Blockchain: Sistemas de Registros Digitais

SILVA, Jeiziani De Oliveira. Blockchain: Sistemas de Registros Digitais. Estudante do

curso técnico de Informática para Internet na escola Dr Jovino Silveira. Serra Negra,
2024.

RESUMO
Este artigo tem o objetivo de explicar a fundo o que é o sistema Blockchain,
mostrando o quanto ele se tornou uma opção bem segura, por ser um sistema
descentralizado, e muito eficiente. Apresenta todos os seus benefícios específicos,
fundamentos, e funcionamento, mostra como é um sistema solucionador, tendo em
vista tantos problemas ocorrentes relacionados a registro de dados. Além disso este
artigo faz uma análise a uma das aplicações do sistema citado, a Blockchain da moeda
Bitcoin. Explica como é esta moeda, como funciona a transferência dela, e quais são
os benefícios de utilizá-la e de transferi-la por meio da Blockchain, diante das
dificuldades na economia mundial.

Palavras-chave: Blockchain, criptomoeda, Bitcoin, registro de dados, dados em

cadeia.

ABSTRACT
This article aims to explain in depth what the Blockchain system is, showing how
it has become a very secure option, as it is a decentralized system, and very efficient. It
presents all its specific benefits, fundamentals, and operation, shows how it is a
solving system, in view of so many problems related to data recording. In addition, this
article analyzes one of the applications of the mentioned system, the Bitcoin currency
Blockchain. It explains what this currency looks like, how it is transferred, and what are
the benefits of using it and transferring it through the Blockchain, given the difficulties in
the world economy.

Keywords: Blockchain, cryptocurrency, Bitcoin, data logging, chain data.

1. INTRODUÇÃO
 Está cada vez mais sendo percebido a falta de segurança e eficiência, a fraude e
falsificação de dados, sendo um ponto preocupante. Tendo isso em vista, foi criado o
Blockchain como a solução para esses e outros problemas. A palavra Blockchain
traduzida no literal significa: block = blocos e chain = cadeia, ou seja: blocos de
informação ou dados em cadeia. É um sistema de registros digitais imutável e
irreversível que foi criado em 1991, não tinha nome na época e foi criado quase 20 anos
antes da Bitcoin, por dois homens chamados Stuart Haber e Scott Stornetta. Nesse
sistema é impossível os membros excluírem ou editarem os dados existentes o que é
extremamente importante e não é de hoje.

2. PROBLEMA DE PESQUISA
Qual a importância do blockchain?

3. OBJETIVOS GERAIS

Investigar o funcionamento da Blockchain, destacando seus benefícios,

focando na aplicação dela em transferências de Bitcoin.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Apresentar a importância do Blockchain

II. Explicar o funcionamento técnico dessa tecnologia
III. Explorar uma das aplicações

5. METODOLOGIA
Para a construção desse artigo foi feita uma pesquisa afundo, para
compreender as informações relevantes desse tema tão amplo. Um estudo foi feito
com base em artigos científicos, sites, livros e vídeos. Esse artigo traz de forma
didática uma explicação sobre o que é o blockchain, quando surgiu, como surgiu,
quais são os fundamentos essenciais para o funcionamento, como esse sistema
funciona, e suas aplicações.

6. DESENVOLVIMENTO

6.1. ORIGEM DO BLOCKCHAIN

 Na época, Stuart Haber e Scott Stornetta trabalhavam na Xerox que cria
fotocopiadora, e criaram uma tecnologia que não permite copiar nada. Os dois tiveram
a ideia de criar o Blockchain por conta de um artigo de biologia que foi fraudado, e
conseguiram mudar o que estava escrito utilizando uma tinta especial. A dupla ficou
impressionada com isso e logo entendeu que digitalmente excluir ou falsificar dados é
fácil. Daí, veio a ideia de criar um sistema onde é impossível os membros excluírem ou
editarem dados.

Apesar de tudo isso ser muito inovador, o ponto alto da história do Blockchain
aconteceu em 2008, com a divulgação do whitepaper do Bitcoin. O documento dava as
principais diretrizes da primeira criptomoeda do mundo. Até que em 3 de janeiro de
2009, ocorreu a primeira transação, sendo criado o bloco gênesis (ou bloco zero) e
realizada a emissão de 50 bitcoins.

6.2. TIPOS DE BLOCKCHAIN

Blockchain pública

Como o próprio nome diz, ela é pública, qualquer pessoa que desejar pode
participar. Exemplos de blockchains públicas são: Bitcoin, Ethereum e Binance Coin.

Blockchain privada

Também chamadas de permissionadas, as pessoas que dela participam são

devidamente cadastradas e têm acesso restrito. Esse tipo de Blockchain não possui
mineradores ou criptomoedas, mas podem desenvolver tokens. As permissões de
leitura podem ser públicas ou privadas em um nível arbitrário. As aplicações prováveis
incluem gerenciamento de banco de dados e auditoria interna a uma única empresa, a
pode ser necessária, mas em outros casos não.

Como exemplos: Hyperledger Fabric, Corda e R3.

Blockchain Híbrida

Como o nome prediz, ela opera tanto no público quanto no privado. Assim
podem ser registrados alguns dados na pública e outros na privada. São parcialmente
descentralizados. O processo de consenso é controlado por um conjunto de nodos,
num consórcio de 15 instituições financeiras por exemplo, cada um operando um
nodo, e 10 dessas devem assinar cada bloco para que sejam válidos.

Como exemplo: XinFin.

6.3. O QUE É O BLOCKCHAIN?

O Blockchain traduzido literalmente significa corrente de blocos, que são

blocos de informações unidos uns aos outros. Foi criado inicialmente para as
transações da moeda digital Bitcoin.

Um detalhe interessante é que o termo Blockchain não é citado no artigo

Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System, publicado em 2008 pela pessoa com o
pseudônimo de Satoshi Nakamoto, lá, ele explica que os registros históricos das
movimentações realizadas são formados por uma série de blocos encadeados, onde
cada bloco armazena as informações, e nesta série, cada bloco é encadeado com
criptografia ao bloco anterior, ou seja, uma cadeia de blocos ligados à correntes, daí o
termo Blockchain. Portanto, se um dado for editado, todos os outros sofrem alteração.

A base dessa tecnologia é: comunicação direta entre as partes (peer-to-peer),

rede distribuída, registro de data e hora (time-stamp) e transparência.

Figura 1 -Ilustração da cadeia de blocos

6.4. BASE DE FUNCIONAMENTO

Comunicação peer-to-peer
 Em tradução livre, peer-to-peer significa "de pessoa para pessoa". Ou seja, não
há a interferência de terceiros, como bancos por exemplo. Quando eu realizo uma
transferência bancária, eu dependo da intermediação de um banco para efetuá-la em
todos os sentidos, o banco retém o controle da conta. Ele também está sujeito a seguir
uma série de regras governamentais que nem sempre é favorável ao seu cliente.
Quando se trata de uma rede peer-to-peer, eu não dependo de um banco para a
efetivação dessa transferência. Tudo o que preciso é ter dinheiro na conta para
transferir, assumindo o controle do meu dinheiro. Por sua vez, o remetente necessita
apenas de uma carteira de cripto, que pode ser aberta livremente.

Rede distribuída - Nós

Há uma cópia da blockchain nos computadores de todos os envolvidos,

espalhados por todo o mundo que é conhecido como nó. Portanto, cada membro,
esteja no Brasil, nos Estados Unidos ou no Japão, vê a mesma informação quando
acessa o sistema. Nenhuma alteração pode ser feita sem a aprovação de todos o
grupo. Existem três tipos de nós:

Full node

É quando os blocos são baixados por completo (cabeçalho + transações). Com

isso é possível verificar em tempo real as transações que estão acontecendo.

Light node

Nesse caso é baixado somente o cabeçalho checando as transações por meio

do sistema SPV Simplified Payment Verification.

Nó minerador

Esse tipo é um full node, porém ele não só acompanha as transações, mas as
registra criando criptomoedas. O minerador é recompesado por cada registro.

Time-stamp

Processo de inserção de data e hora a cada bloco, e validação dessa

informação. O timestamp gerado é inserido no bloco e considerado na geração da
hash, e esta passa a fazer parte do próximo bloco automaticamente.
 Transparência

A transparência é essencial, pois todas as transações e alterações são

registradas de forma e imutável. Todas as partes das redes têm acesso ao mesmo
registro.

6.5. FUNÇÃO HASH

A função hash é uma mensagem criptografada, o algoritmo dela é programado

para converter dados em sequência de uma combinação de caracteres latinos e
árabes que representam letras, números de 0-9 e símbolos comuns como @ # * e etc –
chamados de caracteres alfanuméricos. Independentemente do tamanho do texto o
resultado será o mesmo tamanho, ou seja, 32 bytes, equivalente a 256 bits ou 64
caracteres hexadecimais. Algo importante de citar, é que a hash nunca se repete.

A hash possui uma função unidirecional, essa função não possibilita que os
valores sejam rastreados, isso quer dizer que não informam nada sobre o conteúdo
dos dados de entrada.

Existem vários algoritmos os quais são possíveis usar para formar a hash, mas
na Blockchain é utilizado a SHA256 (secure algorithm 256), que transforma os dados no
tamanho fixo que foi citado anteriormente.

Com o objetivo de validar a segurança das transações, cada bloco também tem
sua hash.

6.6. CRIAÇÃO DE BLOCOS

Ele possui o cabeçalho que é onde contém o seu número, número de hash,
tamanho e todas as informações necessárias e a lista de transações, nesse cabeçalho
fica o seu hash, conforme a ilustração abaixo.

Figura 2 - Ligação de hashes da cadeia de blocos

 Cada bloco fechado é distribuído por toda a rede, sendo que cada nó terá uma
cópia de todos os blocos registrados.

7. ESTUDO DE CASO: ANÁLISE SOBRE BITCOIN

7.1. BITCOIN

Bitcoin é uma forma de dinheiro eletrônico peer-to-peer criada por Satoshi

Nakamoto, um pseudônimo, isso quer dizer que ninguém sabe se foi apenas uma
pessoa, uma dupla ou grupo.

O fato de essa moeda funcionar pela comunicação peer-to-peer é muito

vantajoso, já que os governos não têm envolvimento nenhum, a utilização dela impede
que os mesmos continuem adotando medidas prejudiciais à sociedade. Ela pode ser
usada de diversas formas, até mesmo na compra de serviços e produtos em alguns
estabelecimentos.

Há alguns anos os governos impuseram o aumento de impostos para sustentar

gastos do sistema público, elaboraram leis do mercado, diversos países adotaram
uma política fechada, com controle de preços, mercado, dinheiro, salário, até pode-se
observar o excesso do intervencionismo no mercado, e afetam o mundo gerando
desemprego, pobreza e falência. A moeda impressa sem respectiva demanda entra de
forma desorganizada na economia, os primeiros setores recebem o dinheiro e obtém
recursos às custas dos demais e preços são aumentados.

Visto isso, houve o surgimento das criptomoedas, e a primeira foi a Bitcoin,

criptomoedas criam a possibilidade de as pessoas manterem seu poder de compra. A
Bitcoin é um sistema de pagamento global online, possui as melhores características
do dinheiro: ser divisível, portátil e não gerar problemas na ecologia. Com o sucesso da
Bitcoin inúmeras pessoas passaram a criar suas moedas. Atualmente existem mais de
10 mil criptomoedas no mundo.

7.2. QUAL O VALOR DA BITCOIN

A Bitcoin muda de valor diariamente, e quanto mais pessoas se interessam

mais o valor aumenta, e quanto menos, o valor diminui. Diferente de outras moedas o
valor dela muda muito rápido, e pode aumentar em até 20% em um dia. Além disso ela
segue a referência de valor do dólar.

7.3. COMO INVESTIR NA BITCOIN

Há diferentes maneiras de investir em bitcoin. Investimentos por meio de

corretoras (exchanges), negociação P2P: que ocorre diretamente entre usuários sem
depender de uma empresa, através dos Exchange Traded Funds (ETF), mineração de
bitcoin, e caixas automáticos em alguns países.

Os investidores compram uma certa quantidade de moeda e guardam os preços

aumentarem para revender e obter lucros. Mas é necessário entender bem sobre o
mercado, até porque não dá para ter certeza de quando a moeda vai subir de preço ou
abaixar.

O que é o investimento por meio de ETF?

A Bolsa de Valores oferece ETFs de criptomoedas, o que é forma muito mais

segura de investir na Bitcoin, já que conta com a segurança da B3 outros órgãos
reguladores do Brasil. Os ETFs são Fundos de Investimento que possuem carteiras que
seguem algum índice de referência, como o Ibovespa e o S&P 500. Nos ETFs de
criptomoedas, o índice de referência pode ser o Nasdaq Crypto Index. As vantagens de
investir em criptomoedas através de ETF são a praticidade, a facilidade, diversificação,
acessibilidade, e o imposto de renda: quem investe em criptoativos por meio de ETFs
pode compensar ganhos e perdas dentro da Renda Variável.

Qual é o valor mínimo para investir em Bitcoin?

Não há valor mínimo fixo para investir em Bitcoin. O Bitcoin pode ser fracionado
em até oito casa decimais, permitindo que você compre pequenas frações da moeda,
chamadas de “satoshis”. O valor mínimo também pode variar de acordo com a
cotação de ETF, ou seja, a cotação do Fundo na Bolsa de Valores.

Passo a passo para investir em Bitcoin por meio de uma ETF

1. Abrir uma conta em uma corretora de valores

Escolha uma fácil de usar, com tecnologia avançada e o melhor custo-
benefício.
 2. Enviar dinheiro para a sua conta
Hoje em dia, é possível realizar esse processo através de transferência
bancária, via PIX, e o dinheiro fica disponível em poucas horas ou poucos minutos.
3. Escolha o ETF
Escolha o ativo do seu interesse, e defina quantos vai comprar. Você pode
investir diretamente em Bitcoin ou comprar algum ETF que possua relação com esse
criptoativo. Atualmente, são 13 ETFs de criptoativos e 1 BDR de ETF disponíveis na B3,
que buscam acompanhar o preço do Bitcoin.

Como ter uma boa carteira de investimentos?

Existem vários tipos de carteira (wallets) de Bitcoin, como: desktop, móvel,

online, papel e hardware. Porém esse tipo de carteira pode causar problemas. Perder o
hardware, o acesso à carteira ou até mesmo ser vítima de um ataque de hackers pode
significar perder todo o dinheiro aplicado em Bitcoin.

Portanto você pode construir uma carteira completa com a ajuda de experts, e
ter a segurança de órgãos reguladores brasileiros, como Banco Central, CVM, Anbima
e B3.

7.4. COMO FUNCIONA A BLOCKCHAIN DA BITCOIN

Como dito no parágrafo 6.2, a Blockchain da Bitcoin é pública. Ela funciona da

seguinte forma:

Quando o usuário A envia um Bitcoin para o B, essa transferência fica registrada

na Blockchain, dentro um bloco de informação. Esse bloco, assim que fica cheio de
transações, é “selado”, ganha uma espécie de carimbo com data e hora, o timestamp,
e é “empacotado” com um identificador, o hash. Essa estrutura, é como um quadrado
cheio de números e letras aleatórias.

A corrente se forma da seguinte forma:

O usuário B assim que recebeu o Bitcoin, passou metade do valor para C, e os

dados dessa transferência foram colocados em novo bloco criado na sequência do
anterior. O processo de cadeia funciona como explicado anteriormente: esse bloco
recebe a criptografia própria, e uma parte da criptografia da transação anterior.
 Figura 3 - Ilustração da cadeia de blocos

Nesse meio é necessário que as transações sejam validadas, é aí que entram os

mineradores, citados anteriormente.

Figura 4 - Criação do bloco

Há um desafio lançado pelo algoritmo de consenso Proof of work (Prova de

Trabalho). Para os mineradores autenticarem as transações, eles precisam competir
um com o outro resolvendo problemas matemáticos complexos. Após isso,
apresentam o resultado para toda a rede, se os outros membros confirmarem que está
correto, o bloco é adicionado à cadeia. A recompensa que os mineradores recebem
são Bitcoins. Esse trabalho de mineração é bem disputado.

Figura 5 - Mineração da criptomoeda

 Figura 6 - Validação do bloco

8. CONCLUSÃO:

A Blockchain, tem demonstrado seu potencial em transformar diversas

indústrias ao oferecer uma estrutura descentralizada, transparente e segura para o
armazenamento e transferência de dados. A transparência da Blockchain também traz
a maior confiança nas transações e processos.

Sobre a Blockchain da Bitcoin, ela é relevante por ser pioneira no campo das
criptomoedas. Ela introduziu o conceito de moeda digital descentralizada, permitindo
transações peer-to-peer seguras sem a necessidade de uma autoridade. O sucesso do
Bitcoin demonstrou como a Blockchain é uma tecnologia eficiente, abrindo caminho
para novas inovações e aplicações além do escopo original das criptomoedas.
 REFERÊNCIAS:

A tecnologia digital Blockchain: análise evolutiva e pragmática. Dialnet.

Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6052953

TECNOLOGIA BLOCKCHAIN: A disrupção na indústria financeira. Interface

Tecnológica. Disponível em:
https://revista.fatectq.edu.br/interfacetecnologica/article/view/376/333

Livro: Blockchain. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-

BR&lr=lang_pt&id=QquzEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT6&dq=blockchain+como+funciona&
ots=pI5lU5E7hw&sig=6AcAUn997LY_cf6600BSVy0poco&redir_esc=y#v=onepage&q&f=
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O que é Blockchain? Conheça a tecnologia que torna as transações com criptos

possíveis. InfoMoney. Disponível em:
https://www.infomoney.com.br/guias/blockchain/

O QUE É BLOCKCHAIN! Entenda de forma fácil o que é essa tecnologia. Área

Bitcoin. Disponível em: https://youtu.be/dkElPTevoR4

O que é Bitcoin e como funciona essa moeda virtual?

Disponível em: O que é bitcoin e como funciona essa moeda virtual? (nubank.com.br)

Como investir em Bitcoin: o passo a passo completo (toroinvestimentos.com.br)