Questões Literatura Cfsd- Pmmg 2024_unlocked
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451-59 - HP1567021009
CADERNO DE
EXERCÍCIOS.
LITERATURA– CFSd-2024
@Focnafarda
https://t.me/preparacaopmmg
Foco na Farda
LITERATURA
A resolução de exercícios é fundamental para a preparação de qualquer
concurso.
Por isso, frente mudança das obras literárias cobradas e a escassez de
material seguro para a preparação elaborei este material atualizado para
que você tenha uma preparação otimizada, segura e ágil para a prova de
.
Estão reunidas, em um material compacto, questões cobradas em certames
e questões inéditas em conformidade com as obras literarias previstas no
edital de LITERATURA.
Bons Estudos!
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Índice
LITERATURA
1. . Vidas Secas ........................................................... 3
2. Campo Geral ............................................. 41
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D) Explora a gradação, como recurso 3. Como não sabia falar direito, o menino
estilístico, para anunciar a passagem das balbuciava expressões complicadas, repetia
aves a caminho do Sul. as sílabas, imitava os berros dos animais, o
barulho do vento, o som dos galhos que
E) Confirma, no deslocamento das aves, a rangiam na catinga, roçando-se. (…) Não era
desconfiança iminente da tragédia, propriamente conversa: eram frases soltas,
indiciada pela “brancura das manhãs longas espaçadas, com repetições e
e a vermelhidão sinistra das tardes”. incongruências. Às vezes uma interjeição
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gutural dava energia ao discurso ambíguo. O se despedir do amo. Não poderia nunca
fato de as personagens centrais de Vidas liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe
Secas se expressarem conforme indicam os restava jogar-se no mundo, como negro
fragmentos acima levou Graciliano Ramos, fugido. (Graciliano Ramos, Vidas Secas)
nesse romance, a
C) elaborar seu próprio estilo num registro B) A cor amarela (“catinga”) e o tom
imitativo, num discurso entrecortado e vago, avermelhado (“folhas secas”) reiteram a idéia
que inutilmente procura a expressão das de seca e articulam-se com o azul do céu
ações. (ausência de chuva) e com os “garranchos
negros, torrados” (ausência de água).
D) adotar formas de discurso indireto livre
toda vez que desejou traduzir o pensamento C) O primeiro parágrafo inicia-se e termina
nebuloso e fragmentário de suas com o apelo religioso das personagens, o que
personagens. enfatiza a ideia de desespero em que se
encontram Sinha Vitória e Fabiano.
E) criar um narrador que, desvinculado dos
desejos e sentimentos das personagens, D) A sugestão da morte está presente em
busca interpretá-las a partir de seus gestos ou todo o trecho: “folhas secas”, “bichos se
expressões faciais. finavam”, “bezerro morrinhento” etc.
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continua sendo uma obra marcante que C) Diminuem o seu alcance expressivo, na
retrata os dramas cotidianos do sertão medida em que dificultam uma visão
nordestino. O sertão, uma sub-região do adequada da realidade sertaneja.
nordeste, está localizado entre o agreste e o
meio-norte. Considerando as suas D) Relacionam-se à visão limitada e
características, analise as afirmativas a fragmentária que as próprias personagens
seguir. têm do mundo.
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tentando espichar os recursos minguados, 14. (ACAFE / SC) A vida na fazenda se tornara
engasgava-se, engolia em seco." (In: RAMOS, difícil. Sinha Vitória benzia-se tremendo,
Graciliano. Vidas secas. 55. ed. Rio de manejava o rosário, mexia os beiços rezando
Janeiro: Record, 1991.) rezas desesperadas. Encolhido no banco do
copiar, Fabiano espiava a catinga amarela,
Sobre este trecho do romance, somente está onde as folhas secas se pulverizavam,
INCORRETO o que se afirma na alternativa: trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos
se torciam, negros, torrados. No céu azul, as
A) Este trecho resume a situação de
últimas arribações tinham desaparecido.
permanente pobreza de Fabiano e revela-se
Pouco a pouco os bichos se finavam,
como uma crítica à economia brasileira e às
devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia,
relações de trabalho que vigoravam no
pedindo a Deus um milagre.
sertão nordestino no momento em que a obra
foi criada. Isso pode ser confirmado pelas De acordo com o fragmento acima, é
orações: "... Consumidos os legumes, roídas as incorreto o que se afirma em:
espigas de milho, recorria à gaveta do amo,
cedia por preço baixo o produto das sortes...." A) Tanto Sinha Vitória quanto Fabiano tinham
fé na providência divina.
B) A oração: "Se pudesse economizar durante
alguns meses, levantaria a cabeça" tanto B) O enfoque é narrativo.
pode ser o discurso do narrador que revela o
pensamento de Fabiano, quanto pode ser o C) O que se relata ao longo do parágrafo tem
próprio pensamento dessa personagem. Esse o objetivo de confirmar a afirmação da
modo de narrar também ocorre com as primeira frase.
demais personagens do romance.
D) Há evidências de que Sinha Vitória e
C) A oração: "... Resmungava, rezingava, Fabiano estão fragilizados, pois ela "benzia-se
numa aflição, tentando espichar os recursos tremendo" e ele estava "encolhido na banco
minguados, engasgava-se, engolia em seco" do copiar".
indica a voz do narrador em terceira pessoa,
E) O tema predominante é a indagação
ao mostrar o estado de agonia em que se
metafísica sobre a existência (inexistência) de
encontra a personagem.
Deus.
D) A expressão “Forjara planos”, típica da
linguagem culta, é seguida no texto por um
provérbio popular: “quem é do chão não se 15. (ACAFE / SC) Baleia queria dormir.
trepa”. Essa mudança de registro lingüístico é Acordaria feliz num mundo cheio de preás. E
reveladora do método narrativo de Vidas lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano
secas, que subordina a voz das classes enorme. As crianças se espojariam com ela,
populares à da elite. rolariam com ela num pátio enorme, num
E) O texto tem início com a esperança de chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo
Fabiano de mudanças em sua situação cheio de preás, gordos, enormes. (Graciliano
econômica; a seguir, passa a focalizar a Ramos)
realidade de pobreza em que a personagem Sobre o texto acima, é correto afirmar que:
se encontra, e finaliza com sua revolta e
angústia diante da condição de empregado, A) há marcas próprias do chamado discurso
sempre em dívida com o patrão. direto através do qual são reproduzidas as
falas das personagens.
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C) quem conta a história é uma das (I) "Será um romance? É antes uma série de
personagens, que tem uma relação íntima quadros, de gravuras em madeira, talhadas
com as outras personagens, e, por isso, a com precisão e firmeza."
maneira de contar é fortemente marcada
por características subjetivas, emocionais. (II) "Construído como uma longa narrativa
oral, o romance tem como personagem-
D) evidencia-se um conflito entre a narrador Riobaldo, um velho fazendeiro, que
protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, já foi homem de letras e de armas e que vive
pois este impede que a cadela possa caçar às margens do rio São Francisco."
os preás.
(III) "Com a análise psicológica do universo
E) o narrador é onisciente, isto é, geralmente mental das personagens, que expõe por meio
ele narra a história na terceira pessoa, sabe do discurso indireto livre, o narrador nos vai
tudo sobre o enredo e sobre as personagens, decifrando a sua humanidade embotada,
inclusive sobre suas emoções, pensamentos confundida com a paisagem áspera do
mais íntimos, às vezes, até dimensões sertão, neste romance que transcende o
regionalismo e seu contexto específico."
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18. (UNIARAXÁ - Adaptada) Leia o fragmento A produção incluiu atores com características
abaixo transcrito da obra Vidas Secas e físicas semelhantes às dos personagens do
responda a questão a seguir. romance. O olhar poético do fotógrafo ainda
registrou imagens que nos comunicam as
Vivia longe dos homens, só se dava bem com condições dos migrantes, como
animais. Os seus pés duros quebravam
espinhos e não sentiam a quentura da terra. A) a alegria pelo abandono da terra e de
Montado confundia-se com o cavalo, suas tradições.
grudava-se a ele. E falava uma linguagem
cantada, monossilábica e gutural, que o B) a felicidade alcançada pelo sucesso da
companheiro entendia. A pé, não se mudança.
aguentava bem. Pendia para um lado, para o
C) a aridez da pele das mãos semelhante à
outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes,
dureza do solo.
utilizava nas relações com as pessoas a
mesma língua com que se dirigia aos brutos – D) o vigor da vida florescendo nas terras do
exclamações, onomatopeias. Na verdade agreste nordestino.
falava pouco. Admira as palavras compridas
e difíceis da gente da cidade, tentava
reproduzir algumas em vão, mas sabia que
elas eram inúteis e talvez perigosas. 20. (IBMECRJ 2009) O texto a seguir foi retirado
(Graciliano Ramos) da obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas.
Esse romance completou, em agosto de 2008,
O texto, no seu conjunto, enfatiza: 70 anos de sua primeira publicação. É
narrado em 3ª pessoa (ao contrário das obras
A) A pobreza física do personagem. anteriores de Graciliano) e pertence a um
gênero intermediário entre romance e livro de
B) A falta de escolaridade do personagem.
contos.
C) A miséria moral do personagem.
Fabiano, uma coisa da fazenda, 1um triste,
D) A identificação do personagem com o seria despedido quando menos esperasse.
mundo animal. Ao ser contratado, recebera o cavalo de
fábrica, peneiras, gibão, guarda-peito e
sapatões 3de couro, mas ao sair largaria tudo
ao vaqueiro 7que o substituísse. Sinhá Vitória
19. (UEG 2013) Observe as imagens. desejava possuir uma cama igual à de seu
Tomás da bolandeira. Doidice.
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E antes de se entender, antes de nascer, ... Na palma da mão as notas estavam úmidas
8sucedera o mesmo - anos bons, misturados de suor. Desejava saber o tamanho da
com anos ruins. A desgraça estava em extorsão. Da última vez que fizera contas com
caminho, talvez andasse perto. Nem valia a o amo o prejuízo parecia menor. Alarmou-se.
pena trabalhar. Ele marchando para casa, Ouvira falar em juros e em prazos. Isto lhe
trepando a ladeira, espalhando 6seixos 9com dera uma impressão bastante penosa:
as alpercatas - ela se avizinhando 10a galope, sempre que os homens sabidos lhe diziam
com vontade de matá-lo. (Vidas Secas - palavras difíceis, ele saía logrado.
Graciliano Ramos) Sobressaltava-se escutando-as.
Evidentemente só serviam para encobrir
Pode-se dizer do romance, "Vidas Secas", de ladroeiras. Mas eram bonitas. Às vezes
onde o texto foi retirado, que é uma grande decorava algumas e empregava-as fora de
obra: propósito. Depois esquecia-as. Para que um
pobre da laia dele usar conversa de gente
A) Pelo tratamento que dá aos conflitos de
rica? Sinhá Terta é que tinha uma ponta de
terra do país.
língua terrível. Era: falava tão bem quanto as
B). Pois trata da coisificação das relações pessoas da cidade. Se ele soubesse falar
humanas e da autodestruição. como Sinhá Terta, procuraria serviço em outra
fazenda, haveria de arranjar-se. Não sabia.
C). Pelo poder de fixar figuras humanas Nas horas de aperto dava para gaguejar,
vivendo sobre o fatalismo das secas da região embaraçava-se como um menino, coçava
nordeste. os cotovelos, aperreado. Por isso esfolavam-
no. Safados. Tomar as coisas de um infeliz que
D). Pois retrata a riqueza da natureza no não tinha nem onde cair morto! Não viam que
interior do Brasil. isso não estava certo? Que iam ganhar com
semelhante procedimento? Hem? Que iam
E). Pois enaltece a importância da atividade
ganhar? ...
agrícola para as populações rurais.
(RAMOS, Graciliano. "Vidas secas". 37ª ed. Rio
de Janeiro: Record, 1977. p.103.)
21. (UFMG 2003) Com base na leitura de
Graciliano Ramos apresenta em suas obras
"Vidas secas", é CORRETO afirmar que,
problemas do Nordeste do Brasil e, ao mesmo
A) no início, as personagens passam fome e, tempo, desenvolve um trabalho universal por
no final, sofrem com o frio. apresentar uma visão crítica das relações
humanas. A partir do trecho acima, pode-se
B). no início, predomina a desgraça da seca afirmar que o autor
e, no final, a desgraça da estação chuvosa.
A) denuncia a opressão social realizada
C). no início, a família está em fuga e, no final, através do abuso de poder político, que está
a mesma situação se repete. representado na fala de Fabiano.
D). no início, a família se encontra íntegra e, B). critica o trabalhador rural nordestino,
no final, se mostra desfeita. representado na figura de Fabiano, por sua
ignorância e falta de domínio da língua culta.
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mundo dos que usam "palavras difíceis", pois – Conversa. Dinheiro anda num cavalo e
sua esperteza pode-se concretizar de outras ninguém pode viver sem comer. Quem é do
maneiras. chão não se trepa.
E). mostra a relação estreita entre linguagem Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano
e poder, denunciando a opressão ao ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou
trabalhador nordestino, transparente nas a transação meio apalavrada e foi consultar
diferenças entre a língua falada pelo opressor a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos
e a falada pelo oprimido. para o barreiro, sentou-se na cozinha,
concentrou-se, distribuiu no chão sementes
de várias espécies, realizou somas e
diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à
23.(UNESP 2011) As questões a seguir tomam cidade, mas ao fechar o negócio notou que
por base uma passagem do romance as operações de Sinha Vitória, como de
regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos
costume, diferiam das do patrão.
(1892-1953).
Reclamou e obteve a explicação habitual: a
Contas
diferença era proveniente de juros.
Fabiano recebia na partilha a quarta parte
Não se conformou: devia haver engano. Ele
dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente
como não tinha roça e apenas se limitava a que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com
semear na vazante uns punhados de feijão e certeza havia um erro no papel do branco.
milho, comia da feira, desfazia-se dos Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os
animais, não chegava a ferrar um bezerro ou
estribos.
assinar a orelha de um cabrito.
Passar a vida inteira assim no toco,
Se pudesse economizar durante alguns entregando o que era dele de mão beijada!
meses, levantaria a cabeça. Forjara planos.
Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e
Tolice, quem é do chão não se trepa. nunca arranjar carta de alforria!
Consumidos os legumes, roídas as espigas de
milho, recorria à gaveta do amo, cedia por O patrão zangou-se, repeliu a insolência,
preço baixo o produto das sortes. achou bom que, o vaqueiro fosse procurar
serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a
Resmungava, rezingava, numa aflição,
pancada e amunhecou. Bem, bem.
tentando espichar os recursos minguados,
engasgava-se, engolia em seco. Não era preciso barulho não. Se havia dito
palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não
Transigindo com outro, não seria roubado tão fora ensinado. Atrevimento não tinha,
descaradamente. Mas receava ser expulso conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar
da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e
questão com gente rica? Bruto, sim senhor,
ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, mas sabia respeitar os homens. Devia ser
criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, ignorância da mulher, provavelmente devia
o pescoço inchando. De repente estourava: ser ignorância da mulher. Até estranhara as
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contas dela. Enfim, como não sabia ler (um Tendo em vista essa descrição, a frase "havia
bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. um erro no papel DO BRANCO"
Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.
(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: A). é um lapso do autor, já que o tipo racial
Livraria Martins Editora, 1974.) do patrão não é diferente do de Fabiano.
Lendo atentamente o fragmento de Vidas B). demonstra que Fabiano se serve da ironia
secas, percebe-se que o foco principal é o para tentar desqualificar o patrão.
das transações entre Fabiano e o proprietário
C). só se justifica pelo desejo que tem Fabiano
da fazenda. Aponte a alternativa que não
de ser tratado como um igual.
corresponde ao que é efetivamente exposto
pelo texto. D). justifica-se quando associada às
expressões "era bruto" e "trabalhar como
A) O proprietário era, na verdade, um
negro". e. prova que o patrão se valia de
benfeitor para Fabiano.
fatores raciais para se impor diante do
B). Fabiano declarava-se “um bruto” ao caboclo.
proprietário.
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bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e
era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com nunca arranjar carta de alforria!”, tem-se um
certeza havia um erro no papel do branco. discurso direto, pois o narrador se afasta e
Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os deixa Fabiano demonstrar, de forma direta,
estribos. Passar a vida inteira assim no toco, que tem a consciência da exploração do
entregando o que era dele de mão beijada! patrão quando faz uso dos verbos no
Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e presente.
nunca arranjar carta de alforria!
D). Graciliano Ramos cria duas comparações
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, ao usar o vocábulo branco para designar o
achou bom que o vaqueiro fosse procurar patrão e, posteriormente, ao atribuir ao
serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a narrador o enunciado: “Trabalhar como
pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era negro e nunca arranjar carta de alforria!”
preciso barulho não. Se havia dito palavra à coloca a personagem na condição de
toa, pedia desculpa. [...] submisso, tal qual a de um escravo sem direito
à liberdade, o que contraria os princípios do
O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o romance regionalista de 1930.
chapéu varrendo o tijolo. [...]
E). Há algumas expressões usadas por
Sentou-se numa calçada, tirou do bolso o Graciliano Ramos que quebram a
dinheiro, examinou-o, procurando adivinhar verossimilhança existente entre a linguagem,
quanto lhe tinham furtado. a condição social e o nível de escolaridade
de Fabiano, pois são metáforas eruditas, tais
Não podia dizer em voz alta que aquilo era
como: “perdeu os estribos”, batendo no chão
um furto, mas era. Tomavam-lhe o gado
como cascos” e “baixou a pancada e
quase de graça e ainda inventavam juro. Que
amunhecou”.
juro! O que havia era safadeza.”
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para casa, trepando a ladeira, espalhando rumor de asas a anunciar destruição. Ele já
seixos com as alpercatas - ela se avizinhando andava meio desconfiado vendo as fontes
a galope, com vontade de matá-lo." minguarem. E olhava com desgosto a
brancura das manhãs longas e a vermelhidão
(RAMOS, Graciliano. "Vidas Secas". São Paulo: sinistra das tardes.
Martins. s/d. 28a ed., p. 59.) B) Na planície avermelhada os juazeiros
alargavam duas manchas verdes. Os infelizes
Assinale a afirmativa que indica uma
tinham caminhado o dia inteiro, estavam
característica do modernismo e do estilo do
cansados e famintos. Ordinariamente
autor, tomando por base a leitura do texto.
andavam pouco, mas como haviam
A). Há um extremo apuro formal, onde se repousado bastante na areia do rio seco, a
destacam as metáforas, sobretudo as viagem progredira bem três léguas. Fazia
hipérboles, em absoluta consonância com a horas que procuravam uma sombra. A
prolixidade do texto. folhagem dos juazeiros apareceu longe,
através dos galhos pelados da catinga rala.
B). O estilo direto do texto está sintonizado
com a narrativa, que descreve uma cena de C) Cavou a areia com as unhas, esperou que
grande movimentação e presença de a água marejasse e, debruçando-se no chão,
personagens. bebeu muito. Saciado, caiu de papo para
cima, olhando as estrelas, que vinham
C). O texto é seco e direto, confrontando um nascendo. O poente cobria-se de cirros – e
cenário de exuberância natural com um uma alegria doida enchia o coração de
personagem tímido, reservado e de poucas Fabiano.
ambições.
D) Deu-se aquilo porque Sinha Vitória não
D). O texto é direto, econômico, interessa conversou um instante com o menino mais
mais a angústia interior dos personagens do velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno.
que seus próprios atos. Estranhando a linguagem de Sinha Terta,
pediu informações. Sinha Vitória, distraída,
E). A fatalidade da situação é explorada ao aludiu vagamente a certo lugar ruim demais
limite máximo, com a natureza pactuando e, como o filho exigisse uma descrição,
com as angústias do personagem, mas, ao encolheu os ombros.
final, subjugando-se.
E) – Fabiano, meu filho, tem coragem. Tem
vergonha, Fabiano. Mata o soldado amarelo.
Os soldados amarelos são uns desgraçados
28. (PUC-SP 2015) Vidas Secas, novela de
que precisam morrer. Mata o soldado
Graciliano Ramos, apesar de ser uma obra
amarelo e os que mandam nele.
sobre a natureza inóspita e a miséria do
nordeste, apresenta um texto marcadamente
estético e lírico, que alcança os limites da
poesia. Assim, indique, nas alternativas 29.(MACKENZIE 2014) A cachorra Baleia
abaixo, a que apresenta trecho com estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo
linguagem cuja função é dominantemente caíra-lhe em vários pontos, as costelas
poética. avultavam num fundo róseo, onde manchas
escuras supuravam e sangravam, cobertas
A) Alguns dias antes estava sossegado, de moscas. As chagas da boca e a inchação
preparando látegos, consertando cercas. De dos beiços dificultavam-lhe a comida e a
repente, um risco no céu, outros riscos, bebida. Por isso Fabiano imaginara que ela
milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho estivesse com um princípio de hidrofobia e
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A). No plano internacional, o período reflete D). Fabiano dizia que na serra havia tocas de
um conturbado momento em função da suçuaranas. E nos bancos de macambira,
depressão econômica, do avanço do rendilhados de espinhos, surgiam cabeças
nazifascismo e da II Guerra Mundial. chatas de jararacas.
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palha. Um bicho, Fabiano. [...] Era. Apossara- vivente que o compreendia era a mulher.
se da casa porque não tinha onde cair morto, Nem precisava falar: bastavam gestos.”
passara uns dias mastigando raiz de imbu e
sementes de mucunã. Viera a trovoada. E, B). “Fabiano também não sabia falar. Às
com ela, o fazendeiro, que o expulsara. vezes largava nomes arrevesados, por
Fabiano fizera-se desentendido e oferecera embromação. Via perfeitamente que tudo
seus préstimos, resmungando, coçando os era besteira. Não podia arrumar o que tinha
cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era no interior. Se pudesse... Ah! Se pudesse,
ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-lhe as atacaria os soldados amarelos que
marcas de ferro. Agora Fabiano era vaqueiro, espancam as criaturas inofensivas.”
e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um
C). “Conteve-se, notou que os meninos
bicho, mas criara raízes, estava plantado.
estavam perto, com certeza iam admirar-se
Olhou as quipás, os mandacarus e os
ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não
xiquexiques. Era mais forte que tudo isso, era
era homem: era apenas um cabra ocupado
como as catingueiras e as baraúnas. Ele, a
em guardar coisas dos outros.”
sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia
estavam agarrados à terra. [...] Entristeceu. D). “Vivia longe dos homens, só se dava bem
Considerar-se plantado em terra alheia! [...] com os animais. Os seus pés duros quebravam
espinhos e não sentiam a quentura da terra.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 127 ed. Rio
Montado, confundia-se com o cavalo,
de Janeiro: Record, 2015).
grudava-se a ele. E falava uma linguagem
Com marcas temporais adequadas, o cantada, monossilábica e gutural, que o
narrador usa o recurso do flashback para companheiro entendia.”
A). fazer digressões do narrador, fora do E). “Era como se Fabiano tivesse esfolado um
contexto das personagens. animal. A barba ruiva e emaranhada estava
invisível, os olhos azulados e imóveis fixavam-
B). fazer valer momentos memoráveis da vida se nos tições, fala dura e rouca entrecortava-
de uma das personagens. se de silêncios.”
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alguns passos. Ao chegar às catingueiras, bem para a cachorra não sofrer muito. Sinhá
modificou a pontaria e puxou o gatilho. A Vitória fechou-se na camarinha, rebocando
carga alcançou os quartos traseiros e os meninos assustados, que adivinhavam
inutilizou uma perna de Baleia, que se pôs a desgraça e não se cansavam de repetir a
latir desesperadamente. (...) Dirigiu-se ao mesma pergunta:
copiar, mas temeu encontrar Fabiano e
afastou-se para o chiqueiro das cabras. — Vão bulir com a Baleia?
Demorou-se aí um instante, meio
Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os
desorientada, saiu depois sem destino, aos
modos de Fabiano afligiam-nos, davam-lhes
pulos. Na famosa cena da morte de Baleia,
a suspeita de que Baleia corria perigo.
personagem do romance _________, de
_________, é nítida a _________ da cadela Ela era como uma pessoa da família:
numa cena extremamente _________. brincavam juntos os três, para bem dizer não
se diferenciavam, rebolavam na areia do rio
A) O quinze – Raquel de Queirós –
e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava
personificação – vívida
cobrir o chiqueiro das cabras.
B) Vidas secas – Graciliano Ramos –
Graciliano Ramos, Vidas Secas.
humanização – realista
A partir do fragmento de Vidas Secas, pode-
C). O quinze – Graciliano Ramos –
se afirmar que todas as afirmações estão
alegorização – violenta
corretas, EXCETO:
D) Vidas secas – Graciliano Ramos –
A) o pai da família de retirantes, diante das
metaforização – sutil
características físicas expostas pela cachorra,
E) O quinze – Raquel de Queirós – busca apoio em crendices populares.
simbolização – hostil
B). as duas crianças, em virtude das atitudes
do pai da família, sentem-se aflitas pelo
destino de Baleia.
36. (MACKENZIE 2014) A cachorra Baleia
estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo C). o pai da família de retirantes preparou
caíra-lhe em vários pontos, as costelas despretensiosamente a morte de Baleia.
avultavam num fundo róseo, onde manchas D). Sinhá Vitória, sensível à sucessão dos fatos,
escuras supuravam e sangravam, cobertas recolhe seus filhos com a intenção de
de moscas. As chagas da boca e a inchação protegê-los do futuro evento.
dos beiços dificultavam-lhe a comida e a
bebida. Por isso Fabiano imaginara que ela E). o pai da família de retirantes decide
estivesse com um princípio de hidrofobia e sacrificar Baleia por acreditar que ela esteja
amarrara-lhe no pescoço um rosário de infectada com raiva.
sabugos de milho queimados. Mas Baleia,
sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas
do curral ou metia-se no mato, impaciente,
enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas 37. (MACKENZIE 2012- Adaptada)
murchas, agitando a cauda pelada e curta,
Texto
grossa na base, cheia de moscas,
semelhante a uma cauda de cascavel. Então Vivia longe dos homens, só se dava bem com
Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a os animais. Os seus pés duros quebravam
espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a espinhos e não sentiam a quentura da terra.
com o saca-trapo e fez tenção de carrega-la Montado, confundia-se com o cavalo,
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grudava-se a ele. E falava uma linguagem 39. (UFABC 2007) A temática da fome está
cantada, monossilábica e gutural, que o presente em um dos mais expressivos
companheiro entendia. romances de Graciliano Ramos, Vidas Secas.
Leia um trecho dessa obra.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)
Entrava dia e saía dia. As noites cobriam a
No texto, a descrição do personagem terra de chofre. A tampa anilada baixava,
Fabiano aponta para as seguintes escurecia, quebrada apenas pelas
características, EXCETO: vermelhidões do poente. Miudinhos, perdidos
no deserto queimado, os fugitivos agarraram-
A). adaptação do personagem ao meio
se, somaram as suas desgraças e os seus
natural.
pavores. O coração de Fabiano bateu junto
B). identificação com o animal. do coração de Sinhá Vitória, um abraço
cansado aproximou os farrapos que os
C). caráter antissocial. cobriam. Resistiram à fraqueza, afastaram-se
envergonhados, sem ânimo de afrontar de
D). comportamento primitivo e espontâneo. novo a luz dura, receosos de perder a
esperança que os alentava.
E). revolta devido a sua condição familiar.
Iam-se amodorrando e foram despertados
por Baleia, que trazia nos dentes um preá.
38. (UNESPAR 2010) Leia as seguintes Levantaram-se todos gritando. O menino mais
afirmações sobre a obra de Graciliano Ramos velho esfregou as pálpebras, afastando
e depois assinale a alternativa correta. pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o
focinho de Baleia, e como o focinho estava
I) A sua obra pode ser definida como ensanguentado, lambia o sangue e tirava
regionalista, apesar da proximidade com o proveito do beijo.
romance psicológico. O Nordeste era a
região abordada por ele. Aquilo era caça bem mesquinha, mas adiaria
a morte do grupo. E Fabiano queria viver.
II) Como os modernistas de seu tempo, ele Olhou o céu com resolução. A nuvem tinha
mantinha uma atitude de não respeitar a crescido, agora cobria o morro inteiro.
gramática tradicional, valorizando a Fabiano pisou com segurança, esquecendo
liberdade formal como forma de expressão. as rachaduras que lhe estragavam os dedos
e os calcanhares. (Ilustração de Aldemir
III) Os seus romances apresentam sempre um Martins, para a 27.ª edição de Vidas Secas,
protagonista em conflito com o meio, tanto São Paulo, Martins Fontes, 1970).
físico quanto social.
A respeito do trecho, observa-se que:
Está(ão) correta(s) somente:
A) A escolha dessa temática, no quadro do
A). I e II. romance regionalista de 1930, destaca a
tensão das relações do homem com o
B). II e III.
ambiente em que vive.
C). II.
B). A linguagem do romance é marcada por
D). I e III. referências simbólicas, adotando sintaxe de
períodos longos, com predomínio de
E) I subordinação.
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A. ( ) “Nesse ponto Baleia arrebitou as orelhas, Viera a trovoada e, com ela, o fazendeiro,
arregaçou as ventas, sentiu cheiro de preás, que o expulsara. Fabiano fizera-se
farejou um minuto, localizou-os no morro desentendido e oferecera os seus préstimos,
próximo e saiu correndo.” resmungando, coçando os cotovelos,
sorrindo aflito. O jeito que tinha era ficar. E o
B. ( ) “Baleia, o ouvido atento, o traseiro em patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas
repouso e as pernas da frente erguidas, de ferro.
vigiava, aguardando a parte que lhe iria
tocar, provavelmente os ossos do bicho e [...]
talvez o couro.”
Às vezes utilizava nas relações com as
C. ( ) “Baleia não podia achar a novilha num pessoas a mesma língua com que se dirigia
banco de macambira, mas era conveniente aos brutos exclamações, onomatopeias. Na
que os meninos se acostumassem ao verdade, falava pouco. Admirava as palavras
exercício fácil – bater palmas, expandir-se em compridas e difíceis da gente da cidade,
gritaria, seguindo os movimentos do animal.” tentava reproduzir algumas, em vão, mas
sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
D. ( ) “Tentaram explicar-lhe que tinham tido
susto enorme por causa dela, mas Baleia não (RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de
ligou importância à explicação. Achava é Janeiro: Record, 2014.)
que perdiam tempo num lugar esquisito,
cheio de odores desconhecidos.” No trecho “Às vezes utilizava nas relações
com as pessoas a mesma língua com que se
dirigia aos brutos - exclamações,
onomatopeias.”.
43. Graciliano Ramos (1892/1953), jornalista e
político, exerceu o cargo de prefeito da A figura de linguagem onomatopeia, usada
cidade Palmeiras dos Índios, interior de no trecho acima, significa
Alagoas. Estreou em 1933, com o romance
“Caetés”. “Vidas Secas” – publicado em 1938 A) exagero na expressão de ideias.
– é o último romance desse autor. Leia um B) suavização de um pensamento.
pequeno fragmento dessa obra. Trata-se de
episódio muito importante que caracteriza o C)imitação de ruídos diversos.
protagonista Fabiano.
D)repetições para reforçar a mensagem.
TEXTO
E) mistura de impressões sensoriais.
— Você é um bicho, Fabiano.
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E) Caracteriza um personagem sendo “da 47. Qual é o título do livro escrito por
terra”. Graciliano Ramos?
A) Vidas Secas
E) vê-se como animal, já que todos o tratam Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira,
dessa maneira. encaminhou-se ao rio seco, achou no
bebedouro dos animais um pouco de lama.
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C) Pereira
A) A falta de água
57. Vidas Secas é uma das obras marcantes
B) A falta de comida da Segunda Fase do Modernismo Brasileiro,
que tem como autor:
C) A falta de abrigo
A) Graciliano Ramos
D) A falta de dinheiro
B)Machado de Assis
C)Guimarães Rosa
54. Qual é o significado do título "Vidas
Secas"? D)José de Alencar
D)Baleia
55. Como é descrito o final do livro "Vidas
Secas"?
A) A família Silva encontra uma nova casa e 59. Os nomes de integrantes de uma família,
recomeça sua vida às vezes, têm uma relação direta do
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B) Sinhá Vitória
60. Geralmente, as famílias, por mais simples
C)O menino mais novo
que sejam, possuem um ou mais animais de
estimação. Apesar da luta a qual enfrenta, D)A cachorra Baleia
qual é o animal de estimação da família?
A) Cavalo
64. Paralelamente ao enredo, as obras
B) Cachorro literárias acontecem durante algum período
C) Gato histórico em que vivem as pessoas. No caso
de Vidas Secas, em que contexto histórico
D) Galinha está inserida?
B) Revolução Industrial
A) É uma prioridade
C)Salvador
66. À cadela Baleia é destinada uma função
D)Migram para outra região do Nordeste de destaque na história. Identifique essa
função:
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C) É como uma espécie de guia na jornada C) Conseguem comida suficiente para o ano
da família
D) São convidados para uma festa
D) Representa uma metáfora para a seca
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74. O texto abaixo apresenta uma passagem D) A expressão “Forjara planos”, típica da
do romance Vidas secas, de Graciliano linguagem culta, é seguida no texto por um
Ramos, em que Fabiano é focalizado em um provérbio popular: “quem é do chão não se
momento de preocupação com sua situação trepa”. Essa mudança de registro linguístico é
econômica. Escrito em 1938, esta obra insere reveladora do método narrativo de Vidas
- se num momento em que a literatura secas, que subordina a voz das classes
brasileira centrava seus temas em questões populares à da elite.
de natureza social.
E) O texto tem início com a esperança de
"Se pudesse economizar durante alguns Fabiano de mudanças em sua situação
meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. econômica; a seguir, passa a focalizar a
Tolice, quem é do chão não se trepa. realidade de pobreza em que a personagem
Consumidos os legumes, roídas as espigas de se encontra, e finaliza com sua revolta e
milho, recorria à gaveta do amo, cedia por angústia diante da condição de empregado,
preço baixo o produto das sortes. sempre em dívida com o patrão.
Resmungava, rezingava, numa aflição,
tentando espichar os recursos minguados,
engasgava-se, engolia em seco."
75. Qual é o papel que o autor reserva ao
(In: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 55. ed. soldado amarelo na saga presente na
Rio de Janeiro: Record, 1991.) narrativa?
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B) Fica claro o vínculo de amizade entre eles Fabiano, pois este impede que a cadela
possa caçar os preás.
C) Fabiano o considera uma ameaça
E) o narrador é onisciente, isto é, geralmente
D) Não há interação entre eles ele narra a história na terceira pessoa, sabe
tudo sobre o enredo e sobre as personagens,
inclusive sobre suas emoções, pensamentos
mais íntimos, às vezes, até dimensões
79. O que simboliza a "terra prometida"
mencionada por Sinhá Vitória, aquela que inconscientes.
sonha em ter pelo menos uma cama como
aquela do Tomás da Bolandeira?
81. Sobre a obra Vidas Secas, é correto
A) Uma cidade grande
afirmar que:
B) Um lugar com água abundante
A) a preocupação com a fidedignidade
C) Uma fazenda próspera histórica e com o tom épico atenua o
sentimento dramático da vida,
D) A busca por uma vida melhor habitualmente presente nos poemas do autor
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caixeiro-viajante e guia de cego à de rico menino mais velho é castigado por querer
proprietário de uma fazenda. Para atingir seus satisfazer uma curiosidade. A partir dos
objetivos, o protagonista elimina todos os excertos, pode - se dizer que a obra aborda
empecilhos que se colocam à sua frente, a questão da linguagem como:
inclusive pessoas.
A) Privilégio de uma elite social que a usa
como forma de manter um status dentro da
comunidade na qual está inserida.
82. (ESPM) Fragmento 1:
B) Representação da cultura oficial e um
“Fabiano atentou na farda com respeito e anseio da população mais carente, ávida de
gaguejou, procurando as palavras de seu um instrumento de defesa.
Tomás da Bolandeira:
C) Instrumento de poder e repressão, uma vez
− Isto é. Vamos e não vamos. Quer dizer. que quem não a possui évítima da violência
Enfim, contanto, etc. física e psicológica.
É conforme. D) Manipulação de conceitos abstratos,
permitindo a quem domina a linguagem
... alterar o significado dos paradigmas.
(...) Era bruto, sim senhor, nunca havia E) Forma de justificativa à agressão, já que
aprendido, não sabia explicar-se. Estava quem detém o conhecimento considera o
preso por isso? Como era? Então mete-se um ignorante um ser inferior.
homem na cadeia porque ele não sabe falar
direito?
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B) Como que voltando ao ponto inicial da (RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo:
narrativa, a família põe-se em marcha, Martins, 27. ed., s/d, p. 172)
tocada pela seca.
Publicado em 1938, o romance Vidas Secas
C) O temor silencioso que assalta Fabiano e tem como contexto histórico e literário
sua família é o de se manterem presos à terra
desconhecida. A) A consagração do movimento modernista,
notadamente quanto à nova forma narrativa
D) O narrador faz ver ao leitor quão atípica se que nele se preconizava.
tornou a situação daquela família de
nordestinos. B) Um conjunto de textos ficcionais, os quais
se restringiam à análise de caracteres e à
E)Como que insinuando a impossibilidade de investigação psicológica.
Fabiano alcançar seu destino, o narrador se
vale do futuro do pretérito. C) Uma sucessão de movimentos locais
libertários, provocados sobretudo pelo
descontentamento com a República.
D) O filho Menino mais Velho se identifica com “Olhou em torno, com receio de que, fora os
o pai. meninos, alguém tivesse percebido a frase
imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
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Entristeceu. Considerar-se plantado em terra D) “Vivia longe dos homens, só se dava bem
alheia!” com os animais. Os seus pés duros quebravam
espinhos e não sentiam a quentura da terra.
(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 127 ed. Rio Montado, confundia-se com o cavalo,
de Janeiro: Record, 2015.) grudava-se a ele. E falava uma linguagem
cantada, monossilábica e gutural, que o
Com marcas temporais adequadas, o
companheiro entendia.”
narrador usa o recurso do flashback para
E) “Era como se Fabiano tivesse esfolado um
A) Fazer digressões do narrador, fora do
animal. A barba ruiva e emaranhada estava
contexto das personagens.
invisível, os olhos azulados e imóveis fixavam-
B) Fazer valer momentos memoráveis da vida se nos tições, fala dura e rouca entrecortava-
de uma das personagens. se de silêncios.”
87. No livro Vidas Secas, tanto as dificuldades Conteve-se, notou que os meninos estavam
de interlocução de Fabiano como o silêncio perto, com certeza iam admirar - se ouvindo-
que lhe é característico, relacionam-se à o falar sozinho. E, pensando bem, ele não era
condição subalterna que a personagem um homem; era apenas um cabra ocupado
vivencia em seu meio social. Essa relação é em guardar coisas dos outros. Vermelho,
evidenciada no seguinte fragmento: queimado, tinha olhos azuis e os cabelos
ruivos; mas como vivia em terra alheia,
A) “Às vezes dizia uma coisa sem intenção de cuidava de animais alheios, descobria-se,
ofender, entendiam outra, e lá vinham encolhia-se na presença de brancos e
questões. Perigoso entrar na bodega. O único julgava-se cabra. (Capítulo II).
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B) Iniciou sua carreira de escritor com obras 16.C 17.A 18.D 19.C 20.C
de cunho regionalista e de denúncia social; 21.C 22.E 23.A 24.D 25.C
passou por diferentes fases até chegar à fase
em que se voltou para a crônica de 26.A 27.D 28.A 29.B 30.E
costumes.
31.A 32.C 33.B 34.B 35.B
C) O autor de Vidas secas sobressai-se sobre
os demais de sua época pelas suas 36.C 37.E 38.D 39.A 40.C
qualidades universalistas e, sobretudo, pela
linguagem enxuta, rigorosa e 41.A 42.D 43.C 44.B 45.D
conscientemente trabalhada.
46.D 47.A 48.D 49.A 50.A
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B) F – V – F – V.
05. (UFG) – Diversos motivos narrativos C) V – V – F – V.
compõem a trama de “Campo Geral”, texto
da obra Manuelzão e Miguilim, de Guimarães D) V – F – V – V.
Rosa. Qual o motivo narrativo principal para a
composição do enredo desse conto? E) V – F – V – F.
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de outras veredas sem nome ou pouco Quando voltou para casa, seu maior
conhecidas, em ponto remoto, no Mutúm. No pensamento era que tinha a boa notícia para
meio dos Campos Gerais, mas num covão em dar à mãe: o que o homem tinha falado —
trecho de matas, terra preta, pé de serra. que o Mutúm era lugar bonito... A mãe,
Miguilim tinha oito anos. Quando completara quando ouvisse essa certeza, havia de se
sete, havia saído dali, pela primeira vez: o tio alegrar, ficava consolada. Era um presente; e
Terêz levou-o a cavalo, à frente da sela, para a ideia de poder trazê-lo desse jeito de cor,
ser crismado no Sucuriju, por onde o bispo como uma salvação, deixava-o febril até nas
passava. Da viagem, que durou dias, ele pernas. Tão grave, grande, que nem o quis
guardara aturdidas lembranças, dizer à mãe na presença dos outros, mas
embaraçadas em sua cabecinha. De uma, insofria por ter de esperar; e, assim que pôde
nunca pôde se esquecer: alguém, que já estar com ela só, abraçou-se a seu pescoço
estivera no Mutúm, tinha dito: ― "É um lugar e contou-lhe, estremecido, aquela
bonito, entre morro e morro, com muita revelação. A mãe não lhe deu valor nenhum,
pedreira e muito mato, distante de qualquer mas mirou triste e apontou o morro; dizia: —
parte; e lá chove sempre..." "Estou sempre pensando que lá por detrás
dele acontecem outras coisas, que o morro
Mas sua mãe, que era linda e com cabelos está tapando de mim, e que eu nunca hei de
pretos e compridos, se doía de tristeza de ter poder ver..." Era a primeira vez que a mãe
de viver ali. Queixava-se, principalmente nos falava com ele um assunto todo sério. No
demorados meses chuvosos, quando fundo de seu coração, ele não podia, porém,
carregava o tempo, tudo tão sozinho, tão concordar, por mais que gostasse dela: e
escuro, o ar ali era mais escuro; ou, mesmo na achava que o moço que tinha falado aquilo
estiagem, qualquer dia, de tardinha, na hora era que estava com a razão. Não porque ele
do sol entrar. — "Oê, ah, o triste recanto..." — mesmo Miguilim visse beleza no Mutúm —
ela exclamava. Mesmo assim, enquanto nem ele sabia distinguir o que era um lugar
esteve fora, só com o tio Terêz, Miguilim bonito e um lugar feio. Mas só pela maneira
padeceu tanta saudade, de todos e de tudo, como o moço tinha falado: de longe, de leve,
que às vezes nem conseguia chorar, e ficava sem interesse nenhum; e pelo modo contrário
sufocado. E foi descobriu, por si, que, de sua mãe — agravada de calundú e
umedecendo as ventas com um tico de espalhando suspiros, lastimosa. No começo
cuspe, aquela aflição um pouco aliviava. Daí, de tudo, tinha um erro — Miguilim conhecia,
pedia ao tio Terêz que molhasse para ele o pouco entendendo. Entretanto, a mata, ali
lenço; e tio Terêz, quando davam com um perto, quase preta, verde-escura, punha-lhe
riacho, um minadouro ou um poço de grota, medo.
sem se apear do cavalo abaixava o copo de
chifre, na ponta de uma correntinha, e subia (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e
um punhado d'água. Mas quase sempre Miguilim. 11.ed. São Paulo: Nova Fronteira,
eram secos os caminhos, nas chapadas, 2001.)
então tio Terêz tinha uma cabacinha que
vinha cheia, essa dava para quatro sedes; No texto, “Campo Geral”, as descrições
uma cabacinha entrelaçada com cipós, que coincidentes do Mutúm feitas por dois dos
era tão formosa. — "É para beber, Miguilim..." personagens são:
— tio Terêz dizia, caçoando. Mas Miguilim ria
A) as de que no Mutúm chove muito.
também e preferia não beber a sua parte,
deixava-a para empapar o lenço e refrescar B) as de que o Mutúm é um lugar triste.
o nariz, na hora do arrocho. Gostava do tio
Terêz, irmão de seu pai. C) as de que o Mutúm é um lugar longe e
escuro.
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09. (UEG) ― “Mãe, que é que fizeram com o 10. (IFMG) Com base em seus conhecimentos
resto da roupinha do Dito?” ― agora ele acerca da prosa produzida por Guimarães
queria saber. ― “Está guardada, Miguilim. Rosa, pode-se afirmar que as características
Depois ela ainda vai servir para Tomezinho.” comuns a sua escrita comparecem nesse
“― Mãe, e as alpercatinhas do Dito?” “― trecho, EXCETO:
Também, Miguilim. Agora descansa.”
Miguilim tinha mesmo que descansar, A) Uso de neologismos e de uma linguagem
perdera a força de aluir com um dedo. Suava. escrita muito parecida com a linguagem oral.
Suava.
B) Escrita sem rigor estético, cheia de erros de
(ROSA, Guimarães. Manuelzão e Miguilim: português, a fim de criticar a falta de cultura
(Corpo de baile). 11 ed. Rio de Janeiro: Nova do homem sertanejo.
Fronteira, 2001. p. 143.)
C) Narrativa com ideais filosóficos que levam
A respeito da prosa de Guimarães Rosa, na à reflexão da existência humana.
obra Manuelzão e Miguilim, exemplificada
pelo trecho citado de “Campo geral”, D) Os fatos narrados têm como cenário o
assinale a alternativa INCORRETA: sertão mineiro, por isso são retratados hábitos,
paisagens e dialetos típicos dessa região.
A) O uso de palavras no diminutivo, como
“roupinha”, “alpercatinhas”, “Tomezinho”,
nesse trecho, revela o clima de afetividade
que permeia o universo infantil da 11. (Fuvest) Olhava mais era para Mãe.
Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu
personagem Miguilim, em meio aos costumes
rudes em que ele nasce, cresce e vai para Tio Terêz: – “Tio Terêz, o senhor parece
com Pai...” Todos choravam. O doutor limpou
descobrindo o mundo.
a goela, disse: – “Não sei, quando eu tiro esses
B) “A rola fôgo-apagou cantava continuado, óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem
o dia, mesmo na calada do calor, quando d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos
dormiam os outros pássaros.” Nesse trecho de outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca
“Uma história de amor”, percebe-se um uso Pingo-de-Ouro. E o Pai. SEMPRE ALEGRE,
mais convencional e menos inovador da MIGUILIM... SEMPRE ALEGRE, MIGUILIM... Nem
língua, o que se opõe à narrativa de “Campo sabia o que era alegria e tristeza. Mãe o
geral”. beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas
algibeiras, para a viagem. Papaco-o-Paco
C) As inovações, no aspecto linguístico, falava, alto, falava.
apresentam-se na exploração criativa das
possibilidades da língua, como ocorre na (In: Manuelzão e Miguilim; João Guimarães
sugestividade sonora da repetição em Rosa.)
“Suava. Suava.” Ou na expressividade
sintático semântica do verbo aluir, em Neste trecho de “Campo Geral”, de
“Miguilim tinha mesmo que descansar, Guimarães Rosa, as expressões em maiúsculo
perdera a força de aluir com um dedo.” retomam, ao final da narrativa,
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B) a mensagem inicial de Tio Terêz, unindo, 13.(ENEM) “De repente lá vinha um homem a
assim, o princípio e o fim da história. cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro
de roupa. Miguilim saudou, pedindo a
C) as lições de conformidade e alegria de bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem
Mãitina a Miguilim, enraizados no catolicismo junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um
popular. chapéu diferente, mesmo. – Deus te abençoe,
pequenino. Como é teu nome? – Miguilim. Eu
D) a derradeira lição da sabedoria do Dito, sou irmão do Dito. – E o seu irmão Dito é o
reforçada depois por seu Aristeu. dono daqui? – Não, meu senhor. O Ditinho
E) o ensinamento do Grivo, cuja pobreza está em glória. O homem esbarrava o avanço
extrema era, no entanto, fonte de doçura e do cavalo, que era zelado, manteúdo,
alegria. formoso como nenhum outro. Redizia: – Ah,
não sabia, não. Deus o tenha em sua
guarda... Mas que é que há, Miguilim?
Miguilim queria ver se o homem estava
12. (Fuvest) Considere atentamente as mesmo sorrindo para ele, por isso é que o
seguintes afirmações sobre a novela “Campo encarava. – Por que você aperta os olhos
geral” (“Miguilim”), de Guimarães Rosa: assim? Você não é limpo de vista? Vamos até
lá. Quem é que está em tua casa? – É Mãe, e
I. A sabedoria precoce do pequeno Dito é os meninos... Estava Mãe, estava Tio Terez,
decisiva para o aprendizado de Miguilim, seja estavam todos. O senhor alto e claro se
nas experiências imediatas do cotidiano, seja apeou. O outro, que vinha com ele, era um
na investigação do valor e do sentido camarada. O senhor perguntava à Mãe
profundos dessas experiências. muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava
a ele mesmo: – Miguilim, espia daí: quantos
II. Por meio da personagem Miguilim, o autor
dedos da minha mão você está enxergando?
nos mostra que a vida rústica do sertanejo é
E agora?”
pobre como experiência - o que pode ser
compensado pela imaginação poética de (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e
quem sabe desligar-se daquela vida. Miguilim. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1984.)
III. No momento final da narrativa, é em
sentido literal e simbólico que um novo Esta história, com narrador observador em
mundo se revela para Miguilim - mundo que terceira pessoa, apresenta os
também se abre para uma vida de novas acontecimentos da perspectiva de Miguilim.
experiências. O fato de o ponto de vista do narrador ter
Miguilim como referência, inclusive espacial,
A leitura atenta da novela permite concluir
fica explicitado em:
que apenas:
A)O homem trouxe o cavalo cá bem junto.
A)as afirmações I e III são corretas.
B)Ele era de óculos, corado, alto (...).
B)as afirmações I e II são corretas.
C)O homem esbarrava o avanço do cavalo,
C)as afirmações II e III são corretas.
(...).
D)a afirmação II é correta.
D)Miguilim queria ver se o homem estava
mesmo sorrindo para ele (...).
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C)5 – 2 – 3 – 4.
14. (PUCCamp) Na novela “Campo Geral”, de
Guimarães Rosa, o leitor compreenderá que D)2 – 1 – 5 – 4.
as sofridas experiências de menino no Mutum E)2 – 4 – 1 – 3.
permitirão que o protagonista, quando adulto,
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D) Manguezais
D) Romantismo
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A) Um local de exílio
39. Quais são as principais características
B) Um paraíso inexplorado arquitetônicas das habitações presentes que
C) Um desafio a ser superado envolvem o cenário de Campo Geral?
B) Cabanas rústicas
C) Palacetes coloniais
36. Alguns autores destacam a importância
da religiosidade em suas obras literárias. Qual D) Edifícios multifamiliares
é o papel da religiosidade nas histórias do
Campo Geral?
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C) Bicicletas elétricas
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– Vai, meu filho. É a luz dos teus olhos, que só E) arrítmico – precisou
Deus teve poder para te dar. Vai.
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B) Roberto. C) Redemocratização
D) Sebastião
58.Quando a obra “Campo Geral” foi – “Pai é dono nenhum, Miguilim: o gadame é
publicada? dum homem, Sô Sintra”...
C)partícula apassivadora
59. Qual o nome do lugar onde o livro se
passa? D) diminutivo
A) Salúz
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C)F, V, V, V, F
Texto II
D)V, F, F, V, V
“Um dos sonhos da minha vida era ter em
casa uma piscina. Tinha aprendido a nadar,
já havia disputado mesmo uma competição
65. Várias passagens de “Campo Geral”, de na piscina do Minas Tênis Clube, categoria de
João Guimarães Rosa, evidenciam petiz, pretendia me tornar campeão,
referências a doenças e/ou sintomas de nadando no mínimo tão bem como Tarzã.”
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Ela lembra que Guimarães Rosa é um grande Leia agora abaixo parte da conversa com
representante da tríade literatura, infância e Cristiane Tavares sobre silêncio, infância e
silêncio, tema importante para se discutir as literatura.
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estivera no Mutúm, tinha dito: ― "É um lugar revelação. A mãe não lhe deu valor nenhum,
bonito, entre morro e morro, com muita mas mirou triste e apontou o morro; dizia: —
pedreira e muito mato, distante de qualquer "Estou sempre pensando que lá por detrás
parte; e lá chove sempre..." dele acontecem outras coisas, que o morro
está tapando de mim, e que eu nunca hei de
Mas sua mãe, que era linda e com cabelos poder ver..." Era a primeira vez que a mãe
pretos e compridos, se doía de tristeza de ter falava com ele um assunto todo sério. No
de viver ali. Queixava-se, principalmente nos fundo de seu coração, ele não podia, porém,
demorados meses chuvosos, quando concordar, por mais que gostasse dela: e
carregava o tempo, tudo tão sozinho, tão achava que o moço que tinha falado aquilo
escuro, o ar ali era mais escuro; ou, mesmo na era que estava com a razão. Não porque ele
estiagem, qualquer dia, de tardinha, na hora mesmo Miguilim visse beleza no Mutúm —
do sol entrar. — "Oê, ah, o triste recanto..." — nem ele sabia distinguir o que era um lugar
ela exclamava. Mesmo assim, enquanto bonito e um lugar feio. Mas só pela maneira
esteve fora, só com o tio Terêz, Miguilim como o moço tinha falado: de longe, de leve,
padeceu tanta saudade, de todos e de tudo, sem interesse nenhum; e pelo modo contrário
que às vezes nem conseguia chorar, e ficava de sua mãe — agravada de calundú e
sufocado. E foi descobriu, por si, que, espalhando suspiros, lastimosa. No começo
umedecendo as ventas com um tico de de tudo, tinha um erro — Miguilim conhecia,
cuspe, aquela aflição um pouco aliviava. Daí, pouco entendendo. Entretanto, a mata, ali
pedia ao tio Terêz que molhasse para ele o perto, quase preta, verde-escura, punha-lhe
lenço; e tio Terêz, quando davam com um medo.
riacho, um minadouro ou um poço de grota,
sem se apear do cavalo abaixava o copo de (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e
chifre, na ponta de uma correntinha, e subia Miguilim. 11.ed. São Paulo: Nova Fronteira,
um punhado d'água. Mas quase sempre 2001.)
eram secos os caminhos, nas chapadas,
então tio Terêz tinha uma cabacinha que Sobre o uso das formas verbais completara,
vinha cheia, essa dava para quatro sedes; guardara e estivera, no primeiro parágrafo do
uma cabacinha entrelaçada com cipós, que texto “Campo Geral”, pode-se afirmar que:
era tão formosa. — "É para beber, Miguilim..."
A) Elas estão no imperfeito do subjuntivo e
— tio Terêz dizia, caçoando. Mas Miguilim ria
expressam fatos irreais ou desejáveis.
também e preferia não beber a sua parte,
deixava-a para empapar o lenço e refrescar B) Elas estão no pretérito perfeito do
o nariz, na hora do arrocho. Gostava do tio indicativo e expressam fatos com duração
Terêz, irmão de seu pai. prolongada no passado.
Quando voltou para casa, seu maior C) Elas estão na forma composta do pretérito
pensamento era que tinha a boa notícia para perfeito do indicativo e expressam fatos
dar à mãe: o que o homem tinha falado — incertos ocorridos no passado.
que o Mutúm era lugar bonito... A mãe,
quando ouvisse essa certeza, havia de se D) Elas estão no pretérito imperfeito do
alegrar, ficava consolada. Era um presente; e indicativo e expressam fatos transcorridos há
a ideia de poder trazê-lo desse jeito de cor, mais tempo que os demais narrados no texto.
como uma salvação, deixava-o febril até nas
pernas. Tão grave, grande, que nem o quis E) Elas estão na forma simples do pretérito
dizer à mãe na presença dos outros, mas mais-que-perfeito do indicativo e expressam
insofria por ter de esperar; e, assim que pôde fatos anteriores a outros narrados no texto.
estar com ela só, abraçou-se a seu pescoço
e contou-lhe, estremecido, aquela
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GABARITO
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