 mm, situao que se altera para os frutos no intervalo de calibre 70-75 mm (p <0,05). Aqui e pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, pode verificar-se que a Spike Spur (20,43 %) a variedade que apresenta maior percentagem mdia de frutos, e que a Kiku 8 no apresenta nenhum fruto. A variedade Rubens apresenta frutos com calibres mdios: 34 % tem calibre 75-80 mm e 31,8% tem calibre 70-75 mm. Dos restantes frutos, 17,2 % tem calibre 65-70 mm, 12,4 % tem calibre 80-85mm e 4,4 % tem calibre inferior a 65 mm (Figura 3 e). Nos diferentes Grupos de variedades, no vislumbrmos diferenas significativas em relao percentagem mdia de frutos nos intervalos de calibre inferior a 65 mm e 75-80 mm, situao que se altera no intervalo de calibre 65-70 mm (p <0,001), onde, pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, se constata que o Grupo Gala diferente do Grupo Red Delicious, Golden Delicious e Fuji, sendo o Grupo Gala o que apresenta maior percentagem mdia de frutos neste intervalo (27,46 %). A Golden Delicious a que apresenta menor percentagem mdia, 1,7 %, de frutos neste calibre. Verificamos, contudo, que houve diferenas bastante significativas na percentagem mdia de frutos no intervalo de calibre 70-75 mm (p <0,001), pois, pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, verifica-se que o Grupo Gala diferente de todos os outros Grupos, j que apresenta a maior percentagem mdia de frutos neste intervalo (44,50 %). Em oposio, encontra-se o Grupo Fuji que, em mdia, apresenta 7,98 % de frutos neste calibre. Assinale-se, ainda, que houve diferenas significativas na percentagem mdia de frutos no intervalo de calibre 80-85 mm (p <0,05), pois, pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, o Grupo Gala diferente do Grupo Red Delicious, Golden Delicious e Fuji. A Gala apresenta menor percentagem mdia de frutos neste intervalo (1,07 %) enquanto que o Grupo Fuji apresenta, em mdia, 34,96 % de frutos neste calibre.

Na figura 4. podemos observar o Grau Brix (%) mdio dos frutos nos diferentes Grupos.

20
a

20
b

18 Grau Brix (%) 16 14 12 10 Brookfield Galaxy evolution Anaglo Buckeye Grau Brix(%)

18 16 14 12 10 Itred Jeromine

20 18 Grau Brix (%) 16 14 12 10 Reinders 20 Clone B


c

20 18 Grau Brix (%) 16 14 12 10


Toshiro Spike Spur Kiku 8 Raku Raku

18 Grau Brix (%) 16 14 12 10 Rubens

Figura 4. Grau Brix (%) mdio dos frutos nos diferentes Grupos: a) Gala; b) Red Delicious; c) Golden Delicious; d) Fuji; e) Rubens.

Comparando a figura 4a, 4b e 4d, verificamos que no houve diferenas significativas (p> 0,05) no Grau Brix mdio dos frutos, entre as variedades do Grupo Gala, Red Delicious e Fuji. No que concerne anlise da figura 4c, verificamos a existncia de diferenas (p <0,05) no Grau Brix mdio dos frutos, entre as variedades do Grupo Golden Delicious, cabendo ao Clone B a primazia (15,6 %) relativamente Reinders 14,4%.

Comparando agora o Grau Brix mdio dos frutos nos diferentes Grupos de variedades, verificamos que houve diferenas altamente significativas (p <0,001). Atravs da separao de mdias pelo mtodo LSD, podemos observar que o Grupo que apresenta maior Grau Brix mdio nos frutos o Grupo Fuji (15,95 %) e que a Gala o que apresenta frutos com menor Grau Brix mdio (13,29 %). Na figura 5. podemos observar a dureza mdia dos frutos nos diferentes Grupos.

12 11 Dureza (Kg/cm2) 10 9 8 7 6
Brookfield Galaxy evolution Anaglo Buckeye

12

a
Dureza (Kg/cm )
2

11 10 9 8 7 6

Itred

Jeromine

12 11
Dureza (Kg/cm )

12

c
2

11 Dureza (Kg/cm ) 10 9 8 7 6

10 9 8 7 6 Reinders 12 11
Dureza (Kg/cm )

Clone B

Toshiro

Spike Spur

Kiku 8

Raku Raku

10 9 8 7 6 Rubens

Figura. 5 Dureza mdia dos frutos nos diferentes Grupos: a) Gala; b) Red Delicious; c) Golden Delicious; d) Fuji; e) Rubens.

Entre as quatro variedades do Grupo Gala houve diferenas significativas em relao dureza mdia dos frutos, como verificamos na figura 5a, uma vez que, p <0,05. Pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, avaliamos que a dureza mdia da variedade Anaglo diferente das restantes variedades do Grupo Gala, pois, enquanto que a variedade Anaglo apresenta frutos com dureza mdia superior (10,89 Kg/cm2), a variedade Galaxy Evolution possua uma dureza mdia de apenas 9,46 Kg/cm2. Verificamos que no Grupo Red Delicious no se verificaram diferenas significativas na dureza mdia dos frutos pois, p> 0,05, conforme a figura 5 b. No Grupo Golden Delicious (figura 5c) verificamos diferenas significativas na dureza mdia dos frutos, pois, p <0,05. A variedade Clone B a que apresenta maior dureza mdia dos frutos (9,05 kg/cm2); a variedade Reinders apresenta dureza mdia inferior: 8,02 kg/cm2.

No Grupo Fuji, no houve diferenas significativas na dureza mdia dos frutos pois, p> 0,05 (Figura 5d). Verificamos que houve diferenas altamente significativas na dureza mdia dos frutos nos diferentes Grupos de variedades, pois p <0,001. Pela separao de mdias atravs do mtodo LSD, pode observar-se que o Grupo que apresenta menor dureza mdia dos frutos o Grupo Golden Delicious (8,54 Kg/cm2) e que a Gala o que apresenta frutos com maior dureza mdia. 4. Concluso Ainda que os elementos colhidos e analisados digam respeito a apenas uma campanha, este estudo, permite-nos dizer que as variedades se adaptaram s condies edafoclimticas do local de instalao e que o sistema de conduo e o compasso utilizado esto adequados a todas as variedades. No entanto, e porque a Spike Spur, do Grupo Fuji, e a Itred, do Grupo Red Delicious, apresentaram um porte dbil a muito dbil, somos forados a concluir que poderia ter sido utilizado um porta enxerto mais vigoroso e/ou reduzir o compasso entre as plantas. Em termos de produtividade, verificou-se que no Grupo das Galas no existem diferenas significativas, assim como para os restantes parmetros avaliados, excepto para a dureza mdia dos frutos, onde se verificou que a variedade Anaglo a que apresenta frutos com dureza mdia superior. No Grupo Red Delicious, em termos de produtividade, verificou-se uma diferena acentuada, tendo sido Itred a variedade mais produtiva e a que apresentou frutos de maior calibre. Nos restantes parmetros, no se verificaram diferenas significativas. No Grupo Golden Delicious a mais produtiva foi a variedade Reinders, sendo que, na dureza mdia e no grau brix, a variedade Clone B apresenta mdias superiores. Para os restantes parmetros no registmos grandes diferenas. Relativamente ao Grupo Fuji, apenas se verificaram diferenas significativas para o parmetro calibre mdio dos frutos colhidos, sendo que a variedade Spike Spur a que apresenta calibres mdios inferiores. Comparando os Grupos entre si, anotmos a existncia de diferenas altamente significativas em todos os parmetros, com realce para a produtividade, onde as diferenas foram bastante acentuadas. Os Grupos Gala e Golden Delicious foram os mais produtivos. No que diz respeito ao calibre, o Grupo Fuji o que apresenta frutos com maior calibre, o que muito importante, uma vez que se trata duma variedade de frutos grandes. Relativamente dureza, o Grupo Gala o que apresenta frutos com maior dureza e os Grupos Fuji e Rubens so os que apresentaram maior grau Brix. As variedades que, em termos gerais e pela avaliao da produo, obtiveram melhores resultados, foram a Brookfield e a Anaglo do Grupo Gala, a Itred do Grupo Red Delicious, a Reinders do Grupo Golden e a Toshiro e Spike Spur, do Grupo Fuji. O Grupo Golden Delicious foi aquele que, relativamente a todos os parmetros avaliados, apresentou um melhor comportamento geral.

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