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Estudo de Caso DM e HAS - 20241109 - 164706 - 0000

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Análise da Condição Clínica e Impacto

da Diabetes e Hipertensão

Talita da Silva Oliveira

Taboão da Serra
2024
Este estudo de caso explora o cenário de João da Silva, um paciente de 58
anos, aposentado, morador de uma área rural, com histórico de hipertensão e
diabetes mellitus tipo 2. Atualmente internado após um infarto agudo do miocárdio
(IAM), João enfrenta diversos desafios devido à sua condição clínica e
determinantes sociais de saúde, como baixa escolaridade e dificuldades
financeiras. O foco deste estudo é entender como a hipertensão e a diabetes
influenciaram sua saúde cardiovascular, bem como identificar as intervenções de
enfermagem que podem auxiliar na promoção do autocuidado e na prevenção de
novas complicações. Diabetes mellitus (DM) tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica
(HAS), são fatores de risco significativos para doenças cardiovasculares, pois
aceleram o processo de aterosclerose e causam danos nas paredes arteriais:
O DM2, contribui para o enrijecimento das artérias devido à glicação das
proteínas na parede vascular, aumentando a rigidez arterial. Além disso, os níveis
elevados de glicose estimulam a produção de radicais livres, que comprometem o
endotélio vascular, promovendo a inflamação e favorecendo a formação de placas
ateroscleróticas já a HAS exerce pressão crônica sobre as paredes arteriais,
provocando o espessamento das artérias e contribuindo para o desenvolvimento de
micro e macroangiopatias. Esse quadro eleva o risco de ruptura das placas
ateroscleróticas, que pode culminar em eventos agudos como o infarto do
miocárdio. A associação entre diabetes tipo 2 e hipertensão potencializa a
progressão de doenças cardiovasculares.
No caso de João, a coexistência dessas comorbidades aumentou o risco de
obstruções coronarianas e, consequentemente, do infarto. Além disso, a diabetes
pode retardar a cicatrização e prolongar o tempo de recuperação, aumentando o
risco de complicações pós-infarto. Os determinantes e condicionantes de saúde
que influenciam a saúde de João, tanto em níveis individuais quanto coletivos,
estão ligados a fatores sociais, econômicos e culturais que impactam sua condição
geral de saúde e seu acesso ao tratamento. No nível individual, João enfrenta
dificuldades financeiras que restringem seu acesso a uma alimentação balanceada
e a cuidados médicos regulares, bem como à aquisição de medicamentos e
exames necessários para controlar a hipertensão e o diabetes. A baixa
escolaridade de João também dificulta seu entendimento sobre o manejo de
doenças crônicas, o que compromete sua adesão ao tratamento e sua capacidade
de autocuidado, como o monitoramento da glicemia e da pressão arterial.
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Seu estilo de vida, influenciado pela vida rural e pela responsabilidade de
cuidar da neta, pode incluir atividades físicas intensas que, junto à sua condição de
saúde, representam um risco. Além disso, sinais de ansiedade e depressão que
apresenta durante a internação afetam sua capacidade de se engajar no tratamento
e de cuidar de si, prejudicando sua recuperação e aumentando o risco de
complicações. No nível coletivo, a localização rural de João dificulta o acesso a
serviços de saúde especializados, pois a distância e a falta de unidades de saúde
próximas interferem na continuidade do tratamento e no acompanhamento regular
de suas doenças crônicas. Como usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), ele
depende da infraestrutura e da disponibilidade de serviços públicos, que podem ser
limitados devido à sobrecarga do sistema, afetando a frequência e a qualidade do
acompanhamento necessário para o controle da hipertensão e do diabetes.
Além disso, condições ambientais da área rural, como o acesso limitado a
alimentos frescos e a falta de transporte, impactam a adesão ao tratamento e
aumentam o risco de agravamento das doenças. A cultura e o meio social rural
também influenciam suas escolhas e comportamentos de saúde, como hábitos
alimentares e concepções sobre autocuidado; o foco no trabalho e no cuidado da
família pode levar João a despriorizar suas próprias necessidades de saúde. Para
monitorar e avaliar o estado de saúde de populações semelhantes ao perfil de
João, é essencial utilizar indicadores específicos que refletem suas comorbidades,
idade e contexto social. Indicadores como taxas de mortalidade e morbidade
cardiovascular, controle glicêmico e pressão arterial, internações por condições
evitáveis, acesso a serviços de saúde, qualidade de vida e saúde mental são
fundamentais para entender as necessidades desse grupo.
As políticas do SUS, como o Programa de Atenção Domiciliar (PAD), a
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, o Hiperdia, a Estratégia
Saúde da Família (ESF), a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e
a Linha de Cuidado de Doenças Crônicas, oferecem suporte contínuo e
especializado a pacientes crônicos. Após a alta, João pode contar com as Redes
de Atenção à Saúde (RAS), que integram a atenção primária, secundária e
terciária, além de programas de reabilitação cardiovascular para apoiar sua
recuperação e prevenir complicações. Essas políticas e redes do SUS
proporcionam a João um cuidado integral e contínuo, promovendo o autocuidado e
melhorando sua qualidade de vida.
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Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e no
mundo, com áreas rurais apresentando maior mortalidade em comparação com
áreas urbanas, devido ao acesso limitado a serviços de saúde e diagnóstico.
Nessas regiões, fatores de risco como HAS, diabetes, tabagismo e obesidade são
comuns, enquanto o envelhecimento da população, com migração de jovens para
áreas urbanas, aumenta a prevalência de doenças cardiovasculares (DCV). Esses
dados sugerem a necessidade de políticas focadas em áreas rurais para promover
o autocuidado e a prevenção de DCV. Estratégias de prevenção incluem o
fortalecimento da atenção primária com equipes de saúde da família, programas de
educação para conscientização sobre hábitos saudáveis, campanhas de promoção
de alimentação e exercícios adequados e monitoramento contínuo de pacientes
crônicos, incluindo o uso de telemedicina para áreas de difícil acesso.
No SUS, sistemas de informação como o e-SUS AB, Hiperdia, SISCAN,
SISREG, SIAB e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) são utilizados para
registrar e gerenciar dados de saúde, facilitando o acompanhamento de pacientes
crônicos e permitindo a coleta e análise integrada de informações. Esses sistemas
ajudam a monitorar condições como HAS e DM, programar consultas e exames
com especialistas e disponibilizar o histórico de saúde para os profissionais de
saúde, garantindo um cuidado mais completo e eficiente para pacientes como João.
A qualidade do cuidado e a segurança de pacientes como João requerem
acompanhamento contínuo e coordenado, especialmente em casos de
comorbidades crônicas como HAS e DM, que demandam monitoramento constante
para prevenir complicações. No contexto rural, onde o acesso a serviços é limitado,
o fortalecimento das redes domiciliares e o telemonitoramento são estratégias
importantes para garantir continuidade do cuidado e evitar hospitalizações. A
gestão dos serviços deve integrar os diferentes níveis de atenção, com a Estratégia
Saúde da Família liderando ações como visitas domiciliares e educação em saúde,
enquanto a Atenção Secundária e Terciária complementam com exames e
encaminhamentos especializados. O uso de dados epidemiológicos e sistemas
como o Hiperdia e o e-SUS AB orienta o planejamento e a alocação de recursos,
enquanto a capacitação contínua da equipe melhora a segurança e a qualidade dos
cuidados. Com uma gestão eficiente, o SUS pode proporcionar um atendimento
seguro e de qualidade, que atenda às necessidades dos pacientes em áreas rurais
e promova sua recuperação e bem-estar a longo prazo.
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