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Parlamento Jovem Ouro Preto 2015: Segurança Pública e Direitos Humanos

Estratégias educativas para a prevenção do uso e abuso de drogas no


ensino médio: construindo projetos em parceria com a universidade”
Educational strategies for preventing the use and abuse of drugs in high school: building pro-
jects in partnership with the universities

Autores
Miriana Teixeira da Costa. Acadêmica. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil.
E-mail: miriana_bh@hotmail.com
Audrey Heloisa Ivanenko Salgado. Professora. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil.
E-mail: audrey@reitoria.ufmg.br
Débora d’Ávila Reis. Professora. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil.
E-mail: debsdavila@gmail.com
Janice Henriques da Silva Amaral. Professora. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil.
E-mail: janicehs@icb.ufmg.br

Recebido em: 02/05/2017 Aprovado em: 11/06/2018


DOI: 10.12957/interag.2018.28441

Artigo
Resumo Abstract

O uso e abuso de drogas é hoje no Brasil The use and abuse of drugs in Brazil nowa-
um problema social e de saúde pública. days is a social and public health problem.
Este artigo tem como objetivo apresentar This article aims to present the actions of
as ações de educação em saúde para a health education for the prevention of drug
prevenção do uso e abuso de drogas, de- use and abuse developed by the extension
senvolvidas pelo programa de extensão program “PAES - Program of Educational
“PAES– Programa de Ações Educativas em Actions in Health”. This is a descriptive
Saúde”. Trata-se de um estudo descritivo and observational study. A total of 326
e observacional. Participaram do estudo students, aged 15 to 18, enrolled in 13 clas-
326 alunos matriculados em 13 turmas, ses from a public school in Belo Horizon-
do ensino médio de uma escola pública te (MG). For each class, there were three
em Belo Horizonte (MG), na faixa etária meetings, each with an average length of
de 15 a 18 anos. Cada turma foi contem- 50 minutes. Some topics such as, Central
plada com três encontros, com duração Nervous System physiology, mechanisms
média de 50 minutos cada. Alguns te- of action of the main drugs and social con-
mas como Fisiologia do Sistema Nervoso sequences of drug use were explored. Me-
Central, mecanismos de ação das princi- dia, anatomical models, discussion groups
pais drogas e consequência social do uso and notes in the field journal were em-

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da droga foram explorados. Fez-se uso ployed. During the interventions the staff
de mídia, modelos anatômicas, grupos realized that the students have superficial
de discussões e anotações no diário de knowledge on the subject. In general, they
campo. Durante as intervenções a equipe know that drug use can cause health is-
pode perceber que os estudantes têm co- sues and social consequences, but they
nhecimentos superficiais sobre o assunto. do not fully understand the mechanism of
Em geral eles sabem que o uso da droga action of drugs in the human body. There-
pode trazer danos à saúde e consequên- fore, there is a need for new proposals and
cias sociais, mas não compreendem bem educational practices that, when properly
o mecanismo de ação da droga no corpo applied, may contribute to the prevention
humano. Por isso há necessidade de novas of drug use and abuse in schoolchildren.
propostas e práticas educativas, para que
quando bem aplicadas, elas possam vir a
contribuir para a prevenção do uso e abu-
so de drogas em escolares.

Palavras- chave: Adolescentes. Drogas. Keywords: Adolescents. Drugs. School.


Escola. Prevenção. Prevention.

Área Temática: Saúde


Linha Temática: Educação

Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como descrito por Carline et.al1, dro-
ga corresponde a qualquer entidade química ou mistura de entidades que podem alterar
a função biológica e, possivelmente, sua estrutura. O uso e abuso de drogas, em especial
das ilícitas, é uma realidade social que atinge um número significativo da população bra-
sileira. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, (LENAD) realizado no ano
de 2012, a substância ilícita com maior prevalência de uso na população brasileira é a
maconha. Do total da população adulta, 5,8% declarou já ter usado a substância alguma
vez na vida – ou seja, 7,8 milhões de brasileiros adultos já usaram maconha pelo menos
uma vez na vida. Entre os adolescentes esse número é de 597 mil indivíduos (4,3%)
dentre quase 14 milhões de adolescentes brasileiros2.
A dependência de drogas tem preocupado várias instituições de saúde sendo
considerada pela OMS uma doença crônica; portanto, cuidados específicos são neces-
sários. Segundo esta mesma agência, o consumo de drogas lícitas e ilícitas deve ser
encarado de forma conjunta3. Além disso, esta questão não deve ser tratada como um
problema criminal, mas sim de saúde pública, focado na prevenção, no tratamento, na
reabilitação social e na integração4. Sabe-se também que o fenômeno do uso e abuso de
drogas lícitas e ilícitas influência questões externas como a violência, crimes, mortes,

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problemas familiares entre outros envolvimentos políticos e sociais5.


O reconhecimento e a atenção destinada a este problema ainda é recente, sendo
considerado hoje um alerta à saúde pública6. Somente em 2003 foi lançada, no Brasil,
pelo Ministério da Saúde, a “Política para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e Ou-
tras Drogas”6. Neste programa tem-se o objetivo de desenvolver uma política de preven-
ção, tratamento e educação voltada para usuários de álcool e outras drogas, na tentativa
de buscar soluções para um grave problema de saúde pública7.
Bucher8 já afirmava, nos anos 90, que os adolescentes são considerados um gru-
po de maior risco neste campo, pois estão vulneráveis ao meio que os envolvem e ás
mudanças sociais radicais. Relvas et al.9 descrevem que algumas motivações para o uso
de drogas podem discorrer sobre quatro fatores: (1) o grupo - o adolescente sente a ne-
cessidade de participar do ciclo social no qual os membros irão ditar a moda e o que é
necessário fazer para se integrar a este; (2) o prazer – o adolescente busca experiências
de extremo prazer, querendo alcançar novas sensações no mundo das drogas; (3) o jogo
com a morte – o adolescente quer testar sua autonomia e sua liberdade tentando afir-
mar o seu eu, ignorando as consequências a longo e curto prazo; (4) a transgressão – o
adolescente gosta de transgredir as normas e confrontar a autoridade dos pais e, quanto
mais a droga é reprimida pela sociedade, mais tentador será para ele.
De acordo como II– LENAD2, entre os adolescentes que já experimentaram algum
tipo de droga, 17% tiveram acesso às drogas na escola. Uma vez que o adolescente per-
manece no ambiente escolar por longo tempo e, consequentemente é onde tem convívio
com a maior parte do seu ciclo social, acredita-se que exista uma maior interferência na
construção de seus valores neste ambiente, inclusive no âmbito de promoção à saúde6.
A escola também tem o papel de exercer uma função de preparo moral em con-
junto com a formação ética. No entanto, os próprios profissionais afirmam não estar pre-
parados tecnicamente e emocionalmente para abordar assuntos que envolvam valores
sociais10. Em pesquisa realizada com docentes do ensino fundamental e médio, na cidade
de São Paulo, observou-se também que os professores afirmavam não estar preparados
para trabalhar o tema de drogas com os alunos. A lei brasileira n°11.343, de 23 de agos-
to de 200612 estabelece que os professores devam possuir conhecimentos referentes
a substâncias psicoativas para subsidiar a formação dos estudantes. Segundo a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os professores devem diversificar a forma do
processo de ensino, favorecendo o envolvimento e a aprendizagem dos alunos11. Assim,
apesar dos educadores admitirem que a escola seja um lugar apropriado para abordar o
tema, eles ainda transferem a educação sobre drogas para pais e profissionais da saúde13.
Pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, a escola hoje deve fomentar a educa-
ção e a promoção em saúde, com a participação de profissionais da saúde e educadores,
unindo assim os saberes para tornar o ambiente escolar um veículo de transmissão de
conhecimentos que corroboram para o crescimento saudável do estudante, tornando-o
apto a ter decisões saudáveis14.
Neste contexto, surgiu o “Programa de Ações Educativas em Saúde” (PAES), que
desde 2013, em parcerias com escolas de ensino básico de Belo Horizonte/MG e re-
gião metropolitana, vem desenvolvendo ações educativas para a promoção da saúde. As
ações são realizadas conforme demanda das escolas parceiras e, neste estudo, a equipe
atendeu a demanda de uma delas que se referia ao tema “Uso e abuso de drogas”.
O PAES, formado por docentes e acadêmicos de cursos da área da saúde da Uni-

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versidade Federal de Minas Gerais-(UFMG), acredita que a universidade pode desem-


penhar um papel importante para a conscientização da comunidade escolar por meio de
reflexões de suas atitudes e troca de experiências. Essas ações também proporcionam
uma integração entre comunidade e universidade, contribuindo para a formação de fu-
turos profissionais da saúde e cidadãos críticos, autônomos e criativos em espaços de
ensino mais modernos15. As ações extensionistas do PAES apresentadas neste estudo
tiveram como objetivos contribuir para o desenvolvimento e aplicação de intervenções
de popularização da ciência para a prevenção do uso e abuso de drogas no âmbito do
ensino médio.

Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo e observacional, a partir da execução de ações


com alunos do ensino médio de uma escola pública da rede estadual do município de Belo
Horizonte (MG), no período de fevereiro a maio de 2015. O tema a ser trabalhado, uso e
abuso de drogas, bem como o público a ser atendido, alunos matriculados no ensino mé-
dio, foram definidos pela direção da escola parceira. Nesse trabalho, buscou-se observar e
identificar os comportamentos dos alunos ao participarem das atividades que foram pro-
postas.
A equipe preparou-se para explorar o assunto, considerado delicado e de grande
relevância. Para isso houve uma profunda busca sobre o tema e a equipe pode constatar
que para o sucesso das intervenções, seria interessante não trabalhar com a punição,
o medo, o errado17. Ao invés disso, a equipe optou por adotar uma abordagem com um
diálogo horizontal entre os estudantes, contado com o apoio de uma psicóloga.
A metodologia para o desenvolvimento e aplicação das intervenções se deu em
duas etapas. A primeira, na qual foram realizadas as seguintes ações: levantamento bi-
bliográfico, objetivando aprofundar os conhecimentos sobre o tema, principalmente por
meio de artigos científicos; reuniões da equipe para o planejamento das ações no campo
de estudo e apresentação da proposta do projeto para a coordenadora da escola parcei-
ra. A segunda etapa consistiu em uma reunião com os professores do turno matutino
da escola para conhecermos melhor o ambiente escolar, a realidade sociocultural dos
alunos atendidos, esclarecer os objetivos do projeto e adequar a metodologia conforme
opinião também da comunidade escolar.
Após a apresentação e discussão da proposta com a direção e professores, definiu-
se a amostra do estudo: todos os alunos matriculados nas 13 turmas matutinas do ensino
médio, sendo cinco turmas do 1° ano, quatro turmas do 2° ano e quatro turmas do 3°
ano, durante a disciplina de Biologia. A escola enviou cartas aos responsáveis dos alunos
esclarecendo sobre o projeto, se disponibilizando a esclarecer as dúvidas dos familiares e
solicitando assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para as inter-
venções.
Foi criado um Diário de Campo para que pudessem ser relembradas observações
importantes para a discussão descritiva do estudo, onde a equipe fez anotações sobre
comportamentos e comentários dos alunos durante as intervenções na escola. Como
recursos didático-pedagógicos foram utilizados modelos anatômicos, multimídia, ima-

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gens, textos científicos e vídeos. Houve ainda um espaço para perguntas e discussão e as
ações foram realizadas, levando-se sempre em consideração a adaptação no vocabulário
para melhor compreensão por parte do público-alvo.
As intervenções foram programadas de forma interativa, de forma que os alunos
tinham a liberdade de conduzirem discussões. Como já abordado por Tobler18, alunos que
têm a participação ativa nas intervenções se tornam “agentes multiplicadores” e os resul-
tados se tornam melhores. Além disso, a intervenção seguiu o modelo de “promoção em
saúde”, para que o indivíduo pudesse sentir a responsabilidade de suas escolhas, por meio
de reflexões sobre o que é uma vida saudável dentro de um amplo contexto, como social,
cultural e físico, tornando o momento das intervenções um espaço de inclusão social.
As ações educativas foram feitas separadamente nas turmas, para que os gradu-
andos não perdessem o contato próximo aos alunos. Foram realizados três encontros,
com duração média de 50 minutos cada, durante aulas da disciplina de ciências biológi-
cas a saber:
Primeiro encontro: O primeiro momento foi destinado à apresentação da equipe,
do projeto, e em seguida, após este momento de interação entre equipe e escolares, dis-
correu a intervenção sobre o funcionamento normal do Sistema Nervoso Central (SNC),
com foco nos neurônios e sinapse química, abordando a fisiologia deste sistema com
maior enfoque nos neurotransmissores e receptores. A equipe fez uso de uma linguagem
acessível aos alunos, usando ilustrações e vídeos didáticos para facilitar a compreensão
da anatomia e função do SNC, uma vez que o tema ainda não havia sido abordado de
forma aprofundada em sala pela professora de biologia.
Nessa primeira intervenção, a equipe teve o objetivo de transmitir os conteúdos
tradicionais associados ao tema. Além de provocar o deslumbramento dos estudantes
a respeito da complexidade da existência humana, abrindo seus olhares sobre como o
corpo humano funciona em perfeita ordem, naturalmente.
Segundo encontro: Inicialmente, foram resgatados pontos importantes discuti-
dos no primeiro momento. Com a ajuda dos alunos foi-se relembrando da anatomia e
fisiologia do SNC, principalmente sobre as ações dos neurotransmissores. O segundo
momento foi relacionado aos mecanismos de ação e efeitos de algumas drogas (álcool,
tabaco, maconha, ecstasy, heroína e cocaína) no SNC e suas consequências em todo
o corpo humano. Houve um enfoque maior no álcool, cigarro e maconha, por serem as
drogas mais utilizadas no meio dos jovens20.
A ideia de discutir sobre os efeitos a longo e curto prazo das drogas não teve
como objetivo amedrontar os estudantes. Este momento foi importante para divulgar
os conhecimentos científicos para uma tomada de decisão crítica sobre o uso de dro-
gas, avaliando os benefícios e malefícios sobre sua própria saúde. A equipe trabalhou
também para deixar claro que não se deve usar drogas apenas pela sua ilegalidade. Até
porque, para o adolescente, o proibido ou o perigoso pode se apresentar como um ex-
perimento interessante9. Portanto, o objetivo foi evidenciar a gama de consequências
sociais, psicológicas e principalmente fisiológicas com o uso e abuso de drogas lícitas e
ilícitas.
Em seguida, foi realizada uma abordagem sobre a contribuição da genética na
questão da dependência de drogas. A conclusão da análise conjunta dos estudos epide-
miológicos e moleculares demonstrou que é notável a contribuição dos fatores hereditá-
rios na gênese do abuso ou dependência de drogas21;22. A equipe mostrou que a genética

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pode influenciar na dependência química, juntamente com um ambiente favorável para


a expressão deste fenótipo.
É interessante mostrar aos alunos como a dependência de drogas não está en-
volvida somente com a escolha de usar ou não a droga, mas sim que há uma relação
de vários fatores internos e externos que podem influenciar na drogadição. Neste pon-
to, a equipe também tomou muito cuidado para que não fosse criado um estereótipo a
respeito de pais dependentes químicos. Esse cuidado se tornou necessário para ficar
esclarecido que crianças cujos pais são dependentes não estariam sujeitos a se torna-
rem dependentes químicos, necessariamente. Na verdade, na abordagem a respeito da
influência genética, procurou-se mostrar aos alunos que há vários fatores associados à
drogadição, exigindo deles atenção aos fatores internos e externos, uma vez que estudos
científicos ainda não apontam a genética como um fator determinante.
É sabido que na adolescência, a plasticidade neural torna-se mais suscetível às
alterações permanentes quando se faz o uso de drogas, podendo causar assim a depen-
dência química23. Tendo esse conhecimento científico fundamentando, a nossa aborda-
gem foi destinada, neste momento, para falar a respeito do Sistema de Recompensa. Foi
enfatizado que este Sistema é ativado naturalmente com práticas saudáveis e prazero-
sas, assim não sendo necessário arriscar uma alteração neural em busca de prazeres
por meio de drogas. Cabe a cada indivíduo buscar e se descobrir, com responsabilidade,
seja no esporte, na culinária, na música, na dança ou em outras atividades sadias que
dão prazer. A droga realmente é prazerosa, ativa o sistema de recompensa com maior
potencial, porém em longo prazo, este prazer pode vir a se tornar uma prisão. O prazer
em ser livre, algumas vezes, só é valorizado quando já não possuímos a liberdade.
Terceiro encontro: O terceiro e último momento foi destinado à discussão em
grupo, com esclarecimentos de dúvidas dos alunos. A equipe incentivou o debate e gera-
ção de perguntas. O cuidado da equipe foi o de não rejeitar a fala dos escolares, ouvindo
atentamente, promovendo o diálogo entre os participantes sem ter como objetivo o jul-
gamento de valores, entre o certo e o errado.
Foi proposta também uma discussão a respeito do consumo de drogas lícitas e
ilícitas, a influência do uso de drogas nas relações familiares, na criminalidade, na violên-
cia, na morte, dentre outros problemas sociais e políticos que se enfrentam por causa da
venda e uso de drogas. Uma das perguntas realizadas foi: “Será que ser usuário, frequen-
te ou não, de drogas legais ou proibidas, influencia diretamente nessas questões?”. A
pergunta provocativa procurou motivar a reflexão do papel social dos alunos como cida-
dãos que desejam contribuir para o desenvolvimento do país. O foco da discussão teve o
intuito de contribuir com a formação crítica e reflexiva sobre o assunto, incentivando-os
a tomarem decisões com o uso do conhecimento adquirido e o conceito elaborado por
eles mesmo, a respeito do uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas.

Resultados e discussão

Participaram das ações educativas 326 alunos do ensino médio, sendo 311 na
faixa etária de 15 a 17 anos e 15 alunos com 18 anos de idade. Cada turma, total de 13
turmas, foi contemplada com três intervenções resultando 39 intervenções com tempo

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médio de 50 minutos cada. A escola atendida situa-se próxima à UFMG, em um bairro


de classe média e seu Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - 2015 é
6,916.
A apresentação do projeto, da parceria da escola com a universidade, bem como
dos graduandos integrantes da equipe foi muito interessante. Pois foi possível perceber
que os estudantes se sentiram à vontade com os alunos de graduação, percebendo que a
equipe estava lá para a troca de conhecimento, abertos para ouvi-los, respeitando a indi-
vidualidade de cada ouvinte, sem recriminar opiniões. Como afirmado por Amado19, não
basta somente os orientadores terem aporte de conhecimento científico e técnico para
transmitirem aos alunos; é muito importante também a afetividade e o relacionamento
horizontal entre escolares e orientadores. Assim, os alunos não se sentiriam repudiados
ou constrangidos em conversar sobre o tema que, muitas vezes, é considerado tabu na
escola, na família e pela sociedade.
Todo o conteúdo previsto para a primeira intervenção, funcionamento do SNC,
com enfoque nos neurotransmissores e receptores, foi apresentado de forma atrativa
com o objetivo de estimular a reflexão e discussão sobre o tema. O manuseio de modelos
anatômicos foi fundamental para a compreensão das funções dos órgãos e da fisiologia
do SNC, proporcionando aos alunos um contato mais próximo com o que é real, mos-
trando como o corpo humano tem um funcionamento organizado, controlado, quase que
mágico para quem não conhece sua composição e fisiologia. A equipe percebeu que
a utilização de modelos e vídeos proporcionou um maior interesse e levou os jovens à
reflexão sobre a importância do SNC na coordenação de todas as funções do organismo
e de quão relevante é o equilíbrio da liberação dos neurotransmissores para a saúde hu-
mana. O uso de recursos didático- pedagógicos proporciona ao aluno uma motivação no
processo de aprendizagem, como já dito por Castoldi e Polinarski24.
Em todas as turmas, a equipe pode perceber, que os estudantes têm conheci-
mentos gerais sobre o assunto. Eles compreendem que o uso da droga pode trazer danos
à saúde e consequências sociais, entretanto havia muitas dúvidas sobre o mecanismo de
ação das drogas no corpo humano e como o uso pode influenciar a harmonia fisiológica.
Passar do abstrato para o concreto, por meio de uma exposição com modelos e imagens
didáticas sobre o funcionamento do SNC e o mecanismo das drogas, fez com que os
adolescentes deixassem de ver os danos da droga como algo distante e complicado. A
abordagem científica com cunho pedagógico permitiu provocar uma reflexão sobre a
saúde, o bem- estar físico, vindo a valorizar o cuidado com o corpo humano. Os adoles-
centes tiveram a oportunidade de conhecer o funcionamento do próprio corpo, entender
a função dos neurotransmissores e as ações das drogas no organismo e no meio social.
Quando abordamos sobre drogas lícitas mais utilizadas como álcool e cigarro,
vários alunos relataram que pais ou parentes próximos são usuários. Neste momento,
surgiram perguntas como: “Eu morando na casa de uma pessoa que fuma, eu também
sou prejudicado(a) com a fumaça do cigarro?”, “Qual a quantidade de cigarros fumados
por dia é prejudicial à saúde?”. As perguntas foram esclarecidas e pôde-se perceber a
preocupação com a saúde dos familiares que fazem uso do cigarro.
Quando a equipe abordou especificamente sobre o álcool, muitos estudantes
fizeram comentários de deboche um do outro, se referindo ao uso exagerado do álco-
ol como algo engraçado e legal, relembrando fatos já ocorridos entre eles em festas.
De fato, mesmo que a lei brasileira, nº 9.294/*25/,*/ defina como proibida a venda de

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bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, o consumo de álcool é muito comum em


festividades, ambiente público ou mesmo em ambiente domiciliar, o que evidencia o
álcool como uma droga de fácil acesso. A mídia tende a veicular o consumo do álcool
associando à beleza, sexo, riqueza e sucesso profissional, mesmo que essa atitude não
seja aquela esperada e valorizada pelas famílias. Estando os jovens em construção da
sua própria identidade tornam-se facilmente influenciados por estes fatores veiculados
na mídia falsamente como positivos e desejáveis26.
Ao discorrer sobre as drogas ilícitas mais usadas como a maconha, cocaína e
ecstasy, os estudantes também fizeram brincadeiras e comentários engraçados de for-
ma muito espontânea. Esta reação é preocupante uma vez que o consumo dessas dro-
gas por adolescentes traz consequências em grande amplitude, para a sociedade de um
modo geral, para a sua família e para o próprio indivíduo27. Vale ressaltar que a escola
atendida está localizada em um bairro de classe média onde os dados obtidos pelo IDEB
(2013) mostram que os indicadores de aprendizado (Prova Brasil) e fluxo (aprovação)
dessa escola estão com uma boa colocação16.
Estudo realizado por Solderaet al.28, mostrou que o uso e abuso de drogas não
está associado a questões sociais econômicas desfavoráveis, mas sim ao maior poder
de compra. A pesquisa evidenciou também que a probabilidade do estudante de níveis
socioeconômicos A e B de escola pública fazer uso de drogas foi de 2,0 vezes maior que
daqueles dos níveis D e E. Este estudo reforça a importância da realização de ações edu-
cativas para a prevenção do uso e abuso de drogas também em escolas com alunos de
nível sócio econômico maior.
No entanto, alguns grupos de alunos presentes em todas as turmas (cerca de 5
alunos por turma) comportaram-se de forma diferente dos demais. Destacaram-se por
não participarem das brincadeiras, manifestando-se por meio de perguntas, demons-
trando curiosidade e preocupação a respeito do tema. A respeito da maconha surgiram
perguntas como: “A maconha vicia?”, “A maconha faz mal para a saúde?”. Assim como
as demais dúvidas, estas também foram esclarecidas.
O indivíduo aprende a se comportar ao observar o comportamento de seus pa-
res . Na pesquisa realizada por Cardoso e Malbergier30 foi relatado que quando os
29

adolescentes têm amigos que usam regularmente alguma droga, as chances de virem
a usar droga ilícita são de 8,6 vezes maiores se comparadas com aqueles que não têm
amigos que fazem uso de drogas. São vários os fatores existentes para que o adolescente
se envolva com as drogas. Ele pode estar relacionado apenas com um fator ou múltiplos,
o que torna complexa a avaliação da predisposição do jovem decidir usar ou não a dro-
ga. Schenker e Minayo31 descrevem esta etapa da vida como uma fase de risco que está
relacionada a seis domínios: o individual, o familiar, o escolar, o midiático, os amigos e
a comunidade em convivência. Quanto mais os adolescentes estiverem envolvidos com
os fatores de risco, maiores as chances de eles apresentarem um padrão mais grave de
consumo.
Estudos têm evidenciado que a presença de fatores hereditários também tem
correlação com a gênese do abuso ou dependência de drogas21;32. Este dado é impor-
tante para a compreensão sobre o efeito “individualizado” da droga e a dificuldade de
recuperação de alguns indivíduos. Porém, esta informação não teve intuito de margina-
lizar adolescente que tem pais usuários de drogas, mas mostrar que a dependência está
relacionada a vários fatores individuais, fisiológicos, psíquicos, ambientais e também

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hereditários. Mas este não confere um traço determinante na vida do adolescente, que
depende mais das escolhas e da influência social.
Sem dúvida, o tema não é fácil de ser abordado, principalmente com adolescen-
tes. É preciso muito cuidado, compromisso pessoal, além de profissionais qualificados.
Bucher8 discute a importância de se fornecer informação correta sobre drogas. A instru-
ção clara subsidia a reflexão crítica acerca do tema, possibilitando um diálogo aberto e
confiável entre os sujeitos. O projeto teve como base o envolvimento da comunidade es-
colar, juntamente com a motivação dos componentes do PAES em ambiente de confian-
ça e respeito mútuo. A equipe entendeu que esta relação de respeito e confiança entre o
educando (alunos adolescentes) e educador (jovens universitários) facilitou a troca de
conhecimentos sobre um tema de tão difícil abordagem. As nossas observações vão ao
encontro das conclusões de Oliveira33 quando afirma que o “ambiente facilita o aumento
da construção crítica devido ao seu potencial para promover a troca de ideias entre os
sujeitos”. Além disso, as interações sociais e discursivas fazem parte da construção de
significados34.
Bucher8, nos anos 90, já defendia que os programas de prevenção deveriam ser
orientados dentro de princípios da valorização da vida, muito mais do que exercitar olhares
repressivos8. Torres e Enders35 completam quando afirmam que a prevenção de doenças
deve ser alcançada por meio da conscientização dos indivíduos para que esses adotem
modos de vida saudáveis ou comportamentos considerados compatíveis com a saúde.
Desta forma, as estratégias educativas para a prevenção do uso e abuso de dro-
gas desenvolvidas pelo PAES tiveram como base a interação entre o ensino superior e
ensino médio para a realização de ações de popularização da ciência sobre o tema, ex-
plorando a divulgação de estudos sobre os mecanismos de ação das drogas, influência
dos fatores genéticos, a reflexão de hábitos e de valorização da vida. É importante que
a universidade compartilhe o conhecimento científico com as pessoas do mundo não
acadêmico, uma vez que a comunidade em grande parte não tem acessibilidade às novas
pesquisas, promovendo a divulgação científica e a construção de novos saberes36.

Conclusão

As observações realizadas pela equipe, por meio dos relatos e comportamento dos alu-
nos durante as intervenções servem de alerta para a comunidade escolar, sobre a impor-
tância e a carência de estratégias educativas sobre o tema. A equipe pode perceber que
realmente o uso de drogas entre os adolescentes está cada vez mais precoce. Torna-se
imperativo trabalhar a relação do uso de drogas e a influência na saúde, na política e na
sociedade, pois os alunos apresentaram conhecimento sobre essa relação, porém a equi-
pe percebeu que esse conhecimento era bem superficial. Desta forma, pode-se concluir
que drogas e prevenção às drogas são temas carentes de atenção.
Promover a discussão de forma mais profunda é essencial para contribuir com a
reflexão dos alunos a respeito destes temas. Além disso, os acadêmicos integrantes do
PAES, cuja idade se aproxima dos alunos alvo do estudo, perceberam que a participação
deles conferiu à proposta de prevenção ao uso e abuso de drogas maior proximidade
com a realidade vivenciada pelos alunos do ensino médio. O método utilizado pela equi-

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pe contemplou uma relação mais igualitária, um reconhecendo o valor do outro por meio
de um diálogo pedagógico.
As ações realizadas neste projeto, de parceria entre escola e universidade, propi-
ciaram novas possibilidades de contato que contribuíram sobremaneira na formação de
todos os envolvidos nas intervenções. A equipe acredita que os alunos e os acadêmicos
serão novos agentes multiplicadores de valores humanos para a prevenção do uso e abu-
so de drogas, na escola, na universidade na família e na comunidade da qual pertencem.
Como perspectiva para o projeto, a equipe acredita que em futuras intervenções seja
importante criar uma estratégia familiar para completar as ações do projeto, da univer-
sidade para a escola e da escola para as famílias. Sabe-se que a participação familiar
também é muito importante quando se trata de desenvolvimento humano, aqui especifi-
camente a prevenção e promoção à saúde37. Inicialmente a equipe percebeu alguma res-
trição por parte das famílias em participar efetivamente do projeto. Muitos professores
relataram que a maioria dos pais não participa ativamente da vida escolar dos alunos, o
que levou à equipe a mudar de estratégia em relação a essa abordagem, considerando
os relatos da escola, afirmando que seria uma tarefa difícil reuni-los ou garantir que eles
tenham consideração aos bilhetes ou cartilhas abordando o tema. Novas estratégias se-
rão objeto de estudo para motivar a participação dos familiares no projeto.
Concluiu-se também que a busca de estreitamento das relações entre a univer-
sidade e a escola de educação básica deve ser otimizada e incentivada pelos dirigen-
tes das instituições de ensino e governantes. Desta forma e cada vez mais, a troca de
conhecimentos e ideias entre a comunidade acadêmica e a comunidade escolar, possa
vir a contribuir para a promoção de novas perspectivas e abordagens para projetos de
educação. Nesse contexto, a reflexão compartilhada poderá gerar mudanças de atitudes
em relação à promoção da saúde, em especial no uso e abuso de drogas, e consequente-
mente, contribuir para a sua prevenção e a busca do tratamento.

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