Entrevista

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COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO

BÁSICA
 Demonstra capacidade de reflexão sobre problemas relativos à educação básica,
articulando-os com perspectivas teóricas que fundamentam a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). 30

QUATRO GRANDES EIXOS:

 leitura/escuta;

Problemas percebidos: dificuldade de simbolização, de passar do


concreto para o abstrato, para o metafórico.

 produção (escrita e multissemiótica);

Acredito que a falta de contato com a linguagem escrita, com a cultura


letrada, e consequentemente com o funcionamento básico da escrita e
suas normas podem ser considerados como ruídos da comunicação.
Esses ruídos dificultam a elaboração dos textos.

Além disso, para escrever é preciso que haja abertura para imaginação.
Essa capacidade imaginativa não cultivada, a inabilidade com a
articulação da linguagem, a dificuldade em ordenar os pensamentos
constituem ruídos da comunicação que impedem a produção escrita.

 oralidade;

Percebo que muitos alunos vivem em um mundo muito restrito, apesar


de terem acesso a redes sociais. Desenvolvemos a oralidade quando
nos vemos em situações reais de comunicação em que o discurso oral
precisa ser utilizado. Quando não se vislumbra possibilidades de falar
em outros lugares que não os lugares comuns e familiares, não fará
sentido propor o desenvolvimento da oralidade. Por esse motivo, insisto
que ampliar o repertório cultural dos alunos deve preceder o trabalho de
ampliação linguística.

 análise linguística/semiótica (reflexão sobre a língua, normas-padrão e


sistema de escrita).

Acho que o desafio maior no ensino da norma-padrão está relacionado


à percepção dos alunos do porque se aprende uma norma. Trabalhar a
norma para ler e escrever. Todas essas atividades precisam fazer
sentido para o aluno.

BNCC E PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO


1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.

Grande parte do alunado do CIEP 480 chega ao 6º ano demonstrando um baixo repertório
cultural, um conhecimento de mundo bastante limitado, o que impede que a primeira
competência seja plenamente desenvolvida no ambiente escolar. Esse problema aponta para a
necessidade de criar estratégias de ampliação desse repertório cultural para que esse aluno
seja capaz de valorizar os conhecimentos historicamente construídos para entender e explicar
a realidade. Não tem como esse aluno valorizar algo que nunca lhe foi apresentado. A
literatura tem esse poder de ampliar o conhecimento de mundo e enriquecer o mundo
simbólico desse aluno.

O que mostra que esse aluno tem baixo repertório cultural?

As produções de texto são tematicamente repetitivas, os desenhos livres são monotemáticos.


Drogas, violência familiar, armas e abandono.

2. Exercitar a curiosidade intelectual

Após o longo período de isolamento social devido à pandemia, no retorno às aulas, percebo
que a apatia e o desinteresse ganharam mais espaço na vida dos alunos. Não raro ouço os
alunos falarem sobre o tédio que os assola e o sentimento de vazio em suas vidas. Desenvolver
essa competência é ainda mais desafiador no pós-pandemia. A literatura não é uma panaceia
para todos os males, mas acredito que uma boa história atrelada a uma boa metodologia de
ensino pode reanimar os ânimos em sala de aula e reduzir o marasmo existencial que muitos
alunos se encontram.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e


culturais, das locais às mundiais, e também participar de
práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Nesse ponto, percebo que há uma valorização e fruição das manifestações artísticas e
culturais que são prestigiadas por pessoas que vivem em sua realidade imediata. Porém,
para propiciar a abertura para culturas diferentes é uma tarefa que nem sempre tenho
êxito. Um dos pilares do desenvolvimento humano é abrir-se para a experiência do outro,
saber apreciar o diferente. Sem essa competência desenvolvida, pode-se dizer que o ser
humano não está completo.
8- Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica
e capacidade para lidar com elas.

Aqui temos um problema de linguagem. A capacidade de dar um nome àquilo que se está
sentindo e de explicitar em palavras a realidade vivida é fundamental para saúde física e
emocional. Quando estou diante de um conflito de um personagem tenho a possiblidade de
me identificar com ele e dizer “esse cara aí sou eu”. Quando isso acontece, a literatura
cumpriu um de seus papei que é o de traduzir experiências humanas.

Trabalhar a heterogeneidade de vozes por meio da literatura


As mídias sociais estimulam o diálogo com vozes parecidas e discursos homogêneos. O contato
com a literatura pode abrir para os alunos a possibilidade de diálogo com discursos diferentes,
a literatura flexibiliza o olhar. Essa flexibilização pode ser generalizada para outros setores da
vida dos alunos. As bolhas formada nos espaços midiáticos podem ser dissolvidas quando o
olhar do aluno é ampliado, um poder muito benéfico da literatura.

Por que você quer fazer esse mestrado?

Porque, como professora, todos os dias, experimento perdas, vivencio lutos. Certa vez,
fazendo uma leitura coletiva de um livro intitulado “Tosco”, um aluno interrompeu a leitura e
disse: “Esse aí do livro sou eu”. Alguns meses depois, recebo a notícia de que esse aluno
desapareceu e até hoje não o encontraram. O professor constantemente perde alunos, que
são seres humanos caminhando para a morte prematura. Talvez se esse livro tivesse chegado
na vida desse aluno desaparecido bem antes, se ele tivesse tido a oportunidade de se
identificar tão profundamente com um personagem a ponto de fazer escolhas melhores, esse
fato tão triste não teria acontecido. Qualquer trabalho pedagógico, um projetinho mal
elaborado, não é capaz de ajudar a minha clientela que se encontra em situação de risco. Eu
preciso saber o que estou fazendo, preciso de teoria e fundamentação para orientar minha
prática. Preciso oferecer um serviço educacional em educação literária que tenha o poder de
reconduzir meus alunos às estradas de vida. Quero ser capaz de desenvolver nos alunos a
fruição do texto literário em um projeto de impacto na comunidade escolar.

Como desenvolver competências por meio do texto literário?

Primeiramente, é preciso resgatar alguns pressupostos de como os seres humanos aprendem.


Alguns teóricos da aprendizagem precisam ser revisitados. Albert Bandura, por exemplo,
aponta para a observação e imitação de um comportamento para se aprender; Henri Wallon
dá ênfase a dimensão afetiva da aprendizagem;

Qual é o seu interesse de pesquisa?

Tendo em vista os problemas que percebo na minha prática pedagógica – inabilidade de


perceber as histórias como simbolizações da realidade, da dificuldade em imaginar mundos
possíveis, a dificuldade em recriar uma experiência por meio da linguagem, a inabilidade de
colocar em palavras um afeto, de dialogar sobre si mesmo e sobre o mundo - desejo pesquisar
como as narrativas ficcionais podem ajudar esses alunos a transporem suas dificuldades
imaginativas e de simbolização da realidade; desejo saber de que forma a minha disciplina
pode suprir a carência de ordem simbólica que constitui o homem como espécie humana. Por
que a capacidade de fabular é uma potencialidade básica dos seres humanos e quais são os
elementos necessários para que essa habilidade seja desenvolvida pelo professor de
literatura? Tem o professor esse poder de alimentar o imaginário dos alunos para que o
fomento à leitura possa acontecer? Quais são os ingredientes de uma boa história de ficção
que alimenta o imaginário dos alunos? Em que momento e sob quais circunstâncias a
passagem do concreto cheio de temas violentos para o abstrato das histórias imaginativas
acontece? Por meio de qual proposta prática a transição do mundo de tijolos concretos para o
mundo de sonhos e possibilidades pode acontecer?

Já realizou algum projeto na área de linguagens?

Sim. Girassois e Borboletas foi um projeto realizado com o professor de artes, em que os
alunos fizeram apresentações musicais, confeccionaram poemas borboletas para uma
instituição de acolhimento de idosos.

Fui responsável pelo projeto Estrelas Verdes em que os alunos organizaram uma festa
temática, com dramatizações de uma peça escrita por eles para crianças de uma casa de
acolhimento.

Já organizei um musical baseado em livro.

Já organizei uma exposição em uma feira integrada sobre o Holocausto Brasileiro, com o tema
de saúde mental. Contamos a escola a história do hospital colônia, um verdadeiro genocídio.
Uma turma de 3 ano fez a exposição com várias dramatizações e foi escolhida pelos jurados.

Levei um grupo de alunos para partyicpar de um

O que a BNCC traz sobre seu problema de pesquisa?

A BNCC FALA DO LEITOR FRUIRDOR E DÁ IMPORTÃNCIA A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS.


Quais perguntas quero responder como professora?

Mídias sociais

Cite três cursos realizados na área:

Abrir as referencias que coloquei no memorial

 Demonstra capacidade de reflexão sobre problemas relativos à educação básica,


articulando-os com perspectivas teóricas que fundamentam a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). 30
 Apresenta com pertinência seus interesses de pesquisa a serem desenvolvidos no
PROFLETRAS, a partir de problema vinculado a sua prática docente. 20
 Explicita um percurso contínuo de busca por formação e compromisso com a escola 20
 Seus objetivos de ingresso no PROFLETRAS são coerentes com a missão e objetivos do
Programa 20
 Apresenta experiências de formação continuada. 10

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