LIDERANÇA EXCEPCIONAL
LIDERANÇA EXCEPCIONAL
LIDERANÇA EXCEPCIONAL
INTRODUÇÃO
Um grupo, sem alguém que o conduza torna-se fonte de anarquia, de desunião e dificilmente chegará a
qualquer lugar ou concluirá com êxito o seu trabalho. Sem um líder, o grupo é semelhante a um corpo
sem cabeça, que independente da boa vontade de cada integrante, cujo esforço, inclusive poderá ser
oposto ao de outrem, queima esforços desnecessariamente que poderiam ser empregados
proveitosamente em benefício do conjunto, bastando que alguém do grupo adoptasse a iniciativa de
coordenar o empenho comum na direcção desejada.
Quando abordamos a figura do líder, como sendo aquele que deve interpretar, defender e realizar uma
tarefa, à frente de um grupo, devemos entender sobre a “autoridade” daquele que é o portador do
direito de exercer um papel proeminente na condução do grupo.
O exercício de liderança é mais do que simplesmente estar na frente ou no comando de um grupo de
pessoas, é ter a habilidade de exercer influência e ser influenciado pelo grupo, através de um processo
de relações interpessoais adequadas para a consecução de um ou mais objectivos comuns a todos os
participantes”.
Poder e Autoridade segundo Max Weber:
PODER: “É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou
força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer”.
AUTORIDADE: “É a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por
causa de sua influência pessoal”.
Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão suprema,
ministério tão eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. É com base na liderança de
Jesus Cristo que nós, por intermédio do Espírito Santo, trouxemos nas entrelinhas desse pequeno livro
as diretrizes para uma LIDERANÇA EXCEPCIONAL.
O tema “liderança” tem recebido ampla atenção nos últimos anos, tanto nos meios seculares quanto
nas instituições religiosas, tanto é que nós não prometemos esgotar aqui o tão complexo assunto mas,
trouxemos algumas ilações que achamos que são de importância capital para aqueles que sentem em
seus ossos o fervor do chamado de Deus para o ministério, seja ele pastoral, missionário ou em outro
segmento na ceara de YHWH.
Quando falamos de Liderança Eclesiástica ou Cristã, estamos focando a capacidade que Deus dá a
alguns membros de seu corpo para comandar. Esses líderes não estão necessariamente nos púlpitos das
igrejas, mas também nos departamentos das igrejas. Uma igreja que cresce é composta de bons lideres;
além disso, o crescimento tão desejado por muitos pastores depende muito da valorização que se dá à
liderança da igreja através de treinamentos constantes.
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Deus, para realizar seu propósito nesta terra, sempre levantou homens. Quando Ele quis trazer
libertação a seu povo da escravidão do Egipto, escolheu um homem chamado Moisés, qualificou-o e o
enviou para dar cabo a seu propósito. Desde o início, Deus cercou Moisés de pessoas que acreditavam
em sua liderança, e que se colocavam dispostas a apoiá-lo em suas decisões.
Jesus, em seu ministério terreno, escolheu doze homens, o qual chamou apóstolos, passou a maior
parte de sua vida ministerial os ensinando e por fim os enviou para que dessem continuidade ao
ministério que Ele havia iniciado. Jesus podia dedicar toda Sua vida às multidões, mas não o fez, Ele
preferiu trabalhar na formação de homens que prosseguissem liderando, assim como Ele liderou.
Da mesma forma que o oleiro molda o barro, por três anos e meio Cristo moldou o caráter de cada um
de seus apóstolos. E para concluir sua tarefa em prepará-los soprou sobre eles, disse-lhes: "Recebei o
Espírito Santo" (Jo. 20. 21-21).
Ao introduzir este assunto pretende-se através das fundamentações teóricas relatar a importância e
postura de liderança, bem como, princípios relacionados a uma boa e eficaz liderança, procurando
encontrar as qualidades ideais e características apropriadas ao líder no exercício da função pastoral.
COMPREENDENDO A LIDERANÇA
Antes de partirmos para a compreensão da liderança é mister saber que palavra líder originou do
antigo alemão lad, que em português significa “caminho”. Entretanto Um ladan, ou “líder”, era
“aquele que mostrava o caminho”. Era o guia, que conduzia viajantes de um povoado para outro.
Sua principal responsabilidade, durante a caminhada, era “cuidar de todos e de cada um”.
A Liderança é em alguns casos definida como sendo a escolha de pessoas e a determinação de tarefas
especificadas, a fim de que um propósito seja realizado. Na verdade a liderança faz parte do plano de
Deus, em que Ele tem chamado varias pessoas (2Tm 1.11; ICo 12.28; At 20.24; Fp 4.9;).
Liderança é o processo pelo qual se motiva e ajuda os outros a trabalhar com entusiasmo para atingir
seus objectivos. “É o factor humano que ajuda um grupo a identificar o caminho a seguir, motivando-o
para alcançar suas metas”. (DAVIS e NETSON, 1991); por outra é a habilidade de influenciar pessoas
para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objectivos identificados como sendo para o
bem comum. (James Hunter, 2004).
A liderança está intimamente relacionada com as competências de comunicação e de transmissão de
ideias, assim, tem sido muito complicado definir o que é ser um líder e o que é Liderança, havendo
inúmeras definições para este elaborado conceito. Vejamos algumas:
Liderança é influência, ou seja, é a capacidade que uma pessoa tem de influenciar a outros. Um
homem pode liderar outros apenas na medida em que pode influenciá-lo a segui-lo. Este fato é apoiado
por definições de liderança feitas por homens que exerceram grande influência. Lord Montgomery
como líder militar, define como “a capacidade e desejo de unir homens e mulheres num propósito
comum, e o caráter que inspira confiança”.
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Entretanto, o líder cristão influencia aos outros não apenas pelo poder de sua própria personalidade,
mas pela personalidade irradiada, interpenetrada, e fortalecida pelo Espírito Santo. Visto que ele
permite que o Espírito tome o controle integral de sua vida, o poder desse Espírito flui livremente
através dele, para os outros. Ex: Moisés, Nm. 11.17.
Liderança cristã é assunto de poder espiritual superior, o qual jamais é gerado pelo próprio homem.
Não existe, de modo algum, um líder espiritual feito por si mesmo. Ele só é capaz de influenciar os
outros espiritualmente, porque o Espírito Santo trabalha através dele, num grau superior ao daqueles a
quem ele lidera.
A Liderança em todos os níveis é a base do treinamento realista e agressivo, na qual resulta numa
equipe com alto grau de disposição que estimula os soldados a trabalharem sob circunstâncias difíceis
e de perigo para vencer os adversários. (King, 1993);
2.1 A liderança Eclesiástica e sua Filosofia
No cenário descrito em Mateus 20.20-28, a mãe de Tiago e João, se aproxima de Jesus para pedir-lhe
que faça sentar os seus filhos junto a Ele em Seu reino. Este episódio deu a Jesus a oportunidade de
apresentar três actitudes fundamentais na liderança cristã: o sofrimento, a igualdade e o serviço.
O sofrimento: As pressões da liderança são enormes. Um líder deve estar preparado para sofrer,
algumas vezes em segredo, para cumprir com seu chamado.
A igualdade: Os ministros são iguais em autoridade no corpo de Cristo. O governo bíblico é uma
associação de ministros que trabalham juntos como despenseiros de Deus, portanto, iguais e que se
respeitam mutuamente. As complexas hierarquias autoritárias não têm lugar no Reino de Deus porque
são carnais em sua concepção e nos levam às mesmas coisas, pelas quais Cristo repreendeu aos dois
discípulos, em Mateus 20.
O serviço: Os líderes devem ter uma actitude de servo no lugar de uma actitude de chefe. Para os
líderes, as pessoas são o tudo de seu trabalho e não as ferramentas que podem usar para conseguir seus
próprios fins. Isto é manipulação e politicagem, procedimentos típicos no mundo, notem que Jesus não
os repreende por sua ambição, porque a ambição é uma boa coisa se é para a glória de Deus. Jesus os
admoesta contra buscarem a própria honra.
2.2- Estilos de Liderança
Os profissionais que exercem cargos dentro da hierarquia organizacional o fazem por terem recebido
uma delegação de poder. Eles passam a representar os interesses da organização e para tal, fazem a
gestão dos recursos que lhes estão disponíveis. É consenso que o recurso mais valioso é o recurso
humano e podemos observar que diferentes gestores exercem diferentes estilos no momento de liderar.
Liderar é ser capaz de influenciar pessoas a fazerem de boa vontade o que tem que ser feito em favor
do coletivo. Significa, incentivar os membros de um grupo para agirem em torno de um objectivo
comum e que todos possam crescer como resultado dos esforços de seus membros. Dos estudos sobre
a teoria dos estilos desde o início do século 20, destacam-se três. LIDERANÇA AUTOCRÁTICA,
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DEMOCRÁTICA e LIBERAL. Dizer que devemos saber de que não existe um estilo correto, os três
estão certos, porém, o grande desafio do líder é saber quando aplicar cada estilo.
2.2.1 Liderança autocrática (ênfase no líder) é aquela em que o “chefe” é o centro de decisões e é
bastante centralizador. O subordinado deve se contentar com ordens, com pouco espaço
para questionamento ou sugestões. É um estilo que costuma causar insatisfação entre os colaboradores,
desmotivando-os e deixando o ambiente mais sensível a conflitos, forte tensão;
2.2.2 Liderança liberal (ênfase no liderado) Diante de uma liderança liberal, as pessoas tendem a
actividades mais intensas no início dos trabalhos pela liberdade observada, porém, com o passar do
tempo, sem a necessidade de prestar contas, o grupo tende a oferecer baixa produtividade. Embora os
subordinados possam estar bem-intencionados, a falta do líder tende a gerar muitas discussões pela
ausência de direção. A liderança liberal segue o pressuposto de que os colaboradores já são maduros o
suficiente e não necessitam de um acompanhamento constante. Nesse estilo, o gestor se ausenta com
frequência, não fornecendo tantas orientações nem feedbacks ao grupo. Ele acredita que deixar o grupo
a vontade para a condução das tarefas, estimula a autonomia de seus membros. No entanto, a ausência
do líder faz com que o grupo fique com poucas referências da qualidade do trabalho realizado, o que
prejudica o desempenho geral.
2.2.3 Liderança democrática (ênfase no líder e liderado) A liderança democrática encoraja os
colaboradores a participarem, incentiva-os a darem sugestões e opiniões. Além disso, o líder
democrático busca ser um facilitador dos processos, ajudando a equipe a desenvolver soluções. Ele se
preocupa com a execução do trabalho, mas também com a qualidade de vida e satisfação do time.
Neste estilo, o líder se mostra bastante participativo, ouvindo, oferecendo dicas e ideias quando
necessário, esclarecendo dúvidas, dando feedbacks e auxiliando os membros do grupo a se
desenvolverem e melhorarem no desempenho das tarefas. Esse estilo favorece um melhor
relacionamento entre todos, uma vez que a comunicação flui com liberdade e as pessoas são
incentivadas a se exporem sem críticas ou censura, o que leva os membros a serem mais responsáveis
uns pelos outros. Esse ambiente favorece a maior produtividade com qualidade nas tarefas executadas.
Obs: O líder deve preocupar-se com aquilo que faz e o que diz, pois terá forte impacto sobre seus
subordinados.
2.3 Funções da Liderança
"A função básica dos líderes consiste em imprimir em seus liderados um sentimento positivo. Isso
acontece quando o líder cria ressonância (eco) - um reservatório de positividade que liberta o melhor
que há em cada um. Em sua essência, pois, a missão básica da liderança é de cunho emocional".
Daniel Goleman, o poder da Inteligência Emocional é a experiência de liderar com sensibilidade e
eficácia.
Ao longo da história e em diferentes culturas, o líder de qualquer agrupamento humano sempre foi
aquele a quem os demais recorrem em busca de conforto e clareza diante de incertezas, do perigo ou na
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realização de algum trabalho. "Os grandes líderes nos mobilizam. Inflamam nossa paixão e inspiram o
melhor dentro de nós. Quando tentamos explicar a causa de tamanha eficácia, pensamos em estratégia,
visão ou ideias poderosas. os grandes líderes não agem por meio das emoções". O líder tem a grande
responsabilidade de motivar e estimular a equipe, para isso, ele deve ter consciência da importância de
uma comunicação eficaz, deve desenvolver sua capacidade de lidar com as adversidades, saber
argumentar e ter boa estratégia de negociação.
2.4 Caracteristicas e Qualidades de Liderança
1. Empatia – um líder é capaz de ver as coisas do ponto de vista de outras pessoas (Lc 6.31; Hb 13.3; I
Pd 3.1; Gl 6.1);
2. Competencia – lider faz bem o seu trabalho (Pv 12.27; 22.29; 12.10-31; 2 Tm 2.15; Tg 2.14-18; 2
Pe 15.15);
3. Imparcialidade – Líderes eficientes tratam indivíduos diferentemente, porém, de forma igualitária.
Eles não têm favoritos. São imparciais ao darem recompensas ou penalidades pelo rendimento. (1 Co
12; Ef 4)
4. Firmeza – Muitas vezes os líderes são pessoas exigentes, sendo incómodo tê-los por perto pelo
facto de seus padrões serem muito elevados. Eles são obstinados e persistentes (Fp 3.14; Ef 3.1; 10.11;
2 Tm 3.10)
5. Zelo – A insensibilidade não leva a bons líderes. A liderança envolve o coração, assim como a
mente. Gostar do que você faz e importar-se com as pessoas é igualmente essencial. 6. Confiança – É
essencial. As pessoas sentem a sua presença, e, portanto, o desenvolvimento de autoconfiança é
sempre anterior ao exercício da liderança. Mas não se permita que a autoconfiança seja excessiva,
atitude que é o primeiro passo para o caminho da arrogância. (Lc 9.62; 1 Co 15.58; Gl 5.1; Ef 4.14; Sl
27.14; Ef 4.31; 2 Tm 4.5; 1Pe 4.7)
7. Humildade – Uma qualidade própria dos grandes líderes. O oposto da humildade é a arrogância; os
sinais de um bom líder são o desejo de ouvir as pessoas e a ausência de egocentrismo. Podemos citar
ainda entre tantas ouras qualidades o Comprometimento, Desinteresse, Abnegação, Bom ouvinte,
Iniciativa, Ambição, Empatia, Maturidade, Sociabilidade, Bom senso, Conhecimento.
2.5 Liderança e Comunicação
Comunicação é a capacidade de transmitir e expressar ideias, feedback, pensamentos, imagens,
emoções e informações de modo a gerar no outro um motivo para a acção.
Em geral, as pessoas dão maior importância à transmissão de ideias porque é através dela que
informamos, ensinamos e pensamos. No entanto, a base para um bom relacionamento interpessoal está
em saber comunicar emoções e sentimentos.
Em um mundo competitivo, onde um bom marketing pessoal pode ser a senha para o sucesso, há
necessidade da competência técnica, aliada às competências comportamentais e emocionais, que
incluem relações interpessoais mais enriquecedoras e sustentáveis.
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Objectivo da mensagem: Se fazer entender
A COMUNICAÇÃO EFICAZ FORTALECE O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E
PORTANTO, FACILITA A ACTUAÇÃO DO LÍDER
Para uma boa comunicação interpessoal, é necessário compreender alguns componentes críticos que
distinguem claramente os bons dos maus comunicadores.
1- Auto-Imagem ou Autoconceito
Um dos componentes mais importantes que afecta a comunicação entre as pessoas é a sua auto-
imagem, ou seja, a imagem que tem de si mesma e das situações que vivenciam.
Cada um tem um conceito de si mesmo: quem é, o que faz, o que representa, o que valoriza e no que
acredita. E tem valores que através dos quais ele percebe, ouve, avalia e compreende todas as coisas.
A auto-imagem é o seu filtro individual frente ao mundo que o cerca; e consequentemente afecta a
maneira como este se comunica com os outros.
2- Saber Ouvir
O acto de ouvir, naturalmente é algo muito mais complicado do que se pensa. O ouvinte eficaz não só
escuta as palavras em si, como também seus significados subjacentes. Ele é capaz de ouvir nas
entrelinhas, ou seja, aquilo que não é dito por palavras, aquilo que se expressa silenciosamente.
Ele interage com o interlocutor no sentido de desenvolver os significados e chegar à compreensão.
Escutar, saber ouvir, é uma aptidão que mantém as relações interpessoais mais próximas.
2.6- Capacidade para Lidar com Sentimentos de Contrariedade
Normalmente as pessoas não têm capacidade para lidar com sentimentos de contrariedade,
ocasionando grandes curtos-circuitos na comunicação. Evitam confrontos por temerem os conflitos nas
relações interpessoais. Expor as emoções mesmo negativas não significa destruir relações.
2.7- Transparência
A capacidade de falar francamente a respeito de si mesmo é necessária à comunicação eficaz. Uma
pessoa não pode ter boa comunicação com outra sem buscar a transparência nas comunicações; este
processo é recíproco.
O comunicador eficaz é aquele que consegue criar um clima de confiança em que a abertura recíproca
pode florescer. Confiança gera confiança.
Se numa equipe de trabalho os sentimentos dos membros são claros e positivos (se existir simpatia,
empatia e respeito mútuo, por exemplo), os relacionamentos tendem a ser produtivo, gerando
participação, cooperação e envolvimento.
No entanto, se os sentimentos forem negativos (existir antipatia, rejeição, medo, insegurança) dai que
os relacionamentos tendem a ser improdutivos, gerando afastamento, rivalidade e agressão física e/ou
verbal.
Utilize as técnicas:
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CCFF – Compreensão, Correcção, Flexibilidade e Franqueza;
BBB – Bom humor, Bom senso e Boa vontade.
ZIG-ZAG DA COMUNICAÇÃO = RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO
O que queria dizer O que ainda não foi dito O que foi dito Ainda não foi ouvido O ouvido Ainda não
foi compreendido O compreendido Ainda não foi aprovado O aprovado Ainda não foi aplicado O
aplicado Ainda não foi continuado; os ruídos na comunicação podem prejudicar o processo da
comunicação e o relacionamento interpessoal.
2.8 Jesus, Modelo de Liderança
Jo 13.1 – Jesus, o líder amoroso; Jo 13.12-17 – Jesus, o líder servo; Jo 8.46 – Jesus, o líder íntegro; Mt
23.13-36 – Jesus, o líder corajoso; Jo 2.13-22 – Jesus, o líder zeloso; Mt 26.39 – Jesus, o líder fiel; Lc
9.18-22 – Jesus, o líder focado em sua missão
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vocaciona. Portanto, não se nasce líder com todas as características para exercer qualquer tipo de
liderança, mas pessoas que, desenvolvendo suas próprias habilidades, e treinamentos adequados
podem chegar a ser reconhecidas pelos grupos com os quais convivem para liderar.
3.1 Líder deve preparar-se
Como já citado em parágrafo anterior, alguns dizem que o líder nasce com este dote, outros afirmam
que podemos preparar um líder, na realidade todos possuem um potencial de liderança, o que
precisamos é desenvolver esta habilidade, para isto, o líder precisa de preparo adequado no qual ele
através de cursos poderá adquirir conhecimentos sobre: Técnicas de liderança, personalidade,
comportamento humano, e de administração, pois, quem exerce liderança deve estar em constante
treinamento para melhor execução de suas atividades. Talvez alguns achem estranho citar
administração como um elemento importante no preparo do líder, mas, na atualidade conhecer
princípios de administração é essencial para um bom desenvolvimento da obra de Deus, que no nosso
caso é chamado de administração eclesiástica.
Foi preocupado com o preparo do líder que Paulo escreveu a Timóteo: “Procura apresentar – te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade” (I Tm. 2.15 ARC). Nesta recomendação lemos duas expressões interessantes: aprovado e
maneja. Só será aprovado quem está preparado, o aluno só é aprovado quando estuda, só maneja bem
quem está bem treinado. A Bíblia descreve líderes natos, escolhidos desde o ventre, mas para
exercerem suas funções precisou de preparo, Jeremias é um exemplo disso, o Senhor disse a respeito
dele: Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saísses da madre, te santifiquei e
às nações te dei por profeta. (Jer. 1.15 ARC).
Observamos que Jeremias foi escolhido desde o ventre, mas teve que passar por um preparo, um
doloroso treinamento. Paulo era um líder preparado, foi instruído aos pés de Gamaliel (At. 22.3),
recebeu preparo para ser um grande rabino conforme cita J. Oswald Sauders em seu livro: Paulo, o
Líder (pg. 15), sua família falava grego e ele conhecia o aramaico, seu preparo não foi somente
intelectual, mas também profissional, pois, fazia tendas.
Quer por nascimento, quer pelo preparo, Paulo possuía a tenacidade do judeu, a cultura do grego e a
praticidade do romano, essas qualidades o capacitaram a adaptar-se aos poliglotas entre os quais ele
deveria atuar. Essas qualidades também o adaptaram de modo singular para ser um líder missionário.
Visto que ele obterá educação teológica aos pés do mais famoso rabino da coletividade judaica,
ninguém poderia impugnar com justiça sua escolaridade ou seu extenso conhecimento da Lei. Também
ele estava igualmente familiarizado com os sistemas filosóficos correntes, e podia disputar com seus
oponentes no terreno destes. (At.9.29).
Mesmo com todo este preparo é importante lembrar que Paulo ao ser chamado por Deus precisou
reformular sua teologia e durante muitos dias e anos formativos, sob a instrução do Espírito Santo,
passou por um novo treinamento, ou seja, reciclando tudo o que já havia aprendido. Após um período
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de reclusão na Arábia, Paulo voltou a Damasco (Gal.1.17), e três anos mais tarde foi a Jerusalém em
todo este percurso Paulo estava sendo treinado e preparado. Estes são apenas alguns poucos exemplos,
mas, se lermos a Bíblia com os olhos de quem busca líderes poderíamos destacar, Moisés, Josué,
Ezequias, Davi entre outros.
Portanto, preparar-se para o exercício da liderança não é uma questão opcional, mas, sim de uma
obrigação, mesmo quando temos a convicção do chamado e vocação de Deus precisamos nos preparar,
o Senhor nos dá do seu Espírito e nós precisamos fazer a nossa parte, muitos ministérios e obras
missionárias estão ruindo por conta de lideres despreparados, que possamos ter essa consciência de
não assumir uma liderança sabendo que nos falta o preparo adequado. O líder deve desenvolver suas
habilidades naturais, deve manter – se reciclado, ou seja, atualizado dentro de suas funções, isto trará
benefícios, a ele ao grupo e à igreja da qual faz parte.
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C- Comunica-se com eficiência: a comunicação é um traço essencial de qualquer equipe de sucesso,
especialmente porque diz respeito aos grandes atributos de liderança. A falta de comunicação pode
resultar em um mau desempenho ou na ausência de clareza organizacional. A sua comunicação
também precisa ser eficaz, ou seja, deve ser feita de uma forma direta mas pessoal.
D- Demonstra grande inteligência emocional: inteligência emocional é a capacidade de controlar e
expressar as emoções, bem como de lidar com as relações interpessoais. O líder inspira e guia, em vez
de conduzir tudo. Isso significa que é crucial mostrar empatia para com os colegas de equipe para que
se sintam à vontade e se abram com você.
E- É hábil em resolver problemas: dentre todas as habilidades necessárias a um líder, a capacidade
de resolução de problemas é uma das mais importantes. Os membros da equipe provavelmente
procurarão você com problemas que precisam ser resolvidos. O seu trabalho é estar preparado com
conselhos estratégicos para o que der e vier. Isso não significa que você precise ter todas as respostas a
toda a hora. Na verdade, você deve estar preparado com recursos que possam capacitar a sua equipe
para resolver o problema por si só.
F- Respeita os outros, o respeito é algo que todos merecem: quer o profissional tenha 30 anos de
experiência, quer tenha três. Mostrar respeito pelos outros pode ajudar a criar uma dinâmica de equipe
saudável, pautada pelo respeito mútuo.
G-Prioriza o desenvolvimento pessoal, o desenvolvimento pessoal é uma parte importante do avanço
na carreira, não importa onde você se encontre na sua jornada profissional.
H- Encoraja o pensamento estratégico, os líderes estão constantemente à procura de formas de
manter a equipe e a organização avançando, seja com processos internos, a exemplo de roteiros e
avanços tecnológicos, seja com fatores externos, por exemplo análises SWOT e ofertas de produtos.
I-É um ouvinte activo ser líder significa ouvir mais do que falar. A sua função é prestar atenção aos
problemas organizacionais e opiniões dos membros da equipe, de modo a tornar-se um agente de
mudança.
J- Delega o trabalho, a maioria de nós já experimentou na pele como é superar o desafio de delegar o
trabalho. Há uma linha tênue entre deixar a equipe assumir novas responsabilidades e deixá-la assumir
toda a responsabilidade. Um bom líder sabe que delegar o trabalho pode ajudar a aumentar o conjunto
de habilidades da equipe e a manter os projetos seguindo em frente. Afinal de contas, não se pode fazer
tudo o tempo todo. Confie na sua equipe e ela confiará em você.
K- Assume a responsabilidade, é necessário deixar a equipe assumir os projetos, mas isso não
significa que você tenha abdicado de toda a responsabilidade pelo trabalho. É importante apoiar a sua
equipe assumindo a responsabilidade quando as coisas não correm conforme os planos. O mais
importante a ter em mente é que não dá para bater todas as metas o tempo todo. Ficar aquém das
expectativas proporciona oportunidades de crescimento — tanto no âmbito pessoal como para a
organização.
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L- Demonstra uma grande paixão pelo trabalho, os líderes mais bem-sucedidos se mostram
apaixonados pelo que fazem. Em outras palavras, um cargo executivo não faz de você um líder, mas
sim os seus conhecimentos, a sua paixão e o trabalho de equipe. Os verdadeiros líderes são aqueles que
motivam os outros a fazer melhor, mesmo diante de grandes desafios. Os líderes são aqueles que
preparam o caminho para você fazer um ótimo trabalho.
M- É um visionário, “Visionário” é um termo bastante vago, embora tendamos a reconhecer um
visionário quando o vemos. Os visionários conseguem antecipar o resultado final antes de qualquer
coisa concreta ter sido criada. É por isso que os empresários e empreendedores tendem a ser
visionários. Eles conseguem ver uma boa ideia ganhar forma antes mesmo de a pôr em prática.
N- Importa-se com os outros, importar-se com os outros é diferente de respeitar os outros. A maior
diferença consiste em mostrar que se preocupa em vez de dizer que se importa. Tanto o respeito como
o cuidado são necessários para construir a confiança e capacitar a equipe. Para inspirar os outros, é
importante investir neles e na trajetória profissional deles.
3.3 Os Líderes Planejam e Organizam
Planejar as atividades de sua equipe é fundamental, mas as ações e entregas se darão no mundo real. É
no dia a dia que as coisas realmente acontecem, e não no mundo ideal do planejamento. Portanto, você
deve estar atento e ter disponibilidade para acompanhar seu time durante a realização de suas
atividades.
Como líder, você deverá provar que o planejado foi alcançado – de preferência com resultados acima
das metas estabelecidas. Um dos processos fundamentais para manter um excelente clima
organizacional em sua área – e garantir que a entrega seja efetuada de forma eficiente – é engajar as
pessoas do seu time durante a fase de execução das atividades preestabelecidas.
Quando não damos atenção a isso, alguns planos poderão não se realizar. Ao realizar uma nova tarefa
ou mesmo liderar as atividades correntes, deve-se estudar com atenção o planejamento e identificar
quais são os fatores necessários para que o plano seja bem executado. Além disso, é importante pensar
em todas as possíveis barreiras que possam surgir e então elaborar um plano B, de modo a contornar
eventuais obstáculos.
Noto frequentemente que vários líderes não sabem administrar seu tempo, o que tem um impacto
direto em suas equipes. Não saber priorizar as atividades e entregas de sua área pode resultar em horas
extras desnecessárias, menos qualidade de vida dos funcionários – que terão de trabalhar em horários
alternativos para realizar atividades fora do prazo – e um maior risco de ocorrência de erros, além do
impacto negativo no nível de satisfação do time.
A falta de planejamento impede, muitas vezes, que os funcionários deem sequência ao trabalho, pois
ficam na espera de uma decisão para seguirem com suas atividades. Logo, a falta de uma adequada
gestão do tempo é prejudicial para todos, inclusive para o líder.
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Você deve separar, claramente, o que é importante do que é urgente antes de fazer seu planejamento
diário, semanal, mensal ou até mesmo de períodos mais longos. Entendo que, durante este processo,
muitas outras demandas urgentes surgirão e o farão colocar as iniciativas importantes em segundo
plano, mas é necessário saber lidar com essas alterações.
3.4 Diferença entre o líder e o chefe:
Para Nobrega (2006), liderança não é para qualquer um, pois exige, entre outras coisas, uma enorme
integridade pessoal. Integridade tem custo. Um custo que, é muitas vezes insuportável para pessoas
“comuns”. É por isso que chefes são comuns, líderes são raros. Portanto, vale ressaltar aqui as
diferenças entre líder e chefe:
O LÍDER O CHEFE
Orientador Aquele que manda
É um entusiasta Amedronta
Sempre diz: Vamos Diz: Vá
Torna o trabalho interessante Torna o trabalho um fardo
Baseia-se na Cooperação Baseia-se na autoridade
Diz: Nós Diz: Eu
Dá suporte Atrapalha
Assume responsabilidades Procura culpados
Comunica Faz mistério
Acompanha Fiscaliza
Nunca promete o que não pode cumprir Promete e nunca cumpre
Moraliza Desmoraliza
Confia nos outros Desconfia de tudo
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filiação. No seu batismo e transfiguração, o próprio Pai testemunhou que Jesus era o seu preexistente
filho (Mc 1.1,11; 9.7). Por outro lado, ele nasceu e cresceu como um perfeito homem, sabendo que era
o segundo Adão, o descendente real de Davi, o servo sofredor prometido, o messias e “Filho do
Homem” que reinaria para sempre.
Essa consciência de Jesus quanto à sua dupla natureza em uma só pessoa é afirmada constantemente
no NT. Jesus se define pelo menos 18 vezes com a expressão “Eu Sou”, que apontava para o caráter
divino de sua pessoa e missão (Jo 6.35; 8.12,23-24,58; 10.9; 11.25). Porém, em diversas ocasiões,
Jesus fez também referência à sua natureza humana (Jo 2.25; 11.35; 12.33). Sua encarnação
proporcionou um conhecimento prático do que era a natureza humana com todas as suas limitações.
Embora tivesse nascido sem pecado, seu corpo carregava as marcas da fragilidade impostas pela
queda, como o sofrimento e a morte.
Esse é um ponto importante para os líderes atuais porque a primeira coisa que um líder precisa ter é
uma clara consciência de si. Obviamente, não existem líderes divinos ou perfeitos, porém conhecer a si
mesmo é fundamental para um ministério eficaz. Por isso, é necessário buscar um conhecimento
profundo de Deus e de sua Palavra, pois tal conhecimento produzirá algo vital no ministério, a
humildade.
B. Compreensão de sua missão
Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como tendo “vindo” ou sido
“enviado” por Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele possuía um completo conhecimento de cada
momento e estágio do seu ministério. Essa consciência se devia tanto ao relacionamento eterno com o
Pai, quando recebeu sua missão como aos próprios textos proféticos que falavam em detalhes dessa
missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo 4.34; 10.11; Lc 9.22).
O ministério de Jesus possuía um caráter paradoxal, pois ele tanto sabia da origem divina de sua
pessoa, como agiu como um servo sofredor para cumprir a missão dada pelo Pai (Is 53.1-12). Hoje,
nenhum líder é capaz de ter uma visão completa da sua missão com respeito a cada estágio de sua vida
ministerial como Jesus teve. Contudo, ainda assim é de suma importância para os líderes
compreenderem por que foram chamados por Deus e qual é a natureza da sua missão. Os exemplos dos
apóstolos e de Paulo mostram que líderes eficazes são aqueles que sabem o propósito de sua missão e
mantêm o foco no que é prioritário (At6.1-7; 20.24).
C. Conhecimento de suas ovelhas
A metáfora predileta de Jesus para retratar seu relacionamento com seu povo foi a ilustração do pastor
e da ovelha. O Antigo Testamento estava repleto de alusões a Deus como o pastor de Israel (Is 40.10-
11; Sl 23.1). Além disso, o conceito de pastorear tornou-se uma importante imagem explicativa usada
para retratar a liderança espiritual em Israel. Assim, reis, profetas e sacerdotes eram chamados de
pastores (Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11).
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Essa metáfora não foi usada pelo Senhor Jesus por acaso, uma vez que era uma clara alusão ao pastor
ferido, conforme profetizado por Zacarias, como também uma imagem cultural fácil de ser entendida
pelos ouvintes (Zc 13.7-9). Assim, Jesus se descreve como o bom pastor, cuja obra consistia em dar a
vida pelas ovelhas (Jo 10.11). O conceito de ovelhas era importante porque mostrava que somente um
grupo de pessoas creria na mensagem de Jesus (Jo 10.26-27).
Ao usar essa metáfora, Jesus demonstra ter um conhecimento perfeito das suas ovelhas. Ele sabia
quem entre os seus discípulos e ouvintes eram crentes verdadeiros e algumas vezes se referiu a pessoas
como não fazendo parte do seu aprisco. De fato, Jesus nunca foi surpreendido por falsas ovelhas e
sempre deixou claro que sua missão consistia em juntar apenas aquelas que o Pai lhe dera (Jo 6.37-44;
10.25-29; 13.18).
Esse conhecimento perfeito do rebanho nenhum líder hoje tem, embora seja seu dever pastorear o
rebanho conhecendo as ovelhas e cuidando de cada uma delas. Na igreja visível é possível apenas
observar os frutos e as marcas da graça na vida de alguém e presumir que tal pessoa seja uma ovelha
do Senhor. Contudo, enganos podem acontecer e muitos bodes podem estar no meio do rebanho ou
mesmo da liderança. É tarefa dos líderes estar atentos para pastorear as ovelhas do Senhor e ter
cuidado com os lobos vestidos de cordeiro.
3.6 JESUS, O LÍDER A SER IMITADO
O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23), instruindo
aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma atitude de total submissão à
sua própria pessoa e ensino, por ser ele o Messias, Rei e Salvador. A nova vida ideal dos crentes
consistia em viver como cidadãos do reino, reconhecendo que o rei veio e que suas exigências eram
graciosas e revestidas de autoridade, exigindo uma resposta de fé e um comprometimento absoluto. É
possível resumir a prática ministerial de Jesus observando suas quatro principais ênfases, que eram: a)
anunciar a verdade de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrando que as profecias estavam sendo
cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição, ilustração e aplicação com o
objetivo de converter pecadores e edificar os discípulos; b) depender do Pai em tudo, vivendo em
completa submissão e vida de oração; c) desenvolver um ministério de misericórdia paralelo ao da
pregação, em que as curas e exorcismos tinham o propósito de mostrar a sua compaixão e a natureza
singular de sua vida e obra (Mt 11.2-6; Is 35.5-6; 61.1); d) preparar discípulos para que fossem como
ele mesmo e dentre eles selecionar um grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).
3.7 Jesus, o expositor da Palavra
Jesus foi um pregador da Palavra de Deus e sua forma de pregar foi essencialmente judaica,
apresentando a exposição das Escrituras entrelaçada com ilustrações, figuras de linguagem e
constantes aplicações práticas. Sua preocupação central era anunciar que o reino havia chegado à sua
plenitude e a sua própria pessoa representava a inauguração do estágio final do reino de Deus. Ele era
não somente o concretizador das promessas do Antigo Testamento concernentes à era vindoura, mas
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também o inaugurador dos propósitos finais de Deus na história da salvação, trazendo a mensagem do
evangelho tanto para judeus como para gentios (Mt 4.23-25).
A exposição do Antigo Testamento feita com autoridade formava a base do ministério de Jesus (Lc
4.16-21). Ele era tanto o intérprete final das Escrituras, como a sua vida e ministério (nascimento,
morte, ressurreição e exaltação) eram a própria chave para se entender o seu conteúdo, uma vez que
todas as Escrituras falavam a respeito dele (Lc 24.25-27,44-45).
Durante todo o seu ministério Jesus nunca se apartou da Palavra de Deus e sua linguagem, motivos,
temas e mensagem eram somente baseados nela. Algumas vezes, sua pregação consistia em uma
exposição bíblica em textos específicos com afirmações revestidas de autoridade e autor referências
que indicavam o caráter único de sua pessoa (Lc 4.16-21). Outras vezes, tratava de temas gerais e
amplos cujas ideias estavam ancoradas em linguagem alusiva ao Antigo Testamento, como no caso do
sermão do monte (Mt 5.1–7.29). Ou, ainda, sua exposição era resultado de uma resposta aos desafios e
questões propostas pelos ouvintes (Mt 19.3-12). Sua prática de ensino possuía sempre autoridade e era
repleta de metáforas, símiles, parábolas e outras figuras de linguagem usadas para causar impacto nos
ouvintes.
A ênfase ministerial de Jesus nas Escrituras e sua forma de interpretar foram imitadas pelos apóstolos e
seus seguidores, mas, infelizmente, têm sido negligenciadas pelos líderes. É de fundamental
importância reaprender os métodos interpretativos e comunicativos de Jesus, com a profundidade
bíblica acompanhada de ilustrações e aplicações práticas que falem ao mundo real dos ouvintes.
3.8 Jesus e sua vida de oração
A oração foi um elemento distintivo no ministério de Jesus. Não há um único momento em seu
ministério em que Jesus não seja visto buscando o Pai em oração. Além disso, o escopo de sua oração
era vasto, pois tanto orou por si, como pelos discípulos e os futuros crentes. Ele também ensinou os
discípulos a orar e deixou um modelo de oração a ser imitado.
Jesus orou no início e durante seu ministério (Mc 1.35-39; Mt 14.23; Lc 9.28), antes de escolher os
discípulos e depois os ensinou a orar (Lc 6.12-16; 11.2; Mt 6.9-15; Mt 21.22; Lc 11.9-13; 18.1; 22.40),
antes e durante a sua crucificação (Mc 14.32-42; 15.34-35). Ele rogou (orar com grande intensidade)
pela vida espiritual dos discípulos (Lc 22.32; Jo 17.9), pela sua futura igreja (Jo 17.20-21). Jesus zelou
pelo papel singular da oração na vida do povo de Deus (Mt 21.13) e alertou sobre a importância da
oração na batalha espiritual (Mc 9.29; cf. Ef 6.17- 18). A submissão a Deus em se ministério dirigia
suas orações. Ele não orava por algo que implicasse fazer sua própria vontade (Mt 26.36-39,53).
Todas as citações mostram que Jesus viveu em constante oração em seu ministério. A oração não era
uma prática ou tema acessório em sua vida, mas a contínua ênfase que norteava seu ministério e
deveria também nortear o ministério dos discípulos. Portanto, é impossível pensar em um líder cristão
fiel que não seja um homem de oração. Nas palavras do teólogo John Owen, “um ministro pode encher
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os bancos da igreja, sua lista de comunhão, a boca do público, mas o que esse ministro é sobre seus
joelhos em secreto diante do Deus Todo-Poderoso é o que ele é e nada mais”.
IV- CONCEITO DE CHEFIA:
É aquele que tem a tarefa de fazer funcionar o pessoal, ou de tomar deliberações e incorporá-los em
ordens e instruções gerais específicas. Chefiar e assumir a responsabilidade pelo resultado final da
actividade de várias pessoas que operam em conjunto.
CONCLUSÃO
Estudar sobre a vida de Jesus como líder nos conduz a um modelo completo de liderança, em que
autoridade e serviço, amor e verdade, firmeza e sensibilidade, disciplina e compaixão, fidelidade e
submissão andam juntos.
Pastorear com coração amoroso e formar discípulos pelo ensino, exemplo e serviço; É ter posição de
autoridade, mas agir humildemente como servo de todos; trabalhar incansavelmente anunciando o
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evangelho, mas sempre dependendo de Deus em tudo; ter paciência com as ovelhas, pastoreando cada
uma delas de acordo com suas necessidades;
Enfim, estudar sobre o ministério de Jesus é descobrir que nunca houve ou haverá um líder como ele,
mas todos os líderes cristãos são desafiados a ser como Cristo.
A liderança cristã deve ser principalmente marcada pelo bom exemplo, que arrastam os liderados.
BIBLIOGRAFIA
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Degrau da Liderança. São Paulo: Mundo Cristão Editora, 1999.
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