Aula 07
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Tópicos de Sintaxe I
Relações entre os termos da oração
AULA 07
Sumário
INTRODUÇÃO 4
4 GABARITO 61
Não se assuste ou ache que esse Bola de Fogo que vos fala ficou maluco. As frases
verbais realmente coincidem com os períodos e com algumas orações. Não há erro nisso. É
uma correspondência natural.
No exemplo do box anterior, a primeira oração não apresenta seu sentido sintático (e
consequentemente semântico) completo. Quem completa essas duas faces da primeira
oração é a segunda oração. Mas calma, que vamos falar disso mais à frente.
1) De forma geral, o conceito de frase não é cobrado nos exames.
2) As orações e os períodos são a base da análise sintática em português.
3) Há algumas coincidências interessantes nesse conteúdo:
- as frases verbais coincidem com os períodos simples;
- os períodos simples são chamados, também, de oração absoluta.
4) Não devemos olhar somente para a noção semântica, mas muito para a noção sintática.
Em nossa aula, analisaremos as relações dentro da própria oração. Por isso, esses dois
conceitos são os essenciais para a nossa aula de hoje e para um bom desempenho no decorrer
de sua formação e desempenho nos exames.
2 Relações sintáticas dentro das orações
Dentro de um enunciado, podemos ter uma série de funções sintáticas e diversas
formas de classificação aos termos ali encontrados. É interessante, inicialmente, pensarmos o
seguinte: todo termo dentro de uma oração apresentará uma relação sintática com outro
termo. Assim, imaginamos a seguinte separação para as funções sintáticas:
2.1.1 Sujeito
O sujeito, assim como todas as formas sintáticas, deve ser entendido a partir de três
possibilidades de entendimento: segundo a sintaxe, segundo a morfologia e segundo a
semântica.
De forma bastante geral, podemos entender que o sujeito é o elemento a quem o
predicado se refere, dado que temos verbos que não são de ação. Além disso, usualmente,
ocupa a primeira posição da oração. Ou seja, via de regra, aparece anteposto ao verbo, ainda
que possamos ter a relação de posicionamento posposto ao verbo, por meio de um hipérbato.
Antes de entrarmos nas classificações em específico dos sujeitos, que são em número
de cinco no português, é interessante que notemos algumas relações que esse termo sintático
estabelecerá de forma mais ampla.
Inicialmente, analisamos o sujeito com a ideia de ser determinado, não determinado
ou, ainda, inexistente. Para que entendamos essas classificações iniciais, vejamos algumas
características:
Nesse primeiro exemplo, entendemos que o sujeito é mais longo do que o núcleo,
dado que envolve os elementos que se relacionam com esse núcleo. Calma que logo
apresento os nossos testes e tudo fica mais fácil na vida de vocês, bolas de fogo.
3) Troca de concordância: por fim, uma dica é trocar o número do que se suspeita
ser o sujeito, para que tenhamos mudança de concordância verbal.
Tendo em vista esses três testes, acredito que sua vida será facilitada com relação à
compreensão do sujeito de uma oração.
Sujeito simples
O sujeito simples é definido como sendo aquele que apresenta somente um núcleo.
Esse núcleo, como sabemos, pode aparecer de forma plural ou singular e é necessário que
tomemos cuidado com isso. Vejamos um exemplo dessa classificação.
Sujeito composto
O sujeito composto é definido como sendo aquele que apresenta dois ou mais
núcleos, logicamente substantivos ou termos equivalentes.
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é definido como aquele que não está expresso textualmente
e é impossível que ele seja identificado pelo contexto ou pela flexão verbal. Esse tipo de
sujeito obedece, para existir, a duas regras ditadas pela norma culta:
Esse tipo de sujeito, nessa condição, ocorre com verbos que apresentem qualquer
transitividade: VI, VL, VTD, VTI e VTDI. Inclusive, já é interessante que você perceba que, no
caso dos verbos transitivos diretos e no caso dos verbos transitivos diretos e indiretos,
essa é a única forma de indeterminação do sujeito aceita pela gramática.
• Verbos intransitivos (VI), transitivos indiretos (VTI) e de ligação (VL) na
terceira pessoa do singular com índice de indeterminação do sujeito
(partícula “se”).
Alguns elementos sempre devem ser considerados no contexto para que analisemos esse
tipo de verbo, o impessoal.
1) Locuções verbais: nas locuções verbais, quando há verbos impessoais como verbo
principal, toda a locução será considerada impessoal.
2.1.2 Predicado
Tradicionalmente, o predicado é entendido como uma declaração acerca do sujeito.
Contudo, essa noção pode ser ampliada quando pensamos que o predicado é o local em
que o verbo desenvolve sua noção, com modificadores possíveis do verbo e do sujeito,
por exemplo. Como essa ampliação é extremamente importante, antes de falarmos sobre a
relação dos predicados, quanto à classificação, vamos nos aprofundar nas relações de
transitividade (relacionadas a aspectos sintático-semânticos).
Antes de iniciarmos essa parte tão importante, que será muito utilizada nas relações de
regência verbal e de complementação por objetos, é interessante lembrar duas coisinhas
essenciais:
São verbos muito comuns em língua portuguesa, mas que, em muitos casos, podem
sofrer variação quanto ao contexto, como veremos na parte de complementação verbal.
É interessante notar que os verbos transitivos diretos e indiretos podem ocorrer em
contextos nos quais se selecionam somente um dos objetos, por isso a importância de
observar o contexto antes de classificar a transitividade de um verbo. Não se esqueça disso.
Predicado verbal
O predicado verbal apresentará, necessariamente, um verbo de ação ou um verbo de
fenômeno da natureza. Não poderemos, então, ter qualquer forma de predicativo nesse
caso, dado que somente o verbo figurará como núcleo dessa construção. Note que o nome
do núcleo é que determinará o nome do predicado.
Nesse caso, a transitividade do verbo te ajudará a determinar o tipo de predicado, sem
deixarmos de lado a ideia do contexto que tanto falamos.
Predicado verbo-nominal
O predicado verbo-nominal apresentará, necessariamente, dois núcleos: um verbo
de significado e um predicativo, que pode ser do sujeito ou do objeto.
Essa forma de classificação é interessante para que entendamos que o predicativo do
sujeito não ocorre somente com verbos de ligação, mas com verbos intransitivos também.
O objeto direto ainda pode apresentar duas outras classificações, as quais não serão
aprofundadas, dado que não há cobrança constante desse tipo de construção no exame de
vocês. Contudo, é interessante apresentar, ainda que rapidamente, as ideias desses
complementos.
Objeto indireto
O objeto indireto é um complemento preposicionado, por necessidades do próprio
verbo, e complementa um verbo transitivo indireto, além de também complementar o verbo
transitivo direito e indireto.
O objeto indireto, assim como o direto, também pode ser construído a partir de uma
retomada estilística, de forma pleonástica.
Com relação aos testes, é possível que apliquemos as mesmas ideias dos testes do
sujeito, com exceção do teste de concordância. Assim, é possível aplicarmos os seguintes
testes para essa determinação:
Alguns testes são possíveis para que possamos identificar o sujeito. Destacamos,
então, três deles, para que vocês não se percam na relação de compreensão
dessa função sintática:
Agente da passiva
O agente da passiva é um complemento verbal que aparece somente na voz passiva
analítica. Não é obrigatório que toda construção passiva analítica apresente um agente da
passiva, então não se preocupe em procurar essa construção todas as vezes. Inclusive, é
interessante notar que esse elemento é classificado de forma mista, dado que o nome agente
da passiva se apresenta como uma classificação sintática e, ao mesmo tempo, semântica. Esse
complemento, então, designa o ser que pratica a ação sofrida (ou recebida) pelo sujeito.
Para que tenhamos um melhor aproveitamento das ideias trazidas por esse
complemento, é interessante que observemos a construção de vozes verbais. Assim, já
apresentamos os exemplos para o agente da passiva.
Vozes verbais
As vozes verbais são uma relação entre o sujeito de um determinado verbo e a ação
desse verbo. Dizemos, então, que é uma relação semântica entre esses dois elementos tão
importantes para a construção de significados dos enunciados. Assim, pressupõem-se dois
elementos necessários para que um enunciado tenha voz: existência do sujeito (ainda que
indeterminado) e não ser um verbo de ligação (veremos que a “ação” é essencial a essa
classificação. Bora que só bora!
Em português, são encontradas três vozes que serão exemplificadas a seguir.
• Voz ativa
É considerada a voz natural da língua portuguesa, pensando que é nela que,
incialmente, seriam construídos os enunciados. Assim, entendemos que essa voz apresenta as
seguintes características:
Compramos o material solicitado por mainha.
(Nesse caso, o sujeito pratica a ação de comprar o material solicitado.)
Os verbos de ligação, por não representarem uma ação, não são verbos que
apresentam voz, dado que não há como relacionar o sujeito e a ação praticada.
Por fim, quando temos índice de indeterminação do sujeito, uma partícula “se”,
teremos sempre voz ativa. Salvo nos casos em que ela aparecer com um verbo de
ligação.
• Voz passiva
Na voz passiva, temos o sujeito recebendo a ação verbal, ou seja, não é o sujeito o
responsável por praticar a ação do verbo, mas, nesse caso, de sofrê-la. É interessante notar
que teremos uma possível confusão de classificação. Essa voz apresenta-se com as seguintes
características.
As árvores foram destruídas durante o incêndio.
(Nesse caso, “as árvores” sofrem a ação de ser destruídas.)
A noção de “sofrer a ação do verbo” é mais clara na forma analítica, como percebemos
na primeira frase. Por isso, é interessante transformarmos as formas sintéticas para a analítica
para “testar” essa passividade: Muitas novidades podem ser esperadas naquele cursinho top.
2.2.3 Predicativos
Os predicativos são elementos sintáticos que apresentam uma qualidade, um estado
ou condição com relação ao nome que se ligam. Nesse caso, ao sujeito, quando predicativos
do sujeito, ou ao objeto, quando predicativos do objeto.
Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito é um elemento que se refere ao sujeito e está no predicado. É
interessante notar que temos, nesse caso, a posição como determinante para essa
classificação e não a classificação como adjunto adnominal, por exemplo.
É interessante notar que temos uma possibilidade de modificação de posição desse
predicativo, sendo sempre isolado por vírgulas, quando modificado em sua posição.
1) O predicativo do sujeito pode ocorrer com verbos que não sejam de ligação.
2) Ainda que não seja exclusividade dos verbos de ligação, a existência desse
tipo de verbo obriga a existência de um predicativo do sujeito.
3) Para determinar, nos verbos que não sejam de ligação, a existência desse
tipo de predicativo, aconselhamos o teste de modificação do gênero do
sujeito.
OBS: Nem todos os pronomes podem assumir a função de adjuntos adnominais. Veja quais
são os tipos de pronome passíveis de realizar essa função:
Pronomes
Demonstrativos Este, esse, aquele.
Ex.: Esse menino é bonito.
Indefinidos Algum, nenhum, muito, pouco, todo, outro, certo, tanto, quanto, qualquer.
Ex.: Alguma vendedora pode me ajudar?
Interrogativos Que, quem, qual, quanto.
Ex.: Qual o livro mais caro?
Possessivos Meu, teu, seu, nosso, vosso, seu.
Ex.: Meu irmão chegou.
Relativos Cujo
As meninas cujos pais vieram à escola são excelentes alunas.
No primeiro caso, como o livro sofre a ação de ser lido, temos um complemento
nominal. No segundo, como o aluno faz a leitura de alguma coisa, com valor de
agente, temos um adjunto adnominal.
2) Adjunto adnominal vs Predicativo do objeto
(O juiz condenou-o)
(O juiz considerou-o culpado)
Nesse caso, a confusão só é possível quando o predicativo está com sua posição
modificada, vindo junto do sujeito. Nesse caso, é interessante notarmos que o
predicativo necessitará estar isolado por vírgulas. Não havendo possibilidade de
confusão se considerarmos essa característica. Claro que o significado do
enunciado será modificado em cada um dos casos.
Os únicos termos que podem ser adjuntos adverbiais são advérbios e locuções
adverbiais. Os adjuntos adverbias também são classificados da mesma maneira (afirmação,
condição, dúvida, finalidade etc.) Portanto, se você se lembrar como identificar e classificar
um advérbio, você encontrará as locuções adverbiais facilmente.
Vamos relembrar os principais tipos de advérbio e locução adverbial, pois são os
mesmos que os tipos de adjunto adverbial. Nessa tabela, você encontra os principais
conectivos que indicam o tipo de locução adverbial correspondente. Não se preocupe em
decorar tudo. O importante é que você saiba identificar o significado das expressões nas
orações.
Assim, em “Andava com ele”, “com ele” é adjunto adverbial de companhia, indicado
pela relação que “com” estabelece entre “andava” e “ele”. Vamos ver os tipos possíveis:
Causa (ex.: com, por, por causa de) Adjunto adverbial de causa
Finalidade (ex.: para, a, a fim de, a fim de que) Adjunto adverbial de finalidade
Lugar (ex.: de Roma, nas ruas, para São Paulo) Adjunto adverbial de lugar
2.3.3 Aposto
O aposto é um termo que é acrescentado à oração com o objetivo de explicar,
esclarecer, desenvolver ou resumir algum outro termo. Um aposto pode ser, portanto:
➢ Explicativo: explica ou esclarece algum termo da oração. Aparece sempre entre
vírgulas, entre parênteses ou entre travessões.
Não se preocupe em identificar os tipos de aposto pelo nome. Esse conteúdo não é
cobrado nas provas. Você deve apenas ser capaz de entender as funções que ele
assume.
2.3.4 Vocativo
O vocativo é um termo que interpela o interlocutor diretamente. Serve para invocar,
chamar ou nomear alguém, normalmente de maneira enfática. Vem sempre antes ou entre
vírgulas. Esse termo não se prende a nenhuma função sintática maior, como sujeito e
predicado.
3 Exercícios
1. (FUVEST/2019)
Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, falsidade ou mistificação. Tomo
de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo
contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma
sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em
suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas
também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito
político confere um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao fazê-los ver
sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e
suportar o mundo em que vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
2. (FGV/2018)
A revolução chama Pedro Bala como Deus chamava Pirulito nas noites do trapiche. É uma
voz poderosa dentro dele, poderosa como a voz do mar, como a voz do vento, tão poderosa
como uma voz sem comparação. Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba
que Boa-Vida fez:
“Companheiros, chegou a hora...”
A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino
de todos os pobres. Uma voz que atravessa a cidade, que parece vir dos atabaques que
ressoam nas macumbas da religião ilegal dos negros. Uma voz que vem com o ruído dos
bondes onde vão os condutores e motorneiros grevistas. Uma voz que vem do cais, do
peito dos estivadores, de João de Adão, de seu pai morrendo num comício, dos
marinheiros dos navios, dos saveiristas e dos canoeiros. Uma voz que vem do grupo que
joga a luta da capoeira, que vem dos golpes que o Querido-de-Deus aplica. Uma voz que
vem mesmo do padre José Pedro, padre pobre de olhos espantados diante do destino
terrível dos Capitães da Areia. Uma voz que vem das filhas de santo do candomblé de
Don’Aninha, na noite que a polícia levou Ogum. Voz que vem do trapiche dos Capitães da
Areia. Que vem do reformatório e do orfanato. Que vem do ódio do Sem-Pernas se atirando
do elevador para não se entregar. Que vem no trem da Leste Brasileira, através do sertão,
do grupo de Lampião pedindo justiça para os sertanejos. Que vem de Alberto, o estudante
pedindo escolas e liberdade para a cultura. Que vem dos quadros de Professor, onde
meninos esfarrapados lutam naquela exposição da rua Chile. Que vem de Boa- Vida e dos
malandros da cidade, do bojo dos seus violões, dos sambas tristes que eles cantam. Uma
voz que vem de todos os pobres, do peito de todos os pobres. Uma voz que diz uma palavra
bonita de solidariedade, de amizade: companheiros. Uma voz que convida para a festa da
luta.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
Na frase “Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba que Boa-Vida fez”, o
pronome relativo “que”, em relação ao verbo “canta”, exerce a função de ___________ e, em
relação ao verbo “fez”, exerce a função de ___________.
3. (UNESP/2016)
Leia a crônica de Luís Fernando Veríssimo.
A invasão
A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o
computador. Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de
ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário
do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso
do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no
mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e
num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e
imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor,
paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é
quase irresistível.
Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com
conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada
substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro
velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade
de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da
cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro
deverá sua sobrevida à decoração de interiores.
(O Estado de S.Paulo, 31.05.2015.)
4. (UNESP/2016)
O leão fugido
O leão fugido do circo vinha correndo pela rua quando viu um senhor à sua frente. Aí
caminhou pé ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e disse disfarçando a voz
leonina o mais possível: “Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de ouvir dizer
que um macaco fugiu do circo agora mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se, viu
o leão e morreu de um ataque do coração. O leão então murmurou tristemente: “Não
adianta nada. É tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo quando queremos
agir em favor do próximo”.
Moral: A quem nasce feroz não importa o tom de voz.
(Millôr Fernandes, Fábulas Fabulosas)
Em “Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C.” (3º
parágrafo), o termo destacado exerce função de
a) adjunto adnominal.
b) adjunto adverbial.
c) sujeito.
d) objeto indireto.
e) objeto direto.
6. (IBMEC/2016)
Mãe galinha
Tente uniformizar o design dos aviões sem ouvir os comandantes, os controladores de voo,
os engenheiros, o pessoal de terra, os meteorologistas e as aeromoças. As turbinas
acabarão no lugar das rodas e as asas sairão do nariz do avião, como bigodes. Foi o que
aconteceu à língua portuguesa com o "Acordo" Ortográfico imposto pelo Brasil e, até hoje,
não aceito nem assimilado por Portugal.
Há dias, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, admitiu que "talvez tenhamos errado no
processo de normatização, que teve um caráter tecnicista e não envolveu os criadores de
todos os países". Exatamente: esqueceram-se de combinar conosco, que lidamos com a
língua nas escolas, nos livros, nos jornais e na publicidade. Sem necessidade, baniram
grafias seculares de Portugal, assim como o hífen, o trema e os acentos diferenciais. (...) De
que adianta o "acordo" criar uma escrita comum se as pronúncias continuam diferentes,
além da particularidade de milhares de conteúdos? No Brasil, uma mãe que se orgulha dos
filhos e os protege é uma mãe coruja. Em Portugal, é uma mãe galinha. Vá dizer aos
portugueses que eles deveriam mudar isso. (...)
A magia da língua portuguesa é a de que, não importa a variedade de grafias ou
pronúncias, ela é sempre compreensível para os que a falam e leem, sejam portugueses,
brasileiros ou africanos. "A língua é viva, e temos a vida inteira para aperfeiçoar o Acordo
Ortográfico", disse o ministro. Eu não tenho. Por isso, não aderi a ele. Continuo escrevendo
linguiça e, se quiserem, me corrijam.
Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2015/08/1675694-mae-galinha.shtml.
Acesso em 16/04/2016. (Adaptado)
7. (INSPER/2015)
8. (UNESP/2013)
Considere a passagem de um livro de José Ribeiro sobre o folclore nacional.
Curupira
Na teogonia* tupi, o anhangá, gênio andante, espírito andejo ou vagabundo, destinava-se
a proteger a caça do campo. Era imaginado, segundo a tradição colhida pelo Dr. Couto de
Magalhães, sob a figura de um veado branco, com olhos de fogo.
Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de ver
Anhangá e a visão determinava logo a febre e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo
tipo mítico encontrado nas regiões central e meridional e aí representado por um homem
enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a
proteção da caça do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de
grandes dimensões, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o
encontra adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar.
Dele se originaram as expressões portuguesas caipora e caiporismo, como sinônimo de má
sorte, infelicidade, desdita nos negócios. Bilac assim o descreve: “Companheiro do
curupira, ou sua duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora anão, montado num caititu, e
cavalgando à frente de varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo
fogo aos viajores; à frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o
caminho”.
Ambos representam um só mito com diferente configuração e a mesma identidade com o
curupira e o jurupari, numes que guardam a floresta. Todos convergem mais ou menos para
o mesmo fim, sendo que o curupira é representado na região setentrional por um “pequeno
tapuio” com os pés voltados para trás e sem os orifícios necessários para as secreções
indispensáveis à vida, pelo que a gente do Pará diz que ele é músico. O Curupira ou
Currupira, como é chamado no sul, aliás erroneamente, figura em uma infinidade de lendas
tanto no norte como no sul do Brasil. No Pará, quando se viaja pelos rios e se ouve alguma
pancada longínqua no meio dos bosques, “os romeiros dizem que é o Curupira que está
batendo nas sapupemas, a ver se as árvores estão suficientemente fortes para sofrerem a
ação de alguma tempestade que está próxima. A função do Curupira é proteger as
florestas. Todo aquele que derriba, ou por qualquer modo estraga inutilmente as árvores,
é punido por ele com a pena de errar tempos imensos pelos bosques, sem poder atinar
com o caminho de casa, ou meio algum de chegar até os seus”. Como se vê, qualquer
desses tipos é a manifestação de um só mito em regiões e circunstâncias diferentes.
(O Brasil no folclore, 1970.)
(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mística relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se
relaciona com a formação do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum
povo politeísta. (Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI.)
[...] à frente dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho.
9. (FGV/2013)
Segundo um estudo realizado pelo Banco Mundial, a população acima dos 60 anos é a nova
força econômica do País. Os idosos brasileiros estão mais ricos, mais saudáveis e mais
poderosos. De acordo com o relatório, o Brasil vive o que os especialistas chamam de
“bônus demográfico”, período em que a força de trabalho (pessoas na ativa) será muito
maior do que o número de brasileiros que não produzem. Isso se dará como resultado
principalmente do envelhecimento da população. Os números do Banco Mundial são
impressionantes. Até 2050, as pessoas com mais de 60 anos vão responder por 49% da
população economicamente ativa do país. Atualmente, esse percentual é de 11%.
(IstoÉ, 03.10.2012)
10. (FUVEST/2013)
V – O samba
À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes
recortam no azul do céu os trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento. (...)
É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas,
às vezes com alpendrada corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça
d’armas.
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas,
dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se
imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira,
bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias
das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do
terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais
como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em
seco. (...)
José de Alencar, Til.
(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.
11. (IBMEC/2012)
Ele se encontrava sobre a estreita marquise do 18º andar. Tinha pulado ali a fim de limpar
pelo lado externo as vidraças das salas vazias do conjunto 1801/5, a serem ocupadas em
breve por uma firma de engenharia. Ele era um empregado recém-contratado da
Panamericana – Serviços Gerais. O fato de haver se sentado à beira da marquise, com as
pernas balançando no espaço, se devera simplesmente a uma pausa para fumar a metade
de cigarro que trouxera no bolso. Ele não queria dispensar este prazer, misturando-o com
o trabalho.
Quando viu o ajuntamento de pessoas lá embaixo, apontando mais ou menos em sua
direção, não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções. Não estava
habituado a ser este centro e olhou para baixo e para cima e até para trás, a janela às suas
costas.
Talvez pudesse haver um princípio de incêndio ou algum andaime em perigo ou alguém
prestes a pular. Não havia nada identificável à vista e ele, através de operações bastante
lógicas, chegou à conclusão de que o único suicida em potencial era ele próprio. Não que
já houvesse se cristalizado em sua mente, algum dia, tal desejo, embora como todo mundo,
de vez em quando... E digamos que a pouca importância que dava a si próprio não permitia
que aflorasse seriamente em seu campo de decisões a possibilidade de um gesto tão
grandiloquente. E que o instinto cego de sobrevivência levava uma vantagem de uns
quarenta por cento sobre seu instinto de morte, tanto é que ele viera levando a vida até
aquele preciso momento sob as mais adversas condições.
(In: MORICONI, Ítalo (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. R. Janeiro: Objetiva, 2000)
Em “... não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções”, os
pronomes pessoais destacados exercem, respectivamente, a função sintática de
a) objeto indireto, sujeito.
b) complemento nominal, objeto direto.
c) adjunto adnominal, sujeito.
d) objeto indireto, predicativo do objeto.
e) adjunto adnominal, predicativo do sujeito.
12. (INSPER/2012)
Leia a tirinha abaixo.
A tirinha de Jean Galvão faz referência a um assunto muito recorrente nas aulas de
Português. A respeito da identificação e classificação do sujeito, conforme prescreve a
norma gramatical, é INCORRETO afirmar que
a) no 1.º quadrinho, o “se” empregado nos três períodos escritos na lousa (“Precisa-se de
empregados”, “Assiste-se a bons filmes” e “Vende-se casas”) exemplifica a ocorrência de
índice de indeterminação do sujeito nos dois primeiros e partícula apassivadora no último.
b) o período “Vende-se casas”, no 1.º quadrinho, está riscado porque contém um erro de
concordância verbal: o verbo transitivo direto “vender” deveria ser flexionado no plural para
concordar com o sujeito paciente “casas”.
c) nas três ocorrências, presentes nos períodos escritos na lousa, o “se” exerce a função
sintática de índice de indeterminação do sujeito, e, para estabelecerem a concordância
verbal de acordo com a norma culta, os verbos devem permanecer no singular.
d) no contexto da tira, o adjetivo “indeterminado” pode ser associado a um sentido
genérico, não ao critério gramatical, porque apenas qualifica como se sente a personagem
(o sujeito), após um dia exaustivo na escola.
e) se, no último quadrinho, o garoto analisasse sintaticamente a frase proferida pela mãe,
conforme a norma gramatical, ele responderia assim: "sujeito simples, quem".
13. (UNESP/2011)
… para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de
fato é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que
decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal
…
(Fedro, Aristóteles)
Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas
oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito,
a retomada do demonstrativo o e do pronome relativo que em “o que de fato é justo”, “o
que parece justo”, “os que decidem”, “o que é bom ou belo”, “o que parece tal”. Em todos
esses contextos, o relativo que exerce a mesma função sintática nas orações de que faz
parte. Indique-a.
a) Sujeito.
b) Predicativo do sujeito.
c) Adjunto adnominal.
d) Objeto direto.
e) Objeto indireto.
14. (FGV/2011)
Eu lia o meu livrinho quando a sucessão de gritos – “ahhh”… “ehhh”… – picotou a noite de
domingo. A impressão que tive foi de alguém sendo esfolado no andar de cima. Não fui o
único a saltar da poltrona, assustado, tentando descobrir de onde vinha aquela esganiçada
voz feminina: no meu prédio e no que fica ao lado, meia dúzia de pescoços se insinuaram
na moldura das janelas enquanto o alarido – “ihhh”… “ohhh”… – prosseguia.
(Humberto Werneck. O espalhador de passarinhos.)
16. (FGV/2010)
Considere a tira e analise as afirmações.
I. A resposta esperada pela menina era “a rua”.
II. Na frase de Mafalda, no segundo quadrinho, Miguelito é o sujeito da oração.
III. Em português, o sujeito de uma oração pode ser inexistente, como em “Choveram
reclamações na empresa por causa do apagão na Internet.”
IV. A resposta de Miguelito seria compatível com a pergunta: Ao prefeito cabe que
responsabilidade?
17. (UNESP/2010)
“Está aberto, no espetáculo de circo, o terreno da utopia.”
Na oração, “o terreno da utopia” exerce a função sintática de:
a) objeto direto.
b) complemento nominal.
c) sujeito.
d) predicativo do sujeito.
e) predicativo do objeto.
18. (UFTM/2009)
Leia o haicai de Custódio.
(www.custodio.net)
Analise as afirmações.
I. Nas suas três ocorrências, a palavra nada pertence à mesma classe gramatical invariável.
II. Nas duas ocorrências, a palavra que é um pronome relativo, pois, além de ligar orações,
retoma termos da oração anterior.
III. As formas verbais Sabe e deixe têm o mesmo sujeito gramatical.
21. (UNESP/2017)
Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e
Cássio Leite Vieira.
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase –
que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-
americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos,
cujo teor constitui um marco histórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com
tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a
maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert
Einstein (1879-1955).
Ao terminar aquele artigo de 1917, o físico de origem alemã escreveu a um colega dizendo
que o que produzira o habilitaria a ser “internado em um hospício”. Mais tarde, referiu-se
ao arcabouço teórico que havia construído como um “castelo alto no ar”.
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era finito,
sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a
Einstein nas décadas seguintes.
Em “Considerações Cosmológicas na Teoria da Relatividade Geral”, publicado em fevereiro
de 1917 nos Anais da Academia Real Prussiana de Ciências, o cientista construiu (de modo
muito visual) seu castelo usando as ferramentas que ele havia forjado pouco antes: a teoria
da relatividade geral, finalizada em 1915, esquema teórico já classificado como a maior
contribuição intelectual de uma só pessoa à cultura humana.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma teoria
que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno do
Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria.
Com a introdução da relatividade geral, a teoria da gravitação do físico britânico Isaac
Newton (1642-1727) passou a ser um caso específico da primeira, para situações em que
massas são bem menores do que as das estrelas e em que a velocidade dos corpos é muito
inferior à da luz no vácuo (300 mil km/s).
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein ter
achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”,
na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que,
em certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio: Einstein
adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final daquela
década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos como
um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra que
aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela cita,
por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener
(1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a olhar
seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e hipóteses
em outros campos do conhecimento.
(Folha de S.Paulo, 01.01.2017. Adaptado.)
Em “Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” (1º
parágrafo), o termo destacado exerce a mesma função sintática do trecho destacado em:
a) “[...] o derradeiro traço alimentaria debates e traria arrependimento a Einstein nas
décadas seguintes.” (4o parágrafo)
b) “Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes [...].” (10º parágrafo)
c) “[...] o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que
ele havia forjado pouco antes [...].” (5º parágrafo)
d) “Seguiu debilitado até o final daquela década.” (9o parágrafo)
e) “Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos
como um ponto fora da reta.” (10º parágrafo)
22. (INSPER/2015)
Cerco ao Ebola
A epidemia de Ebola que castiga os países africanos Serra Leoa, Guiné e Libéria ganhou
contornos ainda mais preocupantes na semana passada. Na sexta-feira 8, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou a proliferação do vírus uma emergência de saúde
internacional.
(Adaptado: http://www.istoe.com.br/reportagens/376794_CERCO+AO+EBOLA)
23. (FGV/2015)
Redundâncias
24. (IME/2015)
“Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.”
“Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum
decassílabo de sete cabeças.”
25. (UNESP/2012)
Considere o artigo de Don Tapscott (1947-).
O fim do marketing
A empresa vende ao consumidor — com a web não é mais assim
Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing — produto, praça, preço
e promoção — não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas
vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais
onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet transforma
todas essas atividades. (...)
Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são marcados pelo
conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os
consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Produtos estão se
tornando experiências. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e
marketing de produtos. (...)
Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor
estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de “preço”, à
medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar
quanto querem pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços por um produto,
dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores trocam mais
informações e o preço se torna fluido. Os mercados, e não as empresas, decidem sobre os
preços de produtos e serviços. (...)
A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um
mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas não
devem preocupar-se com a criação de um web site vistoso, mas sim de uma grande
comunidade online e com o capital de relacionamento. Corações, e não olhos, são o que
conta. Dentro de uma década, a maioria dos produtos será vendida no espaço
mercadológico. Uma nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o
marketplace e o marketspace. (...)
Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de
um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As
comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com
frequência têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles.
São eles que controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a
mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas,
eles criam a “opinião pública” online.
Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.
(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.)
Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos
anúncios. Nós controlamos a mensagem.
Nas orações que compõem os dois períodos transcritos, os termos destacados exercem a
função de
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicativo do sujeito.
e) predicativo do objeto.
26. (IME/2012)
Paciência
Composição: Lenine e Dudu Falcão
(1) Mesmo quando tudo pede (7) Acelera e pede pressa
(2) Um pouco mais de calma (8) Eu me recuso, faço hora
(3) Até quando o corpo pede (9) Vou na valsa
(4) Um pouco mais de alma (10) A vida tão rara...
(5) A vida não para...
(11) Enquanto todo mundo
(6) Enquanto o tempo (12) Espera a cura do mal
(13) E a loucura finge (31) Um pouco mais de alma
(14) Que isso tudo é normal (32) Eu sei, a vida não para
(15) Eu finjo ter paciência... (33) A vida não para, não...
28. (IBMEC/2008)
Pela Internet
Gilberto Gil
Criar meu web site Que leve meu e-mail até Calcutá
Fazer minha home-page Depois de um hot-link
Com quantos gigabytes Num site de Helsinque
Se faz uma jangada Para abastecer
Um barco que veleje
Eu quero entrar na rede
Que veleje nesse informar Promover um debate
Que aproveite a vazante da infomaré Juntar via Internet
Que leve um oriki do meu velho orixá Um grupo de tietes de Connecticut
Ao porto de um disquete de um micro
em Taipé De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um barco que veleje nesse informar Um hacker mafioso acaba de soltar
Que aproveite a vazante da infomaré
Um vírus pra atacar programas no Japão Que o chefe da polícia carioca avisa pelo
celular
Que lá na praça Onze tem um
Eu quero entrar na rede pra contactar
vídeopôquer para se jogar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
29. (ITA/2019)
Assinale a alternativa em que o trecho sublinhado expressa ideia de causa.
a) Essa distinção das expressões deu-se em boa parte pela institucionalização do graffiti,
com os primeiros resquícios já na década de 1970.
b) Enquanto o graffiti foi sendo introduzido como uma nova expressão de arte
contemporânea, a pichação utilizou o princípio de não autorização para fortalecer sua
essência.
c) A rejeição do público geral reside na falta de compreensão e intelecção das inscrições;
apenas os membros da própria comunidade decifram o conteúdo.
d) Mesmo sem adotar o comportamento esperado, caíram em contradição.
e) O grafiteiro é visto hoje como artista plástico, possuindo as características de todo e
qualquer artista contemporâneo, incluindo a prática e o status.
4 Gabarito
1. E 16. A 31. A
2. B 17. C 32. C
3. E 18. E 33. B
4. D 19. D 34. E
5. C 20. C 35. B
6. E 21. B 36. A
7. D 22. A 37. A
8. D 23. A 38. E
9. C 24. C 39. B
10. E 25. B 40. E
11. C 26. D 41. C
12. C 27. C 42. B
13. A 28. C 43. B
14. A 29. A 44. D
15. B 30. B 45. A
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.
d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação
verbal.
Comentários:
Está implícito nesse termo a palavra a que se refere. Quem vive no mundo? A resposta
está na oração que antecede os dois pontos: “indivíduos” (= suportar o mundo em que os
indivíduos vivem).
A alternativa B está incorreta, pois “circunstâncias” não é o referente desse termo, mas
sim “os indivíduos”.
A alternativa C está incorreta, pois “em que” se mantém integralmente expresso ainda
que se coloque o sujeito textualmente.
A alternativa D está incorreta, pois o sujeito não é indeterminado, apenas está oculto.
Gabarito: E
2. (FGV/2018)
A revolução chama Pedro Bala como Deus chamava Pirulito nas noites do trapiche. É
uma voz poderosa dentro dele, poderosa como a voz do mar, como a voz do vento, tão
poderosa como uma voz sem comparação. Como a voz de um negro que canta num saveiro
o samba que Boa-Vida fez:
A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o
destino de todos os pobres. Uma voz que atravessa a cidade, que parece vir dos atabaques
que ressoam nas macumbas da religião ilegal dos negros. Uma voz que vem com o ruído dos
bondes onde vão os condutores e motorneiros grevistas. Uma voz que vem do cais, do peito
dos estivadores, de João de Adão, de seu pai morrendo num comício, dos marinheiros dos
navios, dos saveiristas e dos canoeiros. Uma voz que vem do grupo que joga a luta da
capoeira, que vem dos golpes que o Querido-de-Deus aplica. Uma voz que vem mesmo do
padre José Pedro, padre pobre de olhos espantados diante do destino terrível dos Capitães
da Areia. Uma voz que vem das filhas de santo do candomblé de Don’Aninha, na noite que a
polícia levou Ogum. Voz que vem do trapiche dos Capitães da Areia. Que vem do reformatório
e do orfanato. Que vem do ódio do Sem-Pernas se atirando do elevador para não se entregar.
Que vem no trem da Leste Brasileira, através do sertão, do grupo de Lampião pedindo justiça
para os sertanejos. Que vem de Alberto, o estudante pedindo escolas e liberdade para a
cultura. Que vem dos quadros de Professor, onde meninos esfarrapados lutam naquela
exposição da rua Chile. Que vem de Boa- Vida e dos malandros da cidade, do bojo dos seus
violões, dos sambas tristes que eles cantam. Uma voz que vem de todos os pobres, do peito
de todos os pobres. Uma voz que diz uma palavra bonita de solidariedade, de amizade:
companheiros. Uma voz que convida para a festa da luta.
Na frase “Como a voz de um negro que canta num saveiro o samba que Boa-Vida fez”, o
pronome relativo “que”, em relação ao verbo “canta”, exerce a função de ___________ e, em
relação ao verbo “fez”, exerce a função de ___________.
Comentários:
Para resolver essa questão, basta tentar compreender a que termo o “que” se refere,
podendo substituí-lo sem prejuízo.
Na primeira frase:
Substituindo-se os termos, teremos: “Um negro canta no saveiro”. Portanto, esse “que”
representa o sujeito da oração.
Na segunda frase:
Substituindo-se os termos, teremos: “Boa-Vida fez o samba”. Portanto, esse “que” representa
objeto direto da oração.
Gabarito: B
3. (UNESP/2016)
A invasão
que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador
sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível.
Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com
conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada
substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro
velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de
uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do
virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida
à decoração de interiores.
a) objeto direto.
b) predicativo do sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.
e) sujeito.
Comentários:
“Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade
eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa
embalagem de papelão e num embrulho para presente”
“o uso do papel” = Sujeito da oração principal, que se encontra na ordem indireta. Se escrita
na orem direta, essa oração seria: “O uso de papel aumentou em todo o mundo”.
Gabarito: E
4. (UNESP/2016)
O leão fugido
O leão fugido do circo vinha correndo pela rua quando viu um senhor à sua frente. Aí
caminhou pé ante pé, bateu delicadamente nas costas do senhor e disse disfarçando a voz
leonina o mais possível: “Cavalheiro, tenha cuidado e muita calma: acabei de ouvir dizer que
um macaco fugiu do circo agora mesmo”. O cavalheiro, ouvindo o aviso, voltou-se, viu o leão
e morreu de um ataque do coração. O leão então murmurou tristemente: “Não adianta nada.
É tal a nossa fama de ferocidade que matamos, mesmo quando queremos agir em favor do
próximo”.
Quanto ao tipo de predicado das orações e à circunstância estabelecida pelas expressões “do
circo” e “de um ataque do coração”, é correto afirmar que são, respectivamente:
Comentários:
Sujeito = um macaco
Por ser formado por um verbo de ação (fugiu) + adjuntos adverbiais de lugar (do circo) e de
tempo (agora mesmo), esse predicado é verbal.
Por ser formado por um verbo de ação (morreu) + adjunto adverbial de causa (de um ataque
do coração), esse predicado é verbal.
Os predicados são verbais, “do circo” tem valor de lugar e “de um ataque do coração” tem
valor de causa.
Gabarito: D
5. (UNESP/2016)
Leia o trecho extraído do livro A dança do universo do físico brasileiro Marcelo Gleiser.
Supostamente, Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio
de 585 a.C., que efetivamente causou o fim da guerra entre os lídios e os persas. Quando lhe
perguntaram o que era difícil, Tales respondeu: “Conhecer a si próprio”. Quando lhe
perguntaram o que era fácil, respondeu: “Dar conselhos”. Não é à toa que era considerado
um dos Sete Homens Sábios da Grécia Antiga. No entanto, nem sempre ele era prático. Um
dia, perdido em especulações abstratas, Tales caiu dentro de um poço. Esse acidente
aparentemente feriu os sentimentos de uma jovem escrava que estava em frente ao poço, a
qual comentou, de modo sarcástico, que Tales estava tão preocupado com os céus que nem
conseguia ver as coisas que estavam a seus pés.
Em “Tales também previu um eclipse solar que ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C.” (3º
parágrafo), o termo destacado exerce função de
a) adjunto adnominal.
b) adjunto adverbial.
c) sujeito.
d) objeto indireto.
e) objeto direto.
Comentários:
“que” = conjunção integrante que substitui o termo “um eclipse solar”. Portanto, “que” é
sujeito da oração subordinada.
“ocorreu no dia 28 de maio de 585 a.C.” = predicado verbal, já que é formado por um verbo
de ação (ocorreu) + adjunto adverbial de tempo (no dia 28 de maio) + adjunto adnominal (de
585 a.C.).
Verbo: ocorreu
Gabarito: C
6. (IBMEC/2016)
Mãe galinha
Há dias, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, admitiu que "talvez tenhamos errado no
processo de normatização, que teve um caráter tecnicista e não envolveu os criadores de
todos os países". Exatamente: esqueceram-se de combinar conosco, que lidamos com a
língua nas escolas, nos livros, nos jornais e na publicidade. Sem necessidade, baniram grafias
seculares de Portugal, assim como o hífen, o trema e os acentos diferenciais. (...) De que
adianta o "acordo" criar uma escrita comum se as pronúncias continuam diferentes, além da
particularidade de milhares de conteúdos? No Brasil, uma mãe que se orgulha dos filhos e os
protege é uma mãe coruja. Em Portugal, é uma mãe galinha. Vá dizer aos portugueses que
eles deveriam mudar isso. (...)
Comentários:
“os” é pronome oblíquo. Aqui, denota o conjunto de pessoas que falam o português. Pode
ser substituído por um “pessoas”, já que não há referência posterior a quem seriam
especificamente esses falantes da língua: “ela é sempre compreensível para pessoas que a
falam”.
“que” é pronome relativo. Aqui, se refere ao pronome “os” que o antecede. Reconstruindo-se
a oração promovendo essa substituição, teríamos: “pessoas a falam”.
“a” é pronome oblíquo. Aqui, ser refere à língua portuguesa, aquela que é falada.
Reconstruindo-se a oração promovendo essa substituição, teríamos: “pessoas falam a língua
portuguesa”.
Sujeito: Pessoas
Verbo: falam
Portanto:
que = sujeito
a = objeto direto
Gabarito: E
7. (INSPER/2015)
O título da chamada alude a um dos termos essenciais da oração: o sujeito. No entanto, para
que o sujeito seja classificado como oculto, é necessário que haja certas marcas linguísticas,
que podem ser identificadas em
Comentários:
Um sujeito oculto pode ser identificado principalmente a partir da flexão verbal, ou seja,
a terminação do verbo. Assim, é possível identificar se aquele verbo se refere a algum termo
que apareceu anteriormente ou se se refere a algum pronome ligado àquela conjugação.
A alternativa A não apresenta sujeito oculto, mas sim indeterminado: não é possível
dizer quem criou os aplicativos, uma vez que a forma verbal na terceira pessoa do plural é um
índice de indeterminação do sujeito.
A alternativa B não apresenta sujeito oculto, mas sim inexistente: o verbo haver, usado
no singular, é índice de inexistência do sujeito.
A alternativa C não apresenta sujeito oculto, mas sim simples: o termo que concorda
com o verbo e, portanto, é seu sujeito, é “vários aplicativos”.
A alternativa E não apresenta sujeito oculto, mas sim simples: o termo que concorda
com o verbo e, portanto, é seu sujeito, é “a oferta de aplicativos”.
Gabarito: D
8. (UNESP/2013)
Curupira
Todo aquele que perseguisse um animal que estivesse amamentando corria o risco de
ver Anhangá e a visão determinava logo a febre e, às vezes, a loucura. O caapora é o mesmo
tipo mítico encontrado nas regiões central e meridional e aí representado por um homem
enorme coberto de pelos negros por todo o rosto e por todo o corpo, ao qual se confiou a
proteção da caça do mato. Tristonho e taciturno, anda sempre montado em um porco de
grandes dimensões, dando de quando em vez um grito para impelir a vara. Quem o encontra
adquire logo a certeza de ficar infeliz e de ser mal sucedido em tudo que intentar. Dele se
originaram as expressões portuguesas caipora e caiporismo, como sinônimo de má sorte,
infelicidade, desdita nos negócios. Bilac assim o descreve: “Companheiro do curupira, ou sua
duplicata, é o Caapora, ora gigante, ora anão, montado num caititu, e cavalgando à frente de
varas de porcos do mato, fumando cachimbo ou cigarro, pedindo fogo aos viajores; à frente
dele voam os vaga-lumes, seus batedores, alumiando o caminho”.
(*) Teogonia, s.f.: 1. Filos. Doutrina mística relativa ao nascimento dos deuses, e que frequentemente se relaciona
com a formação do mundo. 2. Conjunto de divindades cujo culto forma o sistema religioso dum povo politeísta.
(Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI.)
Comentários:
O aposto é um termo explicativo que vem entre virgulas, após ponto e vírgula ou após
dois pontos. O termo que contém uma característica e apresenta essa pontuação é “seus
batedores”. Esse é, portanto, o aposto.
A alternativa A está incorreta, pois foi eliminado “dele”, que é o objeto do verbo “voam”.
A alternativa B está incorreta, pois foi eliminado “seus” e a vírgula, não eliminando o
aposto em sua integridade e modificando o sentido do termo. Aqui, o adjetivo “batedores” se
tornou restritivo, dando a entender que apenas os vaga-lumes batedores voaram.
A alternativa C está incorreta, pois foi eliminado “os vaga-lumes”, que é o sujeito do
verbo “voam”.
A alternativa E está incorreta, pois foi eliminado “o caminho”, que é o objeto do verbo
“alumiando”.
Gabarito: D
9. (FGV/2013)
Segundo um estudo realizado pelo Banco Mundial, a população acima dos 60 anos é a
nova força econômica do País. Os idosos brasileiros estão mais ricos, mais saudáveis e mais
poderosos. De acordo com o relatório, o Brasil vive o que os especialistas chamam de “bônus
demográfico”, período em que a força de trabalho (pessoas na ativa) será muito maior do que
o número de brasileiros que não produzem. Isso se dará como resultado principalmente do
envelhecimento da população. Os números do Banco Mundial são impressionantes. Até 2050,
as pessoas com mais de 60 anos vão responder por 49% da população economicamente ativa
do país. Atualmente, esse percentual é de 11%.
(IstoÉ, 03.10.2012)
a) … um estudo realizado…
c) Os idosos brasileiros…
d) … o número de brasileiros…
e) … do envelhecimento da população…
Comentários:
A alternativa B está incorreta, pois a ordem proposta não condiz com o enunciado: o
adjetivo aqui vem antes do substantivo.
A alternativa D está incorreta, pois apesar de “número” ser substantivo, “de brasileiros”
é locução adjetiva, não adjetivo
Gabarito: C
10. (FUVEST/2013)
V – O samba
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e cinzas,
dançam os pretos o samba com um frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se
imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira,
bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas
saias das raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda
do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai, negro fornido, que não sabendo mais
como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe em seco.
(...)
I. sujeitos pospostos;
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Comentários:
O item II. está correto. O principal exemplo é a seguinte oração: “Não se descreve, nem
se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece, pula, sacode, gira,
bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.”
O item III. está correto. O tempo verbal do texto é o presente histórico. Esse recurso
trata de fatos do passado, porém faz uso do tempo presente, de modo a aproximar o leitor do
evento narrado.
Gabarito: E
11. (IBMEC/2012)
Ele se encontrava sobre a estreita marquise do 18º andar. Tinha pulado ali a fim de
limpar pelo lado externo as vidraças das salas vazias do conjunto 1801/5, a serem ocupadas
em breve por uma firma de engenharia. Ele era um empregado recém-contratado da
Panamericana – Serviços Gerais. O fato de haver se sentado à beira da marquise, com as
pernas balançando no espaço, se devera simplesmente a uma pausa para fumar a metade de
cigarro que trouxera no bolso. Ele não queria dispensar este prazer, misturando-o com o
trabalho.
(In: MORICONI, Ítalo (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. R. Janeiro: Objetiva, 2000)
Em “... não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções”, os pronomes
pessoais destacados exercem, respectivamente, a função sintática de
Comentários:
Os pronomes pessoais da oração são “lhe” e “ele”. Vamos analisar a oração em que
cada um aparece.
Normalmente, o “lhe” tem valor de objeto indireto. Isso ocorre quando o lhe for
complemento verbal. Não é o caso aqui. O verbo “Passar”, nesse caso, não vem acompanhado
de preposição. Por isso, “lhe” não pode assumir a função de objeto indireto. Nessa oração, o
“lhe” tem valor de adjunto adnominal, pois está ligado à “cabeça”, caracterizando-a. Se
fossemos reescrever a oração com o termo a que o “lhe” se refere, teríamos:
Portanto, nesse caso, ele é sujeito da oração. Veja toda a análise sintática dessa oração:
Objeto direto: o centro das atenções (onde “das atenções” é adjunto adnominal de centro)
Gabarito: C
12. (INSPER/2012)
A tirinha de Jean Galvão faz referência a um assunto muito recorrente nas aulas de Português.
A respeito da identificação e classificação do sujeito, conforme prescreve a norma gramatical,
é INCORRETO afirmar que
a) no 1.º quadrinho, o “se” empregado nos três períodos escritos na lousa (“Precisa-se de
empregados”, “Assiste-se a bons filmes” e “Vende-se casas”) exemplifica a ocorrência de
índice de indeterminação do sujeito nos dois primeiros e partícula apassivadora no último.
b) o período “Vende-se casas”, no 1.º quadrinho, está riscado porque contém um erro de
concordância verbal: o verbo transitivo direto “vender” deveria ser flexionado no plural para
concordar com o sujeito paciente “casas”.
c) nas três ocorrências, presentes nos períodos escritos na lousa, o “se” exerce a função
sintática de índice de indeterminação do sujeito, e, para estabelecerem a concordância verbal
de acordo com a norma culta, os verbos devem permanecer no singular.
e) se, no último quadrinho, o garoto analisasse sintaticamente a frase proferida pela mãe,
conforme a norma gramatical, ele responderia assim: "sujeito simples, quem".
Comentários:
Voz Passiva:
Sujeito indeterminado:
- Concorda com o sujeito; - Sempre no singular;
- Verbos intransitivos ou transitivos
AULA 07 – Tópicos de Gramática II indiretos; e 78
direto e indiretos; e
Por isso, “vende-se casas” não é uma oração com sujeito indeterminado. É uma oração
na voz passiva que, para que estivesse gramaticalmente correta, deveria ter sido grafada
“vendem-se casas”. Perceba que orações com sujeito indeterminado, por ocorrerem com
verbos intransitivos, têm complementos preposicionados.
A alternativa B está correta. Para que a terceira frase estivesse grafada corretamente
seria necessário que a grafia fosse “Vendem-se casas”.
Gabarito: C
13. (UNESP/2011)
… para quem quer tornar-se orador consumado não é indispensável conhecer o que de fato
é justo, mas sim o que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são os que decidem; nem
precisa saber tampouco o que é bom ou belo, mas apenas o que parece tal …
(Fedro, Aristóteles)
Neste trecho da tradução da segunda fala de Fedro, observa-se uma frase com estruturas
oracionais recorrentes, e por isso plena de termos repetidos, sendo notável, a este respeito, a
retomada do demonstrativo o e do pronome relativo que em “o que de fato é justo”, “o que
parece justo”, “os que decidem”, “o que é bom ou belo”, “o que parece tal”. Em todos esses
contextos, o relativo que exerce a mesma função sintática nas orações de que faz parte.
Indique-a.
a) Sujeito.
b) Predicativo do sujeito.
c) Adjunto adnominal.
d) Objeto direto.
e) Objeto indireto.
Comentários:
Vamos analisar uma por uma as orações para entender qual a função sintática do “que”:
Sujeito: “o que”
Sendo
Sujeito: “o que”
Sendo:
Sendo
Sujeito: “o que”
Sendo
Sujeito: “o que”
Sendo
Gabarito: A
14. (FGV/2011)
Eu lia o meu livrinho quando a sucessão de gritos – “ahhh”… “ehhh”… – picotou a noite
de domingo. A impressão que tive foi de alguém sendo esfolado no andar de cima. Não fui o
único a saltar da poltrona, assustado, tentando descobrir de onde vinha aquela esganiçada
voz feminina: no meu prédio e no que fica ao lado, meia dúzia de pescoços se insinuaram na
moldura das janelas enquanto o alarido – “ihhh”… “ohhh”… – prosseguia.
e) em ambos os casos, a palavra não exerce função sintática, mas de simples realce.
Comentários:
“que” = retoma o termo “a impressão”. Substituindo-se o “que” pelo termo a que se refere,
teremos: “tive a impressão”.
Verbo: tive
“que”: retoma o termo “prédio” da oração anterior. Substituindo-se o “que” pelo termo a que
se refere, teremos: “o prédio fica ao lado”.
Verbo: fica
A alternativa C está incorreta, pois essas não são as classificações corretas para os
termos, como ficou provado na análise acima.
A alternativa D está incorreta, pois essas não são as classificações corretas para os
termos, como ficou provado na análise acima.
A alternativa E está incorreta, pois há função sintática em ambos os casos.
Gabarito: A
15. (IBMEC/2011)
Depois da notícia de que, ao fim de prolongado debate jurídico, foi negado por um
tribunal o habeas corpus impetrado em favor de um chimpanzé enjaulado em solidão no
Zoológico de Niterói, vieram ao conhecimento público outras providências judiciais em nome
de animais, pelo Brasil afora. Isso está ficando interessante. Antigamente, era fácil dizer que
os animais não tinham direito nenhum, pois não são sujeitos de direito, não são pessoas, não
podem acionar o poder judiciário, da mesma forma que não têm deveres, nem podem ser
interpelados pela justiça. Direitos e deveres são província exclusiva do ser humano e, embora
isso não soe bem, um cachorro, por exemplo, não tem o direito de não ser maltratado. O
homem é que tem o direito de estabelecer em lei que maltratar um animal é criminoso e de
protestar e intervir, quando a lei for descumprida.
A situação deverá evoluir, em futuro talvez não muito distante, para o estabelecimento
dos níveis de consciência das espécies e a consequente maior ou menor abrangência de seus
direitos. Não é descabido imaginar a promulgação de uma Declaração Universal dos Direitos
dos Cães, ou do Estatuto do Gato e assim por diante, cada um deles definindo os critérios
aplicáveis a cada espécie. É complicado, porque, por exemplo, o direito de latir, certamente
parte indissolúvel da liberdade de expressão canina, pode conflitar com o direito ao silêncio
de um vizinho humano, o que requererá imaginação e engenho da parte de legisladores e
magistrados.
Questões éticas e morais, filosóficas mesmo, terão que ser encaradas, por mais
incômodas que sejam. O morcego, em muitos casos inofensivo, amante das frutas e
polinizador de pomares, pode ser discriminado apenas por ter, na opinião da maior parte das
pessoas, uma aparência assustadora ou repulsiva? Nos desenhos animados e historietas
infantis, serão adotadas cotas para a inclusão de animais normalmente marginalizados, a
exemplo de lacraias, lesmas e piolhos? Aliás, é um direito do piolho infestar cabeleiras
improdutivas e sugar uma cesta básica de sangue? Estará sujeito à acusação de omissão de
socorro aquele que negar a uma futura mamãe mosquito da dengue o direito a uma picadinha
que a ajudará a perpetuar sua espécie?
De propósito, deixei para o fim o direito mais básico, o direito à vida. Sem ele,
evidentemente, os outros perdem o sentido. Pensando nele, argumentam os que se negam a
consumir qualquer produto de origem animal. Nossa comida deveria ser apenas a que se
consegue obter sem destruir nenhuma vida, nem mesmo, talvez, a das plantas.
Nós somos, isso sim, os reis da presunção. Imaginamos que a nossa moral é a moral da
natureza, como se a natureza tivesse moral. Na natureza, continua um alegre come-come por
tudo quanto é canto, um comendo o outro afanadamente, às vezes até de forma
surpreendente, como no caso de um pelicano londrino que vi na internet. Esse pelicano, em
seu andar balançado na grama de um parque, viu e fingiu nem notar um pombo a seu lado.
Mas, num movimento rapidíssimo, engoliu o pombo, que ficou se agitando dentro daquele
papo enorme, sem chance de escapar. Se as pessoas presentes à cena fossem do tamanho de
pombos, o pelicano sem dúvida as comeria também, porque é assim a natureza. Nós achamos
que somos os grandes comedores, só porque, do nosso ponto de vista, ocupamos o topo da
cadeia alimentar. Ocupamos nada. Cada um de nós, mesmo os que não portam parasitas, é
hospedeiro de uma infinidade de "ecossistemas", para não falar nos muitos animais que, por
exemplo, vivem do sangue de mamíferos, inclusive nosso. Nós somos os favoritos de nós
mesmos, não da natureza. Nossos corpos, biodegradáveis como são, para outras espécies não
passam de simples comida e, homens, bichos ou plantas, a Terra acabará digerindo todos nós.
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) objeto indireto.
d) adjunto adnominal.
e) predicativo do sujeito.
Comentários:
“... vieram ao conhecimento público outras providências judiciais em nome de animais, pelo
Brasil afora”
Essa oração está na ordem indireta – já que se inicia com o verbo. Caso estivesse na ordem
direta, ficaria:
“Pelo Brasil afora, outras providências judiciais em nome de animais vieram ao conhecimento
do público”
Sendo
Gabarito: B
16. (FGV/2010)
III. Em português, o sujeito de uma oração pode ser inexistente, como em “Choveram
reclamações na empresa por causa do apagão na Internet.”
IV. A resposta de Miguelito seria compatível com a pergunta: Ao prefeito cabe que
responsabilidade?
Comentários:
O item I. está incorreto. Na oração “Esse lixo enfeia a rua”, o sujeito é “esse lixo”. “a rua”
é objeto direto.
O item III. está incorreto. Em “Choveram reclamações na empresa por causa do apagão
na Internet.” Há um uso metafórico de um verbo meteorológico. Nesse caso, o sujeito é
“reclamações”.
O item IV. está incorreto. A pergunta que combinaria com a pergunta de Miguelito seria
algo como “Quem é o responsável pelo lixo na rua?”
Gabarito: A
17. (UNESP/2010)
a) objeto direto.
b) complemento nominal.
c) sujeito.
d) predicativo do sujeito.
e) predicativo do objeto.
Comentários:
Essa oração está na ordem indireta. Se estivesse na ordem direta, essa oração seria:
Gabarito: C
18. (UFTM/2009)
(www.custodio.net)
Analise as afirmações.
I. Nas suas três ocorrências, a palavra nada pertence à mesma classe gramatical invariável.
II. Nas duas ocorrências, a palavra que é um pronome relativo, pois, além de ligar orações,
retoma termos da oração anterior.
b) apenas I é verdadeira.
c) apenas II é verdadeira.
Comentários:
A afirmação II. está incorreta. Na oração “Sabe que nada há”, “que” é conjunção
integrante, antecedendo oração subordinada substantiva objetiva direta.
A afirmação III. está incorreta. Realizando-se a análise sintática desse período, teremos:
“deixe”: verbo
Gabarito: E
“As técnicas respiratórias orientam justamente esse controle voluntário, exercendo influência
em mecanismos involuntários que regulam a respiração e o sistema cardiovascular, podendo
modular a interação entre sistema nervoso simpático e parassimpático e, consequentemente,
o eixo HPHPA.”
a) objeto direto
b) adjunto adverbial
c) adjunto adnominal
d) sujeito
e) objeto indireto
Comentários:
“regulam”: verbo
Gabarito: D
“Nenhuma linhagem é tão icônica para a Paleontologia quanto a linhagem dos dinossauros.”
a) “(...) os autores propõem uma hipótese nova para as relações de parentesco dentro da
linhagem Dinossauria.”
e) “uma nova hipótese que fez tremer a árvore filogenética dos dinossauros”
Comentários:
Nenhuma linhagem é tão icônica para a Paleontologia quanto a linhagem dos dinossauros.
Verbo: “é”
Predicativo do sujeito: “tão icônica para a Paleontologia quanto a linhagem dos dinossauros.”
Portanto, deve-se encontrar a única alternativa que não contenha adjunto adnominal em
destaque.
Não há nenhuma ação implícita nessa expressão. Isso significa que ela é um adjunto
adnominal.
Alternativa A: “os autores propõem uma hipótese nova para as relações de parentesco dentro
da linhagem Dinossauria.”
Verbo: “propõem”
Objeto: “uma hipótese nova para as relações de parentesco dentro da linhagem Dinossauria.”
Alternativa B: “Cabe aos professores de Paleontologia colocar “cada dinossauro no seu galho”
Sujeito: “colocar “cada dinossauro no seu galho”” (oração com valor de sujeito: isso cabe aos
professores de Paleontologia)
Verbo: “cabe”
Alternativa C: “Muitas crianças despertam seu interesse pela ciência desde cedo”
Verbo: “despertam”
Verbo: “senti”
Alternativa E: “uma nova hipótese que fez tremer a árvore filogenética dos dinossauros”
Objeto: “uma nova hipótese que fez tremer a árvore filogenética dos dinossauros”
Gabarito: C
21. (UNESP/2017)
Leia o trecho extraído do artigo “Cosmologia, 100”, de Antonio Augusto Passos Videira e
Cássio Leite Vieira.
“Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” A frase
– que tem algo da essência do hoje clássico A estrada não percorrida (1916), do poeta norte-
americano Robert Frost (1874-1963) – está em um artigo científico publicado há cem anos,
cujo teor constitui um marco histórico da civilização.
Pela primeira vez, cerca de 50 mil anos depois de o Homo sapiens deixar uma mão com
tinta estampada em uma pedra, a humanidade era capaz de descrever matematicamente a
maior estrutura conhecida: o Universo. A façanha intelectual levava as digitais de Albert
Einstein (1879-1955).
O Universo que saltou dos cálculos de Einstein tinha três características básicas: era
finito, sem fronteiras e estático – o derradeiro traço alimentaria debates e traria
arrependimento a Einstein nas décadas seguintes.
Esse bloco matemático impenetrável (mesmo para físicos) nada mais é do que uma
teoria que explica os fenômenos gravitacionais. Por exemplo, por que a Terra gira em torno
do Sol ou por que um buraco negro devora avidamente luz e matéria.
Entre essas duas obras de respeito (de 1915 e de 1917), impressiona o fato de Einstein
ter achado tempo para escrever uma pequena joia, “Teoria da Relatividade Especial e Geral”,
na qual populariza suas duas teorias, incluindo a de 1905 (especial), na qual mostrara que, em
certas condições, o espaço pode encurtar, e o tempo, dilatar.
Tamanho esforço intelectual e total entrega ao raciocínio cobraram seu pedágio:
Einstein adoeceu, com problemas no fígado, icterícia e úlcera. Seguiu debilitado até o final
daquela década.
Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos
como um ponto fora da reta. Porém, a historiadora da ciência britânica Patricia Fara lembra
que aqueles eram tempos de “cosmologias”, de visões globais sobre temas científicos. Ela
cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes, do geólogo alemão Alfred Wegener
(1880-1930), marcada por uma visão cosmológica da Terra.
Fara dá a entender que várias áreas da ciência, naquele início de século, passaram a
olhar seus objetos de pesquisa por meio de um prisma mais amplo, buscando dados e
hipóteses em outros campos do conhecimento.
Em “Vou conduzir o leitor por uma estrada que eu mesmo percorri, árdua e sinuosa.” (1º
parágrafo), o termo destacado exerce a mesma função sintática do trecho destacado em:
b) “Ela cita, por exemplo, a teoria da deriva dos continentes [...].” (10º parágrafo)
c) “[...] o cientista construiu (de modo muito visual) seu castelo usando as ferramentas que
ele havia forjado pouco antes [...].” (5º parágrafo)
e) “Se deslocados de sua época, Einstein e sua cosmologia podem ser facilmente vistos
como um ponto fora da reta.” (10º parágrafo)
Comentários:
“que” = conjunção integrante que substitui o termo “estrada”. Portanto, “que” é objeto direto
dessa oração.
Comprovando, é possível reescrever a oração substituindo o “que” pelo termo a que se refere:
Sujeito: Eu mesmo
Verbo: percorri
Sujeito: Ele
Verbo: cita
A alternativa A está incorreta, pois “o derradeiro traço” é o sujeito da oração, já que é o termo
com o qual o verbo “alimentaria” concorda.
A alternativa C está incorreta, pois “o cientista” é o sujeito da oração, já que é o termo com o
qual o verbo “construiu” concorda.
A alternativa D está incorreta, pois “até o final daquela década” é advérbio de tempo,
descrevendo até quando o sujeito “seguiu debilitado”.
A alternativa E está incorreta, pois “Se deslocados de sua época” é uma oração adverbial de
condição. Não se preocupe com esse conceito nesse momento. Ele será vista na aula de
coordenação e subordinação de orações.
Gabarito: B
22. (INSPER/2015)
Cerco ao Ebola
A epidemia de Ebola que castiga os países africanos Serra Leoa, Guiné e Libéria ganhou
contornos ainda mais preocupantes na semana passada. Na sexta-feira 8, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou a proliferação do vírus uma emergência de saúde
internacional.
(Adaptado: http://www.istoe.com.br/reportagens/376794_CERCO+AO+EBOLA)
Observa-se, por exemplo, que, na reportagem acima, o uso das preposições nas expressões
“cerco ao Ebola” e “epidemia de Ebola” estabelece diferentes relações sintáticas. A função das
expressões grifadas é, respectivamente,
Comentários:
Na expressão “Cerco ao Ebola” há uma ação inerente: Ato de fazer um cerco ao Ebola.
Por isso, “ao Ebola” é complemento nominal.
Já na expressão “epidemia de Ebola” não há uma ação inerente. Além disso, “epidemia
não deriva de nenhuma forma verbal. Por isso, “de Ebola” é adjunto adnominal. A alternativa
correta é alternativa A.
A alternativa E está incorreta, pois, pelas razões explicadas anteriormente, “ao Ebola”
não é adjunto adnominal e nem “de Ebola” pode ser “agente da passiva”.
Gabarito: A
23. (FGV/2015)
Redundâncias
Em relação à oração – é coisa dos vivos –, os enunciados – Ter medo da morte – (1.ª estrofe) e
– Ter apego ao mundo – (2.ª estrofe) exercem a função sintática de
a) sujeito.
b) predicativo do sujeito.
c) objeto direto.
d) adjunto adnominal.
e) complemento nominal.
Comentários:
Essa oração é uma oração subordinada substantiva subjetiva, ou seja, exerce a função
de sujeito em relação à principal. Se substituirmos a oração por um “isso”, teremos: Isso é
coisa dos vivos.
Essa oração é uma oração subordinada substantiva subjetiva, ou seja, exerce a função de
sujeito em relação à principal. Se substituirmos a oração por um “isso”, teremos: Isso é coisa
dos vivos.
Gabarito: A
24. (IME/2015)
“Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum
decassílabo de sete cabeças.”
Comentários:
Já na segunda frase, “lhe” assume função de objeto indireto. Lembre-se que o “lhe”
significa “a ele”. Portanto, é complemento precedido de preposição.
Gabarito: C
25. (UNESP/2012)
O fim do marketing
(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.)
Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos
anúncios. Nós controlamos a mensagem.
Nas orações que compõem os dois períodos transcritos, os termos destacados exercem a
função de
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicativo do sujeito.
e) predicativo do objeto.
Comentários:
Quase todas as orações com o período destacado possuem verbos na 1ª pessoa do plural:
“criamos”, “fixamos”, “definimos”, “fazemos”, “controlamos”.
Na primeira e na última oração, o pronome “nós” está expresso na oração, o que facilita a
identificação do sujeito, mas nas outras orações você seria capaz de identificar a partir da
terminação do verbo.
Ex.:
Sujeito: Nós
Verbo: criamos
Gabarito: B
26. (IME/2012)
Paciência
(21) Será que é tempo (35) Que lhe falta para perceber?
(22) Que lhe falta para perceber? (36) Será que temos esse tempo
(23) Será que temos esse tempo (37) Para perder?
(24) Para perder? (38) E quem quer saber?
(25) E quem quer saber? (39) A vida é tão rara
(26) A vida é tão rara (40) Tão rara...
(27) Tão rara...
(41) Mesmo quando tudo pede
(28) Mesmo quando tudo pede (42) Um pouco mais de calma
(29) Um pouco mais de calma (43) Até quando o corpo pede
(30) Até quando o corpo pede (44) Um pouco mais de alma
(31) Um pouco mais de alma (45) Eu sei, a vida não para
(32) Eu sei, a vida não para (46) A vida não para...
(33) A vida não para, não...
(47) A vida não para...
(34) Será que é tempo
I. “tudo” (v. 1), “eu” (v. 8), “todo mundo” (v. 11), “mundo” (v. 16) e “nós” (v. 19) exercem a
função sintática de sujeito.
II. “Um pouco mais de calma” (v. 2), “um pouco mais de alma” (v. 4), “hora” (v. 8), “a cura
do mal” (v. 12), “que isso tudo é normal” (v. 14) exercem função sintática de objeto direto.
Comentários:
O item I. está incorreto, pois realizando-se a análise sintática dos termos destacados
teremos:
O item II. está correto, pois realizando-se a análise sintática dos termos destacados
teremos:
- “a loucura finge que isso tudo é normal” (= oração subordinada substantiva objetiva direta)
O item III. está incorreto, pois realizando-se a análise sintática dos termos destacados
teremos:
Gabarito: D
b) Nóbrega é o sujeito da forma verbal “entrou”; Nóbrega e Estácio de Sá, da forma verbal
“estabeleceram”.
c) Anchieta é o sujeito da forma verbal “entrou”; Anchieta e Estácio de Sá, da forma verbal
“estabeleceram”.
Comentários:
Como pode-se presumir o sujeito pelas formas verbais, a alternativa correta é alternativa
C.
Gabarito: C
28. (IBMEC/2008)
Pela Internet
Gilberto Gil
c) Que leve meu e-mail até Calcutá – (até Calcutá – adjunto adverbial de lugar)
Comentários:
A alternativa B está incorreta, pois “que” nesse caso é pronome relativo de “barco”
(presente na oração anterior).
Gabarito: C
29. (ITA/2019)
a) Essa distinção das expressões deu-se em boa parte pela institucionalização do graffiti, com
os primeiros resquícios já na década de 1970.
b) Enquanto o graffiti foi sendo introduzido como uma nova expressão de arte
contemporânea, a pichação utilizou o princípio de não autorização para fortalecer sua
essência.
Comentários:
Um modo de analisar se uma oração é causal é tentar substitui-la por conjunções como
“porque” ou até mesmo “por causa de”. A oração que pode ter sua conjunção substituída por
outra de causa sem prejuízo é alternativa A: “Essa distinção das expressões deu-se em boa
parte por causa da institucionalização do graffiti”.
A alternativa B está incorreta, pois trecho grifado sugere uma relação temporal entre
as orações: ao longo do tempo, o grafitti foi sendo (...) e a pichação (...).
A alternativa D está incorreta, pois trecho grifado indica uma ideia de concessão: apesar
de não adotar o comportamento adequado (...).
Gabarito: A
b) “Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram que ela não conseguia
reconhecer expressões faciais de medo”
c) “Quando ela foi convidada a lembrar como se sentiu durante as situações, respondeu
que não sentiu medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que aconteceu.”
e) “Autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como
merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória.”
Comentários:
O termo “de pertencer àquilo” tem função de complemento nominal. Aqui, é mais fácil
identificar o aspecto ativo, ou seja, imbuído de ação do complemento nominal, já que há o
verbo “pertencer” expresso. “de pertencer àquilo”, portanto, é complemento nominal de
“incapaz”.
Gabarito: B
a) “Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que a escola sugeria.”
b) “Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava sua emoção.”
c) “Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial.”
Comentários:
Para realizar essa questão, é preciso encontrar o termo a que o “que” se refere e
classificá-lo sintaticamente.
Alternativa A: “Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que a escola sugeria.”
“que” se refere ao termo “lista” da oração anterior. Se fosse reescrita, essa oração ficaria: “A
escola sugeria lista”. “lista”, nesse caso, é objeto direto.
Alternativa B: “Além disso, durante três meses ela carregou um diário que informatizava
sua emoção.”
“que” se refere ao termo “um diário” da oração anterior. Se fosse reescrita, essa oração ficaria:
“Um diário informatizava sua emoção”. “um diário”, nesse caso, é sujeito.
Alternativa C: “Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro
especial.”
“que” se refere ao termo “aquela espinha” da oração anterior. Se fosse reescrita, essa oração
ficaria: “Aquela espinha apareceu no nariz no dia daquele encontro especial.”. “Aquela
espinha”, esse caso, é sujeito.
“que” se refere ao termo “o quase” da oração anterior. Se fosse reescrita, essa oração ficaria:
“O quase me incomoda.”. “O quase”, nesse caso, é sujeito.
“que” se refere ao termo “as oportunidades” da oração anterior. Se fosse reescrita, essa oração
ficaria: “As oportunidades escaparam pelos dedos”. “As oportunidades”, nesse caso, é sujeito.
Assim, a única oração em que “que” não assume função de sujeito é alternativa A.
Gabarito: A
a) “Entrou e ofereceu os seus serviços ao diretor, que era, sozinho, todo o pessoal da
redação.”
b) “O diretor, ao perceber que alguém, mesmo inepto, se dispunha a fazer o jornal para ele,
praticamente de graça, topou.”
c) “anotou as catástrofes, a Lua visitada, as mulheres lutando a braço para serem entendidas
pelos homens”.
Comentários:
Alternativa A: incorreta. A oração em destaque está na chamada voz ativa, a voz natural
do português e, por isso, não pode ser considerada como resposta para essa questão.
Perceba que o sujeito, oculto no contexto, apresenta-se como agente da ação de oferecer.
no fato de que o sujeito é quem coloca a dispor a si mesmo. É uma voz de peguinha, dado
que utiliza o elemento “se”.
Alternativa E: incorreta. Nesse caso, temos mais uma vez uma oração escrita na voz ativa.
Como dito anteriormente, a voz ativa é considerada a voz natural da língua portuguesa e, por
isso, sempre ocorrerá em maior quantidade.
Gabarito: C
Comentários
Gabarito: B
Assinale, a seguir, a alternativa em que o par de versos deve ser entendido como ambíguo
dentro do contexto.
a) Vês tudo isso bem? Pois tudo é nada / À vista do teu rosto, Catarina.
d) Deixa o prado; vem cá, minha adorada: / Vês desse mar a esfera cristalina
Comentários
Gabarito: E
c) “parece que tinham saído à luz, não somente para a fecunda- ção vegetal mas também para
a beleza.”
e) “De manhã, quando chegava, aí pelas seis horas, já sabia todas as intriguinhas do
município.”
Comentários
A alternativa A está incorreta, porque o sujeito está posposto ao verbo, mas está
determinado. É classificado, inclusive, como composto, dado que é formado por “tiês
vermelhos” e “bando de coleiros”.
A alternativa B está correta, porque o verbo haver no sentido de existir não seleciona
sujeito em nenhuma situação. Perceba que, nesse caso, o sujeito é “classificado” como
inexistente, ou, ainda, oração sem sujeito. O bizu para esses casos é a substituição pelo
próprio verbo “existir”.
A alternativa E está incorreta, porque os sujeitos das formas verbais sabia e chegava
apresentam-se no contexto. Ainda que analisemos a oração em separado, esse sujeito seria
classificado como indeterminado e não como inexistente.
Gabarito: B
a) verbo impessoal, com complemento verbal direto; verbo com sujeito simples, com
complemento verbal direto.
b) verbo pessoal, com sujeito simples e sem complemento; verbo com sujeito indeterminado,
com complemento verbal direto.
c) verbo pessoal, com complemento direto e sujeito indeterminado; verbo com sujeito simples
e complemento verbal.
Comentários
Gabarito: A
d) Quieta no meu canto, eu pensava se algum dia um gênio me diria: “Pede de mim o que
quiseres.”
e) Essa história me fez meditar muito, e identifiquei-me com o sofrimento do patinho feio –
quem sabe se eu era um cisne?
Comentários
A alternativa A está correta, porque nesse caso, da mesma forma como ocorre no trecho
destacado no enunciado da questão, a partícula “se” está desempenhando a função de índice
de indeterminação do sujeito.
A alternativa B está incorreta, porque o pronome “se” é parte integrante do verbo que,
por isso, é chamado de “verbo pronominal”, muito comum na língua.
A alternativa C está incorreta, porque o pronome “se” é parte integrante do verbo que,
por isso, é chamado de “verbo pronominal”, muito comum na língua.
A alternativa D está incorreta, porque nesse caso temos o “se” funcionando como uma
conjunção integrante, visto que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
A alternativa E está incorreta, porque nesse caso temos o “se” funcionando como uma
conjunção integrante, visto que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
Gabarito: A
b) Há uma invasão de patinetes elétricas. O negócio começou em cidades dos Estados Unidos
e da Europa e atingiu o Brasil. (sujeito inexistente)
d) Um cronista, que vinha flanando pela rua Visconde de Pirajá em busca de assunto, escapou
por pouco de ser atropelado. (sujeito simples)
e) Se você tem um celular (e quem não tem?), é fácil aderir ao modismo. (sujeito
indeterminado)
Comentários
A alternativa E está correta, porque o sujeito, nesse caso, é um sujeito classificado como
simples, dado que temos o pronome interrogativo “quem” ocupando a posição de sujeito.
Como há somente um núcleo, esse sujeito é classificado como simples.
Gabarito: E
Os elementos “se” encontrados no trecho a seguir devem ser classificados de que maneira?
Comentários
• o medo que se origina: nesse caso, temos a partícula “se” funcionando como
uma partícula apassivadora, visto que podemos modificar a forma da voz passiva
da sintética para a analítica, construindo: o medo que é originado. Nesse caso,
continuamos tendo uma relação de voz passiva, mas com formas diferentes.
• se é que fomos equipados com eles: nesse caso, temos o “se” apresentando
classificação de conjunção subordinativa, visto que introduz uma oração
subordinada adverbial condicional. Perceba que temos uma classificação variada
para o elemento em questão, necessitando de atenção para a resolução desses
casos.
Gabarito: B
a) Devem existir muitas motivações para o ser humano não se colocar de forma corajosa
diante da certeza da morte. (Intransitivo)
b) O homem, que costuma ser tão dono de si, obedece a regras intrínsecas, como a certeza
da morte. (Transitivo indireto)
c) O pavor da morte, típico dos seres humanos, pode virar a vida do ser humano de cabeça
para baixo. (Transitivo direto)
d) Os seres humanos ficam sem reação diante da morte, como apresenta o pensador Zigmunt
Bauman. (Verbo de ligação)
e) Todos os seres humanos viram crianças quando se deparam com o medo da morte.
(Transitivo direto)
Comentários
A alternativa B está incorreta, porque o verbo ‘obedecer’, ainda que venha passando
por uma modificação de transitividade, principalmente quanto ao uso na oralidade, seleciona
um complemento introduzido por preposição, sendo classificado, segundo a norma culta,
como um verbo transitivo indireto.
A alternativa C está incorreta, porque, nesse caso, o verbo ‘virar’ apresenta a ideia de
que a vida do ser humano é colocada em outra posição. Ela estava de forma uma forma e, a
partir do ‘pavor da morte’, passa a ocupar uma outra posição. É como em um caso em que
temos a ideia de “o vento virou as folhas na calçada”, em que as folhas são simplesmente
viradas de posição.
A alternativa E está correta, porque o verbo ‘virar’, nesse contexto, não consegue
apresentar a significação de mudar de posição, como ocorre na alternativa C. Perceba que a
significação dele, nesse caso, é a de transformar-se e, por isso, temos a necessidade de
classificá-lo como verbo de ligação. Não se esqueça de que esse tipo de classificação
depende, essencialmente, de uma relação contextual e não de decoreba.
Gabarito: E
e) Sabe-se que Drummond foi, de longe, o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, porque a oração “atentar para os detalhes das orações e
de sua classificação” é o sujeito de ‘é’. Essa fórmula é uma das que sempre pede um sujeito
oracional, visto que temos verbo de ligação e predicativo do sujeito. Falta, apenas, nesse caso,
a construção de um sujeito.
A alternativa C está correta, porque o uso do verbo ‘sabem’, sem passivização e sem
sujeito contextual possível, gera, necessariamente, um sujeito indeterminado e a oração que
o sucede passa a funcionar como objeto direto do verbo.
A alternativa E está incorreta, porque, nessa alternativa, encontramos uma partícula “se”
apassivando o verbo transitivo direto “saber”. Notem que, como temos voz passiva, essa
precisa obrigatoriamente de um sujeito, o qual vem representado pela oração substantiva que
aparece em seguida.
Gabarito: C
a) Parece que teremos mais questões para resolução em nossa preparação para o vestibular.
b) Amanheceu tardiamente naquela bela cidade, por culpa das nuvens de chuva que tomavam
o céu.
c) As queimadas eram extremamente fortes em todo o Brasil e esperavam pelas chuvas para
seu fim.
d) Choveram, intensa e repetidamente, mensagens de apoio àquele jovem que lutava contra
a doença.
e) Sabia-se, com muita clareza, que todos os elementos envolvidos no problema seriam
colocados frente a frente.
Comentários
a) Em “Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese”, o termo
destacado desempenha a função sintática de objeto direto.
b) No trecho “A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio”, o termo
destacado desempenha a função sintática de adjunto adnominal de “sofrimento”.
c) Em “Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre – sempre – uma decepção”, o termo
destacado desempenha a função sintática de predicativo do elemento “uma cópia”.
d) No trecho “Mas toda tese fica no rodapé da história”, o termo destacado desempenha a
função sintática de adjunto adverbial de lugar.
e) Em “Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos
interessa e nada”, o termo destacado desempenha função sintática de objeto direto.
Comentários
Gabarito: B
Comentários
Alternativa B: incorreta. Nessa distratora, o uso do verbo virar funcionará como ponto
essencial para a resposta. Analisar a transitividade dele será necessária para que a questão
seja respondida e compreendida como alternativa incorreta. No caso, essa utilização aponta
para a intransitividade do verbo, fazendo com que ele não atenda à questão, em que temos
um verbo de ligação, dada a significação do contexto.
Gabarito: D
A partícula “se”, encontrada em “Não paira dúvida acerca da formalidade do ambiente nem
se questiona o grau de conhecimento da língua portuguesa do magistrado” tem a mesma
classificação sintática da encontrada em
a) Devem-se buscar soluções rápidas para os problemas apresentados.
Comentários:
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, como temos um verbo intransitivo, a partícula “se”
funciona como índice de indeterminação do sujeito, não como partícula apassivadora. Como
sempre destaco, a voz passiva só é possível em verbos transitivos diretos ou transitivos diretos
e indiretos.
Alternativa D: incorreta. Nesse caso, temos uma partícula “se” que desempenha a
nebulosa função de “partícula expletiva”, que não apresenta valor sintático algum.
Gabarito: A