Artigo Maria Aparecida Penteado
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PROPOSTA DE AÇÃO
RESUMO
ABSTRACT
UNVEILING THE UNIVERSE OF COMICS: A PROPOSAL OF ACTIVITY
The overall objective of this proposal is to examine the importance of comics (HQs)
as an effective tool in reading and production of texts at school. This work presents a
base for the activities to be carried out in compliance with the EDP (Program for the
Educational Development) implemented by the Government of the State of Paraná
as a strategy for optimization of the pedagogical work. The methodology consisted of
an initial survey among the students of two sixth grade classes at “Olavo Bilac” State
High School in Cambé on the practice of reading comics, their favorite characters
and their level of interest regarding that textual type. A teaching sequence was then
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Professora da Rede Estadual de Ensino do estado do Paraná, integrante da turma 2007 do PDE-
Plano de Desenvolvimento Educacional
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Teacher of the Education System of Paraná State, a member of the 2007 EDP group.
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1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Num país onde a educação permanece como uma das áreas mais
fragilizadas, com investimentos insuficientes e professores buscando alternativas
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Por muito tempo, apenas os textos escritos eram aceitos como formas de
leitura. Não obstante, o texto visual esteve presente ao longo dos séculos, desde as
pinturas rupestres, nas quais se podia visualizar cenas do cotidiano dos homens de
seu tempo. Nos dias atuais, em plena era da informação, para que a comunicação
seja efetivada, o homem deve ser capaz de ler o mundo e suas múltiplas linguagens,
sejam elas escritas, visuais ou sonoras.
aluno seja dada a oportunidade de debater, expor suas idéias, argumentar e criticar,
capacitando-o a analisar a construção de um texto, bem como os sentidos a ele
atribuídos. Segundo Zilberman (1993, p.12):
Formar um leitor competente, desta forma, significa que ele se torne capaz
de compreender o que lê, de admitir que a um mesmo texto podem ser atribuídos
vários sentidos, de perceber inclusive o que não está escrito e, além disso, de
estabelecer relações com suas leituras anteriores.
Entende-se que a escola deve ser responsável por oferecer bons modelos
de leitura para o aluno, como um instrumento de prática social. A partir de
intervenções constantes na leitura dos alunos, pode-se propiciar o prazer que elas
podem despertar.
É fato que nos quadrinhos há uma escassez de palavras no que diz respeito
à caracterização da fala dos personagens e do narrador. Da mesma forma, as
imagens também não são completas de informações. A baixa quantidade de
informação dos signos visuais, no entanto, quando aliados nos quadrinhos, não
compromete a leitura e a interpretação; pelo contrário, eles se complementam e
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3 METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa junto aos alunos para descobrir qual o tipo de
leitura de que mais gostavam e qual o tema que mais interessava a eles. Por isso,
foi elaborado um material didático com HQs tratando de problemas do dia-a-dia e
através dessas histórias foram trabalhadas as características próprias do gênero HQ
(onomatopéias, interjeições, tipos de balões, personagens...) características da
tipologia textual predominante do gênero (narração); fatores de coerência
(conhecimento de mundo, intertextualidade); variação lingüística, linguagem verbal e
não verbal; temas transversais; interdisciplinaridade envolvendo as disciplinas de
Artes, Geografia, Matemática e Ciências, produção de história em quadrinhos com
criação de personagens e montagem de um gibi da turma.
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MENINOS
MENINAS
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A seguir foi aplicada uma avaliação diagnóstica, para verificar qual o nível
de aceitação deste gênero textual junto às crianças. As perguntas formuladas dizem
respeito aos tipos de texto trabalhados nas aulas de língua portuguesa (questão 1);
a prática de leitura de histórias em quadrinhos (questão 2); os locais em que os
alunos têm contato com este tipo de leitura (questão 3); bem como os atrativos das
HQs (questão 4).
Observa-se que os livros didáticos foram assinalados por 100% dos alunos.
As histórias em quadrinhos forma mencionadas por 87% da amostra que consistiu a
pesquisa, enquanto em menores percentuais, situam-se os livros de história,
mencionados por 23% dos alunos, as notícias, as propagandas, as receitas e
manuais de jogos, com, respectivamente, 12%; 5%; 3% e 2% do total de respostas
obtidas.
18%
sim
não
82%
0% 10%
sala de aula
40% biblioteca da escola
biblioteca pública
banca de revista
42% em casa
3% Outros
5%
Uma vez tendo sido comprovado que as HQs obtiveram um alto grau de
aceitação por parte dos alunos das turmas nas quais foi desenvolvida a proposta de
implementação, percebe-se, também num universo mais amplo, que este gênero
encontra respostas positivas na preferência de crianças e jovens. A compreensão
destes fatores justificou a continuidade do projeto.
Para este trabalho foi pedido que eles pesquisassem, nos gibis coletados
por eles os vários tipos de balões que apreciam, recortando-os e colando-os em
uma cartolina depois, pesquisassem em livros didáticos, retirados da biblioteca da
escola, quais os nomes dos diferentes balões e para que serviam cada um deles.
Na etapa posterior, foram trazidas várias HQs com temas que retratavam
problemas do cotidiano enfrentados pela sociedade e pelo planeta, como o transito,
a violência, o desmatamento etc... e através dessas HQs foram discutidos estes
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personagens para conviver com ele, inventassem o ambiente para ele viver de
acordo com o jeito dele e criassem uma história, uma aventura para estes
personagens viverem, com clareza e seqüência lógica, com começo, meio e fim
definidos, utilizando os recursos das HQs estudados no decorrer do
desenvolvimento das atividades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não faz muito tempo, os quadrinhos eram considerados uma leitura pouco
valiosa e temia-se que, ao ler suas histórias, as crianças acabassem por perder o
gosto pela leitura de outras obras. Hoje, cada vez mais escolas pensam de outra
maneira. Na realidade observada em uma escola da rede pública municipal de
Cambé, PR, os quadrinhos são largamente usados pela professora da terceira série
do Ensino Fundamental, ao lado de outros tipos de gêneros, como: vídeos e
músicas, no ensino de Língua Portuguesa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EISNER, Will. Quadrinhos e arte seqüencial. Tradução de Luís Carlos Borges. São
Paulo: Martins Fontes, 1995.
MOYA, Álvaro de. História da história em quadrinhos. São Paulo: Brasiliense, 1996.