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LETRAS PORTUGUÊS
JAMILE GOMES DA CUNHA
BRAGANÇA-PA
2023
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RESUMO
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Período, concluinte do curso de Letras (Português/Inglês), Faculdade
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INTRODUÇÃO
sonoras.
Dentre todas as linguagens que fazem parte do mundo contemporâneo,
as histórias em quadrinhos como gênero permite a integração entre a
linguagem escrita e a linguagem visual.
À primeira vista, enfatizar o aspecto positivo das histórias em quadrinhos
no contexto da sala de aula pode gerar controvérsias, mas ao conhecer as
experiencias que alguns professores têm obtido a partir dessa atividade pode-
se comprovar tal eficácia como instrumento de ensino na leitura e produção de
textos. Ademais, tanto a LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação) quanto os
PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) preveem a utilização das histórias
em quadrinhos como recurso didático-pedagógico.
Nos parâmetros curriculares nacionais, apresentados em 1997 pelo
MEC, os quadrinhos são recomendados no volume relacionado ao ensino de
língua portuguesa. Maria Cristina Ribeiro Pereira, pedagoga coordenadora
geral dos PCN, afirma que, “Por associarem imagens e textos, os gibis ajudam
as crianças a aprender a ler e a avançar rapidamente na leitura” (SERPA &
ALENCAR, 1998. P 87).
A professora Sonia Bibe Luyten também defendo o quadrinho como
incentivador da leitura: Ao contrário do que muitos pedagogos apregoam, os
quadrinhos exercitam a criatividade e a imaginação da criança, quando bem
utilizados. Podem servir de reforço à leitura e constituem uma linguagem
altamente dinâmica. É uma forma de arte adequada à nossa era: fluida,
embora intensa e transitória, a fim de dar espaço permanente às formas de
renovação. (BIBE- LUYTEN,1984).
Ao se pensar na formação de leitores ativos e competentes, nota-se que
essa ideia se encontra estrita à compreensão de leitor não como um sujeito
passivo, e sim como alguém que constrói, concordando ou discordando do
autor, sua interpretação numa relação de diálogo intimo com aquilo que lê. Tal
relação atrelasse a certo nível de autonomia, em que o aluno percebe que o
texto não é a representação absoluta de uma verdade.
Dessa maneira, é imprescindível, sobremaneira no espaço escolar,
expor o aluno a diversos tipos de gêneros: informativos, dissertativos, poéticos,
publicitários e narrativos (nos quais se encontram as histórias em quadrinhos).
A partir desse contato com a diversidade, é possível estabelecerem
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de leitura, e com ela, o docente pode tornar esse material um forte aliado no
desafio aluno versus leitura.
Nely Novaes Coelho, em sua obra “A literatura infantil”, afirma que, as
histórias em quadrinhos são tão válidas quando os livros de figuras como
processo de leitura acessível às crianças pequenas. Desse modo, ela destaca
que, psicólogos, como por exemplo, Claparède acreditam que as crianças ao
lerem as histórias em quadrinhos não somente se divertem com também
satisfazem uma necessidade interior e instintiva, à necessidade do crescimento
mental, inerente ao ser em desenvolvimento.
Por ter uma linguagem simples e imagens coloridas, os quadrinhos
atraem as crianças e jovens com mais facilidade e com seu processo de
comunicação, atende com mais destreza à sua própria predisposição
psicológica.
Segundo Vergueiro, os gibis devem ser apresentados a alunos de todas
as faixas etárias durante o período escolar. Num primeiro momento, para o
publico infantil, as histórias como, por exemplo, A turma da Mônica, Zé Carioca,
que as crianças procuram mesmo sem saber ler, serviria para estimular o
hábito de leitura e o interesse pela escola, trabalhando com os recursos
utilizados pelas HQs, tais como, balões, onomatopeias e expressões faciais
das personagens, com isso o aluno consegue identificar a reação das mesmas
tornando-se mais perceptivo na leitura.
Já com alunos mais velhos, o ideal seria utilizar as HQs como suporte e
exemplificação de temas específicos das aulas, como uma discussão sobre
costumes de época ou sobre variações da linguagem, por exemplo. Trabalhar
assuntos como a linguagem e as diferentes variedades linguísticas, como por
exemplo, as histórias do Chico bento, menino da roça que fala errado, e que
tem costumes diferentes dos da cidade, abordar a questão gramatical, como
poderíamos escrever tal frase mencionada pelo personagem de forma correta,
ou cebolinha, menino da cidade que troca R pelo L, ambas as personagens de
Mauricio de Souza. Também é viável fazer uma análise sintática das frases dos
personagens, trabalhando com os verbos e suas funções, seu uso adequado.
Introduzir aulas com quadrinhos que abordem temas transversais, de interesse
de todos, como drogas sexualidade e amor.
Tudo isso pode ser utilizado nas aulas de língua portuguesa, não que o
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professor se afaste das gramaticas propriamente ditas, mas que possa utilizar
os quadrinhos como uma forma mais atrativa do uso da linguagem estudada.
(sinal que não exprime letra ou som, mas diretamente uma ideia ou uma
palavra), que objetivam reproduzir o real em sua totalidade.
Os ideogramas só tem sentido quando acompanhados de outros signos.
Os mais utilizados são os de origem metafórica, como: ver estrelas, a
metonímia das gotinhas que aparecem em volta do rosto para exprimir medo,
ambos de compreensão mais ou menos imediata. (SCOTT, 1995, p.55). Os
ideogramas se entrelaçam ao desenho e ao texto com função de comunicar
emoções, sons e movimentos.
O grito dado por um personagem é escrito em letras grandes para
informar ao leitor que o autor deseja que ele soe, trazendo à tona uma emoção
própria.
A cor é outro elemento que pode imprimir valores, simbólicos e
gramáticos, por exemplo, quadrinhos com fundo vermelho exprimem situações
violentas, a fala do narrador sempre é colocada em balões da mesma cor e
forma, já os balões de fala dos demais personagens se diferem dos balões do
narrador.
Em contrapartida, as imagens que mais aparecem nas histórias em
quadrinhos são de forma humana recheadas de expressões corporais, faciais e
que indicam um movimento, amor, ódio, irritação. São as expressões do corpo
que nos previnem do perigo ou nos falam de amor. Nos quadrinhos, de acordo
com as experiencias do leitor pode invocar uma emoção ou inflexionar a fala do
personagem. Quanto mais completa for essa caracterização, maior será sua
compreensão pelo leitor. (SCOTT,1995, p.67).
A representatividade do movimento é ímpar nas histórias em quadrinho,
posto que desse dinamismo do desenho decorra boa parte da representação
temporal, em contraponto a fixidez das poses da noção de espera. Da mesma
forma que o movimento se torna indispensável também o cenário o é, pois os
quadrinhos inexistem sem ele, ora representam o mundo através de lugares
históricos de edificações ou monumentos de valorização simbólica, ou mesmo
lugares comuns como bairros, estabelecendo assim a ligação entre a ficção e o
real. (SCOTT 1995, p.78).
Os quadrinhos são uma forma narrativa concomitante, lúdica e ativa. Os
personagens em sua maioria são crianças, as quais passam por situações
corriqueiras e que tem personalidades diversas como ocorre na vida real, são
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após nossa pesquisa que ele é um grande auxiliar para o professor. Contudo,
se faz necessário saber utilizá-lo.
4.3 Instrumentos de coleta de dados
ano, página 24 a 27, cujo título é Chico Bento em: “O peixe mais esperto da
lagoa”. O texto conta a história do peixe Tenório que se dizia muito esperto por
todos quererem pesca-lo de todos os meios e modos, ou seja, com caniço,
rede de pesca, arpão e o peixe espertalhão driblava a todos e ainda fazia
galhofa ou zombaria da cara dos pescadores deixando-os irritados. Até que um
belo dia, o pobre peixe foi fisgado, não por uma rede, arpão ou anzol, mas sim
pelo coração, apaixonou-se por um peixe fêmea e nunca mais conseguiu ser
livre. Então, os outros peixinhos começaram a fazer zombaria com ele.
FIGURA 1
FIGURA 2
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Porém, os pais não puderem vir, mas algumas crianças contaram algumas
histórias de assombração. Aproveitamos para destrinchar conteúdos referentes
ao local, espaço, hora e tecnologia, pois no desfecho da história a menina
menciona a faacbook e está com fones de ouvidos. Já o quinto momento deu-
se a partir do que tínhamos planejado para a etapa anterior. Reutilizamos o
texto do peixe mais esperto do lago e exploramos os tipos de balões que
pareciam no texto, dando destaque especial as onomatopeias, pois ambos são
de extrema importância para a compreensão do texto. A seguir introduzimos a
interpretação quadro do texto para melhor entendimento da HQ pelas crianças.
Exploramos também as expressões faciais de cada personagem e depois
pedimos que as crianças demonstrassem expressões faciais de irritação, raiva,
susto, zombaria, medo, medo, felicidade e amor.
Outro tipo de exploração foi a partir da preservação dos rios e
animais que fazem parte desse ecossistema e cuidados com água do nosso
planeta e seus principais tipos: potável, poluída. Assim como, discorremos
sobre a importância e a responsabilidade das pessoas com relação ao
matrimônio, valores que na atualidade já estão quase que exauridos de nossa
sociedade. Trabalhamos também com dobraduras e colagem de peixes nos
cadernos dos alunos, como forma de entrar no campo da expressão artística.
Já no sexto momento exploramos o texto da turma da Mônica, cujo
título era “Que barulho é esse? O Chico sabe!” com a intenção de que os
alunos observassem os vários tipos de balões novamente, as onomatopeias já
apresentadas a eles e outras encontradas e também a construção da história
escrita, para aprimorar a escrita ainda um tanto rudimentar, mas compreensível
nessa fase de desenvolvimento.
Em outro instante abordamos conteúdos como dia e noite, fases da
lua, ponto de interrogação e exclamação, lendas brasileiras como lobisomem,
mula sem cabeça, iara, saci Pererê, dentre outras.
Ao enveredarmos no sétimo e último momento de nossa pesquisa,
utilizamos do texto Magali em: Boi da cara preta. Esse texto apresenta uma
diversidade de balões, os quais traduzem pensamento imagístico da criança ao
escutar uma música, sonolência. Também destaca a mesma situação com
várias famílias e personagens e a diferença de imaginação e sonho de cada
um e em cada situação.
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FIGURA 3
Uma observação importante que não podemos deixar de ressaltar é que essas
atividades passaram a ser rotineiras com as crianças e todos os textos
trabalhados eram xerocados e distribuídos a todas as crianças. Todos os textos
foram aproveitados interdisciplinarmente.
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REFERÊNCIAS
Fontes,1992.
USP,2001.
1989.
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Brasiliense, 1993.
Ática, 1993.
Paulo: Paulinas,1984.