11 Ditadura Militar

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

DITADURA CIVIL MILITAR BRASILEIRA

Milagre Econômico

As forças que assumiram o poder em 1964 tinham como prioridade


econômica o crescimento acelerado. instaurou-se um pensamento
ufanista de "Brasil potência“. Era sustentado por três ideias básicas:

1. Concentração de Renda: Marcada pela redução do poder aquisitivo do


salário, e criação de novos impostos. Foi criado o IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados), que na prática não adiantou em nenhum
benefício para a população.
2. Expansão do Crédito ao Consumidor: Servia para ampliar a demanda
de bens duráveis, possibilitando a participação da classe
média nesse patamar de consumo. Porém, com o
aumento do dinheiro em circulação, a taxa de juros e a
inflação aumentavam também.
3. Abertura externa da Economia: Englobava tanto os
incentivos às exportações como os atrativos para
investimentos estrangeiros no Brasil. Milhares de
pequenas e médias empresas nacionais que entraram em
falência nesse período.

Modelo político dos governos militares no Brasil

Os governos militares impuseram um governo baseado na centralização de poder, no fortalecimento


do Executivo, controle da estrutura partidária, dos sindicatos, censura aos meios de comunicação e
repressão a quaisquer forma de oposição.

 Sem eleições diretas opara presidente e governadores;


 Prefeitos e ministros passam a ser nomeados pelo Executivo;
 Adoção do bipartidarismo;
 Proibição de greves e organizações sindicais;
 Realização de prisões arbitrárias, intervenções nos sindicatos, demissões em órgãos públicos;
 Criação dos Atos Institucionais e complementares.

Aliança Renovadora Nacional

Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi um partido político brasileiro


criado em 1965 com a finalidade de dar sustentação política à ditadura
militar. ARENA era um partido político predominantemente conservador, e
seus membros e eleitores eram chamados de "arenistas".

Movimento Democrático Brasileiro

Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foi um partido


político brasileiro que abrigou os opositores da ditadura militar brasileira. Era
uma “oposição consentida” e dentro dos moldes do regime, mas seus
candidatos nunca venciam as eleições.

1
Castelo Branco (1964 – 1967)

O presidente Castelo Branco iniciou o governo militar. Dizia que a intervenção tinha
caráter corretivo e era temporária. Castelo Branco, apesar das promessas de retorno ao
regime democrático, inaugurou a adoção de Atos Institucionais como instrumentos de
repressão aos opositores.

Costa e Silva (1967 - 1969)

Com sua posse começa a vigorar a Constituição de 1967. Ele defendia o endurecimento
do regime, a chamada "linha dura". Vieram as perseguições políticas, em missões
organizadas pelos órgãos de segurança do governo. É de seu governo a promulgação
do Ato Institucional n.º 5 (AI-5).
Ato Institucional nº 5: Definiu o momento mais duro do regime militar, dando poder
sem limites aos governadores para punir arbitrariamente os que fossem "inimigos do
regime". Publicado em 12 de dezembro de 1968, ele autorizava ao Presidente da República:
 Fechar o Congresso Nacional;
 Intervir nos estados e municípios;
 Cessar mandatos parlamentares;
 Suspender por 10 anos direitos políticos dos cidadãos;
 Confiscar bens ilícitos;
 Suspender habeas-corpus.

Emílio Médici (1969-1974)

Em seu governo, a repressão aos movimentos de esquerda se intensificou. Seu período


na presidência ficou conhecido historicamente como Anos de Chumbo. Logo no início
do governo se iniciou uma campanha de aprisionamento, tortura e morte
institucionalizada nos porões da ditadura.

Ernesto Geisel (1974 – 1979)

Geisel assumiu o governo em um período de grave endividamento externo e crise social.


Adotou políticas liberais com rígida fiscalização do Executivo. Fez concessões ao aparato
repressivo ao impedir pressões provenientes das oposições, em particular, do MDB, da
Igreja Católica e também de setores da imprensa.

João Figueiredo (1979 – 1985)

Último presidente do regime militar, herdou uma grave crise econômica. Durante seu
governo foi criado, no Rio de Janeiro, o primeiro Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). A
partir de 1983, estudantes, líderes sindicais e políticos, setores da Igreja católica,
artistas e personalidades da sociedade civil e milhares de populares compunham as
forças que reivindicavam eleições diretas.

Departamento de Ordem Política e Social

O Dops foi um braço da ditadura militar, compondo uma rede integrada de


repressão contra os chamados "inimigos do regime". Além de agir como um
órgão punitivo, também fichava as pessoas com a missão de identificar
suspeitos de conspirarem contra a ditadura. De início, o departamento formava
um "arquivo dos indesejáveis", no qual figuravam o nome da pessoa, sua filiação, estado civil,
impressão digital e fotografia. A criação do arquivo facilitou o trabalho da polícia política.

2
Destacamento de Operações de Informação

O DOI-CODI foi um de repressão política criado por diretrizes


internas do Exército assinadas pelo presidente da República
Emílio Médici em 1970, com o objetivo de combater as
organizações de esquerda. Foi nos porões do DOI-CODI de São
Paulo que o jornalista ucraniano Vladimir Herzog foi assassinado.

O caso de Herzog

Herzog tinha 38 anos, era natural da Ucrânia e diretor de jornalismo da TV


Cultura de São Paulo. Se apresentou voluntariamente em 1975 ao DOI-CODI
para prestar esclarecimentos, e foi encontrado morto na manhã seguinte,
“vítima de suicídio”. Três anos depois, o processo movido pela família do
jornalista revelou que ele foi vítima de torturas e a cena do suicídio foi forjada. O governo foi
responsabilizado pelas torturas e pela morte do jornalista.

Métodos de tortura

Durante os anos de regime civil militar, principalmente após a promulgação do AI-5, métodos de
tortura foram usados sistematicamente para manter o terrorismo de Estado.

Palmatória Pau de Arara

“Os torturadores batiam com as mãos “As barras eram enfiadas entre as pernas e os
espalmadas nas orelhas dos presos. A braços dobrados, deixando o torturado em
técnica era executada diversas vezes, uma posição muito dolorosa. Os algozes
deixando os torturados desnorteados. também tampavam o nariz dos prisioneiros
Muitos deles desmaiavam após tantas para introduzir mangueira com água corrente
pancadas.” em suas bocas.”

Censura nos anos de regime

Como parte do aparato de repressão, os meios de comunicação e entretenimento foram censurados


durante o Regime Militar. Diversos compositores tiveram suas músicas censuradas, novelas
precisaram ser editadas e centenas de artistas saíram do
Brasil para evitar represálias. Alguns dos artistas
censurados durante a ditadura militar: Caetano Veloso,
Chico Buarque, Elis Regina, Geraldo Vandré, Gilberto Gil,
Milton Nascimento, Raul Seixas, Toquinho, entre outros.
Algumas telenovelas que sofreram censura: ‘Roque
Santeiro’, de Dias Gomes; ‘Escalada’, de Lauro César
Muniz; ‘Pecado Capital’, de Janete Clair; e ‘Vale Tudo’, de
Gilberto Braga.

Diretas Já!

Grandes manifestações populares aconteceram em todo o país,


reivindicando o restabelecimento das eleições diretas para
presidente da República. Mesmo com grande adesão de artistas,
jogadores de futebol e jornalistas, a Ementa Constitucional que
garantia a realização de eleições diretas foi rejeitada no
Congresso.

3
Fim do Regime Militar

Em 1985, ainda que por eleições indiretas, Tancredo Neves venceu a disputa para
presidente, sendo o primeiro presidente não militar em 20 anos. Faleceu antes de
tomar posse, sendo substituído pelo vice José Sarney. Até a realização de eleições
diretas, em 1989, o Brasil saiu aos poucos do Regime Militar e tomou rumo à
democratização. Presos políticos foram anistiados, artistas exilados retornaram
ao país e os políticos eleitos em 1985 começaram a trabalhar pela recuperação
econômica, política e social brasileira.

Lei da Anistia

Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período


compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de
1979, cometeram crimes políticos [...] tiveram seus direitos
políticos suspensos [...] aos Militares e aos dirigentes e
representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos
Institucionais e Complementares e outros diplomas legais.

Comissão Nacional da Verdade

Comissões da Verdade são criadas pelo Estado para investigar violações de Direitos Humanos
ocorridas em um determinado período da história de um país. Normalmente ocorrem durante um
período de transição política, como por exemplo após um regime autoritário. Em 2011, foi criada
através da Lei 12.528, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e foi oficialmente instalada em 16 de
maio de 2012. Seu objetivo foi investigar crimes, como mortes e desaparecimentos, cometidos por
agentes representantes do Estado no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988,
principalmente aqueles ocorridos durante o período da Ditadura Militar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar história : das origens do homem à era digital : manual do professor — 3. ed. — São
Paulo: Moderna, 2018.

COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

HABILIDADES DA BNCC RELACIONADAS A ESTE MATERIAL

• (EF09HI19) Identificar e compreender o processo que resultou na ditadura


civil-militar no Brasil e discutir a emergência de questões relacionadas à
memória e à justiça sobre os casos de violação dos direitos humanos.

• (EF09HI20) Discutir os processos de resistência e as propostas de


reorganização da sociedade brasileira durante a ditadura civil-militar.

• (EF09HI21) Identificar e relacionar as demandas indígenas e quilombolas como


forma de contestação ao modelo desenvolvimentista da ditadura.

4
5

Você também pode gostar