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Catequese

01 O fim do homem: dar glória a Deus, conhecê-Lo e


amá-Lo

Compêndio do Catecismo

 1. Qual é o desígnio de Deus acerca do homem?

 1-25
 Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em si mesmo, num
desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para o tornar
participante da sua vida bem-aventurada. Na plenitude dos tempos,
Deus Pai enviou o seu Filho, como Redentor e Salvador dos homens
caídos no pecado, convocando-os à sua Igreja e tornando-os filhos
adoptivos por obra do Espírito Santo e herdeiros da sua eterna bem -
-aventurança.

Ser cristão: pertencer a uma família

 O baptismo é como um segundo nascimento, que nos introduz na


família da Igreja.
 Temos de sentir o orgulho de pertencer à Igreja.
 A Igreja ensina-nos muitas coisas: as mais importantes, as únicas
verdadeiramente importantes.

Ideias principais

1. Para que estamos na terra


 Os cristãos têm a sorte de o saber: Cristo o pregou e a Igreja no-lo
ensina.
 Resposta às perguntas fundamentais:

 De onde venho.
 Quem sou.
 A onde vou.
2. De onde vimos

 Deus criou livremente o homem.


 Criou-o para que participe na sua vida bem-aventurada: na sua
felicidade.
 Cada homem foi criado por Deus com a colaboração de seus pais:
VIMOS DE DEUS.

3. Quem somos

 Deus está continuamente junto do homem: chama-o e ajuda-o a


encontrá-Lo.
 Criados à imagem e semelhança de Deus.
 Filhos adoptivos de Deus pelo baptismo.
 SOU FILHO DE DEUS.

4. Até onde vamos

 Deus criou o homem para que O sirva livremente nesta vida e goze
d’Ele depois, para sempre no céu.
 Até onde vão os cristãos? AO CÉU.
 Se não conseguimos esta meta, a nossa vida será um fracasso.

5. Para que existe o homem

 Eu existo para dar glória a Deus: para manifestar a Sua bondade e o


Seu amor.
 Deus não tem outra razão para criar.
 O homem responde com amor ao amor de Deus: nisso consiste a sua
felicidade.

6. Devemos conhecer a doutrina cristã

 Devemos conhecer os ensinamentos de Jesus Cristo, porque é:

 Nosso Deus.
 Nosso Mestre.
 Nosso Modelo.
 Os Seus ensinamentos mostram o caminho para conhecer e amar a
Deus, ser felizes nesta vida e depois eternamente na outra.

7. Partes principais da doutrina cristã

1. As verdades da nossa fé, no SÍMBOLO DA FÉ ou CREDO.


2. A celebração da fé, na LITURGIA e OS SACRAMENTOS.
3. Que quer Deus que façamos para ser felizes e tornar felizes os
outros, na MORAL CRISTÃ nos MANDAMENTOS.
4. O sentido e a importância da oração, na ORAÇÃO NA VIDA
CRISTÃ.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Pôr empenho em conhecer muito bem e praticar a doutrina cristã.


 Aparte de outros momentos do dia, fazer o sinal da cruz - o sinal do
cristão - ao levantar-se e ao deitar-se.

02 Deus sai ao encontro do homem: a Revelação


Compêndio do Catecismo

 6. O que é que Deus revela ao homem?

 50-53
68-69
 Deus revela-se ao homem, na sua bondade e sabedoria. Mediante
acontecimentos e palavras, Deus revela-se a Si mesmo e ao seu
desígnio de benevolência, que Ele, desde a eternidade,
preestabeleceu em Cristo a favor dos homens. Tal desígnio consiste
em fazer participar, pela graça do Espírito Santo, todos os homens na
vida divina, como seus filhos adoptivos no seu único Filho.

Introdução

 Nas Confissões, Santo Agostinho proclama:


 “Tu és grande, Senhor, e mui digno de louvor: grande é o Teu
poder, e a Tua sabedoria não tem medida (...). E o homem,
pequena parte da Tua criação, quer louvar-Te. Tu mesmo o
incitas a isso, fazendo com que encontre as delícias no Teu
louvor, porque nos fizeste, Senhor, para Ti, e o nosso coração
está inquieto até que descanse em Ti".

Ideias principais

1. O desejo de Deus no coração

 O desejo de Deus está inscrito no coração do homem.


 Deus atrai-o até Si e só n’Ele homem encontra a paz.
 O homem é um ser religioso.
 Em Deus nos movemos, existimos e somos (Actos 18, 28)

2. O esquecimento ou negação de Deus

 O homem pode esquecer-se de Deus ou inclusivamente recusá-Lo:


 Ignorância, rebelião contra o mal, afã de riquezas, mau
exemplo, atitude de medo do pecador.
 Nenhum pretexto justifica o esquecimento ou a negação de Deus.

3. Pode-se conhecer a existência de Deus por meio da razão natural

 Pode-se conhecer a existência de Deus por dois caminhos: o caminho


sobrenatural e o caminho natural.
 Caminho natural: a partir da criação.
 Com a razão, advertimos que nós e os seres que nos rodeiam
não temos a razão de ser em nós mesmos.
 Somos contingentes, seres criados e dependentes.
 Conhecimento de um Deus criador, ser necessário e eterno,
causa primeira e fim último de tudo.

4. Deus sai ao encontro do homem

 Deus revelou-se ao homem.


 Dá-lhe resposta às perguntas sobre o sentido e o fim da vida humana.
 História da revelação:
 Adão e Eva, a quem promete a salvação.
 Abraão e eleição de Israel.
 Envio de Jesus Cristo.
5. Jesus Cristo, Palavra do Pai

 Jesus Cristo:
 Filho de Deus feito homem.
 Palavra única, perfeita e definitiva de Deus Pai.
 Jesus Cristo disse tudo o que Deus queria dizer aos homens.
 Não haverá outra Revelação depois de Cristo.

6. As fontes da Revelação: Sagrada Escritura e Tradição

 São duas as fontes da Revelação: Sagrada Escritura e Tradição.


 Sagrada Escritura: palavra de Deus transmitida por escrito.
 A Bíblia. Livros inspirados por Deus: 45 Antigo Testamento +
27 Novo Testamento.
 Tradição: Revelação dada por Cristo e pelo Espírito Santo aos
apóstolos, e transmitida de viva voz à Igreja.

7. A Igreja, custódia e intérprete do depósito da fé

 Cristo confiou à Igreja a Revelação de Deus


 Depósito da fé: Sagrada Escritura e Tradição.
 Para quê? Para que a Igreja o custodie, interprete, professe e pregue a
todo o mundo.
 Esta é a doutrina cristã que a Igreja não se cansa nunca de
proclamar.

8. Conhecer a Bíblia

 Destacam-se os 4 evangelhos, pois o seu centro é Cristo.


 Todo o cristão deve conhecer a Sagrada Escritura, especialmente os
evangelhos:
 Lê-la.
 Meditá-la.
 Desconhecer a Escritura é desconhecer a Cristo (São Jerónimo)
Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Pensar esta frase de Santo Agostinho: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti,


e o nosso coração está inquieto até que descanse em Ti”.
 Ler cada dia algo da Bíblia, começando pelos quatro evangelhos.

03 A resposta do homem a Deus: crer


Compêndio do Catecismo

 25. Como responde o homem a Deus que se revela?

 142-143
 Sustentado pela graça divina, o homem responde a Deus com a
obediência da fé, que consiste em confiar-se completamente a Deus e
acolher a sua Verdade, enquanto garantida por Ele que é a própria
Verdade.

Introdução

 A fé é um dom de Deus, necessário para a salvação.


 A resposta do homem ao dom da fé: crer no que nos disse na Sua
Revelação.
 A fé é necessária para aceitar e entender o que Deus ensina.

Ideias principais

1. Pela fé podemos conhecer muitas coisas acerca de Deus

 Mediante as coisas criadas pode-se conhecer a existência de Deus.


 Mas só mediante a fé no que Deus revelou podemos conhecer
questões como:
 como é Deus em si mesmo?
 quem é Jesus Cristo?
 O que há depois desta vida?

2. O que é a fé?

 A fé é uma virtude sobrenatural pela qual -apoiados na autoridade de


Deus - cremos as verdades que revelou, sabendo que não pode
enganar-se nem enganar-nos.

3. A fé é uma dádiva de Deus

 A fé é um dom sobrenatural, uma dádiva de Deus.


 Só é possível crer pela graça e auxílio do Espírito Santo.

4. Crer é algo razoável

 Crer é razoável porque é Deus quem revela, e Deus não pode nem
enganar-se nem enganar-nos.
 “Crer” é um acto humano, consciente e livre. Não contradiz a razão,
mas antes dignifica a pessoa.

5. Creio - cremos

 Creio em Deus, no singular, porque a fé é um acto da pessoa que


aceita livremente a autoridade de Deus.
 Cremos em Deus -no plural - para significar que recebemos a fé, a
professamos e a vivemos no âmbito da Igreja.
 A Igreja é como a Mãe de todos os fiéis:
 Ninguém pode ter Deus por Pai, se não tem a Igreja como
Mãe. (São Cipriano)

6. Crer no que a Igreja nos ensina

 Jesus Cristo fundou a Igreja para que continue a sua missão no


mundo; para isso conta com a assistência do Espírito Santo.
 A certeza nas verdades que ensina a Santa Igreja não se apoia em
razões que os homens nos podem dar, mas sim autoridade de Deus.
 A Igreja transmite íntegras essas verdades em virtude da
infalibilidade com que Deus a dotou em coisas de fé moral.
7. A fé é necessária para salvar-se

 “Quem crer e for baptizado, será salvo; mas quem não crer, será
condenado" (Marcos 16,16).
 "Tu acreditaste, Tomé, porque Me viste; bem-aventurados os que
acreditaram sem terem visto“. (João 20,29).
 Temos de rezar pelos que não crêem, pedindo a Deus que lhes
conceda a graça da fé, ajudando-os com o nosso exemplo e
doutrina, exercitando o apostolado da doutrina.

8. O credo, resumo das verdades que devemos crer

 Desde o princípio, Símbolos ou fórmulas da fé: resumos da


Revelação divina.
 Símbolo dos Apóstolos
 Símbolo de Niceia-Constantinopla
 Quando recitamos o Credo, estamos a fazer um acto de fé nas
verdades fundamentais que Deus nos revelou.

9. Fazer muitas vezes actos de fé

 Deus deu-nos a grande dádiva da fé. Temos de agradecê-lo fazendo


actos de fé:
 Creio em Deus Pai, creio em Deus Filho, creio em Deus
Espírito Santo.
 Creio na Santíssima Trindade.
 Creio em Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro.
 Creio que Santa Maria é Mãe de Deus e Mãe nossa.
 Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé.
 Creio que a Igreja Católica é minha Mãe.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprender bem o Credo.


 Recitar o Credo com devoção, não somente na Missa.
 Rezar pelos que não têm fé.

04 Creio em Deus, Pai todo - poderoso


Compêndio do Catecismo

 36. Por que começa a profissão de fé com «Creio em Deus»?

 198 -199
 A profissão de fé começa com a afirmação «Creio em Deus» porque
é a mais importante: a fonte de todas as outras verdades sobre o
homem e sobre o mundo e de toda a vida do que crê em Deus.

Introdução

 As primeiras palavras do Credo: "Creio em Deus, Pai todo -


poderoso“. A nossa profissão de fé começa por:
 Deus, porque Deus é o Primeiro e o Último, o Princípio e o
Fim de todas as coisas.
 Deus Pai, porque Deus é a Primeira Pessoa da Santíssima
Trindade.
 Somos filhos de Deus!
 "Pai-nosso, que estais no céu" (Mateus 6,9).

Ideias principais

1. Creio em um só Deus

 "Escuta Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o


Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com
toda a tua força" (Deuteronómio 6,4-5).
 A fé no único Deus move-nos a voltarmo-nos para Ele como a nossa
primeira origem e o nosso fim último; e a preferi-lo acima de todas
as coisas.
 Pelos ensinamentos de Cristo sabemos que o Deus único em
essência existe em três Pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito
Santo.

2. O nome de Deus

 Deus revelou o seu nome a Moisés: "Eu sou o que sou" (Êxodo
3,14), Yahvé. Quer dizer, Deus é.
 Deus é o que é por si mesmo sem depender de ninguém,
princípio sem princípio, razão de ser de tudo o que é, origem
de tudo, causa de tudo, fonte de todo, ser soberano, ser
supremo, Deus.
 Noutras ocasiões Deus revela-se como rico em amor e fidelidade:
 Deus é um ser espiritual, eterno, misericordioso e clemente,
infinitamente sábio e bom, omnipotente e justo, o ser por
excelência e o sumo amor.

3. Deus Pai

 Primeiro artigo do Símbolo. Iniciar a confissão de fé no mistério


trinitário:
 Deus Pai, Deu Filho, Deus Espírito Santo, único Deus, única
essência, em três pessoas realmente distintas.
 Seguindo da confissão de Deus uno e trino se proclamam também
 o mistério da Encarnação, que realiza o Filho de Deus para
redimir os homens,
 e o mistério da santificação, que se atribui ao Espírito Santo.

4. Deus Pai todo poderoso

 Omnipotência: atribui-se a criação ao Pai. Mas também o Filho e o


Espírito Santo são omnipotentes como o Pai:
 a essência divina é única
 todas as pessoas são iguais em perfeição.
 É muito necessária a confissão da omnipotência de Deus: provas da
fé pela dor e pelo mal, que não entendemos e custa aceitar.
 Deus é omnipotente e clemente: está próximo de nós com a
sua Providência para ajudar-nos.

5. Pai-nosso
 "Vós, pois, orai assim: Pai-nosso" (Mateus 6,9).
 A filiação do Filho de Deus e a nossa são distintas:
 Jesus é o Filho de Deus por natureza, da mesma natureza do
Pai;

 A nossa filiação em relação a Deus é por adopção, mediante o


dom sobrenatural da graça que se nos infunde no baptismo.
 A dignidade da graça, que nos torna filhos adoptivos de Deus, é
muito maior que a nossa dignidade natural.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Fazer um acto de adoração: Deus todo-poderoso, adoro-Te e


bendigo-Te.
 Rezar o Pai Nosso devagar, entendendo o que se diz.
 Tratar os outros com respeito, pensando que são filhos de Deus

05 O mistério da Santíssima Trindade


Compêndio do Catecismo

 44. Qual é o mistério central da fé e da vida cristã?

 232-237
 O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima
Trindade. Os cristãos são baptizados no nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo.

Introdução

 O segredo divino mais importante da fé que Jesus Cristo nos revelou:


mistério da Santíssima Trindade.
 Deus é uno em essência e trino em pessoas: é a revelação da sua vida
íntima.
 Temos de procurar conhecê-lo e vivê-lo!
 O Credo ou Símbolo é a explicação do mistério trinitário.
Ideias principais

1.A Trindade, mistério de um só Deus e três Pessoas realmente distintas

 Os mistérios não se compreendem, mas, ao conhecê-los, a fé torna-se


firme e operativa.

 Mistério da Santíssima Trindade:


 em Deus há uma só essência e três pessoas distintas: Pai, Filho
e Espírito Santo, cada uma das quais é Deus, sem serem três
deuses mas um só e único Deus.
 A Trindade é algo parecido com o sol:
 o sol está no céu e produz luz e calor; a luz e o calor não são
diferentes do sol.

2. A Revelação, obra da Trindade

 A criação, a redenção e a santificação são atribuídas,


respectivamente, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Mas as três
acções são acções de Deus.
 Daí que, quando agradecemos a Deus tudo o que fez connosco,
temos que dar graças a Deus Pai, a Deus Filho e a Deus Espírito
Santo.

3. Inabitação da Trindade na alma em graça

 O homem que vive em graça é templo vivo da Trindade Beatíssima


(cfr. João 14,23).
 Desde o dia do nosso baptismo, se não recusamos Deus pelo pecado
mortal, estão na nossa alma Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo.
 Temos Deus dentro de nós para santificar-nos, para ajudar-nos, para
estar connosco, porque nos ama.

4. No céu veremos a Santíssima Trindade


 O grande prémio do céu consiste em ver a Deus, contemplar, louvar,
amar e gozar por toda a eternidade a Trindade Beatíssima:
 Toda a grandeza, toda a formosura, toda a bondade de Deus se
reverte sobre esta pobre criatura que somos cada um de nós.
 No céu a alma terá a possibilidade de ver o que Moisés quis ver na
terra: a majestade de Deus.

5. Temos de louvar a Santíssima Trindade

 Deus ama-nos duma maneira incrível. Temos de corresponder a tanto


amor, e a vida cristã tem que ser um contínuo louvor à Trindade.
 Professamos a fé na Santíssima Trindade
 quando nos benzemos e persignamos, dizendo "em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo";
 ao rezar o "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo" ;
 quando rezamos o Gloria ou o Credo na Santa Missa e no fim
da Oração
 eucarística

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprender o Credo e recitá-lo com devoção.


 Considerar que a Santíssima Trindade – o próprio Deus - está na
alma em graça, e que viver em graça é única e verdadeiramente
importante.

06 Deus criou o mundo por amor


Compêndio do Catecismo

 54. Como é que Deus criou o universo?

 295-301
317-320
 Deus criou o universo livremente, com sabedoria e amor. O mundo
não é o produto duma necessidade, dum destino cego ou do acaso.
Deus criou «do nada» (ex nihilo: 2Mac 7,28) um mundo ordenado e
bom, que Ele transcende infinitamente. Deus conserva no ser a sua
criação e sustenta-a, dando-lhe a capacidade de agir, e conduzindo-a
à sua realização, por meio do seu Filho e do Espírito Santo.

Introdução

 "No princípio Deus criou o Céu e a terra" (Génesis 1,1).


 Deus criou o mundo do nada.
 As coisas pequenas e as grandes.
 Ao contemplar a criação, é fácil dar glória e louvar a Deus.
 Deus quer que os homens cooperem na sua obra: trabalhar e
dominar a terra.

Ideias principais

1. Deus é eterno

 Só Deus é propriamente eterno, quer dizer, não tem princípio nem


fim.
 Em Deus não há passado nem futuro, mas um presente imutável.
 Deus quis criar o mundo, e, especialmente, o homem, que foi feito à
sua imagem e semelhança, e nos preparou o mundo com todas as
suas maravilhas.

2. Deus criou o mundo do nada

 Deus fez todas as coisas só com o Seu querer e criou tudo do nada.
 Antes d’Ele criar, não existia nada.

3. Criar não é o mesmo que fabricar

 Criar quer dizer “fazer com que exista algo que antes não existia,
tirando-o do nada".
 O homem não pode criar: apenas Deus pode criar.

4. Deus criou para sua glória e por amor

 O mundo é uma manifestação da perfeição divina, um reflexo do que


é Deus, e o mundo canta a glória de Deus.
 Pensando no homem, Deus criou todas as coisas e pô-las nas suas
mãos.

5. O trabalho e o domínio da terra

 Deus quis que o homem dominasse a criação, trabalhando e


retirando-lhe todo o seu fruto.
 Assim como na criação Deus fez tudo muito bem, assim o homem
tem que fazer as coisas bem e por amor a Deus.

6. Deus conserva e governa o mundo

 Se Deus não conservasse o mundo, este desapareceria e voltaria ao


nada.
 Deus governa este mundo, e, de uma maneira especial, os homens,
com leis que estão impressas na sua natureza, respeitando sempre a
liberdade que lhes deu como um dos grandes presentes.

7. Oferecer o trabalho do dia e mostrar agradecimento ao Senhor

 Ao começar o dia, recita uma oração como esta:


 “Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração. Dou-
Vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado
nesta noite. Ofereço-Vos as acções deste dia: fazei com que
sejam todas segundo a vossa Santa Vontade para maior glória
vossa. Preservai--me do pecado e de todo o mal. A vossa graça
seja sempre comigo e com todos os que me são caros. Amen".

8. Ter confiança em Deus

 O conhecimento da Providência que Deus exerce sobre o mundo e


sobre cada um de nós deve-nos levar a uma decisão confiada de nos
colocarmos nas Suas mãos
.
 Esse abandono nas mãos de Deus será a fonte da nossa serenidade,
segurança e alegria.
Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Procurar fazer todas as manhãs o oferecimento de obras ao levantar.


 Acostumar-se a oferecer a Deus o estudo e o trabalho, fazendo-o o
melhor possível.

07 Deus criou os anjos


Compêndio do Catecismo

 Quem são os anjos?

 328-333
350-351
 Os anjos são criaturas puramente espirituais, incorpóreas, invisíveis e
imortais, seres pessoais dotados de inteligência e de vontade. Estes,
contemplando incessantemente a Deus face a face, glorificam-no,
servem-no e são os seus mensageiros no cumprimento da missão de
salvação, em prol de todos os homens.

Introdução

 Na Sagrada Escritura encontram-se muitas passagens em que


intervêm os anjos:
 ao nascer Jesus um anjo anuncia aos pastores a boa nova;
 o arcanjo Rafael aparece na história de Tobias,
 e o arcanjo Gabriel é quem anuncia à Virgem que Deus quer
que seja sua Mãe;
 outro anjo tira Pedro do cárcere; etc.

Ideias principais
1. A existência de anjos e demónios, verdade de fé

 Os anjos e os demónios existem de verdade, não são um conto.


 Cremos que existem anjos e demónios – tal como nós existimos –
porque Deus no-lo revelou.

2. Os demónios são espíritos que pecaram contra Deus

 Deus criou bons por natureza todos os espíritos, e fê-los filhos seus
pela graça.
 Capitaneados por Lúcifer, muitos deles se rebelaram e disseram:
"Não queremos servir a Deus".
 Os anjos, com São Miguel à frente, foram fiéis a Deus, dizendo:
"Queremos servir a Deus".
 Os espíritos rebeldes ou demónios foram condenados eternamente ao
inferno

3. Os demónios tentam o homem

 Os demónios odeiam Deus e todos os que amam Deus. Por isso,


desejam que os homens ofendam a Deus e sejam condenados ao
inferno.
 A forma habitual que têm de nos tentarem é incitando as nossas más
inclinações ou aproveitando-se delas.
 A tentação não é pecado; é pecado, se fazemos caso do que nos pede
o demónio.

4. A protecção dos Anjos da Guarda

 O filho de Tobias devia fazer uma viagem longa e cheia de perigos.


Procurou um companheiro de viagem e Deus enviou-o ao arcanjo
Rafael para o acompanhar e ensinar-lhe o caminho.
 Nós também vamos a caminho do céu; neste caminho há muitos
perigos para a nossa alma e para o nosso corpo. Deus dá-nos um
companheiro que está sempre ao nosso lado, ainda que não o
vejamos: é o Anjo da Guarda ou Anjo Custódio.

5. Uso da água benta

 A Igreja recomenda aos cristãos usar a água benta,


 é um sacramental,
 para implorar o perdão dos pecados veniais e alcançar a
protecção de Deus contra as ciladas do demónio.
 Santa Teresa de Jesus dizia: "De nenhuma coisa foge mais o
demónio, para não voltar, que da água benta".

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprender a Oração ao Anjo da Guarda e recitá-la pela manhã ao


levantar-se.

 Anjo da Guarda, minha companhia, guardai a minha alma de


noite e de dia.

 Dar-se conta de que no Pai Nosso pedimos a Deus: "Não nos deixeis
cair em tentação, mas livrai-nos do mal". Lutar, pois, contra as
tentações.

08 Deus criou o homem livre e responsável


Compêndio do Catecismo

 66. Em que sentido o homem é criado «à imagem de Deus»?

 355-357
 Afirmar que o homem é criado à imagem de Deus significa que ele é
capaz de conhecer e amar, na liberdade, o próprio Criador. É a única
criatura, nesta terra, que Deus quis por si mesma e que chamou a
partilhar a sua vida divina, no conhecimento e no amor. Enquanto
criado à imagem de Deus, o homem tem a dignidade de pessoa: não
é uma coisa mas alguém, capaz de se conhecer a si mesmo, de se dar
livremente e de entrar em comunhão com Deus e com as outras
pessoas.

Introdução
 Deus cria todos os homens. Com a colaboração dos pais forma o
corpo, e directamente Ele cria do nada a alma que infunde nesse
corpo.
 Como diz a Sagrada Escritura, criou-nos à "sua imagem e
semelhança" (Génesis 1,26).
 O que é o homem? Para que nos criou Deus? Como devemos
comportar-nos?

Ideias principais

1. Deus criou o homem com corpo e alma

 Deus formou o corpo do homem "do barro da terra", e lhe inspirou


no rosto "alento de vida".
 Com estas palavras tão simples Deus disse-nos que formou o homem
de uma matéria que já existia, e que depois criou directamente do
nada uma alma e a uniu a esse corpo.
 Depois de Adão e Eva, nós, homens, recebemos o corpo dos nossos
pais, mas a alma recebemo-la directamente de Deus.

2. A "imagem e semelhança" de Deus

 Alguns aspectos que manifestam a imagem de Deus no homem:


 A dignidade da pessoa humana.
 O homem é um ser inteligente.
 O homem é um ser livre.
 O homem é rei e senhor do universo.
 O homem é imagem de Deus, sobretudo, pela graça.

3. Igualdade e diferença queridas por Deus


 O homem e a mulher foram criados, quer dizer, queridos por Deus
em total igualdade como pessoas humanas, mas com diferenças
morfológicas e peculiaridades psicológicas.
 "Ser homem" ou "ser mulher“ é uma realidade boa e querida por
Deus.
 O homem e a mulher são, com a mesma dignidade, "imagem de
Deus".

4. O homem é responsável pelos seus actos

 A matéria carece de responsabilidade.


 Os animais tão-pouco são responsáveis.
 Só o homem é responsável pelo que faz.

 Se fizemos o que tínhamos que fazer, merecemos prémio; se


não, merecemos castigo; a terra, as plantas ou o cavalo não
merecem prémio nem castigo pelo que fazem.

5. Cumprir sempre a vontade de Deus

 Somos merecedores de prémio ou de castigo, conforme cumpramos


ou não, sempre e em tudo, a vontade de Deus.

 Os mandamentos da lei de Deus,


 os da Santa Madre Igreja,
 as obrigações da nossa idade e estado.

 Os pais, os educadores, e o sacerdote, especialmente, poderão


ajudar--nos a ver a vontade de Deus sobre nós.
 Exame de consciência.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Procurar ser agradecido com Deus, que nos criou e cuida de nós com
amor. Aproveitar especialmente a Santa Missa, que é um acto
infinito de acção de graças.
 Ser muito sincero na confissão e exame da noite.

09 Os primeiros pais desobedeceram a Deus e pecaram


Compêndio do Catecismo

 75. Em que consiste o primeiro pecado do homem?

 396-403
415-417
 O homem, tentado pelo diabo, deixou apagar no seu coração a
confiança em relação ao seu Criador e, desobedecendo-lhe, quis
tornar-se «como Deus», sem Deus e não segundo Deus (Gn 3, 5).
Assim, Adão e Eva perderam imediatamente, para si e para todos os
seus descendentes, a graça da santidade e da justiça originais.

Introdução

 Deus criou Adão e Eva, encheu-os de dons sobrenaturais e


preternaturais e pô- -los no paraíso terreno.
 Adão e Eva cometeram um pecado gravíssimo: o pecado original.
 Todos os homens herdaram este pecado. Dele brotaram a dor, os
sofrimentos, os ódios, as guerras e demais calamidades de que
padecem os homens e o mundo.

Ideias principais

1. Os primeiros pais eram muito felizes no paraíso terreno

 Deus, levado pelo seu amor, criou os homens para que um dia
possam contemplá-lo e viver eternamente junto d’Ele. Deu-lhes o
dom da graça santificante ou vida em graça.
 Deus pô-los no paraíso terreno e deu-lhes os dons preternaturais:
iluminou a sua inteligência e fortaleceu a sua vontade, fê-los isentos
do erro e da inclinação para o mal; livrou--os da dor, da enfermidade
e da morte.
 Estes dons - sobrenaturais e preternaturais - deviam ser transmitidos
por Adão e Eva aos seus descendentes.

2. A prova dos primeiros pais

 Do mesmo modo que aos anjos, Deus quis submeter os nossos


primeiros pais a uma prova e impôs-lhes um mandamento. Se o
cumprissem, conservariam para si e seus descendentes as graças e
dons que Deus lhes deu; se não cumprissem, perderiam as graças e
dons para si e para os seus descendentes.
 Deus, que podia impor este mandato, porque é Dono e Senhor
absoluto do homem, queria que vencessem.

3. Os primeiros pais pecaram

 Adão e Eva desobedeceram a Deus e pecaram. Foi um pecado de


soberba, pois quiseram ser como Deus, e se submeteram ao demónio.
 Com este pecado perderam a amizade divina (graça) e os dons
preternaturais; as suas forças naturais ficaram feridas e sentiram a
inclinação para o mal.
 Ficaram submetidos à concupiscência - inclinação ao pecado -, que
não é pecado, mas incita ao mal.

4. Os homens nascem com este pecado e sofrem as consequências

 Em Adão pecou todo o género humano: ao receber dos nossos


primeiros pais a natureza, recebêmo-la manchada com aquela culpa
e, portanto, privados da graça e de todos os outros dons.
 Por termos perdido a harmonia interior, ficamos inclinados ao
pecado (concupiscência).
 Isto é o que se chama pecado original, com que todos nascemos.

5. Consequências do pecado original

 Todos os homens nascem com as gravíssimas consequências do


pecado original, privados da graça e, portanto, em estado de pecado e
inclinados ao mal.
 Por isso, existe em nós a inclinação ao pecado, a que chamamos
concupiscência.
 Os homens também vivem no meio de inumeráveis penas e
calamidades e, finalmente, a morte.
 Pelo pecado original, o demónio adquiriu influência sobre o mundo.

6. Deus apiedou-se dos homens e prometeu-lhes um Redentor

 Deus compadeceu-se dos homens e prometeu-lhes a redenção futura:


prometeu que do género humano sairia um Redentor – Jesus Cristo -,
que salvaria a humanidade do pecado e das suas consequências.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar


 Aprende o “Acto de contrição“. Podes recitá-lo, como sinal de
arrependimento pelos pecados, antes da confissão e noutros
momentos do dia.
 Dá-te conta de que, como consequência do pecado original, temos
que lutar para nos portarmos bem. Dispõe-te a viver essa luta com
alegria.

10 Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor


Compêndio do Catecismo

 79. Qual é a Boa Nova para o homem?

 422-424
 A Boa Nova é o anúncio de Jesus Cristo, «o Filho do Deus vivo» (Mt
16,16), morto e ressuscitado. No tempo do rei Herodes e do
imperador César Augusto, Deus cumpriu as promessas feitas a
Abraão e à sua descendência enviando «o Seu Filho, nascido de uma
mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei, e
nos tornar seus filhos adoptivos» (Gal 4, 4-5).

Introdução

 Para nos salvar, Deus enviou o seu Filho, que é Jesus, o Cristo, ou
Jesus Cristo.
 Como afirma a fé da Igreja, Jesus Cristo é verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem.
 Além de Salvador e Redentor, Jesus Cristo é o modelo para os
homens, especialmente para os cristãos.

Ideias principais

1. Deus não abandonou os homens, apesar do pecado

 Apesar do pecado, Deus continuava a amar os primeiros pais e seus


descendentes, e quis restaurar o que o pecado tinha destruído.
 Prometeu que salvaria os homens do pecado, recuperando o dom da
graça: voltariam a ser filhos de Deus e herdeiros do céu, ainda que
sem recuperar os dons preternaturais.

2. Ao longo da história, Deus recorda a promessa que fez a Adão e Eva

 Para que os homens não se esqueçam de que ia enviar ao mundo um


Salvador, Deus recorda-lhes, com frequência, essa promessa, por
meio de Abraão, Jacob, Moisés, David.... São os Profetas, sobretudo,
que falam do Messias, do Salvador que virá: Isaías (7,14) proclama
que nascerá de uma "virgem"; Miqueias (5,2) assinala
inclusivamente onde vai nascer: em "Belém".

3. O Salvador ou Messias é Jesus Cristo

 “Porque Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu Seu Filho
Unigénito" (João 3,16).
 O Senhor chama-se Jesus, que quer dizer "Salvador". O arcanjo São
Gabriel disse assim a São José: A Virgem "dará à luz um filho, ao
qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus
pecados" (Mateus 1,21).

4. Jesus Cristo é verdadeiro Deus

 Porque Ele no-lo disse e porque o demonstrou com as suas obras.


Disse-nos: “Eu e o Pai somos uma mesma coisa; quem me vê a mim
vê o Pai; ninguém conhece
o Pai senão o Filho".

 Jesus Cristo cura os mudos, os cegos, os leprosos...; ressuscita o seu


amigo Lázaro, o filho da viúva de Naín...; perdoa os pecados...; e
fazia tudo isto pela
sua própria virtude e poder, porque é Deus.

5. A ressurreição de Cristo, a maior prova de que é Deus

 Jesus Cristo morreu verdadeiramente e ressuscitou também, de


verdade.
 Apareceu repetidas vezes aos seus discípulos, e estes
testemunharam-no. Os seus inimigos queriam ocultar esta prova da
sua divindade (cfr. Mateus 28,11-15).
 A ressurreição de Cristo é a maior prova de que é Deus, pois
ressuscitou pela sua própria virtude.

6. Jesus Cristo é verdadeiro homem

 Jesus Cristo é igual a nós, menos no pecado e no erro.


 Teve mãe como nós temos; trabalhou com as suas mãos; teve fome e
sede, comia e bebia; cansava-se; teve amigos e chorou, quando
morreu o seu amigo Lázaro; alegrava-se com os seus discípulos, com
os meninos...
 Jesus Cristo é, não apenas perfeito Deus, mas também perfeito
homem.

7. Jesus Cristo vive e é nosso modelo

 Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitou e subiu ao céu. Como Deus,


está em toda a parte e tudo vê e ouve.
 Jesus Cristo está no céu e na Eucaristia.
 Podemos falar com Ele: escuta-nos e fala-nos, não com palavras,
mas sim ao nosso coração.
 Temos que aprender de Jesus. Ele próprio disse: “Eu sou o caminho,
a verdade e a vida“ (João 14,6).

8. É preciso conhecer e tratar Jesus

 Devemos cultivar a amizade com Jesus.


 Se queremos tratar com Ele, encontrá-l’O-emos no evangelho, na
oração e no sacrário.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Lê todos os dias o Evangelho durante uns minutos, para conhecer


melhor a vida e doutrina de Jesus.
 Faz uma breve visita ao Santíssimo no Sacrário para estares com
Cristo, realmente presente.

11 Jesus Cristo nasceu da Virgem Santa Maria


Compêndio do Catecismo

 85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem?

 456-460
 O Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do
Espírito Santo, por causa de nós homens e para nossa salvação, ou
seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer
conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade;
para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4).

Introdução

 Deus enviou o arcanjo São Gabriel a Nazaré, para manifestar a Maria


que tinha sido eleita para ser Mãe de Deus.
 “Eis aqui a escrava do Senhor a escrava; faça-se em mim
segundo a tua palavra" (Lucas 1,38). - Naquele mesmo
instante se realizou a Encarnação do Verbo nas puríssimas
entranhas da Santíssima Virgem.
 A Virgem é também nossa Mãe. Quando morria na cruz, Jesus no-la
deu por mãe. Igual às mães da terra, a Virgem cuida de nós e nos
protege.

Ideias principais

1. Maria é verdadeira Mãe de Deus

 Maria gerou o corpo de Jesus, no qual Deus infundiu a alma; e, no


mesmo instante, a esse corpo e alma se uniu a Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade: o Verbo. Desta forma o Filho de Deus fez-se
homem sem deixar de ser Deus.
 Maria transportou no seu seio Jesus Cristo durante nove meses, com
o seu corpo, a sua alma e a sua Divindade, após os quais nasceu em
Belém. É verdadeiramente a Mãe de Deus.

2. Principais dogmas e privilégios marianos


 O maior dom que Deus concedeu a Maria Santíssima é o de ser sua
Mãe. E, por ser sua mãe, encheu-a de graça e de extraordinários
privilégios.
 Imaculada Conceição.
 Sempre virgem.
 Assumpção em corpo e alma para o céu.
 Corredentora, Rainha e Senhora de todo o criado, Mãe da
Igreja e Medianeira de todas as graças.
 Nossa Mãe

3. Maria é nossa Mãe

 Porque Jesus Cristo é nosso irmão, “o primogénito entre muitos


irmãos" (Romanos 8,29).
 Porque Jesus Cristo no-la deu como Mãe. “Eis a tua mãe" (João
19,27).
 Porque Ela intercede por nós, ama-nos como filhos, e pede a Deus o
melhor para cada um de nós.

4. Temos de nos comportar como bons filhos da Virgem

 O bom filho é o que corresponde ao amor da sua mãe e o demonstra


com obras.
 Demonstramos com obras que queremos à Virgem, se nos
comportamos como Ela gosta e vivemos alguma devoção mariana.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Comprova se vives alguma devoção mariana. Se não o fazes, podes


começar por saudar a Virgem ao te levantares e deitares.
 Aprender bem a Ave-Maria e a Salve.

12 Vida oculta de Jesus


Compêndio do Catecismo
 104. O que é que nos ensina a vida oculta de Jesus em Nazaré?

 533-534
564
 Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no silêncio duma
vida normal. Permite-nos assim estar em comunhão com Ele, na
santidade duma vida quotidiana feita de oração, de simplicidade, de
trabalho, de amor familiar. A sua submissão a Maria e a José, seu pai
putativo, é uma imagem da sua obediência filial ao Pai. Maria e José,
com a sua fé, acolhem o Mistério de Jesus, ainda que nem sempre o
compreendam.

Introdução

 No Credo não se explicita a vida oculta nem a vida pública. O


Evangelho, por outro lado, presta atenção aos mistérios da infância e
vida oculta, desenvolvendo por extenso a vida pública.
 Mas o cristão tem de imitar a vida de Jesus, e é importante conhecê-
la por inteiro: os trinta anos que viveu em Belém, Egipto e Nazaré, e
os três anos que passou pregando o Reino de Deus.

Ideias principais

1. A vida de Jesus, um contínuo ensinamento

 Toda a vida de Jesus foi um contínuo ensinamento:


 o seu ocultamento,
 a sua obediência,
 o seu trabalho,
 os seus milagres,
 a sua oração,
 o seu amor pelos homens,
 a sua predilecção pelos mais pequenos e pelos pobres,
 a aceitação total do sacrifício na cruz para a salvação do
mundo,
 tudo quanto fez
2. O nascimento de Jesus em Belém

 Jesus nasceu em Belém de Judá: Deus enviava o seu Filho, nascido


das entranhas puríssimas da Santíssima Virgem.
 Nasceu num estábulo humilde, de uma família pobre.
 São lições de humildade, de pobreza, de simplicidade..., que todos os
cristãos têm de aprender e seguir.

3. O grande acontecimento do Natal

 "Naqueles dias saiu um édito de César Augusto, prescrevendo o


recenseamento de toda a terra (...). José foi também da Galileia, da
cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava
Belém, porque era da casa e família de David, para se recensear
juntamente com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Ora estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar
à luz, e deu à luz o seu filho primogénito, e O enfaixou, e o reclinou
numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria“.
(Lucas 2,1-7).

4. Os mistérios da infância de Jesus

 Os grandes acontecimentos ou mistérios da infância de Jesus são:


 A Circuncisão; era uma cerimónia que prefigurava o
baptismo.
 A Epifania ou manifestação de Jesus como Messias de Israel,
que celebra a adoração dos Reis Magos.
 A Apresentação de Jesus no Templo. Maria não estava
obrigada por ser virgem e sem mancha de pecado, mas quis
submeter-se em tudo à lei de Deus.
 A Fuga para o Egipto e a matança dos Inocentes.

5. A vida oculta de Jesus

 Jesus viveu a maior parte da sua vida como a imensa maioria dos
homens: uma vida corrente sem importância, vida de trabalho, na
vida religiosa submetido à lei de Deus, vida de comunidade na sua
povoação com os parentes, amigos e conhecidos.
 Só o acontecimento da perda e achado de Jesus no templo, à idade
de doze anos, rompe a aparente monotonia da vida oculta, cheia, por
outro lado, de sentido e ensinamentos.

6. O papel de São José


 Deus quis que alguém fizesse as vezes de pai de Jesus na terra.
 José, esposo virginal de Maria e pai legal de Jesus, exerceu com Ela
e com o Filho de Deus os ofícios de esposo e de pai na terra.
 Com o seu trabalho de artesão no pequeno povoado de Nazaré
procurou o alimento, cuidou da Virgem e de Jesus, e ensinou a este o
seu ofício.

7. A santificação no trabalho ordinário

 Imitando o exemplo de Jesus Cristo e também o da Virgem e São


José, nós, cristãos santificamo-nos na realidade ordinária do próprio
trabalho.
 Santificar-se com o trabalho quer dizer procurar, encontrar e amar a
Deus nas coisas que fazemos, servindo assim os outros.
 Um cristão corrente há-de santificar o trabalho, santificar-se no
trabalho e santificar os outros com o trabalho profissional.

8. Há que tratar a Sagrada Família

 Jesus, Maria e José formavam a família de Nazaré, a que chamamos


a Sagrada Família.
 Ao tratar com José, Maria e Jesus, estamos tratando a Sagrada
Família; temos de imitar as suas virtudes e querer viver segundo o
exemplo que nos deram.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Lê a vida oculta de Jesus tal como aparece nos Evangelhos,


meditando-a.
 Pensa se aproveitas a vida de família, o estudo e o trabalho, para
viver mais próximo de Deus como Jesus; quer dizer, para te
santificares.
 Trata a São José como cabeça da Sagrada Família, juntamente com
Maria e Jesus, para imitar as suas virtudes no lar de Nazaré.

13 Vida pública de Jesus


Compêndio do Catecismo
 108. Porque é que Jesus anuncia o Reino com sinais e milagres?

 547-550
567
 Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar
que o Reino está presente n’Ele, o Messias. Embora Ele cure
algumas pessoas, não veio para eliminar todos os males aqui na terra,
mas, antes de mais, para nos libertar da escravidão do pecado. A
expulsão dos demónios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o
«príncipe deste mundo» (Jo 12,31).

Introdução

 “É necessário que conheçamos bem a vida de Jesus, que a tenhamos


inteira na mente e no coração, de modo que, em qualquer momento,
sem necessidade de nenhum livro, cerrando os olhos, possamos
contemplá-la como um filme (...).
Se fizermos assim, se não criarmos obstáculos, as palavras de Cristo
penetrarão até ao fundo da nossa alma e transformar-nos-ão." (São
Josemaria Escrivá de Balaguer, Cristo que passa, n. 107).

Ideias principais

1. Os mistérios da vida pública de Jesus

 Dos muitos acontecimentos dos três anos de vida pública de Jesus


podem destacar-se:
 o baptismo no Jordão,
 as tentações no deserto,
 a pregação sobre o Reino de Deus,
 a transfiguração no monte Tabor,
 a subida a Jerusalém,
 a sua entrada messiânica na Cidade Santa
 e os mistérios finais da Paixão e morte para redimir os
homens.
2. O baptismo de Jesus no Jordão

 Com o baptismo começa a vida pública do Senhor.


 Foi o momento da manifestação de Jesus diante do povo de Israel
como o Messias prometido do Antigo Testamento e como o Filho de
Deus igual ao Pai.
 O baptismo de Cristo recorda-nos o nosso baptismo.

3. As tentações de Jesus no deserto

 Depois de ser baptizado por João, Jesus retirou-se para o deserto para
rezar, permitindo ser tentado pelo diabo.
 As respostas ao tentador põem em evidência a identificação filial
com o desígnio de salvação querido por Deus, seu Pai.
 A Igreja celebra, todos os anos, a quarentena de Jesus no deserto,
vencendo, com a sua penitência, as tentações do diabo, para nos dar
exemplo.

4. A pregação sobre o Reino de Deus

 Jesus veio ao mundo pregar o Reino de Deus e fundar a Igreja.


 Desta pregação são especialmente significativos o Sermão da
Montanha e as parábolas, confirmando a sua missão com a
santidade de vida e os milagres.
 Desde o começo da vida pública, Jesus elegeu doze apóstolos para
estar com Ele e associá-los à sua missão.

5. A transfiguração de Cristo no Tabor

 Jesus transfigurou-se na presença dos seus discípulos predilectos:


Pedro, Tiago e João, para fortalecer a fé dos Apóstolos ante a
proximidade da Paixão.
 Segundo a tradição sucedeu no monte Tabor.

6. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém

 Jesus sobe a Jerusalém voluntariamente, disposto a morrer.


 A entrada messiânica em Jerusalém, que celebramos no Domingo de
Ramos, manifesta a vinda do Reino que o Rei-Messias - recebido na
sua cidade pelos meninos e pelos humildes de coração - vai levar a
cabo com a sua morte e ressurreição.
7. Do Cenáculo à Cruz

 “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a Sua


hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os Seus que
estavam no mundo, amou-os até ao extremo" (João 13,1).
 Então desafogou o seu coração num longo discurso, que serve de
marco:
 ao lava-pés, dando-lhes exemplo de humildade e de serviço;
 ao mandamento novo do amor, que lhes confia;
 à instituição da Eucaristia e do sacerdócio ("Fazei isto em
memória de Mim" (Lucas 22,19);
 à promessa do Espírito Santo;
 à oração sacerdotal, que abre a perspectiva da glória da Cruz,

 Lê todos os dias alguma passagem do Evangelho sobre a vida de


Jesus, meditando-o.
 Jesus é nosso modelo em tudo; imita a vida de Cristo nas tuas
relações com os outros homens

8. Conhecer a vida de Jesus

 Cada cristão deve conhecer e reproduzir em si mesmo a vida de


Jesus Cristo.
 Muito lhe ajudará ler e meditar a Sagrada Escritura, de onde tirará
contínuas lições para seguir Jesus, que nos marca o caminho da
santidade na vida ordinária da família e do trabalho.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Lê todos os dias alguma passagem do Evangelho sobre a vida de


Jesus, meditando-o.
 Jesus é nosso modelo em tudo; imita a vida de Cristo nas tuas
relações com os outros homens.

14 A paixão e morte de Jesus


Compêndio do Catecismo
 112. Qual é a importância do Mistério pascal de Jesus?

 571-573
 O Mistério pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte,
ressurreição e glorificação, está no centro da fé cristã, porque o
desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas com a
morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo.

Introdução

 Entre os grandes mistérios do amor de Jesus Cristo que nos narram


os Evangelhos, o que mais surpreende é a sua Paixão, a sua Morte e
Ressurreição.
 Porque morreu Jesus Cristo? Para nos salvar, quer dizer, para obter o
perdão dos nossos pecados e devolver-nos a graça e a amizade com
Deus, manifestando o seu amor e mostrando a malícia do pecado.

Ideias principais

1. Jesus Cristo é o Salvador

 Depois do pecado dos primeiros pais, Adão e Eva, o homem


necessitava de ser redimido.
 Deus, no seu infinito amor para com os homens, enviou-nos o seu
Filho para nos salvar dos nossos pecados.
 Jesus Cristo é o Filho de Deus feito homem, que nos salvou. Ele e só
Ele é o Salvador, o Redentor do homem.

2. Jesus Cristo oferece um sacrifício de valor infinito

 O sacrifício de Isaac é figura da Paixão de Cristo, com a diferença de


que Deus não perdoou ao seu próprio Filho e o entregou à morte por
nós.
 Jesus aceitou a vontade do Pai por caridade e obediência.
 Se quis sofrer tanto, foi para nos demonstrar quanto nos ama e nos
fazer compreender a gravidade do pecado.

3. Jesus Cristo, sacerdote, oferece-se a si mesmo

 No Antigo Testamento, os sacerdotes eram os encarregados de


oferecer os sacrifícios a Deus.
 Jesus Cristo, sacerdote eterno, não ofereceu coisas da terra ou
animais, mas a si mesmo.
 Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, o Sacerdote que se ofereceu a si
mesmo na cruz, e a Vítima desse sacrifício.

4. Para que se ofereceu Jesus Cristo na cruz?

 Jesus Cristo ofereceu-se na cruz principalmente por quatro motivos:


 Para dar glória a Deus, seu Pai.
 Para dar graças.
 Para reparar a ofensa do pecado.
 Para pedir a Deus o que necessitamos.

5. A cruz na vida do cristão

 "Quem não leva a sua cruz e não Me segue não pode ser Meus
discípulo" (Lucas 14,27).
 Jesus levou a cruz às costas, também para nos dar exemplo e nos
ensinar a amar o sacrifício. Temos de amar as coisas que nos custem,
oferecendo-as a Jesus, e buscar, além disso, coisas que nos custem,
querendo identificar-nos com Ele.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Ao ver uma cruz ou um Crucifixo, agradece a Jesus que morreu nela


para nos salvar.
 Medita as catorze estações da Via Sacra.

15 A ressurreição e a ascensão de Cristo ao céu


Compêndio do Catecismo

 131. Qual o sentido e a importância da Ressurreição?

 651-655
658
 A Ressurreição é o culminar da Encarnação. Ela confirma a
divindade de Cristo, e também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza
todas as promessas divinas em nosso favor. Além disso, o
Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o princípio da nossa
justificação e da nossa Ressurreição: a partir de agora, Ele garante-
nos a graça da adopção filial que é a participação real na sua vida de
Filho unigénito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará o nosso
corpo.

Introdução

 No Domingo de Páscoa o Senhor ressuscitou como tinha predito.


 A Ressurreição de Jesus Cristo é a festa das festas, o centro ou ponto
de referência de todas as celebrações, a Páscoa ou passagem do
Senhor, o triunfo definitivo de Deus entre os homens.
 Depois de passar quarenta dias com os seus discípulos, o Senhor
subiu ao céu, onde está sentado à direita do Pai.

Ideias principais

1. A Páscoa é a festa mais importante do ano

 A festa da Páscoa comemora o triunfo de Jesus Cristo ressuscitado: é


o culminar da nossa Redenção e o que confirma a nossa fé.
 A ressurreição de Cristo é fundamento da religião cristã, porque é o
argumento principal da sua divindade e da verdade da nossa fé.

2. A ressurreição de Cristo é um facto histórico

 Este milagre é um facto histórico que muitas testemunhas puderam


comprovar porque, o que antes tinha morrido, aos três dias apareceu-
lhes vivo e com o mesmo corpo, agora glorificado.
 A ressurreição de Cristo transcende a história, porque este milagre,
testemunhado pelos anjos, por Cristo e pela Escritura, é a
confirmação da divindade de Jesus e da verdade de sua doutrina
3. Jesus Cristo subiu ao céu e está sentado à direita do Pai

 Jesus Cristo, transcorrido o tempo da sua vida na terra, ascendeu


vivo e glorioso ao céu, onde - enquanto homem - compartilha o
poder e a glória com o Pai e o Espírito Santo.

4. A Páscoa é o triunfo de Cristo

 A Igreja celebra a ressurreição durante a noite de sábado a domingo:


a Vigília Pascal.
 É a "noite sacratíssima", em que se acende o círio pascal, que
simboliza a luz de Cristo; as leituras bíblicas relembram as grandes
intervenções de Deus com o homem, desde a criação até à redenção;
se renovam as promessas do baptismo. O aleluia três vezes repetido,
o som dos sinos e os acordes do órgão, as luzes, as flores, tudo
irrompe como a vida nova de Cristo ressuscitado.

5. Jesus Cristo vive e é o fundamento da vida cristã

 O círio pascal recorda que a luz do mundo é Cristo, que morreu mas
ressuscitou, e vive e permanece connosco na Igreja e na Sagrada
Eucaristia.
 A diferença fundamental que distingue Jesus Cristo dos fundadores
de outras religiões é que ninguém se proclamou Deus, Salvador do
mundo e centro de todos os corações, como Ele o fez, apelando aos
seus milagres, sobretudo o da sua ressurreição, como garantia das
suas palavras e doutrina.

6. Cada domingo celebramos a ressurreição de Jesus Cristo

 Jesus Cristo ressuscitou no Domingo da Ressurreição. Por isso lhe


chamamos domingo ou dia do Senhor: porque ressuscitou Jesus.
 Mas é tão grande o milagre da ressurreição que, não só o celebramos
nesse dia, mas todos os domingos do ano. Cada domingo os cristãos
vão à Missa para celebrar a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Faz actos de fé explícita na ressurreição de Cristo e na sua presença


entre nós, especialmente na Sagrada Eucaristia.
 Vive o domingo como a celebração da ressurreição de Jesus Cristo
16 Jesus Cristo voltará para julgar os vivos e os mortos
Compêndio do Catecismo

 133. Como reina agora o Senhor Jesus?

 668-674
680
 Senhor do cosmos e da história, Cabeça da sua Igreja, Cristo
glorificado permanece misteriosamente sobre a terra, onde o Seu
Reino já está presente como germe e início na Igreja. Ele um dia
voltará em glória, mas não sabemos quando. Por isso, vivemos
vigilantes, rezando: «Vem, Senhor» (Ap 22,20).

Introdução

 Quando Jesus Cristo vier “na Sua majestade, e todos os anjos com
Ele, então se sentará sobre o trono de Sua majestade. Todas as
nações serão congregadas diante d’Ele, e separará uns dos outros,
como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à
sua direita e os cabritos à esquerda... E esses irão para o suplício
eterno; e os justos para a vida eterna" (Mateus 25, 31.32. 46).

Ideias principais

1. Juízo particular e juízo final

 Além do juízo particular, que acontece imediatamente depois da


morte, a fé da Igreja diz que, no fim do mundo, será julgada a
humanidade inteira.
 Este segundo juízo será de todos e na presença de todos os homens,
no final dos tempos, e, por isso, se chama juízo final ou juízo
universal.

2. Sentido do juízo final

 O juízo final não mudará em nada a sentença estabelecida no juízo


particular, mas servirá para que resplandeça a sabedoria e a justiça
divina, para prémio dos bons e castigo dos maus, também quanto aos
corpos.
 O juízo final revelará, até às suas últimas consequências, o que cada
um tenha feito – de bom ou de mau - ou tenha deixado de fazer
durante a sua vida terrena.

3. A segunda vinda de Jesus Cristo

 Senhor Jesus, como profetizou aos Apóstolos, irá com grande poder
e majestade, rodeado de todos os seus anjos, como Juiz supremo.
 Nós conheceremos então o sentido último de toda a obra da Criação
e da Redenção.
 O juízo final revelará que a justiça de Deus triunfa sobre todas as
injustiças cometidas pelas suas criaturas e que o seu amor é mais
forte que a morte.

4. A esperança dos “novos céus e da nova terra"

 No final dos tempos, o Reino de Deus chegará na sua plenitude, E os


justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e
alma. E o mesmo universo material - o cosmos inteiro - será
transformado.
 A Sagrada Escritura chama “ novos céus e nova terra " a esta
renovação misteriosa, que transformará a humanidade e o mundo.
 Deus terá a sua morada entre os homens.

4. A esperança dos “novos céus e da nova terra"

 No final dos tempos, o Reino de Deus chegará na sua plenitude, E os


justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e
alma. E o mesmo universo material - o cosmos inteiro - será
transformado.
 A Sagrada Escritura chama “ novos céus e nova terra " a esta
renovação misteriosa, que transformará a humanidade e o mundo.
 Deus terá a sua morada entre os homens.

5. Preparar-nos para o encontro definitivo com Deus

 A espera de uma nova terra "não deve debilitar, mas sim avivar, a
preocupação de cultivar esta terra (…). Todos estes bons frutos (…)
encontraremos depois, de novo, limpos de toda a mancha,
iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino
eterno e universal". Deus será então "tudo em todos" na vida eterna
(cfr. Lumen gentium, 48).

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Pensa que um dia as nossas acções ficarão patentes e a descoberto


diante de todos os homens. Procura fazer tudo com rectidão de
intenção.
 Está sempre preparado para receber a Jesus Cristo com a alma bem
disposta.

17 Creio no Espírito Santo


Compêndio do Catecismo

 136. Que quer dizer a Igreja quando professa: «Creio no


Espírito Santo»?

 683-686
 Crer no Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Santíssima
Trindade, que procede do Pai e do Filho, e «com o Pai e o Filho é
adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado aos nossos corações»
(Gal 4,6) para recebermos a vida nova de filhos de Deus.

Introdução

 O cristão é Templo do Espírito Santo. Desde o preciso momento do


baptismo está na nossa alma em graça, santificando-a e adornando-a
com os seus dons. Se não o expulsamos por um pecado mortal, Ele
inspira-nos e assiste-nos, guiando-nos até ao céu.
 Este é o grande dom de Jesus Cristo ao subir ao céu: "A vós convém
que Eu vá, porque se não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se for,
Eu vo-l’O enviarei" (João 16,7).

Ideias principais
1. O Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade

 O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, e


professamos a sua divindade quando rezamos no Credo: "Creio no
Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos
Profetas". Temos de crer, pois, em Deus Espírito Santo.

2. Deus Pai, Filho e Espírito Santo realizam a salvação

 Sabemos que Jesus Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade,


fez-se homem e morreu por nós. Com a sua vida, morte e
ressurreição, os homens foram salvos.
 Mas, na nossa salvação, intervêm as três Pessoas divinas: o Pai, que
enviou o seu Filho; o Filho que morreu por nós; o Espírito Santo, que
veio no dia de Pentecostes para ser como a alma da Igreja e habitar
em cada um de nós.

3. O Espírito Santo santifica-nos

 Temos dito que há um só Deus; portanto, todas as coisas que Deus


faz são feitas pelas três Pessoas divinas. Contudo, umas coisas são
atribuídas ao Pai, outras ao Filho, e outras ao Espírito Santo.
 Ao Espírito Santo, que procede do amor do Pai, e do Filho, atribui-se
particularmente a santificação dos homens, se bem que a santificação
é obra de toda a Trindade.

4. O Espírito Santo e a Igreja

 No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e


discípulos, que estavam reunidos no Cenáculo com a Santíssima
Virgem.
 Com a vinda do Espírito Santo, a Igreja abria-se às nações. O
Espírito Santo, que Cristo derrama sobre os seus membros, constrói,
anima e santifica a sua Igreja.

5. O Espírito Santo santifica principalmente pelos sacramentos

 A santificação que o Espírito Santo opera em nós consiste em nos


unir cada vez mais com Deus; mas, para que o possa conseguir,
temos de o deixar actuar na nossa alma.
 Vivendo sempre na graça de Deus.
 Recebendo os sacramentos, especialmente a Penitência e a
Eucaristia.
 Escutando o que Ele nos diz por meio dos Pastores da Igreja e
das inspirações interiores.

6. É preciso tratar com o Espírito Santo

 Sabemos que o Espírito Santo é o «doce hóspede da alma», que está


dentro de nós quando vivemos em graça.
 Ao Espírito Santo temos de pedir, de modo especial, os seus sete
dons, necessários para viver de verdade como cristãos:
 O dom da sabedoria.
 O dom do entendimento.
 O dom do conselho.
 O dom da fortaleza.
 O dom da ciência.
 O dom da piedade.
 O dom do temor de Deus.

7. Algumas orações dirigidas ao Espírito Santo

 «Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo».


 «Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo».
 «Vinde ó Santo Espírito, enchei os corações dos vossos fiéis e
acendei neles o fogo do vosso amor».
 «Vem, Espírito Santo, e envia do céu um raio da tua luz».

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Considera que, quando se está em graça, o Espírito Santo habita na


alma como num templo; faz propósito de viver sempre na graça de
Deus.
 Repete, especialmente por volta da festa de Pentecostes, algumas das
orações dirigidas ao Espírito Santo.

18 Jesus Cristo fundou a Igreja


Compêndio do Catecismo
 149. Quais são as origens e a realização plena da Igreja?

 758-766
778
 A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno
desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de
Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas
palavras e acções de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a
sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada
como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no
dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos,
como assembleia celeste de todos os redimidos.

Introdução

 A Igreja depende inteiramente de Cristo, como a luz da lua depende


da influência do sol.
 Já dizia Santo Agostinho que a Igreja é Cristo entre nós:
 as suas mãos continuam a curar-nos (os sacramentos da
Igreja), a sua boca continua a falar-nos (a doutrina cristã que
prega a Igreja). A Igreja continua a missão de Cristo, que, para
isso, a fundou.
 Quando professamos a fé no Símbolo, dizemos: "Creio na Igreja una,
santa, católica e apostólica". É a Mãe que nos cuida com os
sacramentos e com a doutrina de Jesus Cristo, conduzindo-nos até ao
céu.

Ideias principais

1. Jesus Cristo fundou a Igreja para continuar a sua obra na terra

 Como a Redenção que Cristo tinha conseguido para nós tinha que
chegar a todos os homens, Cristo funda a Igreja com a missão de
continuar na terra o plano divino da salvação, a sua obra salvadora.
A Igreja, portanto, não é invenção humana, mas algo querido
expressamente por Deus.

2. O que é a Igreja
 A palavra Igreja significa "convocação“:
 a Igreja é o novo povo de Deus convocado pela Palavra e
constituído pela graça que nos é dada pelos sacramentos,
 fundada por Cristo e regida pelo Papa e pelos bispos, que
conduzem os fiéis cristãos à salvação
 sob a acção do Espírito Santo.
 Passamos a formar parte da Igreja no dia do nosso baptismo, que nos
torna discípulos de Cristo, como aqueles que seguiam o Senhor.

3. A fundação da Igreja

 O Evangelho narra os passos sucessivos com os que Cristo fundou a


“Sua Igreja".
 Começou a pregar o Reino de Deus,
 elegeu logo doze Apóstolos,
 e designou um deles – Pedro - seu vigário na terra,
entregando-lhe o poder supremo sobre toda a Igreja.
 Fez muitos milagres para demonstrar que - com Ele - tinha
chegado o Reino de Deus.
 Com a sua morte na cruz conseguiu a salvação de todos os
homens,
 e a última pedra foi a vinda do Espírito Santo, que enviou do
céu no dia de Pentecostes.

4. O mistério da Igreja

 Cristo edificou a sua Igreja dotando-a de características especiais,


distinta das outras sociedades que conhecemos:
 A Igreja é humana e divina ao mesmo tempo,
 Visível e invisível ao mesmo tempo.
 Também é hierárquica e carismática, embora os carismas
estejam subordinados à Hierarquia, que governa em nome de
Cristo sob a acção do Espírito Santo, dador dos carismas.

5. Cristo fundou uma só Igreja e a Católica é a verdadeira

 A verdadeira Igreja fundada por Cristo é una, santa, católica e


apostólica:
 É una, porque tem um só Papa, uma mesma fé e os mesmos
sacramentos.
 É santa, porque santíssimo é Jesus Cristo que a fundou, santa
a sua doutrina, e santos os meios para nos fazer santos (os
sacramentos).
 É católica, que significa universal, porque chama todos para o
seu seio e está espalhada por toda a parte.
 É apostólica, porque está fundada sobre os Apóstolos e ensina
a doutrina que eles ensinaram.

6. Amar a Cristo é amar a sua Igreja

 Disse São Cipriano que "não pode ter a Deus por Pai quem não tem a
Igreja como Mãe".
 Depois de saber um pouco mais o que é a Igreja, entendemos que
seria um grave erro aceitar a Cristo e rejeitar a Igreja.

7. Deveres que temos para com a Igreja

 Os deveres para com a nossa Madre Igreja são:


 crer no que a Igreja ensina;
 cumprir o que nos manda;
 amá-la de verdade sentindo-nos felizes e honrados por
pertencer a ela.
 Rezar pela Igreja: pelo Papa e pelos bispos, pelos sacerdotes e
todos os cristão.
 Além disso, temos de ajudá-la nas suas necessidades

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Dá muitas graças a Deus, porque quis instituir a Igreja, que continua


entre os homens a missão de Cristo.
 Medita esta frase de São Cipriano e tira consequências: "Não pode
ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja como Mãe".
19 Quem pertence à Igreja
Compêndio do Catecismo

 177. Quem são os fiéis?

 871-872
 Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, são
constituídos membros do povo de Deus. Tornados participantes,
segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de
Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja.
Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de
filhos de Deus.

 São Paulo compara a Igreja -Corpo de Cristo - com o corpo humano,


que é um só com membros diferentes.
 No corpo da Igreja a cabeça é Jesus Cristo, e os membros, os
cristãos: os da terra, os do purgatório e os do céu. Esta
realidade singular da Igreja é conhecida como o Corpo Místico
de Cristo.
 A missão que os cristãos hão-de levar a cabo tem formas distintas,
segundo a função que cada um desempenha na Igreja, mas todos têm
a sua responsabilidade.

Introdução

 São Paulo compara a Igreja -Corpo de Cristo - com o corpo humano,


que é um só com membros diferentes.
 No corpo da Igreja a cabeça é Jesus Cristo, e os membros, os
cristãos: os da terra, os do purgatório e os do céu. Esta
realidade singular da Igreja é conhecida como o Corpo Místico
de Cristo.
 A missão que os cristãos hão-de levar a cabo tem formas distintas,
segundo a função que cada um desempenha na Igreja, mas todos têm
a sua responsabilidade.

Ideias principais

1. A Igreja é governada pelo Papa e pelos bispos


 O Papa e os bispos constituem a Hierarquia, que governa o povo de
Deus -assistida pelos presbíteros e diáconos -, a quem temos de amar
e obedecer.
 A missão que recebeu consiste em
 ensinar a doutrina de Jesus Cristo;
 santificar mediante a administração dos sacramentos;
 governar, ditando leis que obrigam em consciência, julgando e
castigando, se for preciso.
2. O Papa

 O Romano Pontífice é o sucessor de Pedro, Vigário de Cristo na


terra e cabeça visível de toda a Igreja, com jurisdição suprema sobre
todos e cada um dos pastores e fiéis.
 Além disso - por vontade divina - o Papa é infalível e não pode
equivocar-se quando define doutrinas de fé e de moral, como mestre
supremo de toda a Igreja.

3. Os Bispos

 Por instituição divina os Bispos são os sucessores dos Apóstolos.


 Em união com o Papa, apascentam o povo de Deus, como mestres da
doutrina, sacerdotes do culto sagrado e reitores da grei que se lhes
encomenda (de ordinário uma pequena porção da Igreja denominada
diocese).
 “(…) dão a conhecer infalivelmente a doutrina de Cristo quando,
ainda que dispersos pelo mundo, guardam a comunhão entre si e com
o sucessor de Pedro (…)” (Lumen gentium, 25).

4. Os presbíteros ou sacerdotes de segunda ordem, e os diáconos

 Os presbíteros são os ministros de Cristo que, sob a autoridade do


bispo,
 cooperam com ele na pregação do Evangelho,
 na santificação dos fiéis e na direcção do povo cristão,
 sobretudo mediante os sacramentos da penitência e da
Eucaristia.

 Os diáconos receberam o grau inferior do sacramento da Ordem, mas


não são sacerdotes;
 Ordenam-se para o serviço do povo de Deus em união com o
bispo e seu presbitério, no ministério da liturgia, da pregação e
da caridade.
5. Os laicos ou seculares

 Os laicos são os fiéis cristãos – excepto clérigos e religiosos – que,


incorporados a Cristo pelo baptismo, formam o povo de Deus e
participam, a seu modo, da função sacerdotal, profética e régia de
Cristo, exercendo na Igreja e no mundo – segundo a sua condição – a
missão de todo o povo cristão.
 Devem ser testemunhas de Cristo em todos os lugares onde vivam, e
estão chamados a ser santos, como os demais membros da Igreja.

6. Os religiosos

 Os religiosos são os fiéis que vivem afastados do século para


professar os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e
obediência;
 com que proporcionam um admirável testemunho de que o
mundo não pode ser transformado nem oferecido a Deus sem
o espírito das bem--aventuranças.
 Desta maneira contribuem para o bem de toda a Igreja e para a
realização da sua missão salvadora.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Medita no encargo de Cristo, que deixou a todos os cristãos a


responsabilidade de que se cumpra a missão da Igreja, e tira
consequências.
 Reza com frequência pelo Papa e pelos Bispos. Sobretudo pelo bispo
da tua própria diocese; pode fazer-se de modo especial na Santa
Missa.

20 A comunhão dos santos


Compêndio do Catecismo

 194. O que significa a expressão comunhão dos santos?

 946-953
960
 Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja
nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a
Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da
comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1
Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (Act 4, 32),
mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.

Introdução

 A Igreja é o corpo de Cristo, na qual se integram os fiéis da terra, os


que estão no purgatório e os santos do céu;
 entre os três grupos existe uma comunhão de vida, da mesma forma
que, em família, os membros que a compõem se ajudam uns aos
outros.
 Esta comunhão de vida e de bens sobrenaturais, que inter comunica
os membros da Igreja com a Cabeça e entre si, é o que se chama
Comunhão dos Santos.

Ideias principais

1. Pelo baptismo começa-se a fazer parte do corpo da Igreja

 Ao receber o baptismo incorporamo-nos na Igreja, que é o Corpo


Místico de Cristo.
 Ao receber a graça no sacramento unimo-nos a Cristo, que é a
Cabeça desse corpo, e começamos a ser membros vivos.
 Se perdemos a graça, separamo-nos da Cabeça e somos como
membros mortos.

2. Cada membro está unido aos demais membros

 No Corpo Místico de Cristo, a graça é como o sangue no corpo


humano.
 A graça e os dons que Deus nos dá estabelecem uma comunhão de
vida sobrenatural dos membros com a Cabeça e os membros entre si.

3. A união entre os santos do céu, as almas do purgatório e os fiéis da terra

 A Igreja é formada:
 pelos que pelo baptismo pertencem a ela e estão na terra
(Igreja militante),
 pelos santos que estão no céu (Igreja triunfante),
 E pelos que estão purificando a sua alma no purgatório antes
de entrar no céu (Igreja purgante).
 Os três estados da única Igreja estão unidos, porque a única Cabeça é
Cristo, e a vida que a todos anima é a graça.

4. A comunicação de bens na Igreja

 Na Igreja sucede algo parecido com uma transfusão de sangue.


 A graça de Cristo, os méritos da Santíssima Virgem e dos
santos, ajudam-nos a nós na vida da alma, como uma
transfusão de sangue ajuda à vida do corpo.
 As nossas orações e as boas obras são como sangue bom que
damos aos outros: aos nossos pais e irmãos, aos amigos, aos
outros homens, e também às benditas almas do purgatório.
 E as boas obras dos outros membros da Igreja ajudam-nos e
fazem bem às nossas almas.

5. Como viver a comunhão dos santos

 A melhor maneira de viver a comunhão dos santos é receber os


sacramentos. Outro modo, é invocar a Virgem Maria e os santos,
porque nos conseguem de Deus muitas graças.
 Nós podemos ajudar a Igreja purgante, oferecendo a Missa, trabalho
e orações, pelas almas que estão no purgatório.
 E da mesma maneira podemos ajudar a Igreja militante - os cristãos
que estão lutando ainda na terra -, oferecendo coisas durante o dia
para que Deus os ajude.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Um modo de viver a comunhão dos santos é encomendar na Missa as


benditas almas do purgatório.
 Quando um cristão se porta melhor, ajuda os outros membros da
Igreja. Esta responsabilidade deve impelir-nos a viver cada dia
melhor a própria vida cristã.
21 Creio no perdão dos pecados
Compêndio do Catecismo

 201. Porque é que a Igreja tem o poder de perdoar os pecados?

 981-983
986-987
 A Igreja tem a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o
próprio Cristo lho conferiu: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a
quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a
quem os retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).

Introdução

 O perdão dos pecados resume a missão de Cristo no mundo, pois,


como disse São Paulo, “o Qual foi entregue pelos nossos pecados e
ressuscitou para nossa justificação" (Romanos 4,25).
 Na aparição da tarde da ressurreição disse aos Apóstolos: "Recebei o
Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados" (João 20,23).
 Na Igreja, portanto, existe o perdão dos pecados, em virtude de uma
condescendência infinita de Deus para com o homem

Ideias principais

1. Somos pecadores

 O homem nasce com o pecado original, herdado dos primeiros pais,


Adão e Eva. Além disso, ao longo da vida, todos pecamos:
 ofendemos a Deus porque não cumprimos o que Ele nos pede;
 ofendemos também os nossos irmãos os homens, e com eles
ofendemos a Deus.
 O homem tem uma grande necessidade do perdão de Deus.

2. Cristo perdoava os pecados

 Enquanto Jesus Cristo esteve na terra, perdoava os pecados aos que


se arrependiam. No Evangelho destaca-se este poder de Cristo, que
podia exercê-lo por ser verdadeiro Deus, além de verdadeiro homem.
 "Filho, tem confiança, são-te perdoados os teus pecados"
(Mateus 9,2), disse ao paralítico.
 E à mulher pecadora que se apresenta em casa de Simão, diz-
-lhe: "São-te perdoados os pecados" (Lucas 7,48).

2. Cristo entrega o poder de perdoar os pecados à Igreja

 Quando, na tarde da ressurreição, Cristo dá o Espírito Santo aos


Apóstolos, deu-lhes justamente o poder de perdoar os pecados:
 "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes
ser-lhes-ão retidos" (João 20,22-23).
 A Igreja exerce este poder sobretudo no baptismo e na penitência.

4. Há um só baptismo para o perdão dos pecados

 No momento da ascensão ao céu disse Jesus aos Apóstolos: "Ide por


todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e
for baptizado, será salvo; mas quem não crer, será condenado"
(Marcos 16, 15-16).
 O baptismo é o primeiro sacramento que perdoa os pecados e os
apaga completamente, ainda que não livre o homem da debilidade da
sua natureza nem da concupiscência.

5. O sacramento da penitência

 Sendo tão radical o efeito do baptismo, conviria pensar numa


posterior inocência definitiva; contudo, a liberdade do homem é
frágil, e volta a necessitar do perdão.
 Cristo conhecia a nossa condição e dispôs outro meio de
reconciliação para os que tenham caído depois do baptismo: O
sacramento da penitência que nos reconcilia com Deus e com a
Igreja.
6. A Igreja pode perdoar todos os pecados

 Não há nenhum pecado, por grave que seja, que a Igreja não possa
perdoar.
 Cristo quis que na Igreja estivessem abertas as portas do perdão a
quem se arrepende dos seus pecados.
 Na Igreja têm o poder de perdoar os pecados pelo sacramento da
penitência unicamente os que receberam a potestade sacerdotal no
sacramento da Ordem: os bispos e os presbíteros.

7. Temos de agradecer este dom de Cristo à sua Igreja

 São João Crisóstomo dizia: “Os sacerdotes receberam um poder que


Deus não deu nem aos anjos, nem aos arcanjos... Deus sanciona lá
em cima tudo o que os sacerdotes façam aqui em baixo".
 E Santo Agostinho: "Se na Igreja não houvesse remissão dos pecados
não haveria nenhuma esperança, nenhuma expectativa de uma vida
eterna e de uma libertação eterna. Demos graças a Deus que deu à
Igreja semelhante dom".

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Acode com frequência – e também arrependido – ao sacramento da


penitência.
 Dá muitas graças a Deus pelo imenso dom de Cristo à sua Igreja: a
missão e o poder de perdoar verdadeiramente os pecados.

22 Creio na ressurreição da carne

Compêndio do Catecismo

 203. O que significa a «ressurreição da carne»?

 990
 A expressão «ressurreição da carne» significa que o estado definitivo
do homem não será só a alma espiritual separada do corpo, mas
também que os nossos corpos mortais um dia retomarão a vida.

Introdução

 Um cristão crê firmemente - e espera - que da mesma forma que


Cristo ressuscitou de verdade de entre os mortos e vive para sempre,
assim os justos - depois da sua morte - viverão para sempre com
Cristo ressuscitado; e Ele os ressuscitará no último dia.
 “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como
dizem alguns entre vós que não há ressurreição dos mortos?
Pois, se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não
ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé...
Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, sendo Ele as
primícias dos que morrem" (1 Coríntios 15,12-14.20).

Ideias principais

1. Todos os homens hão-de morrer

 A experiência da morte, que a todos atinge, é completamente certa e


segura.
 Só se vive e se morre uma vez; é uma fantasia – e um erro – pensar
na reencarnação depois da morte.
 A morte é a separação da alma e do corpo; o final da vida terrena.
Poucas horas depois de morrer, o corpo começa a corromper-se.

2. A morte, consequência do pecado

 A morte entrou no mundo por causa do pecado. O homem é, por


natureza, mortal, mas Deus tinha corrigido esta falha da constituição
humana com um privilégio que o livrava da morte, se fosse fiel ao
seu Criador.
 Portanto, a morte foi contrária aos desígnios de Deus criador, e
entrou no mundo como consequência do pecado dos primeiros pais,
Adão e Eva.

3. A morte foi transformada por Cristo

 A morte cristã deve ter um sentido positivo. A obediência de Jesus


transformou a maldição da morte em bênção. Pela sua morte, Cristo
venceu a morte, abrindo assim a todos os homens a possibilidade de
salvação.
 A visão cristã da morte expressa--se, de modo privilegiado, na
liturgia da Igreja quando diz:
 “A vida dos que em ti cremos, Senhor, não termina,
transforma--se; e, ao desfazer-se a nossa morada terrena,
adquirimos uma mansão eterna no céu" (Prefácio de
defuntos).

4. A continuação da morte

 No instante da morte a alma separa-se do corpo - a alma não morre,


porque é imortal - e comparece imediatamente diante de Deus para
ser julgada.
 Conforme a sentença do juízo, a alma vai para o céu a gozar
eternamente de Deus - vai para o purgatório, se necessita de se
purificar -, ou para o inferno, no caso do homem morrer em pecado
mortal e sem a graça de Deus. Depois da morte já não se pode
merecer nem rectificar o destino final.
 Este juízo, que acontece no próprio momento da morte, é o juízo
particular. O juiz será Jesus Cristo

5. Os mortos ressuscitarão no final dos tempos

 O cristão crê firmemente que, do mesmo modo que Cristo


ressuscitou, também ele ressuscitará no fim do mundo: o nosso
corpo, transformado, ressuscitará para se unir com a alma e nunca
mais morrer.
 Ressuscitarão todos os homens, mas não terão todos o mesmo
destino: os bons ressuscitarão para a glória eterna, e os maus para
eterna condenação.

6. Preparar-nos bem para o momento da morte

 O Senhor - no Evangelho - avisa-nos destas tremendas verdades da


vida e da morte, para que estejamos preparados quando nos pedir
contas, no momento do juízo. Devemos estar sempre preparados.
Como?
 Pedir frequentemente perdão ao Senhor.
 Fazer todos os dias o exame de consciência.
 Confessar-se com frequência

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Procura fazer, antes de te deitares, o exame de consciência, revendo


brevemente o que fizeste bem e o que fizeste mal durante o dia. Faz
um acto de contrição, e tira propósitos para melhorar no dia seguinte.
 Pensa que Deus nos vai julgar no final da vida e que, ainda que seja
um Pai misericordioso, é também justo.

23 Creio na vida eterna


Compêndio do Catecismo

 207. O que é a vida eterna?

 1020
1051
 A vida eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte. Ela
não terá fim. Será precedida para cada um por um juízo particular
realizado por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será confirmada
pelo juízo final.

Introdução

 A morte abre a porta da "vida eterna", e a vida eterna, - último artigo


do Símbolo - é a meta do homem. A vida "não termina, transforma-
se"; os que crêem em Cristo podem adquirir uma mansão eterna no
céu. Viveremos eternamente!
 “O que temos de pretender é ir para o céu. Se não, nada vale a pena“
(São Josemaria Escrivá).

Ideias principais

1. Para o céu vão os que têm a alma limpa

 "Vi aparecer uma grande multidão, que ninguém podia contar, de


todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante
do trono e diante do Cordeiro (Cristo), revestidos de vestes brancas
com palmas nas suas mãos" (Apocalipse 7,9).
 Vestidos com vestes brancas quer dizer que estavam em graça de
Deus e limpos de qualquer mancha ou pecado. Por isso receberam o
prémio do céu.
 Como diz o Evangelho, "Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus" (Mateus 5,8).

2. O céu consiste em ver, amar e gozar de Deus eternamente

 "Nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no coração do


homem, o que Deus preparou para aqueles que o amam" (1
Coríntios 2,9).
 "Estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4,18).
 Deus é o sumo bem, a beleza infinita, e o homem, que anseia ver
coisas maravilhosas, ficará completamente saciado - saciado sem
saciar - ao contemplar a Deus. Vê-lo-emos tal qual é. Os desejos de
amor que o homem tem ficarão plenamente colmatados.

3. A purificação final ou Purgatório

 Os que morrem na graça e amizade com Deus, mas imperfeitamente


purificados, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de
obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu.
 A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é
completamente distinta do castigo dos condenados.

4. Podemos ajudar as almas do purgatório

 Deus quer que a Igreja da terra ajude as almas no purgatório, onde


estão a purificar-se, e com o desejo ardente de ir para o céu para estar
com Deus.
 Temos de ajudá-las e podemos fazê-lo com estes auxílios:

 Oferecer como sufrágio a Santa Missa.


 Rezar muito pelas almas do purgatório.
 Oferecer em seu favor as nossas boas obras.

5. O inferno existe

 "Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, que foi


preparado para o demónio e para os seus anjos". E conclui: "E esses
irão para o suplício eterno;" (Mateus 25,41.46).
 O inferno existe, porque Deus é justo; e tendo que premiar os
homens que livremente fizeram o bem, tem que castigar os que
livremente fizeram o mal.
 No inferno não há nenhum descanso e não se acaba nunca de sofrer,
porque é eterno. Disse-o o Senhor: "Ide, malditos, para o fogo
eterno" (Mateus 25,4). A existência do inferno e a eternidade das
suas penas são uma verdade de fé, em que devemos acreditar
firmemente.

6. Para o inferno vão os que morrem em pecado mortal

 No momento do juízo, o Senhor condena os maus ao inferno.


 Quem são esses maus que vão para o inferno? São Paulo enumera as
obras da carne: fornicação, luxúria, idolatria, inimizades, invejas,
homicídios..., e afirma: “Os que as praticam não possuirão o reino
de Deus" (Gálatas 5,19-21). Em definitivo, são todos os que, ao
morrer, têm a alma manchada pelo pecado mortal.

7. É preciso ajudar os outros a ganhar o céu e evitar o inferno

 Só o céu dá, sem dúvida, sentido à vida do homem; não ir para o céu
é ter fracassado rotundamente. Só podem entrar nele os que morrem
na graça de Deus.
 Isto deve-nos mover interiormente para fazer muito apostolado e
conseguir que todos os homens se salvem.
 Temos de rezar, oferecer pequenas mortificações, viver
exemplarmente a nossa vocação cristã, falar aos outros de
Deus.
 Deus premeia a generosidade, e teremos o gozo de nos
encontrarmos no céu com essas almas que ajudámos na terra.

8. O "Ámen" final do Credo

 No Credo, como o último livro da Bíblia, termina-se com a palavra


hebraica Ámen, que finaliza normalmente as orações.
 Esta palavra tem a mesma raiz da palavra acreditar, em hebreu.
Assim, pois, o Ámen final do Credo recolhe e confirma a sua
primeira palavra "Creio".
 Crer é dizer "Ámen" às palavras, às promessas, aos mandamentos de
Deus, é confiar totalmente n’ Ele.

Propósitos de vida cristã


Um propósito para avançar

 Reza e oferece pequenos sacrifícios pela conversão dos pecadores e


pela perseverança final de todos os cristãos.
 Recorda-te do céu perante as dificuldades que se apresentam na vida
cristã. Quando vem a tentação, para a repelir e não ofender a Deus,
recorda que existe o inferno.
 Ao rezar o Credo e dizer "Ámen", sê consciente do que significa:
creio firmemente em tudo o que acabo de dizer.

24 O que celebram os cristãos quando se reúnem


Compêndio do Catecismo

 18. O que é a liturgia?

 1066-1070
 A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do seu
Mistério Pascal. Na liturgia, pelo exercício da função sacerdotal de
Jesus Cristo, a santificação dos homens é significada e realizada
mediante sinais, e é exercido, pelo Corpo místico de Cristo, ou seja
pela Cabeça e pelos membros, o culto público devido a Deus.

Introdução

 O que a liturgia unicamente anuncia e celebra é o mistério de Cristo.


 Cristo vive e actua na Igreja por meio dos sacramentos, que aplicam
os méritos da Redenção, continuando a obra salvadora que Jesus
realizou no mundo.
 O que quiser viver a vida de Deus, terá de participar na Liturgia da
Igreja, que celebra os mistérios da nossa salvação em união com
Cristo e sob a acção do Espírito Santo, para oferecer a Deus Pai a
homenagem de adoração, louvor e acção de graças que espera dos
seus filhos.

Ideias principais

1. O que é a Liturgia da Igreja

 A Liturgia é a obra com a qual Cristo - mediante sinais sensíveis -


 glorifica o Pai na unidade do Espírito e salva os homens,
 actuando como Cabeça invisível na Igreja por meio dos seus
ministros,
 para perpetuar a obra da redenção no mundo.
 Na Liturgia, pois, a Igreja exerce o culto público a Deus.
 A Liturgia é participação na oração de Cristo e fonte de vida que
emana do Salvador.

2. A Liturgia, obra da Santíssima Trindade

 Na Liturgia intervém toda a Trindade.

 Deus Pai é adorado e louvado como fonte de bênçãos da


criação e da salvação;
 Cristo - o único Liturgista - realiza a glória de Deus e a
salvação dos homens pelos sacramentos;
 o Espírito Santo - como alma da Igreja - vivifica e impulsiona
a obra de Cristo para a levar à sua perfeição.

3. Os sacramentos da Igreja

 A vida litúrgica da Igreja gravita em torno do sacrifício eucarístico e


dos sete sacramentos:

 Baptismo
 Confirmação
 Eucaristia
 Penitência
 Unção dos enfermos
 Ordem sacerdotal
 Matrimónio.

4. A celebração dos sacramentos da Igreja

 Ainda que existam diversas tradições dentro da única Igreja de


Cristo, nas celebrações litúrgicas há alguns elementos comuns:
a) Quem celebra. A Liturgia é obra do Cristo total, Cabeça e corpo.
b) Como celebrar. A celebração litúrgica compreende sinais e símbolos.
c) Quando celebrar. O domingo, dia do Senhor, é o dia principal da
celebração da Eucaristia.
d) Onde celebrar. A Igreja tem necessidade de lugares onde a comunidade
possa reunir-se: são as nossas igrejas.

5. Temos de participar activamente na Liturgia da Igreja

 A nossa Mãe Igreja pede-nos que participemos nas celebrações

 de forma consciente (dando-nos conta do que fazemos),


 activa (participando nas diversas cerimónias)
 e frutífera (estando bem preparados para aproveitar ao
máximo a celebração).

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Assiste sempre com devoção a qualquer celebração litúrgica da


Igreja, e, especialmente, à Santa Missa.
 Faz frequentes visitas à igreja ou templo mais próximo, que é sempre
um lugar privilegiado para o encontro com Deus e a oração.

25 Os 7 sacramentos da Igreja
Compêndio do Catecismo

 224. O que são e quais são os sacramentos?

 1113-1131
 Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos
por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a
vida divina. Os sacramentos são sete: o Baptismo, a Confirmação, a
Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o
Matrimónio.

Introdução
 Deus instituiu os sinais sensíveis a que chamamos sacramentos, para
expressar as realidades sobrenaturais da graça:
 nascemos para a vida sobrenatural pelo Baptismo,
 Fortalecemo-nos com a Confirmação,
 mantemos a vida com o alimento da Eucaristia,
 se se perde pelo pecado, a Penitência recupera-a,
 e com a Unção dos enfermos preparamo-nos para a viagem
que acabará no céu.
 A Ordem sacerdotal procura os ministros da Igreja,
 e o Matrimónio, que com os filhos perpetua a sociedade
humana, e faz crescer a Igreja, quando são regenerados pelo
baptismo.

Ideias principais

1. O que são os sacramentos

 Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos


por Jesus Cristo e confiados à Igreja, pelos quais se nos dispensa a
vida divina.

 Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra
menos conhecida; se vejo fumo, descubro que há fogo.
 Mas dizemos também sinal eficaz, porque o sacramento, não
só significa, mas também produz a graça (o fumo só significa
o fogo, mas não o produz).

2. O porquê da instituição dos sacramentos

 Cristo quis adaptar-se à nossa maneira de ser, dando-nos os dons


divinos por meio das realidades materiais que usamos, para que nos
fosse mais fácil consegui-lo.
 Da mesma forma que a Santíssima Humanidade de Cristo é o
instrumento unido à Divindade de que se serve o Verbo para realizar
a Redenção dos homens, assim as coisas ou acções dos sacramentos
são os instrumentos separados pelos quais Deus nos santifica,
adaptando-se à nossa maneira de ser e de entender.

3. Jesus Cristo instituiu os sete sacramentos

 Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo -que é o


autor da graça e pode comunicá-la por meio de sinais sensíveis - e
são sete: Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos
enfermos, Ordem e Matrimónio. Nos sete sacramentos são atendidas
todas as necessidades da vida sobrenatural do cristão.
4. Os sacramentos da Igreja

 Cristo confiou os sacramentos à sua Igreja, e podemos dizer que são


"da Igreja" num duplo sentido:
 a Igreja faz ou administra ou celebra os sacramentos,
 e os sacramentos constroem a Igreja (o baptismo gera novos
filhos da Igreja, etc.).
 Existem, pois, por ela e para ela.

5. Os sacramentos da fé

 Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à


edificação do Corpo de Cristo e, em definitivo, a prestar culto a
Deus,
 Como sinais, também têm um fim instrutivo. Não só supõem a fé,
mas também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras
e acções; por isso se chamam sacramentos da fé.

6. Efeitos dos sacramentos

 Os sacramentos, se se recebem com as disposições requeridas,


produzem como fruto:
a) Graça santificante: os sacramentos dão ou aumentam a graça
santificante.
b) Graça sacramental: é um direito a receber de Deus, no
momento oportuno, a ajuda necessária para cumprir as
obrigações contraídas ao receber aquele sacramento.
c) Carácter. O baptismo, confirmação e ordem sacerdotal
concedem, além do mais, o carácter, que é um sinal espiritual
e inapagável, que confere uma peculiar participação no
sacerdócio de Cristo.

7. De que se compõe um sacramento

 Um sacramento compõe-se de matéria, forma, e do ministro que o


realiza com a intenção de fazer o que faz a Igreja.
 A matéria é a realidade ou acção sensível, como a água no
baptismo, ou os actos do penitente na confissão (contrição,
confissão e satisfação).
 A forma são as palavras que, ao ministrá-lo, se pronunciam.
 O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento.

8. Diversidade de sacramentos

 Podem distinguir-se três grupos nos sacramentos :


a) Sacramentos de iniciação cristã: Baptismo, Confirmação e
Eucaristia.
b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos doentes.
c) Sacramentos ao serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e
Matrimónio

9. Os sacramentos são necessários para a salvação

 Os sacramentos, não só são importantes, mas também necessários, se


queremos viver a vida cristã e aumentá-la.
 Dão sempre graças, se se recebem com as devidas disposições; e, se
não se recebem mais graças, não é por culpa do sacramento, mas por
falta de preparação.
 Temos que nos aproximar, portanto, a receber os sacramentos com a
melhor disposição, para que possamos receber a graça e recebê-la em
abundância.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Agradece ao Senhor a instituição dos sete sacramentos, e demonstra


a estima preparando-te muito bem para os receber.
 Recebe com frequência os sacramentos da Penitência e a Eucaristia.

26 O baptismo faz filhos de Deus e membros da Igreja


Compêndio do Catecismo

 252. Quais os nomes do primeiro sacramento da iniciação?


 1213-1216
1276-1277
 Antes de mais, chama-se Baptismo por causa do rito central com que
é celebrado: baptizar significa «imergir» na água. O que é baptizado
é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como «nova
criatura» (2 Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e
da renovação no Espírito Santo» (Tit 3,5) e «iluminação», porque o
baptizado se torna «filho da luz» (Ef 5, 8).

Introdução

 O baptismo é "sacramento da fé", "porta dos sacramentos", ou "porta


da Igreja", como se lhe chama desde antigamente,

Ideias principais

1. Os sacramentos da iniciação cristã

 Os sacramentos da iniciação cristã são:

 o Baptismo, que é o início da nova vida em Cristo;


 a Confirmação, que dá fortaleza e plenitude a essa vida;
 e a Eucaristia, que nos alimenta com o Corpo e o Sangue de
Cristo para nos unirmos a Ele e nos transformar até nos
identificarmos com Ele.

2. Sentido do baptismo

 Pelo baptismo morremos para o pecado e ressuscitamos para a vida


nova da graça (cfr. Romanos 6,3-11).
 Todos nascemos com o pecado herdado dos primeiros pais, e, em
consequência, privados da graça; mas Cristo livrou-nos com a sua
morte e ressurreição.
 O baptismo é o sacramento que aplica a cada baptizado os frutos da
Redenção, para que morramos para o pecado e ressuscitemos para a
vida sobrenatural da graça.

3. O que é o baptismo

 "Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e


do Filho e do Espírito Santo» (Mateus 28,19). "Quem crer e for
baptizado, será salvo; mas quem não crer, será condenado" (Marcos
16,16).
 O baptismo é o sacramento instituído por Jesus Cristo, que nos faz
seus discípulos e nos regenera para a vida da graça. O baptismo é o
fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no espírito e a
porta que abre o acesso aos outros sacramentos.
 A matéria deste sacramento é a ablução com água, e a forma é
composta pelas palavras: “Eu te baptizo em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo".

4. Efeitos do baptismo

a) Apaga o pecado original.


b) Infunde a graça santificante.
c) Confere carácter sacramental.
d) Incorpora a Jesus Cristo.
e) Incorpora à Igreja

5. Necessidade do baptismo

 O baptismo é necessário para salvar-se: "Em verdade, em verdade te


digo que quem não renascer da água e do Espírito, não pode entrar
no Reino dos céus" (João 3,5).
 Quando não é possível receber o baptismo, pode alcançar-se a
graça pelo chamado baptismo de desejo - um acto de perfeito
amor a Deus, ou a contrição dos pecados - e pelo baptismo de
sangue ou martírio, que é dar a vida por Cristo.
 O baptismo é também necessário para os meninos. Entende-se a
necessidade de baptizar os meninos quanto antes.

6. Quem pode administrar o baptismo

 Normalmente baptiza o pároco, ou outro sacerdote ou diácono com a


sua permissão, mas em caso de necessidade pode faze-lo qualquer
pessoa.
 Deus deu todas as facilidades na administração deste sacramento; e
assim, inclusivamente um não baptizado, contanto que tenha
intenção de fazer o que faz a Igreja e o realize correctamente, baptiza
de verdade.
 A razão está em que é sempre Cristo quem baptiza, como observa
Santo Agostinho: "Baptiza Pedro? Cristo baptiza. Baptiza João?
Cristo baptiza. Baptiza Judas? Cristo baptiza".

7. Modo de administrar o baptismo


 Ao administrar o sacramento derrama-se água sobre a cabeça,
dizendo, com intenção de baptizar: “Eu te baptizo em nome do Pai, e
do Filho e do Espírito Santo".

8. Obrigações que o baptismo impõe

 Quando o baptismo se administra aos meninos, respondem pelo


neófito os seus pais e padrinho; mas o cristão adulto deve responder
por si mesmo e estar firmemente disposto a viver como baptizado.

 Essa resposta pode concretizar-se em:


 fazer actos de fé explícita (recitando o Credo, por exemplo),
 propondo guardar a lei de Jesus Cristo e da sua Igreja,
 e renunciando para sempre ao demónio e às suas obras, como
se faz na Vigília Pascal ao renovar as promessas do baptismo.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Agradecer a Deus o ter sido baptizado; inteirar-se do dia em que se


foi baptizado, e celebrá-lo.
 Tomar consciência de que o baptismo impõe a exigência cristã de
conservar e crescer na vida da graça, cumprindo fielmente os
mandamentos da lei de Deus e da Igreja.

27 Na Confirmação recebe-se o Espírito Santo

Compêndio do Catecismo

 265. Qual é o lugar da Confirmação no desígnio divino da


salvação?
 1285-1288
1315
 Na Antiga Aliança, os profetas anunciaram a comunicação do
Espírito do Senhor ao Messias esperado e a todo o povo messiânico.
Toda a vida e missão de Jesus se desenvolvem numa total comunhão
com o Espírito Santo. Os Apóstolos recebem o Espírito Santo no
Pentecostes e anunciam «as grandes obras de Deus» (Act 2,11).
Comunicam aos neófitos, através da imposição das mãos, o dom do
mesmo Espírito. Ao longo dos séculos, a Igreja continuou a viver do
Espírito e a comunicá-lo aos seus filhos

Introdução

 Antes do dia de Pentecostes, os apóstolos tinham medo, e depois


pregam a palavra de Deus com decisão; os que eram incultos e
ignorantes, depois falam dos mistérios de Deus e línguas estranhas.
Esta mudança tão surpreendente produz-se, porque naquele dia
receberam a plenitude do Espírito Santo.
 De maneira semelhante, os fiéis recebem também a plenitude do
Espírito Santo no sacramento da confirmação.

 Este tema pode servir para conhecer melhor a natureza e os efeitos


do sacramento e, se não se recebeu ainda, para se preparar bem com
a intenção de o receber quanto antes.

Ideias principais

1. Os Apóstolos receberam a plenitude do Espírito Santo no Pentecostes;


nós, na confirmação

 Na tarde da ressurreição, Jesus apareceu no Cenáculo aos discípulos


e soprou sobre eles, dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (João
20,22). Mas, no Pentecostes, ficaram todos cheios do Espírito Santo
e de dons excepcionais (cfr. Actos dos Apóstolos 2,1-4).
 Também nós recebemos no baptismo o Espírito Santo juntamente
com a graça, mas o Senhor instituiu o sacramento da confirmação,
que é necessário para a plenitude da graça baptismal.
 Comprometemo-nos muito mais, como autênticas testemunhas de
Cristo, a estender e defender a fé cristã com as nossas palavras e
obras, a mostrar-nos perante os outros como verdadeiros discípulos
de Cristo.
2. Efeitos do sacramento da confirmação

 De maneira parecida com o que sucedeu aos Apóstolos no dia de


Pentecostes, este sacramento produz na alma os seguintes frutos:

 Aumenta a graça.
 Imprime carácter.
 Fortalece a fé.
 Faz-nos testemunhas de Cristo.

3. Ministro, sujeito, matéria e forma do sacramento da confirmação

 O ministro ordinário deste sacramento é o Bispo; extraordinário, o


presbítero que goza desta faculdade por direito comum ou por
concessão peculiar da autoridade competente.
 O sujeito é toda a pessoa baptizada que não o recebeu. Para o receber
deve-se estar na graça de Deus, conhecer os principais mistérios da
fé e aproximar-se dele com reverência e devoção.

 A matéria é a unção na fronte com o crisma (mistura de azeite e


bálsamo consagrado pelo bispo), que se faz enquanto se impõe a
mão. A unção significa um dos efeitos do sacramento: robustecer a
fé.
 Constituem a forma estas palavras que o ministro pronuncia: "N.,
recebe por este sinal o dom do Espírito Santo". Responde-se:
"Amen".

4. Estimar muito a confirmação

 É preciso lutar por manter os frutos do sacramento. Só assim


seremos fortes para confessar com inteireza a fé cristã. Consegui-lo-
-emos, se acorremos com frequência à Penitência e à Eucaristia.
 Só excepcionalmente Deus pede o heroísmo do martírio; mas
reclama a todos esforçar-se nas pequenas lutas da vida diária:

 trato com os pais e irmãos, trabalho bem feito e oferecido a


Deus, ajuda generosa e desinteressada aos companheiros,
fidelidade à doutrina de Jesus Cristo e difusão da fé com o
exemplo, a amizade e os bons conselhos.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Ter desejos de receber a confirmação, se ainda não se recebeu; no


caso contrario, dar graças a Deus pelo grande dom do Espírito Santo.
 Procurar viver como verdadeiro cristão, com valentia e sem respeitos
humanos, consciente de que a confirmação faz "testemunha" de
Cristo.

28 A Eucaristia, mistério de fé e de amor


Compêndio do Catecismo

 271. O que é a Eucaristia?

 1322-1323
1409
 A Eucaristia é o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor
Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no
decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua
Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade,
o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a
alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.

Introdução
 A Eucaristia é o "sacramento dos sacramentos", o mais importante de
todos, já que contém a graça de Deus - como os outros sacramentos -
e o autor da graça, Jesus Cristo Nosso Senhor.
 Sabemo-lo, não pelos sentidos, mas pela fé, que se apoia no
testemunho de Deus: "Isto é o Meu corpo, que é dado por vós; fazei
isto em memória de Mim" (Lucas 22,19).
 a Eucaristia é "fonte e cume de toda a vida cristã (…). “Participando
do sacrifício eucarístico", os fiéis "oferecem a Deus a Vítima divina
e se oferecem a si mesmos juntamente com ela" (Lumen gentium,
11).

Ideias principais

1. A Eucaristia, fonte e cume da vida da Igreja

 A Eucaristia é o coração da Igreja, "fonte e cume de toda a vida


cristã (…). A Sagrada Eucaristia contém todo o bem espiritual da
Igreja, quer dizer, o próprio Cristo".
 Essa é a razão de que "os restantes sacramentos, como também todos
os ministérios eclesiais e as obras de apostolado, estão unidos à
Eucaristia e a ela se ordenam" (Presbyterorum ordinis, 5).

2. Os diversos nomes deste sacramento

 A riqueza inesgotável da Eucaristia expressa-se mediante os


diferentes nomes que recebe. Chama-se-lhe:
 Eucaristia, que significa acção de graças a Deus;
 Banquete do Senhor, porque Cristo o instituiu na Quinta-feira
Santa, na última Ceia;
 Santo Sacrifício, porque actualiza o único sacrifício de Cristo
na cruz;
 Comunhão, porque nos unimos ao próprio Cristo, recebendo o
seu Corpo e o seu Sangue;
 Santa Missa, porque quando se despedem os fiéis ao terminar
a liturgia eucarística, são enviados ("missão") para que
cumpram a vontade de Deus na sua vida ordinária.

3. A instituição da Eucaristia

 Jesus Cristo instituiu a Eucaristia na Quinta-feira Santa, na última


Ceia.
 Já tinha anunciado aos discípulos em Cafarnaún (cfr. João, 6) que
lhes daria a comer o seu corpo e o seu sangue.
 Também tinha vindo a preparar a fé dos seus com argumentos
incontestáveis:
 o milagre de Caná - converteu a água em vinho -,
 e a multiplicação dos pães.
 Assim, ao ouvir na última Ceia: Isto é o meu corpo (Lucas 22,19),
teriam a firme persuasão de que era como dizia; da mesma maneira
que a água se havia convertido em vinho pela sua palavra
omnipotente, e os pãezinhos cresceram até saciar uma grande
multidão.

4. A celebração litúrgica da Eucaristia

 Os Apóstolos receberam um encargo do Senhor: "Fazei isto em


memória de mim" (Lucas 22,19).
 Não é mero recordatório, mas actualização real do memorial de
Cristo: da sua vida, da sua morte, da sua ressurreição, e da sua
intercessão junto do Pai, que se realiza na Eucaristia.
 Desde meados do século II, e segundo o relato do mártir Justino,
temos testemunhadas as grandes linhas do desenvolvimento da
celebração eucarística, que permaneceram invariáveis até aos nossos
dias.

5. A Eucaristia, renovação incruenta do sacrifício da cruz

 Jesus Cristo ofereceu a Deus Pai o sacrifício da sua própria vida


morrendo na cruz.
 Mas, ainda que o valor do sacrifício de Cristo na cruz fosse infinito e
único, o Senhor quis que se perpetuasse - se tornasse presente - para
aplicar os méritos da redenção.
 Jesus Cristo instituiu a Missa, não para perpetuar a Ceia, mas o
sacrifício da cruz. Assim, a Missa renova incruentamente o próprio
sacrifício do Calvário; e a Eucaristia é igualmente sacrifício da
Igreja, pois, sendo a Igreja Corpo de Cristo, participa da oferenda da
sua Cabeça.

6. O sacrifício da Missa e o da cruz são essencialmente um e o mesmo

 Entre a Missa e o sacrifício da cruz há identidade essencial e


diferenças acidentais:
 O Sacerdote é o mesmo: Cristo, que no Calvário se ofereceu
só Ele, enquanto que na Missa o faz por meio do sacerdote.
 A Vítima é a mesma: Cristo, que no sacrifício da cruz se
imolou de maneira cruenta, enquanto que na Missa o faz de
modo incruento.
 Na cruz, Cristo resgatou-nos do pecado e ganhou para nós os
méritos da salvação; na Missa, aplicam-se-nos os méritos que
Jesus Cristo ganhou então.

7. Os fins da Santa Missa

 Os fins da Santa Missa são quatro:


 adorar a Deus,
 dar-lhe graças,
 pedir-lhe benefícios
 e satisfazer pelos nossos pecados.
 Podemos unir todo o nosso dia à Santa Missa, e viver ao longo dele
com esses mesmos sentimentos que teve Cristo na cruz.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 É preciso estimar a Missa tanto que se procure assistir sempre que


seja possível, com uma participação consciente, activa e frutuosa.
 Unir os pequenos sacrifícios de cada dia com o sacrifício de Cristo
que se renova na Eucaristia.

29 Jesus está realmente presente na Eucaristia


Compêndio do Catecismo

 282. Como é que Jesus está presente na Eucaristia?


 1373-1375 1413
 Jesus Cristo está presente na Eucaristia dum modo único e
incomparável. De facto, está presente de modo verdadeiro, real,
substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a
sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob
as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e
homem.

Introdução

 Sabemos que Cristo morreu, ressuscitou e subiu ao céu, onde está


sentado à direita do Pai. Mas está presente também na sua Igreja de
muitas maneiras: sobretudo sob as espécies sacramentais de pão e
vinho, que contêm o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, como ensina
a fé.
 O Senhor ficou realmente presente na Eucaristia com o seu Corpo,
Sangue, Alma e Divindade.
 Na Eucaristia está contido o verdadeiro Corpo de Jesus Cristo, o
mesmo que nasceu da Virgem e que está sentado à direita de Deus
Pai. Desde o princípio, os cristãos acreditaram nesta verdade.

Ideias principais

1. Na Eucaristia está o próprio Jesus Cristo

 O Concilio de Trento pontualiza que na Santíssima Eucaristia estão


contidos verdadeira, real e sustancialmente o corpo e o sangue,
juntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo,
e, por conseguinte, Cristo inteiro.
 É o que se conhece como presença real de Cristo no sacramento da
Eucaristia.
 Chama-se "real“, não a título exclusivo, como se as outras
presenças não fossem reais, mas por excelência, porque é
substancial e, por ela, Cristo, Deus e homem, se torna
totalmente presente, como explica Paulo VI.
 Essa luz, que arde dia e noite junto ao Sacrário, recorda-nos
que Jesus está ali realmente presente
2. A transubstanciação

 Quando o sacerdote diz: “Isto é o meu corpo", "Este é o cálice do


meu sangue", aquele é o Corpo e Sangue de Cristo. Pelo poder
divino outorgado ao sacerdote, produziu-se uma mudança, uma
conversão - e conversão de substâncias, porque as aparências
externas não mudaram -: o que era substância de pão, converteu-se
na substância de Cristo, no Corpo de Cristo.
 Essa conversão é o que se conhece com o nome de
transubstanciação ou mudança de substância. É um mistério
excepcional que a razão humana não consegue compreender, mas
Deus pode fazê-lo por meio do seu ministro, o sacerdote.

3. Jesus Cristo está realmente presente nas hóstias consagradas e em cada


uma das suas partes

 Quando o sacerdote consagra muitas hóstias cremos que Jesus Cristo


está realmente presente em todas e cada uma delas.
 Também cremos que, se uma hóstia se parte em diversos fragmentos,
Jesus Cristo está todo inteiro em cada um deles.
 Por isso o sacerdote recolhe cuidadosamente as partículas das
hóstias consagradas, ainda que sejam muito pequenas.
 O Senhor ficou por Amor, e com amor temos de o tratar.

4. Os cristãos devem manifestar fé e amor para com a Eucaristia

 O culto à Sagrada Eucaristia foi sempre vivido pelo povo cristão


com muitas devoções eucarísticas:

 A Quinta-feira Santa.
 A festa do Corpo de Cristo.
 A exposição e bênção do Santíssimo.
 As visitas ao Sacrário.

 As orações que alimentam a piedade eucarística:

 Comunhões espirituais.
 Adoro Te devote.
 Orações para antes e depois de comungar, etc.
 Guiados pela fé, é um detalhe de nobreza humana oferecer a Jesus no
Sacrário coisas dignas:

 que o Sacrário seja do melhor, cuidar os vasos sagrados,


 esmerar-se na limpeza;
 a genuflexão bem feita diante do Sacrário,
 ir com frequência a visitá-lo, etc.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Propõe-te fazer todos os dias uma visita ao Santíssimo no Sacrário


da igreja.
 Ao entrar numa igreja, ir primeiramente saudar o Senhor no Sacrário.

30 Na Sagrada Comunhão recebe-se a Cristo


Compêndio do Catecismo

 291. Que se requer para receber


a sagrada Comunhão?

 1385-1389
1415
 Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente
incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem
consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter
cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação
antes da Comunhão. São também importantes o espírito de
recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela
Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de
respeito para com Cristo.

Introdução

 Os primeiros cristãos encontravam a razão do seu heroísmo na


Eucaristia. A Comunhão dava-lhes alento e fortaleza para defender a
sua fé até ao martírio.
 Nós devemos tratar a Eucaristia com a mesma fé, respeito e amor
com que tratavam a Eucaristia os primeiros cristãos, a Virgem, os
santos.

Ideias principais

1. O sacrifício eucarístico e a comunhão

 O sacrifício eucarístico ou santa Missa é


 memorial sacrificial que perpetua o sacrifício da cruz
oferecido ao Pai,
 e banquete sagrado de comunhão no Corpo e Sangue do
Senhor
 A celebração eucarística está também orientada para a união íntima
dos fiéis com Cristo por meio da comunhão. Comungar é receber o

próprio Cristo que se oferece por nós. Cristo, pois, oferece-se ao Pai e se
dá aos homens.

2. Jesus Cristo instituiu a Eucaristia como alimento para as nossas almas

 "Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna
e Eu o ressuscitarei no último dia. Porque a Minha carne é
verdadeiramente comida e o Meu sangue verdadeiramente bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim
e Eu nele" (João 6,54-56).
 Na última Ceia cumpriu-se a promessa e o Senhor instituiu a
Eucaristia: "Tomai e comei; isto é o Meu Corpo" (Mateus 26,26). É a
afirmação clara de que o corpo do Senhor está na Eucaristia
realmente e se nos dá como alimento.

3. Os frutos da comunhão
 A comunhão sustenta a vida espiritual de um modo parecido a como
o alimento material mantém a vida do corpo. Frutos da comunhão
sacramental:
 Acrescenta a união com Cristo, realmente presente no
sacramento.
 Aumenta a graça e virtudes em quem comunga dignamente.
 Afasta-nos do pecado: purifica dos pecados veniais, porque
acende a caridade.
 Fortalece a unidade da Igreja, Corpo Místico de Cristo.
 Cristo dá-nos na Eucaristia a penhor da glória futura.

4. Disposições para comungar bem

 As disposições para receber dignamente a Cristo são:


 Estar na graça de Deus.
 Guardar o jejum eucarístico.
 Saber a quem se recebe.
 Até na compostura externa deve manifestar-se a piedade e o respeito
com que nos aproximamos a receber o Senhor.

5. A acção de graças na comunhão

 Jesus permaneceu na Eucaristia por amor para connosco. A melhor


maneira de O receber será realizar uma boa preparação antes de
comungar e, conscientes do dom recebido, dar graças, não só no
momento da comunhão, mas ao longo do dia.

 Depois de comungar, ficamos na igreja ou oratório, dando graças,


pelo menos uns minutos.

6. Obrigação de comungar e necessidade da comunhão frequente

 Jesus Cristo disse: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e


não beberdes o Seu sangue não tereis a vida em vós." (João 6,53). A
Igreja ordena no terceiro mandamento que, pelo menos uma vez por
ano, e pela Páscoa da Ressurreição, todo o cristão com uso da razão
deve receber a Eucaristia.
 Também há a obrigação de comungar quando se está em perigo de
morte; neste caso a comunhão é recebida como "Viático", que
significa preparação para a “viagem” da vida eterna.
 Isto é o mínimo, e o preceito deve ser bem entendido; a Igreja exorta
a receber o Senhor com frequência, inclusive diariamente. Se algum
dia não podemos comungar, é bom fazer uma comunhão espiritual.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Fazer o firme propósito de receber sempre a comunhão com as


devidas disposições.
 Ficar uns minutos ao terminar a Missa, agradecendo a Jesus tê-Lo
recebido na comunhão.

31 Celebração litúrgica da Eucaristia: a Santa Missa


Compêndio do Catecismo

 274. O que significa a Eucaristia na vida da Igreja?

 1324-1327
1407
 A Eucaristia é fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o
auge a acção santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto
para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o
próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade
do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela
celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e
antecipamos a vida eterna.

Introdução

 O centro da liturgia da Igreja é a Eucaristia - a Missa -, que os


Apóstolos celebraram desde o primeiro momento; desde então até
agora, a Missa tem permanecido essencialmente na mesma.
 Vamos expor o sentido das distintas partes e os diálogos entre o
sacerdote e os fiéis. Também falaremos da obrigação de assistir à
Missa aos domingos e festas de guarda, se se completaram sete anos,
se tem o uso da razão e não existe impedimento grave.

Ideias principais
1. A participação na Eucaristia

 Objectivamente, a Missa é a maior acção que se celebra na terra.


 Quando assistimos, devemos participar com o maior interesse e
devoção, tratando de alcançar o máximo fruto. Posto que na Missa se
renova o sacrifício do Calvário, deveríamos estar presentes com os
mesmos sentimentos de Santa Maria ao pé da cruz, acompanhando o
seu Filho plenamente identificada com Ele.

3. Partes da Missa

 Compreende dois grandes momentos com unidade básica: liturgia da


Palavra e liturgia Eucarística, precedidas pelos ritos iniciais e
seguidas da conclusão.

 Liturgia da Palavra:

 Leituras da Sagrada Escritura.


 Homilia.
 Profissão de fé ou Credo.
 Oração dos fiéis.

 Liturgia Eucarística:

 Ofertório.
 Prefácio.
 Oração eucarística ou Canon.
 Rito da comunhão.

3. Respostas dos fiéis na Missa

 Durante a Missa os fiéis recitam, dialogando, ou juntamente com o


sacerdote, orações como “Confissão", "Glória", "Credo", etc.
 Convém aprender estas orações e respostas para participar
dignamente na Missa; podem-se encontrar no Missal ou num
devocionário.

4. Primeiro mandamento da Igreja: ouvir Missa inteira todos os domingos e


festas de guarda

 A Igreja obriga - sob pecado mortal - a assistir à Missa nos domingos


e festas de guarda.
 Esta obrigação começa uma vez completados os sete anos (uso da
razão e se não há impedimento grave).
 A Igreja aconselha os fiéis a que participem diariamente na Santa
Missa. A razão é clara: a Missa é o centro e a raíz da vida da Igreja e
de cada um dos cristãos, e é o acto de culto por excelência oferecido
a nosso Pai do céu.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Viver bem a Santa Missa, participando nos diálogos e cuidando as


posições.
 Fazer o propósito de não deixar nunca de ir à Missa no domingo e
dia de preceito, e assistir algum outro dia em que não estamos
obrigados.

32 Na confissão, Jesus perdoa por meio do sacerdote


Compêndio do Catecismo

 297. Porque existe um sacramento da Reconciliação depois do


Baptismo?

 1425-1426
1484
 Porque a nova vida da graça, recebida no Baptismo, não suprimiu a
fragilidade da natureza humana nem a inclinação para o pecado (isto
é, a concupiscência), Cristo instituiu este sacramento para a
conversão dos baptizados que pelo pecado d’Ele se afastaram.

Introdução

 Uma das páginas mais comovedoras do Evangelho é a parábola do


filho pródigo. Eram dois irmãos e o menor decide abandonar a casa;
partiu para um país distante, onde dissipou todos os bens, levando
uma má vida. Até que um dia sentiu vergonha da sua situação e
decidiu voltar a casa para pedir perdão a seu pai: "Pai, pequei contra
o céu e contra ti" (Lucas 15, 18). O pai, quando o viu regressar, saiu
ao seu encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou--o. E mandou aos
criados que preparassem um banquete e uma grande festa para
celebrar o regresso do filho mais novo.
 Esta parábola pode-nos ajudar a entender o sacramento da
Penitência, que é o sacramento da misericórdia de Deus.

Ideias principais

1. Os sacramentos de cura

 Estudamos os sacramentos da iniciação cristã: Baptismo,


Confirmação e Eucaristia, que outorgam a vida nova em Cristo. Mas,
apesar de tanta graça, o homem é débil, pode pecar, e arrasta as
misérias do pecado.
 Cristo quis que na Igreja houvesse um remédio para essas
necessidades, e encontramo-lo nos sacramentos da Penitência e da
Unção dos enfermos, chamados sacramentos de cura porque curam a
debilidade e perdoam os pecados.

2. Para salvar-se, é preciso arrepender-se dos pecados

 Não há salvação possível sem o arrependimento dos pecados. Assim


o diz Jesus Cristo: "Se não fizerdes penitência, todos perecereis do
mesmo modo." (Lucas 13,3).
 Antes de Jesus Cristo vir, os homens não tinham a segurança de ter
obtido o perdão dos seus pecados. Trouxe-nos Ele a segurança, que
podia dizer: “São--te perdoados os teus pecados" (Mateus 9,2).

3. A instituição do sacramento da Penitência para perdoar os pecados

 Na tarde do domingo da Ressurreição Jesus Cristo instituiu o


sacramento da Penitência, ao dizer aos seus discípulos: "Recebei o
Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (João
20,22-23).
 Instituiu este sacramento a maneira de juízo, mas juízo de
misericórdia, para que os Apóstolos e legítimos sucessores
pudessem perdoar os pecados.
 Este sacramento denomina-se também sacramento da conversão, da
reconciliação, ou confissão.

4. O próprio Jesus Cristo, pelo sacerdote, é quem absolve

 Só o sacerdote - com potestade de ordem e faculdade de exercê-la


pode perdoar os pecados, pois Jesus Cristo deu esse poder só a eles.
 Não se obtém o perdão, portanto, dizendo os pecados a um amigo,
ou directamente a Deus.
 Além disso, no momento da absolvição é o próprio Cristo quem
absolve e perdoa os pecados por meio do sacerdote, já que o pecado
é ofensa a Deus e só Deus pode perdoá-lo. O sacerdote deve guardar
- sob obrigação gravíssima - o sigilo sacramental.

5. Efeitos deste sacramento

 Os efeitos deste sacramento são realmente maravilhosos:


 a reconciliação com Deus;
 a reconciliação com a Igreja;
 a remissão da pena eterna contraída pelos pecados mortais e
das penas temporais – pelo menos em parte – segundo as
disposições;
 a paz e a serenidade da consciência;
 os auxílios espirituais para o combate cristão, evitando as
recaídas no pecado.

6. Necessidade da Penitência

 O sacramento da Penitência é completamente necessário para


aqueles que, depois do baptismo, cometeram um pecado mortal. A
Igreja ensina que há a obrigação de confessar os pecados mortais ao
menos uma vez no ano, em perigo de morte, e tem que se comungar.
 Mas uma coisa é a obrigação e outra, muito distinta, o que convém
fazer, se se quer que aumente o nosso amor a Deus: devemos
confessar-nos amiudadamente e confessar-nos bem.

7. Conveniência da confissão frequente

 A Igreja recomenda vivamente a prática da confissão frequente,


também dos pecados veniais.
 Desta maneira aumenta-se o próprio conhecimento; cresce-se em
humildade; desenraízam-se os maus costumes; Faz-se frente à
tibieza e à preguiça espiritual; purifica-se e forma-se a consciência;
ajudam-nos na nossa vida interior, e aumenta a graça em virtude do
sacramento. Para crescer no amor a Deu é muito conveniente ter em
muita estima a confissão: confessar-se amiudadamente e bem.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Devemos mostrar grande amor e estima pelo sacramento da


Penitência.
 Fazer o propósito de recebê-lo com frequência e bem preparados.

33 A nossa reconciliação com Deus


Compêndio do Catecismo

 303. Quais são os actos do penitente?

 1450-1460
1487-1492
 Os actos próprios do penitente são os seguintes: um diligente exame
de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita,
quando é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre
outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar; a
confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do
sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos actos de
penitência, que o confessor impõe ao penitente para reparar o dano
causado pelo pecado

Introdução

 Medo, vergonha, falta de sinceridade..., são perigos a evitar na


confissão. Se estamos conscientes de que é o próprio Jesus Cristo
quem perdoa os pecados por intermédio do sacerdote, superaremos
melhor essas atitudes que retraem certos cristãos de se confessarem.

Ideias principais
1. Condições para uma boa confissão

 Para fazer uma boa confissão são necessárias cinco coisas:


 exame de consciência,
 dor dos pecados,
 propósito de emenda,
 dizer os pecados ao confessor
 e cumprir a penitência.
 É preciso confessar-se procurando viver bem estas disposições, sem
cair na rotina, já que cada confissão é um encontro pessoal com
Jesus Cristo.

2. Exame de consciência

 É preciso recordar os pecados mortais cometidos desde a última


confissão bem feita, considerando:
 os mandamentos da lei de Deus,
 os da Igreja
 e as obrigações do próprio estado.
 Se se descobrem pecados mortais, é preciso saber a categoria do
pecado, as circunstâncias que mudam a sua espécie e o número de
vezes ou, pelo menos, uma média aproximada. Convém ver também
os pecados veniais.
 Normalmente o exame deve ser breve, o que não quer dizer
"superficial". É mais fácil confessar-se bem quando nos examinamos
habitualmente.

3. Dor dos pecados

 A dor pode ser de atrição (pelo castigo ou pela fealdade do pecado)


ou de contrição (por ter ofendido a Deus, sendo quem é).
 A dor de contrição ou dor perfeita, fruto de uma ardente caridade
para Deus ofendido, quando existe a impossibilidade de confessar-se,
reconcilia o homem com Deus antes de que, de facto, se receba o
sacramento da Penitência. Mas esta dor não torna supérflua a
confissão oral dos pecados, apenas pressupõe o seu desejo e a ela se
ordena por natureza.
 A dor de atrição ou a sua dor imperfeita não perdoa o pecado, mas é
suficiente para receber o sacramento da Penitência.

4. Propósito de emenda
 Consiste na determinação de não voltar a pecar, como o indicou
Jesus à mulher pecadora: “Vai e doravante não peques mais" (João
8,11).
 Ainda que não seja possível ter a certeza de que não se ofenderá mais
a Deus, é preciso estar disposto a pôr os meios para não voltar a fazê-
-lo. Isto leva a evitar as ocasiões próximas e voluntárias de pecado:
más amizades, leituras, conversas, etc; a pôr os meios sobrenaturais e
humanos para fortalecer a vontade e não voltar a pecar.

5. Confissão ou acusação dos pecados

 Para fazer uma boa confissão é necessário dizer todos os pecados ao


confessor. É preciso confessar todos os pecados mortais segundo o
seu número e circunstâncias importantes.
 Por exemplo, as que mudam a espécie do pecado, que fazem
com que num só acto se cometam dois ou mais pecados
especificamente distintos, como seria o roubo com violência.
 Cometer-se-ia um sacrilégio e a confissão seria inválida, se se
calasse um pecado mortal com conhecimento; se se esquece algum
pecado e se dá conta depois, fica perdoado esse pecado, mas há a
obrigação de o dizer na próxima confissão; entretanto pode-se
comungar.
 Ainda que não seja necessário, é muito conveniente confessar
também os pecados veniais.

6. Cumprir a penitência

 A penitência imposta pelo confessor é para satisfazer a dívida devida


a Deus pelo pecado.
 É muito bom que, além de a cumprir de imediato, o penitente
procure livremente fazer por sua conta outras obras que o ajudem a
sentir e reparar o pecado.
 Se, tendo intenção de cumprir a penitência, depois não se cumpre, a
confissão é válida, ainda que este incumprimento possa ser grave ou
leve conforme os casos.

7. Normas práticas sobre o modo de se confessar

 Antes da confissão:
 Oração preparatória.
 Exame de consciência, e provocar a dor por todos e cada um
dos pecados.
 Propósito de emenda.
 Durante a confissão:
 Saudação habitual: “Perdoai-me, padre, porque pequei “.
 “Eu confesso". Acusa-se de todos os pecados com brevidade,
claridade e sinceridade. Ao terminar pode-se dizer: "Não
recordo mais".
 Escuta-se a recomendação do sacerdote e a penitência que
impõe.
 Faz-se um acto de contrição.
 Depois da confissão:
 Cumprir a penitência indicada quanto antes.
 Dar graças a Deus e pedir-lhe ajuda.

8. A celebração do sacramento da Penitência

 Ainda que em casos realmente excepcionais haja outras formas, a


confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da
absolvição, é o único caminho ordinário para a reconciliação com
Deus e com a Igreja.

9. As indulgências

 Com as indulgências perdoa-se a pena temporal que pode restar de


pecados já perdoados. Para ganhá-las tem que se estar na graça de
Deus e fazer o que pede a Igreja.
 Ganham-se indulgências de muitas maneiras: ao oferecer o trabalho
ou estudo, ao rezar o Angelus, o Rosário, a Via Sacra, a comunhão
espiritual, uma oração pelo Papa, ao usar uma medalha ou um
crucifixo benzido, etc.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprender a confessar-se bem, conforme as indicações que se dão no


tema ou perguntando ao sacerdote, pais, professor ou catequista, as
dúvidas que se tenham.
 Preparar uma boa confissão e fazê-la quanto antes.
34 A unção dos enfermos
Compêndio do Catecismo

 313. Como é vivida a doença no Antigo Testamento?

 1499-1502
 No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites
e ao mesmo tempo percebe que a doença está ligada misteriosamente
ao pecado. Os profetas intuíram que a doença podia ter também um
valor redentor em relação aos próprios pecados e aos dos outros.
Assim, a doença era vivida perante Deus, da qual o homem
implorava a cura.

Introdução

 Com o sacramento da Unção dos enfermos a Igreja acode na ajuda


aos seus filhos, que começam a estar em perigo de morte por doença
grave ou velhice. O sacramento da Unção dos enfermos proporciona
ao cristão a graça para vencer as dificuldades inerentes ao estado de
enfermidade grave ou velhice.
 Uma coisa que deve preocupar qualquer cristão é receber este
sacramento - ele ou o familiar ou o amigo – no momento oportuno,
valorando a ajuda que pode prestar ao que necessita.

Ideias principais

1. O cristão perante a enfermidade e a morte

 Para enfrentar com dignidade e proveito esse momento da vida, Deus


socorre o cristão com a Unção dos enfermos, remédio e ajuda
poderosa para suportar com Cristo a enfermidade e sair ao encontro
da morte fortalecidos com a graça especial do sacramento.
 A prudência cristã sugere que devemos estimar e desejar este
sacramento como uma oferta da misericórdia de Deus. Não estaria
mal pedir todos os dias o favor de receber devidamente o sacramento
da Unção dos enfermos.

2. O que é a Unção dos enfermos

 Nos últimos momentos da existência o demónio monta a grande


batalha: a alma necessita então de auxílios especiais. Estes auxílios
foram vinculados por Jesus Cristo à Unção dos enfermos,
sacramento instituído para alívio espiritual e também corporal do
cristão gravemente enfermo.
 Por este sacramento o cristão une-se a Jesus Cristo para ter os
mesmos sentimentos que Ele teve perante a dor e a morte.

3. Jesus Cristo instituiu este sacramento

 O sacramento da Unção dos enfermos foi instituído por Cristo,


embora o promulgasse o apóstolo S. Tiago, que mostra a tradição da
Igreja quando diz: “ Está entre vós algum enfermo? Chame os
presbíteros da Igreja, e estes façam orações sobre ele, ungindo-o
com óleo em nome do Senhor: a oração da fé salvará o enfermo, e o
Senhor o aliviará; se estiver com pecados, ser-lhe-ão perdoados"
(S.Tiago 5,14-15).

4. Efeitos deste sacramento

 A união do enfermo à Paixão de Cristo.


 O consolo, a paz e o ânimo para suportar cristãmente os sofrimentos.
 O perdão dos pecados, se não pode confessar-se e contando com que
se arrepende das suas culpas ao menos com dor de atrição.

 O restabelecimento da saúde corporal, se convém à saúde espiritual.

 Por isso, não é preciso esperar para lhe administrar o


sacramento, que o enfermo esteja já em agonia; o lógico é que
esteja plenamente lúcido. Contudo, se perdeu já o
conhecimento, tem direito a que se lhe administre o
sacramento, ainda que sob condição, na dúvida de se ainda
vive.

 Preparação para a passagem para a vida eterna.

5. Modo de administrar este sacramento

 O essencial da celebração - igual à dos outros sacramentos - é a


aplicação da matéria (Santos Óleos) e forma (palavras que pronuncia
o ministro, enquanto unge o enfermo).
 O sacerdote unge com óleo benzido (azeite de oliva consagrado pelo
bispo na Quinta -feira Santa, daí o nome de "Santos Óleos"), a fronte
e as mãos do enfermo, enquanto diz: "Por esta santa Unção e pela
sua misericórdia infinita, o Senhor venha em teu auxílio com a graça
do Espírito Santo". Resposta: "Amen". E acrescenta: "Para que
liberto dos teus pecados, Ele te salve, e na sua bondade, alivie os teus
sofrimentos". Resposta: "Amén".

6. É preciso preparar-se para o momento da morte

 Ter estudado este sacramento deve-nos fazer pensar na realidade da


morte, que recorda a necessidade de viver sempre na graça de Deus,
crescer na vida cristã, aceitar os sofrimentos que tenhamos nesta vida
e receber com alegria a morte, sabendo que é o passo necessário para
nos encontrarmos definitivamente com Deus no céu.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Oferece com alegria as dores da vida, especialmente a enfermidade,


sem ter medo da morte.
 Agradece e estima o sacramento da Unção dos enfermos, procurando
avisar o sacerdote quando algum familiar ou amigo esteja
gravemente doente.
35 O sacramento da Ordem
Compêndio do Catecismo

 322. O que é o sacramento da Ordem?

 1536
 O sacramento da Ordem é o sacramento graças ao qual a missão
confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser exercida na
Igreja, até ao fim dos tempos.

Introdução

 Para as necessidades sociais da Igreja e da comunidade civil, Jesus


Cristo instituiu a Ordem sacerdotal e o Matrimónio, ordenados à
salvação dos outros; por isso é que se conhecem como sacramentos
ao serviço da comunidade. Comecemos pelo sacramento da Ordem.

Ideias principais

1. Todos os cristãos participam, de distinta maneira, do sacerdócio de


Cristo

 O Senhor quis comunicar à Igreja uma participação do seu


sacerdócio, que se alcança mediante o sacramento da Ordem. Esta
participação singular é conhecida como sacerdócio ministerial, que
capacita para actuar na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja: os bispos
e presbíteros.
 Mas é preciso dizer que a Igreja inteira, fundada por Cristo, é um
povo sacerdotal, de modo que - pelo baptismo - todos os fiéis
participam do sacerdócio de Cristo. Esta outra participação chama-se
sacerdócio comum dos fiéis.

2. O sacerdócio comum e o ministerial são essencialmente diversos


 O sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não só em grau, do
sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o
serviço dos seus irmãos.
 Os que receberam o sacramento da Ordem são ministros de Cristo,
instrumentos d’ Ele que se serve para continuar no mundo a sua obra
de salvação. E levam-na a cabo por meio do ensino, o culto divino e
o governo pastoral.

3. A instituição do sacramento da Ordem

 Cristo escolheu os seus Apóstolos, e na última Ceia instituiu o


sacerdócio da Nova Aliança. Aos Apóstolos e aos seus sucessores no
sacerdócio mandou que renovassem na Missa o sacrifício da cruz; e
com estas palavras: “Fazei isto em memória de Mim" (Lucas 22,19),
institui-os sacerdotes do Novo Testamento. No dia da Ressurreição
conferiu-lhes também o poder de perdoar ou reter os pecados.
 Como os Apóstolos sabiam que o sacerdócio devia continuar na
Igreja quando eles morressem, depois de evangelizar uma cidade e
antes de a deixar, impunham as mãos a outros comunicando-lhes o
sacerdócio (cfr. 2 Timóteo 1,6; Actos 14,23).

4. Os três graus do sacramento da Ordem

 O sacramento da Ordem consta de três graus subordinados uns aos


outros.
 O episcopado e o presbiterado são formas de participação
ministerial no sacerdócio de Cristo.
 o diaconado, pelo contrário, está destinado a ajudá-los e a
servi-los.
 Por isso, o termo sacerdote designa os bispos e presbíteros,
mas não os diáconos. Contudo, os três graus são conferidos
pelo sacramento da Ordem.
 Normalmente quando se fala de sacerdotes entende-se que se fala
dos presbíteros.

5. O sacerdote é um homem consagrado a Deus para sempre

 Em virtude do sacramento da Ordem o sacerdote é ministro de


Cristo, mediador entre Deus e os homens para dar culto a Deus -
adoração, acção de graças, satisfação e impetração - e para
comunicar a graça aos homens.
 As pessoas que recebem este sacramento recebem um carácter
indelével e são sacerdotes para sempre. Juntamente com o carácter
recebe outras graças na consagração sacerdotal para assemelhar-se
com Cristo, de maneira que todo o sacerdote pode dizer-se que é
outro Cristo.
 Só podem receber este sacramento os varões baptizados que reunam
as devidas condições

6. Ministério dos sacerdotes

 As manifestações principais do ministério dos sacerdotes são:


 Pregar a Palavra de Deus.
 Administrar os sacramentos e, especialmente, celebrar a
Santa Missa.
 Guiar o povo cristão para a santidade.
 Dirigir ao Senhor a oração oficial da Igreja.

7. A missão espiritual do sacerdote

 A missão do sacerdote no mundo é fundamentalmente espiritual:


conduzir os homens a Deus, educando-os na fé e dando-lhes a graça
de Cristo contida nos sacramentos.
 O sacerdote é servidor de toda a comunidade cristã e elemento de
unidade. É lógico que se distinga, inclusivamente no seu porte
externo, como ordena a Igreja, e que tenha o dia completamente
cheio com a sua actividade sacerdotal, sem tempo para se dedicar a
outras coisas, e muito menos interferindo nas tarefas próprias dos
fiéis leigos.

8. Deveres dos fiéis para com os sacerdotes

 Sendo tão grande a dignidade do sacerdote e tão essencial a sua


função na Igreja, é lógico que os pais deixem seus filhos em plena
liberdade para seguir a vocação, se Deus os chamasse para o
sacerdócio.
 Os fiéis devem rezar para que Deus se digne conceder à sua Igreja
bons pastores e ministros zelosos.
 Devem professar um grande respeito, veneração e amor aos
sacerdotes, considerando-os como o que são: ministros de Cristo,
pais e pastores das almas. Por isso, devem ajudá-los também com
generosidade nas suas necessidades materiais.

Propósitos de vida cristã


Um propósito para avançar

 Pedir que haja muitos sacerdotes santos, e receber com alegria a


vocação ao sacerdócio, se Deus chama.
 Tratar com carinho e respeito todos os sacerdotes conhecidos da
paróquia, escolas...

36 O sacramento do matrimónio
Compêndio do Catecismo

 338. Para que fins instituiu Deus o Matrimónio?

 1659-1660
 A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de
leis próprias pelo Criador, está por sua natureza ordenada à
comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos.
Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é
indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: «O que Deus uniu não o
separe o homem» (Mc 10,9).

Introdução

 O amor dos pais para com os seus filhos e os detalhes de amor que
têm entre si os esposos, fazem-nos pensar na grandeza do sacramento
do matrimónio.
 Sabemos agradecer o que os nossos pais fazem por nós? Ajudamo-
los nas suas necessidades? Procuramos tornar-lhes a vida agradável?
Lembramo-nos de rezar por eles todos os dias?

Ideias principais
1. Instituição do matrimónio no Paraíso terreno

 Homem e mulher os criou, e os bendisse Deus, dizendo-lhes:


Procriai e multiplicai-vos e enchei a terra" (Génesis 1,27-28). Então
Deus institui o matrimónio,

 e o institui - como fim principal - para ter filhos e educá-los;


 como fim secundário, para que os esposos se ajudem entre si:
porque "não é bom que o homem esteja só, vou dar-lhe uma
ajuda semelhante a ele" (Génesis 2,18).

 Em consequência, o matrimónio é algo sagrado pela sua própria


natureza, e os esposos são colaboradores de Deus, participando do
poder divino de dar a vida.

2. O matrimónio, sacramento cristão

 Jesus Cristo elevou à dignidade de sacramento o matrimónio


instituído no começo da humanidade. O matrimónio entre cristãos é
imagem da união de Jesus Cristo e sua esposa a Igreja.
 Por isso, nenhum católico pode contrair o chamado "matrimónio
civil"; tal união não seria válida, já que não tem mais valor que o de
uma simples cerimónia legal perante o Estado. Entre católicos só é
válido o matrimónio -sacramento contraído na Igreja.

3. As propriedades do matrimónio

 Unidade: o matrimónio é a união de um só homem com uma só


mulher: "Deixará o homem seu pai e sua mãe, e juntar-se-á à sua
mulher, e virão a ser os dois uma só carne" (Génesis 2,24).
 Indissolubilidade: o vínculo conjugal não pode nunca desatar-se: "O
que Deus uniu não o separe o homem", diz o Evangelho (Mateus
19,6; 5,32; Lucas 16,18). O divórcio, pois, está proibido.
 Deus quis que fosse assim por várias razões: pelo bem dos
filhos; pelo bem, a felicidade e segurança dos esposos; pelo
bem de toda a sociedade humana, pois a humanidade
compõe--se de famílias.

4. Efeitos do sacramento do matrimónio


 Aumenta a graça santificante nos que o recebem. É preciso recebê-lo
em estado de graça; se não, comete-se um sacrilégio, ainda que o
matrimónio possa ser válido.
 Comunica os auxílios especiais para educar os seus filhos e cumprir
os deveres que contraem ao casar-se.
 Estes deveres são, para com eles próprios: amar-se e respeitar-
se, guardar fidelidade e ajudar-se mutuamente; com respeito
aos filhos: alimentá-los, vesti-los, educá-los religiosa, moral e
intelectualmente, e assegurar o seu futuro.
 Os ministros do sacramento são os mesmos contraentes; Contudo
deve celebrar-se perante testemunhas: diante do pároco ou seu
delegado; se não, é inválido.

5. O matrimónio, caminho de santidade

 O sacramento do matrimónio concede aos esposos as graças


necessárias para que se santifiquem e santifiquem os outros.
 É dever de toda a família - também dos filhos - facilitar esse clima
humano e cristão em que se consegue que os lares sejam luminosos e
alegres, sacrificando-se para alcançar as virtudes humanas e
sobrenaturais de uma família que começou a santificar-se com um
sacramento.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Esforçares-te por tornar agradável a vida das pessoas com que


convives.
 Estimar muito este sacramento e ajudar a que as outras pessoas o
entendam e agradeçam a Deus.
37 A vocação do cristão
Compêndio do Catecismo

 362. O que é a bem-aventurança eterna?

 1720-1724
1727-1729
 É a visão de Deus na vida eterna, em que seremos plenamente
«participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4), da glória de Cristo e
da felicidade da vida trinitária. A bem-aventurança ultrapassa as
capacidades humanas: é um dom sobrenatural e gratuito de Deus,
como a graça que a ela conduz. A bem-aventurança prometida
coloca-nos perante escolhas morais decisivas em relação aos bens
terrenos, estimulando-nos a amar a Deus acima de tudo.

Introdução

 Quando vai tratar dos mandamentos, o Catecismo da Igreja Católica


aborda o estudo da doutrina cristã com este belo título: "A vida em
Cristo".
 Na explicação do Símbolo da fé (primeira parte) dá-se razão dos
dons de Deus ao homem pela criação, e mais ainda, pela redenção.
 O desenvolvimento do ensino sobre os sacramentos (segunda parte)
mostra como na celebração do mistério de Cristo nos é dada a graça,
que nos faz participantes da natureza divina e filhos de Deus com o
baptismo; com o baptismo começa uma nova vida, a vida em Cristo.

Ideias principais

1. Cristo revela quem é o homem

 Diz o Concílio Vaticano II que "Cristo manifesta plenamente o


homem ao próprio homem e descobre-lhe a grandeza da sua
vocação" (Gaudium et spes, 22).

 Cristo, o Filho de Deus feito homem - homem perfeito -, enviado por


Deus Pai para nos salvar e nos dar exemplo, é como o espelho no
qual o homem pode saber quem é a que vocação foi chamado por
Deus.

2. Sentido da vida e vocação do homem

 O homem foi criado por Deus, e é a única criatura da terra que Deus
amou por si mesma.
 A pessoa humana está desde a sua concepção ordenada a Deus e
destinada à eterna bem-aventurança. O homem consegue a sua
perfeição na procura e amor da verdade e do bem.
 Em consequência, o sentido da vida está em caminhar para Deus
para viver eternamente com Ele: esta é a vocação do homem.

3. Viver de acordo com a vocação

 O homem deve viver de acordo com a vocação para que foi chamado
por Deus; deve seguir a lei moral que o próprio Deus pôs no mais
íntimo de cada pessoa e que lhe intima: “Faz o bem e evita o mal".
 Todos devem seguir esta lei, que ressoa na consciência, porque é lei
universal e imutável.
 O cristão conhece o caminho para alcançar a eterna bem-
-aventurança: cumprir os mandamentos.

4. A liberdade do homem

 O homem é livre; e sendo a nossa liberdade débil, pode obedecer - e


também desobedecer - a voz de Deus.
 A liberdade é a raíz do acto humano, e por isso o homem é
responsável.
 Devido ao pecado original, o homem conserva o desejo do bem, mas
a natureza humana está sujeita ao erro e inclinada para o mal no
exercício da sua liberdade.
 É preciso amar a liberdade e defendê-la, mas também é preciso
educá-la para que seja "a liberdade que Cristo nos ganhou".

5. A vocação do homem

 Com a sua morte na cruz Cristo livrou a humanidade do demónio e


do pecado, merecendo para todos a vida nova no Espírito Santo. E
este caminho que Cristo traçou é a que deve seguir todo aquele que
quer ir à procura d’Ele, para se unir a Ele, para se identificar com
Ele. Não há outro caminho.
 Nessa união com Cristo alcança-se a perfeição da caridade, a
santidade a que todos os homens estão chamados.

6. A vocação do homem para a felicidade

 Além de santos, Deus quer-nos felizes, contando ainda com que -


enquanto peregrinamos - temos de sustentar a cruz, que é condição
da existência cristã.
 Esse paradoxo fica bem expresso nas bem-aventuranças, onde Jesus
ensina quais são os verdadeiros bens. Somos herdeiros do Reino de
Deus, e a nossa verdadeira e plena felicidade realizar-se-á na visão
de Deus, no descanso com Deus.

7. Cristo, principio e meta de toda a vida

 Cristo, que é o Senhor do cosmos e da história, é para o homem


particularmente "o caminho, a verdade e a vida" (João 14,6).
Enquanto Deus, é criador do universo, que sustenta com a sua
palavra poderosa; como homem, é o Redentor do mundo, o único
Redentor, pois não há outro em quem nos possamos salvar.

 Se conheces a Cristo, sabes tudo; se ignoras a Cristo, não


sabes nada

 O homem do nosso tempo tem especial necessidade de procurar e


encontrar a Cristo:

 "Cristo é o amor que ama, é o caminho para ser andado, a luz


para ser acendida, a vida para ser vivida, o amor digno de ser
amado" (Madre Teresa de Calcutá).

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Medita as palavras de São Leão Magno: "Reconhece, cristão, a tua


dignidade...", e tira consequências para a tua própria vida.
 Enfrenta o estudo desta parte do Curso de Catequese com ânimo,
não só de conhecer o que significa viver em Cristo, mas sim de vivê-
lo realmente.
 Perante a ignorância quase universal, toma a determinação de buscar
a Cristo, para O conhecer e amá-l’O.
38 A moralidade do acto humano
Compêndio do Catecismo

 368. Quando é que o acto é moralmente bom?

 1755-1756
1759-1760
 O acto é moralmente bom quando supõe, ao mesmo tempo, a
bondade o objecto, do fim em vista e das circunstâncias. O objecto
escolhido pode, por si só, viciar toda a acção, mesmo se a sua
intenção for boa. Não é lícito fazer o mal para que dele derive um
bem. Um fim mau pode corromper a acção, mesmo que, em si, o seu
objecto seja bom. Pelo contrário, um fim bom não torna bom um
comportamento que for mau pelo seu objecto, uma vez que o fim não
justifica os meios. As circunstâncias podem atenuar ou aumentar a
responsabilidade de quem age, mas não podem modificar a qualidade
moral dos próprios actos, não tornam nunca boa uma acção que, em
si, é má.

Introdução

 A categoria singular do homem radica em que está dotado de


inteligência e vontade - criado à imagem e semelhança de Deus -,
com liberdade para tomar decisões. Mas, sendo criatura, a sua
liberdade deve estar harmonizada com a de Deus e com a dos seus
semelhantes. Isto é o que fazem os mandamentos, que são caminhos
da liberdade.
 A moralidade é uma qualidade do acto humano livremente exercido;
e será positiva – boa – se se ajusta à norma que o ordena como ser
racional; será negativa – má –, se age irracionalmente contra a
norma.

Ideias principais

1. Fontes da moralidade
 Na experiência mais elementar do ser humano produz-se um
fenómeno que convém assinalar: sabe que trabalha bem ou que
trabalha mal, que as suas acções são boas ou más. Como o sabe?
Diz-lho a consciência.
 Com a finalidade de ter à mão um critério claro e simples, os autores
consideram que a moralidade depende do objecto, o fim e as
circunstâncias:
a) O objecto eleito, que é aquele bem para que tende a vontade.
Por exemplo, tirar a vida a um inocente será sempre um crime.
b) O fim ou a intenção do acto. O fim não justifica os meios.
c) As circunstâncias, agravando ou diminuindo a qualidade boa
ou má de um acto.

2. Moralidade das paixões

 No ser humano habitam impulsos, tendências, afectos e sentimentos,


que se conhecem pelo termo ”paixões”. São forças que Deus pôs na
natureza e que nos movem a trabalhar. Pelo pecado, essas forças
estão desordenadas e provocam tensão no homem, mas é indubitável
a sua utilidade se se consegue controlá-las.
 As paixões são moralmente boas quando contribuem para uma acção
boa, e são moralmente más se impelem a trabalhar mal. As paixões
podem ser assumidas nas virtudes ou pervertidas nos vícios.

3. Actuar sempre de cara para Deus

 Não é fácil dominar as paixões; mas é necessário, se queremos viver


com a dignidade que comporta a condição humana, e, sobretudo, a
dignidade de cristãos, que se sabem filhos de Deus.
 "Deus não manda coisas impossíveis, mas quando manda algo,
adverte-te que faças o que puderes, que peças o que não possas, e
ajudar-te-á para que possas“ (Santo Agostinho)

Propósitos de vida cristã


Um propósito para avançar

 Na dúvida se estás a trabalhar bem, pergunta a ti próprio se o


objecto, fim e circunstâncias são bons.
 Em certas ocasiões é preciso ser heróicos para actuar bem, sem nos
deixarmos levar pelas circunstâncias e pelo ambiente, que nunca
justificam uma conduta imoral.

39 A consciência moral

Compêndio do Catecismo

 372. O que é a consciência moral?

 1776-1780
1795-1797
 A consciência moral, presente no íntimo da pessoa, é um juízo da
razão, que, no momento oportuno, ordena ao homem que pratique o
bem e evite o mal. Graças a ela, a pessoa humana percebe a
qualidade moral dum acto a realizar ou já realizado, permitindo-lhe
assumir a responsabilidade. Quando escuta a consciência moral, o
homem prudente pode ouvir a voz de Deus que lhe fala.

Introdução

 “Nas profundezas da sua consciência o homem descobre uma lei que


ele não deu a si próprio, mas à qual deve obedecer e cuja voz ressoa,
quando é necessário, nos ouvidos do seu coração, chamando-o
sempre a amar e a fazer o bem e a evitar o mal: faz isto, evita aquilo.
Porque o homem tem uma lei escrita por Deus no seu coração, em
cuja obediência está a dignidade humana e pela qual será julgado. A
consciência é o núcleo mais secreto e o sacrário do homem, no qual
está só com Deus, cuja voz ressoa no mais íntimo dela“. (Gaudium et
spes, n. 16).

Ideias principais

1. Que é a consciência
 A consciência é a voz interior que manifesta ao homem a bondade ou
malícia de uma acção, para que faça o bem e evite o mal; é o juízo da
razão, pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de
um acto concreto que pensa fazer, está a fazer ou fez.
 A consciência ressoa e avisa, e se se fez algo que a consciência
reprova, remorde; se se trabalhou bem, mostra a sua aprovação e
louvor.

2. Diversos estados da consciência

 Em relação com a aprovação pelo sujeito, temos:


a) Consciência certa: ao discernir a moralidade do acto, tem a
segurança de que é tal e como a consciência lhe dita.
b) Consciência duvidosa. É a que conhece o juízo moral com o
temor de que seja de outra maneira - sem aprovação firme,
portanto -.
 Em atenção ao objecto e à sua conformidade com a norma moral
temos:
a) Consciência recta ou verdadeira. É quando o juízo moral se
ajusta à norma objectiva, de modo que aquela acção é
realmente boa ou má, como nos é ditada.
b) Consciência errónea. É quando o juízo moral não se ajusta à
norma, mas o que é ditado como bom é mau, ou o que é ditado
como mau é bom; este juízo naturalmente procede do erro.

3. É preciso actuar sempre com consciência certa

 É preciso actuar sempre com consciência certa.


 Quando a consciência certa se apoia na rectidão ou verdade do
juízo moral, não oferece dificuldade alguma e compreende-se
que deve ser assim.
 Mas, e se a certeza se baseia no erro?
 Se o erro é invencível, é preciso seguir a consciência
certa. A acção é subjectivamente boa, ainda que não se
ajuste à norma, porque é o que dita a consciência e a
vontade quer o bem, sem que tenha outra saída por ser
invencível.

 Quando o erro é vencível, há má vontade e não se pode


falar de consciência certa como norma de conduta. O
que se deve fazer é sair do erro vencível.
4. A formação da consciência

 O homem tem o dever de formar a sua consciência para saber qual é


a vontade de Deus, à qual há-de ajustar-se o comportamento moral.
Os meios para formar a consciência são:
1. Conhecer a doutrina cristã.
2. Não actuar precipitadamente, mas pensar com serenidade.
3. Pedir conselho.
4. A direcção espiritual com o sacerdote.

5. Importância da formação da consciência

 Poucas pessoas têm consciência da importância da sua formação e,


frequentemente, ficam satisfeitas por evitar os perigos ou em não
escandalizar.
 O homem é responsável pela sua própria conduta e pela influência -
positiva ou negativa - na conduta dos outros.
 Em sentido negativo, Jesus Cristo adverte da gravidade do
escândalo; em sentido positivo, recorda que veio para que os homens
"tenham vida e a tenham em abundância ".

6. Regras para decidir sempre em consciência

 Normalmente, cuidando a formação da consciência não será difícil


conhecer e fazer o bem; e quando sobrevém alguma dificuldade, a
atitude interior de procurar com empenho o discernimento da
vontade de Deus, facilitará a solução. São úteis estas regras:
 Nunca se pode fazer o mal para obter um bem.
 Tratar os outros como queremos que nos tratem a nós.
 Actuar sempre respeitando o próximo e a sua consciência.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Faz um breve exame de consciência pela noite, antes de te deitares,


para ver se agiste na presença de Deus.
 Pensa se estás a actuar com consciência certa e, ao mesmo tempo,
com consciência recta ou verdadeira.

40 Virtudes morais, virtudes teologais


Compêndio do Catecismo

 377. O que é a virtude?

 1803. 1833
 A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. «O
fim de uma vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus» (S.
Gregório de Nissa). Há virtudes humanas e virtudes teologais.

Introdução

 Na proclamação dos santos não se faz outra coisa senão investigar e


sancionar que nesta vida há provas de que praticaram, em grau
heróico, as virtudes teologais da fé, esperança e caridade, assim
como as virtudes cardeais da prudência, justiça, temperança e
fortaleza, com as virtudes anexas.
 A virtude - e as obras virtuosas - é o que dá o toque de perfeição no
ser e no operar da natureza humana: "a graça não destrói a natureza,
mas aperfeiçoa-a".

Ideias principais

1. O que é a virtude

 Diz-se que a natureza é princípio radical de operações: vemos com


os olhos, ouvimos com os ouvidos, conhecemos com a inteligência.
 Se se exercem as potências e os órgãos adquirem formas estáveis de
actuação ou hábitos operativos, que, sem eles, são bons, chamam-se
virtudes; se são maus, vícios.
 A virtude, portanto, é uma qualidade boa, que aperfeiçoa de modo
habitual as potências, inclinando o homem a praticar o bem.

2. As virtudes humanas

 As virtudes mais excelentes são as virtudes teologais, que se referem


directamente a Deus; mas também são importantes as virtudes
morais, que aperfeiçoam o comportamento do indivíduo nos meios
que conduzem a Deus.
 As principais virtudes morais - chamadas também cardeais, porque
são como o gonzo ou fundamento das outras - são a prudência, a
justiça, a fortaleza e a temperança.

3. Virtudes naturais e graça sobrenatural

 Às vezes, é difícil viver as virtudes naturais, porque depois do


pecado original, o homem está desordenado e sente a inclinação para
o pecado; mas Deus concede a graça que as purifica e potencia,
elevando-as à ordem sobrenatural. Então, as virtudes, sem deixarem
de ser naturais, são também sobrenaturais.
 Com a ajuda de Deus, as virtudes naturais forjam o carácter e dão
agilidade na prática do bem. O homem é feliz ao praticar a virtude.

4. As virtudes teologais

 Estando o homem elevado à ordem sobrenatural, as virtudes naturais,


por si só, não bastam, ainda que sejam necessárias; e Deus concede
ao cristão as virtudes teologais no momento do baptismo, juntamente
com a graça:

 A fé é uma virtude sobrenatural pela qual acreditamos nas


verdades que revelou e a Igreja nos ensina.
 A esperança é uma virtude sobrenatural pela qual confiamos
em que Deus nos dará a glória mediante a sua graça e a nossa
correspondência.
 A caridade é uma virtude sobrenatural pela qual amamos a
Deus sobre todas as coisas e a nós e ao próximo por amor de
Deus.

5. Dons e frutos do Espírito Santo

 O edifício sobrenatural coroa-se com os dons e frutos do Espírito


Santo.
 Os dons são perfeições sobrenaturais que Deus infunde para
facilitar o exercício das virtudes, tornando-nos dóceis aos
impulsos do Espírito Santo. São sete:

 sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência,


piedade e temor de Deus.

 Além dos dons - e como antecipação da glória – enumeram-se


doze frutos do Espírito Santo:

 caridade, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade,


longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência e
castidade.

6. A caridade, virtude suprema

 A caridade é a virtude mais excelente de todas por ser a primeira das


teologais, que são as virtudes supremas.
 Quando se vivem de verdade, todas as virtudes estão animadas
e inspiradas pela caridade.
 Como diz São Paulo, a caridade é "vínculo de perfeição", a
forma de todas as virtudes.

7. Crescer nas virtudes

 O cristão que tenta viver uma vida segundo Deus, conta com a graça
divina e as virtudes.
 Com a ajuda de Deus e o esforço próprio há-de ir crescendo nas
virtudes. Deus nunca abandona, e basta que lutemos para fazer o bem
e viver a caridade sobretudo.

 A caridade consiste em amar a Deus com toda a alma, e a nós


e ao próximo por amor de Deus.

Propósitos de vida cristã


Um propósito para avançar

 Exercita as virtudes morais na vida ordinária: estudo, trabalho, vida


de família, amizades...
 Pede a Deus que nos aumente as virtudes teologais; fá-lo
especialmente durante a consagração da Missa, dizendo: "Senhor,
aumenta-me a fé, a esperança e a caridade".

41 A caridade, virtude suprema


Compêndio do Catecismo

 388. O que é a caridade?

 1822-1829
1844
 A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus
faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei. A caridade é «o
vínculo da perfeição» (Col 3,14) e o fundamento das outras virtudes,
que ela anima, inspira e ordena: sem ela «não sou nada» e «nada me
aproveita» (1 Cor 13,1-3).

Introdução

 “Dou-vos um mandamento novo: Que vos ameis uns aos outros.


Assim como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos
outros" (João 13,34-35).
 Os mandamentos da lei de Deus resumem-se a dois: amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor,
portanto, é a perfeição da lei.

 Daí que a caridade seja a virtude mais importante do cristão


enquanto peregrinamos, e será também a nossa ocupação no Céu,
onde não haverá fé - veremos a Deus cara a cara -, nem tão-pouco
esperança, porque teremos chegado à meta. Só permanece a
caridade.

Ideias principais

1. A caridade, virtude sobrenatural

 A caridade é uma das três virtudes teologais, infundida por Deus na


vontade, com que amamos a Deus sobre todas as coisas, e a nós e ao
próximo por amor de Deus.
 A caridade pode-se ir debilitando em consequência dos pecados
veniais, e perde-se quando se comete um pecado mortal.

 Para a recuperar é necessário aproximar-se da confissão


sacramental. Se fazemos actos de amor a Deus e amamos com
obras o próximo, aumentará em nós a virtude da caridade.

2. O amor a Deus sobre todas as coisas

 A primeira obrigação que o homem tem é amar a Deus "com todo o


seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente e com
todas as suas forças“: Ele criou-nos, é infinitamente digno de ser
amado, e amou-nos antes.
 Amamos a Deus sobre todas as coisas, quando cumprimos os
mandamentos, dispostos a perder tudo a afastarmo-nos d’Ele por um
só pecado.

3. O amor a nós mesmos

 Dentro da virtude da caridade está também o amor a nós mesmos;


mas é evidente que deve ser um amor ordenado, procurando os
verdadeiros bens da alma e do corpo em relação com a vida eterna.
 Se alguma vez desejássemos algo que nos afastasse de Deus, não nos
amaríamos de verdade, por nos afastarmos do nosso fim real que é o
único que nos pode fazer felizes.

4. O amor ao próximo
 “Se alguém disser: «Eu amo a Deus», e odiar seu irmão, é um
mentiroso: pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, como pode
amar a Deus, a Quem não vê?” (1 João 4,20).
 O próprio Cristo se identifica com o próximo: "Em verdade vos digo
que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes Meus irmãos
mais pequenos, a Mim o fizestes" ( Mateus 25,40).
 Temos de querer aos outros por amor a Deus. A pura simpatia, a
admiração ou o altruísmo, não são a caridade que Cristo nos pede.

5. O mandamento de Cristo abarca todos

 “Dou-vos um mandamento novo: Que vos ameis uns aos outros.


Assim como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos
outros" (João 13,34-35). Deu-nos o exemplo com a sua vida, e
ensinou-nos a querer aos outros sendo amáveis na convivência,
compreendendo, desculpando e perdoando.
 Não podemos excluir ninguém, nem sequer os inimigos: "Amai os
vossos inimigos - disse o Senhor -, fazei bem aos que vos odeiam;
abençoai os que vos amaldiçoam, orai pelos que vos caluniam"
(Lucas 6,27-28).

6. As obras de misericórdia

 Jesus Cristo propôs a parábola do bom samaritano (Lucas 10,30-37).


Na realidade Ele é o bom samaritano, que curou as nossas feridas
com o seu infinito amor misericordioso.
 Quando praticamos as obras de misericórdia - as sete corporais e as
sete espirituais - vamo-nos parecendo com o seu Coração, do qual
aprendemos a dar de comer ao faminto, ensinar ao que não sabe, a
dar bom conselho, a corrigir, a perdoar, a consolar, a sofrer com
paciência, a rogar a Deus por todos, etc.

7. Caridade ordenada
 A caridade exige amar primeiro a Deus, e depois os outros.
 Existe uma hierarquia no amor a Deus e ao próximo, como existe
uma ordem no amor aos homens.

 Dentro do amor ao próximo temos obrigação de querer mais


aos que estão perto de nós: pais, irmãos, sacerdote,
professores, amigos; vêm depois os necessitados de ajuda
espiritual e material.
 No amor a nós mesmos, está antes a nossa necessidade
espiritual do que a necessidade material do próximo.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprende as Obras de Misericórdia.


 Acostuma-te a trabalhar sinceramente por amor de Deus, porque o
que se faz assim - grande ou pequeno - adquire um mérito
sobrenatural.
 Comprova o amor a Deus, observando se ajudas os outros com obras
e de verdade.

42 O pecado, ofensa a Deus


Compêndio do Catecismo

 392. O que é o pecado?

 1849-1851
1871-1872
 É «uma palavra, um acto ou um desejo contrários à Lei eterna»
(Santo Agostinho). É uma ofensa a Deus, na desobediência ao seu
amor. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade
humana. Cristo, na sua Paixão, revela plenamente a gravidade do
pecado e vence-o com a sua misericórdia.

Introdução
 Conta-se de São João Crisóstomo que "Arcádio, imperador de
Constantinopla, instigado por sua esposa Eudoxia, quis castigar o
santo. Cinco juízes propuseram diversos castigos: (…) O último
disse ao imperador:
 Se o mandais para o desterro ficará contente, sabendo que em
toda a parte tem a Deus; se o despojais dos seus bens, não os
tirais a ele, mas aos pobres; se o encerrais num calabouço,
beijará as correntes; se o condenais à morte, lhe abris as portas
do céus... Fazei-o pecar: Não teme mais que o pecado».
 Deveríamos perguntar-nos se, como São João Crisóstomo, tememos
o pecado como o pior mal.

Ideias principais

1. Nascemos inclinados para o pecado

 O homem nasce com o pecado original, privado da graça; e se bem


que este pecado seja perdoado pelo baptismo, permanece a
inclinação desordenada da concupiscência. A vontade encontra-se
debilitada, e obscurecida a inteligência; além disso o mundo procura
seduzir-nos com os seus bens enganadores, e o demónio tenta-nos.
 A essas diversas instigações que empurram para o mal - de dentro e
de fora do homem - chamamos-lhes tentações.

2. Podemos resistir às tentações

 Deus permite a tentação para nos provar. O próprio Jesus Cristo quis
ser tentado pelo demónio, mas Ele afastou-o: "Vai-te, Satanás..."
(Mateus 4,10).
 Com a graça de Deus podemos vencer sempre a tentação. Quando
chega, devemos orar e resistir: "Vigiai e orai, para que não entreis
em tentação" (Mateus 26,41), e resistir valentemente fugindo da
ocasião e de quem nos induz a pecar.

3. O consentimento gera o pecado


 Para cometer um pecado é necessário:
a) que a coisa em si seja má (ou se creia que é má);
b) saber que, se se consente, é uma ofensa a Deus porque vai
contra a sua vontade;
c) consentir naquele mal - fazendo ou omitindo o que se deve
fazer - ainda que sabendo que agimos mal e ofendemos a
Deus, tanto com o pensamento ou o desejo (pecado só
interno), como com a palavra ou obra (pecado também
externo).

4. O pecado mortal é uma grave ofensa a Deus

 Quando se comete um pecado mortal ofende-se gravemente a Deus,


porque Ele nos declarou a sua vontade sobre nós e o homem
despreza-a com plena liberdade.
 Pelo pecado, o homem perde a vida da graça, deixa de ser filho de
Deus, e torna-se réu do inferno. Por isso, é preciso sair quanto antes
do pecado mortal, confessando-se de seguida; entretanto, é preciso
fazer um acto de contrição ou de perfeita dor do pecado.

5. O pecado venial é ofensa leve a Deus

 Às vezes, sem deixar de amar a Deus, o cristão deixa-se arrastar


pelas paixões em coisas que não quebram de todo os mandamentos,
se bem que desagradem a Deus; ou, se se quebram os mandamentos,
isso é feito sem conhecimento suficiente ou sem perfeita vontade.
 Nesse caso, o pecado é venial ou leve, porque nos faz perder a graça
e a amizade com Deus; mas debilita a vida sobrenatural e põe em
perigo de chegar a cometer pecados graves.
 O pecado venial não faz réus do inferno, mas sim do purgatório. Por
ser ofensa a Deus e pelos danos que acarreta, temos de evitar com
todo o empenho também o pecado venial. É preciso ter horror ao
pecado venial deliberado!.

6. Deus misericordioso perdoa o pecado

 Deus misericordioso não abandona o homem, nem sequer quando o


ofendemos, antes "aguarda pacientemente" para nos perdoar no
sacramento da Penitência, "não querendo que ninguém pereça, mas
que todos venham à penitência", como ensina o Apóstolo São Pedro.

Propósitos de vida cristã


Um propósito para avançar

 Luta esforçadamente contra o pecado, e contra as tentações que


incitam a pecar.
 Rezar todas as noites o “Acto de Contrição", ou a “Confissão" ou
outra oração, pedindo perdão pelos pecados.

43 Deus concede-nos a graça


Compêndio do Catecismo

 423. O que é a graça que justifica?

 1996-1998
2005, 2021
 A graça é o dom gratuito que Deus nos dá para nos tornar
participantes da sua vida trinitária e capaz de agir por amor d’Ele. É
chamada graça habitual ou santificante ou deificante, pois nos
santifica e diviniza. É sobrenatural, porque depende inteiramente da
iniciativa gratuita de Deus e ultrapassa as capacidades da inteligência
e das forças do homem. Escapa, portanto, à nossa experiência.

Introdução

 A graça é o grande dom que Deus concede para alcançar a vida


eterna. Com razão diz São Bernardo que "só necessitamos da graça".

Ideias principais

1. A graça, dom sobrenatural interno

 Por causa do pecado original dos primeiros pais, todos nascemos


privados da graça. A natureza humana ficou contudo ferida, e, com
as nossas forças, não podemos cumprir por muito tempo nem sequer
a lei natural.

 Mas, compadecido por nós e pelos méritos de Jesus Cristo, Deus


concede e infunde na alma o dom da graça.
 Concede-a gratuitamente e sem que nós a mereçamos, para que
possamos alcançar a vida eterna no céu.

2. Maravilhas da graça na alma

 A graça é participação da natureza divina.


 Passa-se com a alma que recebe a graça de Deus algo semelhante ao
que sucede com o ferro ou o carvão em contacto com o fogo: que
fica vermelho vivo e adquire as propriedades do fogo.
 A alma em graça está diante de Deus como um rubi; o pecado foi
destruído, já não existe, e a alma adquire um brilho maravilhoso, do
mesmo modo que o carvão perde a sua negrura e se converte em
brasa de ouro magnífica.

3. Graça santificante, graça actual

 Deus concede duas classes de graça:


a) Graça santificante, é a que faz justos ou santos, filhos
adoptivos de Deus e herdeiros do céu; nós somos então
templos do Espírito Santo e Deus habita no centro da alma.
a) Graça actual, é a graça com que Deus ilumina o entendimento
e move a vontade, como ajuda para fazer o bem – ainda que
custe – e a evitar o mal.

4. Deus concede a todos a graça necessária para salvar-se

 Deus concede a todos a graça necessária para salvar-se, porque "quer


que todos os homens se salvem". Os que se condenam, condenam-se
porque não corresponderam às graças que Deus lhes dá.
 Aquilo que Deus conceda de mais graça a uns do que a outros
depende do amor de Deus, e também da nossa correspondência à
graça. Deus concede-nos mais graça se a pedimos, se recebemos os
sacramentos, e se nos deixamos conduzir pela sua graça.

5. Meios para crescer em graça

 O cristão não pode aspirar a conservar unicamente a graça, mas deve


esforçar-se por a aumentar.

 Os meios que a desenvolvem:


 a oração,
 os sacramentos
 e as boas obras feitas por amor.

 Particularmente os sacramentos, porque neles começa, desenvolve-


se, ou recupera-se quando se perdeu. A vida do cristão deve ser vida
de confissão e comunhão frequente.

6. Um firme propósito: viver sempre na graça de Deus e aumentá-la

 O mais precioso que os homens têm na terra é a graça. Como dizia o


clássico: “No fim da jornada, aquele que se salva sabe, e o que não
se salva, não sabe nada".
 Temos de fazer o propósito de viver sempre na graça de Deus, e
aumentá-la cada vez mais. Se temos a desgraça de a perder por um
pecado mortal, é preciso confessar-se imediatamente.
 Faz o firme propósito de viver sempre na graça de Deus; é preciso
ver a vida cristã como um contínuo crescimento na graça.
 Confessa-te imediatamente se cometeste um pecado mortal; e
entretanto, faz um acto de contrição, com o propósito de te
confessares quanto antes.

44 Os dez mandamentos: uma dádiva de Deus


Compêndio do Catecismo

 436. O que significa o «Decálogo»?

 2056-2057
 Decálogo significa «dez palavras» (Ex 34,28). Estas palavras
resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da
Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos do
amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça,
para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma
vida liberta da escravidão do pecado.

Introdução
 O cumprimento dos mandamentos é o caminho para salvar-se. O que
os cumpre, salva-se; o que não cumpre, condena-se.
 Deus revelou a Moisés os dez mandamentos no monte Sinai: foram
gravados em duas tábuas de pedra, para que o seu povo nunca os
esquecesse.
 Jesus Cristo aperfeiçoou a lei, e confiou-a à Igreja, que a guardaria e
ensinaria a todos os homens. Seguir Jesus Cristo implica cumprir os
mandamentos.

Ideias principais

1. O fim do homem

 O fim último do homem é dar glória a Deus, amando-o e


obedecendo-lhe na terra, para ser feliz depois com Ele no céu.
 Como daremos glória a Deus? Cumprindo em todo o momento a sua
vontade. Como somos seres livres, devemos assumi-la com vontade
de amar e obedecer ao nosso Criador e Senhor.
 A vontade divina expressa-se fundamentalmente nos mandamentos
da lei de Deus.

2. A lei eterna como ordenamento da criação ao seu fim

 Contemplando as coisas criadas observamos que seguem umas leis


naturais.
 Deus ordenou todas as coisas de modo a que cada uma cumpra o seu
fim: os minerais, as plantas, os animais e o homem.
 Como essa ordem está pensada e projectada por Deus desde toda a
eternidade, nós chamamos-lhe lei eterna.

3. A lei natural como norma do homem

 O homem, como ser livre, orienta-se para o seu fim, livremente,


depois de conhecer com a inteligência a lei que Deus lhe deu e que
descobre dentro de si mesmo.
 A essa lei gravada por Deus no nosso coração, chamamos lei
natural; e como está escrita na natureza humana, obriga a todos os
homens de todos os tempos.
 Por ser uma participação da lei eterna, o homem não pode mudá-la,
sendo, portanto, universal e imutável.

4. Às vezes a lei natural é difícil de conhecer


 Os homens têm a lei natural gravada no coração. Contudo, o pecado
original e os pecados pessoais posteriores obscurecem o seu
conhecimento.
 Para que, com firme certeza e sem nenhum erro, os homens
conhecessem o que deviam fazer para lhe agradarem, Deus revelou
os dez mandamentos.
 Estes dez mandamentos põem em relevo os deveres essenciais e,
portanto, indirectamente, os direitos fundamentais inerentes à
natureza da pessoa humana.

5. A revelação dos mandamentos a Moisés

 No monte Sinai, quando o povo eleito tinha saído do Egipto, Deus


anunciou a Moisés os dez mandamentos, o Decálogo, dando-lhos
esculpidos em duas tábuas de pedra, para que nunca se esquecesse de
os cumprir.
 Os mandamentos assinalam, de forma certa e segura, como devemos
actuar. Deus manifesta ao homem o que é bom e o que é mau, o que
é verdadeiro e o que é falso, o que é que lhe agrada e o que lhe
desagrada.

6. Jesus Cristo aperfeiçoa a lei

 A lei que Deus deu a Moisés no Sinai foi levada à perfeição por
Jesus Cristo, que se apresenta como modelo: "Eu sou o caminho, a
verdade e a vida" (João 14,6).
 Depois de amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com
todo o espírito, com todas as forças, Ele manda-nos que nós nos
amemos uns aos outros como Ele nos amou.
 O Decálogo deve ser interpretado à luz deste duplo e único
mandamento da caridade, plenitude da lei.

7. Obrigação de cumprir os mandamentos


 O homem é livre. Se não observa a lei divina, comete pecado, ofende
a Deus, e causa dano a si próprio e aos outros.
 Pelo contrário, quando guarda os mandamentos, o homem tem a
segurança de estar no bom caminho.
 Não nos devemos sentir espartilhados pelos mandamentos, mas ter a
visão ampla de que Deus quer o bem do homem, cuja liberdade
defende e guarda com as normas.

8. Cumprir os mandamentos por amor

 Desde a consciência de que os mandamentos são o caminho - como


uma estrada bem sinalizada, que manifesta o modo de agir
rectamente e avisa dos perigos -, temos que dizer que os dez
mandamentos da lei de Deus são uma prova do amor e da
misericórdia de Deus, de Deus que nos amou primeiro.
 Por isso, é preciso cumpri-los por amor. É a resposta que Deus
espera de nós.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprende os dez mandamentos da lei de Deus.


 Toma a firme determinação de cumprir sempre os mandamentos da
lei de Deus, apoiado na graça sobrenatural.

45 Primeiro mandamento: amarás a Deus sobre todas as


coisas

Compêndio do Catecismo

 442. Que implica a afirmação: «Eu sou o Senhor teu Deus» (Ex
20,2)?

 2083-2094
2133-2134
 Implica, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e
evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o
que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a
incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a
expectativa confiante da visão bem-aventurada de Deus e da sua
ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus
sobre todas as coisas: são rejeitadas portanto a indiferença, a
ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio a Deus,
que nasce do orgulho.

Introdução

 "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro
mandamento" (Mateus 22, 36-38).
 Para amar a Deus é preciso reconhecer antes seu senhorio e adorá-lo;
e se não se adora é porque não se conhece e não se ama, tendo sido
substituído pelas criaturas, que são os falsos deuses do egoísmo e do
pecado.

Ideias principais

1. Conteúdo do primeiro mandamento

 O homem tem com Deus laços e obrigações irrevogáveis que


constituem a virtude da religião:

 Reconhecer que Ele é nosso Senhor;


 crer no que nos revelou;
 esperar o que nos promete;
 Adorá-lo com culto interno e externo;
 Servi-lo, cumprindo em todos os momentos a sua vontade;
 orar, elevando o pensamento para Deus para o louvar, dar-lhe
graças e pedir-lhe o que necessitamos;
 Amá-lo sobre todas as coisas.

 O primeiro mandamento manda, pois, crer, esperar e amar a Deus,


praticando os actos próprios da virtude da religião.

2. A virtude da religião

 À virtude da religião pertencem principalmente os actos internos da


alma, que se dão:

 quando fazemos actos de fé, esperança e caridade;


 quando o adoramos, oramos e lhe prestamos o culto devido;
 ao dar-lhe graças e pedir-lhe perdão;
 quando queremos o que Deus quer.

 Mas temos de fazer também actos externos de adoração: assistir à


Missa, ajoelhar-nos diante do Sacrário, inclinar a cabeça diante de
um crucifixo,... Os homens têm alma e corpo, e Deus é criador de
ambos. Portanto, é um direito fundamental da pessoa humana poder
professar livremente a religião em público e em privado.

3. É preciso cumprir sempre a vontade de Deus

 Deus é o Senhor e é preciso cumprir com alegria a sua vontade,


dispostos a realizar com amor o que a Ele agrada como fez Jesus
Cristo, nosso Mestre: "Pai..., não se faça, contudo, a Minha vontade,
mas a Tua" (Lucas 22,42).
 Em certas ocasiões, o que Deus pede, exige esforço e sacrifício, mas
temos de fazê-lo com igual ou maior empenho.
 Cumprir a vontade de Deus supõe também descobrir a vocação ou a
chamada que nos faz, tratando de segui-la com fidelidade e
constância.
4. Pecados contra o primeiro mandamento

 Os pecados específicos contra este mandamento são os que


contradizem a virtude da religião. Os mais conhecidos:

 A superstição.
 A idolatria.
 A adivinhação, espiritismo e magia
 O sacrilégio.
 O tentar a Deus com palavras ou obras.
 A irreligiosidade.
 O ateísmo e o agnosticismo.

5. A veneração da Virgem e dos santos

 Ao venerar os santos, celebrando a sua memória e pedindo a sua


intercessão, seguindo o seu exemplo e honrando as suas relíquias e
imagens, honramos, em definitivo, a Deus.
 Por isso os cristãos têm imagens da Virgem, dos anjos e dos santos, e
conservamos com veneração as relíquias dos santos. Honrando as
imagens e relíquias honramos os santos que representam ou de quem
são.

6. Importância do primeiro mandamento

 O primeiro mandamento é o mais santo e o principal. Cumprindo-o


bem, cumprimos todos os outros; e não podemos esquecer que amar
a Deus sobre todas as coisas é o primeiro. Ao fim de contas, o único
verdadeiramente importante para nós.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Procura cumprir em todos os momento a vontade de Deus, expressa


nos mandamentos.
 Faz actos de fé, esperança e caridade.
46 Segundo mandamento: não invocarás o nome de Deus
em vão

Compêndio do Catecismo

 447. Como respeitar a santidade do Nome de Deus?

 2142-2149
2160-2162
 Invocando, bendizendo, louvando e glorificando o santo Nome de
Deus. Deve pois ser evitado o abuso de invocar o Nome de Deus
para justificar um crime, e ainda todo o uso inconveniente do seu
Nome, como a blasfémia, que por sua natureza é um pecado grave,
as imprecações e a infidelidade às promessas feitas em Nome de
Deus.

Introdução

 "uma cantora de ópera (…) começou a perder a voz e a sentir


problemas na garganta. Os médicos disseram-lhe: A senhora já não
poderá cantar e nem sequer falar mais. Momentos antes da operação,
disseram-lhe se queria dizer alguma coisa. Ela respondeu com um
sorriso: Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo.
Foram as últimas palavras que pronunciou".
 É um conto comovedor e exemplar. O segundo mandamento da Lei
de Deus manda-nos precisamente honrar o nome de Deus.

Ideias principais

1. O nome de Deus é santo

 Deus é santo, e o seu nome também o é, porque o nome representa a


pessoa. Assim se explica que, se alguém pronuncia, de forma
irreverente, o nome de uma pessoa querida, sintamos indignação.
 Os anjos e os santos no céu louvam continuamente o nome de Deus,
proclamando-o santo, santo, santo. Nós pedimos no Pai Nosso:
"Santificado seja o vosso nome", e temos de nos esforçar para que o
nome de Deus seja glorificado em toda a terra.
2. Como honramos o nome de Deus

 Honramos ou santificamos o nome de Deus:

 quando o louvamos como Criador e Salvador, confessando


diante dos homens que é nosso Deus e Senhor;
 escutando com devoção ou meditando a palavra de Deus;
 quando damos graças por tudo o que nos concede;
 cuidando tudo o que lhe está consagrado;
 quando procuramos que Deus seja conhecido, amado e
honrado por todos;
 jurando com piedade, justiça e verdade;
 e quando fazemos votos ou promessas de coisas gratas a Deus,
com intenção de as cumprir.

3. O respeito pelas coisas santas

 São lugares sagrados os templos e os cemitérios.


 São coisas sagradas o altar, o cálice e outros objectos dedicados ao
culto.
 São pessoas consagradas os ministros de Deus e os religiosos;
merecem todo o respeito - pelo que representam - e nunca se deve
falar mal deles.
 Se se profanam coisas ou lugares sagrados ou se injuriam as pessoas
consagradas a Deus, comete-se um pecado de sacrilégio.

4. O juramento é pôr Deus por testemunha

 Em ocasiões muito importantes, sobretudo diante de um tribunal,


pode-se invocar a Deus como testemunha da verdade do que se diz
ou promete: isso é fazer um juramento.
 Fora destes casos, nunca se deve jurar, e é preciso procurar que a
convivência humana se estabeleça na base da veracidade e honradez.
Jesus disse: "Seja o vosso falar: sim, sim, não, não. Tudo o que
passa disto, procede do Maligno" (Mateus 5,37).

5. Voto e promessa

 Voto é a promessa deliberada e livre, feita a Deus sobre um bem


possível e melhor, com intenção de obrigar-se.
 O costume há-de ser o de fazer propósitos que nos ajudem a
melhorar, sem necessidade de votos e promessas, a não ser que Deus
assim no-lo peça.

 Se alguma vez queremos fazer alguma promessa a Deus, é


prudente perguntar antes ao confessor, para nos assegurar que
podemos cumpri-la.

6. Pecados contra o segundo mandamento

 Além dos pecados de perjúrio ou de incumprimento do voto, os


pecados contra este mandamento são:

 pronunciar com ligeireza ou sem necessidade o nome de Deus,


 nomear a Deus com enfado,
 maldizer e blasfemar.

 A blasfémia consiste em dizer palavras ou fazer gestos injuriosos


contra Deus, a Virgem, os Santos e a Igreja. Se se faz de forma
consciente, é um pecado grave, pois vai directamente contra Deus.

7. O nome do cristão

 No baptismo impõe-se um nome ao neófito; os pais, padrinhos e


pároco hão-de procurar que seja um nome cristão, o nome de um
santo que viveu uma vida de fidelidade exemplar a Deus.
 Ao ser posto sob o patrocínio de um santo, oferece-se ao cristão um
modelo de caridade e assegura-se-lhe a sua intercessão.
 Assim resulta que o nome de cada pessoa é sagrado e merece
respeito. Deus conhece cada um pelo seu nome.
47 Terceiro mandamento: santificarás as festas
Compêndio do Catecismo

 453. Como santificar o Domingo?

 2177-2185
2192-2193
 Os cristãos santificam o Domingo e as festas de preceito
participando na Eucaristia do Senhor e abstendo-se também das
actividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a
alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente e do
corpo. São permitidas as actividades ligadas a necessidades
familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não
criem hábitos prejudiciais à santificação do Domingo, à vida de
família e à saúde.

Introdução

 No livro do Êxodo lêem-se estas palavras que Deus disse a Moisés e


ao seu povo:

 "Seis dias trabalharás e farás todas as tuas obras, mas o


sétimo dia é dia de descanso para o Senhor, teu Deus.
Nenhum trabalho servil farás nele, nem tu, nem o teu filho,
nem a tua filha, nem o teu criado, nem a tua criada, nem as
tuas bestas de carga, nem o estrangeiro que habita dentro das
tuas portas. Pois, em seis dias, o Senhor fez o céu e a terra, o
mar e tudo quanto contêm e no sétimo descansou" (Êxodo
20,9-11).

 É vontade de Deus, portanto, que lhe dediquemos de forma especial


um dia na semana. O verdadeiro sentido do domingo é o de o
santificar e nos santificarmos, não o de nos divertirmos somente, e,
muito menos, o de pecar.
Ideias principais

1. O domingo ou dia do Senhor

 Deus manda que lhe dediquemos um dia da semana de modo


especial; para Ele e para descansar.
 Os israelitas celebravam o sábado; mas os Apóstolos assinalaram o
domingo, que é o dia em que ressuscitou Jesus Cristo. Também no
domingo, o Espírito Santo veio sobre os Apóstolos na festa de
Pentecostes.
 Domingo significa dia do Senhor, e, chama-se assim, por comemorar
a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

2. As festas de preceito

 Os cristãos celebram festas em que comemoramos:

 os principais mistérios da vida de Jesus: Natividade, Epifania,


Corpus Christi...;
 da Santíssima Virgem: Maternidade divina, Imaculada
Conceição...;
 e dos santos: São José, São Pedro...

 A Igreja determina que festas são de preceito ou de guarda: aquelas


que devemos santificar como se fossem domingo.
 A festa mais solene é a Páscoa ou dia da ressurreição de Cristo, que
se repete cada domingo.

3. A assistência à Missa

 E como santificar o domingo e as festas de guarda? Principalmente


assistindo à Santa Missa.
 A Missa é o maior acto de adoração e culto que podemos oferecer a
Deus na terra. Da mesma maneira que os primeiros cristãos,
reunimo-nos à volta do altar e do sacerdote - que representa Jesus
Cristo - para celebrar o santo sacrifício da Missa.
4. A obrigação de ouvir Missa nos domingos e dias de preceito

 A Igreja impôs a obrigação de ouvir Missa inteira todos os domingos


e festas de guarda.

 O que não assiste à Missa, comete pecado mortal, a não ser


que esteja dispensado: é o caso de um enfermo ou do que
cuida do enfermo, ou, se tem que percorrer uma distância
longa, etc.; isto é, sempre que haja uma causa justa e grave. Se
se tem dúvida, devemos perguntar.
 A Igreja pode impor esta obrigação, porque tem autoridade para
impor leis, e não pretende outra coisa que nos ajudar a cumprir
realmente a vontade de Deus.

5. Como assistir à Missa

 O preceito obriga a ouvir Missa inteira no próprio domingo e dia de


festa - ou na véspera -, seguindo o curso da celebração com piedade
e atenção.
 Por isso é preciso ser pontuais, escutar com atenção as leituras e a
homilia, estando recolhidos e atentos para participar na Missa.

6. O descanso festivo

 Nos domingos e festas de preceito, os cristãos devem abster-se de


trabalhos e actividades que impedem de prestar culto a Deus, para
gozar da alegria própria do dia do Senhor e desfrutar do devido
descanso da mente e do corpo.
 Podemos descansar com diversões sãs que não ofendem a Deus, com
uma vida familiar mais intensa, fazendo desporto ou excursões, etc.
Nunca deveríamos ofender a Deus, mas muito menos num domingo
ou dia de festa.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Faz o firme propósito de cumprir sempre o preceito de ouvir Missa


aos domingos e festas de guarda.
 Durante os domingos e festas, ocupa-te mais dos que nos rodeiam,
ao mesmo tempo que descansas com diversões alegres e sãs.
48 Quarto mandamento: honrarás teu pai e tua mãe
Compêndio do Catecismo

 455. O que nos manda o quarto mandamento?

 2196-2200
2247-2248
 O quarto mandamento manda honrar e respeitar os nossos pais e
aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu com a sua autoridade.

Introdução

 Deus quer que - depois d’Ele - se honre os pais;


 Mas o mandamento abarca também as relações de parentesco com
outros membros do grupo familiar, como os avós e antepassados, a
quem igualmente devemos honra, afecto e reconhecimento.
 Finalmente, estende-se aos deveres do aluno com o seu mestre, do
empregado no que respeita ao patrão, do subordinado no que respeita
ao seu chefe, do cidadão no que respeita à sua pátria e aos que a
administram ou governam.

Ideias principais

1. Sentido do quarto mandamento

 O quarto mandamento recorda--nos as obrigações que temos para


com os pais: amor, respeito e obediência. O comportamento de Jesus
com Maria, sua Mãe, e com José, que fazia as vezes de pai, deve ser
exemplo a imitar por todos.
 Por extensão, o quarto mandamento inclui o respeito e obediência
devidos a quem, sob algum aspecto, está constituído em autoridade:
professores, autoridades eclesiásticas e civis, a pátria, etc.
2. Deveres dos filhos para com os pais

 Amor: É preciso rezar por eles, dar-lhes satisfações e alegrias, e


ajudá-los, segundo as possibilidades, sobretudo se estão doentes ou
são velhos.
 Respeito e gratidão: se se nota que os pais têm algum defeito ou
raridade - particularmente quando são mais velhos -, ou que não
fazem o que devem, é preciso rezar, compreendê-los e desculpá-los,
 Justa obediência, sempre que não seja pecado o que mandam.

3. Outras obrigações do quarto mandamento

 Dentro deste mandamento incluem-se, além dos pais, outras pessoas


a quem se deve também obediência, amor e respeito:

 Os irmãos.
 Familiares e amigos.
 Professores e benfeitores.
 Os Pastores da Igreja.
 Deveres para com a Pátria e autoridades civis.

4. Deveres dos pais para com os filhos

 Os pais hão-de amar, sustentar e educar os seus filhos: cuidar das


suas necessidades espirituais e materiais, dando-lhes uma sólida
formação humana e cristã.
 Para consegui-lo, além de rezar por eles, devem pôr os meios
eficazes:

 o próprio exemplo, os bons conselhos, escolha da escola,


vigiar as companhias, etc.

 Depois de os ter aconselhado, hão-de respeitar e favorecer a vocação


dos filhos, quando escolhem o caminho da sua vida, no que é
humano e no que é sobrenatural.
5. Cumprir com amor as obrigações deste mandamento

 O cumprimento do quarto mandamento traz consigo uma


recompensa: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os
teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te vai dar" (Êxodo,
20,12).
 Deus abençoa com frutos espirituais e temporais de paz e
prosperidade; ao contrário, a não observância provoca grandes
danos, não só para a pessoa, mas para a comunidade humana.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Faz um bom exame de consciência para ver se vives as obrigações


com os teus pais, irmãos e superiores.
 Reza todos os dias pelos teus pais, irmãos e superiores.

49 Quinto mandamento: não matarás


Compêndio do Catecismo

 466. Porque respeitar a vida humana?

 2242-2262
2318-2320
 Porque é sagrada. Desde o seu início ela supõe a acção criadora de
Deus e mantém-se para sempre numa relação especial com o
Criador, seu único fim. A ninguém é lícito destruir directamente um
ser humano inocente, pois é um acto gravemente contrário à
dignidade da pessoa e à santidade do Criador. «Não causarás a morte
do inocente e do justo» (Ex 23, 7).

Introdução

 Deus lançou-lhe à cara o seu delito e amaldiçoou Caim por ter


derramado o sangue de um homem inocente. O sangue inocente
clama vingança diante de Deus e Caim andou errante durante o resto
da sua vida, cheio de remorsos.
 O quinto mandamento não ordena apenas "não matar"; também
proíbe as rixas, golpes, invejas, etc., e, sobretudo, manda o respeito e
cuidado delicado da vida humana, que é um dom de Deus.

Ideias principais

1. Só Deus é dono e senhor da vida

 Só Deus é senhor da vida desde o princípio até ao fim; o homem não


é mais que administrador, e deve cuidar da própria vida e da dos seus
semelhantes.
 O quinto mandamento proíbe o que atenta injustamente contra a vida
própria e alheia.
 Não deve entender-se em sentido preferentemente negativo,
pois ordena a caridade, a concórdia e a paz com todos - ainda
com os que se mostram como inimigos -, e este aspecto
positivo é o conteúdo principal do preceito.

2. Deveres do quinto mandamento para connosco

 Amor e respeito por si próprio, sem egoísmo nem soberba.


 Usar bem os talentos. A preguiça é o pecado que se opõe a que os
talentos frutifiquem.
 Amor e respeito do corpo: opõem-se a este dever o suicídio, a
mutilação, expor-se a graves perigos, a gula, a embriaguez, as
drogas.
 Cuidado da vida espiritual.

3. Deveres do quinto mandamento para com os outros

 Respeito pela vida alheia. Este direito à vida é espezinhado no


homicídio e no aborto.
 O respeito pela convivência: evitar tudo o que vá contra os outros
(ódio, inveja, inimizade, discórdias, rixas, vinganças, lutas, desejar
mal a alguém, …).
 O pecado de escândalo: toda a palavra, obra ou omissão que incita
os outros a pecar.

4. Ajudar os outros nas suas necessidades

 Para viver o sentido positivo do quinto mandamento é preciso querer


ao próximo, ajudando-o - com o exemplo e com a palavra - a
resolver as suas necessidades, tanto materiais como espirituais.
 As obras de misericórdia recordam quais são as principais
necessidades, e, socorrendo-as, poderemos demonstrar a verdade do
nosso amor ao próximo.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Lê as «Obras de Misericórdia», vendo quais cumpres e quais podes


cumprir.
 Sê amigo de todos e trata toda a gente com respeito, sem excepção.
Não guardes rancor, nem desejes mal a ninguém, evitando o insulto,
a alcunha ou o mau trato.

50 Sexto mandamento: não cometerás actos impuros


Compêndio do Catecismo

 488. O que é a castidade?

 2337-2338
 A castidade é a integração positiva da sexualidade na pessoa. A
sexualidade torna-se verdadeiramente humana quando é bem
integrada na relação pessoa a pessoa. A castidade é uma virtude
moral, um dom de Deus, uma graça, um fruto do Espírito.

 489. O que supõe a virtude da castidade?

 2339-2341
 Supõe a aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia de
liberdade humana aberta ao dom de si. Para tal fim, é necessária uma
educação integral e permanente, através de etapas graduais de
crescimento.

Introdução

 São Paulo escreve aos de Corinto:

 "Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?...


Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que
habita em vós, que vos foi dado por Deus, e que não vos
pertenceis a vós mesmos? Porque fostes comprados por um
grande preço! Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo" (1
Coríntios 6,15;19-20).

 Não só o cristão, mas o homem, como tal, deve respeitar o seu corpo
- e o dos outros - cuidando com esmero a castidade, em
pensamentos, palavras, obras e desejos, se quer viver conforme à
razão.

Ideias principais

1. A sexualidade é um dom de Deus

 A Sagrada Escritura ensina que Deus criou o homem à sua imagem e


semelhança, e os criou homem e mulher (cfr. Génesis 1,27).
Portanto, a sexualidade não é má, nem é contrária à lei de Deus; é
boa, visto que vem de Deus. É outro dom de Deus.
 Deus estabeleceu uma ordem no uso da sexualidade: o prazer sexual
- seja de pensamento, palavra ou obra - só é lícito procurá-lo dentro
do matrimónio e encaminhado para o fim assinalado pelo Criador: a
transmissão da vida humana, juntamente com a ajuda mútua dos
esposos.

2. A virtude da castidade

 A castidade é a virtude que regula e controla a sexualidade, impondo


o respeito pelo corpo em pensamentos, desejos, palavras e acções.
 Esta virtude expressa a integração da sexualidade na pessoa e, por
conseguinte, a submissão da paixão sexual à razão humana e à fé.
 A virtude da castidade é, como toda a virtude, uma conquista própria
de valentes; é algo positivo que liberta da escravidão do pecado.

3. A impureza destrói muitas coisas no homem

 O pecado de impureza destrói, no homem e na mulher, tesouros que


Deus lhes deu, não só na medida em que nós o ofendemos e
perdemos a sua amizade, mas porque ele danifica de modo particular
virtudes verdadeiramente excelentes.
 O impuro está triste, porque é escravo do pecado; não é generoso,
porque só pensa em si próprio e no prazer; debilita-se a sua fé,
porque se lhe vai fechando o coração. Perde essa sensibilidade fina
da alma, que o capacita para amar a Deus e os outros.
4. A castidade é para todos

 Condição do cristão é viver uma vida casta: cada um no seu estado e


segundo a vocação que recebeu, pois a uns Deus pede-lhes para viver
em virgindade ou em celibato, e a outros, no matrimónio ou
solteiros.
 Os casados hão-de viver a castidade conjugal, fiéis aos seus deveres
matrimoniais; os solteiros praticam a castidade na continência.
 O acto matrimonial deve ficar aberto à transmissão da vida, e nunca
está permitido o recurso à anti concepção ou à esterilização para
evitar a procriação.

5. Pecados contra a castidade

 Pecam contra a castidade os que - consigo ou com outros -


 cometem acções impuras;
 olham para coisas impuras;
 consentem pensamentos ou desejos impuros;
 mantêm conversas ou contam piadas sobre coisas impuras;
 põem-se a si próprios ou os outros em perigo de cometê-los.
 São pecados notórios contra a castidade:
 a masturbação, a fornicação, as actividades pornográficas e as
práticas homossexuais;
 contra a dignidade do matrimónio podemos destacar o
adultério, a poligamia e o amor livre.
 Estes pecados contra a castidade são sempre graves, se há pleno
conhecimento e consentimento; em tal caso não há matéria leve.

6. A luta pela castidade

 Para ganhar a batalha da castidade é necessário fugir das ocasiões;


nesta matéria, fugir não significa cobardia, mas prudência. E a
prudência manda evitar amizades, leituras, espectáculos, conversas,
etc., que puxem para o pecado.
 Um outro passo é estar ocupados num trabalho sério, que salva de
ensimesmar-se no egoísmo.
 Mas, o mais importante, é pôr os meios sobrenaturais: confissão e
comunhão frequentes; pedir a castidade com humildade e
perseverança; recorrer a Nossa Senhora Puríssima e Nossa Mãe, etc.
Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Recorre a Nossa Senhora, ao sentires tentações contra a castidade:


 Podes rezar, por exemplo, o "Bendita seja a vossa pureza", ou
o “Lembrai-vos“.
 Põe esmero em ser e mostrar-te sempre limpo em palavras,
conversas, anedotas, etc.

51 Sétimo mandamento: não roubarás


Compêndio do Catecismo

 Que diz o sétimo mandamento?

 2401-2402

 Ele enuncia o destino, a distribuição universal e a propriedade


privada dos bens, e ainda o respeito das pessoas, dos seus bens e da
integridade da criação. A Igreja encontra fundada neste mandamento
também a sua doutrina social, que compreende o recto agir na
actividade económica e na vida social e política, o direito e o dever
do trabalho humano, a justiça e a solidariedade entre as nações, o
amor aos pobres.

Introdução

 Fala Jesus ao jovem rico:

 “Uma coisa te falta: vende tudo quanto tens, dá-o aos pobres
e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-Me" (Marcos
10,21).

 Retirou-se o jovem triste, porque era muito rico, Jesus adverte:

 "Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm


riquezas!".
 Sugere algumas perguntas:

 Estou apegado às coisas que tenho?


 Sou egoísta?
 Cuido e respeito as coisas dos outros?
 Fico com o que não é meu?
 Preocupo-me com os pobres e com os que têm menos do que
eu?
 Cumpro as minhas obrigações como cidadão?

Ideias principais

1. O plano de Deus sobre os bens da terra

 O homem nasce no seio de uma família que cuida dele para que siga
em frente. Está rodeado de coisas que necessita, bens que tornam
possível o desenvolvimento das suas capacidades naturais, recebidas
de Deus Criador.
 Os bens criados têm um destino universal; são de todos e para todos,
e conseguem-se, principalmente, mediante o trabalho.
 O direito à propriedade privada é um direito natural, querido por
Deus, ainda que o homem seja um mero administrador: deve estar
aberto aos outros.

2. O respeito pelas pessoas e pelos seus bens

 O sétimo mandamento proíbe actuações que atentam contra o direito


do próximo:

 O roubo
 A usura
 A fraude

 Também proíbe:

 Reter objectos perdidos


 Pagar injustamente
 Ignorar a necessidade alheia
 O trabalho mal feito
 O esbanjamento
3. O respeito pela integridade da criação

 Deus concedeu ao homem um domínio relativo sobre a natureza,


regulado pelo respeito e a qualidade de vida do próximo.
 É legítimo servir-se dos animais como alimento e vestuário; mas não
fazê-los sofrer inutilmente, sacrificá-los sem necessidade, ou investir
neles somas que poderiam remediar necessidades dos homens.

4. Obrigação de reparar o dano

 Quando se rouba ou estraga algo, produzindo um prejuízo importante


nos bens dos outros, comete-se um pecado grave. Pode-se perdoar
em confissão se se acompanha da intenção de devolver o roubado ou
de reparar o prejuízo.
 Se já não se tem o roubado, devolve-se dos próprios bens, ou
compra-se e devolve-se algo igual ao roubado.

5. Atitude ante os bens da terra

 Com respeito a nós:


As coisas da terra estão ao nosso serviço e necessitamos delas, mas
devemos aspirar a bens muito mais importantes, amor a Deus e ao
próximo, demonstrado com obras.
 Com respeito aos outros:
 O cristão há-de compartilhar com os que têm necessidade,
para ser fiéis ao Evangelho.
 Temos obrigação de ajudar a Igreja nas suas necessidades,
cada um na medida das suas possibilidades.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Vive a generosidade para deixar as tuas coisas a teus irmãos, amigos,


companheiros, etc.
 Não roubes nunca nada, ainda que seja pouco e em casa; se o fizeste,
devolve-o quanto antes.
 Dá esmola aos mais pobres e necessitados.
52 Oitavo mandamento: não darás falso testemunho, nem
mentirás
Compêndio do Catecismo

 523. O que proíbe o oitavo mandamento?

 2475-2487;
2507-2509

 O oitavo mandamento proíbe:


 O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede
pela natureza da verdade que ela deforma, das circunstâncias, das
intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas;
 O juízo temerário, a maledicência, a difamação, a calúnia, que lesam
ou destroem a boa reputação e a honra a que a pessoa tem direito;
 A lisonja, a adulação ou complacência, sobretudo se finalizadas à
realização de pecados graves ou à obtenção de vantagens ilícitas;
 Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou
dano a outrem.

Introdução

 Conta o Evangelho que Jesus somente respondeu ao Sumo Sacerdote


no juízo, diante do Sinédrio:
 “És Tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?” (Mc 14, 61)
 Falou para confessar a verdade, ainda que por ela sofresse tantos
ultrajes e a morte.
 O oitavo mandamento é muito necessário: as relações entre os
homens encontram-se turvadas por tanta mentira. Temos de opor o
amor à Verdade.

Ideias principais

1. Jesus ensina a dizer a verdade

 A verdade, segundo São Tomás, é algo divino: é preciso respeitá-la e


amá-la.
 Às vezes, custa e exige esforço, mas é preciso ser valentes para a
dizer sempre.
 Jesus disse:
 “Seja o vosso falar: sim, sim; não, não. Tudo o que passa
disto procede do Maligno” (Mt 5, 37)
 É um bom lema para nos ajudar a ser sinceros e leais com Deus,
connosco e com os outros.

2. O prejuízo da mentira

 A mentira, algo tão pequeno, pode destruir grandes coisas, como a


amizade de um amigo ou a confiança dos pais.
 Para viver em sociedade, ser sinceros e dizer a verdade é
indispensável.
 Mesmo quando não se deve mentir, por vezes deve-se calar para
guardar segredos ou para não prejudicar outra pessoa.

3. Motivos por que se mente


 Com frequência, mente-se por medo ou vergonha de ser descobertos,
para sair de um apuro ou para contar uma graça.
 Um cristão deve dizer sempre a verdade, se o bem comum ou
particular não exige que calemos.

4. O oitavo mandamento ordena respeitar a honra dos outros

 A honra é mais importante do que os bens materiais.


 A) Destrói a honra dos outros:
 A calúnia
 A maledicência
 O falso testemunho
 O juízo temerário
 A Violação de segredos
 B) Actuação do cristão: Não escutar o mal que se diz dos outros e
defender com valentia e/ou desculpar.
 C) Restituir a honra: Estamos obrigados a reparar o mal feito para
que se possa perdoar o pecado.

5. Cuidar e defender o nosso bom nome

 No juízo, diante do Sinédrio, o Senhor defendeu-se:

 “Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque
Me bates?” (Jo 18, 23)
 Jesus dá-nos o exemplo de como é preciso defender o bom nome dos
ataques injustos.

6. Podemos ajudar os outros com a correcção fraterna

 A caridade levar-nos-á a dizer a verdade com nobreza, de frente,


nunca nas costas.
 Dizer as coisas com verdade e caridade é ajudar com a correcção
fraterna.
 Recordamos o que disse Jesus:

 “A verdade vos fará livres” (Jo 8, 32)

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Não fales mal dos outros nem permitas que o façam os outros; se
faltaste, repara, de imediato, os prejuízos causados.
 Reconhece as próprias faltas, sem te desculpares.

53 Nono mandamento: não consentirás pensamentos nem


desejos impuros
Compêndio do Catecismo

 527. O que exige o nono mandamento?


 2514-2516;
2528-2530
 O nono mandamento exige vencer a concupiscência carnal nos
pensamentos e nos desejos. A luta contra a concupiscência passa
pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança.
 528. Que proíbe o nono mandamento?
 2517-2519;
2531-2532
 O nono mandamento proíbe cultivar pensamentos e desejos relativos
às acções proibidas pelo sexto mandamento.
Introdução

 Composto de alma e de corpo o homem deve suportar o chamamento


da carne que reclama o prazer da sexualidade.
 Para ser limpos de coração é necessário afastar com firmeza
pensamentos e desejos impuros. Contudo, vale a pena, como diz
Jesus:
 “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a
Deus” (Mt 5,8)
 A pureza pode custar, mas é um dom magnífico que o próprio Deus
ajudará a conseguir.

Ideias principais

1. A concupiscência

 Ao desobedecer a Deus, Adão e Eva abriram uma fonte de pecado: a


concupiscência, que permanece, inclusivamente, no baptizado.
 São João fala de uma tripla concupiscência:

 Da carne
 Dos olhos
 Soberba da vida

(Cf 1 João 2, 16)

 Em si mesma não é pecado, mas inclina para o pecado.

2. A purificação do coração

 É preciso procurar a raiz do pecado para combater a natureza


passional. Essa raiz encontra-se no coração.
 Jesus avisa:

 “Do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os


adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as
palavras injuriosas” (Mt 15, 19)

 A luta contra a concupiscência passa pela purificação do coração:


Deus quer que sejamos limpos e castos por dentro.
3. Lutar contra a tentação

 As tentações contra a castidade não são pecado, são inclinações.


Seriam pecado se a vontade se comprazesse com elas.
 Não devem surpreender-nos, mas é preciso rezar para sermos fortes e
afastá-las com prontidão.
 Não é preciso perder a paz e a alegria, se podemos dizer,
sinceramente, que temos feito todo o possível por tirarmos a tentação
de cima.

4. O pudor e a modéstia

 A pureza está defendida pelo pudor, virtude que é parte potencial da


temperança.
 O pudor recusa mostrar o que deve permanecer coberto, conduz à
modéstia, que regula gestos corporais, e mantém a reserva.
 O pudor guarda a intimidade da pessoa e ensina, sobretudo,
delicadeza.

5. Campanha pela pureza

 A pureza cristã exige sanear o clima da sociedade actual, lutando


contra a permissividade dos costumes.
 O cristão tem de trabalhar para que os espectáculos sejam limpos e
não ofendam a Deus.
 O esforço a favor da castidade, contribui para purificar e elevar os
costumes dos povos.

6. Meios para viver e crescer na pureza

 Pode-se alcançar e melhorar a pureza interior mediante a oração,


juntamente com a pureza de intenção, que procura cumprir, em tudo,
a vontade de Deus.
 Deve-se cuidar a imaginação e a vista, para afastar qualquer
complacência nos pensamentos impuros.
Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Afasta imediatamente os maus pensamentos, pondo os meios


naturais e sobrenaturais adequados.
 Pensa no que podes fazer na própria família e no ambiente que te
rodeia para criar um clima de pureza.
 Vive o pudor e a modéstia.

54 Décimo mandamento: não cobiçarás os bens alheios


Compêndio do Catecismo

 531. Que exige e que proíbe o décimo mandamento?

 2534-2540
2551-2554

 Este mandamento completa o precedente e exige uma atitude interior


de respeito em relação à propriedade alheia. Proíbe a avidez, a
cupidez desregrada dos bens dos outros e a inveja, que consiste na
tristeza que se experimenta perante os bens alheios e o desejo
imoderado de deles se apoderar.

Introdução

 O homem foi criado num estado de inocência que supunha uma


mente submetida a Deus, as potências inferiores à razão e o corpo à
alma.
 Com frequência, o homem perde a consciência da sua dignidade,
esquece que vale mais que as coisas e apega-se a elas, dando lugar à
cobiça.
 A avareza só se explica no pagão, cuja única esperança são os bens
caducos.
Ideias principais

1. A avareza, raiz de todos os males

 Escreve São Paulo:

 "Como nada trouxemos para este mundo, também nada


podemos levar dele. (…) Os que querem enriquecer, caem na
tentação e no laço e em muitos desejos insensatos e
perniciosos, que submergem os homens na ruína e na
perdição. Com efeito raiz de todos os males é o amor ao
dinheiro, por causa do qual se desencaminharam da fé e se
enredaram em muitas aflições." (1 Timóteo 6,7-10)

 O homem não pode escravizar-se submetendo-se a bens efémeros. A


cobiça e inveja dos bens alheios deve ser combatida e dominada

2. Conformidade com o que Deus nos dá

 O coração identifica-se com o que ama: se ama sem freio os bens


materiais faz-se matéria, e reduz as suas aspirações a um bem-estar
material.
 A conformidade com os bens que Deus dá, e com os que
honestamente se podem adquirir, faz-nos felizes.
 A cobiça e a inveja do que não se possui não faz feliz a ninguém.

3. O que proíbe o décimo mandamento

 Proíbe a avareza, desejo desordenado de riquezas, e também o


desejo de cometer uma injustiça que prejudique o próximo nos seus
bens temporais.
 Proíbe a inveja, tristeza que produz o bem do próximo, com desejo
desordenado de possuí-lo e apropriá-lo.
 Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.
4. O desprendimento dos bens da terra

 Quando impera a lei de Deus no coração, sobressai o desprendimento


dos bens criados, porque o amor de Deu domina tudo.

 "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o


reino dos céus“ (Mt 5, 3).

 O cristão há-de orientar os seus desejos para a esperança teologal,


procurar o amor perfeito.

5. A luta contra o apego aos bens terrenos

 O Evangelho exorta à vigilância, porque o apego aos bens desaloja a


Deus e desorienta a vida.
 O remédio está em fomentar o desejo da felicidade verdadeira,
vivendo na graça de Deus acima de tudo.
 A esperança de que veremos a Deus supera toda a felicidade, e para
chegar a isso é preciso vencer a sedução do prazer e do poder.

6. É preciso amar e cumprir os dez mandamentos

 O décimo mandamento refere-se às intenções do coração; resume,


com o nono, os dez mandamentos da lei de Deus.
 Os mandamentos são uma dádiva de Deus ao homem. Jesus Cristo
ensinou-nos a cumpri-los e proclamou as bem-aventuranças para
saber com que espírito devemos fazê-lo.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Vive desprendido do que tenhas e uses.


 Examina sinceramente a tua consciência para evitar que se meta a
inveja do bem alheio; alegra-te com os êxitos dos outros.
55 Os mandamentos da Igreja
Compêndio do Catecismo

 Qual a finalidade dos preceitos da Igreja?

 2041
2048

 Os cinco preceitos da Igreja têm por fim garantir aos fiéis o mínimo
indispensável do espírito de oração, da vida sacramental, do
empenho moral e do crescimento do amor de Deus e do próximo.

Introdução

 Todos conhecemos a importância de observar as leis, e sabemos que


a lei mais importante é a lei de Deus.
 Disse Jesus ao jovem rico:
 “Porém, se queres entrar na vida eterna, guarda os
mandamentos” (Mt 19, 17).
 A Igreja facilita-nos o seu cumprimento, determinando as obrigações
do cristão nos mandamentos da Igreja.

Ideias principais

1. Jesus Cristo funda a Igreja para nos salvar

 Jesus Cristo veio à terra para nos redimir e nos dar a vida divina.
Veio para fundar a Igreja, que continua a sua obra redentora e nos
guia para a salvação.
 Escolheu Pedro e os outros apóstolos para que governassem a Igreja
e transmitissem aos seus sucessores os seus poderes:
 Santificar com os sacramentos

 Governar mediante leis que obrigam em consciência


2. A Igreja e o poder de promulgar leis

 Cristo concedeu à Igreja o poder de governar, e enviou os Apóstolos


e seus sucessores por todo o mundo:

 "Assim como o meu Pai me enviou, também vos envio a vós"


(Jo 20, 21).
 “Quem vos ouve, a Mim ouve" (Lc 10, 16)

 Em virtude desta autoridade, a Igreja impõe leis e normas, das quais


se destacam os mandamentos da Igreja.

3. Razão dos mandamentos da Igreja

 Os mandamentos da Igreja são um sinal de carinho: ditando estas


normas pretende ajudar-nos a cumprir os mandamentos da Lei de
Deus.
 Estas obrigações do cristão garantem convenientemente o caminho
da salvação.

4. Quais são os mandamentos da Igreja

 1º) Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de guarda.


 2º) Confessar os pecados mortais, ao menos uma vez cada ano, em
perigo de morte e se se tem de comungar.
 3º) Comungar pela Páscoa da Ressurreição.
 4º) Jejuar e privar-se de algumas coisas indicadas pela Conferência
Episcopal (ou pelos bispos).
 5º) Ajudar a Igreja nas suas necessidades.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Aprende os mandamentos da Igreja.


 Reza todos os dias pelas necessidades da Igreja, pedindo
especialmente pelo Papa, pelos bispos e sacerdotes.
56 Deus chama o homem à oração
Compêndio do Catecismo

 534. O que é a oração?

 2558-2565
2590

 A oração consiste em elevar a alma a Deus ou em pedir a Deus bens


conformes à sua vontade. Ela é sempre um dom de Deus que vem ao
encontro do homem. A oração cristã é relação pessoal e viva dos
filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus
Cristo e com o Espírito Santo que habita no coração daqueles.

Introdução

 A oração é algo conatural na vida de cada homem. A primeira


reacção ao descobrir o Criador é chamá-Lo, comunicar com Ele,
tratá-Lo.
 A oração é falar com Deus Nosso Senhor, a quem temos de mostrar
reverência e agradecimento, ao mesmo tempo que lhe expomos as
nossas necessidades.
 Orar é uma obrigação para a criatura, ao mesmo tempo que eleva a
sua dignidade.

Ideias principais

1. O que é a oração

 Orar é falar com Deus.


Cf. Antigo Catecismo
 Orar é a elevação da alma para Deus.
São João Damasceno
 Tratar da amizade com Deus, estando muitas vezes tratando a sós
com quem sabemos que nos ama.
Santa Teresa de Jesus
 Um diálogo com Deus, um diálogo de confiança e de amor.
João Paulo II
2. A oração é essencial para o homem

 A oração é o resultado do conhecimento e reconhecimento de Deus


criador.
 Este conhecimento de Deus adquire-se à medida que se vão
desenvolvendo os conhecimentos, pois necessariamente o homem
verifica que depende dos outros.
 Ao conhecer-se a si mesma, a criatura humana sabe as suas
limitações e necessidades, abrindo-se a Deus em busca de uma
solução.

3. A oração no Antigo Testamento

 No Antigo Testamento apresenta-se-nos o exemplo dos grandes


patriarcas, homens de oração que falavam com Deus como com um
amigo.
 Obra-prima de oração do Antigo Testamento são os Salmos, que
continuam a ser uma peça fundamental na oração da Igreja.

4. A oração de Jesus

 Jesus, Filho Único de Deus, ensina-nos a tratar a Deus com o


exemplo e com uma instrução precisa: “Pai nosso…”
 Jesus ora: N’ Ele transparece a identificação da vontade do
Pai, e a segurança absoluta de ser escutado.
 Jesus ensina a orar: Para rezar bem, faz falta um coração
puro, fé viva, perseverança e audácia filial.
 Jesus atende a oração: em muitas ocasiões, os milagres do
Evangelho respondem à nossa petição.

5. A oração na Igreja

 O cristão, com o decorrer dos anos, convence-se da importância da


oração, e sabe, com a experiência, que a Igreja vive em oração, que
existe para orar.
 O Espírito Santo suscita nos cristãos a vida de oração: é o mestre da
oração cristã.
Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Tem esperança de melhorar a tua vida de oração.


 Reserva uns minutos ao dia para falar com Deus, particularmente ao
levantares--te e ao terminares o dia.

57 Aprender a fazer oração


Compêndio do Catecismo

 557. Qual a importância da Tradição em relação à oração?

 2650-2651

 Na Igreja, é através duma Tradição viva que o Espírito Santo ensina


os filhos de Deus a orar. A oração não se reduz, com efeito, ao brotar
espontâneo dum impulso interior, mas implica contemplação, estudo
e compreensão das realidades espirituais que se experimentam.

Compêndio do Catecismo

 Como os Apóstolos, muitas vezes sentimos vontade de dizer:


 “Senhor, ensina-nos a orar”
 O cristão aprende, normalmente, a rezar em família, Igreja
doméstica.
 O que se vive em família, vive-se particularmente na Igreja,
comunidade de oração. Se vivemos como bons filhos, esta boa mãe,
que é a Igreja, ensinar-nos-á a fazer oração e a viver como almas de
oração.
Introdução

1. Principais fontes da oração

 A fonte principal da oração é a Palavra de Deus. Na Sagrada


Escritura é Deus quem nos fala e nos ensina a orar.
 Também a Liturgia da Igreja que anuncia, actualiza e comunica o
mistério da salvação.
 As virtudes teologais referem--se directamente a Deus e comunicam-
nos com Ele num trato de oração continuada.
 Os acontecimentos de cada dia.

2. A quem se dirige a oração

 A oração litúrgica da Igreja dirige-se normalmente a Deus Pai, por


mediação de Jesus Cristo, o Filho, na unidade do Espírito Santo.
 A oração da Igreja é o padrão da oração pessoal, para que reflicta por
essa via verdadeira da comunicação com Deus uno e trino.
 Pela nossa condição humana, para chegar a Deus mais facilmente,
interpomos os anjos e os santos, e, de modo singular, a Mãe de Deus
com São José.

3. Rezar em comunhão com a Santa Mãe de Deus

 A Virgem actua levando-nos a Jesus, desde o episódio de Caná:


 “Fazei o que Ele vos disser”
 Maria é, pelo seu exemplo e actuação, caminho seguro de oração. O
magnificat é um modelo de oração de agradecimento e louvor.
 Além de rezar com Maria recorremos a Ela para lhe confiar as nossas
súplicas, podendo orar com Maria e a Maria.

4. A Ave Maria, a melhor oração à Virgem

 Por ser Mãe de Deus e Mãe nossa, a Virgem intercede


continuamente perante o seu Filho, Jesus Cristo, por cada um de nós.
 A melhor forma de recorrer a Ela é rezando a Ave Maria, que
recorda a saudação do Arcanjo, ao lhe anunciar o mistério da
Encarnação, juntamente com o louvor de Isabel:

 “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita


sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre,
Jesus “.
 “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora
e na hora da nossa morte. Amen".

5. A escola da piedade

 A família cristã é a escola natural para educar os filhos na oração.


 A piedade vê-se favorecida e completada pela pedagogia do
sacerdote, das religiosas, na catequese, em grupos de oração e na
direcção espiritual.

6. Onde fazer oração

 Podemos falar com Deus sempre e em todo o lugar, porque tudo vê,
tudo ouve e está em toda a parte.
 O lugar mais apropriado para orar é o templo, onde está presente de
maneira singular. Ali se celebra a Santa Missa, a oração mais
sublime e eficaz por ser a oração de Cristo e da Igreja inteira unida a
Ele.
 Medita a Ave Maria para compreenderes melhor o que rezas.
 Vive bem os detalhes de carinho e de respeito, quando estiveres na
igreja: uso da água benta, genuflexão diante do sacrário, inclinação
da cabeça diante do Crucifixo ou imagem da Virgem, etc.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Medita a Ave Maria para compreenderes melhor o que rezas.


 Vive bem os detalhes de carinho e de respeito, quando estiveres na
igreja: uso da água benta, genuflexão diante do sacrário, inclinação
da cabeça diante do Crucifixo ou imagem da Virgem, etc.
58 A vida de oração
Compêndio do Catecismo

 567. Quais os momentos mais indicados para a oração?

 2697-2698
2720

 Todos os momentos são indicados para a oração, mas a Igreja propõe


aos fiéis ritmos destinados a alimentar a oração contínua: orações da
manhã e da noite, antes e depois das refeições, liturgia das Horas;
Eucaristia dominical; Santo Rosário; festas do ano litúrgico.

Introdução

São João Baptista Maria Vianney, cura de Ars em França, refere um caso
de oração bem singular:

 Havia no povoado um lavrador que fazia a visita à igreja, quando ia e


regressava do trabalho; deixava a enxada e a trouxa à porta, entrava,
e permanecia de joelhos um bom bocado, diante do Sacrário. O
Santo tinha-o observado, e chamava-lhe a atenção pois não movia os
lábios, ainda que não afastasse os olhos do Sacrário. Um dia,
perguntou-lhe:
 - João, que dizes ao Senhor?
 E João respondeu:
 -Não lhe digo nada. Eu olho-O e Ele olha para mim.
 Esplêndido conto para entender o fácil que é tratar com o Senhor!

Ideias principais

1. Jesus convida a orar continuamente

 O homem é uma criatura privilegiada, mas com necessidades


constantes; depende de Deus, que é quem pode resolver as
necessidades.
 Jesus recorria continuamente ao seu Pai. São Lucas recorda como um
dia "disse-lhes também uma parábola para mostrar que importa
orar sempre e não cessar de o fazer" (Lc 18, 1).
 Com o exemplo o Senhor quer que compreendamos a necessidade da
oração.

2. Os momentos da oração

 Deus não faz esperar; melhor, é Ele quem espera.


 Podemos orar sempre, mas é bom ter momentos determinados para o
fazer:

 ao levantar-se e ao deitar-se
 visitando o Santíssimo, pela tarde
 depois de comungar
 ao começar um trabalho...
 Não devemos esquecer que a Santa Missa é o momento mais sublime
para louvar, dar graças e pedir pelas nossas necessidades

3. Modos de orar

 Há infinitos modos de orar, porque Deus guia cada um pelo seu


caminho. A tradição cristã assinala como principais formas de orar:
 A oração vocal. É a que se realiza também com palavras,
como ao rezar o Pai Nosso ou a Ave Maria.
 A oração mental. Qualificamo-la assim, porque todo o trato
com Deus descansa na actuação da mente, e não nas palavras;
intervém o pensamento, a imaginação, a emoção...

4. Qualidades da oração

 A oração bem feita terá de ser:

 Piedosa. Temos de recorrer à oração como filhos, porque o


somos.
 Humilde. Necessitamos sempre de Deus, e somos pecadores.
 Confiada. Ele ama-nos como Pai, confiamos n’ Ele e estamos
certos de que nos dará o melhor.
 Perseverante. Pedir sem cansaço nem desânimo.

 Pode acontecer que rezemos mal, ou nos portemos mal ou peçamos


coisas não convenientes.
5. Valor da oração

 À medida que nos vamos habituando à oração, unimo--nos mais a


Deus e compreendemos melhor os seus planos.
 Da oração saímos fortalecidos para lutar contra o mal e fazer o bem;
para enfrentarmos as dificuldades da vida com serenidade e alegria.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Recorre a Deus a todo o momento: nas alegrias e tristezas, na


necessidade e na abundância.
 Dedica uns minutos ao dia para fazer oração mental.
 Procura rezar com piedade e confiança as tuas orações vocais.

59 A oração do Senhor: “Pai Nosso"


Compêndio do Catecismo

 578. Qual é a origem da oração do Pai Nosso?

 2759-2760 2773

 Jesus ensinou-nos esta oração cristã insubstituível, o Pai Nosso, um


dia quando um dos discípulos, vendo-O rezar, lhe pediu: «Ensina-
nos a rezar» (Lc 11, 1). A tradição litúrgica da Igreja usou sempre o
texto de S. Mateus (6, 9-13).

Introdução

 Depois de Jesus ter orado a Seu Pai celestial, um dos discípulos


aproximou-se e disse-Lhe:

 "Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos


seus discípulos" (Lc 11,1)
 Então ensinou-lhes o Pai Nosso (Cf. Mt 6, 9-13).
 O Pai Nosso há-de ser a nossa oração predilecta, visto que nos foi
ensinada pelo próprio Deus.

Introdução

1. O Pai Nosso, principal oração cristã

 A oração fundamental do cristão é o Pai Nosso, que os Apóstolos


aprenderam da boca de Jesus. Por isso, é conhecida também como
"oração dominical", porque vem do Senhor.
 Trata-se da oração mais perfeita de todas, sendo a oração por
excelência da Igreja.

2. Jesus Cristo ensinou-nos o Pai Nosso

 O próprio Jesus Cristo nos ensinou as palavras com que nos devemos
dirigir ao nosso Pai do Céu. É, sem dúvida, a oração que mais agrada
a Deus.
 Devemos rezá-lo com atenção e devoção, dando-nos conta do que
dizemos e permitindo que o coração se identifique com as petições
que pronunciamos com a boca.

3. Conteúdo do Pai Nosso

O Pai Nosso consta de uma invocação inicial e de sete petições:

 Invocação inicial: Pai Nosso, que estás nos Céus.


 1.ª petição: Santificado seja o vosso nome.
 2.ª petição: Venha a nós o vosso reino.
 3.ª petição: Seja feita a vossa vontade assim na terra como no
Céu.
 4.ª petição: O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
 5.ª petição: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós
perdoamos a quem nos tem ofendido.
 6.ª petição: E não nos deixeis cair em tentação.
 7.ª petição: Mas livrai-nos do mal.

Para confirmar as petições dizemos:


Amén.
4. Rezar com devoção o Pai Nosso

 Sendo o Pai Nosso uma oração tão bela e que tanto agrada a Deus,
devemos procurar rezá-lo com especial atenção.
 Não podemos fazê-lo maquinalmente repetindo as palavras só com a
boca, mas pondo a inteligência e o coração, quer dizer, com atenção
e devoção.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Repassa, para os saberes muito bem, o Pai Nosso e a Ave Maria.


 Põe atenção e devoção na oração vocal, especialmente ao rezar o Pai
Nosso e a Ave Maria.
 Medita algumas vezes o Pai Nosso e a Ave Maria para compreender
melhor o que rezas.

60 A devoção à Santíssima Virgem


Compêndio do Catecismo

 196. Em que sentido a Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da


Igreja?

 963 – 966
973

 A Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da Igreja na ordem da graça


porque deu à luz Jesus, o Filho de Deus, Cabeça do corpo que é a
Igreja. Jesus ao morrer na cruz, indicou-a como mãe ao discípulo
com estas palavras: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 27).

Introdução

 O facto mais importante da história, é a Encarnação do Filho de


Deus nas puríssimas entranhas da Virgem Maria.
 A Virgem é Mãe de Deus, mas também é Mãe de todos os homens,
especialmente dos cristãos. No Calvário Jesus no-la entregou como
Mãe, momentos antes de morrer:
 "Mulher, eis aí o teu filho;... Eis a tua Mãe" (Jo 19, 26-27).

Ideias principais

1. A Virgem é nossa Mãe

 A Santíssima Virgem ocupa o primeiro lugar entre todos os anjos e


santos do céu, porque é a Mãe de Jesus, nosso Redentor.
 Quando estava a morrer por nós na cruz, no-la deu como mãe na
pessoa de João: "Eis a tua Mãe".
 Assumpta em corpo e alma para o Céu, de lá intercede como boa
mãe por todos nós.

2. Os cristãos veneram a Maria de modo muito especial

 Do mesmo modo que João cuidou da Virgem depois da ascensão de


Jesus ao Céu, também nós devemos amá-la e venerá-la como bons
filhos.
 Devemos conhecer e praticar maneiras de honrar a Virgem, se
queremos manifestar o nosso amor à Mãe do Céu.

3. Devoções marianas

 Rezar à Virgem ao levantar-se e ao deitar-se.


 Venerar as suas imagens.
 O "Angelus" ou Regina Caeli.
 O Santo Rosário.
 O mês de Maio.
 O escapulário do Carmo.
 O sábado, dedicado à Virgem.
 As visitas a um santuário mariano.
 As festas da Virgem.
4. Aumentar sempre o amor à Virgem

 A vida do cristão é um caminhar para Deus: d’ Ele vimos e para Ele


vamos. A Virgem acompanha-nos, protege-nos e ajuda-nos.
 Devemos aumentar o nosso amor a Ela, tratando-a com especial
carinho, vivendo as devoções que temos assinalado.
 O nosso amor à Virgem deve ser grande, constante e sempre
crescente.

Propósitos de vida cristã

Um propósito para avançar

 Concretiza alguma devoção mariana das que temos recordado e


vive--a com carinho e perseverança.
 Repassa as orações dirigidas à Santíssima Virgem.

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