Conceitos e Subdivisoes Da Biogeografia

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1. CONCEITO E SUBDIVISÃO DA BIOGEOGRAFIA


Dentre os conceitos de Biogeografia se destacam:

- Biogeografia – Bio=Vida – Geo=Terra – Grafia= estudo.

É a parte da Geografia que estuda a distribuição dos seres vivos na


superfície da Terra.
Este é o conceito mais tradicional da Biogeografia envolvendo a
distribuição dos seres vivos na superfície da Terra.

- É o estudo das plantas e animais na superfície da Terra, suas


repartições, seus agrupamentos e suas relações com outros elementos do
mundo físico e humano.(ELHAI, 1968).

- A Biogeografia tem por objeto o estudo da distribuição dos seres vivos


na superfície do globo e põem em evidência as causas que regem essa
distribuição. Deste modo, a causa da amplitude e da diversidade dos
fenômenos que deve abordar para alcançar este objetivo, as vezes
descritivo e explicativo, esta ciência se relaciona não somente com a
Geografia, mas também com diversas disciplinas como a Botânica,l a
Zoologia, a Pedologia ou a Climatologia. Assim, a Biogeografia apresenta
um caráter de ampla ciência de síntese, isto é, a partir de dados analíticos
postos a seu alcance por diferentes especialistas, é possível deduzir dentre o
conjunto de casos particulares que oferece ao mundo vivo, certas leis
fundamentais da distribuição dos organismos. Portanto, para alcançar um
compreensão geral da biosfera, o Biogeógrafo procura compreender as
relações dos seres vivos com seu meio, isto é, com as condições climáticas,
edáficas e bióticas que os rodeiam.(LACOSTE , SALANON, 1973, p.15).

- Pesquisa as razões da distribuição dos organismos, das comunidades


vivas (Biocenoses) e dos ecossistemas nas paisagens, países e continentes
do mundo.(MUELLER, 1976).

- Estuda as interações, a organização e os processos espaciais, dando


ênfase aos seres vivos – vegetais e animais – que habitam determinado
local: o Biotopo – onde constituem Biocenoses. (TROPPMAIR, 1976).

- É a descrição do estudo da biosfera e dos efeitos do homem sobre as


plantas e os animais e dos sistemas ecológicos dos quais estes fazem
parte.(SIMMONS, 1982, p.3).

- É ciência que se preocupa em documentar e compreender modelos


espaciais de biodiversidade. É o estudo da distribuição dos organismos,
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tanto no passado quanto no presente, e dos padrões de variação ocorridos


na Terra, relacionados à quantidade e aos tipos de seres vivos.(BROWN ,
LOMOLINO, 2006, p.3).

Em todas estas definições, a Biogeografia está associada ao enfoque


espacial, fato que a diferencia da Biologia, da Botânica, da Zoologia e da
Ecologia.
A Biogeografia pode ser dividida em:

1. Fitogeografia – estuda a distribuição das plantas na superfície da Terra.

2. Zoogeografia – estuda a distribuição dos animais na superfície da Terra.

Essas duas subdivisões podem ser desdobradas em:

a1) Biogeografia Florística –Faunística – estuda a distribuição geográfica e


as causas da ocorrência de determinada espécie vegetal ou animal em um
espaço. Ex: Onde e por que a espécie “X” é encontrada.

a2) Biogeografia Sociológica – se divide em Fitossociologia e


Zoosociologia – estuda as espécies que participam de determinada
biocenose ou ecossistema. Ex: Que vegetais e/ou animais ocorrem em
determinada mata, lago ou andar vegetal?

a3) Biogeografia Histórica – se subdivide em Fitogeografia e Zoogeografia


Histórica – estuda as causas da atual distribuição, a diferenciação e a
extinção de espécies da flora e da fauna. Ex: Como se deu a evolução da
espécie “X” na América do Sul?

a4) Biogeografia Fisionômica – estuda os aspectos fisionômicos dos seres


vivos, ou seja, sua expressão no mosaico (aparência, forma) da paisagem.
Ex: A vegetação é densa ou aberta?

a5) Biogeografia Econômica – se divide em Fitogeografia e Zoogeografia


Econômica – estuda o valor e o aproveitamento econômico das espécies da
Flora e da Fauna. Ex: Qual é o valor de determinada mata que abriga esta
ou aquela espécie?

a6) Biogeografia Regional – se divide em Fitogeografia e Zoogeografia


Regional – estuda as espécies vegetais e animais que ocorrem em
determinada região ou Geossistema integrando o mosaico da paisagem. Ex:
Quais espécies da flora e fauna que ocorrem em determinada região ou
área.
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a7) Biogeografia Médica – estuda a distribuição e a causas da ocorrência de


pragas e moléstias. Ex: Onde, como e por que uma praga ou moléstia
ocorre em determinado espaço?

a8) Biogeografia Ecológica – estuda as inter-relações dos seres vivos com


as condições geoecológicas do meio ambiente em determinado espaço. Ex:
Qual é a relação da água do solo com a mata galeria.

a9) Biogeografia Antrópica ou Social – estuda a distribuição e as causas dos


impactos ambientais da atividade humana na superfície da Terra.

A Biogeografia Antrópica e Social e a Biogeografia Ecológica por


trabalharem com os problemas ambientais do momento são as de maior
interesse e aceitação.

2. IMPORTÂNCIA DA BIOGEOGRAFIA PARA A GEOGRAFIA


A Biogeografia por considerar os seres humanos como integrante do
ecossistema/geossistema como agente transformador que retira sua
manutenção deste, retirando o caráter de seres humanos como agente de
interferência mais: o caráter multidisciplinar; o desenvolvimento e
aplicação de novas tecnologias (uso de sensores remotos, Sigs,
Geoprocessamento, Computadores e Geoestatística) e o crescimento da
importância dos estudos dos impactos humanos na superfície da Terra
levaram a Biogeografia a uma posição de relevância entre as Ciências do
meio ambiente.

3. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS


A Biogeografia no seu desenvolvimento ao estudar o meio ambiente
utiliza-se de uma série de metodologias que variam conforme o objetivo do
trabalho a ser executado. Assim, vai-se do uso de imagem de satélite para a
quantificação do impacto ambiental de uma mata galeria até a aplicação de
um questionário sócio econômico ambiental junto aos proprietários rurais
destas matas para saber-se como eles a utilizam e o que pensam delas.
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4. EVOLUÇÃO, CAMPO E TENDÊNCIAS ATUAIS DA


BIOGEOGRAFIA

a) Evolução

- Início – 372 a 288 AC


- Observações de animais – 1181 e 1193
- Século XVI – Navegações – avanço – Botânica
- Zoologia
- Humboldt – Fisionomia da Vegetação – 1769 a 1859
Fundamentos da Fitogeografia – Considerado o Pai da Fitogeografia

BRASIL

- Naturalistas Europeus-
. Viajantes - Saint Hillaire (1799 a 1853)
Spix (1781 a 1826)
Von Martius (1794 a 1868) – distribuição da
Vegetação Bras.
“Flora Brasiliensis” – 40 volumes.
Warming – Final do séc. XIX – estudos em Lagoa
Santa-MG.
Wettsein (1904)
- Sampaio (1929)
Fitogeografia do Brasil
- Maack (1950) – vegetação do estado do Paraná
- Mello Leitão (1945) – Zoogeografia do Brasil

- Escola Brasileira
. 1934 – Criação da Fac. de Filosofia da Universidade de São Paulo
. 1937 – Criação do Conselho Nacional de Geografia
. Botânicos – Rawistwher (1944)
Ferri ( Mário Guimarães) – pioneiro de trabalhos de Ecologia
no Brasil
. Conselho Nacional de Geografia
Trabalhos de: Santos (1953)
- Vegetação Geral do Brasil
Kuhlmann (1953)
Romariz (1953, 1955) – Aspectos Regionais
Dansereau(1948) – Níveis da Biogeografia
Waibel (1948) – Capítulos de Geografia Tropical
Hueck (1953) – Vegetação da Serra do Mar
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- Hoje – Presença de vários Centros de Pesquisa de Flora e Fauna


. USP – Ab’Saber – Paleoclimas
- Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos do
Brasil e América do Sul

. UNESP – Troppmair – Biogeografia Ecológica

b) Campo
Estuda a Geobiocenose (sistema de interações – abióticos e bióticos)
numa visão horizontal, ou seja, a distribuição, a estrutura, a dinâmica
espacial que envolve os componentes abióticos e bióticos. E também pode-
se considerar em decorrência da intensificação da atividade humana na
superfície da Terra os problemas ambientais.

c) Tendências Atuais da Biogeografia


Abordagem integrada e sistêmica dos seres vivos com o meio ambiente.
Desenvolvimento de abordagens integrativas entre os seres abióticos e bi
óticos incluindo neste último os seres humanos.
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5. A ESTRUTURA DO SISTEMA MEIO AMBIENTE


Conceitos Básicos

a) Ecologia - palavra criada pelo biólogo alemão Ernest Haeckel em


1866 - derivada de dois vocábulos grego - oikos (casa) e logos(estudo).
Ecologia significa o estudo da casa ou, em outras palavras, o estudo do
lugar onde se vive. Assim, esta ciência estuda as relações que ocorrem
entre os seres vivos e entre estes e o meio ambiente.

b) Ecossistema - sob o ponto de vista biológico e ecológico considera os


organismos e o ambiente como uma unidade operacional básica.

Tansley(1935) criador do termo Ecossistema.

FOSBERG (1963) "é um sistema de interações em funcionamento


composto de um ou mais organismos vivos e seus ambientes reais, tanto físicos
como biológicos".

ODUM(1958) - definiu o Ecossistema como um conjunto das comunidades


vivas de uma região mais as coisas sem vida.

Ecossistema - Eco = Casa


- Sistema = Sistema Sistema Casa

c) Meio Ambiente - "é o conjunto de elementos favoráveis ou


desfavoráveis que cercam determinado ser vivo, como luz, calor, ventos,
chuvas, condições edáficas (relativas ao solo) e a presença de outros seres
vivos".(PINHEIRO;MONTEIRO, 1992, p.2).
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"Conjunto de todas as condições e influências externas circundantes, que


interagem com um organismo, uma população, ou uma
comunidade".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 120 e 121).

d) Poluição - "efeito que um poluente produz no


ecossistema"(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138).

- " mudança indesejável no ambiente, geralmente a introdução de


concentrações exageradamente altas de substâncias prejudiciais ou
perigosas, calor ou ruído. A poluição refere-se geralmente aos resultados da
atividade humana, mas as erupções vulcânicas e a contaminação de um
corpo de água por animais mortos ou por excrementos de animais são
também poluição".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS
AMBIENTAIS, 1998, p.419).

Tipos de Poluição - Poluição Agrícola - "aquela proveniente de dejetos


sólidos e líquidos de todos os tipos de agricultura, incluindo enxurrada de
pesticidas e fertilizantes, erosão e poeira de solo arado, fezes e carcaças de
animais, resíduos de safras e detritos diversos".(GLOSSÁRIO DE
ECOLOGIA, 1987, p. 138). Poluição Química - "aquela em que o poluente
é um elemento ou substância ou uma mistura química".(GLOSSÁRIO DE
ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição Sólida - "aquela em que o poluente é
um material sólido, tipicamente metal, plástico, entulho, vidro e
sedimento". (GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição
Sonora - "aquela produzida por ruídos excessivos durante um período
prolongado".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição do Ar
- "contaminação do ar por substâncias que interferem direta ou
indiretamente na saúde e conforto humanos, diminuem a segurança pela
redução da visibilidade, ou prejudicam a propriedade corroendo o metal ou
a pedra. Embora a poluição do ar seja produzida geralmente pela atividade
humana, inclui também substâncias naturais como pólen, poeira e emissões
vulcânicas".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS
AMBIENTAIS, 1998, p.419).

e) Degradação - "Deterioração de substâncias por ação


biológica".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 52).
Degradação Ambiental - "processo gradual de alteração negativa do
ambiente resultante de atividade humana que podem causar desequilíbrio e
destruição parcial ou total, dos ecossistemas".(GLOSSÁRIO DE
ECOLOGIA, 1987, p.52).
- "esgotamento ou destruição de um recurso potencialmente renovável,
como o solo, pastagem, floresta ou vida selvagem por sua utilização num
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ritmo mais rápido do que o de seu reabastecimento natural".(DICIONÁRIO


DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS, 1998, p.147).

f) Impacto Ambiental - "mudança induzida pelo homem no ambiente


natural".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS,
1998, p.290).
- "toda ação ou atividade natural ou antrópica que produz alterações
bruscas em todo o meio ambiente ou apenas em alguns dos seus
componentes. De acordo com o tipo de alteração pode ser ecológico, social
e/ou econômico. Ex: efeitos resultantes da construção de uma represa, de
erupções vulcânicas, de variações climáticas bruscas, derrame de
petróleo".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.106).
- "o impacto em um sistema ambiental pode ser entendido como a ação
que este sistema sofre ao ser submetido a uma ou mais forças que são
capazes de alterar a busca de seu clímax".(CHRISTOFOLETTI, 1998).

Clímax - estado de equilíbrio de um ambiente.

Equilíbrio - é uma condição em que complexas distribuições de forças no


sistema conduzem a um balanceamento e a uma tendência à manutenção da
condição de equilíbrio.

5.1. Estrutura do Meio Ambiente

O Ecossistema é composto por componentes bióticos e abióticos.

1. Componentes Bióticos ou Vivos


São os seres vivos que no seu desenvolvimento necessitam de
alimentação. Portanto, tem-se:

a) Seres Autótrofos
Auto = próprio
trophos = nutrir

São as formas de vida capazes de fabricar (produzir) seu próprio


alimento realizando a fotossíntese. Sintetizam matéria orgânica a partir de
substâncias inorgânicas. A maioria dos seres autótrofos usa energia solar
para sintetizar alimentos. Já algumas bactérias sintetizam compostos
orgânicos obtendo a energia necessária para o processo de síntese através
de reações químicas que provocam no meio ambiente sendo chamadas de
quimiossintetizantes.
Sintetizar significa formar alguma coisa complexa partindo de
substâncias mais simples.
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b) Seres Heterótrofos
São os seres vivos incapazes de produzir seu próprio alimento
retirando-o do meio externo. Se alimentam de compostos orgânicos
existentes no meio ambiente, como outros organismos ou seus produtos.
São representados pelos animais, fungos e a grande maioria das bactérias.
Vê-se que as plantas são indispensáveis aos seres vivos que não são
capazes de sintetizar substâncias orgânicas, fornecendo direta ou
indiretamente todos os nutrientes de que necessitam.
Existe algumas espécies de seres heterótrofos que se alimentam de
matéria orgânica morta e de dejetos biológicos promovendo a reciclagem
da matéria no ambiente físico, fornecendo elementos minerais que vão
servir aos produtores. Estes seres, representados principalmente pelas
bactérias e fungos, são denominados decompositores, microconsumidores,
ou Saprófitos.

2. Componentes Abióticos
São os fatores físicos do meio, no caso, Geologia, Geomorfologia,
Pedologia, Hidrografia e Climatologia.

Em relação a estrutura do ecossistema, ODUM(1963) destaca que esta é


constituída por 4 elementos, no caso:

1. Substâncias Abióticas, Elementos básicos e Componentes do meio;

2. Produtores, os organismos autotróficos, principalmente as plantas


verdes;

3. Os Grandes Consumidores ou Macroconsumidores, organismos


heterotróficos, principalmente animais, que ingerem outros organismos ou
determinada matéria orgânica;

4. Os Decompositores ou Microconsumidores (também chamados


Saprófitos), organismos heterotróficos, principalmente as bactérias e
fungos que decompõem os componentes complexos de protoplasma morto,
absorvem alguns dos produtos da decomposição e liberam substâncias
simples utilizáveis pelos produtores.

Cadeia Alimentar ou Trófica - é o estabelecimento entre os autótrofos e


heterótrofos de um inter-relacionamento alimentar, onde um ser se alimenta
do outro, formando um Cadeia Alimentar.
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Nível Trófico - corresponde a posição que o ser vivo ocupa dentro da


cadeia alimentar no processo de obtenção de energia. De acordo com o seu
nível trófico, os seres vivos são classificados em Produtores (vegetais
clorofilados), Consumidores (animais) e Decompositores (fungos e
bactérias).

Neste contexto, existe uma cadeia trófica onde a maioria dos animais
utiliza como alimento várias outras espécies. Portanto, em um Ecossistema
- os Produtores são os autótrofos da comunidade. As Bactérias e Fungos,
heterótrofos que decompõem o material orgânico, são os Decompositores.
Todos os heterótrofos, predadores de plantas ou de outros animais, são os
Consumidores da comunidade. Assim, os Consumidores são subdivididos
em: os que se alimentam diretamente de vegetais, no caso, são os
Consumidores de Primeira-Ordem; os que são predadores dos
consumidores de primeira-ordem, que são os Consumidores de Segunda-
Ordem; os predadores dos consumidores de segunda-ordem são os
Consumidores de Terceira-Ordem e assim por diante.
Esta hierarquia dos consumidores é determinada principalmente pelo
tamanho do alimento. Geralmente um animal captura e come presas mais
fracas do que ele. Por outro lado, um predador geralmente não pode utilizar
animais muito pequenos como fonte de alimento. Gastará mais energia para
achá-lo e capturá-lo do que a que ele obtêm comendo-o.

Por outro lado, uma mesma espécie pode participar de várias cadeias
alimentares e ocupar diferentes níveis tróficos ao mesmo tempo. Ao
conjunto de Cadeias Alimentares que se entrelaçam denominamos Teia
Alimentar.
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6. A BIOSFERA E A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES


Constitui-se no mundo dos seres vivos, pois Bio= a vida e
Sfera=esfera, portanto, esfera da vida.

2. Biosfera
2.1. Conceito
- Sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o
envelope periférico do planeta Terra com a atmosfera circundante
estendendo-se para cima e para baixo até onde exista naturalmente qualquer
forma de vida. (GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 21).
- A união de todos os espaços onde há vida na Terra forma uma tênue
cobertura de processos vitais em interação: a biosfera(CONTI ; FURLAN,
1996:110).
- É o espaço terrestre onde se desenvolve a vida(TROPPMAIR, 1987:21).
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2.2. Principais Ciclos Biogeoquímicos que se realizam na Biosfera


É na Biosfera que se realizam os ciclos biogeoquímicos, quando
através dos ecossistemas, circulam por meio de fluxos, os elementos
químicos Carbono(C), Nitrogênio(N), Oxigênio(O), Cálcio(Ca),
Enxofre(S), além dos metais pesados(ferro, manganês, silício),
provenientes do meio abiótico(solo) e biótico.

3. Evolução das Espécies


Processo evolutivo - o agrupamento de tipos naturais com caracteres
comuns são denominados espécies(John Ray, século XVII).
Hoje: agrupamento natural com mesma característica estrutural e com
possibilidade de cruzamento e produção de descendentes férteis.
- Séc. XVIII – Naturalista Linné – Sistema de Classificação
Taxonômico para animais e plantas. 2 suposições:
. cada espécie poderia ser comparada a um tipo ideal, isto é, a um espécie
padrão;
. o número e os tipos de espécies era fixo e imutável;
- Princípio filosófico da evolução foi formulado desde a antiguidade
pelos filósofos gregos- Anaximandro, Heráclito e Empédocle que já
tinham em mente o processo da seleção natural;
- 1809- Livro Filosofia Zoológica que o biólogo francês Jean Baptiste
Lamarch propós a evolução das espécies. Duas propostas: - as
características que um organismo adquire através de influências
ambientais podem ser transmitidas aos seus descendentes, tendo
origem assim, novos tipos ou novas espécies. Essa suposição é falsa,
pois não pode ser provada. – lei do uso e desuso.
- Charles Darwin 1857 – livro A Origem das Espécies – Seleção
Natural.
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3.1. Conceito Biológico de Espécies


São agrupamentos de populações naturais intercruzantes,
reprodutivamente isolados de outros grupos com as mesmas características.
É uma unidade morfológica, ou seja, são as diferenças de forma que
distinguem um ser vivo do outro(CONTI & FURLAN,1996:190).

3.2. Teoria Sintética da Evolução


Baseia-se em dois mecanismos:
3.2.1. Variabilidade Genética
a) os indivíduos da mesma espécie diferem entre si quanto ao seu
patrimônio genético.
b) as diferenças genéticas correspondem à diferenças morfológica,
fisiológicas e de comportamento.
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3.2.2. Seleção Natural


a) os indivíduos portadores de certos caracteres geneticamente
determinados, têm maior probabilidade de deixar descendentes.
b) Isto tende com o tempo à aumentar a incidência desses caracteres na
população.

4. Especiação Geográfica
- Processo que diz respeito a origem das espécies.
As barreiras reprodutivas entre as espécies aparecem quando uma
população pequena torna-se geograficamente isolada da população original
durante longo intervalo de tempo. Assim, a seleção natural atuaria sobre
essas populações isoladas no decorrer de muitos milhares de gerações,
conduzindo assim a diferenças que poderiam impedir o intercruzamento e o
conseqüente fluxo de genes, na eventualidade de uma aproximação
posterior entre as duas populações consideradas. As barreiras que evitam o
intercruzamento entre espécies são denominadas mecanismos isoladores,
que por sua vez, podem ser de diversos tipos. O mais simples deles é a
separação geográfica- barreira geográfica(cadeia montanhosa e abertura de
oceanos).
4.1. Tipos de Barreiras
- Barreira Ecológicas – no caso de haver divergência no hábito
alimentar, ou então, mesmo dentro da área em comum em que
vivem, quando as espécies tem preferências por diferentes locais.

4.2. Graus de Isolamento Reprodutivo


As barreiras podem ser temporárias e as populações podem ser
colocadas de novo em contato após a separação.

4.2.1. Especiação Alopatrica


É o surgimento de novas espécies a partir do isolamento geográfico.
Ex. deriva dos continentes

4.2.2. Incompatibilidade entre as Espécies


Deste modo, no estado inicial, temos uma espécie vivendo em seu meio,
com o aparecimento da barreira, teremos o isolamento entre elas, passando
cada uma delas a viver no seu meio. A barreira poderá dar origem a duas
espécies. Assim, então teremos a divergência entre elas.
No caso de incompatibilidade tem-se:

4.2.2.1. Simpatria
São espécies que vivem juntas, ou seja, a barreira originou 2 espécies, no
entanto, após a retirada da barreira, as duas passaram a viver juntas no
mesmo território. Mas, apresentam comportamento e nicho ecológico
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diferente. Assim, uma não atrapalha a outra pelo fato das necessidades de
ambas serem diferentes.

4.2.2.2. Parapatria
Após a retirada da barreira, as duas espécies passam a viver no mesmo
território, possuindo um limite natural determinado por elas. Não há
barreira geográfica, seria uma zona de transição.

4.2.2.3. Extinção
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato, mas mantendo
uma competição, utilizando as duas o mesmo nicho ecológico, tendo as
mesmas necessidades. Uma espécie elimina a outra ou emigra.

4.2.3. Compatibilidade entre as Espécies


No caso de compatibilidade(espécies semelhantes) podemos ter:

4.2.3.1. Fusão
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato, se
intercruzando, resultando em uma única espécie.

4.2.3.2. Subespécie
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato no mesmo
território, resultando em uma zona de contato entre elas, e em áreas que
uma espécie vive separada da outra.

5. Endemismo
Organismo ocorre em uma única área.

6. Cosmopolitismo
Organismos difundidos pelo mundo. É raro e só ocorre excepcionalmente.
Ex. Falcão-peregrino(Falco peregrinus).
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6.1. Fatores Ecológicos ou Reguladores


Dá-se o nome de Meio ( habitat ou ambiente) ao conjunto de todos
os fatores e elementos que cercam uma dada espécie de ser vivo. Deste
modo, os fatores e elementos ambientais ( Fatores – agem localmente, ou
seja, sua ação é mais restrita enquanto que, os Elementos agem de forma
mais ampla, ou seja, abrangente), são de três ordens diferentes:

1. de ordem fisica também chamados de abióticos;


2. de ordem química também chamados de abióticos;
3. de ordem biótica ou social também chamados de bióticos.

São os fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento das


diferentes espécies de seres vivos. Os fatores ecológicos ditos abióticos
representam as condições climáticas (Luz, Temperatura e Água), edáficas e
químicas do meio enquanto que, os fatores bióticos compreendem as
interações que ocorrem entre os seres vivos, como associações biológicas
de parasitismo, predação e competição.(PINHEIRO ; MONTEIRO, 1998).
Deste modo, os seres vivos que habitam uma determinada região
encontram-se adaptados às condições ambientais do meio, representadas
pelos fatores abióticos e bióticos, que regulam o equilíbrio populacional e
os limites para o desenvolvimento de um ecossistema.(PINHEIRO ;
MONTEIRO, 1998).
Entretanto, qualquer fator que tenda a baixar o crescimento potencial
em um ecossistema é entendido como um fator limitante.Quando este fator
que age como um freio é importante na sobrevivência do ser vivo em
questão, o termo fator regulador é mais apropriado. Assim, os organismos
adaptados respondem a esses fatores de tal maneira que a comunidade
adquire o máximo de homeostase possível nestas condições.(ODUM,
1986).
Nicho Ecológico – é a maneira de viver de cada organismo, seus
hábitos, a forma de obtenção de energia e as interações das quais ele
participa dentro do ecossistema.
Habitat – é o local onde determinada espécie vive e desempenha seu
nicho ecológico. Algumas espécies de seres vivos conseguem se adaptar a
diferentes condições ambientais, o que lhes confere uma maior distribuição
geográfica e, portanto, um habitat mais amplo. Já outras espécies não
suportam grandes variações das condições do meio, possuindo um habitat
mais restrito.
Por outro lado, duas espécies de seres vivos podem coexistir em um
mesmo habitat desde que possuam nichos ecológicos diferentes. Exemplo –
os organismos do fitoplâncton e os do zooplâncton que habitam as águas
superficiais de um corpo aquático. Os seres que compõem o fitoplâcton
sintetizam sua própria matéria orgânica a partir da radiação solar, enquanto
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os seres do zooplâncton atuam como consumidores na obtenção de


nutrientes.
Já, em relação aos principais fatores e elementos abióticos que
regulam os limites do desenvolvimento de diferentes espécies de seres
vivos tem-se: a luz, a temperatura, a água como os elementos ambientais
mais importantes em terra e a luz, a temperatura e a salinidade nos
oceanos.

6.1.1. Fatores Abióticos

6.1.1.1. Luz
Constitui-se na fonte de energia para os seres produtores, que a
convertem em energia química armazenada em seus compostos orgânicos.
A quantidade de energia disponível em um ecossistema limita o número de
indivíduos que o interagem. Quanto ao crescimento das plantas em relação
a presença de luz tem-se a seguinte classificação:

a) Vegetais Heliófitos
São aqueles que crescem proporcionalmente ao aumento da luz. Precisam
de muita luz. Ex: Grama.

b) Vegetais Ciófitos
São aqueles que pouco crescem com a presença da luz, também chamados
de umbrófitos.

No caso dos animais, a luz solar é indispensável aos processos óticos


dos órgãos visuais destes. Também é importante na pigmentação cutânea,
ou seja, animais que vivem expostos à radiação solar mais intensa ( como
nos desertos e nas montanhas) são normalmente mais pigmentados ao
passo que os que vivem em lugares sombrios ( cavernas) são
despigmentados, são albinos.
Ainda, tem-se:

- Eurífotos – seres vivos que suportam uma grande variação luminosa.


- Estenófotos – seres vivos que só conseguem viver dentro de estreita faixa
de luminosidade.

6.1.1.2. Temperatura
Ao lado da luz e da água, a temperatura é um dos mais importantes
fatores ecológicos que influi na distribuição de vegetais e animais na
superfície da Terra.
Assim, os limites de temperatura compatíveis com o
desenvolvimento de seres vivos situam-se, de maneira geral, entre -5º C e
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45º C. As diferentes espécies de seres vivos se adaptam a temperaturas que


lhes permitam uma melhor atividade de seu metabolismo. Deste modo, os
animais podem ser de dois tipos gerais, segundo a temperatura corporal:

a) Animais Homeotermos
Possuem a temperatura do corpo constante. São os animais que conseguem
manter a temperatura do corpo constante em conseqüência de seus
processos metabólicos apesar das variações da temperatura do ambiente.
São chamados de sangue quente como os mamíferos e aves.

b) Animais Pecilotermos
Possuem a temperatura corporal variável. São animais que não conseguem
manter a temperatura constante. Ela desce ou sobe acompanhando as
flutuações do meio. Isto ocorre com os Invertebrados, com os Peixes,
Répteis e os Anfíbios.

Deste modo, os primeiros possuem ampla distribuição geográfica no


mundo, enquanto que, os segundos (Pecilotermos), não resistindo a estas
variações em grandes amplitudes (seres estenotérmicos), só vivem dentro
de uma estreita faixa de distribuição na face da Terra. Em sua maioria, os
seres marinhos vivendo em um ambiente onde estas variações térmicas não
são pronunciadas como no meio terrestre, são muito sensíveis a qualquer
alteração na temperatura.

6.1.1.3. Água
A água é a substância predominante nos seres vivos. Ela age como
veículo de assimilação e eliminação de muitas substâncias pelos
organismos, além de atuar no equilíbrio da temperatura corporal destes.
A umidade do ar representa a quantidade de água presente na
atmosfera na forma de vapor. Geralmente, em regiões quentes, a umidade
do ar é alta e, em regiões mais frias, o vapor de água atmosférico se
condensa precipitando-se na forma de chuva, diminuindo os teores da
umidade atmosférica.
Assim, os vegetais precisam de água que sob a forma de solução
nutritiva no solo, é absorvida pelas raízes e, sob forma de seiva, alcança as
folhas onde se realiza a fotossíntese. A necessidade de água varia entre as
espécies. Já os animais necessitam da água para sobreviver: água para
beber e um certo teor de umidade no ar. Deste modo, vegetais e animais
podem ser classificados conforme a exigência de água em:
25

1. Hidrófitos
São os vegetais que vivem na água (da qual retiram as substâncias
nutritivas), podendo fixar-se no fundo do leito ou serem flutuantes. Os
animais aquáticos são chamados de Hidrófilos.
2. Higrófitos
Plantas que preferem locais muito úmidos. Apresentam folhas largas e
finas, desprovidos de mecanismos para redução da transpiração.

3. Higrófilos
São animais que necessitam de ambientes úmidos. Apresentam o corpo
desprotegidos contra a perda de água como anelídeos ( vermes, minhocas e
lesmas).

4. Xerófitos
São os vegetais que suportam longo período de seca, pois necessitam de
pouca água. O aspecto xerófitico manifesta-se na própria estrutura e
aparência das plantas que apresentam recursos para reduzir a transpiração
como redução da superfície foliar (folhas pequenas e espinhosas), cobertura
de cera ou pelos, ou película courácea com menos número de estômatos,
recursos fisiológicos para acumulação de água nas folhas, troncos e raízes.

5. Xerófilos
São os animais que precisam apenas de pequenas quantidades de água, pois
têm meios de defesa contra a seca como proteção por uma pele espessa ou
cutícula resistente. Ex: girafas e camelos.

O alto teor de umidade reflete-se nos animais e vegetais por uma


pigmentação mais forte enquanto nas regiões secas a coloração é mais
clara.

6.1.1.4. Fatores Edáficos


O solo fértil é constituído de rocha desagregada, água, ar, seres vivos
e material orgânico em decomposição.
O solo fornece para as plantas água e sais minerais, possibilitando o
desenvolvimento de vegetais e animais.
Um dos fatores , o ph do solo, influência as espécies vegetais que
nele se desenvolvem.

6.1.2. Fatores Bióticos


São as interrelações e interdependências desenvolvidas entre os seres
vivos que podem ser de diferentes formas, favorecendo ou prejudicando
determinadas espécies vegetais ou animais. Estas interrelações porém,
apresentam no sistema natureza condições que contribuem para estabelecer
26

a dinâmica e o equilíbrio das populações com reflexos na sua distribuição


espacial. As principais interrelações são:

1. Parasitismo
É quando um organismo vivo se alimenta de célula, tecido ou fluído de
outro ser vivo, chamado de hospedeiro, o qual comumente é prejudicado
por este processo. Ex: É comum entre vermes e insetos.

2. Saprofitismo
É quando os seres vivos se alimentam a partir de matéria orgânica em
decomposição. Ex: Bactéria e fungos.

3. Epifetismo
É quando as plantas utilizam outras apenas como suporte, sem prejudicá-
las.Ex: Plantas heliófitas que vivem no sub-bosque apoiando-se sobre
troncos e galhos da copa de indivíduos de grande porte e o caso das
orquídeas.

4. Simbiose
É quando ocorre uma associação de dois ou mais seres vivos com
beneficio mútuo.

5. Comensualismo
É quando uma espécie se benéfica de outra sem reflexos positivos ou
negativos para esta. As espécies ciófitas aproveitam da sombra projetada e
do microclima criado pelas espécies de maior porte.

6. Predação
É o processo de destruir de forma violenta outro ser vivo. Ocorre entre
os animais.Ex: lobos e jacarés em grupos e o gavião de forma individual.

7. Competição
É a luta contínua na biosfera para ocupar o espaço vital que se
caracteriza pela luz, pela sombra, pela umidade e por outras condições
ambientais necessárias á sobrevivência das diferentes espécies vegetais e
animais.
27

6.2. Ciclos Biogeoquímicos


O fluxo unidirecional de energia solar proporciona condições para
síntese da matéria orgânica pelos seres autótrofos e sua decomposição e
retorno ao meio como elementos inorgânicos por meio da ação dos
microconsumidores heterótrofos. Assim, a matéria percorre caminhos
cíclicos, sendo constantemente reaproveitada pelos seres produtores.
Deste modo, as plantas verdes transformam substâncias inorgânicas,
como carbono, nitrogênio, fósforo e potássio, em compostos orgânicos que
são transferidos ao longo da cadeia alimentar. Estes, por ação dos seres
decompositores, são devolvidos ao solo, água e atmosfera em sua forma
inorgânica, ficando novamente à disposição dos seres produtores. Portanto,
os elementos químicos que constituem os organismos estão sendo
constantemente reciclados na natureza através do ambiente físico e
biológico, sendo de grande importância para a manutenção dos
ecossistemas.

3.1. Conceito
- É o ciclo dos elementos químicos entre o meio biótico e o meio
abiótico geofísico.
- Bio = porque os organismos vivos interagem no processo de síntese
orgânica e decomposição dos elementos; Geo = porque o meio terrestre é a
fonte dos elementos e Químicos porque são ciclos de elementos químicos.
Se distingue três tipos de ciclos biogeoquímicos:

1. Ciclo Hidrológico – da água.


2. Ciclos Sedimentares dos Elementos Químicos – o reservatório que supre
os elementos e os recebe de volta é a litosfera.Ex: Fósforo, Enxofre,
Cálcio, Magnésio e Potássio.
3. Ciclos Gasosos dos Elementos Químicos – o reservatório que supre os
elementos e os recebe de volta é a atmosfera. Ex: Carbono, Nitrogênio e
Oxigênio.
28

3.2. Os Ciclos
3.2.1. Ciclo Hidrológico ou da Água
A água é a substância mais abundante na biosfera, sendo encontrada
nos estados sólido, líquido e gasoso. O volume total de água em seus três
estados físicos é estimado em aproximadamente 1,5 bilhão de quilômetros
cúbicos.
Assim, é o principal componente dos organismos vivos. Seu
percentual no peso dos seres varia entre 70 e 90, sendo mais abundante em
tecidos jovens do que nos idosos. A água pode ser consumida pelos seres
por diversos meios, seja ingerindo-a diretamente, seja utilizando a água
contida nos alimentos ou ainda pela penetração por meio da pele. A perda
de água, por sua vez, dá-se basicamente por evapotranspiração, respiração,
excreções urinárias e dejeções.
A água presente nos corpos hídricos como mares, rios e lagos e na
superfície dos solos sofre um processo de evaporação pela ação da radiação
solar, passando à atmosfera sob a forma de vapor. Este, sofrendo
resfriamento, condensa-se na forma de nuvens. A água é então devolvida à
superfície terrestre na forma de chuvas, neblina, neve ou granizo.
No solo, a água pode infiltrar-se pelos poros do terreno, onde, além
de abastecer o lençol freático, fica disponível para as plantas. A água de
precipitação pode escoar sobre a superfície do solo, abastecendo os corpos
hídricos. Parte desta água pode também evaporar na superfície do solo.
29
30

3.2.2. Ciclo do Carbono


O carbono é o componente fundamental da matéria orgânica, sendo o
constituinte básico de todos os organismos vivos.
O carbono utilizado pelos seres vivos encontra-se associado ao
oxigênio, na forma de gás carbônico (CO2) presente na atmosfera ou
dissolvido nas águas. Assim, os seres autótrofos captam o gás carbônico do
ar atmosférico, utilizando-o na produção de matéria orgânica que será
consumida e incorporada aos tecidos heterótrofos ao longo da cadeia
alimentar. A oxidação de matéria orgânica através dos processos
respiratórios dos seres vivos, libera parte do carbono assimilado na forma
de gás carbônico. A matéria orgânica das plantas e animais mortos é
utilizada como alimento pelos microorganismos decompositores,
possibilitando o retorno do carbono, também na forma de gás carbônico
para o meio.
O ciclo do carbono é um ciclo perfeito, pois o carbono é devolvido
ao meio à mesma taxa a que é sintetizado pelos produtores.
Por outro lado, algumas vezes, a matéria orgânica pode não ser
totalmente degradada pelos seres decompositores, permanecendo
armazenada no subsolo na forma de depósitos fósseis como carvão e
petróleo.
Os grandes reservatórios de carbono são representados pelos
carbonatos presentes na hidrosfera e litosfera. Estes não participam do ciclo
ativo do carbono, apenas contribuindo com grandes quantidades de gás
carbônico que é lançada à atmosfera por ocasião das erupções vulcânicas.
Ainda, o carbono também é utilizado na formação da estrutura das conchas
que após a morte do ser, passa a integrar o depósito calcário.
Portanto, em termos de ciclo do carbono, pode-se distinguir um ciclo
principal, por meio do qual os produtores, consumidores e decompositores
participam respectivamente dos processos de fotossíntese e respiração, é
um ciclo secundário, mais lento, do decaimento de plantas e animais que
foram incorporados por processos geológicos na crosta terrestre. Nesses
processos, os organismos foram transformados em combustíveis fósseis e,
em calcário que ficam à margem do ciclo principal.
A partir da Revolução Industrial, os seres humanos passaram a fazer
uso intenso dessa energia armazenada, e no processo de queima
(respiração) passou a devolver o CO2 à atmosfera a uma taxa superior à
capacidade assimiladora das plantas (pela fotossíntese) e dos oceanos (pela
reação e difusão). Esse desequilíbrio do ciclo natural pode ter implicações
na alteração do chamado “efeito estufa”, com conseqüente aumento da
temperatura global da Terra. Sabe-se hoje que, aproximadamente 50 por
cento do excesso de CO2 gerado é absorvido pelos oceanos. Até que ponto
os oceanos suportarão o aumento de dióxido de carbono (CO2 ) se constitui
31

em uma pergunta de difícil resposta pela multiplicidade de fatores que


intervêm no mecanismo da recuperação do sistema.
32
33

3.2.3. Ciclo do Nitrogênio


O nitrogênio faz parte da composição das moléculas de proteínas e
bases nitrogenadas dos ácidos nucléicos, sendo indispensável à
continuidade da vida.
Embora, a atmosfera seja rica em nitrogênio (78%) é difícil sua
assimilação pela maioria dos seres vivos. Desta maneira, o nitrogênio
molecular (N2 ) penetra nos seres pela atividade respiratória e retorna ao
meio sem tomar parte nos processos biológicos.
Assim, grande parte do nitrogênio existente nos organismos vivos
não é obtida diretamente da atmosfera, uma vez que a principal forma de
nutriente para os produtores são os nitratos. Esses nitratos são fruto da
decomposição de matéria orgânica, na qual o nitrogênio do protoplasma é
quebrado em uma série de compostos orgânicos e inorgânicos por
bactérias com funções especializadas em cada parte do processo. Os
nitratos podem ainda ser obtidos por meio da ação de bactérias fixadoras de
nitrogênio e das descargas elétricas que ocorrem na atmosfera.
O nitrogênio atmosférico ou dissolvido em água, pode ser fixado por
bactérias simbiônticas, como as do gênero rhizobium, que vivem em
nódulos das raízes de plantas leguminosas como amendoim, feijão, soja;
por bactérias de vida livre no solo como as do gênero azotobacter
(aeróbias), clostridium (anaeróbias) e rhodospirilum (fotossintetizantes); e
por algas cianofícias dos gêneros anabaena e nostoc, que vivem na água ou
em solos encharcados.
Estes seres fixam o nitrogênio molecular (N2) transformando-o em
compostos orgânicos nitrogenados que são convertidos, por ocasião de sua
morte, em íons nitratos (NO3), através de um processo denominado de
Nitrificação.Estes, solúveis em água, são então absorvidos pelos vegetais e
utilizados na síntese dos compostos orgânicos nitrogenados, que chegam
aos consumidores ao longo da cadeia alimentar.
A matéria orgânica dos organismos vivos, por ocasião de sua morte,
é degradada pelos microorganismos decompositores que transformam as
proteínas e aminoácidos em amônia (NH3). Estes microorganismos atuam
também sobre os excretas nitrogenados, subprodutos do metabolismo dos
seres consumidores, como amônia, ácido úrico e uréia. Este processo é
denominado de Amonificação.
34
35

3.2.4. Ciclo do Fósforo


O fósforo é um importante elemento integrante da estrutura dos
ácidos nucléicos.
As reservas de fósforos se constituem nas rochas fosfatadas
originadas nas eras geológicas. Através da são do intemperismo, estas
rochas são desagregadas, fornecendo fosfatos que serão utilizados pelos
seres produtores, ficando disponíveis para os seres consumidores ao longo
da cadeia alimentar. Entretanto, parte desses fosfatos liberados é carregada
para os oceanos em decorrência da erosão, onde se perde em depósitos a
grandes profundidades, ou é consumida pelo fitoplâcton.
Os meios de retorno do fosfato para os ecossistemas a partir dos
oceanos são insuficientes para compensar a parcela que se perde. Esse
retorno tem por principais agentes os peixes e as aves marinhas. Exemplo
disso são os extensos depósitos de guano ( fosfato de cálcio originário dos
excrementos das aves marinhas) existentes na costa do Peru e Chile.A ação
predadora dos seres humanos sobre esses pássaros faz com que a taxa de
retorno reduza-se ainda mais. Ao mesmo tempo em que reduzem a taxa de
retorno, os seres humanos, agindo sobre a natureza com a exploração da
mineração, ocupação desordenada do solo, desmatamentos e agricultura,
entre outras atividades, aceleram o processo de perda de fósforo do ciclo.
Estima-se que, atualmente, um a dois milhões de toneladas de fosfato são
produzidas a partir da mineração de rochas fosfatadas. Desse total, apenas
60 mil toneladas retornam pelos meios acima referidos.
Ainda, por ocasião da morte das plantas e animais os seres
decompositores degradam a matéria orgânica liberando o fósforo na forma
de fosfato assimilável pelos seres autótrofos.
36
37

3.2.5. Ciclo do Enxofre


É encontrado nas rochas, nos sedimentos e em menor quantidade na
atmosfera. A principal forma de assimilação do enxofre pelos seres
produtores é como sulfato inorgânico. O processo biológico envolvido
nesse ciclo compreende uma série de microorganismos com funções
especificas de redução e oxidação.
A ação do homem interfere nesse ciclo por meio de grandes
quantidades de dióxido de enxofre liberadas nos processos de queima de
carvão e óleo combustível em indústrias e usinas termoelétricas. É tóxico
destruindo os tecidos dos vegetais.
38

7. CAUSAS ATUAIS DA DISTRIBUIÇÃO DOS VEGETAIS


As mudanças climáticas ocorridas durante o Quaternário da Era
Cenozóica influenciaram profundamente a distribuição da vegetação na
América do Sul e, especificamente no Território brasileiro.
Assim, para um melhor entendimento do quadro de distribuição
vegetacional existente hoje na América Latina se faz necessário
compreender as alterações climáticas ocorridas no Terciário e Quaternário
da Era Cenozóica.
Deste modo, do período Cretáceo da Era Mesozóica até o Eoceno do
Terciário da Era Cenozóica as condições climáticas (quentes e úmidas)
favoreceram o desenvolvimento de uma vegetação florestal em ampla
escala. Verifica-se assim, à ocorrência na Sibéria, Alaska e Groenlândia de
grandes árvores de gêneros, hoje temperados e mesmo, tropicais como a
Sequóia e Ocotea entre outros.
Os períodos subseqüentes ao Eoceno, no caso, Oligoceno, Mioceno e
início do Plioceno se caracterizaram no Continente Sul-Americano pela
predominância de um clima seco atestado por enclaves de vegetação
campestre na Amazônia e áreas descontínuas de vegetações secas e
espinhosas como o “Monte Argentino” e a “Caatinga” brasileira.
Conseqüentemente, tem-se um recuo das formações florestais e uma
expansão das formações abertas, no caso, vegetação campestre e xerófita
sobre as áreas ocupadas pelas primeiras.
No final do Plioceno, se acentua a queda de temperatura que vai
resultar nas glaciações do Pleistoceno. Mas, somente a última glaciação do
Quaternário, que não foi das mais intensas, ou glaciação de Wurm, é bem
conhecida e apresenta fases seguramente datadas (análises polínica e
radiocarbono) com respeito aos trópicos.
Desta forma, o Quaternário caracterizou-se pela alternância de climas
quentes e úmidos (correspondentes aos períodos interglaciais) com climas
secos e frios (correspondentes aos períodos glaciais).
Portanto, o avanço das geleiras pleistocênicas acompanhado da
diminuição da temperatura do ar e do mar causou nas regiões tropicais e
subtropicais uma redução das precipitações. Desta forma, os climas
anteriormente úmidos, tornaram-se áridos a semi-áridos.
Percebe-se assim, que os períodos glaciais (secos e frios) estão
relacionados principalmente, aos avanços das geleiras e ao abaixamento da
temperatura enquanto que, os interglaciais (úmidos e quentes) ao recuos
destas.
Com relação à vegetação, tem-se de uma forma geral, durante o
Quaternário na América do Sul um recuo ou retração das florestas nas fases
secas, cedendo lugar para o desenvolvimento de formações abertas
xerófitas, e reexpansão das florestas nas fases úmidas.
39

Por outro lado, os enclaves de caatingas e cerrados que são


encontrados em áreas predominantemente florestais como Oeste Paulista,
Noroeste do Paraná são justificados como uma adaptação dessas
vegetações a instalação de um clima mais úmido, e constituindo-se essas,
em vegetações relíquias de um clima passado, no caso, da última
glaciação.

Quadro 1 – Glaciações Ocorridas no Quaternário

Glaciações Interglaciais
Atual
Último Interglaciar_______________________Holoceno
___________________________________________________________________
4. Wurm

3. Riss → Interglaciar - Riss - Wurm


Pleistoceno
2. Mindell → Interglaciar - Mindell – Riss

1. Gunz
___________________________________________________________________

. Alternaram-se num período de 1000.000 até 8.000 ou 10.000 anos atrás.


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41

8. ABORDAGENS ECOSSISTÊMICAS E GEOSSISTÊMICAS NAS


PESQUISAS GEOGRÁFICAS
Na Geografia, as formas de abordagens do “meio físico” têm variado
freqüentemente em decorrência das propostas elaboradas pelas correntes
geográficas para a definição e objeto da Ciência Geográfica.
Conjuntamente a este fato, tem-se o avanço tecnológico representando pelo
desenvolvimento da abordagem sistêmica e, das técnicas de análise
multivariada que possibilitaram primeiramente ao Geógrafo, o emprego da
terminologia “ Ecossistema ”representando uma unidade funcional
ecológica básica para o estudo da natureza/meio ambiente. E,
posteriormente, a utilização do termo “ Geossistema ”que pode ser
entendido como uma unidade funcional básica geográfica para o estudo
das condições naturais/meio ambiente. Na realidade, o Geossistema se
constitui em unidade de classificação criada para o estudo do meio
ambiente com base nas formas topográficas da Geomorfologia. Em
síntese é uma hierarquia geográfica da paisagem.(FRANCISCO, 1989,
p. 1).
Tendo em vista o fato das questões ambientais envolverem vários
aspectos com graus diferentes de complexidade e encadeamentos na
estruturação e funcionamento dos ambientes torna-se necessário o
desenvolvimento de estudos de natureza interdisciplinares.

8.1. Conceito de Ecossistema


A terminologia “Ecossistema” sob o ponto de vista biológico e
ecológico considera os organismos e o ambiente como uma unidade
operacional básica. Segundo Tundisi (1978, p.4), o ecossistema é “uma
unidade com características físicas e químicas e com seu componentes
biológicos – plantas e animais”. Essa terminologia foi proposta em 1935
pelo biólogo Tansley como um termo geral tanto para o bioma como para o
seu habitat.
42

8.1.1. Estrutura e Aspectos Funcionais do Ecossistema


Entendido como uma unidade operacional ecológica básica, o
Ecossistema apresenta constituição, estrutura e funcionamento cujo
estudo é necessário para sua melhor compreensão.
Deste modo, um Ecossistema apresenta-se composto por elementos
abióticos (meio físico), bióticos (seres vivos) e antrópicos (representado
pela ação humana que tem atuado de forma incisiva no desequilíbrio entre
os sistemas, freqüentemente ocasionando alterações nos processos e nas
formas). Os componentes físico-químicos da natureza são os elementos
abióticos enquanto que, os seres vivos são os elementos bióticos. Os
primeiros podem ser divididos em fatores climáticos (pluviosidade, luz,
temperatura, etc...), fatores litológicos (rochas), fatores edáficos (estrutura
do solo, porosidade, impermeabilidade, etc...) e fatores hidrológicos (água)
e o segundo em espécies vivas distribuídas sobre a superfície terrestre em
comunidades bióticas. Em relação ao fluxo de energia e matéria, as
espécies encontram-se ligadas a estes através de redes intrincadas dando-se
a transferência das plantas para os animais.
43

Desta maneira, o funcionamento de um Ecossistema implica em uma


série de ciclos: um ciclo de energia que se apresenta ligado à utilização da
radiação solar; um ciclo da água, onde o solo faz o papel de regulador da
porcentagem entre a água infiltrada e a água que flui superficialmente e o
ciclo dos elementos nutritivos.
44

8.1.2. Propriedades dos Ecossistemas


O uso do Ecossistema na Geografia está vinculado a existência de
algumas propriedades básicas dessa terminologia e a função dessas. Deste
modo, quatro dessas propriedades são destacadas por Stoddart (1974):

1. O Ecossistema é Monístico – isto é, reúne categorias diferenciadas


(ambiente + os mundos humano + vegetal e animal) numa estrutura única
dentro da qual a interação entre os componente pode ser analisada;

2. Os Ecossistemas são estruturados, ou seja, de uma forma mais ou


menos ordenada, racional e compreensível. Assim, uma vez identificadas,
as estruturas, estas podem ser investigadas e estudadas.

3. Os Ecossistemas funcionam – consistem eles de uma interpenetração


continua de matéria e energia...Uma vez definida a estrutura, pode ser
possível quantificar as interações e os intercâmbios entre as partes
componentes e, pelo menos nos ecossistemas simples, todo complexo pode
ser definido quantitativamente.

4. O Ecossistema é um tipo de sistema geral e possui os atributos dos


sistemas gerais. Em termos de sistema geral, o ecossistema é um sistema
aberto que tende no sentido de um estado estável sob as leis da
termodinâmica do sistema aberto.

8.1.3. Vantagens do Uso da Terminologia Ecossistema pela Geografia


Física
Mesmo utilizando-se de uma unidade funcional não geográfica, os
Geógrafos Físicos forma favorecidos por uma série de vantagens do
Ecossistema.

a) A capacidade de estruturação matemática precisa dentro de uma


estruturação teórica torna a terminologia ecológica mais forte e eficiente na
análise;

b) A flexibilidade de limite do conceito possibilita seu enquadramento em


qualquer nível, do mais simples ao mais complexo;

c) A interpretação dos sistemas em termos cibernéticos possibilita a


construção de modelos teóricos simples;
45

d) O desenvolvimento da cibernética proporciona a terminologia ecológica


ser analisada em função dos fluxos de energia.

8.1.4. Críticas dos Geógrafos Físicos ao Uso da Terminologia Ecossistema


Apesar dessas vantagens, a partir da década de setenta desenvolve-se
um período de críticas fundamentadas aos Geógrafos Físicos pelo uso da
terminologia “Ecossistema”. Dentre essas, destacam-se:

1. O ecossistema não tem nem escala nem suporte espacial bem definido.
Pode ser o oceano, mas também pode ser o pântano com rãs. Não é,
portanto um conceito geográfico.(STODDART, 1974).

2. A análise feita por biólogos e ecólogos do Ecossistema é sob o ponto de


vista vertical, ou seja, da ciclagem de nutrientes.
46

3. Vêem os seres humanos como agentes de interferência ao Ecossistema


não havendo uma abordagem de compatibilização entre atividade humana
através das atividades econômicas desenvolvidas e o meio ambiente.

8.2. Conceito de Geossistema


É a unidade funcional básica geográfica para o estudo do meio
ambiente. Constitui-se assim, em uma unidade de classificação criada
para o estudo do meio ambiente com base nas formas topográfica da
Geomorfologia. Em síntese é uma hierarquia geográfica da paisagem.
Para Bertrand(1971, p.11) o Geossistema constitui-se em “uma paisagem
nítida e bem circunscrita que se pode, por exemplo, identificar
instantaneamente nas fotografia aéreas”.
Nesta definição fica claro que o conceito de paisagem envolve a
noção de escala.
47
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8.2.1.Estrutura e Aspectos Funcionais do Geossistema


Os Geossistemas são caracterizados pela combinação de fatores
geomorfológicos (natureza das rochas e dos mantos superficiais,
declividade, dinâmica das vertentes), fatores climáticos (precipitações,
temperatura, balanço hídrico), hidrológicos (profundade e flutuações do
lençol freático, afloramento e nascentes) e pedológicos (textura, nutrientes,
ph) cuja exploração biológica é representada pela cobertura vegetal, fauna e
atividade antrópica.
Segundo Betrand(1971, p.16-17), o seu sistema de hierarquização da
paisagem é composto por:

1. Geofácies – no interior de um mesmo Geossistema, o Geofácies vem a


corresponder a um setor fisionomicamente homogêneo onde desenvolve-se
uma mesma fase geral de evolução do Geossitema.
Ex: Geossistema : Município de Seropédica
Geofácies – Morros Isolados

2. Geótopo – corresponde a menor unidade geográfica homogênea


identificável na superfície terrestre. Suas condições ecológicas podem ser
diferenciadas das do Geossistema e do Geofácies em que se econtram.
Ex: Geossistema: Município de Seropédica
Geofácies: Morros Isolados
Geotópos: Fundo de vales dos morros isolados

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