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Centro Universitário Leonardo da Vinci

Curso Bacharelado em Agronomia

DANIEL GONÇALVES DE OLIVEIRA

(TURMA)

ANÁLISE DA CADEIA AGROINDUSTRIAL E DAS BOAS PRÁTICAS DE


FABRICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE TOMATE SOB IRRIGAÇÃO

SANTA HELENA DE GOIÁS


2024
DANIEL GONÇALVES DE OLIVEIRA

ANÁLISE DA CADEIA AGROINDUSTRIAL E DAS BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS


NA PRODUÇÃO DE TOMATE SOB IRRIGAÇÃO

O Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à disciplina de Projeto de TCC – do
Curso de Agronomia – do Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como
exigência parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.

Orientadora: Cristiane Scheidegger Laia Maia


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................4

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA.................................................................................................................5

3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A ÁREA ESCOLHIDA.............................................6

4. JUSTIFICATIVA....................................................................................................................................6

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................................................6

6. OBJETIVOS DA PESQUISA....................................................................................................................6

7. METODOLOGIA DE PESQUISA.............................................................................................................7

8. RESULTADOS ESPERADOS....................................................................................................................7

REFERÊNCIAS..........................................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO

De acordo com dados da EMBRAPA (2021), o estado de Goiás está na vanguarda


da produção de tomate, com uma participação de 29,9%, seguido por São Paulo com 23% e
Minas Gerais com 13%. A região goiana é reconhecida pela sua produção diversificada na
agricultura e hortaliças em geral. O método de plantio direto tem sido amplamente adotado
nos sistemas de sequeiro há algum tempo e Goiás está avançando rapidamente na adoção
do cultivo na palha para hortaliças. Atualmente, cerca de metade da área destinada ao
tomate para processamento, 20% de abóbora hibrida e 10% da cebola no país são
cultivados através do plantio direto.
A produção agrícola de tomate em Goiás é impulsionada por vários fatores, como a
disponibilidade de água, o uso de tecnologia avançada nas plantações, condições
favoráveis ao cultivo do tomate rasteiro e uma localização estratégica para distribuição da
produção. Manter níveis adequados de água ao longo do ciclo de cultivo é essencial para
altas produtividades. Tanto o excesso quanto a falta de água no solo podem afetar a
qualidade dos frutos e aumentar gastos no processo de produção. O tomateiro, planta
herbácea da família das solanáceas, pode ser conduzido de diversas formas dependendo
do destino dos frutos, seja para consumo in natura ou processamento. A deficiência de água
é um dos principais fatores que impactam a produção de tomates, afetando diretamente o
rendimento e a qualidade dos frutos. Na cultura do tomate industrial, os produtores muitas
vezes diversificam suas plantações devido à necessidade de rotação de culturas e aos
desafios associados ao cultivo contínuo do tomate em uma mesma área (SCHWARZ, 2013).
O tomate (Solanum lycopersicum L.) é a segunda hortaliça mais significativa em
termos de produção, ficando atrás apenas da batata (IBGE, 2016). Por ser um vegetal, tem
uma relevância econômica considerável, com um volume de produção correlacionado ao
seu valor. Em 2016, estima-se que a produção brasileira de tomate tenha alcançado cerca
de 3,7 milhões de toneladas, em uma área de aproximadamente 77,89 mil hectares (IBGE,
2016). Aproximadamente 70% desse tomate é consumido fresco, enquanto o restante é
destinado ao processamento agroindustrial para a produção de polpa, molhos, extrato,
ketchup, sucos e outros produtos derivados.
Pedroso e Michereff (2021) afirmam que o cultivo do tomateiro em condições
tropicais enfrenta diversos problemas devido à incidência de pragas e doenças. Para a
produção de tomate de mesa, há um conjunto de recomendações baseadas em pesquisas
agronômicas. Em geral, entre as diversas práticas convencionais, recomenda-se adubar
conforme os resultados da análise do solo; utilizar cultivares híbridos resistentes a doenças;
optar por mudas produzidas por viveiristas profissionais; realizar a rotação de culturas; evitar
o manuseio de plantas saudáveis após o contato com plantas infectadas; desinfetar
bandejas de mudas, máquinas, tratores, ferramentas e mãos; irrigar por gotejamento
conforme a umidade do solo; adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP); e eliminar os
restos culturais imediatamente após a última colheita. O manejo fitossanitário com
agrotóxicos é amplamente utilizado.
Nesse contexto, Pedroso e Michereff (2021) também mostram como é crucial adotar
o manejo integrado de pragas (MIP) para promover o uso racional de agrotóxicos, bem
como implementar um conjunto de boas práticas agrícolas, que são medidas recomendadas
há anos pelo serviço público de assistência técnica. No entanto, os produtores
frequentemente as evitam, julgando que "dão muito trabalho" e requerem a contratação de
mais empregados, além de demandarem mais tempo de dedicação em comparação ao uso
preventivo de agrotóxicos.
Além da baixa adoção do MIP, há vários outros problemas na condução da atividade.
É comum que haja proximidade entre os plantios de tomate em diferentes ciclos de
produção, com um plantio começando logo após o término do anterior. Também são
observadas inadequações no sistema de irrigação, uso de mudas de baixa qualidade,
permanência de restos culturais no campo e uso intensivo e desnecessário de defensivos
agrícolas, entre outros problemas (PEDROSO E MICHEREFF , 2021).
Como característica peculiar no maior estado produtor do Brasil, Goiás possui uma
legislação estadual que restringe o cultivo de tomate para processamento industrial a uma
época específica do ano, sob pena de multa e destruição da lavoura. A Instrução Normativa
nº 06/2011 da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) permite o transplantio
de mudas de tomate para processamento industrial apenas de 1º de fevereiro a 30 de junho,
como uma estratégia de manejo integrado da mosca-branca (Bemisia tabaci). Em
Morrinhos, um município com grande produção, há uma legislação municipal ainda mais
restritiva, permitindo o transplantio apenas de 15 de fevereiro a 15 de junho. Em outros
municípios com maior cultivo, a legislação estadual também se aplica ao cultivo de tomate
para mesa (AGRODEFESA, 2011).
Goiás se destaca no cultivo de tomate rasteiro destinado à produção de atomatados
(molhos e extratos), com uma média de 92.394 kg/hectare, representando 28,9% da
produção nacional, seguido por São Paulo com 25,6% da produção (IBGE, 2021). A cadeia
produtiva do tomate industrial em Goiás é caracterizada por relações contratuais entre
produtores e agroindústrias, que fornecem insumos, assistência técnica e garantem a
comercialização, enquanto os produtores fornecem produtos de qualidade conforme os
termos contratuais, arcando com os riscos da produção e custos operacionais. A indústria
supervisiona a produção desde o plantio, definindo os insumos a serem utilizados. Isso
garante à indústria um suprimento de produto com preços reduzidos e menores riscos, e aos
produtores, a utilização de boas práticas, tecnologia, facilidade de comercialização,
transporte e preço.

A adoção de práticas voltadas à integridade na cadeia produtiva do tomate industrial


em Goiás promoverá uma maior integração entre os diversos elos, adotando padrões éticos
de atuação. Isso facilitará a identificação e tratamento de riscos e permitirá o aproveitamento
de oportunidades decorrentes do incremento da reputação do setor. Além disso, facilitará a
adaptação aos regulamentos e normas nacionais e internacionais, envolvendo toda a cadeia
produtiva no processo (NASCIMENTO, WANDER E FARIA (2020)
A implementação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) deve ser incorporada para
aprimorar as práticas diárias de uma fábrica. São necessárias para identificar, avaliar e
controlar potenciais riscos à segurança alimentar, garantindo a qualidade dos alimentos,
conforme Sousa (2018). Ações corretivas e preventivas são benéficas em qualquer
seguimento de negócio e são requisitos essenciais para garantir alimentos livres de
contaminação e seguros para o consumo. É importante desde a recepção da matéria prima
até a distribuição dos produtos ao consumidor final. Com a aplicação das Boas Práticas de
Fabricação, a empresa pode reduzir custos operacionais, aumentar a competitividade no
mercado, minimizar perdas de matéria prima e evitar retrabalho. Além disso, os
Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de
Controle (APPCC) são ferramentas essenciais para garantir a conformidade dos produtos na
agroindústria. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) regulamenta a
implementação do programa APPCC em indústrias de alimentos.
No contexto da cadeia de produção industrial do tomate, essa cultura é
economicamente relevante para a indústria alimentícia e o agronegócio, tanto nacional
quanto internacionalmente, fornecendo produtos prontos para consumo e insumos para
outras cadeias. No contexto peculiar, uma época de safra de tomate coincide com uma
escassez de forragens de qualidade, levando à utilização de alimentos volumosos como
silagens e feno para ruminantes.
No sistema de tomate para processamento, se incluem formas de contratos de
compra e venda que regulam a cadeia produtiva, sua produtividade, o processo produtivo e
o manejo dos recursos naturais disponíveis. Os produtos derivados do tomate, considerados
commodities, estão sujeitos a variações de preço devido a fatores climáticos, estratégicos,
demanda de mercado e estoques. Para garantir a sustentabilidade, é essencial que tanto o
setor produtivo quanto o de processamento incorporem tecnologias que reduzam custos,
aumentem a produtividade e melhorem a qualidade dos produtos de forma sustentável,
garantindo lucratividade a todos os envolvidos no agronegócio do tomate para
processamento (PONTES et. al., 2017).
O objetivo deste estudo consistirá em examinar a situação atual da cadeia
agroindustrial do tomate, considerando o sistema implementado nas regiões produtoras de
Goiás. Será dado enfoque à produção agrícola primária, à indústria de processamento, à
interligação entre esses dois estágios produtivos por meio da integração e,
consequentemente, aos impactos desse processo no desenvolvimento sustentável das
áreas onde a cultura do tomate industrial está presente.

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA

O presente trabalho intitulado Análise da Cadeia Agroindustrial e das Boas Práticas


De Fabricação na Produção de Tomate sob Irrigação é relevante pois irá direcionar a
pesquisa sobre as fases da cadeia agroindustrial, pontos fortes e pontos de controle,
mostrando como é importante as Boas Práticas de Fabricação e os impactos em geral
desse tipo de cultura.
O tomate (Solanum lycopersicon L.), originário da América do Sul, é a segunda
hortaliça mais cultivada no mundo. Nos últimos 20 anos, a produção global cresceu
significativamente devido ao aumento do consumo de tomates frescos e processados,
impulsionado pela demanda por alimentos industrializados e semiprontos. Recentemente,
esse crescimento também foi influenciado por novos padrões alimentares que valorizam
produtos frescos e funcionais (SOUSA NETO, 2019). O tomate é um dos produtos mais
importantes para a economia brasileira e a hortaliça mais relevante economicamente para o
estado de Goiás e, atualmente, lidera a produção nacional de tomates, com uma
produtividade média estimada em 90,03 t/ha em 2020, seguido por São Paulo, Minas Gerais
e Bahia. Esses estados respondem por 72,12% da produção nacional de tomates, com as
seguintes participações na produção de tomates para processamento e consumo fresco:
29,20%, 22,44%, 13,14% e 7,34%. A Tabela 1 apresenta um comparativo da produção total
em toneladas nas safras de 2019 e 2020 (IBGE, 2020).

Tabela 1 – Comparativo do total de toneladas produzidas nas safras 2019 e 2020 (mesa e
industrial)
Produção 2019 2020 Variação (%)
Brasil 4 075 890 3 939 075 -3,4
Centro-Oeste 1 324 754 1 286 496 -2,9
Goiás 1 290 134 1 253 584 -2,8
São Paulo 860 600 871 000 1,2
Minas Gerais 523 525 505 423 -3,5
Fonte: IBGE (2020)
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A ÁREA ESCOLHIDA.

Sendo um dos produtos mais comercializados no país, sua relevância na “mesa do


brasileiro” é alta. Entender como funciona, desde o manejo até chegar ao produto final é
algo muito importante.
As empresas de atacado vendem principalmente para supermercados de pequeno e
médio porte, restaurantes, quitandas, feirantes, atacadistas e verdurões. Com o tempo,
perceberam que o mercado se tornou mais sofisticado, devido ao aumento da renda dos
consumidores, e optaram por se especializar na comercialização de hortaliças específicas.
Muitas dessas empresas classificam, lavam e embalam os tomates, agregando valor ao
produto. Algumas empresas de atacado financiam os produtores de tomate, pagando às
revendas de insumos, que são descontados após a colheita. Muitos contratos são feitos de
maneira informal, baseados na confiança, com os caminhoneiros contratados para o
transporte dos tomates levando a nota de pagamento. A negociação de compra e venda,
incluindo quantidade e época de entrega, foi facilitada pelo uso difundido do aplicativo
WhatsApp, amplamente utilizado por todos os participantes da cadeia produtiva. Em
contratos formais entre produtores e grandes redes de supermercados, é comum a
contratação de consultorias para verificar processos de manipulação do produto e aspectos
sanitários e trabalhistas. A demanda por produtos embalados, higienizados, diferenciados,
funcionais e orgânicos está crescendo.
O cultivo de tomate em condições tropicais enfrenta inúmeros problemas devido à
incidência de pragas e doenças. Pesquisas agronômicas recomendam várias práticas para a
produção de tomate de mesa, incluindo adubação baseada na análise do solo, uso de
cultivares híbridos resistentes a doenças, aquisição de mudas de viveiristas profissionais,
rotação de culturas, evitar manuseio de plantas saudáveis após tocar em plantas infectadas,
desinfecção de bandejas de mudas, máquinas, tratores, ferramentas e mãos, irrigação por
gotejamento de acordo com a umidade do solo, e implementação do Manejo Integrado de
Pragas (MIP), além da eliminação dos restos culturais após a última colheita. O cultivo de
tomate exige manejo complexo e mão de obra qualificada, o que representa um desafio
crescente devido à escassez de mão de obra qualificada no campo e ao alto custo quando
disponível, aumentando o custo de produção. Além disso, os gastos com insumos agrícolas
são significativos, e há custos adicionais, como transporte. Por exemplo, o custo de
produção de tomate no Distrito Federal varia entre R$82.000,00 e R$108.000,00 por
hectare, enquanto os custos de produção de hortaliças folhosas, como agrião, alface,
brócolis, coentro, couve-flor e couve, variam entre R$15.000,00 e R$30.000,00 por hectare,
e os custos de abóbora, batata-doce e beterraba variam entre R$8.000,00 e R$17.000,00
por hectare (Emater-DF, 2020).
Outro ponto importante é a falta de mecanismos para proteger os produtores contra
as oscilações de preços, que ocorrem devido ao grande número de produtores e regiões
produtoras, sejam elas de maior expressão ou destinadas apenas aos mercados locais e
regionais. A situação se agrava quando tomates destinados à indústria de processamento
são vendidos como tomates de mesa. Um entrevistado destacou que a volatilidade dos
preços prejudica a continuidade da produção: "[O tomate] não tem um preço estável. Então
a diferença do preço baixo para o preço mais alto é muito grande, e isso no mesmo mês.
Então você tem uma flutuação muito grande de preço, o que não contribui para a questão de
organização da produção. Você não consegue se programar em função do preço. O preço
pode estar cem reais hoje e amanhã estar a vinte. Então o produtor não tem essa segurança
com a cultura do tomate." O tomate é uma fruta delicada que apodrece facilmente,
impossibilitando seu armazenamento prolongado. Mesmo com o preço baixo, é necessário
vender rapidamente. Além disso, o tomate passa por muita manipulação desde o produtor
até o consumidor final, aumentando o risco de contaminação biológica e descartes elevados
devido a danos causados durante o manuseio.
Recentemente, a Instrução Normativa Conjunta nº 2 de 2018, emitida pelo Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Anvisa, estabeleceu procedimentos para a
rastreabilidade na cadeia produtiva de produtos vegetais frescos, visando ao monitoramento
e controle de resíduos de agroquímicos em todo o território nacional. Algumas grandes
redes de supermercados já exigiam esses níveis de controle, e os produtores de tomate
para mesa no Distrito Federal, que já utilizam muita tecnologia, encontram dificuldades para
atender a essas demandas. Com isso, a nova normatização pode forçar os produtores a
melhorarem a gestão da produção ou, caso contrário, levar à sua exclusão do mercado.

4. JUSTIFICATIVA

A espécie Lycopersicon esculentum, conhecida como tomateiro, é cultivada


comercialmente. Embora seja uma planta perene, é cultivada anualmente. O tomateiro
possui um formato arbustivo, caule ereto e herbáceo, com crescimento determinado (sem
dominância apical) ou indeterminado (com dominância apical na haste principal). O bom
desenvolvimento e a produtividade do tomateiro em ambientes protegidos dependem de
vários fatores, como nutrição, irrigação, temperatura, umidade do ar, concentração de CO²,
luminosidade, e a escolha da cultivar ou híbrido. O tomateiro tolera temperaturas entre 10 e
34ºC, sendo a faixa ideal entre 15 e 25ºC. Com essas informações, é possível manejar a
abertura e fechamento das estufas e planejar a produção nas épocas mais propícias do ano.
A umidade relativa do ar (URA) ideal em ambientes protegidos é em torno de 60%. Umidade
relativa alta (acima de 70%) durante o inverno pode favorecer doenças fúngicas e
bacterianas, enquanto baixa umidade e altas temperaturas no verão podem aumentar a
transpiração e reduzir a polinização, causando abortamento de flores. Com esses
conhecimentos sobre o impacto do clima na produção, é possível tomar decisões sobre a
estrutura de produção, altura do pé direito da estufa, ventilação, necessidade de telas de
sombreamento e sistemas de nebulização, além de determinar as melhores épocas para o
plantio.
A luminosidade é crucial para o tomateiro, sendo necessárias nove horas diárias de
luz moderada ou uma intensidade luminosa acima de 0,86 MJ/m² para boa produtividade.
Baixa luminosidade pode resultar em falta de polinização.
O tomateiro é uma das espécies que mais recebe investimentos em melhoramento
genético, visando obter plantas mais resistentes a diferentes sistemas de cultivo. O
melhoramento foca em aspectos como estrutura foliar, cobertura dos frutos, resistência ao
manuseio e transporte, diversidade de cores, intensidade de sabor e tamanho dos frutos.
Para produzir frutos de tamanho e qualidade padrão, a técnica de desbrote, na
Figura 1, que consiste na retirada de brotos nas axilas das folhas, é essencial. Essa prática
melhora a ventilação entre as plantas, facilita a polinização e melhora o padrão dos frutos.
Além do desbrote, a seleção de frutos na penca é usada para padronizar os tomates caqui
ou gaúcho, retirando frutos defeituosos e deixando um número específico de frutos por
penca para garantir firmeza, resistência e coloração intensa.
No estado de Goiás, 100% da cultura do tomate é irrigada, e quase toda a produção
industrial utiliza aspersão por pivô central (MAROUELLI et al., 2012). Para aumentar a
produtividade e a qualidade, o período seco (abril a setembro) é ideal para o cultivo do
tomate industrial, devido ao melhor controle fitossanitário, desde que haja disponibilidade
hídrica para a irrigação.

Figura 1 – Boas Práticas Agrícolas na produção de tomate (desbrote e seleção de frutos)


Fonte: Embrapa (2020)

Uma indústria de produtos derivados de tomate e sua plantação em si, ajudam e


impactam na prática agronômica. É necessário aliar produtividade, a sustentabilidade e
eficiência nesse tipo de agricultura.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Brasil é o maior produtor de tomate da América do Sul, com Goiás sendo o


principal produtor brasileiro. Também é produzido no Distrito Federal, onde existem dois
principais tipos de produtores de tomate para mesa: aqueles que cultivam em ambientes
protegidos e aqueles que cultivam em campo aberto. No cultivo protegido, o investimento
em infraestrutura é maior. As estufas visam minimizar os riscos que podem afetar a
produção, aumentar a precisão no uso de insumos e água, e diminuir a sazonalidade da
oferta. Já a produção em campo aberto é mais vulnerável, mas oferece maior flexibilidade
em termos de espaçamento entre plantas e rotação de culturas (Oliveira, 2014).
A produção de tomate no Brasil é distribuída entre vários estados, exceto Acre e
Amapá, que não cultivaram a cultura em 2020 (IBGE, 2020). Goiás é o maior produtor de
tomate do país, abrigando as maiores indústrias processadoras de tomate, com 57,88% da
produção nacional (IBGE, 2020). Devido às características morfológicas do fruto, as áreas
de produção de tomate para processamento industrial são sempre próximas às indústrias
processadoras. As cidades de Goiânia e Nerópolis, por exemplo, não cultivam tomate para
processamento industrial, mas possuem grandes indústrias processadoras: em Goiânia, a
indústria Cargill, e em Nerópolis, a indústria Heinz.
Na tomaticultura voltada para o processamento industrial, há uma significativa perda
de qualidade dos frutos após a colheita. Moura e Golynski (2018) analisaram os pontos
críticos desde a colheita até a chegada na indústria processadora e identificaram que o
maior gargalo ocorre no período de espera entre a chegada à indústria e a entrada na planta
industrial. Esse período não deve exceder dez horas, pois o fruto continua a respirar, e a
exposição a altas temperaturas deve ser evitada para prevenir a perda de massa fresca e
alterações nas membranas celulares, o que reduz o valor pago no momento da pesagem.
Portanto, é crucial minimizar o tempo entre a colheita e a entrada na indústria para preservar
as características físicas e químicas dos frutos. Assim, as indústrias processadoras estão
localizadas no município de cultivo ou em municípios próximos para reduzir as perdas ao
mínimo.
A cadeia produtiva do tomate de mesa envolve diversos participantes, incluindo
indústrias de adubos químicos, defensivos agrícolas, maquinários, entre outros. A maioria
desses produtos é comercializada em revendas de insumos agropecuários. As indústrias
desse setor estão cada vez mais concentradas e sediadas principalmente em países
desenvolvidos, com filiais no Brasil. Muitas empresas de sementes estabelecem contratos
de produção com produtores de sementes, enquanto empresas menores fornecem algumas
sementes para garantir a completude dos portfólios. Essas sementes são submetidas a
testes de sanidade em todas as fases de produção, realizadas em seus laboratórios ou
terceirizadas para análises específicas. Algumas empresas especializadas são contratadas
para agregar valor às sementes. Em geral, os produtores de tomate para mesa adquirem
insumos agrícolas em revendas ou através de visitas de promotores de vendas. Alguns
agricultores compram suas mudas de produtores especializados, que também consomem
sementes, adubos, agrotóxicos e outros insumos, fazendo parte desta cadeia produtiva.
A cadeia agroindustrial do tomate em Goiás deve ser analisada levando em
consideração a produção primária, a indústria processadora e o relacionamento entre esses
setores. A integração entre esses níveis produtivos impacta diretamente o desenvolvimento
sustentável das regiões onde a cultura do tomate industrial é cultivada e para sua produção
de tomate em escala, além das estufas, é necessário construir instalações para recebimento
de insumos, lavagem, processamento, embalagem e armazenamento dos produtos. No
estado de Goiás, há uma concentração de agroindústrias dedicadas ao processamento de
tomate industrial, que se beneficia de condições ideais para seu crescimento, como a
qualidade e diversidade da matéria-prima, incentivos fiscais, localização estratégica para
distribuição e proximidade de grandes mercados consumidores, entre outros fatores
(DIEESE, 2010).
Adotar Boas Práticas Agrícolas (BPA), desde o plantio até a colheita, de acordo com
Machado (2007), ajuda a minimizar a contaminação química, física e biológica,
proporcionando alimentos mais seguros para os consumidores. O tomateiro é uma planta
popular, conhecida por sua versatilidade culinária e valor nutricional, sendo essencial para a
economia e saúde humana. Estudos sobre o uso de insumos biológicos, como bactérias
promotoras de crescimento, têm mostrado benefícios no crescimento e produtividade das
plantas de tomate destinadas ao processamento industrial.
É essencial pesquisar e desenvolver cultivares de tomate que atendam as demandas
da indústria, visando facilitar os processos de cultivo e colheita, garantindo maior eficiência e
qualidade nos produtos finais. A constante busca por práticas sustentáveis na produção de
tomate é crucial para garantir um cultivo seguro e eficiente. O tomate, composto
principalmente por água, carboidratos, proteínas, gorduras e sais, é altamente perecível e
sensível durante a colheita e o transporte, o que pode ocasionar perdas significativas em
quantidade e qualidade.

6. OBJETIVOS DA PESQUISA

Objetivo Geral:
O objetivo deste Projeto de TCC é pesquisar sobre o cultivo de tomate e o impacto
de sua cadeia industrial, desde o plantio, manejo, colheita e transformação em produto e
como o conhecimento de um agrônomo pode potencializar essa produção e gerar mais
benefícios e lucros.

Objetivos Específicos:
Realizar uma revisão bibliográfica abrangente com uma análise confiável e detalhada da
cadeia industrial do tomate e a importância das boas práticas agrícolas nesse cultivo e suas
fases de processamento e produtos derivados. Fazer um levantamento detalhado sobre as
práticas de cultivo do tomate em Goiás e entender a importância das BPA (Boas Práticas
Agrícolas)

7. METODOLOGIA DE PESQUISA

Para atender os objetivos propostos, será realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema
para conseguir uma junção dos principais assuntos relacionados ao processamento e
cadeia agroindustrial do tomate. A base desta pesquisa será feita em periódicos online,
principalmente na base SciELO. Os dados serão coletados através de outras pesquisas,
extraindo os dados mais importantes, analisando os dados e selecionando os melhores
artigos.

REFERÊNCIAS
AGRODEFESA - AGÊNCIA GOIANA DE DEFESA AGROPECUÁRIA. Instrução
Normativa nº 06 de 14 de junho de 2011. Diário Oficial do Estado, Goiânia, ano 174, n. 21.
125, p. 4-5, 14 jun. 2011.
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RECOMENDAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS AGROPECUÁRIAS E FABRICAÇÃO NA
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