TDE-2_Vacinas_Imunologia-Clínica_2022 (1) ANDRESSA ENTREGAR

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Curso

Disciplina Imunologia Clínica


Docente Carla Pinheiro
Discente Andressa Elen Costa Silva Moura

TDE 2 – Bases Imunológicas da Vacinação

1. Em relação a imunoprofilaxia, conceitue os termos abaixo:

Imunogenicidade: É a capacidade de uma substância provocar uma


resposta imune, como o desenvolvimento de anticorpos anti-
medicamentos biológicos pelo sistema imune do paciente. O
desenvolvimento de anticorpos pode resultar em reações infusionais ou
diminuição da eficácia do produto, devido à inativação do medicamento.

Antigenicidade: condição ou qualidade de antígeno , capacidade de


provocar a formação de um anticorpo.

Afinidade: Afinidade de um anticorpo é a força da reação entre um


único determinante antigênico e um único sítio de combinação no
anticorpo. É a soma das forças de atração e repulsão que operam entre
o determinante antigênico e o sítio de combinação do
anticorpo,Afinidade é a constante de equilíbrio que descreve a reação
antígeno-anticorpo,A maioria dos anticorpos têm uma elevada afinidade
por seus antígeno.

Determinante antigênico: Aquela porção de um antígeno que combina


com os produtos de uma resposta imune específica.

Reatividade cruzada: A reatividade cruzada alérgica ocorre quando o


sistema imunológico do corpo identifica as proteínas em uma substância
(por exemplo, pólen) e as proteínas em outra (por exemplo, frutas ou
legumes e verduras) como sendo semelhantes.

Haptenos: Haptenos são pequenas moléculas que jamais poderiam


induzir uma resposta imune quando administradas sozinhas, mas que
podem quando acopladas a uma molécula carreadora. Haptenos livres,
entretanto, podem reagir com produtos da resposta imune depois que
tais produtos são lançados.

2. Diferencie vacina de soro.


O soro é usado como tratamento após a instalação da doença no corpo ou
depois da contaminação por agente tóxico específico. Esse é o caso da
contaminação por toxinas ou veneno. A vacina, por sua vez, é aplicada
como forma de prevenção de doenças. Além disso, ela estimula a produção
de anticorpos e cria células de memórias em nosso sistema imunológico.
Por isso, quando somos atingidos por um mesmo antígeno, nosso
organismo resgata sua memória de combate e elimina com mais rapidez,
antes mesmo de surgirem os sintomas da enfermidade.

3. Diferencie imunização ativa da passiva


A vacina é considerada uma forma de imunização ativa. Isso se dá pelo fato de
ela estimular nosso organismo a produzir anticorpos. Já o soro é intitulado
como imunização passiva, pois os anticorpos são inoculados em outro
organismo antes de serem aplicados em humanos.

4. Quais condições são importantes para a indução de tolerância?


Tolerância deve ser induzida dirigida a todos os epitopos ou para apenas
alguns epitopos de um antígeno e tolerância para um antígeno isolado deve
existir ao nível de célula B ou de célula T ou ao nível de ambas.

5. Como são caracterizados os ensaios para o desenvolvimento de


vacinas?

O processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído


de diversas etapas tratando-se, portanto, de um processo de alto investimento.
A primeira etapa corresponde à pesquisa básica e é onde novas propostas de
vacinas são identificadas. Na segunda etapa, há a realização dos testes pré-
clínicos (in vitro e/ou in vivo), que têm por objetivo demonstrar a segurança e o
potencial imunogênico da vacina. Por fim, há a terceira etapa, composta pelos
ensaios clínicos (fases I, II, III e IV).

A fase I é o primeiro estudo a ser realizado em seres humanos e tem por


objetivo principal demonstrar a segurança da vacina. A fase II tem por objetivo
estabelecer a sua imunogenicidade (capacidade que a vacina tem de estimular
o sistema imunológico a produzir anticorpos). A imunogenicidade,
frequentemente, é medida através de coletas de sangue, utilizando
metodologias de análise adequadas, para avaliar a resposta imunológica à
vacina administrada. A fase III é a última fase de estudo antes da obtenção do
registro sanitário e tem por objetivo demonstrar a sua eficácia. Somente após a
finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova
vacina poderá ser disponibilizada para a população. A fase IV é o estudo pós
comercialização, em que é analisado o que ocorre já com a vacina disponível
as pessoas.

Os critérios para seleção dos participantes do ensaio dependem


fundamentalmente do objetivo do estudo. De modo geral, os participantes
devem representar o grupo de indivíduos/população para os quais o produto foi
desenvolvido e aqueles que mais poderiam se beneficiar da intervenção. Além
disso, é necessário selecionar áreas de maior transmissão onde o número
esperado de casos é suficiente para a realização do estudo e interpretação dos
resultados.

6. Quais as classificações e mecanismos de ações dos adjuvantes?

Os adjuvantes são substâncias adicionadas à formulação herbicida ou à calda


herbicida para aumentar a eficiência do produto ou modificar determinadas
propriedades da solução, visando facilitar a aplicação ou minimizar possíveis
problemas. Os adjuvantes são divididos em dois grupos: os modificadores das
propriedades de superfície dos líquidos (surfatantes: espalhante, umectante,
detergentes, dispersantes e aderentes, entre outros) e os aditivos (óleo mineral
ou vegetal, sulfato de amônio e uréia, entre outros) que afetam a absorção
devido à sua ação direta sobre a cutícula.

Dois fatores centrais envolvidos nos mecanismos de ação de adjuvantes no


aumento da imunogenicidade de um antígeno incluem a proliferação de células
T e sua ativação, bem como mobilização e ativação de células apresentadoras
de antígeno (APCs)
7. Discorra sobre as vacinas obrigatórias para os profissionais da
área de saúde (devem ser contemplados o nome da vacina, tipo da
vacina, grupo alvo, dose, via de aplicação, doença evitada e reação
adversa)

Dentre as vacinas recomendadas para os profissionais da área da saúde estão:


vacinas contra hepatite A e B, contra difteria, tétano e coqueluche,
varicela, influenza, antimeningocócica C conjugada e tríplice viral (contra
sarampo, caxumba e rubéola).
Dentre as vacinas já citadas, aquelas que são recomendadas a esses
profissionais e que estão disponíveis gratuitamente são: a vacina contra o vírus
da hepatite B, a tríplice viral (contra o sarampo, caxumba e rubéola); a dupla
adulto (contra a difteria e o tétano); a antiamarílica (contra a febre amarela); e a
BCG [Bacilo Calmette Guérin, contra o bacilo de Koch, indicada para
trabalhadores que tem contato com pacientes portadores de tuberculose e/ou
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA); e, também, aqueles que
apresentem purified protein derivative (PPD) negativo ou reator fraco].
Deve-se ressaltar que, no caso das vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola,
tétano, febre amarela e influenza, embora recomendadas para os profissionais
da área da saúde, é preciso considerar que tais doenças apresentam risco para
esses profissionais na mesma proporção que para a população em geral, por
isso sua extrema relevância, sem hipótese de discussão da indicação.
A vacina dupla adulto (dT), contra tétano e difteria, é recomendada aos
profissionais da área da saúde e confere-lhes imunidade por cinco anos contra
tétano acidental grave e 10 anos para acidentes leves. É a medida mais eficaz
e adequada de prevenção e controle para tais doenças.
Profissionais da saúde, por terem contato maior, direto e/ou indireto com
pacientes, apresentam risco aumentado para contrair coqueluche, por esse
motivo os CDCs, a partir de 2006, recomendam que todo profissional da área
da saúde receba uma dose da vacina acelular pertussis (dTap), pelo menos
dois anos após o último reforço da dT. Nos Estados Unidos, duas vacinas
acelulares contra coqueluche, combinadas com os toxoides tetânico e diftérico
(dTap), foram licenciadas em 2005. A composição dessas vacinas não é
idêntica, mas ambas induzem soroproteção equivalente à obtida com o uso das
vacinas acelulares formuladas para crianças (DTaP). Elas são recomendadas
para aplicação em adolescentes em substituição à vacina dupla adulto (dT),
com o objetivo de protegê-los contra tétano, difteria e coqueluche, bem como
evitar que transmitam a B. pertussis a lactentes jovens.
Vários países, atualmente, adotam as vacinas acelulares, em geral combinadas
com outras vacinas, em razão da maior aceitação, da menor reatogenicidade e
da evidência de melhoria nas coberturas vacinais quando utilizadas.
Os dados atualmente disponíveis pelos CDCs indicam que essa substituição da
dT pela dTap deverá beneficiar não apenas os grupos alvo da vacinação
(adolescentes e adultos), mas também os jovens lactentes. 19 Saliente-se a
importância de vacinar os profissionais da área da saúde, que nesse contexto,
além do risco de contrair mais facilmente a doença, podem contribuir para
disseminá-la em ambientes de cuidado à saúde.
Quanto ao sarampo, à caxumba e à rubéola, encontra-se disponível a vacina
tríplice viral (SCR), que confere proteção superior a 95% e é recomendada
para mulheres de 12 a 49 anos, que não tenham comprovação de vacinação
anterior e homens até 39 anos. A duração da imunidade induzida pela vacina é
maior que 25 anos e, provavelmente, o seja por toda a vida.
Em estudo cujo objetivo foi verificar a soroprevalência para sarampo, caxumba,
rubéola e varicela em profissionais da área da saúde identificou titulação
negativa para sarampo em 7,4%, rubéola em 12,5%, varicela em 4,1%, e
caxumba em 15,9% dos profissionais sujeitos do estudo, mostrando que estes,
embora estejam expostos a estas doenças apresentam baixa adesão à
imunização. Dado preocupante por tratar-se de um momento da saúde mundial
no qual a prevenção é amplamente discutida, defendida e incentivada.25
A vacinação tem sido o principal método para prevenir a influenza e suas
complicações mais severas, além de ser de grande importância para o
profissional da área da saúde, especificamente em relação à redução do
absenteísmo em decorrência da gripe. Surtos dessa patologia têm sido
associados ao aumento de internações e mortes, grande parte atribuída às
suas complicações e a enfermidades crônicas subjacentes.
Quando a composição da vacina contra o vírus da influenza coincide com as
cepas de vírus circulante, sua eficácia em adultos saudáveis atinge 70% a
90%, enquanto cai para 30% a 40% em maiores de 60 anos. Ela confere
imunidade por um ano e é indicada para os profissionais da área da saúde com
mais de 60 anos e em situações especiais, como nos casos de
esplenectomizados ou com asplenia funcional (anemias hemolíticas, linfomas e
outras) e portadores de doenças cardíacas e/ou respiratórias.
Em relação a medidas de prevenção e controle relacionadas à influenza,
hábitos de higiene, aliados à imunização, constituem a principal estratégia
utilizada, sendo recomendada aos profissionais da área da saúde que atuam
em assistência individual de casos de infecção respiratória e de trabalhadores
de casas de apoio aos idosos e em centros de educação, como maneira de
reduzir a transmissão em comunidades fechadas de grupos mais vulneráveis à
infecção.
A vacina contra febre amarela, que confere imunidade por dez anos, encontra-
se no esquema vacinal da população em geral (incluindo os profissionais da
área da saúde), na legislação brasileira para aqueles que viajarão para áreas
endêmicas (Estados: Amapá, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso
de Sul, Rondônia, Acre, Roraima, Amazonas, Pará, Goiás e Distrito Federal),
áreas de transição (alguns municípios dos Estados: Piauí, Bahia, Minas Gerais,
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e áreas de risco
potencial (alguns municípios dos Estados: Bahia, Espírito Santo e Minas
Gerais). Em viagem para essas áreas, o recomendado é que a vacina seja feita
dez dias antes da viagem ou a cada dez anos por toda a vida.
Dentre os agentes imunopreveníveis de maior importância quanto ao risco
ocupacional para os profissionais da área da saúde estão os vírus das
hepatites A e B e o agente causador da tuberculose, Mycobacterium
tuberculosis. As vacinas contra estes patógenos fortemente recomendadas.
Quanto à vacinação contra o vírus da hepatite A, estudo com objetivo de
verificar níveis de soroproteção contra esta doença, foram encontrados, pelo
método Enzyme-Linked ImmunoSorbent Assay (ELISA) modificado, níveis de
anticorpos contra vírus da hepatite A em 88% a 99% dos vacinados quinze dias
após a primeira dose da vacina e em 100% deles trinta dias após a segunda
dose.28 Essa proteção conferida pela vacina dura em torno de vinte anos e é
recomendada pelos CDC aos profissionais da área da saúde. O PNI faz essa
recomendação em condições especiais, indicando-a apenas para pessoas com
hepatopatia crônica e/ou suscetíveis a essa patologia.
Já a vacinação contra o vírus da hepatite B é altamente recomendada aos
profissionais da área da saúde por todos os órgãos ligados, direta e
indiretamente, às práticas de imunização, por ser considerada a principal
medida de prevenção contra a hepatite B ocupacional, devendo ser realizada
antes da admissão do profissional (ou estudante, estagiário) nos serviços de
saúde. É uma vacina extremamente eficaz (90% a 95% de resposta vacinal em
adultos imunocompetentes) e segura.
Segundo dados dos CDC, a distribuição geográfica de infecções da hepatite B
é universal, distribuída em regiões que variam de alta, média ou baixa
prevalência. Essa doença vem encontrando condições favoráveis para a sua
propagação, pois apresenta diferenças importantes em sua incidência e
mecanismos de transmissão, em razão das condições socioeconômicas,
sanitárias e culturais das diferentes regiões geográficas.
Embora a imunização dos profissionais da área da saúde contra hepatite B seja
preconizada pelos CDCs e pelo MS do Brasil e essa vacina esteja disponível
gratuitamente para esses profissionais, eles ainda apresentam resistência em
aderir a tal medida de prevenção ou, quando o fazem, não completam o
esquema preconizado, que prevê três doses nos intervalos de zero, um e seis
meses. Além da adesão à vacina, fato considerado relevante nesse contexto é
a resposta vacinal.
A prevalência da vacinação completa entre profissionais da área da saúde
contra a hepatite B em um estudo 31 foi de 64,6% e apenas 29,8% dos
trabalhadores indicaram saber que estavam imunizados após a realização de
exame sorológico para confirmação da imunidade.
Aproximadamente 10% a 20% dos indivíduos vacinados não alcançam os
títulos protetores de anticorpos. Para os profissionais da área da saúde, o MS
recomenda a realização de teste sorológico anti-HBs, para confirmação da
resposta vacinal, um mês após completar as três doses da vacina contra o
vírus da hepatite B. A vacina induz títulos protetores >10mUI/ml em mais de
90% dos receptores adultos sadios e em mais de 95% dos lactentes, crianças e
adolescentes de até 19 anos de idade. Apesar de indicado, o anti-HBs não está
disponível gratuitamente na rede de saúde pública para os profissionais.
Aos indivíduos não respondedores ao primeiro esquema de três doses da
vacina contra o vírus da hepatite B é indicada a realização de um esquema
adicional de três doses. Cerca de 60% deles respondem. Não havendo
resposta à segunda série, sugere-se a investigação de infecção crônica por
esse vírus, e, descartando essa possibilidade, o profissional deve ser
considerado susceptível a infecção.
A tuberculose merece lugar de destaque, já que, segundo a OMS, cerca de 2
bilhões de pessoas estão infectadas pelo bacilo de Koch. Contra a tuberculose,
é indicada a vacina Bacilo Calmette Guérin (BCG), que apresenta eficácia de
70% contra as formas graves de tuberculose. Essa vacina é disponibilizada
gratuitamente no PNI e recomendada para todos os profissionais da área da
saúde que sejam negativos à prova tuberculínica, já que possuem o risco de
estarem possivelmente expostos a pacientes infectados. São utilizados como
parâmetros resultados de purified protein derivative (PPD) não reatores (PPD
com nódulo menor que 5 mm) e os reatores fracos (PPD entre 5 e 9 mm).
O MS, no Brasil, por meio de uma publicação de 2002, recomenda a aplicação
da vacina BCG, dentre outros casos, em profissionais da área da saúde não
reatores. Entretanto de acordo com o Segundo Consenso Brasileiro de
Tuberculose, que vigora no País, não existe justificativa científica para a
recomendação da vacina BCG a esses profissionais.
A vacina BCG não é utilizada em vacinação de rotina , mas está disponível aos
grupos de alto risco, como profissionais da área da saúde em áreas
endêmicas, crianças expostas a TB multirresistente ou moradores sem teto. A
maioria dos países no mundo, entretanto, recomenda uma dose única de BCG
ao nascer, conforme recomendação da OMS, pois considera ausência de
evidências que sustentem a utilização de doses adicionais. No Brasil, estudo
apontou que, apesar de efeito protetor satisfatório da primeira dose aplicada no
período neonatal, o efeito foi de 39% em adolescentes entre 15 e 20 anos,
apontando a permanência do efeito da primeira dose durante duas décadas.37
Para finalizar, vale ressaltar a vacinação contra varicela, que se apresenta
como um imunobiológico especial dos CRIEs e que é recomendada, dentre
outros casos, para os profissionais da área da saúde, pessoas e familiares
suscetíveis à doença e imunocompetentes que estejam em convívio domiciliar
ou em instituições de saúde com pacientes imunocompetentes; mas um fator
contraditório é que ela não se encontra no esquema vacinal recomendado para
os trabalhadores dessa área em documentos oficiais emitidos pelo MS no
Brasil.

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