Unidade 4 Do Livro Aconselhamento Cristão-123-156
Unidade 4 Do Livro Aconselhamento Cristão-123-156
Unidade 4 Do Livro Aconselhamento Cristão-123-156
Teologia e
Práticas em
Aconselhamento
Cristão
Me. Eugênio Soria de Anunciação
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UNIDADE 4
Figura 1 - Tela do episódio 3: “Quando o amor diz ‘Ainda não’“, da Série de Mensagens “Cada um tem
a sua história”, baseada no evangelho de João 11.1-16 / Fonte: O autor
Descrição da Imagem: Um tablet apoiado sobre uma mesa, com a tela ligada, simulando um aplicativo
de streaming digital. A mão esquerda de uma pessoa toca a tela com os dedos indicador e polegar, indi-
cando que realizará o movimento de pinça, para ampliar a tela no que seria uma escolha de programa
para assistir, cujo título é “Marta e Maria - quando o amor diz: ‘Ainda não’”.
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UNIDADE 4
mente dizer a ele que não sabemos o que fazer diante de algumas circunstâncias da
vida. Aquilo fez muito sentido para mim. Eu estou me sentindo exatamente assim.
Tenho um futuro pela frente, mas tenho muito medo e nem sei ao certo o porquê.
— Entendo perfeitamente — respondi para ele. — Quando o irmão de Marta
e Maria estava muito doente, elas puderam simplesmente mandar dizer a Jesus:
‘Aquele a quem amas está doente’. Muitas vezes não sabemos as causas das nossas
dores. O mais importante é saber que podemos dizer a Jesus que algumas coisas
não estão legais dentro da gente.
— Eu estou neste momento. Tem muita coisa bagunçada dentro do meu
coração. Eu não consigo sequer entender por onde começar, mas eu sei que
eu preciso de Jesus na minha vida!”
Aquele primeiro café foi o início de uma caminhada de transformação na
vida daquele jovem. Combinamos de nos encontrar no gabinete pastoral no dia
seguinte, para começarmos essa caminhada de aconselhamento cristão. No dia e
hora marcados, começamos essa caminhada de transformação. Iniciamos a con-
versa, pedindo que o Espírito Santo nos iluminasse e nos conduzisse à verdade,
ajudando a mim e a ele, para que entendêssemos o que não conseguiríamos de
outra forma. Após a oração, eu falei:
— Eu imagino que você esteja aqui à procura de respostas. Eu preciso come-
çar dizendo isso para você: ‘Eu não tenho as respostas que você procura’. O meu
papel aqui, em um primeiro momento, é ajudar você a fazer perguntas e em um
segundo momento, servir de ‘espelho’. Isso significa que eu vou repetir algumas
falas suas para que você se escute e juntos, na dependência do Espírito Santo, a
gente consiga compreender o que Deus quer, tudo bem?
Ele balançou positivamente com a cabeça, e iniciou:
— Mas eu não sei nem por onde começar…
Então respondi:
— Imagine que você está trazendo aqui para mim, uma caixa de quebra-ca-
beças, com 5.000 peças. Você vê a imagem pronta na caixa, mas quando despeja
o conteúdo na mesa, está tudo bagunçado. O nosso trabalho, aqui, será identificar
as peças-chave, para começar a montar esse quebra-cabeça. Com o tempo, va-
mos nos acostumando com a voz de Deus e tudo começará a se encaixar. Não se
preocupe em dizer as palavras certas. Fale o que vier ao seu coração.
Ele iniciou falando sobre alguns sentimentos do momento, como o medo do
futuro, de que ele não daria conta da sua vida, de que nunca seria capaz de fazer
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UNIDADE 4
nada bom. Todo sentimento do presente, sempre é um eco do passado. Após ele
me falar sobre esses sentimentos, daquele momento, eu pedi que ele me falasse
um pouco sobre a sua relação com a sua mãe e com o seu pai. Ele poderia esco-
lher sobre quem falaria em primeiro lugar. As nossas primeiras relações humanas
determinam o tipo e a qualidade de relacionamentos que teremos no futuro, com
relação a Deus, com a gente mesmo e com os outros.
Quando ele começou a contar sobre as suas experiências de abandono, agressões
e violências emocionais e físicas que sofrera ainda na infância, entendi que aí estava
uma peça-chave importante para começarmos a montar o quebra-cabeça. Neste mo-
mento, expliquei para ele o plano de Deus ao colocar um bebê que sequer consegue
cuidar de si mesmo, em uma relação com um pai e uma mãe (às vezes biológicos, às
vezes adotivos), para fazer com que este bebê se desenvolva plenamente em todas as
dimensões da vida. Também expliquei que, por causa dos efeitos noéticos do pecado,
nem sempre nossos pais conseguem cumprir os seus papéis de maneira adequada e
que esses buracos vão se estabelecendo em nosso coração, reverberando durante toda
a nossa vida enquanto não tratarmos eles de maneira adequada.
O jovem ouviu atentamente as minhas explicações, e disse:
— Faz muito sentido isso, pastor! Eu nunca havia percebido isso, que as mi-
nhas histórias do passado me influenciavam ainda hoje. Eu achava que se eu
simplesmente não pensasse nelas, elas deixariam de existir.
Então eu finalizei aquele primeiro encontro:
— Por hoje, isso é o suficiente. Agora, eu preciso que você vá para a sua casa e
converse com Deus sobre tudo isso, durante a sua semana. Vamos nos encontrar na
próxima semana. Fique atento aos seus sentimentos. Pode ser que você fique muito sen-
sível, por estar revisitando essas experiências nesta semana. Mas lembre-se de que Deus
estará com você e que você pode dizer a todo momento a ele, o quanto está doendo.
127
UNIDADE 4
A partir das informações obtidas até aqui e do vídeo que você assistiu, escreva em seu
Diário de Bordo, qual é a forma como você se enxerga neste momento da sua vida.
128
UNIDADE 4
DIÁRIO DE BORDO
EU – MUNDO
(sujeito) – (objeto)
129
UNIDADE 4
De uma maneira muito simples, quando olho para o que existe fora de mim,
associo isso a um objeto a ser compreendido (seja esse “objeto” uma coisa, um
fenômeno da natureza, uma pessoa). Eu assumo o papel de sujeito, no sentido de
ser aquele que está tentando decifrar os enigmas do que estou vendo (objeto). Este
é um dos desafios da ciência – buscar compreender e explicar a realidade. Porém,
nem sempre o pensamento humano foi científico. O pensamento científico é um
processo metodológico que
“
parte da definição de um objeto a ser estudado, tendo como base um
referencial teórico apropriado para, a partir da observação e análise
de um conjunto de fenômenos, levantar hipóteses que possam ser
verificáveis, correspondendo objetivamente ao que podemos cha-
mar de realidade (PASSOS; USARSKI, 2013, p. 38).
Precisamos
Precisamos Precisamos
fazer o que a Eu preciso fazer o que
Ideia Central agradar os agradar ao
razão humana eu sinto
deuses Deus cristão
nos diz
Quadro 1 - A evolução do pensamento humano, como forma de explicar a realidade / Fonte: O autor
130
UNIDADE 4
A forma de pensamento humano que regia o Mundo Antigo foi uma evolução
do panteísmo (tudo e todos compõem a divindade), para o totemismo (plantas,
animais e ancestrais como divindades), depois para o politeísmo (vários deuses),
para o henoteísmo (vários deuses, mas um deus superior aos demais), até a no-
ção de monoteísmo (existência de apenas um deus verdadeiro). Essa tentativa
de explicar a realidade a partir de uma linguagem primitiva mágico-mística, foi
a origem do pensamento religioso, que é um sistema que ainda hoje influencia
poderosamente o pensamento do ser humano hipermoderno. Esse processo se
deu, porque todo movimento religioso é um movimento também social. Lembra
das socializações primária e secundária? Estão aqui presentes.
Para os filósofos empiristas como Locke e Hobbes, por exemplo, todo conhe-
cimento nasce da percepção dos sentidos humanos. O problema é que o conhe-
cimento de Deus não pode estar condicionado apenas às sensações humanas.
Por isso a teologia cristã concorda que o conhecimento humano de Deus não é
exaustivo, ou seja, não podemos conhecer Deus em sua totalidade, apenas naquilo
que o próprio Deus revelou sobre si. A teologia reformada, em sua aversão a toda
idolatria, insistiu que Deus ultrapassa infinitamente o nosso entendimento, a
nossa imaginação e a nossa linguagem. Calvino chegava a afirmar que “o coração
humano é uma perpétua fábrica de ídolos” (CALVINO, 1536/2003, p. 113). De
fato, em toda tentativa humana de se explicar a Deus, no sentido de defini-lo, há
o risco de se estabelecer um ídolo, um não-Deus:
“
É desrespeitoso! Pretendemos saber o que dizemos quando enuncia-
mos a palavra “Deus”! Atribuímos-lhe a posição mais alta de nosso
mundo e, em assim fazendo, colocamo-lo, fundamentalmente, na
mesma linha em que estamos, nós e as coisas materiais; achamos que
Ele “precisa de alguém” e que podemos ordenar as nossas relações
com Ele como arranjamos qualquer outro relacionamento. [...] Con-
fundimos a eternidade com a temporalidade. Esta é a nossa falta de
respeito no relacionamento com Deus. Secretamente, nesse nosso
modo de proceder, somos nós os Senhores. Para nós não se trata de
Deus, porém das nossas necessidades, de nossos desejos e conveniên-
cias, pelas quais queremos que Deus se oriente (BARTH, 2009, p. 52).
131
UNIDADE 4
“
Quem define a Deus está dizendo que, em últi-
ma instância, conhece a Deus. E quem afirma
que conhece a Deus, na realidade, não fala de
Deus em si, mas da representação de Deus que
nós humanos nos fazemos. O Evangelho o diz
sem rodeios: “Ninguém jamais viu a Deus” (Jo
1,18). Ou seja, Deus não está ao nosso alcance.
Fato este realçado pelos evangelhos sinóticos:
“Somente o Filho conhece o Pai” (Mt 11,27; Lc
10,22) (CASTILLO, 2017, p. 15).
“
A partir do momento em que Deus se revela e,
portanto, se dá a conhecer em um ser humano,
a partir deste momento, nossa maneira de en-
tender a Deus ficou radicalmente modificada.
Vale dizer, crendo em Jesus como “revelação
de Deus”, cremos em um Deus vinculado ao
humano de maneira indissociável, encarnado
no humano e, portanto, fundido com o huma-
no (CASTILLO, 2006, p. 69).
132
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: Quadro esquemático indicando duas linhas do tempo. A linha superior, sinali-
zando a “eternidade”, remetendo à história de Deus, ou dimensão espiritual - em uma linguagem bíblica,
o tempo que se chama “hoje”. A segunda linha, sinaliza a “temporalidade”, a história da humanidade, ou
dimensão humana, que se encontra restrita ao espaço-tempo. Dentro desta linha, podemos ver as quatro
dimensões do evangelho, que formam a dimensão da temporalidade: Criação (céus e terra) - Queda (do
ser humano) - Redenção (em Cristo Jesus) - Nova Criação (novos céus e nova terra. Entre a linha de tempo
da dimensão humana e a dimensão espiritual há uma seta indicando para cima, que se remete à “Nova
Criação: novos céus e nova terra”.
Por isso, a revelação plena de Deus acontece em Jesus. Mais do que isso. Em Jesus há
uma dupla revelação. Ele revela o que Deus deseja que o ser humano conheça
sobre ele e revela também o tipo de ser humano que podemos vir a ser nele.
“
Ao referir-nos à “humanidade de Jesus”, na realidade estamos falan-
do mais propriamente de seu projeto de vida. Trata-se do extremo
oposto de tudo aquilo que significa “dominação” sobre a terra. E,
portanto, de tudo o que é próprio da “identificação”, daquilo que é
próprio da terra, do que está abaixo ou junto ao solo. É a partir desta
perspectiva que se torna possível viver e sentir como realidade a
nossa humanidade (CASTILLO, 2017, p. 33).
Por isso, como conselheiros cristãos, precisamos ter uma compreensão cristoló-
gica extremamente bíblica. Quando compreendemos quem Jesus realmente é e
a forma como ele revelou a Deus, e também como a humanidade pode vir a ser
Nele, começamos o processo de autoconhecimento, de nos tornarmos novas cria-
turas (2 Coríntios 5.17). Isso significa que o nosso parâmetro deve ser o próprio
133
UNIDADE 4
134
UNIDADE 4
PENSANDO JUNTOS
135
UNIDADE 4
Para uma compreensão do diálogo, Helde (2021) apresenta uma metáfora tridi-
mensional – a cabeça, o coração e a mão – para ilustrar a natureza multifacetada
do diálogo. Quando queremos entender, lidar, conduzir e ensinar o diálogo, todas
as três dimensões são importantes.
“
A cabeça refere-se à mente e aponta para a importância de adquirir
conhecimento sobre o diálogo com o objetivo de desenvolver uma
mente aberta e uma mentalidade dialógica – ou seja, uma cons-
ciência e capacidade de escolher conscientemente uma abordagem
dialógica, mesmo em situações de profundo desacordo que caso
contrário, pode levar à escalada de um conflito ou até mesmo a uma
briga. Em vez disso, a pergunta deve ser feita: “Eu quero ou preciso
(lutar e) vencer? Ou posso buscar oportunidades para dialogar com
a mente aberta, tentando entender outras perspectivas?”
136
UNIDADE 4
■ Ouvir
■ Ter consciência das suas suposições
■ Evitar colocar rótulos nas pessoas
■ Suspender o julgamento e o preconceito
■ Descubra a função do que está sendo verbalizado; pergunte qual é a fun-
ção desta fala?
■ Seja empático
“
Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, ven-
do-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, per-
guntou:
137
UNIDADE 4
O enfermo respondeu:
Uma tentação pela qual todo conselheiro cristão e capelão cristão passam é assu-
mir o papel de superiores, pelo fato de estarem aconselhando outras pessoas. Isso
é um grande risco. Acima de tudo, é importante que o conselheiro se reconheça
como alguém em falta. O conselheiro não é um sujeito sem culpa, isto é, perfeito,
sem problemas, totalmente espiritual, infalível, irrepreensível, com uma vida
inquestionavelmente santa, ou algo semelhante. Pelo contrário, o conselheiro é
apenas um ser humano sujeito à graça de Deus, e nada mais. Tem o seu próprio
espinho na carne e, sem ostentá-lo, tenta servir a Deus e aos outros:
“
E, para que eu não ficasse orgulhoso com a grandeza das revelações,
foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que eu não me exalte. Três vezes pedi ao Senhor
que o afastasse de mim. Então ele me disse: “A minha graça é o que
basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” De boa
vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim
repouse o poder de Cristo (2 Coríntios, 12.7-9).
138
UNIDADE 4
“
Os aconselhadores/as pastorais melhores preparados para auxiliar
as pessoas são aqueles não somente altamente treinados na teoria e
nas técnicas de aconselhamento da teologia, mas também pessoal-
mente treinados para refletir o caráter cristão dentro e fora da sala
de aconselhamento. Este caráter não pode ser credenciado através
de diplomas de graduação ou aprendido na sala de aula: ele vem de
anos de treinamento fiel nas disciplinas espirituais - oração, estudo
das Escrituras, reclusão, jejum, culto em comunidade (MCMINN
apud SCHIPANI, 2004, p. 121).
139
UNIDADE 4
culpa, amor, simpatia, entre outros, que ele realmente sente por outra pessoa, com
pouca, ou nenhuma consciência disso. O conselheiro cristão é chamado a estar
sempre atento aos seus sentimentos. À luz da Bíblia, os piores resultados de acon-
selhamento cristão ocorrem quando o conselheiro não tem este autoconhecimento
e autocontrole suficientes, para estar atento aos seus próprios erros:
“
Jesus lhes contou também uma parábola: — Será que um cego pode
guiar outro cego? Não é fato que ambos cairão num buraco? — O
discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for
bem-instruído será como o seu mestre. — Por que você vê o cisco no
olho do seu irmão, mas não repara na trave que está no seu próprio
olho? Como você poderá dizer a seu irmão: “Deixe, irmão, que eu
tire o cisco que está no seu olho”, se você não repara na trave que está
no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu olho
e então você verá claramente para tirar o cisco que está no olho do
seu irmão (Lucas 6.39-42).
Não há como impedir que haja a transferência, isto faz parte da nossa natureza
humana. O que é possível evitar é deixar que esses sentimentos controlem os seus
pensamentos e os seus comportamentos. Introspecção é a capacidade de olhar
para dentro de nós mesmos e analisar os nossos sentimentos e as nossas atitudes.
Essa é uma habilidade muito importante a ser desenvolvida não apenas na sua
atuação como conselheiro cristão, mas como pessoa, pois ela traz muito ganho
nas relações humanas. A introspecção é o processo de “acessar diretamente os
nossos próprios processos psicológicos internos, julgamentos, percepções ou
estados” (VANDENBOS, 2010, p. 531). Em outras palavras, é a capacidade de
olhar para dentro de si mesmo. Essa é uma capacidade que é desenvolvida a partir
das disciplinas espirituais, principalmente na leitura devocional da Palavra de
Deus e de momentos específicos de oração. Uma outra ajuda muito importante
para evitar a transferência, é o próprio conselheiro cristão ter a ajuda e o apoio
de outro conselheiro cristão mais experiente.
140
UNIDADE 4
NOVAS DESCOBERTAS
141
UNIDADE 4
“
Você, porém, por que julga o seu irmão? E você, por que despreza o seu
irmão? Pois todos temos de comparecer diante do tribunal de Deus. Como
está escrito: “Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo
joelho, e toda língua dará louvores a Deus.” Assim, pois, cada um de nós
prestará contas de si mesmo diante de Deus. A liberdade e o amor. Por-
tanto, deixemos de julgar uns aos outros. Pelo contrário, tomem a decisão
de não pôr tropeço ou escândalo diante do irmão (Romanos 14.10-13).
O apóstolo Paulo também adverte: “Por isso, você é indesculpável quando julga
os outros, não importando quem você é. Pois, naquilo que julga o outro, você
está condenando a si mesmo, porque pratica as mesmas coisas que condena”
(Romanos 2.1). Por esta razão o conselheiro cristão deve se abrir onde mora a
dor do aconselhando, essa ferida que leva o aconselhando a agir como age e que
faz ele cair. Julgar não é uma boa opção, especialmente quando o julgamento é
baseado nas aparências. É essencial ver sempre além do que é evidente, como
o Senhor faz: “Ele terá o seu prazer no temor do Senhor. Não julgará segundo
a aparência, nem decidirá pelo que ouviu dizer (Isaías 11.3). Perceba que estar
atento ao conteúdo da dor do outro, não significa concordar com as decisões
erradas que ele toma. É apenas uma forma de tentar compreender as razões que
levam a pessoa a insistir em decisões equivocadas: “A tolerância é patrimônio das
verdadeiras convicções” (TOURNIER, 2002, p. 41).
Isto conduz à outra prática do conselheiro cristão, que é a aceitação incondi-
cional da pessoa. Isso significa que o conselheiro cristão aceita o aconselhando
como ele é e está – com todas as suas falhas, medos, fraquezas, pontos fortes e
outros atributos pessoais, bons ou maus.
“
De modo geral e instintivamente, costumamos focar em outras coi-
sas que não Deus e sua graça em busca de justificação, de esperança,
de significado e de segurança. Acreditamos no evangelho até certo
ponto, mas não passamos aos níveis mais profundos. A aprovação
alheia, o sucesso profissional, o poder e a influência, a família e a
identidade com o grupo - todas essas coisas servem como “mule-
tas funcionais” para nossos corações, ocupando o lugar de tudo o
que Cristo fez, e, por causa disso, continuamos a ser motivados em
grande medida pelo medo, pela raiva e pela falta de autocontrole
(KELLER, 2010, p. 149)
142
UNIDADE 4
A base bíblica para esta postura é o que encontramos na parábola dos dois filhos
perdidos:
“
Jesus continuou: — Certo homem tinha dois filhos. O mais moço
deles disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê a parte dos bens
que me cabe.” E o pai repartiu os bens entre eles. — Passados não
muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu
para uma terra distante e lá desperdiçou todos os seus bens, vivendo
de forma desenfreada. — Depois de ter consumido tudo, sobreveio
àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
Então foi pedir trabalho a um dos cidadãos daquela terra, e este o
mandou para os seus campos a fim de cuidar dos porcos. Ali, ele
desejava alimentar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas
ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: “Quantos traba-
lhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo
de fome! Vou me arrumar, voltar para o meu pai e lhe dizer: ‘Pai,
pequei contra Deus e diante do senhor; já não sou digno de ser cha-
mado de seu filho; trate-me como um dos seus trabalhadores.’” E,
arrumando-se, foi para o seu pai. — Vinha ele ainda longe, quando
seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou.
E o filho lhe disse: “Pai, pequei contra Deus e diante do senhor; já
não sou digno de ser chamado de seu filho.” O pai, porém, disse aos
servos: “Tragam depressa a melhor roupa e vistam nele. Ponham um
anel no dedo dele e sandálias nos pés. Tragam e matem o bezerro
gordo. Vamos comer e festejar, porque este meu filho estava mor-
to e reviveu, estava perdido e foi achado.” E começaram a festejar.
— Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando voltava, ao
aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos
empregados e perguntou o que era aquilo. E ele informou: “O seu
irmão voltou e, por tê-lo recuperado com saúde, o seu pai mandou
matar o bezerro gordo.” — O filho mais velho se indignou e não
queria entrar. Saindo, porém, o pai, procurava convencê-lo a entrar.
Mas ele respondeu ao seu pai: “Faz tantos anos que sirvo o senhor
e nunca transgredi um mandamento seu. Mas o senhor nunca me
deu um cabrito sequer para fazer uma festa com os meus amigos.
Mas, quando veio esse seu filho, que sumiu com os bens do senhor,
gastando tudo com prostitutas, o senhor mandou matar o bezerro
143
UNIDADE 4
gordo para ele!” — Então o pai respondeu: “Meu filho, você está
sempre comigo; tudo o que eu tenho é seu. Mas era preciso festejar
e alegrar-se, porque este seu irmão estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado.” (Lucas 15.11-31).
Keller (2010, p. 167) enfatiza que “tanto o caminho sensual do filho mais novo
quanto o caminho ético do filho mais velho são becos sem saída espirituais”. A
única alternativa para ambos os caminhos, é o acolhimento que o pai concede aos
dois filhos – eles são aceitos pelo pai, independentemente das escolhas erradas
que fizeram pela vida – um em uma vida dissoluta e o outro em uma vida regrada.
Este é um aspecto incrível da graça revelada em Cristo Jesus e uma dimensão que
precisa ser resgatada pelos conselheiros cristãos:
“
A graça nos atinge quando estamos em grande dor e desassosse-
go. Ela nos atinge quando andamos pelo vale sombrio da falta de
significado e de uma vida vazia… Ela nos atinge quando, ano após
ano, a perfeição há muito esperada não aparece, quando as velhas
compulsões reinam dentro de nós da mesma forma que tem feito
há décadas, quando o desespero destrói toda a alegria e coragem.
Algumas vezes naquele momento uma onda de luz penetra nossas
trevas, e é como se uma voz dissesse: “Você é aceito. Você é aceito,
aceito pelo que é maior do que você, o nome do qual você não co-
nhece. Não pergunte pelo nome agora. talvez mais tarde. Não tente
fazer coisa alguma agora, talvez mais tarde você faça o bastante. Não
busque nada, não realize nada, não planeje nada. Simplesmente
aceite o fato de que você é aceito”. Se isso acontece conosco, expe-
rimentamos a graça (TILLICH, apud MANNING, 2005, p. 27-28).
É o que o apóstolo Paulo deixou muito claro: “Pois o amor de Cristo nos cons-
trange” (2 Coríntios 5.14) e, “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém co-
nhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já
agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios
5.16-17). E para não restar dúvidas, ele enfatiza:
144
UNIDADE 4
“
Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber,
que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a
palavra da reconciliação (2 Coríntios 5.18-19).
Deus ama tanto a humanidade, que em Cristo, ele indica que aceita a todos nós.
E ele nos ama tanto que deseja nos transformar de dentro para fora, em uma ação
sobrenatural do seu Espírito Santo. Dessa forma, o aconselhamento cristão e a
capelania cristã, são ferramentas preciosas no processo de santificação de cada
um de nós. É o que os evangelhos chamam de gente que ouve as palavras de Jesus
e as coloca em prática, sendo comparadas a uma casa que é construída sobre a
rocha, em contraposição a uma casa construída sobre a areia.
PENSANDO JUNTOS
Deus o ama como você é, mas se recusa a deixá-lo desse jeito. Ele quer que você seja
simplesmente como Jesus (Max Lucado)
145
UNIDADE 4
“
Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça
no falar, é um indivíduo perfeito, capaz de refrear também todo o
corpo. Ora, se colocamos um freio na boca dos cavalos, para que nos
obedeçam, também lhes dirigimos o corpo inteiro. Observem, igual-
mente, os navios que, sendo tão grandes e impelidos por fortes ventos,
são dirigidos por um pequeníssimo leme, e levados para onde o piloto
quer. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes
coisas. Vejam como uma fagulha incendeia uma grande floresta! Ora,
a língua é um fogo; é um mundo de maldade. A língua está situada
entre os membros do nosso corpo e contamina o corpo inteiro, e
não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como
também ela mesma é posta em chamas pelo inferno (Tiago 3.2-6).
Por esta razão, a orientação bíblica encontrada em Tiago 1.19 é clara: “Vocês
sabem estas coisas, meus amados irmãos. Cada um esteja pronto para ouvir, mas
seja tardio para falar e tardio para ficar irado”. Estar pronto para ouvir, significa
prestar atenção ao que o outro diz, segui-lo em todas as suas palavras, segui-lo
em suas emoções, sentimentos, pensamentos, atitudes e narrativas. Ao ouvirmos
com atenção, poderemos ver com mais clareza. Ao fazê-lo, vamos além do bem
e do mal; nos concentramos no aconselhando e em sua circunstância. Estamos
interessados em saber o que realmente aconteceu com ele. Onde está a pedra
de tropeço que afeta a sua vida, como ele a ver, como lida com isso, que papel
146
UNIDADE 4
desempenha em sua vida, entre outras questões. Ser tardio para falar significa
pensar com calma antes de dizer algo. O bom conselheiro cristão ouve muito
e fala pouco. É um erro pensar que o conselheiro é obrigado a saber o que está
acontecendo com o outro. Quem melhor pode responder a esta pergunta é o
próprio aconselhando. O conselheiro cristão deve estar sempre em espírito de
oração, quando atende um aconselhando. Por essa razão, antes de falar alguma
coisa, ele precisa perguntar ao Espírito Santo se deve falar o que veio ao seu
coração. Muito importante: falar, não significa dizer o que você acha. A melhor
estratégia de fala no aconselhamento, tem a ver com as perguntas. As perguntas
iluminam o caminho da vida; não há melhor resposta do que aquela cujo signi-
ficado leva a melhores perguntas.
Quando você atua como um conselheiro cristão; isto é, quando a função de
aconselhamento é exercida sob a supervisão ou sob a aprovação de uma igreja,
as pessoas assumem (ou têm a fantasia) que a nossa opinião representa a opinião
autorizada de Deus. Se fomos designados para esse papel, certamente é porque
Deus assim o dispôs. Por que duvidar do que dizemos? Se dissermos sim, é sim;
se dissermos não, é não. Sob essa condição, as pessoas apenas acreditam, e nossas
palavras afetam consideravelmente a sua existência, para melhor ou para pior.
Nossas palavras têm o dobro ou o triplo de poder só porque as dizemos como
representantes de Deus, e porque as pessoas nos atribuem esse lugar dentro de
sua esfera afetiva mesmo sem perceber, seja verdade ou não.
147
UNIDADE 4
“
Um dos principais sofrimentos experimentados por aqueles que
estão no ministério chama-se baixa auto-estima. Muitos líderes e
ministros hoje sentem cada vez mais que conseguem causar muito
pouco impacto. Estão muito ocupados, mas não veem muito efeito.
Parece que os seus esforços são infrutíferos. Enfrentam um núme-
ro decrescente de pessoas nas reuniões da igreja, e descobrem que
psicólogos, psicoterapeutas, conselheiros e médicos são, frequente-
mente, mais dignos de créditos do que eles (NOUWEN, 2002, p. 19).
Todos nós temos o anseio de sermos aceitos e valorizados. Quando somos procu-
rados por pessoas, para ajudá-las em suas necessidades, devemos lembrar que o
nosso papel como conselheiros cristãos é apenas conduzir essas pessoas a Cristo.
Não podemos cair na tentação de assumir a transferência que o aconselhando faz
sobre nós. O alvo é ajudar o aconselhando a se aproximar de Jesus:
“
O cristianismo não é uma ideologia contraposta a outras. É uma vida
inspirada pelo Espírito Santo. Suas vitórias são apenas vitórias sobre si
mesmo, e não sobre os outros. Ele se propaga mediante a humildade e
voltando-se para si mesmo, não por meio de vitórias. De modo que, se
quisermos ajudar o mundo na crise atual, não devemos acreditar que
há dois lados que se enfrentam: o de Cristo, do qual fazemos parte, e
o dos demais, que são nossos adversários. Paremos de dizer: “Voltem
a nós, porque possuímos a verdade”. Mas digamos: “Voltemos todos
juntos a Cristo” (TOURNIER, 2002 p. 143).
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UNIDADE 4
“
Em verdade, em verdade lhes digo: quem não entra no curral das
ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, esse é ladrão e sal-
teador. Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das
ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele
chama as suas próprias ovelhas pelo nome e as conduz para fora.
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UNIDADE 4
Depois de levar para fora todas as que lhe pertencem, vai na frente
delas, e elas o seguem, porque reconhecem a voz dele. Mas de modo
nenhum seguirão o estranho; pelo contrário, fugirão dele, porque
não conhecem a voz dos estranhos (João 10.1-5).
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UNIDADE 4
Tempo
É prudente definir um horário específico e sistemático para as sessões
de aconselhamento; quando vocês se verão, qual o dia da semana e
qual a duração de cada sessão. Haverá momentos em que o aconsel-
hando vai querer permanecer em sessão, até resolver uma infinidade
de dúvidas, entretanto, isso deve ter um limite de tempo, entre outras
razões porque o problema a ser abordado deve ser limitado. O aconsel-
hando saberá que terá apenas um prazo definido para apresentar a sua
situação. Definir um dia e hora fixos a cada semana ajuda o próprio ac-
onselhando a sistematizar internamente o que ele trará a cada sessão.
Normalmente o tempo de cada sessão é fixado em 50 minutos quando
o aconselhamento é individual, e no máximo uma hora e meia quando
é familiar (incluindo aconselhamento de casal ou matrimonial).
Local
Um local específico deve ser definido para cada sessão. Tome nota do
fato de que uma sessão de aconselhamento não é um encontro social,
mas é uma atividade em que o aconselhando busca a cura para uma
área emocional/espiritual da sua vida. Por essa razão, o local designado
deve, acima de tudo, permitir privacidade. Não deve ser um lugar de
trânsito pelo qual outras pessoas passem de vez em quando. Deve ser
um espaço privado onde o aconselhando possa falar, chorar, se deses-
perar, até gritar (e até usar palavras de alto som), com total liberdade e
sem que outros o observem. No entanto, além dessas condições ideais,
alguns conselheiros se reúnem com os aconselhandos em um café mais
ou menos discreto. Conheço um que usa um Starbucks durante a man-
hã para realizar suas consultorias. Uma última observação: o conselheiro
cristão muitas vezes vai a vários lugares em busca de ovelhas perdidas.
Você pode ir a um parque, a uma cantina, a uma cela de prisão, a um
lixão, à rua ou a qualquer outro lugar onde se encontrem ovelhas. O
conselheiro geralmente se adapta às demandas do local, e mesmo as-
sim, deve manter ao máximo as condições mínimas de enquadramento
sem perder de vista, nem o conselheiro, nem o consulente, que se trata
de um ato de aconselhamento. Um aspecto muito importante: o ideal
é que homens aconselhem outros homens e mulheres aconselhem
outras mulheres, para evitar que haja transferências perigosas que es-
timulem envolvimentos amorosos inadequados.
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UNIDADE 4
Clareza
O conselheiro cristão deve deixar bem claro desde o início, que a sua
formação é cristã e que seu aconselhamento segue essa linha; e que
em alguns momentos ele, como conselheiro cristão, poderá usar a
Bíblia. Obviamente, se alguém procura um conselheiro cristão que atua
diretamente nos escritórios pastorais da Igreja, imagina-se que essa
pessoa sabe que o conselheiro atue dessa forma. Contudo, é importante
certificar-se de que eles sabem. É muito importante evitar surpresas e,
principalmente se o aconselhando não for cristão, esclareça a questão
sem entrar em polêmicas inúteis para ouvi-lo e ajudá-lo. Talvez quando
o aconselhando não-cristão veja a misericórdia e a sabedoria do con-
selheiro, fique intrigado para saber de onde ele obtém sua paz e queira
um pouco dela. Um exemplo disso é a reação que a mulher samaritana
teve diante do Senhor no poço de Jacó (João 4.1-39).
Disponibilidade
Existem casos de emergência nas quais o aconselhando passa por uma
situação emocional difícil, como por exemplo, a luta para abandonar
algum vício, o início de um tratamento antidepressivo, ou ainda estar
vivendo sob constante e intenso estresse familiar. Em situações assim, é
necessário que o conselheiro cristão preste apoio urgente no momento
menos esperado. É importante decidir de acordo com as circunstân-
cias de cada conselheiro se o conselheiro poderá ou não o procurar
a qualquer hora do dia ou da noite. Em caso positivo, é importante
esclarecer ao aconselhando a necessidade de ele aprender a lidar
com a própria vida, e concordar com ele sobre a possibilidade de ligar
por telefone caso ele se sinta muito mal, e precise falar. Essa atitude é
importante quando, por exemplo, temos um aconselhando que acaba
de sair de uma tentativa de suicídio e vai em busca de ajuda espiritual.
Certamente o psicólogo ou psiquiatra que o atende previu uma recaída;
Considerando isso, não faz mal receber uma segunda fonte de apoio
sem esquecer a primeira. No entanto, existem outros casos em que o
aconselhando é extremamente exigente e isso faz parte do seu prob-
lema pessoal. Ele não aprendeu a enfrentar a vida sozinho e age de
forma infantil na maioria das vezes exigindo atenção constante. É um
caso extremo; há outros casos intermediários que também demandam
atenção contínua. É importante reconhecer quando pode surgir uma
emergência e quando é o próprio sujeito que tece excessivamente uma
dependência crescente do conselheiro que deve ser evitada.
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OLHAR CONCEITUAL
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UNIDADE 4
Rapport é uma palavra de origem francesa, que significa “trazer de volta”. O ra-
pport é utilizado como uma técnica capaz de criar ligação entre as pessoas, uma
conexão para facilitar a comunicação. Sem esquecer a importância de ouvir e
responder calorosamente aos sentimentos, há certas questões para as quais o
conselheiro precisa de respostas, de preferência durante a primeira sessão. Para
Clinebell (1987, p. 81), “se essas respostas não forem obtidas durante a primeira
fala do aconselhando, o conselheiro deve fazer as perguntas diretamente, uma
vez que o relacionamento tenha começado a se estabelecer”. Entre eles, listamos:
NOVAS DESCOBERTAS
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UNIDADE 4
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A maior parte do que apreendemos em nosso cérebro se dá a partir dos estí-
mulos visuais. Para ajudá-lo a fixar o conteúdo desta unidade, queremos que
você desenvolva um Mapa Mental sobre “O autoconhecimento e as práticas do
aconselhamento cristão”. A partir do conteúdo apresentado:
Vamos lá?