A Obsessão Instalação e Cura
A Obsessão Instalação e Cura
A Obsessão Instalação e Cura
01 - OBSESSÃO: CONCEITOS
(dicionário Aurélio)
2 - ”Domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão
pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar”.
3 - ”É a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres
muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a
perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.”
5 - “Domínio que os maus Espíritos assumem sobre certas pessoas, com o objetivo de escravizá-
las e submeter à vontade deles, pelo prazer que experimentam em fazer o, mal. Quando um
Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o por assim dizer, no seu perispírito,
como se fora um manto”.
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02 - A OBSESSÃO NAS OBRAS DE ALLAN KARDEC
As experiências práticas de Allan Kardec com o que, mais tarde, ele caracterizaria como
obsessão certamente ocorreu desde os contatos preliminares com os Espíritos. Examinando-se
sua agenda íntima, contendo dados cronológicos significativos para a compreensão da fase pré-
natal do Espiritismo, depreende-se que o futuro Codificador e sua equipe de médiuns e
colaboradores seriam alvos de mentes atormentadas, administradoras do mal e que se
arregimentariam para criar obstáculos, embora inutilmente, ao surgimento da novel Doutrina.
Desde a fase que Kardec chamou de sua iniciação ele começou os seus estudos sérios do
Espiritismo, nas reuniões na casa da Sra. Roger e do Sr. Baudin, presenciando o fenômeno das
mesas que giravam, saltavam e corriam, assistindo, ainda, ensaios de escrita mediúnica.
Enquanto muitos viam naquelas aparentes utilidades, um passatempo, ele via "qualquer coisa de
sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar afundo"
(Obras Póstumas).
E destaca o Codificador:
"Compreendi, antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi,
naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro
da humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda uma
revolução nas idéias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspecção e
não levianamente; ser positivista e não idealista, para não me deixar iludir.
Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada
mais sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência
integral (...). Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer
na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que
fora dito por um ou alguns deles.
(Obras Póstumas)
Que significa este depoimento senão toda uma visão profilática profunda contra as
obsessões, sobretudo na sua modalidade de fascinação? E a atitude preventiva de Kardec, que
mais tarde ele consolidaria ensinando, no Livro dos Médiuns, as técnicas desobsessiva, se
patenteia nesta sua afirmação: Conduzi-me, pois, com os Espíritos, como houvera feito com os
homens. Para mini, eles foram do menor ao maior, meios de me informar e não reveladores
predestinados.
(Obras Póstumas)
Antes mesmo de lançar o Livro dos Espíritos, Kardec terá oportunidade de receber
informações sobre a influência obsessora dos Espíritos. Em 12 de maio de 1856, por exemplo,
numa sessão pessoal na casa do Sr. Baudin, num dos colóquios que mantém com as Entidades
orientadoras, ele fala ao Espírito da Verdade sobre um homem, identificado no diálogo como M...
Kardec destaca que M... Disporia de um médium através do quais espíritos teriam feito
revelações, inclusive sobre acontecimentos futuros. O Espírito da Verdade confirma o fato, porém
destaca que teriam sido espíritos levianos que haviam transmitido às informações e que não
sabiam mais do que M... e lhe exploravam a exaltação.
Em 10 de junho do mesmo ano, em casa do Sr. Roustan, desta vez mantendo contato
mediúnico com o Espírito de Hahnemann, que evoca, Kardec indaga se poderia utilizar a ajuda de
um médium identificado como B..., a fim de acelerar o acabamento de O Livro dos Espíritos. A
proposta, contudo, é rejeitada, porquanto B... era um médium escrevente muito maleável, mas
assistido por um Espírito muito orgulhoso e arrogante e que lisonjeava o amor-próprio do médium,
que julgava ter na sua faculdade um meio de enriquecer.
(Obras Póstumas)
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São as experiências primordiais de Kardec, no campo sutil das influências dos Espíritos, e
que ele, magistralmente e inspirado pelos Codificadores Desencarnados, desenvolveria nas obras
básicas, como veremos, a seguir.
Todo o capítulo, onde são explorados nada menos que doze sub-temas, envolvendo o
núcleo básico dos estudos, iniciando-se com Faculdade, que têm os Espíritos, de penetrar os
nossos pensamentos, a partir da pergunta 456, até Bênçãos e maldições, na questão 557,
representam 102 indagações profundas acerca da intervenção dos Espíritos desencarnados no
mundo dos seres encarnados.
Podem ser destacadas outras abordagens importantes que Kardec realiza nesse capítulo
de O Livro dos Espíritos, as quais mantêm estreitas conexões com o tema Obsessão:
a) Possessos e Convulsionários;
b) Afeição que os Espíritos votam a certas pessoas;
c) Anjos guardiães ou anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos;
d) Influências dos Espíritos nos acontecimentos da vida;
e) Pactos, poder oculto, talismãs, feiticeiros.
Certamente, todo esse material informativo, esclarecedor e preventivo, obtido dos Espíritos
Superiores, contido no livro que contém a fundamentação filosófica da Doutrina Espírita, lançado
em Paris em 18.04.1857, se constituiriam na massa crítica que possibilitaria ao Codificador
configurar os comentários futuros que desenvolveria e que seriam exarados, em 1861, no Livro
dos Médiuns, no capítulo XXXIII, específico que trata da Obsessão, e, em 1864, no capítulo XXVIII
de O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 81, ao tratar da prece pelos obsedados, tendo
tratado do assunto, também, na Revista Espírita. Deve ser destacado o parágrafo VII da primeira
parte do livro Obras Póstumas considerado por Herculano Pires "o testamento doutrinário" de
Allan Kardec, quando o mestre reforça os seus estudos sobre a obsessão e a possessão.
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02.02-A OBSESSÃO EM "O LIVRO DOS MÉDIUNS"
Podemos dizer de uma forma globalizada, que O Livro dos Médiuns trata, genericamente,
da "influência oculta dos Espíritos" oferecendo os meios para que médiuns e doutrinadores
laborem, com eficiência e eficácia, nessa área do "Espiritismo Experimental".
Entretanto, tal como começou O Livro dos Espíritos, de forma interrogativa, ao indagar aos
Espíritos Codificadores: Que é Deus? E no Livro dos Médiuns, igualmente, Kardec inicia
indagando: - Há Espíritos? E nos conduz, dialeticamente, a profundas argumentações sobre a
questão, destacando, no capítulo I dessa famosa obra, que o Espírito pode comunicar-se com o
homem, pode com ele trocar idéias, pode influenciar, portanto, a vida dos chamados "vivos".
São obras como as de Manoel Philomeno de Miranda que poderão contribuir poderosa e
eficazmente para mudar os cenários pessimistas desse amanhã, porque elas representam os
meios eficientes de combater esse terrível mal, que é a obsessão.
"(...) O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e,
assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais
caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que
apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão. O obsidiados e o possesso
são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior,
e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para puni-los do mal que a
seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade,
não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada
um repare quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, perdoem aos seus
inimigos, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda
causa fundada de ulterior animosidade."
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Capítulo XII - item 6 - Os inimigos desencarnados
Prova a experiência que, da parte dos que não aproveitam os conselhos que recebem dos
bons Espíritos, as comunicações, depois de terem revelado certo brilho durante algum tempo,
degeneram pouco a pouco e acabam caindo no erro, na verborragia, ou no ridículo, sinal
incontestável do afastamento dos bons Espíritos.
Conseguir a assistência destes, afastar os Espíritos levianos e mentirosos, tal deve ser a
meta para onde convirjam os esforços constantes de todos os médiuns sérios. Sem isso, a
mediunidade se torna uma faculdade estéril, capaz mesmo de redundar em prejuízo daquele que
a possua, pois pode degenerar em perigosa obsessão.
"A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.
Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais
exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Oblitera todas as
faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em
se manifestar, com exclusão de todos os outros.
Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo
acessível às influências perniciosa exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma
imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. As causas físicas se opõem forças físicas; a
uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se
o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o
obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para livrá-lo do
obsessor, sem recorrer a terceiros. O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão
degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o
livre-arbítrio.
Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com frequência
se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de
um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que
importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro fluido mau.
Mediante ação idêntica à do médium curador nos casos de enfermidade, cumpre se elimine o
fluido mau com o auxílio de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reativo.
Esta a ação mecânica, mas que não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser
inteligente, ao qual importa se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade
moral. Quanto maior for esta. tanto maior será igualmente a autoridade.
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E não é tudo: para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar
aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por
meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua
educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter
um Espírito imperfeito.
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar
sobre o Espírito obsessor.
20 - Segundo o Espiritismo, nem anjos nem demônios são entidades distintas, por isso que
a criação de seres inteligentes é uma só. Unidos a corpos materiais, esses seres constituem a
Humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material,
constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos, que povoam os espaços, Deus criou-os
perfectíveis e deu-lhes por escopo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Não lhes deu,
contudo, a perfeição, pois quis que a obtivessem por seu próprio esforço, a fim de que também e
realmente lhes pertencesse o mérito. Desde o momento da sua criação que os seres progridem,
quer encarnado, quer no plano espiritual. Atingido o apogeu, tornam-se puros espíritos ou anjos
segundo a expressão vulgar, de sorte que, a partir do embrião do ser inteligente até ao anjo, há
uma cadeia na qual cada um dos elos assinala um grau de progresso.
Em todos os graus existe, portanto, ignorância e saber, bondade e maldade. Nas classes
inferiores destacam-se Espíritos ainda profundamente propensos ao mal e comprazendo-se com o
mal. A estes se podem denominar demônios, pois são capazes de todos os malefícios aos ditos
atribuídos. O Espiritismo não lhes dá tal nome por se prender ele à idéia de uma criação distinta
do gênero humano, corno seres de natureza essencialmente perversa, votados ao mal
eternamente e incapazes de qualquer progresso para o bem.
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1ª parte – cap. X -Intervenção dos demônios nas modernas manifestações
2 - As doutrinas sobre o demônio, prevalecendo por tanto tempo, haviam de tal maneira
exagerado o seu poder, que fizeram, por assim dizer, esquecer Deus; por toda parte surgia o dedo
de Satanás, bastando para tanto que o fato observado ultrapassasse os limites do poder humano.
Até as coisas melhores, as descobertas mais úteis, sobretudo as que podiam abalar a ignorância
e alargar o círculo das idéias foram tidas muita vez por obras diabólicas. Os fenômenos espíritas
de nossos dias, mais generalizados e mais bem observados à luz da razão e com o auxílio da
Ciência, confirmaram, é certo, a intervenção de inteligências ocultas, porém agindo dentro de leis
naturais e revelando por sua ação urna nova força e leis até então desconhecidas, (grifamos)
A questão reduz-se, portanto, a saber, de que ordem são essas inteligências. Enquanto se
não possuía do mundo espiritual noções mais que incertas e sistemáticas, a verdade podia ser
desviada; mas hoje, que observações rigorosas e estudos experimentais esclareceram a
natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como o seu modo de ação e papel no Universo
hoje, dizemos, a questão se resolve por fatos. Sabemos, agora, que essas inteligências ocultas
são as almas dos que viveram na Terra. Sabemos também que as diversas categorias de bons e
maus Espíritos não são seres de espécies diferentes, porém que apenas representam graus
diversos de adiantamento. Segundo a posição que ocupam em virtude do desenvolvimento
intelectual e moral, os seres que se manifestam apresentam os mais fundos contrastes, sem que
por isso possamos supor não tenham saído todos da grande família humana, do mesmo modo
que o selvagem, o bárbaro e o homem civilizado.
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02.05 - A OBSESSÃO EM "A GÊNESE"
Chama-se obsessão à ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo.
Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem
perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades
mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade audiente e psicográfica
traduzem-se pela obstinação de um Espírito em querer manifestar-se, com exclusão de qualquer
outro.
Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem
frequentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor, em prece-
dente existência.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um
fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que
importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau.
Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir
um fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser
inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar com autoridade, que, entretanto, falece a
quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.
Mas, ainda não é tudo: para assegurar a libertação da vítima, indispensável se torna que o
Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios; que se faça que o
arrependimento desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções habilmente
ministradas, em evocações particularmente feitas com o objetivo de dar-lhe educação moral.
Pode-se então ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito
imperfeito.
Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele
identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a
proceder contra a sua vontade.
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Capítulo XV - item 35 - Possessos
Não confundamos a loucura patológica com a obsessão; esta não provém de lesão alguma
cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolos exercem sobre certos indivíduos, e que,
muitas vezes, têm as aparências da loucura propriamente dita. Esta afecção, muito frequente, é
independente de qualquer crença no Espiritismo e existiu em todos os tempos. Neste caso, a
medicação comum é impotente e mesmo prejudicial.
Fazendo conhecer esta nova causa de perturbação orgânica, o Espiritismo nos oferece, ao
mesmo tempo, o único meio de vencê-la, agindo não sobre o enfermo, mas sobre o Espírito
obsessor. O Espiritismo é o remédio e não a causa do mal.
70 - "Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, isto é, o domínio que certos
Espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-lhes sob nomes apócrifos e impedindo que
se comunique com outros Espíritos. É também um obstáculo que se depara a todo observador
novato e inexperiente que, não conhecendo os caracteres desse fenômeno, pode ser iludido pelas
aparências, como aquele que, desconhecendo a medicina, pode enganar-se sobre a causa e
natureza de qualquer mal”.
76 - "Um fato importante a considerar-se é que a obsessão, qualquer que seja a sua
natureza, é independente da mediunidade, e que ela se encontra, de todos os graus, (...) em
grande número de pessoas que nunca ouviram falar de Espiritismo."
78 - Como a obsessão nunca pode ser produto de um bom Espírito, torna-se um ponto
essencial o saber reconhecer-se a natureza dos que se apresentam.
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O médium não esclarecido pode ser enganado pelas aparências, mas o prevenido percebe
o menor sinal suspeito, e o Espírito, vendo que nada pode fazer, retira-se.
O conhecimento prévio dos meios de distinguir os bons dos maus Espíritos é, pois,
indispensável ao médium que se não quer expor a cair num laço. Ele o é também ao simples
observador, que pode, por esse meio, apreciar o justo valor do que vê e ouve.
56 - (...) Quando um Espírito, bom ou mau, quer atuar sobre um indivíduo, envolve-o, por
assim dizer, no seu perispírito, como se fora um manto. (...) Se o Espírito é bom, sua atuação é
suave, benfazeja, não impele o indivíduo se não à prática de atos bons; se é mau, força-o a ações
más. (...) Tal a origem da obsessão, da fascinação e da subjugação que se produzem em graus
muito diversos de integridade.
57- Pois, que os Espíritos existiram em todos os tempos, também desde todos os tempos
representaram o mesmo papel, porque esse papel é da natureza e a prova está no grande
número que sempre houve de pessoas obsidiadas, ou possessas, se o preferirem, antes que se
falasse de Espíritos, ou que, nos dias atuais, se ouvisse falar de Espiritismo, nem de médiuns. É,
pois, espontânea a ação dos Espíritos, bons ou maus.
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02.08 - A OBSESSÃO NA "REVISTA ESPÍRITA"
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03 - A obsessão nas Obras de Manoel Philomeno de Miranda Esclarecimentos
(...) quando vi que aquilo constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina,
tive a idéia de publicar os ensinos recebidos, para instrução de toda a gente.
(Allan Kardec - Obras Póstumas)
Somente do livro Trilhas da Libertação, último livro da "série Manoel Miranda", é que
extraímos um capítulo não integrante do critério utilizado, ou seja, das introduções. Selecionamos
uru texto de elevado valor prático a respeito dos Serviços de desobsessão, que no agrupamento
organização dos trabalhos, se constitui em valioso material de apoio às tarefas mediúnicas.
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6 - Trinta e cinco textos foram selecionados e classificados em quatro grandes grupos
temáticos:
Importante, também, será a leitura, na íntegra, das narrativas que estruturam cada
romance. Elas representam a exemplificação dos ensinamentos teóricos exarados por Philomeno
de Miranda no limiar de cada livro.
Por isso, no epílogo de cada aventura, nos depararemos com a vitória do Amor, "cobrindo
a multidão de pecados".
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03.01 - Manoel Philomeno de Miranda Dados Biográficos
Mais conhecido como Philomeno de Miranda, foi, por muitos anos, destacado colaborador
do Movimento Espírita da Bahia, culminando com a sua eleição para a Presidência da União
Espírita Baiana, em substituição a José Pititinga, quando este retornou ao Plano Espiritual, em 25
de março de 1939, em Salvador.
Debilitado por uma enfermidade pertinaz, em 1914, e tendo recorrido a diversos médicos,
sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de
Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da
Flora Medicinal. Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a
frequentar a União Espírita Baiana.
Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades sobressaíssem nas diversas
frentes de trabalho que empreendeu em favor da Doutrina. Na literatura escreveu "Resenha do
Espiritismo na Bahia" e "Enxertos que justificam o Espiritismo", que publicou omitindo o próprio
nome. Em resposta ao Padre Humberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado: "Por que sou
Espírita".
Do Plano Espiritual Philomeno de Miranda vem dando ênfase a esse trabalho, através dos
livros psicografados por Divaldo Pereira Franco, como: Nos Bastidores da Obsessão, Grilhões
Partidos, Nas Fronteiras da Loucura e mais recentemente Loucura e Obsessão, editado pela Fe-
deração Espírita Brasileira. Seus livros são repositórios de ensinamentos e sabedoria, ensejando
aprendizados de como proceder nas reuniões mediúnicas e de desobsessão.
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Philomeno de Miranda foi amigo de Leopoldo Machado, patrocinando grandes
conferências desse inesquecível trabalhador, que deixou um marco de luz em sua passagem pela
Terra.
Exerceu na União Espírita Baiana, hoje Federação Espírita do Estado da Bahia, os cargos
de 2° secretário, de 1921 a 1922, e de 1° secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José
Petitinga e uma plêiade de grandes trabalhadores. Em 1939, substituiu Petitinga. Eleja vinha no
serviço ativo daquela Federativa por mais de vinte e quatro anos consecutivos, trabalhando na
administração, no socorro espiritual como grande doutrinador, nos serviços da caridade, zelando
sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído.
O livro mais recente de Manoel Philomeno de Miranda é Trilhas da Libertação, psicografado por
Divaldo Franco, lançado pela FEB em 1997. (**) Publicado em Reformador de Nov/ 90
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Quadro I – Definições, Classificações e Analises.
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01
A obsessão, mesmo nos dias de hoje, constitui tormentoso flagicio social. Está presente
em toda parte, convidando o homem a sérios estudos.
Nos EE.UU. se tornaram famosas as experiências psiquiátricas realizadas pelo Dr. Carlos
Wickland, que, utilizando-se da argumentação espírita, conseguia desobsidiar inúmeros pacientes
que lhe chegavam, atormentados, ao consultório. Simultaneamente, em seus trabalhos
especializados, utilizava-se de uma médium clarividente, sua própria esposa, que o ajudava na
técnica da desobsessão.
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Com Allan Kardec, no entanto, tiveram início os eloquentes testemunhos da imortalidade,
da comunicabilidade dos Espíritos, da reencarnação e das obsessões, cabendo ao insigne mestre
Lionês a honrosa tarefa de apresentar conveniente terapêutica para ser aplicada nos obsidiados
como também nos obsessores. A partir da publicação de O Livro dos Médiuns, em janeiro de
1861, em Paris, todo um conjunto de regras, com um notável esquema das faculdades
mediúnicas, foi apresentado, a par de seguro estudo do Espírito, nas suas diversas facetas,
culminando com o exame das manifestações espíritas, organização de Sociedades e palestras
dos Espíritos Elevados, que traçaram rotas de segurança para os que ingressarem na
investigação racional dos fenômenos medi anímicos. A bússola para o sadio exercício da
mediunidade foi apresentada com rigoroso equilíbrio através da Obra magistral.
De Kardec aos nossos dias, todavia, quantas edificantes realizações e preciosos estudos
em torno dos médiuns, da mediunidade, das obsessões e das desobsessões têm sido
apresentados! Este capítulo dos problemas psíquicos "a obsessão" tem merecido dos cristãos
novos o mais acendrado interesse. Apesar disso, avassaladoramente vem-se mantendo em
caráter epidêmico, qual morbo virulento que se alastra por toda a Terra, hoje mais do que em
qualquer época...
"Sinal dos tempos", a que se referem os Escritos Evangélicos, prenuncia essa dor
generalizada, a Era do Espírito Imortal. Milhões de criaturas, no entanto, dormem o sono da
indiferença, entregues aos anestésicos do prazer e ao ópio da ilusão.
A Doutrina Espírita, porém, possui os antídotos, as terapias especiais para tão calamitoso
mal. Repetindo Jesus, distende lições e roteiros para os que se abeberam das suas fontes vitais.
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02
Desde que conhecidos e afins psiquicamente, o enfermo encarnado recusa a ajuda que
lhe é oferecida, assimilando, prazerosamente, as induções que lhe chegam por via telepática e
que incorpora aos hábitos aos quais se submete.
Obscurece-se a razão, que se turba, fixando-se nas faixas da vinculação nefasta, não
deixando claros mentais para as intuições lenificadoras, nem campo para as recapitulações
positivas que dulcificam o sentimento, favorecendo a captação das idéias benéficas.
As obsessões enxameiam por toda parte e os homens terminam por conviver, infelizes,
com essas psicopatologias para as quais, fugindo à sua realidade, procuram as causas nos
traumas, nos complexos, nos conflitos, nas pressões sociais, familiares e econômicas, como
mecanismo de fuga aos exames de profundidade da gênese real de tão devastadora enfermidade.
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Enquanto o homem não for estudado na sua realidade profunda ser espiritual que é,
preexistente ao corpo e a ele sobrevivente, muito difícil serão os êxitos da ciência médica, na área
da saúde mental. As doenças psíquicas, entre as quais se destacam, pela alta incidência, as
obsessões, continuarão ainda a perseguir o homem.
E certo que, no sentido inverso, o intercâmbio com as Entidades evoluídas também se faz
amiúde, num programa de amor e socorro ao ser humano, como expressão do divino auxílio.
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03
Com etiologia mui complexa, a alienação por obsessão continua sendo um dos mais
terríveis flagelos para a Humanidade.
Obsidiados, desse modo, sim, somos quase todos nós, em longo trânsito pelas faixas das
fixações tormentosas do passado donde vimos para as sintonias superiores que buscamos.
Muito maior, portanto, do que se supõe, é o número dos que padecem de obsessões, na
Terra.
Lamentavelmente, esse grande flagelo espiritual que se abate sobre os homens e não
apenas sobre eles, já que existem problemas obsessivos em várias expressões, como os de um
encarnado sobre outro, de um desencarnado sobre outro, de um encarnado sobre um
desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele, não tem merecido dos cientistas nem dos
religiosos do passado como do presente o cuidado, o estudo, o tratamento que merece.
22
Antes, vinculados aos preconceitos injustificáveis, ditos cientistas e religiosos se
entregavam à indiferença, quando não à perseguição sistemática aos portadores de obsessões,
acreditando que, ao destruírem as vítimas de tão grave enfermidade, ou não lhe oferecendo
qualquer importância, aniquilavam a ignorada causa do problema...
Ainda hoje, todavia, a atitude mais ou menos geral é idêntica, variando, apenas, na forma
de encarar a questão.
Repontam, é verdade, aqui e ali, esforços individuais, tentando apresentar respostas claras
e objetivas às tormentosas interrogações da afligente quão severa problemática, logrando admitir
a possibilidade de interferência da mente desencarnada sobre o de ambulante do escafandro
orgânico.
Terapêutica, porém, salutar, para a magna questão, é a Doutrina Espírita. Não apenas
como caráter profilático, sobretudo, como terapêutica eficiente, por assentar as suas lições e
postulados nos sublimes ensinamentos de Jesus Cristo, com toda a justiça cognominada "o
Senhor dos Espíritos", graças à sua ascendência demonstrada várias vezes ante as Entidades
ignorantes, perturbadoras e obsessoras.
23
04
Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo
físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da
Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal
explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo. As relações dos
Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos
sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus
nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
Estudiosos do assunto, no passado, tais como William James, acreditaram que todos
vivemos mergulhados num, "corrente de consciência cósmica", enquanto Henrique Bérgson
supunha que "a mente possui um conhecimento de tudo, em qualquer lugar, sem limitação de
tempo ou de espaço", dando ao cérebro a função de velador de tal conhecimento.
Muito embora os desvarios da razão estejam presentes nos fastos de todos os tempos,
jamais, como na atualidade, o homem se sentiu tão perturbado.
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Tratadistas estudiosos dos problemas psicosociológicos do presente atribuem grande
parte dos distúrbios mentais à "tensão" das horas em que se vive, elevando, cada dia, o número
dos desarranjados psiquicamente e aturdidos da emoção.
Considerados inicialmente como anjos maus ou demônios, ao tempo de Jesus, foram por
Ele classificados de "espíritos imundos", com os quais se defrontou, reiteradas vezes, durante a
jornada vivida na Terra.
Aos Espíritas dos ditos mortos se referem Anaxágoras, Plutarco, Sócrates, Heródoto,
Aristóteles, Cícero, Horácio, Plínio, Ovídio, Lucano, Flávio José, Virgílio, Dionísio de Halicarnasso,
Valério Máximo... que, em seus relatos, apresentam farta documentação comprobatória do
intercâmbio espiritual, citando outras não menos célebres personagens do seu tempo.
Mais tarde Lactancio, Orígenes, Ambrósio, Basílio e Arnóbio dão farto e eloquente
testemunho das comunicações com os desencarnados.
A Escola Neo-platônica de Alexandria, através dos seus mais expressivos vultos, pregando
a multiplicidade das existências (reencarnação), afirma, por intermédio de Plotino, Porfírio,
Jâmblico, Próclus, a continuidade da vida concedida ao princípio espiritual.
A Idade Média foi farta em provas sobre os desencarnados. "Anjos" e "espíritos imundos"
subitamente invadiram a Europa, e os "inspirados" e "endemoninhados", os "adivinhos" e
"feiticeiros" foram levados à pira crematória, sem que conseguissem extingui-los.
Das primeiras lutas entre o Empirismo e o Racionalismo intelectual à Era Atômica, filósofos
e cientistas não ficaram indiferentes aos Espíritos... No Século XIX, porém, fadado pelas suas
conquistas a servir de base ao futuro, no que diz respeito ao conhecimento, a sobrevivência
mereceu por parte de psicólogos e psiquistas o mais acirrado debate, inaugurando-se a época das
investigações controladas cientificamente.
25
Foi nesse período que Allan Kardec, convidado à liça da cultura e da informação,
empunhando o bisturi da investigação, clareou com uma Filosofia Científica o Espiritismo, calcada
em fatos devidamente comprovados, os escaninhos do obscurantismo, oferecendo uma
terapêutica segura para as alienações torturantes, repetindo as experiências de Jesus Cristo junto
aos endemoninhados e enfermos de toda ordem.
Com o advento da moderna Parapsicologia, novos sucedâneos têm sido criados para o
espírito imortal e, enquanto os pesquisadores se demoram no problema da designação nominativa
que inspira debates e celeumas, a Doutrina Espírita, lecionando amor e fraternidade, estudo e
conhecimento da vida sob a inspiração dos Imortais, distende braços e liberta das malhas
vigorosas da obsessão aqueles que, por imprevidência ou provação, se deixaram arrastar aos
escuros precipícios da anarquia mental, perturbados ou subjugados por forças ultrizes da
Erraticidade, prescrevendo as mesmas diretrizes morais insertas no Evangelho de Jesus - Cristo.
vivido em espírito e verdade.
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05
"Entre os que são tidos por loucos, muitos há que apenas são subjugados; precisariam de
uni tratamento moral, enquanto que com os tratamentos corporais os tornam verdadeiros loucos.
Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer essa distinção e curarão mais
doentes do que com as duchas”.
(O Livro dos Médiuns- Allan Kardec-24)
Nota: Ao tempo da publicação de O Livro dos Médiuns - 1861 as duchas eram tidas como
dos mais eficientes tratamentos para as enfermidades mentais. Daí a referência feita por Allan
Kardec.
Com muito acerto asseverou o Codificador que "o conhecimento do Espiritismo, longe de
facilitar o predomínio dos maus Espíritos, há de ter como resultado, em tempo mais ou menos
próximo e quando se achar propagado, destruir esse predomínio, o da obsessão, dando a cada
um os meios de se por em guarda contra as sugestões deles". E o iluminado mestre, não poucas
vezes, embora profundo conhecedor do Magnetismo, convocado a atender obsidiados de variado
jaez, utilizou-se dos eficientes métodos da Doutrina Espírita para libertá-los com segurança,
através da moralização do Espírito perturbador e do sensitivo perturbado.
"Obsessão - segundo Allan Kardec - é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir
sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.
Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos
maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem
fazer suas presas. Se chegam a dominar algum se identifica com o Espírito deste e o conduzem
como se fora verdadeira criança." Ainda é o egrégio intérprete dos Espíritos da Luz que comenta:
"As causas da obsessão variam, de acordo com o caráter do Espírito. É, às vezes, uma vingança
que este toma de um indivíduo de quem guarda queixas do tempo de outra existência. Muitas
vezes, também, não há mais do que desejo de fazer mal: o Espírito, como sofre, entende de fazer
que os outros sofram; encontra uma espécie de gozo em atormentá-los, em vexá-los, e a
impaciência que por isso a vítima demonstra mais o exacerba, porque esse é o objetivo que
colima, ao passo que a paciência o leva a cansar-se"...
E prossegue: "Há Espíritos obsessores sem maldade, que alguma coisa mesma denota de
bom, mas dominados pelo orgulho do falso saber".
(O Livro dos Médiuns - 24).
Tibério, de mente dirigida por Espíritos impiedosos, atingiu alto índice de crueldade, pela
desconfiança exacerbada, insuflada pelos adversários desencarnados...
Domício Nero, tristemente celebrizado, após uma existência de loucuras, avassalado por
cruéis inimigos do Além-Túmulo, não poucas vezes em desdobramentos espirituais reencontrou a
mãe Agripina e a esposa Otávia, que foram assassinadas por sua ordem, pressagiando-lhe o
termo doloroso...
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É, no entanto, na epopéia sublime do Evangelho, que desfilam ao lado de Jesus, em larga
escala, os atormentados por Espíritos infelizes, que encontram Ele o Médico Divino que lhes lucila
o íntimo e os liberta do sofrimento.
Os discípulos do Rabi Galileu, vezes sem conto, aplicaram o passe curativo nos inúmeros
obsidiados que os buscavam, prosseguindo o ministério apostólico entre os atormentados da
Terra e os perturbados do Mundo Espiritual, como fizera o Mestre.
Asseverou Allan Kardec: "Não foram os médiuns, nem os espíritas que criaram os
Espíritos; ao contrário, foram os Espíritos que fizeram haja espíritas e médiuns. Não sendo os
Espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há Espíritos desde quando há homens;
por conseguinte, desde todos os tempos eles exerceram influência salutar ou perniciosa sobre a
Humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais que um meio de se manifestarem. Em falta
dessa faculdade, fazem-no por mil outras maneiras, mais ou menos ocultas."
A obsessão, todavia, ainda hoje é um terrível escolho à paz e à serenidade das criaturas.
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Outros ainda, afervorados a esta ou àquela iniqüidade, fixam-se, mentalmente, a
desencarnados que efetivamente se identificam e fazem-se obsessores destes, amargurando-os e
retendo-os às lembranças da vida física, em lamentável comunhão espiritual degradante...
Obsessores, obsidiados!
Uma força existe capaz de produzir resultados junto aos perseguidores encarnados ou
desencarnados, conscientes ou inconscientes: a que se deriva da conduta moral. A princípio, o
obsessor dela não se apercebe: no entanto, com o decorrer do tempo, os testemunhos de
elevação moral que enseja, confirmando a nobreza da fé, que professa como servidor do Cristo,
colimam por convencer o algoz da elevação de princípios de que se revestem os atos do seu
doutrinador, terminando por deixar livre, muitas vezes, aquele a quem afligia. Além da
exemplificação cristã, a oração consegue lenir as úlceras morais dos assistidos, conduzindo
benesses de harmonia que apaziguam o desequilibrado, reacendendo nele a sede e a
necessidade da paz.
Nem sempre, porém, os resultados são imediatos. Para a maioria dos Espíritos, o tempo,
conforme se conta na Terra, tem pouca significação. Demoram-se, obstinados, com tenacidade
incomparável nos propósitos a que se entregam, anos a fio, sem que algo de positivo se consiga
fazer, prosseguindo a tarefa insana, em muitos casos, até mesmo depois da morte... Isto porque
do paciente depende a maioria dos resultados nos tratamentos da obsessão. Iniciado o programa
de recuperação, deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento,
exercitando-se na prática das virtudes cristãs, e, principalmente, moralizando-se. A moralização
do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que, através de uma renovação íntima
bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem
como normativa de felicidade.
Sem tal amparo, toda incursão que se intente no ministério da desobsessão será
improfícua, senão perigosa, pelos resultados negativos que apresenta.
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Por isso o Mestre, diante de determinados perseguidores desencarnados, afirmou: “contra
esta casta de Espíritos só a oração e o jejum”, e após atendei às aflições de cada atormentado
que o buscava, prescrevia invariável e incisivo: “Não voltes a pecar para que algo pior não te
aconteça”.
Quando você escute nos recessos da mente uma idéia torturante que teima por se fixai’,
interrompendo o curso dos pensamentos; quando constate, imperiosa, atuante força psíquica
interferindo nos processos mentais; quando verifique a vontade sendo dominada por outra
vontade que parece dominar; quando experimente inquietação crescente, na intimidade mental,
sem motivos reais; quando sinta o impacto do desalinho espiritual em franco desenvolvimento,
acautele-se, porque você se encontra em processo imperioso e ultriz da obsessão pertinaz.
Idéia negativa que se fixa campo mental que se enfraquece. dando ensejo a idéias
negativas que virão.
Tabagismo — O fumo, pelos danos que ocasiona ao organismo, é, por isso mesmo,
perigo para o corpo e para a mente.
Estupefacientes — A frente da ação deprimente de certas drogas que atuam nos centros
nervosos desborda-se os registros da subconsciência, e impressões do pretérito ressurgem
misturadas às frustrações do presente, já em depósito, realizando conúbio desequilibrante,
através do qual desencarnado em desespero emocional se locupletam, ligando-se aos
atormentados da Terra, conjugando à sua a loucura deles, em possessão selvagem...
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Glutonaria, maledicência, ira, ciúme, inveja, soberba, avareza, medo, egoísmo, são
estradas de acesso para mentes desatreladas do carro somático em tormentosa e vigilante busca
na Erraticidade, sedentas de comensais, com os quais, em conexão segura, continuam o
enganoso banquete do prazer fugidio...
Atormentada por evocações fixadas nas telas sensíveis do pretérito, a mente encarnada se
encontra ligada à desencarnada, sofrendo, a princípio, Sutis desequilíbrios que depois se
assenhoreiam da organização cerebral, gerando deplorável estágio de vampirização, no qual
vítima e verdugo se completam em conjugação dolorosa e prolongada.
A etiologia das obsessões é complexa e profunda, pois que se origina nos processos
morais lamentáveis, em que ambos os comparsas da aflição dementante se deixaram consumir
pelas vibrações degenerescentes da criminalidade que passou, invariavelmente, ignorada da
coletividade onde viveram como protagonistas do drama ou da tragicomédia em que se
consumiram.
Ouvindo a mensagem em caráter telepático transmitida pela mente livre, começa por
aceder ao apelo que lhe chega transformando-se, por fim, em diálogos nos quais se deixa vencer
pela pertinácia do tenaz vingador.
Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os
fatores predisponentes e preponderantes - os débitos morais a resgatar que facultam a alienação.
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Descuidado quase sempre dos valores morais e espirituais - defesas respeitáveis que
constroem na alma um baluarte de difícil transposição, o candidato ao processo obsessivo é
irritável, quando não nostálgico, ensejando pelo caráter impressionável o intercâmbio, que
também pode começar nos instantes de parcial desprendimento pelo sono, quando, então,
encontrando o desafeto ou a sua vítima antanho, sente o espicaçar do remorso ou o remorder da
cólera, abrindo as comportas do pensamento aos comunicados que logo advirão, sem que se
possa prever quando terminará a obsessão, que pode alongar-se até mesmo depois da morte...
Nesse particular, o Espiritismo, e somente ele, por tratar do estudo da “natureza dos
Espíritos”, possui os anticorpos e sucedâneos eficazes para operar a libertação do enfermo,
libertação que, no entanto, muito depende do próprio paciente, como em todos os processos
patológicos atendidos pelas diversas terapêuticas médicas.
Muito embora o desejo de refazimento moral por parte do paciente espiritual, é imperioso
que a renovação íntima com sincero devotamento ao bem lhe confira os títulos do amor e do
trabalho, de forma a atestar a sua real modificação em relação à conduta passada, ensejando ao
acompanhante desencarnado, igualmente, a própria iluminação.
No entanto, tal empreendimento, nos moldes em que se fazem necessários, não é fácil.
Por isso, em qualquer operação socorrista a que você seja chamado, observe a disposição
moral do seu próprio espírito e ore, alçando-se a Jesus, a Ele pedindo torná-lo alvo dos Espíritos
Puros, por meio dos quais, e somente assim, você poderá oferecer algo em favor de uns e outros:
obsessores e obsidiados.
Examine, desse modo, e sonde o mundo íntimo constantemente para que se não
surpreenda de um momento para outro com a mente em desalinho, atendendo aos apelos dos
desencarnados que o seguem desde ontem, perturbados e infelizes, procurando, enlouquecidos,
“com as próprias mãos fazer justiça”, transformados em verdugos da sua serenidade.
Opere no bem com esforço e perseverança para que o seu exemplo e a sua luta, solvam
sarando a dívida enfermidade que o assinala, libertando-o da áspera prova antes de você
caminhar, aflito, pela senda dolorosa e purificadora.
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Em qualquer circunstância, ao exercício nobre da mediunidade com Jesus, tanto quanto ao
sublime labor desenvolvido pelas sessões sérias de desobsessão, compete o indeclinável
ministério de socorro aos padecentes da obsessão, no sentido de modificarem as expressões de
dor e angústia que vigem na Terra sofrida dos nossos dias.
O temperamento de toda criatura, ao lado das injunções que compõem o quadro da sua
existência, é uma decorrência natural do somatório dos valores que transitam pelas várias
reencarnações, a transferirem-se de uma para outra etapa carnal.
A aquisição da paz, por isso mesmo, é uma resultante de lutas e esforços que o
disciplinam, condicionando-lhe os hábitos salutares, através dos quais se harmoniza com a vida.
Em face desses estados mórbidos - originados nas existências passadas por desrespeito
aos Soberanos Códigos da Vida abrem-se largas brechas que facultam e estimulam as
parasitoses espirituais, que degeneram em síndromes obsessivas, não raro prolongando-se até se
converterem em subjugações de curso irreversível.
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7
À medida que o campo mental da vítima cede área, esta assimila não apenas a indução
telepática, mas também as atitudes e formas de ser do seu hóspede.
Nesse interregno, a pessoa perde a noção do ridículo e das medidas habituais que
caracterizam o discernimento, acatando sugestões que incorporam, aceitando inspirações como
diretrizes que a todos se apresentam como disparates e que a ela são perfeitamente lógicas.
Bem se pode depreender das dificuldades que o problema sugere e impõe, por se não
poder contar com o auxílio do obsesso.
Os esforços que empreende, a par das ações que executa, constituem-lhe couraça contra
o mal, conquistas para alçá-lo às faixas vibratórias próprias que o defendem e liberam.
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8
E mais grave quando se trata de Espírito mais lúcido, técnica e intelectualmente, que se
assenhoreia dos centros cerebrais com a imposição de uma deliberação bem concentrada nos
móveis que persegue, manipulando com habilidade os dispositivos mentais e físicos do alienado.
Nos processos obsessivos, não deixemos de repeti-lo, estão incursas na Lei as pessoas
que constituem o grupo familiar e o social do paciente, aí situado por necessidade evolutiva e de
resgate para todos.
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Não se podem evadir à responsabilidade os que foram cúmplices ou co-autores dos
delitos, quando os infratores mais comprometidos são alcançados pela irrefragável justiça.
Reunido ou religados pelo parentesco sangüíneo ou através de conjunturas da afetividade, da
afinidade, formam os grupos onde são alcançados pelos recursos reeducativos, no tentame do
progresso.
A cruz da obsessão é peso que tomba sempre sobre os ombros das consciências
comprometidas.
09
Obsessões especiais, identificamos que, são também produzidas por encarnados sobre
encarnados.
O pensamento é sempre o dínamo vigoroso que emite ondas e que registra vibrações, em
intercâmbio ininterrupto nas diversas faixas que circulam a Terra.
Mentes viciadas e em tormento, não poucas vezes escravas da mono idéia obsessiva,
sincronizam com outras mentes desprevenidas e ociosas, gerando pressão devastadora.
Em casos dessa natureza, o agente opressor influencia de tal forma o paciente perturbado
que não é raro originar-se o grave problema do vampirismo espiritual por processo de absorção
do plasma mental. Quando em parcial desprendimento pelo sono, o espírito parasita busca a sua
vítima, irresponsável ou coagida, prosseguindo no nefando consórcio nessas horas que são
reservadas para edificação espiritual e renovação da paisagem orgânica. Produzida a sintonia
deletéria mui dificilmente aqueles que alojam os pensamentos infelizes conseguem libertar-se.
Nos diversos problemas obsessivos, há que examiná-los para selecionar os que procedem
do continente da alma encarnada e os que se vinculam aos quadros aflitivos do mundo espiritual.
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O ódio tanto quanto o amor desvairado constituem elementos matrizes dessas obsessões
especiais. O ódio, pela fixação demorada acerca da vindita, cria um condicionamento psíquico que
emite ondas em direção segura, envolvendo o se almejado que. se não se encontra devidamente
amparado nos princípios superiores da vida, capazes de destruírem as ondas invasoras, termina
por se deixar algemar. E o amor tresloucado que se impõe quanto à posse física do objeto
requestado, conduz o espírito que está atormentado à visitação, a princípio da alma nos períodos
do sono reparador, até criar a intercomunicação que degenera em aflitivo quadro de desgaste
orgânico e psíquico, não somente do vampirizado, corno também mediante a alucinação do
vampirizador.
Assim sendo, a tríade recomendada pelo Egrégio Codificador reflete a ação, a oração e a
vigilância preconizadas por Jesus - processos edificantes de saúde espiritual e ponte que alça o
viandante sofredor da Terra ao planalto redentor das Esferas Espirituais, livre de toda a constrição
e angústia.
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10
Na gênese das enfermidades físicas e psíquicas, temos como fator preponderante a lei de
causa e efeito. Particularmente, nas patologias de largo porte são inevitáveis as ocorrências dessa
lei que remontam às experiências malogradas em reencarnações transatas.
As obsessões são enfermidades graves e quase desconhecidas, mesmo por aqueles que
se dedicam ao seu estudo e terapia.
Dentre as várias manifestações obsessivas, uma passa quase despercebida, sendo, por
isso mesmo, de alta gravidade pela razão de raramente chamar a atenção, graças às suas
sutilezas e características especiais.
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Elas são freqüentemente variantes, isto é apresentam-se voluptuosas e destruidoras em
determinados períodos para desaparecerem quase completamente em outros.
Aqueles que sofrem as ações dos espíritos perversos e no caso em tela, muito lúcidos e
cruéis passam períodos de otimismo e realizações edificantes para subitamente, derraparem em
paixões sórdidas, depressões sem causa aparente
ou exaltação de violência...
Isto, porque, os seus adversários espirituais, que os conhecem identificam os seus defeitos
e sabem quais as suas imperfeições, graças aos quais têm preferências estranhas permitindo-se
licenças morais que se tornam campo propício à penetração e assimilação pelo paciente da
energia obsessiva.
Esse fenômeno perturbador ocorre, como é natural, porque o enfermo cultiva os hábitos
viciosos que procedem de outras existências, ou que são adquiridos mais recentemente a cujo
exercício de prazer se entregam inerrnes. Têm a mente
enriquecida de extravagâncias e comportamentos defeituosos não se esforçando por liberar-se
em definitivo dos ins tinto primários nem das paixões selvagens.
As pessoas que sofrem obsessões intermitentes marcham sobre sombras que necessitam
ser desbastadas com a luz da conduta nobre, da ação edificante e da prece inspirativa...
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Examinada apenas uma vida, mesmo com o melhor apuro psicológico, não se dispõe de
dados para explicar a justiça divina, em se considerando a pluralidade dos sucessos felizes e
desgraçados que gravitam em torno dos homens, e que os distingue na vasta gama policromada
das suas conquistas e quedas.
Por outro lado, negando-se o Autor Divino da Criação, e a vida sendo relegada ao caos,
isto não basta para explicar os porquês inteligentes que a todos assomam e dominam, diante das
incontáveis aquisições do espírito humano, aturdido em face das inquestionáveis provas da
sobrevivência do ser, da comunicabilidade do princípio intelectual depois do túmulo...
A temerária reação contra o Espírito, entidade inteligente que preexiste ao corpo e lhe
sucede após a morte, vivendo com ou sem a aparelhagem somática, lentamente vai sendo
vencida, embora a cautelosa posição assumida pelos pesquisadores científicos e estudiosos da
atualidade.
Toda vez que um fato novo faz soçobrar a teoria negativista anterior, apressam-se por
elaborar outra que atenda com relativa eficiência ao propósito a que se aferram, na mesma
inquietação e insegurança que caracterizavam os metapsiquistas de ontem e os psiquistas do
passado.
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As enfermidades da mente sucedem-se, avassaladoras. na razão direta era que os
métodos psiquiátricos, psicanalíticos e psicológicos se aprimoram, incapazes de deter a grande
avalancha dos distônicos, dos esquizóides, dos neuróticos, dos psicóticos...
Não obstante, nas células espíritas onde vibram as harmonias de Consolador prometido
por Jesus, reaparece a terapêutica do Evangelho, através de técnicas especiais com que se
libertam perseguidos e perseguidores, facultando-se-lhes a saúde íntima, a paz...
A Terra é seu berço e sua escola, onde evolute, demandando mais altas aquisições
espirituais.
Não sendo a morte mais do que uma transferência de posição vibratória, a vida mantém
sua interação e harmonia nas diversas situações no corpo físico e fora dele, sem qualquer solução
de continuidade ou defasagem perturbante.
Muitos dos problemas graves, no contingente da saúde física e mental que a Medicina
depara a cada momento, têm suas raízes no pretérito espiritual do paciente.
Seus erros e suas aquisições fazem-se os agentes da sua paz ou da sua perturbação.
Reencarnando cada qual com a soma das próprias experiências, diferentes são as
situações pessoais, conforme se observa no mundo.
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Vinculados aos desafetos de que se desejaram livrar, mas de que não se liberaram,
padecem-lhes as injunções e influências maléficas.
Ao lado das terapêuticas valiosas, ora aplicadas nos obsessos de vário porte, impõem-se
os recursos valiosos e salutares da fluidoterapia e das expressivas contribuições doutrinárias da
Terceira Revelação, que traz de volta os insuperáveis métodos evangélicos de que se fez
expoente máximo Jesus, o Divino Médico de todos nós.
Enxameiam por toda parte províncias de sombra e agonia, cujas paisagens ermas e
doentias mais envenenam os que ali se detêm, graças à exteriorização miasmática dos seus
pensamentos em desalinho e das suas personalidades enfermas...
O conceito teológico sobre o Inferno, extraindo-se dele o caráter de eternidade que não
possui, empalidece, tendo-se em vista esses múltiplos submundos que se multiplicam
terrificantes, quer na Terra, em locais específicos, quer em torno do Orbe, experimentando as
mesmas conjunturas da gravitação a que se prende o Planeta...
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Sucede que a vida humana, assinalada pelo desequilíbrio na superfície do mundo, reflete
só palidamente as realidades que promanam das Esferas Espirituais Inferiores, por serem nestas
que surgem os fatores reais, modeladores daqueles insucessos... Dessa forma, em tais labirintos
de pesadelos e horror, programam-se incontáveis desgraças, individuais ou coletivas, que
estrugem violentas entre os deambulantes das formas físicas...
Abençoados por verdadeiros indultos divinos que lhes facultam o pagamento das pesadas
dívidas em clima menos denso de angústia, nos círculos do sofrimento corporal e moral, são
recambiados, logo que possível, à carne, esse bendito escafandro para a atmosfera terrestre,
nossa escola de redenção.
Ante o claro lucilar das estrelas em cada noite, sob o pálio da prece luarizante, tais
Mensageiros da bondade e da renúncia descem às furnas ou deambulam nos rumos dos
hospitais-purgatórios coletivos, a recolherem os arrependidos os sensibilizados que foram
atingidos pela magnanimidade do Cordeiro Celeste e de sua Augusta Mãe, a Excelsa Mãe de toda
a Humanidade, sublime intercessora de todos nós.
Na tecelagem dos destinos humanos, os fios que atam as malhas das redes dos
compromissos procedem sempre das vidas transatas.
Nenhum acaso existe regendo ocorrências, nenhuma força fortuita aparece acolhendo a
esmo.
Os atos geram efeitos que rumam na direção de opções ao alcance das circunstâncias
para a eclosão das Leis Divinas dentro do equilíbrio cármico, através das “causas e efeito”.
Em toda obsessão, simples ou subjugadora, corno quer que se apresente, a trama dos
destinos se situa no passado espiritual dos litigantes em forma de fatores causais.
Forrar-se de amor e conhecimento, a fim de ajudar com proficiência, tal deve ser a atitude
de quem se candidata a esse ministério de terapia providencial.
43
12
Não apenas por processos de desforço pessoal, em que os desafetos se buscam para
produzirem-se males e cobranças injustificáveis, como por fatores de variada motivação,
assimilam-se idéias e pensamentos pela simples sintonia da onda própria em que se situam as
mentes.
Aceita a indução, forma-se uma tomada para a ligação com a sombra, em regime de
intercâmbio psíquico.
13
Se são portadores de aspirações nobilitantes, onde se fixem, haurem maior impulso para o
crescimento.
44
Frequentemente, em nome desse amor, caravanas de abnegados enfermeiros espirituais e
missionários da caridade condensam suas energias sutis e vão até esses dédalos de alucinação e
crime, usando a misericórdia e a solidariedade com que sensibilizam os mais feridos e agoniados,
ajudando-os a se renovarem interiormente, propiciando-lhes a modificação vibratória com que se
deslocam mentalmente dos martírios que os supliciam e, sob a cariciosa vitalização da prece
como da afetividade em redespertamento, permitem-se recolhê-los e encaminhá-los a ninhos de
repouso e campos de refazimento, onde se armam de forças para os cometimentos futuros...
Abençoados por verdadeiros indultos divinos que lhes incultam o pagamento das pesadas
dívidas em clima menos denso de angústia, nos círculos do sofrimento corporal e moral, são
recambiados, logo que possível, à carne, esse bendito escafandro para a atmosfera terrestre,
nossa escola de redenção.
Ante o claro lucilar das estrelas em cada noite, sob o pálio da prece luarizante, tais
Mensageiros da bondade e da renuncia descem às furnas ou deambulam nos rumos dos
hospitais-purgatórios coletivos, a recolherem os arrependidos os sensibilizados que foram
atingidos pela magnanimidade do Cordeiro Celeste e de sua Augusta Mãe, a Excelsa Mãe de toda
a Humanidade, sublime intercessora de todos nós.
Na tecelagem dos destinos humanos, os fios que atam as malhas das redes dos
compromissos procedem sempre das vidas transatas.
Nenhum acaso existe regendo ocorrências, nenhuma força fortuita aparece acolhendo a
esmo.
Os atos geram efeitos que rumam na direção de opções ao alcance das circunstâncias
para a eclosão das Leis Divinas. dentro do equilíbrio cármico, através das “causas e efeitos”.
Em toda obsessão, simples ou subjugadora, como quer que se apresente, a trama dos
destinos se situa no passado espiritual dos litigantes em forma de fatores causais.
Forrar-se de amor e conhecimento, a fim de ajudar com proficiência, tal deve ser a atitude
de quem se candidata a esse ministério de terapia providencial.
45
Ao se desdobrarem sob a ação do sono, encontram-se com os afins encarnados ou não
com os quais se identificam, recebendo mais ampla carga de necessidades falsas, ou dando
campo aos estados anelados que mais os turbam e afligem.
Quando despertam, trazem a mente atribulada, tarda, sob incômodo cansaço físico e
psíquico, encontrando dificuldade para fixar os compromissos e as lições edificantes da vida.
Já não se trata do pensamento que busca acolhida, senão da atividade que tenta
intercâmbio, mantendo diálogo, discutindo, analisando as questões em pauta sempre de natureza
prejudicial e que, a uma pessoa sadia, causaria repulsa instintiva, mas que o paciente gosta de
cultivar, do que decorre a predominância do parasita espiritual, que mais se acerca psiquicamente
da casa mental e da vontade do seu consorte.
14
Gera uma psicosfera perniciosa à própria volta pela eliminação dos fluidos deletérios de
que é vítima e absorve-a mais condensada, por escusar-se ouvir sadias questões, participar dc
convívios amenos, ler páginas edificantes, auxiliar o próximo, renovar-se pela oração.
46
Nessa fase, e antes que o paciente assuma a interferência de que é vítima, a terapia
espírita torna-se de resultado positivo, liberador.
Ideal, no entanto, é a atitude nobre diante da vida, que funciona como psicoterapia
preventiva e que constitui dieta para o otimismo e a paz.
15
O perseguidor empedernido e constante talvez não seja inimigo de outrem, senão vítima
de si mesmo, em face da possibilidade de ser teleconduzido por obsessores que dele se utilizam.
O viciado que desce ao acumpliciamento cada vez mais grave com o erro, possivelmente
não é um pária social, antes será alguém caído em hábil trama urdida por desencarnados
impiedosos que dele se utilizam em hospedagem lamentável.
Ausculta a alma e raciocina com clareza, analisando teus propósitos e realizações numa
anamnese moral e espiritual, a fim de te situares bem na ordem da evolução que buscas.
47
Não reajas pela ira ou desesperação, ensejando vinculações com esses irmãos doentes,
que ignoram a enfermidade, e, de certo modo, preferem assim continuar.
De tua parte resguarda-te na prece, no trabalho pelo bem geral, na reflexão e na leitura
nobre, porquanto, na Terra, quase todos somos Espíritos em provações, expiações e lutas
ásperas contra as paixões arraigadas sob o perigo de indução obsessiva por parte dos irmãos
inditosos da retaguarda evolutiva.
16
Para que você atinja a plenitude da harmonia íntima, cultive a oração com carinho e o
devotamento com que a mãe atende ao sagrado dever de amamentar o filho.
Mente em vibração frequente com outras mentes em vibração produz, nos centros
pensantes de quem não está afeito ao cultivo das experiências psíquicas de ordem superior,
lamentáveis processos de obsessão que, lentamente, se transformam em soezes enfermidades
que minam o organismo até ao aniquilamento.
Em razão disso, somos o que pensamos, permutando vibrações que se harmonizam com
outras vibrações afins.
48
Assim, faz-se imprescindível o exercício da prece mental e habitual para fortalecer as
fulgurações psíquicas que visitam o cérebro, constituindo a vida normal propícia à propagação do
pensamento excelso.
Endividado para com eles, faz-se mister ajudá-los com os recursos valiosos da virtude,
palmilhando as sendas honradas, mesmo que urzes e cardos espalhados lhe sangrem os pés.
É por esse motivo que o Apóstolo dos gentios nos adverte quanto à “nuvem” que nos
acompanha, revelando-nos a continuada companhia dos desafetos desencarnados.
Renove as disposições íntimas e, quando aquinhoado com os ensejos de falar com esses
seres de mente em desalinho, perturbados no Mundo Espiritual, unja-se de amor e compreenda-
os, ajudando quando lhe seja possível com a humildade e a renúncia.
E recorde que o Mestre, antes de visitado pelos verdugos espirituais das Zonas Trevosas,
recolhia-se à oração, recebendo-os com caridade fraternal, como Rei de todos os Espíritos e
Senhor do Mundo.
Resguarde-se, portanto, e, firmado no ideal sublime com que o Espiritismo honra os seus
dias, alce-se ao amor, trabalhando infatigavelmente pelo bem de todos, com o coração no socorro
e a mente em Jesus Cristo, comungando com as Esferas Mais Altas, onde você sorverá forças
para vencer todas as agressões de que for vítima, e sentirá que, orando e ajudando, a paz
continuará com você.
49
17
O obsessor não é somente o instrumento da justiça superior que dele se utiliza, mas
também espírito profundamente enfermo e infeliz, carente da terapêutica do amor e do
esclarecimento para sublimação de si mesmo.
O obsidiado, por sua vez, vinculado rigorosamente à retaguarda, assaltado quase sempre,
pelos fantasmas do remorso inconsciente ou do medo cristalizado, a se manifestarem como
complexo de inferioridade e culpa conduz o fardo das dívidas para necessário reajustamento,
através do abençoado roteiro carnal.
Quando jungido à expiação inadiável, por acentuada rebeldia em muitos avatares, renasce
sob o estigma da emoção torturada, apresentando desde o berço os traços profundos das
ligações com os comensais que se lhe imantam em intercâmbio fluídico de conseqüências
imprevisíveis.
Atendido, porém, desde o ventre materno com medicação salutar, traz no perispírito as
condições próprias à “hospedagem”, na ocasião oportuna, que se encarrega de disciplinar o
verdugo não esquecido pela vida.
Outras vezes, se durante longa jornada física não reparou o carma por meio de ações
edificantes, não raro é surpreendido na ansiedade pela presença incômoda daqueles a quem
prejudicou, experimentando enfermidades complicadas, difíceis de identificadas, ou distúrbios
psíquicos que se alongarão mesmo após o decesso orgânico.
50
Quando se observam os sinais externos dessa anomalia, já se encontra instalada a
afecção dolorosa.
Assim considerando, use sempre a Doutrina Espírita como medida profilática, mesmo
porque, se até hoje não foi afetada a sua organização físio-psíquica, isto não isenta de, no futuro
tendo em vista que, aprendendo e refazendo lições como é do programa da reencarnação para
nós todos, o seu “ontem” poder repontar rigoroso, “hoje” ou “amanhã”, chamando-o ao ajuste de
contas com a consciência cósmica que nos dirige.
18
TEMÁTICA: O OBSESSOR
Em outros casos, quando a fixação da idéia venenosa produziu dilacerações nos tecidos
muito Sutis do perispírito, comprometendo o reequilíbrio que se faria necessário para a libertação
voluntária do processo obsessivo, o que ocorre com frequência, os Instrutores Espirituais, durante
o transe psicofônico, operam nos centros correspondentes da Entidade, produzindo estados de
demorada hibernação pela sonoterapia ou utilizando-se de outros processos não menos
eficientes, para ensejarem a recomposição dos centros lesados, após o que despertam para as
cogitações enobrecedoras.
51
Na maioria dos labores de elucidação, podem-se aplicar as técnicas de regressão da
memória no paciente espiritual, fazendo-se que reveja os fatos a que se vincula, mostrando-lhe a
legítima responsabilidade dele mesmo, nos acontecimentos de que se diz molesto, após o que
percebe o erro em que moureja, complicando a atualidade espiritual que deve ser aproveitada
para reparo e ascensão, jamais para repetições de sandices, pretextos de desídia, ensejos de
desgraças...
Exibindo multiface de horror, com que aparvalham aqueles com os quais se homiziam
moral e espiritualmente, acreditam-se, por vezes, tal a aberração a que se entregam, pequenos
deuses em competição de força para assumirem o lugar de Deus. Trazendo no substrato da
consciência as velhas lendas religiosas do Inferno eterno, das personificações demoníacas e
diabólicas, crêem-se tais deidades irremediavelmente caídas, estertorando, em teimosa
crueldade, por assumir-lhes os lugares...
Todos, porém, todos eles, nossos irmãos da retaguarda espiritual onde possivelmente já
estivemos também, - são necessitados de compaixão e misericórdia, de intercessão pela prece e
oferenda dos pensamentos salutares de todos os que se encontram nas lídimas colméias
espiritistas de socorro desobsessivo, ofertando-lhes o pábulo da renovação e a rota luminescente
para a nova marcha, como claro sol de discernirnento íntimo para a libertação dos gravames sob
os quais expungem os erros em que incidiram.
52
19
OBRA: GRILHÕESPARTIDOS
TEMÁTICA: O OBSIDIADO
Como todo atentado é sempre dirigido à ordem geral, embora através dos que estão mais
próximos dos agressores, à ordem mesma são convocados os transgressores.
53
Assim, desde o berço, o espírito imprime no encéfalo as condições cármicas, para o
resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica, podendo, sem dúvida, a esforço de
renovação interior já que do interior procedem as condições boas e más da existência física e
mental recompor as paisagens celulares onde se manifestam os impositivos reabilitadores,
exceção feita às problemáticas expiatórias...
Quando a loucura se alastra em alguém, é que o próprio espírito possui os requisitos que
lhe facultam a manifestação. A predisposição a este ou àquele estado é-lhe inerente, e os fatores
externos, que a fazem irromper, tais os traumatismos morais de vária nomenclatura, os
complexos, bem como os recalques já se encontram em gérmen, na constituição fisiológica ou
psicológica do indivíduo, a fim de que o cumprimento do dever, em toda a sua plenitude, se faça
impostergável. Há, sem dúvida, outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos,
porém, englobados nas “leis de causa e efeito”.
54
20
Afirma-se que aqueles Espíritos que acompanham os psicopatas sofrem muito mais do
que eles mesmos. Não é verdade. Sofrem, sim, por necessidade evolutiva, já que têm
responsabilidade no insucesso de que ora participam, devendo, por isso, envidar esforços para a
liberação dos sofredores, libertando-se, igualmente.
São comuns os abandonos a que se relegam os alienados, quando os deixam nas Casas
de Saúde, através de endereços falsos fornecidos pelos familiares, que se precatam contra a
futura recuperação do familiar, impedindo, desse modo, o seu retorno ao lar. Não poucos os que
atiram, imediatamente, os seres, mesmo os amados, nos Sanatórios de qualquer aparência,
desejando, assim, libertar-se da carga, que supõem pesadas, incidindo, a seu turno, em
responsabilidades mui graves, de que não poderão fugir agora ou depois.
Sem dúvida, quando alguns pacientes, especialmente nos casos de obsessão, se afastam
do lar, melhoram, porque diminuem os fatores incidentes do grupo endividado com o dos
cobradores desencarnados, o que não impede retornem os desequilíbrios, ao voltarem ao seio da
família, que por sua vez não se renovou, nem se elevou, a fim de liberar-se das viciações que
favorecem a presença da perturbação obsessiva.
55
21
Quando a morte interrompe o ciclo de atividades viciosas, que o homem incorpora à sua
natureza, de forma alguma o problema deixa de atormentá-lo.
Não se desprendendo das vibrações mais densas do corpo somático, às quais fortemente
se vincula aspirando-as, e reciprocamente, num circuito tóxico, o Espírito sente a impulsão
poderosa do vício que o dominava, não raro, enlouquecendo, nas tentativas de prosseguir com a
situação nefasta...
Tal é o estado em que se debate, que não se dá conta da morte física, embora as
estranhas e penosas sensações que o visitam em contínuo tormento. A esse estado soma a
carência do que antes considerava prazer e agora lhe falta, afligindo-o mais.
Muito mais grave do que parece é a obsessão, nos problemas sociais do comportamento
humano.
56
Ao invés de se aprofundarem as pesquisas das causas, com as naturais soluções,
buscam-se leis mais tolerantes, comércio livre, certamente que por falência ética, sem dúvida.
No que concerne ao mecanismo da evolução, essa atitude comporta, o que, porém, não é
idêntico, quando muda a situação para o campo moral.
O Espiritismo, esclarecendo a criatura em torno da vida imortal e das relações que existem
entre os Espíritos e os homens, conscientiza para a terapia preventiva contra a obsessão,
combatendo-lhe, ao menos neste capítulo, algumas das suas causas, que são os vícios.
Mantendo-se hábitos de higiene moral e social, ceifa-se, na raiz, a gênese desse problema
malfazejo.
Outrossim, orientando a conduta humana, propõe uma terapia curadora, sem dúvida,
salutar.
57
22
Neste capítulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva. Daí,
porque, só existem obsidiados. porque há dívidas a resgatar.
O reflexo de uma ação gera outro reflexo equivalente. Toda vez que uma atitude agride,
recebe urna resposta de violência, tanto quanto, se o endividado se apresenta forrado de sadias
intenções para o ressarcimento do débito, encontra benevolência e compreensão para recuperar-
se.
58
De início, é urna vaga idéia que assoma, depois, que se repete com insistência, até
insculpir no receptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave.
Em razão disso, não existe obsessão apenas causada por um dos litigantes, se não
houver sintonia perfeita do outro.
E nessa fase, em que a vítima se rende às idéias infelizes que recebe, a elas se
convertendo, que se originam os simultâneos desequilíbrios orgânicos e psíquicos de variada
classificação.
A mente, viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta do obsessor, perde o
controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas
proliferem dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em forma de cânceres,
tuberculose, hanseníase e outras doenças de etiopatogenias complexas, que a Ciência vem
estudando.
23
Sem que desejemos encontrar responsáveis diretos pelas desditas que desabam sobre a
criatura humana, justo é considerarmos a alta carga de compromissos infelizes com que arca o
materialismo, na atual conjuntura moral e social do planeta.
Quando faltam os recursos para os cometimentos que persegue, arroja o homem ao crime,
em razão de assentar os seus valores no jogo das coisas a serem conquistadas, aumentando as
frestas das competições insanas, nas quais a astúcia e a deslealdade assumem preponderância
em forma de comportamento do ser.
Obviamente, existem pessoas que militam nas hostes do materialismo e mantêm uma
filosofia existencial digna, tanto quanto uma estrutura ética respeitável.
59
Desarmado de recursos otimistas e sem esperança, o homem não vê alternativa, senão a
do mergulho da consciência nas águas torvas do suicídio nefasto, quando chamado a
testemunhos morais para os quais está despreparado.
Não apenas isto ocorre, quando o homem estabelece, para o seu comportamento, uma
estrutura materialista trabalhada pelo estudo numa reação psicológica contra os postulados
religiosos que não abordam ou não enfrentam os problemas graves da vida com os argumentos
da razão e da lógica, ainda apelando para a fé destituída de discernimento e de conteúdo
científico...
Uma outra larga faixa dos homens se encontra em vinculação com o processo
revolucionário do momento, em que filosofias apressadas e doutrinas ligeiras empolgam os novos
aturdidos fiéis, para logo os abandonarem sem as bases sólidas de sustentação emocional, com
que enfrentariam as inevitáveis vicissitudes que fazem parte do mecanismo da evolução de todos
os aprendizes da escola terrena.
A princípio, manifestam-se como uma idéia que se insinua; doutras vezes, são um
relâmpago fulgurante na noite escura dos sofrimentos, como solução libertadora.
60
A reflexão e o exame da sobrevivência do Espírito, o posicionamento numa ética cristã, o
estudo da ciência e filosofia espírita, constituem seguras diretrizes para conduzir a mente com
equilíbrio, preservando as emoções com as quais o homem se equipa em segurança para o
prosseguimento na escala da evolução.
Conflitos, que todos trazemos de ontem como das experiências de hoje, fazem parte da
área de crescimento pessoal de cada Espírito, devendo ser libertados através da ação positiva,
diluídos no bem, sublimados pelas atividades do idealismo superior antes que constituam
impedimentos ao avanço, freio no processo de crescimento, amarra constritora ou campo para
fixação de idéias obsessivas, de que personalidades perversas do Mundo Espiritual se utilizam
para o comércio ultriz da loucura e do suicídio lamentável!...
24
Assinalamos com base na experiência dos fatos, que nos episódios da loucura, ora
epidêmica, a obsessão merece um capítulo especial, requerendo a consideração dos estudiosos,
que poderão defrontar com extraordinário campo para a investigação profunda da alma, bem
como do comportamento humano.
61
De Guilherme Griesinger a Kraepelin, a Breuer, desde Pinel a Freud, de Ladislaus Von
Meduna a Sakel, a Kalinowsky, a Adolf Meyer, passando por toda uma elite de cientistas da
psique, sem nos esquecermos de Charcot e Wundt, largos passos foram dados com segurança
para a compreensão da loucura, suas causas, sua terapêutica, abrindo-se espaços para os
modernos psiquiatras, psicólogos e psicanalistas.
Não obstante, a doença mental permanece como um grande desafio para todos aqueles
que se empenha na compreensão da sua gênese, sintomatologia e conduta...
Allan Kardec, porém, foi o extraordinário psicoterapeuta que melhor aprofundou a sonda
da investigação no desprezado capítulo das obsessões, demonstrando que nem toda expressão
de loucura significa morbidez e descontrole dos órgãos encarregados do equilíbrio psicofísico dos
homens, com vinculações de natureza hereditária, psicossocial, etc.
Demonstrou que o Espírito é o herdeiro de si mesmo, dos seus atos anteriores, que lhe
plasmam o destino futuro, do qual não se logra evadir.
Em razão disso, o homem não pode ser examinado parcialmente, como um conjunto de
ossos, nervos e sangue, tampouco na acepção tradicional dualista, de alma e corpo, mas, sob o
aspecto pleno e total de Espírito, perispírito e matéria...
Quando estes Espíritos são maus e encontram guarida que as dívidas morais agasalham
na futura vítima, aí nascem as obsessões, a princípio sutis, quase despercebidas, para, logo
depois, se agigantarem, assumindo a gravidade das subjugações lamentáveis, e, às vezes,
irreversíveis...
Quando são bons, exercem a salutar interferência inspirativa junto àqueles que lhes
proporcionam sintonia, elevando-os às cumeadas da esperança, do amor, e facultando- lhes o
progresso bem como a conquista da felicidade.
Mesmo nos casos em que reconhecemos a presença da loucura nos seus moldes
clássicos, deparamo-nos sempre com um Espírito, em si mesmo doente, que plasmou um
organismo próprio para redimir-se, corrigindo antigas viciações e crimes que, ocultos ou
conhecidos, lhe pesam na economia moral, exigindo liberação.
62
Nos comportamentos obsessivos, as técnicas de atendimento ao paciente, além de
exigirem o conhecimento da enfermidade espiritual, impõem ao atendente outros valores
preciosos que noutras áreas da saúde mental não são vitais, embora a importância de que se
revestem. São eles: a conduta moral superior do terapeuta o doutrinador encarregado da
desobsessão, bem como do paciente, quando este não se encontre inconsciente do problema; a
habilidade afetuosa de que se deve revestir, jamais esquecendo o agente desencadeador do
distúrbio, que é, igualmente, enfermo, vítima desditosa, que procura tomar a justiça nas mãos; o
contributo das suas forças mentais, dirigidas a ambos litigantes da pugna infeliz; a aplicação
correta das energias e vibrações defluentes da oração ungida de fé e amor; o preparo emocional
para entender e amar tanto o hóspede estranho e invisível, quanto o hospedeiro impertinente e
desgastante no vaivém das recidivas e desmandos...
A cura das obsessões, conforme ocorre no caso da loucura, é de difícil curso e nem
sempre rápida, estando a depender de múltiplos fatores, especialmente, da renovação, para
melhor, do paciente, que deve envidar esforços máximos para granjear a simpatia daquele que o
persegue, adquirindo mérito através da ação pelo bem desinteressado em favor do próximo, o
que, em última análise, torna-se benefício pessoal.
25
Mente em desalinho, pensamento turbilhonado, o espírito encarnado que jaz nas malhas
soezes da obsessão pode ser comparada a aranha imprevidente encarcerada nos fios da própria
teia.
Vencido pela mente pertinaz que a persegue através de vinculações que remontam ao
pretérito espiritual, a casa cerebral, visitada pela interferência do obsessor, se desarranja,
dificultando ao espírito encarnado controlar o centros de que se utiliza na investidura carnal.
63
A obsessão é por isso mesmo, enfermidade espiritual de anamnese muito difícil,
apresentando um quadro clínico deveras complexo, em considerando serem as suas causas
quase sempre ignoradas por quantos interferem nas tarefas de socorro aos obsidiados, exigindo
muito espírito de abnegação e renúncia, sacrifício e amor. Sobretudo nos processos
desobsessivos faz-se imprescindível não somente um “coração puro”, mas também um caráter
ilibado e uma mente esclarecida que hauriu, no Espiritismo, a terapêutica especializada para
tarefas que tais.
Com Jesus, o problema da obsessão recebeu o maior contributo que se conhece, no que
diz respeito à terapêutica moral para a conseqüente liberação dos obsidiados, vencidos pela
fixação das energias deletérias de que sempre se utilizam os Espíritos vingadores e perversos no
conúbio degenerativo...
Assinalado nos íntimos tecidos do subconsciente pelo crime pretérito, possui os fatores
básicos para a obsessão, em forma de predisposição psíquica e consequente desarmonia
emocional.
64
Quando isto ocorre, só mui dificilmente se poderá libertar considerando-se mesmo que o
retorno à esfera da consciência tranqüila se fará com as reminiscências dos horrores das batalhas
travadas em espírito com o impenitente perseguidor...
Obsessão alcoólica. — Desejando fugir aos tormentos que dizem respeito às paisagens
lôbregas da mente inquieta, o obsidiado é inspirado a buscar os alcoólicos para refugiar- se na
obliteração da consciência em cujos painéis se encontram impressos os cenários terríveis da
alucinação em que se debate, aparvalhando-se, quando vencido pela embriaguez decorrente dos
licores de vária procedência e transformando-se em mais fácil e demorada presa da subjugação.
65
Obsessão da avareza. — Evocando pela consciência ultrajada crimes praticados na vida
passada, o homem se aferra à posse, e, vencido pelo prazer onzenário de tudo reunir, acumula
numa gaiola dourada todos os bens, deixando-se nela aprisionar mesmo depois do fenômeno da
morte, indefinidamente, perdendo a oportunidade de viver e de marchar na direção da
Imortalidade.
Em todos esses quadros, a mediunidade tem uma função primacial, pois que, graças a ela,
se estreitam às ligações do espírito reencarnado com os demais Espíritos desencarnados que
fixa, mediante hipnose cuidadosa e pertinaz, as idéias obsidentes de que a atual vítima
lentamente se deixa absorver fascinada, permitindo-se dominar e consumir...
66
O Espiritismo, por ser a Doutrina do “homem integral”, torna-se fácil terapia para a
felicidade e um verdadeiro glossário de bênçãos. E o mais eficiente tratado de que dispõe o
homem para a erradicação total desse fantasma cruel, - a obsessão - já que enseja uma vida ética
em consonância com os preceitos evangélicos, em cuja prática a harmonia interior e o otimismo
constituem fatores de equilíbrio sem limite, a irradiar-se em todas as direções.
Seja, todavia, qual seja o recurso utilizado no socorro ao padecente do flagelo obsessivo,
somente o obsidiado pode oferecer o indispensável requisito para a própria saúde: reforma íntima.
Sem a reforma interior, inócuos, negativos, sem produtividade redundam quase todos os
processos socorristas, pois que nos temperamentos rebeldes e reacionários benefício algum pode
produzir resultado valioso.
É por essa razão que examinando a problemática obsessiva, convém ressaltarmos que
ante obsessores ou diante de obsidiados é indispensável a inalienável, a valiosa colaboração do
próprio obsidiado no que diz respeito à transformação íntima de que se fazem testemunha os seus
perseguidores desencarnados, que resolvem abandoná-los ou não graças ao esforço que
desenvolvam na busca da paz ou mediante o contingente que ofereçam a benefício da
regeneração daqueles a quem são devedores.
67
Cultive, pois, cada um que deseja a harmonia pessoal a persistência relativa da saúde, a
boa palavra, o amor, piedade fraternal, o perdão indiscriminado, a conduta mora elevada; exercite-
se nas tarefas da caridade, pelo pensamento, pela palavra e pela ação, pois como é verdade que
pode mos enganar o próximo no caminho em que nos encontramos inutilmente tentaremos
obliterar a própria consciência e ludibriar aqueles que nos seguem do passado em regime de
comensalidade conosco, na atual conjuntura reencarnatória..
26
Transita-se de um para outro lado com relativa facilidade, sem que haja, inicialmente, uma
mudança expressiva no comportamento da criatura.
Há, no entanto, além dos fatores que predispõem à loucura e dentre os quais situamos o
carma do Espírito, nos quais se demoram incontáveis criaturas em plena fronteira, a obsessão
espiritual, que as impulsiona a darem o passo adiante, arrojando-as no desfiladeiro da alienação
de largo porte e de difícil recuperação...
68
Não nos desejamos referir àqueles que são portadores de patogenias mais imperiosas em
razão de enfermidades graves, da hereditariedade, de distúrbios glandulares e orgânicos, de
traumas cranianos e de seqüelas de inúmeras doenças outras...
Dando gênese a enfermidades várias, inicialmente imaginárias, que recebe por via
telepática, podem transformar-se em males orgânicos de consequências insuspeitadas, ao talante
do agente perseguidor que induz a vítima que o hospeda, a situações lamentáveis.
Mundo este que é de intercâmbio mental, vivo e pulsante, cada ser sintoniza com outro
equivalente, prevalecendo, por enquanto, os teores mais pesados de vibrações negativas, que
perturbam gravemente a economia psíquica, social e moral dos homens que nele habitam.
Não obstante, a vigilância do amor de Cristo Jesus atua positiva, laborando com eficiência,
a fim de que se modifiquem os dolorosos quadros da atualidade, dando surgimento a uma fase
nova de saúde e paz.
Nesse contexto, o Espiritismo que é o mais eficaz e fácil tratado de higiene mental
desempenha um relevante papel, qual seja o de prevenir o homem dos males que ele gera para si
mesmo e lhe cumpre evitar, como lhe facultando os recursos para superar a problemática
obsessiva, ao mesmo tempo apoiando e enriquecendo os nobres profissionais e missionários da
Psicologia, da Psiquiatria, da Psicanálise...
69
03.05 - GRUPO III
27 - A EQUIPE DE TRABALHO
28 — REUNIÕES SÉRIAS
29 — SERVIÇOS DE DESOBSESSÃO
30 ─ NA DESOBSESSÃO
70
27
Toda e qualquer tarefa, especialmente a que se destina ao socorro, exige equipe hábil,
adredemente preparada para o ministério a que se dedica.
A equipe que se dedica à desobsessão e tal ministério somente é credor de fé, possuidor
de valor, quando realizado em equipe, que a seu turno se submete à orientação das Equipes
Espirituais Superiores deve estribar-se numa série incontroversa de itens, de cuja observância
decorrem os resultados da tarefa a desenvolver.
71
d) concentração, por meio de cujo comportamento se dilatam os registros dos
instrumentos mediúnicos, facultando sintonia com os comunicantes, adredemente trazidos aos
recintos próprios para a assistência espiritual;
f) equilíbrio interior dos médiuns e doutrinadores, uma vez que, somente aqueles que
se encontram com a saúde equilibrada estão capacitados para o trabalho em equipe. Pessoas
nervosas, versáteis, susceptíveis, bem se depreende, são carentes de auxilio, não se encontrando
habilitadas para mais altas realizações, quais as que exigem recolhimento, paciência, afetividade,
clima de prece, em esfera de lucidez mental. Não raro, em pleno serviço de socorro aos
desencarnados, soam alarmes solicitando atendimento aos membros da esfera física, que se
desequilibram facilmente, deixando-se anestesiar pelos tóxicos do sono fisiológico ou pelas
interferências da hipnose espiritual inferior, quando não derrapam pelos desvios mentais das
conjecturas perniciosas a que se aclimataram e em que se comprazem.
j) lucidez do preposto para os diálogos, cujo campo mental harmonizado deve oferecer
possibilidades de fácil comunicação com os Instrutores Desencarnados, a fim de cooperar
eficazmente com o programa em pauta, evitando discussão infrutífera, controvérsia irrelevante,
debate dispensável ou informação precipitada e maléfica ao atormentado que ignora o transe
grave de que é vítima, em cujas teias dormita semi-hebetado, apesar da ferocidade que
demonstre ou da agressividade de que se revista;
72
l) pontualidade, a fim de que todos os membros possam ler e comentar em esfera de
conversação edificante, com que se desencharcam dos tóxicos físicos e psíquicos que carregam,
em conseqüência das atividades normais; e procurarem todos, como leciona Allan Kardec, ser
cada dia melhor do que no anterior, e de cujo esforço se credenciam a maior campo de sintonia
elevada, com méritos para si próprios e para o trabalho no qual se empenham...
Claro está que não exaramos aqui todas as cláusulas exigíveis a uma tarefa superior
desobsessão, todavia, a sincera e honesta observância destas darão qualidade ao esforço
envidado numa tentativa de cooperação com o Plano Espiritual interessado na libertação do
homem, que ainda se demora atado às rédeas da retaguarda, em lento processo de renovação.
28
“Não sendo os Espíritos seres outros que não as almas dos homens” que viveram na
Terra, não podem eles isentar-se da comunhão imperiosa, resultante das leis da afinidade. Nesse
particular, convém não esquecer que os Espíritos desencarnados pelo simples fato de estarem
despidos da indumentária carnal, não são melhores nem piores que os homens, mas continuação
destes, plasmados pelo que cultivaram, fizeram e se aprazem.
Elegendo como santuário qualquer lugar onde se vivam as lições incorruptíveis de Jesus, o
Espiritismo ensina que o êxito das sessões se encontra na dependência dos fatores-objetivos que
as produzem, das pessoas que as compõem e do programa estabelecido.
Como requisitos essenciais para uma reunião séria considerem, pois, as intenções, o
ambiente, os membros componentes, os médiuns, os doutrinadores.
Não sendo apenas o de construção material, o ambiente deve ser, elaborado e mantido
por meio da leitura edificante e da oração, debatendo-se os princípios morais capazes de criar
uma atmosfera pacificadora, otimista e refazente.
73
Os doutrinadores têm igualmente a obrigação de se evangelizar, estudando a Doutrina e
capacitando-se para entender e colaborar-nos diversos misteres do serviço em elaboração.
Na mesma linha de deveres dos médiuns, não se podem descurar do problema psíquico
da sintonia, a fim de estabelecerem contato com os Diretores do Plano Espiritual que
supervisionam os empreendimentos de tal natureza.
Nas reuniões sérias, os seus membros não podem compactuar com a negligência aos
deveres estabelecidos em prol da ordem geral e da harmonia, para que as infiltrações dos
Espíritos infelizes não as transformem em celeiros de balbúrdia, em perfeita conexão com a
desordem e o caos.
Para que uma sessão espírita possa interessar os Instrutores Espirituais, não pode abstrair
do elevado padrão moral que se devem revestir todos os participantes, pois se o cenho carregado
e sisudo na Terra pode apresentar um homem como sendo de bem, em verdade, só a
exteriorização dos seus fluidos isto é, a vibração do seu próprio espírito, que é resultante dos atos
morais praticados o distingue das diversas criaturas, oferecendo material específico aos
Instrutores Desencarnados para as múltiplas operações a realizarem-se nos abençoados núcleos
espiritistas sérios, que têm em vista o santificante programa da desobsessão espiritual.
74
29
Por tal razão, a Casa Espírita avança para a condição de Educandário, fornecendo os
contributos para o estudo e a análise das criaturas, libertando-as das crendices e superstições, ao
tempo em que lhes oferece os recursos para a ação com liberdade sem medos, com
responsabilidade sem retentivas, perfeitamente lúcidas a respeito do destino que lhes está
reservado, ele próprio resultado das suas opções e atitudes.
Uma sociedade que se conduza fiel a esses conceitos e determinações torna-se justa,
equânime e os membros que a constituam serão, sem dúvida, felizes.
Tudo marcha na direção da Unidade, pois que dela partem todos os rumos. No afã de
penetrar a sonda da investigação no organismo universal, os cientistas constatam a
interdependência das informações que detectam, umas em relação às outras, tão interpenetradas
estão. A análise de qualquer conteúdo exige uma ampla malha de conhecimentos, a fim de bem
captá-lo.
O homem, em razão do seu largo processo de evolução, das suas vinculações ancestrais
e experiências, não deve ser examinado apenas por um dos seus ângulos, seja físico, psíquico,
emocional, social... Cada faceta da sua realidade traz embutidos outros aspectos e contributos
que respondem pela manifestação e aparência daquela focalizada.
Assim, na área da saúde, são muitos os fatores que respondem, pelo equilíbrio ou
desarmonia do indivíduo, e, no que tange à de ordem espirituais, mais complexos se fazem os
fatores que lhes dão origem ou os desarticulam. Nesse painel, a consciência exerce um papel
preponderante por ser o árbitro da vida, a responsável por todos os acontecimentos, o Deus em
nós das antigas tradições de nossos antepassados.
75
Era a primeira atividade deste gênero após os sucessos narrados, e havia expectativa,
certa intranquilidade em alguns cooperadores dos trabalhos.
A sala reservada para o mister recebera cuidados especiais: técnicos do nosso plano
dispuseram aparelhos próprios para o socorro desobsessivo em várias partes do recinto.
Sorrindo com afabilidade, podíamos perceber-lhe o alívio de que era possuído com a
alteração dos programas espirituais que havia sido efetivada.
A pontualidade era ali requisito indispensável, já que constitui um dos fatores para o êxito
do cometimento.
A leitura não se fazia enfadonha, porque ele enunciava as perguntas, e uma senhora, ao
lado, as respostas.
Logo após, quando foram examinadas três ou quatro questões, os membros da mesa
apresentaram comentários complementares, fizeram perguntas adicionais em tom de voz
agradável, sem entonação de discurso ou debate, procurando-se recolher ensinamentos
proveitosos e saudáveis.
Às vinte horas, o Sr. Almiro formulou sentida oração a Deus, na qual agradecia as bênçãos
recebidas e suplicou-lhe a proteção para as atividades que se iriam desenvolver.
76
De imediato, o irmão Vicente, através da psicofonia sonambúlica de Dona Armênia, deu as
instruções iniciais e nos preparamos para acompanhar o desdobramento da reunião.
Observei que cada médium, assim como os demais participantes irradiava claridades que
variavam desde os tons mais escuros e fortes aos diáfanos e laranja. Alguns havia, entre o
público, que não apresentavam qualquer alteração, permanecendo corno um bloco inanimado.
Outros há, entre nós, com expressiva folha de serviço no culto dos seus deveres humanos
e sociais, nas suas atividades públicas e particulares, o que os tornam homens e mulheres de
bem, aureolados, portanto, pelo merecimento a que fazem jus.
Os médiuns são criaturas humanas como outras quais quer que se diferenciam, apenas,
pela aptidão especial que possuem para se comunicar com os Espíritos. Não são santos embora
devam caminhar pela senda da retidão, nem pecadores apesar dos seus deslizes naturais.
Costuma-se exigir-lhe muito, esperando-se que sejam modelos perfeitos do que ensinam os
Mentores por seu intermédio. Certamente, esta seria a condição ideal para todos. Desse modo,
somos pacientes com as suas dificuldades e delitos morais, de responsabilidade deles mesmos,
buscando, entretanto, auxiliá-lo sempre, qual fazemos com todas as demais pessoas.
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30
TEMÁTICA: NA DESOBSESSÃO
O espírita, igualmente, não se pode isolar da convicção, vivendo uma existência dúplice,
compatível com a fé e dela cerceado, simultaneamente.
Difícil operar com cooperadores que se reservam momentos breves para o auxílio
fraternal, após tarefas estafantes reservadas ao egoísmo. Como consequência, são comuns os
estados de sonolência por estafa, de enfado por indisciplina, de insatisfação por incoerência de
comportamento em muitos círculos mediúnicos.
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A leviandade habitual, a irreverência incessante, a comodidade bem nutrida pelo ócio, a
suspeita constante, a mordacidade contumaz dificilmente se desatrelam de quem as cultiva para
cederem lugar a responsabilidade consciente, ao respeito ordenado, ao sacrifício pessoal
freqüente, à confiança irrestrita, à humildade natural, imprescindíveis ao teor mínimo de vibrações
favoráveis à intervenção dos Bons Espíritos.
Muitos companheiros aludem, no plano físico, à ausência de “sinais” por parte dos
Espíritos Superiores, nos seus serviços mediúnicos, e dizem-se descrentes...
Todavia, esquecem-se de ligar definitivamente as tomadas mentais aos centros de comando das
Esferas Elevadas, por estarem em conexão com outros núcleos transmissores, que interferem
amiúde, em quaisquer circunstâncias, controlando-lhes as sedes receptoras, sempre interditadas
a outras mensagens...
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03.06 – GRUPO IV
PRATICA DESOBSESSIVA
31 — TERAPIA DESOBSESSIVA
32 — TERAPIA DE DESOBSESSÃO
33 — MEDIUNIDADE SOCORRISTA
35 — EM ORAÇÃO
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31
Sabendo-se que o agente é um ser que pensa e age movido por uma razão que lhe
parecei justa qualquer política de ilaqueação da honestidade torna-se improfícua, aumentando a
hostilidade e a tenacidade do perseguidor.
Conquistar para íntima renovação o agente infeliz, porquanto toda ação má procede
sempre de quem não está bem, por mais escamoteie e disfarce os sentimentos e o próprio
estado, é o primeiro definitivo passo.
Ao lado dessa psicoterapia, é necessária a aplicação dos recursos fluídicos, seja através
do passe ou da água magnetizada, da oração intercessória com que se vitalizam os núcleos
geradores de forças, estimulantes da saúde, com o poder de desconectarem os plugs das
respectivas matrizes, de modo a que o endividado se reabilite perante a Consciência Cósmica
pela aplicação dos valores e serviços dignificadores.
Não ocorrem milagres em misteres que tais como noutros de qualquer natureza, O
acontecimento miraculoso, quando parece suceder, é o resultado de uma ação muito bem
programada, cujos efeitos são registrados e cujas causas não são necessariamente, no momento,
conhecidas.
Toda pessoa que deseje contribuir na esfera do socorro desobsessivo, que se não descure
da conduta íntima, nem das suas ligações com o Plano Espiritual Superior, donde fluem os
recursos lenificadores, salutares para os cometimentos do amor.
Recordando Jesus, diante dos obsidiados e dos obsessores busquemos a Sua ajuda e
inspiração na condição elevada que Ele ocupa como “Senhor dos Espíritos”.
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...E Jesus vendo a multidão (tomado de compaixão) abriu a Sua boca e disse:
“Bem-aventurados os que choram...” conforme anotou Mateus, no capítulo cinco, versículo quatro
do seu Evangelho.
Não basta encontrar-se alguém aflito para ser amado e socorrido, tornando-se um bem-
aventurado.
Há aflições de várias gêneses e reações múltiplas, dos aflitos, que lhes impedem a
consolação.
Cada ser é uma experiência particular e cada aflição representa um recurso próprio
utilizado pela Vida para o seu crescimento.
Entre as muitas aflições que grassam na atualidade e não estão consoladas, destacamos
a epidemia obsessiva, que arrebanha multidões de desenfreadas personagens na tragédia do
cotidiano.
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Apesar de outros fatores importantes, tais: a compaixão de ambos os comparsas ou
litigantes; o interesse de ajuda recíproca; o anelo pela felicidade; os requisitos essenciais do
arrependimento do endividado e do perdão do credor, são fundamentais para que ocorra a
recuperação de ambos, por se encontrarem enfermos, mesmo que ignorando a doença mental de
que se faz objeto o verdugo e dos distúrbios que ocorrem no paciente.
Pela sua variedade de síndromes, a obsessão permanece ainda pouco identificada entre
os homens, e, graças à complexidade da psicoterapia desobsessiva, o recurso salvador se
demora desconhecido, sem a conveniente e rápida aplicação.
33
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Você bendiria, certamente, mil vezes, esse portal de acesso.
Tal região, não muito longe de nós, entre os desencarnados e os encarnados, são os vales
purgatoriais para os que transpõem o umbral da morte narcotizado pela insânia e pelo crime.
Examinando quanto você gostaria de receber auxílio se ali estivesse, pense-nos que lá
estão e não demore mais em discussões inócuas ou em desculpismo injustificável.
Não lhe perguntarão quem você é, donde vem, como se apresenta, pois não lhes importa:
antes, sim, desejarão saber o que você tem em nome de Jesus para lhes dar. Compreenderão
mais tarde a excelência da sua fé, o valor do seu devotamento, a expressão da sua bondade, a
extensão das suas necessidades e também estenderão braços na direção do seu espírito.
Agora, necessitam de paz e libertação, e Jesus precisa de você para tal mister.
Não lhes atrase o socorro, nem demore sua doação. Possivelmente você já esteve ali
antes, talvez seja necessário estagiar por lá...
Se você conceber que o seu esforço é muito, para os ajudar, mentalize Jesus transferindo-
se dos Cimos da Vida para demorar-se no Vale de Sombras por vários anos e prosseguir até
agora conosco...
O Espiritismo que lhe corrige a mediunidade em nome do Cristo Espiritismo que lhe
consola e esclarece ensina-lhe que felicidade é moeda cujo sonido somente produz festa íntima
quando retorna daquele a quem se oferece e vem na direção do doador.
Doando-se, em silêncio, longe dos que aplaudem faculdades mediúnicas, coloque suas
possibilidades a benefício dos sofredores, nas sessões especializadas, e granjeará um crédito de
bênçãos que lhe ensejará, também, liberdade e iluminação, à semelhança d’Aquele que, Médium
do Pai, se fez o doce irmão de nós todos, milênios a fora.
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34
Estigmatizados por inenarráveis tormentos íntimos, que procedem dos refolhos da alma,
os obsidiados por Espíritos têm padecido lamentável abandono por parte dos respeitáveis
estudiosos das ciências da mente, que, aferrados a vigoroso materialismo, negam, drasticamente,
a interferência dos desencarnados na condição de personalidades intrusas na etiopatogenia de
algumas enfermidades mentais.
Por outro lado, cristãos decididos, clarificados pela fé espírita, no afã de ajudar pelos
múltiplos processos fluidoterápicos e da doutrinação, enquadram os alienados na sua quase
generalidade como obsidiados, sem a indispensável atenção para com as enfermidades de
caráter psiquiátrico.
Não são verdadeiros os postulados extremistas negativos dos primeiros, nem tampouco os
exageros dos segundos.
Os códigos divinos estabelecem que somente através do amor se pode haurir paz, colimar
metas felizes.
De essência salutar, o amor é a base da vida, ao mesmo tempo a força que impele o ser
para as realizações de enobrecimento.
Toda vez que as paixões vis o desgovernam, enlouquecem-no, e dele fazem cárcere de
sombra, de aflição demorada.
Por esta razão, ao lado das terapêuticas mais preciosas, o amor junto aos pacientes de
qualquer enfermidade produz resultados insuspeitados.
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Em cada padecente se encontra um espírito em prova redentora, convidando-nos à
reflexão e à caridade.
Na imensa mole humana dos que sofrem a loucura, conforme os cânones das
classificações psiquiátricas transitam um sem numero de obsidiados que expungem faltas e
crimes cometidos antes e não alcançados pela humana justiça na oportunidade...
São defraudadores dos dons da vida que retornam jungidos àqueles que infelicitaram,
enganaram, abandonaram, mas dos quais não se conseguiram libertar...
Debatem-se presos nos mesmos elos, lutando em contínuo desgaste de vitalidade com
que enlouquecem, até que as claridades do amor, do perdão — forças sublimes da vida —
consigam partir as cadeias e libertá-los, facultando que se ajudem reciprocamente.
Muito maior do que se pode supor é o número dos obsidiados na Terra. Estão em
soledade, em grupos e em coletividades inteiras...
Não é de origem divina a dor, portanto, possui caráter transitório com função específica e
de fácil superação, desde que o homem se obstine atingir as finalidades legítimas da existência.
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35
TEMÁTICA: EM ORAÇÃO
Estimula-nos à claridade do bem sem limites, para que o nosso entusiasmo na fé não seja
igual a ligeiro meteoro riscando o céu de nossas esperanças, para apagar-se depois...
Ensina-nos a enxergar a Tua Ressurreição sublime, mas permite também que recordemos
o suplício da Tua solidão, a coroa de espinhos, a cruz infamante e o silêncio tumular que a
precederam, como lições incomparáveis para nós, na hora do sofrimento, quando nos chegue.
Favorece-nos com a segurança da ascensão aos Altos Cimos, porém não nos deixes
olvidar que após a jornada silenciosa durante quarenta dias e quarenta noites, entre jejum e
meditação, experimentaste a perturbação do mundo e dos homens, em tentações implacáveis
que, naturalmente, atravessarão também nossos caminhos...
Dá-nos a certeza do Reino dos Céus, todavia não nos deixes esquecer que na Terra, por
enquanto, não há lugar para os que te servem, tanto quanto não o houve para Ti mesmo,
auxiliando-nos, entretanto, a viver no mundo, até à conclusão da nossa tarefa redentora.
Senhor Jesus, ensina-nos a perdoar, ajudando-nos a esquecer todo o mal, para sermos
dignos de Ti!
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04 – O CENTRO ESPÍRITA E A DESOBSESSÃO
Essas duas vertentes têm suas interfaces, e estão de certo modo interligadas, sendo o
compromisso fundamental das Casas Espíritas com urna e com outra. Porém, temos que separar
o compromisso específico de cada área, que possuir particularidades próprias, devendo portanto
serem realizadas através de atividades doutrinárias onde participem diretamente os Espíritos
encarnados, e a outra feita pelos seres desencarnados (mentores) com a participação de
encarnados.
A primeira coisa que deve ser enfatizada no tratamento desobsessivo é o padrão vibratório
do Centro Espírita. A desobsessão ocorre fundamentalmente no Centro Espírita, embora ela
possa acontecer em qualquer local onde se encontrem corações interessados em promover a
harmonia e ajudar o seu semelhante.
No entanto, é no Centro Espírita que ela vem recebendo maiores investimentos do Mundo
Espiritual, da administração planetária, para que se organizem fatores liberativos para a criatura
humana.
Por essa e outras razões, o Centro Espírita tem que ser preservado e estruturado de tal
maneira, que haja nas suas atividades um clima fraternal predominante, em que todos estejam
interessados numa proposta evangélica de construção do amor e da solidariedade entre as
criaturas.
Os pensamentos não são coisas abstratas, são de um certo modo, no plano psíquico,
coisas concretas, que impregnam os ambientes onde são projetados.
Então, bons pensamentos, sacrifícios, doações feitas com equilíbrio, com amor, prática da
fraternidade, transformam o Centro Espírita em um colo de mãe abençoado e acolhedor. Oferece
bases seguras para a desobsessão. Fora disso, o clima psíquico não permite nem a presença dos
Benfeitores Espirituais, nem as condições imprescindíveis para um trabalho desobsessivo exitoso.
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Allan Kardec examina no capítulo XXI de “O Livro dos Médiuns”, a influência do meio,
dizendo textualmente que os espíritos não vão em locais onde sabem que a sua presença é inútil.
Desses locais se afastam. Daí, se não criarmos elementos de atração, de sintonia, de identidade
como mundo espiritual, o padrão vibratório não oferece campo para a desobsessão.
André Luiz, no livro “Nos Domínios da Mediunidade”, oferece uma informação muito
importante: o psicoscópio, um aparelho de pequena dimensão utilizado pelos Benfeitores
Espirituais para ter acesso ao mundo psíquico dos encarnados, através das irradiações anímicas
do ser humano.
Os Benfeitores Espirituais dizem que por essa ficha psicoscópica podem determinar a
posição de cada colaborador examinando as suas possibilidades de ação, programando para
eles, no tempo, as suas possibilidades de trabalho na seara do amor e do bem.
Precisamos trabalhar essa idéia de Unidade. Muitas vezes um ser encarnado, que
frequenta determinado Centro Espírita, e que está sendo atormentado por outro ser
desencarnado, pode estar sendo atendido ali, e sendo trabalhado o desencarnado em outra
Instituição.
O Atendimento Fraterno na Casa Espírita é a porta de acesso para que o indivíduo ali
possa ser atendido com a finalidade de diagnosticar, orientar e sugerir as terapias que ele deve
utilizar para o processo da desobsessão.
Esse atendimento deve ser privativo e confidencial. Porém, além disso, devem ser
seguidos determinados passos com muita atenção.
Em seguida, temos o momento em que o atendido vai ser conscientizado. Nessa fase é
necessário, para que a conscientização atinja os objetivos desejáveis, que o atendente seja uma
pessoa tecnicamente preparada para esse tipo de tarefa espiritual, tendo, sobretudo o hábito de
saber ouvir. Em um sentido de maior profundidade, saber ouvir não significa tão somente um
processo neurofisiológico, mas, acima disso, alguém que saiba concentrar a mente para ouvir
atentamente a pessoa que está contando as suas dificuldades.
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Em seguida, o atendente escolhe os pontos do problema mais importantes para a
orientação que se faz necessária, à luz da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus. Isso deve
ser feito com simpatia e empatia. Necessário partilhar com a pessoa de forma empática, fazendo
com que o paciente se sinta envolvido por vibrações de amizade. A empatia é a capacidade que a
pessoa pode adquirir para identificar as emoções de outrem. Para que isso seja possível, torna-se
necessário que o atendente saiba conhecer as suas próprias emoções e controlá-las.
Destacamos o passe espírita porque existem passes magnéticos, que o doador transmite
do seu próprio psiquismo. Porém, a proposta da Casa Espírita é o passe espírita, mediúnico, mas,
não incorporado. Mediúnico no sentido de que o ser se coloca a serviço dos Benfeitores
Espirituais.
André Luiz estabelece no capítulo XVII do livro “Nos Domínios da Mediunidade”, que o
passista doa de si, porém, com o assessoramento dos Bons Espíritos. Isso ocorre através do
envolvimento. Praticamente o passista toma um passe dos Benfeitores espirituais, recolhe
energias que passam pelos seus centros de força e redireciona essas energias para o
beneficiário.
Não existe, portanto, incorporação, porque o médium passista não é um médium para
transmitir mensagens; é um médium de energias saudáveis, um campo irradiador de forças e não
campo irradiador da palavra, ou da mensagem mediúnica escrita.
Então, a proposta do passe espírita é a do passe sob a influência dos Bons Espíritos, em
que o amor é fundamental, assim como os bons princípios éticos, O passista deve ser uma
pessoa centrada, que se auto descobriu, que se harmonizou consigo mesmo; calmo, sereno; uma
pessoa que goste de gente, das pessoas, que tenha um conhecimento razoável sobre o corpo
humano e sobre a Doutrina Espírita em particular, para se oferecer como um canal.
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O passe deve ser vinculado ao Atendimento Fraterno.
Primeiro a pessoa deve passar por este serviço para ser estimulada, reavaliada e
preparada para o mecanismo do passe. Porque muitas vezes ela precisa conversar um pouco
para desabafar. Muitos dos problemas que estão em sua alma, no atendimento fraterno são
desalojados, criando bases para uma operação segura durante o passe. O passista deve ser
silencioso. Não é o passista que fala, que orienta, é o atendente fraterno.
Os Espíritos, quando aplicam o passe, postam-se silenciosamente, diz André Luiz. Manter
um plantão de passes, silencioso, centrado, harmonizado; e paralelamente o Atendimento
Fraterno, para estimular, para orientar a pessoa na sua renovação interior. Tudo isto vem
significar a existência de equipes adestradas e integradas.
Todo o trabalho de uma Casa Espírita tem que passar por uma integração. O passista
deve saber que ele é um elemento da desobsessão. Um elemento vital, pois toda essa corrente
de tratamento pode ser interrompida num atendimento displicente ou que não atenda aos
dispositivos do mundo espiritual. E toda uma estrutura que vem desde a espiritualidade até o
paciente que vem receber o benefício, o socorro. Isso impõe, também, uma oferta mínima de
passistas.
Se uma Casa Espírita abre uma proposta desobsessiva, tem que acolher as pessoas que
vêm procurá-la para receber o passe. O passe pode ser dado nas reuniões doutrinárias, assim
como os Espíritos podem aplicá-lo independente de médiuns; porém, eles precisam da bioenergia
do médium, do fluido vital, que é a substância que o ser encarnado produz, para determinadas
operações de recomposição vibratória que o paciente precisa.
Então, mesmo sabendo que os Espíritos dão passe, nós teremos que ter uma proposta de
passes. No plano espiritual os Benfeitores determinam os plantões de passe para atender à
clientela do Centro Espírita em horários previamente estabelecidos. Daí a responsabilidade do
trabalho. Não podemos abrir espaço para a desobsessão sem ofertar uma proposta mínima de
plantões diários, com dois passistas revezando-se em atendimentos de até uma hora; não por
mais tempo para não desgastar a pessoa, a fim de atender aqueles que estão no processo
liberativo e precisam de acolhimento e energia para se renovar.
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inclusive uma triagem das entidades que acompanham os encarnados, e que se situam no seu
campo magnético. Aquelas que estão mais suscetíveis de serem doutrinadas são hospedadas na
Casa Espírita para posterior tratamento, no campo dos desencarnados.
No final da reunião, há também o benefício do passe, que pode ser coletivo ou individual e
que retira os resíduos de fluidos que o indivíduo traz, para que ele saia dali liberto daquelas
injunções obsessivas, que vêm martirizando-o há muito tempo.
Vale recordar a postura dos expositores. Nossas Casas Espíritas devem ter expositores
estudiosos, que preparem com cuidado as suas palestras, buscando escolher temas, que
veiculem uma mensagem positiva e otimista. Nunca transmitir circunstâncias deprimentes para as
pessoas que ali se encontram; para tanto é necessário uma elaboração esquematizada dos
assuntos doutrinários evangélicos focalizados. Preservarem-se da acomodação de que os Bons
Espíritos irão inspirá-los no momento próprio.
O expositor, portanto, tem que manter todos esses cuidados, e mais a conduta moral sadia
para se tornar um ponto de referência para os ouvintes. Os dirigentes de Centro têm a obrigação
de escolher, com cuidado, os palestrantes que irão ocupar a tribuna das Casas que dirigem.
Os expositores devem tornar-se mais próximos uns dos outros, sem reações contrárias à
troca de idéias entre si, evitando espírito de competição. Inclusive, ouvirem-se uns aos outros.
Diante do exposto, as nossas Casas Espíritas podem colocar em pauta a formação da equipe de
expositores dentro do princípio da apresentação de palestras de boa qualidade. Isto é muito
importante para a terapia de apoio, que é a reunião doutrinária, indispensável no processo de
desobsessão.
Vamos tocar num ponto fundamental. Estamos nos referindo às possibilidades, que
ampliam a capacidade do Centro Espírita, de atender e sugerir o tratamento profissional nas suas
variadas especialidades, como psiquiatras, clínicos e outros, uma vez que as problemáticas da
obsessão podem minar, não somente a mente, como também a emoção, através do estresse, da
depressão e de outras doenças psicológicas, assim como o organismo físico, sinalizando
depauperamento orgânico, processo anêmico, perda profunda de vitalidade, etc., requerendo
atendimento especializado na área competente.
Somos um ser trino: espírito, perispírito e corpo. Então, cada departamento da nossa vida
requer um apoio especializado. O atendimento desobsessivo aos encarnados na Casa Espírita
tem sua possibilidade de ação específica, mas há uma necessidade muito grande de adicionar o
tratamento profissional especializado. As terapias se completam. Toda vez que se deixa de fazer
alguma coisa na área psicológica, clínica ou psiquiátrica, está se dificultando a própria
desobsessão.
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Quando o obsessor exacerba o tormento junto ao desafeto, acelera a excitação, o que
pode causar uma lesão no sistema nervoso. Um bloqueador do sistema nervoso na área médica é
providência essencial. Não devemos sair para aquela proposta do passado, afirmando que tais
problemas não são casos para a área médica. Recorrer ao atendimento médico é uma
providência indispensável. De preferência não indicar profissionais, porém, se for necessário,
indicar, e se a pessoa não tiver uma referência sugerir mais de um, para forçar o mecanismo da
escolha própria. Hanna Wolff, psicoterapeuta alemã, faz uma proposta audaciosa: não procurar
terapeuta materialista. Se a nossa proposta é espiritualista, tenhamos então a coragem moral de
escolher um terapeuta que tenha uma proposta espiritualista, porque ele vai ser inspirado e terá
maior condição de receber assessoria dos Benfeitores espirituais para fazer um atendimento
harmonizado e feliz.
Então, também no atendimento fraterno, se nós tivermos que indicar, teremos que ter os
cuidados iniciais para não incorrermos nesse equívoco; porque o materialismo efetivamente traz
uma interpretação da vida que muitas vezes prejudica,a abordagem dos próprios terapeutas,
criando dificuldades na terapia.
Todos estes recursos que foram apresentados e existentes no Centro Espírita, para o
processo de desobsessão, têm em realidade a finalidade de promover o ser inteligente encarnado.
Não é simplesmente a preocupação, que muitas vezes existe exclusiva, de fazer-se com
que o desencarnado abandone espontaneamente o seu intento de perseguir, e de vingar-se, do
encarnado atormentado. Na realidade, a desobsessão tem esse percurso, para que o encarnado
possa, através dessas várias circunstâncias, terem a oportunidade de moralizar-se, de despertar
para a vida verdadeira que é a vida espiritual.
Isto é realmente uma atitude imediata de todos aqueles que se dizem espíritas. Saber
identificar as suas emoções, controlando-as. O indivíduo que está no Centro em busca da
desobsessão é na realidade um irmão temporariamente enfermo. Na verdade, ele não é doente,
ele está doente, o que é muito diferente. Por isso não devemos fazer rotulações depreciativas, O
Centro Espírita, para completar essa atitude promocional do ser, tem que abrir as portas para o
estudo básico do Espiritismo, para a ação do bem. Dar oportunidade às pessoas que queiram
trabalhar no bem, porque o bem é bom para quem o pratica. E no instante em que nós estamos
dinamizados por este sentimento, que é o amor em movimento; com a mente voltada para a
causa dos semelhantes, desvinculam-se os laços com as entidades atormentadoras, infelizes, que
se comprazem com o sentimento de vingança.
Desta forma, o Espiritismo está querendo colocar em nossas mãos a cura real, que
somente é possível quando erradicamos as causas. Todas as causas da obsessão se encontram
no Espírito, que é o endividado das Leis Cósmicas. No momento em que surge a renovação, a
auto-iluminação, esse processo vai se diluindo até o total desaparecimento, desde que o devedor
repare o mal perpetrado.
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Daí o convite do Espiritismo, neste momento, para que juntos caminhemos nessa direção,
a fim de logo mais obtermos a cura real. Até hoje nos encontramos em dúvida, sem sabermos o
porquê de passarmos por tantas dificuldades, inclusive a da obsessão. Tudo fica simples de ser
explicado se admitirmos que o nosso ontem, surge no hoje, em uma variedade de formas,
convocando-nos ao reajuste e à reparação. Por isso, o estado interior de cada pessoa é que vai
propiciar realmente essa cura real, dando o ensejo de serem feitos maiores vôos na direção dos
Mundos Felizes.
Encarnados e desencarnados estão sendo colocados aqui como seres que precisam ser
assistidos, com a mesma eficiência e com a mesma boa vontade.
A psicografia cedeu lugar, na preferência do mundo espiritual, para a psicofonia, por ser o
trabalho dos médiuns falantes um processo mediúnico mais adequado para o tratamento
energético dos desencarnados através do choque anímico e o diálogo esclarecedor.
Uma reunião mediúnica de caráter desobsessivo deve seguir alguns padrões de qualidade.
Qualidade é um conceito moderno, que impõe uma compreensão clara de objetivos. Todas as
pessoas envolvidas no processo mediúnico têm que saber a própria missão dentro do trabalho.
Qualidade tem muito a ver com avaliação. Uma avaliação passo a passo, para que se possam
tomar as medidas corretivas no momento em que o problema surge, e preventivas, para que as
faltas deixem de existir. Qualidade propõe que haja procedimentos.
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Os primeiros padrões de qualidade são inerentes à equipe. Uma equipe de desobsessão,
uma equipe mediúnica, deve ter determinadas qualificações: fraternidade entre os seus membros;
treinamento para o processo de interiorização, do recolhimento, ou seja: saber concentrar-se de
tal modo que possa favorecer a ação espiritual, bloqueando os interesses e pensamentos que não
dizem respeito à reunião, para ali se colocarem de uma maneira centrada.
Se existe “colaborador” que não quer assumir compromisso com o trabalho, é provável
tenha faltado a seleção adequada. Se os problemas se avultam, e arrastam-se sem solução, é
possível que a seleção tenha sido relaxada no seu início.
Essencial, também, a disciplina da pontualidade, para que haja uma compreensão perfeita
do objetivo.
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espiritual programe o trabalho da desobsessão. Tem-se que atender os encarnados com todo o
carinho, mas, na hora de programar quais os Espíritos que vão ser atendidos na reunião
mediúnica, não interferir nessa seara, que é da alçada dos Benfeitores Espirituais. Não raro temos
uma proposta e eles têm outra; queremos atender o nosso caso específico e eles desejam
socorrer aqueles que se acham em condições de merecimento. De outras vezes, eles optam por
promover a desobsessão de nós mesmos, que somos os trabalhadores da Casa Espírita,
enquanto nós estamos com a atenção em outra direção.
Mas, podemos ter uma reunião mediúnica com cinco, seis, oito médiuns. Um estará
atendendo questões simples da vida, atendendo espíritos sofredores; outros estarão num
processo de desenvolvimento ainda primário da mediunidade, e alguns médiuns, especificamente,
por terem maior adestramento, poderão estar executando o trabalho específico da desobsessão.
Deixemos que o grupo se fortaleça no vagar do tempo, para não criarmos propostas artificiais de
desobsessão, para as quais não temos ainda a capacidade de administrar.
A benfeitora Joanna de Angelis assevera que antes de dez anos todos os ensaios
humanos não passam de tentativas, e acrescenta que o mundo espiritual passa a valorizar o
trabalho quando ele se consolida pelo esforço perseverante, depois de dez anos de
experimentação, para que não criemos o artificialismo, através de propostas humanas sem
capacidade para serem sustentadas. Deixemos que o encaminhamento se faça naturalmente, e o
grupo se fortaleça, com as suas próprias energias.
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04.08. – A desobsessão e a equipe mediúnica
Qualquer trabalhador da Casa Espírita, durante o seu momento de doação pessoal dentro
do âmbito das necessidades da manutenção material da célula de amor, encontra-se com a mente
em sintonia com os amigos espirituais na construção de uma psicosfera adequada para as tarefas
de desobsessão.
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04.09. - Terapias desobsessiva
É através desse diálogo que a palavra oportuna, concisa, dita com amorosidade
evangélica, introduz a contragosto, na mente do ser espiritual em tratamento, as vibrações,
medicamentosas e providenciais, a fim de servirem como ponto de partida para a cicatrização das
suas feridas morais. A delicadeza das expressões, mescladas pela ascendência moral do
doutrinador, envolve e alivia o enfermo desencarnado no paroxismo do sofrimento, funcionando
como estímulo para, juntamente com o fluido animalizado do médium, produzir os efeitos
salutares em prol do restabelecimento da sua saúde.
Quando for necessário, e houver uma intuição clara, o terapeuta-doutrinador pode utilizar a
indução hipnótica na projeção de quadros mentais proveitosos ao esclarecimento do
desencarnado; propor idéias reeducadoras e calmantes, como também sugerir-lhe a absorção de
medicamentos fluídicos de efeitos terapêuticos para a contenção dos seus impulsos asselvajados.
FIM
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