Aula 01 Educação Especial Apostila

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EDUCAÇÃO ESPECIAL

Olá, pessoal!

Para quem ainda não me conhece, meu nome é Fernanda Kelly, e tenho
a honra de ser professora na área de Educação Especial aqui na VOE.

Minha jornada como professora começou na Universidade Federal do Rio


Grande do Norte (UFRN), onde me formei em Pedagogia e continuei
buscando mais conhecimentos, especializando-me em Atendimento
Educacional Especializado e em Sala de Recursos Multifuncionais.

Atualmente, além de ensinar em cursinhos preparatórios para concursos,


também trabalho como Acompanhante Terapêutica com crianças que
possuem necessidades especiais de desenvolvimento, utilizando o
método ABA (Análise do Comportamento Aplicada).

Acredito profundamente na importância de uma educação inclusiva e em


como podemos, juntos, tornar a experiência de cada criança única e
acolhedora. Ao longo da minha carreira, já conquistei algumas
aprovações em concursos, dentre elas a mais recente foi no concurso de
Mossoró/RN.

É uma alegria poder fazer parte da jornada de vocês e compartilhar um


pouco do que aprendi!

PERFIL DA BANCA FGV

1. Experiência em Concursos Educacionais: A banca FGV (Fundação


Getúlio Vargas) possui tradição em concursos voltados para a educação,
frequentemente exigindo conhecimentos aprofundados e específicos.
2. Estrutura das Questões: Provas objetivas com cinco alternativas (A a
E), cada uma exigindo leitura atenta e análise.
3. Estilo das Questões: Enunciados longos e descritivos, projetados para
explorar o conhecimento teórico dos candidatos.
4. Nível de Dificuldade: Questões de nível alto, com alternativas
capciosas e foco em detalhes.
5. Conteúdo Relevante: Grande ênfase nas legislações e normas que
tratam da Educação Especial, como leis, decretos e diretrizes.
MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL

A Educação Especial no Brasil passou por várias fases, refletindo as


mudanças na forma como a sociedade compreende e apoia as pessoas
com deficiência. Esses marcos ajudam a entender as evoluções na
legislação e nas práticas pedagógicas que hoje fundamentam o ensino
inclusivo.

1. Fase Excludente e Segregacionista (1854 – 1960): Essa fase inicial é


marcada pela criação de instituições específicas para atender pessoas
com deficiência, mas de maneira isolada do ensino comum. A educação
para esse público acontecia em locais segregados, e essas instituições
eram vistas como centros de tratamento e não de desenvolvimento
educacional.

1.1 Instituto Imperial dos Meninos Cegos (1854): Localizado no Rio de


Janeiro, foi a primeira instituição dedicada à educação de pessoas com
deficiência visual no Brasil. Atualmente conhecido como Instituto
Benjamin Constant, o instituto representa o início de um esforço
educacional para incluir pessoas com deficiência, embora de forma
isolada.
1.2 Instituto dos Surdos Mudos (1857): Também fundado no Rio de
Janeiro, foi a primeira instituição voltada para a educação de surdos e
hoje é conhecido como Instituto Nacional de Educação dos Surdos
(INES). Essa instituição é outro marco importante para a educação
especializada, mas ainda com um caráter de segregação.
1.3 Instituto Pestalozzi (1926): Esse instituto foi um dos primeiros a
atender pessoas com deficiência intelectual no Brasil. Sua criação
reforçou a concepção de espaços especializados, voltados para o
atendimento à deficiência, mas ainda distantes da integração com o
ensino comum.
1.4 APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) - 1954: A
fundação da primeira APAE representou um avanço na inclusão social,
com o objetivo de oferecer apoio e educação às pessoas com deficiência
intelectual e múltipla, embora ainda em uma abordagem segregadora.
2. Fase de Integração e Primeiras Legislações (1960 - 1988): Na fase de
integração, as primeiras legislações voltadas para a inclusão de alunos
com deficiência começaram a ser elaboradas no Brasil, acompanhando
um movimento internacional em prol dos direitos humanos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, primeira LDB
brasileira, foi um avanço significativo, ao reconhecer o direito à educação
para as pessoas com deficiência, referidas como “excepcionais”.
Essa legislação recomendava a inclusão desses alunos no sistema regular,
de forma preferencial, mas não obrigatória, indicando uma visão inicial
de integração.
Com a Lei nº 5.692/71, que alterou a LDB de 1961, surgiu a expressão
"tratamento especial", contemplando alunos com deficiências físicas,
mentais e altas habilidades, além daqueles em atraso considerável no
desenvolvimento.
Foi um marco na política pública de educação especial, reforçando a
necessidade de atender essas crianças, mesmo que ainda sob uma ótica
de diferenciação dentro do sistema regular.
Em 1973, a criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP),
no âmbito do Ministério da Educação, centralizou as políticas públicas de
educação especial e promoveu ações integradoras para alunos com
deficiência e superdotação.
O CENESP implementou programas e campanhas que visavam ampliar o
acesso à educação para esses alunos, mas ainda sob uma abordagem
assistencialista e de inclusão parcial.
3. Fase inclusiva e Ampliação dos Direitos (1988 – Atualidade):
A partir da Constituição de 1988, o Brasil deu início à fase inclusiva, em
que a inclusão passou a ser um direito garantido a todos. A Constituição
Federal de 1988 é um marco, pois estabelece a educação como um direito
universal e determina o atendimento educacional especializado
preferencialmente na rede regular, no artigo 208, inciso III.
Com isso, o Estado se comprometeu a prover uma educação inclusiva,
sinalizando uma mudança de paradigma e reforçando a igualdade de
oportunidades.
Em 1994, a Declaração de Salamanca, aprovada em conferência da
UNESCO na Espanha, trouxe à tona o conceito de que escolas regulares
devem incluir todos os alunos, com e sem necessidades educacionais
especiais, em um ambiente que respeite as diferenças e promova o
combate à discriminação.
Essa declaração influenciou fortemente a política educacional brasileira
e ajudou a embasar a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
de 1996.
Essa LDB considerou a educação especial como uma modalidade
integrada a todos os níveis de ensino, da educação infantil à superior,
formalizando a educação inclusiva como um direito assegurado.
A fase inclusiva foi consolidada com o Plano Nacional de Educação (PNE)
de 2001, que estabeleceu diretrizes para tornar as escolas mais
acessíveis, promovendo capacitação docente, melhoria da acessibilidade
física e o atendimento educacional especializado (AEE).
Esse documento marcou um compromisso do Estado em expandir a
qualidade e o acesso à educação para alunos com deficiência, orientando
políticas e práticas inclusivas.
Em 2008, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva foi publicada pelo Ministério da Educação, orientando
que a educação especial se tornasse parte de um sistema inclusivo,
promovendo o AEE em classes regulares.
Essa política visa garantir que as necessidades educacionais de cada
aluno sejam atendidas de forma individualizada e que todos tenham
acesso ao ensino de qualidade, promovendo a diversidade no ambiente
escolar.

BASE LEGAL E POLÍTICAS PÚBLICAS

As bases legais e políticas públicas voltadas para a Educação Especial no


Brasil foram construídas ao longo de décadas e refletem avanços
significativos nas concepções de inclusão e respeito às diferenças. Essas
legislações têm como objetivo assegurar o direito de todas as pessoas à
educação de qualidade, independentemente de suas necessidades
educacionais.
A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro marco constitucional que
abordou diretamente a inclusão de pessoas com deficiência no sistema
educacional. No artigo 205, a educação é reconhecida como direito de
todos, visando o desenvolvimento integral do ser humano e a sua
qualificação para o exercício da cidadania. O artigo 208, inciso III, reforça
o dever do Estado de proporcionar atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular, promovendo a
integração dos alunos com deficiência no ensino comum e
estabelecendo a base para a educação inclusiva. Esse compromisso
constitucional fundamentou outras legislações e ações que, a partir
desse momento, passaram a guiar a educação inclusiva no país.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990,
reforçou esse direito no artigo 55, ao estabelecer a obrigatoriedade de
matrícula de crianças e adolescentes na rede regular de ensino, cabendo
aos pais ou responsáveis assegurar o cumprimento desse dever. O ECA
destacou a importância de uma educação que não apenas integre, mas
também respeite e valorize as diferenças individuais, promovendo uma
sociedade mais justa e inclusiva. Esse estatuto não apenas reitera o papel
do Estado na garantia do acesso à educação, mas também enfatiza a
importância do envolvimento familiar e comunitário para uma educação
de qualidade.
Em 1994, o Brasil assumiu compromisso com a Declaração de Salamanca,
um documento internacional assinado em uma conferência da UNESCO
na Espanha, que declara que todos os alunos devem ser incluídos nas
escolas comuns, independentemente de suas necessidades específicas.
A declaração afirma que as escolas inclusivas são as mais indicadas para
combater atitudes discriminatórias, promovendo uma sociedade mais
acolhedora e igualitária. Esse documento foi um divisor de águas para a
educação especial, ampliando a visão de que a educação de qualidade
deve incluir todos e respeitar suas particularidades.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em
1996, é outro marco fundamental. A LDB consolidou o direito ao ensino
especial como parte do sistema educacional em todos os níveis.
O artigo 59 da LDB determina que os sistemas de ensino devem garantir
recursos específicos para atender às necessidades dos alunos com
deficiência, promovendo um currículo adaptado, métodos de ensino
diferenciados, e recursos tecnológicos que favoreçam o aprendizado.
Além disso, prevê a terminalidade específica para aqueles que não
conseguem concluir o ensino fundamental no tempo regular e a
aceleração de estudos para superdotados.
Em 2001, o Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu metas para
que as escolas brasileiras se tornassem mais inclusivas, abordando a
necessidade de capacitação de profissionais, de implementação de
recursos e tecnologias acessíveis e da adaptação da infraestrutura física
das escolas.
O PNE representa um compromisso formal do Estado brasileiro de
atender às necessidades educacionais especiais e de construir uma
escola inclusiva que respeite e valorize a diversidade humana. Ele
estabelece a inclusão como uma diretriz para o sistema educacional,
impulsionando a criação de políticas públicas voltadas à inclusão plena.
Em 2008, o Ministério da Educação lançou a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que determina
que todos os alunos, com e sem deficiência, devem ser atendidos no
mesmo ambiente escolar, com o suporte necessário para que suas
particularidades sejam respeitadas.
A política incentiva a criação do Atendimento Educacional Especializado
(AEE), uma modalidade de apoio que ocorre no contraturno e busca
eliminar barreiras de aprendizado. Essa política também fomenta a
formação contínua de professores, visando capacitá-los para lidar com a
diversidade em sala de aula e garantindo o direito à educação inclusiva e
de qualidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso
em: 31 de outubro de 2024.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm Acesso em: 31 de
outubro de 2024.
UNESCO. Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas
na Área das Necessidades Educacionais Especiais. 1994. Disponível em:
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000098427 Acesso em: 31 de
outubro de 2024.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em: 31 de
outubro de 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Plano
Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001.
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downl
oad&alias=11074-plano-nacional-educacao-pdf&Itemid=30192 Acesso
em: 31 de outubro de 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Brasília, DF, 2008. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf Acesso
em: 31 de outubro de 2024.
Para matrículas: WWW.VOECONCURSOS.COM.BR

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