Relatorio Kiwi MHGAMA 11A

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Colégio de Ermesinde

Biologia e Geologia

Atividade laboratorial

Extração de DNA de
células vegetais
16.09.2024

Maria Helena Martins Gama, n.º13, 11ºA

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Índice

Objetivos..............................................................................................................................................3
Introdução............................................................................................................................................4
Material utilizado................................................................................................................................9
Procedimento experimental..............................................................................................................10
Resultados..........................................................................................................................................11
Discussão dos resultados...................................................................................................................15
Conclusão...........................................................................................................................................16
Bibliografia........................................................................................................................................17

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Objetivos
Este trabalho prático, realizado no âmbito da disciplina de Biologia e de Geologia, tem como
principais objetivos extrair DNA de células eucarióticas vegetais, neste caso, do kiwi ,
permitindo a visualização macroscópica do seu material genético, bem como compreender os
processos necessários para que esta extração ocorra e as diferentes transformações físicas e
químicas que ocorrem em cada etapa deste procedimento.

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Introdução
Todos os seres vivos são constituídos por um conjunto de biomoléculas que é praticamente
comum a todos eles. No entanto, para que se constitua um ser vivo, essa matéria, por si só,
não basta. É necessária informação capaz de produzir, organizar e criar interações entre essa
matéria, a informação genética.
É esta informação que determina as características, formas e funções dos seres vivos, e de
acordo com inúmeras investigações realizadas neste âmbito, podemos concluir que está
presente na molécula de DNA- ácido desoxirribonucleico.
Assim, o DNA é a molécula fundamental que contém a informação genética de todos os seres
vivos.
Os ácidos nucleicos são moléculas constituídas por unidades básicas designadas nucleótidos.
Cada nucleótido é formado por uma base nitrogenada, uma pentose (glícido com cinco
carbonos) e um grupo fosfato. O conjunto formado pela pentose e pela base é conhecido
como o núcleosido.

Fig.1- Esquema da estrutura dos nucleótidos, monómeros de ácidos nucleicos.

Juntamente com o RNA (ácido ribonucleico), o DNA pertence ao grupo dos ácidos nucleicos,
que são essenciais para a vida.
Do ponto de vista químico, a principal diferença entre estes dois tipos de ácidos nucleicos
reside na pentose presente nos seus nucleótidos. Enquanto a pentose presente no RNA é a
ribose, no DNA é a desoxirribose.

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As bases nitrogenadas presentes nos nucleótidos podem dividir-se se em dois tipos: as bases
púricas (ou purinas) e as bases pirimídicas (ou pirimidinas).
As purinas apresentam um anel duplo e são a guanina (G) e a adenina (A).
As pirimidinas apresentam um anel simples e são o uracilo (U), a timina (T) e a citosina (C).

Fig.2- Componentes dos nucleótidos do DNA e do RNA.

Usualmente, cada um dos ácidos nucleicos apenas apresenta quatro tipos de bases
nitrogenadas. Assim, enquanto a citosina, a adenina e a guanina são comuns tanto ao DNA,
como ao RNA, o uracilo é exclusivo do RNA e a timina apenas está presente no DNA.
As ligações entre as bases ocorrem sempre entre uma purina uma pirimidina, existindo pares
específicos para cada um dos ácidos nucleicos.

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Fig.3- Complementaridade de bases azotadas no DNA e no RNA.

Através do esquema podemos ver que tanto no RNA como no DNA, a guanina se emparelha
com a citosina (C-G), no entanto o par da adenina é diferente nas duas moléculas. No DNA
ela liga-se à timina (A-T); já no RNA, liga-se ao uracilo (A-T).
Nas pentoses os átomos de carbono estão numerados de 1’ a 5’. Desta forma, em cada
nucleótido, o grupo fosfato liga-se ao carbono 5’ da sua pentose e a base azotada liga-se ao
carbono 1’.
Os nucleótidos estabelecem ligações entre si, formando cadeias polinucleotídicas. Estas
ligações estabelecem-se entre o carbono 5’ de um dos nucleótidos e o carbono 3’ da pentose
do nucleótido seguinte, através do grupo fosfato e são ligações fosfodiéster de condensação
(ou síntese). A adição de nucleótidos ocorre sempre no sentido 5’ para 3’.

Fig.4- A formação de ligações fosfodiéster entre os nucleótidos.

Segundo o modelo de Watson e Crick, o DNA é uma molécula de cadeia dupla em forma de
hélice.
Cada cadeia de nucleótidos apresenta uma extremidade designada 3’ e outra 5’,
desenvolvendo-se em sentidos opostos. Assim, à extremidade 5’ vai corresponder a
extremidade 3’ da outra cadeia. Por esse motivo designam-se cadeias antiparalelas.

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Fig.5 e 6- Estrutura e forma tridimensional da molécula de DNA.

Nas zonas mais externas da dupla hélice, formando o “esqueleto” da molécula, encontram-se
o grupo fosfato e a desoxirribose, enquanto na parte mais interior surgem as bases azotadas,
formando uma espécie de “degraus”. A ligação entre essas duas cadeias faz-se através de
pontes de hidrogénio entre as bases nitrogenadas, verificando-se uma complementaridade.
Desta forma, a adenina apenas emparelha com a timina, por duas pontes de hidrogénio,
enquanto a guanina só se liga à citosina, através de três pontes de hidrogénio. É por esta razão
que se afirma que são bases complementares.

Fig.7- Modelo de dupla hélice proposto por Watson e Crick (estrutura).

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Esta constância nas ligações justifica as proporções encontradas por Chargaff, de que existe o
mesmo número de purinas e de pirimidinas e ainda os dados obtidos por raio X que sugeriam
que o diâmetro da molécula de DNA era uniforme.
Por fim, a molécula de DNA é universal, no entanto, cada ser vivo tem um DNA específico,
diferindo no número e na sequência dos nucleótidos e tornando-nos todos únicos.

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Material utilizado
Material não biológico:
- Água destilada;
- Almofariz;
- Bisturi;
- Cloreto de sódio;
- Detergente de loiça;
- Etanol frio (5C);
- Funil;
- Gaze;
- Gobelé;
- Proveta graduada;
- Tubos de ensaio;
Material biológico:
- Kiwi.

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Procedimento experimental
1- Descascar um kiwi, cortá-lo em pequenos cubos e esmagá-lo num almofariz.
2- Adicionar uma solução composta por: 50 mL de H2O, 5 mL de detergente da loiça e 1,5 g
de NaCl.
3- Continuar o processo de maceração.
4- Filtrar, através da gaze de forma a obter 5mL de líquido para um tubo de ensaio.
5- Adicionar, lentamente, 5 mL de etanol 96% a 5 °C.
6- Deixar repousar até se observar a ascensão de uma camada gelatinosa.

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Resultados

Fig.1- Maceração do kiwi.

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Fig.2- Preparação de uma solução de água destilada, detergente da loiça e cloreto de sódio.

Fig.3- Adição da solução previamente preparada ao kiwi macerado.

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Fig.4- Filtragem, através da gaze, do preparado para uma proveta graduada.

Fig.5- Solução filtrada.

Fig.6- Transferência do preparado para um tubo de ensaio.


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Fig.7 e 8- Resultado final obtido depois de adicionar etanol frio aos tubos de ensaio; resultado corado com
fucsina básica.

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Fig. 9- Comparação de resultados obtidos em diferentes tubos de ensaio.

Discussão dos resultados


Para visualizar e extrair o DNA das células do kiwi, foram utilizados vários componentes,
como detergente, etanol frio e cloreto de sódio, cada um com um objetivo específico.
A maceração do kiwi com almofariz e pilão permitiu a desagregação do órgão, o kiwi, em
tecidos e células, destruindo a parede celular.
Já o detergente tem o papel importante de destruir a membrana plasmática. Uma vez que esta
estrutura é de natureza fosfolipídica, é apenas solúvel em solventes orgânicos, como o
detergente da loiça. O seu processo de destruição está associado à sua dissolução e
assemelha-se à emulsificação das gorduras ao lavar a loiça. Ao destruir esta estrutura é
permitida a libertação do DNA do núcleo, tornando-o mais acessível.
O cloreto de sódio desempenha um papel importante na neutralização das cargas negativas do
DNA. Os grupos fosfato do DNA têm cargas negativas que tendem a repelir-se. Em solução
aquosa (água destilada), o cloreto de sódio dissocia-se em iões Na+ e Cl-. Assim, os iões Na+
interagem com os fosfatos do DNA, neutralizando as suas cargas negativas e impedindo que
haja repulsão elétrica nas moléculas de DNA. Deste modo é possível estabilizá-las e permitir
a sua agregação em filamentos mais espessos e visíveis macroscopicamente.
A filtração da mistura serve para separar as paredes e membranas celulares dos restantes
conteúdos celulares. Isto purifica a solução, deixando o DNA e outras moléculas, como
proteínas, que não interferem com o sucesso da extração.
O etanol frio é utilizado para desidratar as moléculas de DNA e facilitar a sua precipitação.
Quando adicionado ao líquido à temperatura ambiente ocorre um choque térmico que forma
bolhas de ar, auxiliando na ascensão do DNA.
Para além disso, torna o DNA menos solúvel e permite a sua separação, fazendo com que as
moléculas de DNA ascendam para a fase alcoólica e surjam mais próximas da superfície.
Esta ascensão deve-se ao gradiente de densidades criado. O DNA é, tal como o etanol, menos
denso do que a água, o que faz com que este se mova lentamente em direção ao etanol, no
qual fica suspenso, à superfície. Assim, os filamentos esbranquiçados de DNA,
correspondendo a milhares de moléculas de DNA com algumas impurezas associadas,
tornam-se visíveis macroscopicamente.

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Conclusão
Esta atividade laboratorial tinha como principal objetivo a extração e visualização do DNA
das células de um kiwi. Para o fazer foram utilizados diversos processos, tais como a
maceração do fruto, a adição de detergente, cloreto de sódio e etanol frio, entre outros
reagentes.
Assim, o objetivo foi alcançado com sucesso, dado que o DNA do kiwi foi extraído,
aparecendo suspenso em álcool num tubo de ensaio como uma camada gelatinosa com vários
filamentos, visível a olho nu.

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Bibliografia
MATIAS, Osório, MARTINS, Pedro, 2022. BioFOCO 11. Porto: Areal
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