Batista, 2019
Batista, 2019
Batista, 2019
Lisboa
2019
MARIA GLEICY GURGEL CORREIA BATISTA
Lisboa
2019
Maria Gleicy Gurgel Correia Batista: Alfabetização em curso - A importância das estratégias e métodos.
RESUMO
SUMMARY
Understanding how literacy learning happens is critical to qualifying work in the literacy
cycle. We also focus on teacher training needs, particularly for reading teaching, seeking to
innovate and improve interaction with students, which is a necessary link for the teaching of
reading to take place. The objective of this research was to analyze the strategies and teaching
methods used by literacy teachers, correlating with the final income of the students of the
three municipal schools that work with literacy classes. The schools investigated were:
Francisco Alves da Costa Municipal School, Menino Jesus Municipal School and São
Francisco Municipal School. To achieve our goal we use qualitative research of a descriptive
nature. The instrument of data collection was through semi-structured interviews. The
technique of data analysis was performed through interpretation of data from the data. A
bibliographical research was carried out considering the contributions of authors such as
Alliende (2005), Capovilla (2004), Ellis (1995), Morais (1999), Morais (2015), Solé (1998),
Perrenoud (1999), among others, seeking to emphasize the teaching of reading in the school
environment. It is concluded that teachers are able to partially alphabetize students with their
teaching methods and strategies, and that students' final achievement and the difficulties
reported by teachers are due to external factors that interfere with learning reading.
KEY WORDS: Reading; Literacy; School; Teaching strategies; Teaching methds of reading;
Final income of students.
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo e meus filhos, minha razão de inspiração para procurar ser cada vez melhor.
Minha família, pais, irmãos.
Aos colegas do curso.
A equipe das Escolas Municipais Francisco Alves da Costa, Menino Jesus e São Francisco.
As gestoras: Cleupê Fernandes, Leila Alves e Sidia Batista.
Aos professores alfabetizadores e aos alunos do 1º ciclo básico.
Enfim ao meu orientador: Professor Doutor Óscar Conceição de Sousa, pela compreensão,
apoio, incentivo e ensinamentos que guardaremos para sempre.
AGRADECIMENTOS
SIGLAS
QUADROS
GRÁFICOS
Gráfico 1- Rendimento final da Escola Municipal Francisco Alves da Costa, ano letivo-2015.
Gráfico 2- Rendimento final da Escola Municipal Francisco Alves da Costa, ano letivo-2016.
Gráfico 3- Rendimento final da Escola Municipal Menino Jesus, ano letivo-2015.
Gráfico 4- Rendimento final da Escola Municipal Menino Jesus, ano letivo-2016.
Gráfico 5- Rendimento final da Escola Municipal São Francisco, ano letivo-2015.
Gráfico 6- Rendimento final da Escola Municipal São Francisco, ano letivo-2016.
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APÊNDICES
11
ÍNDICE
RESUMO....................................................................................................................................3
ABSTRACT................................................................................................................................4
INTRODUÇÃO........................................................................................................................13
PARTE 1. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA .........................................................................16
1.1 A importancia do ato de ler no mundo atual.......................................................................17
1.2 O que é ler ou em que consiste saber ler............................................................................27
1.3 Estratégias para alfabetizar.................................................................................................30
1.4 Quadro do duplo canal........................................................................................................37
PARTE 2. PROBLEMÁTICA ................................................................................................. 41
2.1 Problemática e objetivos.....................................................................................................42
2.2 Objetivos.............................................................................................................................43
Objetivo Geral...........................................................................................................................43
Objetivos Específicos................................................................................................................43
PARTE 3.- ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ......................................................... 44
3.1 Tipo de pesquisa e instrumentos.........................................................................................45
3.2 Sujeitos de Pesquisa............................................................................................................45
3.3 Técnicas de pesquisa...........................................................................................................46
3.4 Procedimentos.....................................................................................................................46
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INTRODUÇÃO
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analise e discussão dos resultados dos dados obtidos com aos docentes participantes deste
estudo intitulado: “Alfabetização em curso- A importância das estratégias e métodos”.
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16
Para falarmos sobre a importância do ato de ler no mundo atual, faz-se necessário
buscar sua trajetória, por entendermos que a leitura é uma prática social descoberta há mais de
cinco mil anos, que surgiu da necessidade de comunicação e compreensão entre os povos que
já então, tentavam desvendar os segredos das expressões escritas deixadas por povos da
antiguidade, e o homem primitivo era submetido à leitura de sinais deixados nas cavernas,
como os desenhos rupestres que podiam reconstruir fatos, avisos, indícios de fatos para
investigação da época. A problemática continua atual desde que a humanidade se
conscientizou do poder intelectual que desenvolve cada vez mais novos meios e técnicas que
viabilizam o desejo de novos conhecimentos, na tentativa de conhecer-se e também conhecer
o mundo que se desenvolve à sua volta, buscando registrar sua história na escrita recorrendo
a codificação e decodificação de sinais por intermédio da leitura.
Mesmo sendo uma prática social bem antiga a leitura se tornou o meio mais
importante de chegarmos ao conhecimento, para isso, precisamos aprender a ler e não apenas
“passar os olhos sobre algum texto”. Ler no mundo atual, na verdade, é dar sentido à vida e ao
mundo, é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo,
narrativo, focalizando possibilidades que se misturam e se tornam infinitas. Isto porque
Alliende (2005) salienta que: “A compreensão ou habilidade para entender a linguagem
escrita consiste a principal meta da leitura”. Meta essa que não abrange a população em
massa, sendo esse um problema social, bastante expressivo no campo da pesquisa acadêmica.
A leitura passou por diversas transformações nos últimos anos:
“Antes do século XIX, quer dizer, antes de Revolução Industrial, a leitura era assunto
de uma minoria, quer fosse a leitura de romances, de escrituras divinas, ou de textos
ligados mais diretamente às instituições ou as profissões”. (MORAIS. 1996 p.16).
Sendo assim, é preciso lembrar, com bases nos estudos do mesmo autor (1996), que
“Hoje, reconhece-se a todos o direito de saber ler, escrever e contar. Uma escolaridade mínima
que deveria em princípio materializar esse direito é obrigatória”. Esses assuntos estão
extremamente relacionados com a alfabetização.
Nestes termos alguns estudiosos enfatizam suas pesquisas com enfoque nessas
questões sociais de alfabetização:
“Assuntos relacionados com alfabetização, sobretudo com métodos de alfabetização,
sempre foram e continuam sendo objeto de intenso debate e controvérsias tanto no
17
mundo político quanto no mundo acadêmico. Isso não surpreende, sobretudo tendo
em vista que a escolarização deixou de ser um privilégio de poucos e, em pouco
menos de um século, passou a ser reconhecida como um direito e uma obrigação.
Apesar da aparente igualdade de oportunidades criadas pela universalização do acesso
a escolas, ainda persistem fortes desigualdades”. (CAPOVILLA. 2005 p.16).
Nos últimos anos, as transformações sociais, políticas e econômicas tem sido tão
acentuadas que os pontos de contatos são desvendados através da leitura. Passando por
diferentes visões da realidade.
Para uma boa leitura é preciso exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias, de
investigar as palavras que fazem parte do mundo da leitura.
A importância do ato de ler no mundo atual exige competências específicas do leitor,
mediante as novas perspectivas de domínio da natureza, dos símbolos, da fala, da escrita e da
própria leitura. Ler tornou-se algo tão importante, na medida em que o homem passou a
dominar todos esses signos naturais, linguísticos e históricos que passaram a integrar-se cada
vez mais na vida da humanidade.
Na medida em que a humanidade avança intelectualmente, a tendência da educação é
impulsionar a novos paradigmas, expandindo-se com o objetivo de preservar integralmente a
sua espécie.
Logo, as exigências do mundo atual vêm impulsionando a uma reflexão da ação
docente para atender às necessidades da sociedade em pleno século XXI. O ato de ler vem
ganhando novos sentidos no mundo letrado, permitindo ao individuo a assimilação de novos
conhecimentos, a conscientização de seus direitos e deveres enquanto cidadão, permitindo
cada vez mais a inserção e a integração no mundo globalizado.
Neste ponto de vista a ação da escola é fundamental e necessária para aprofundar os
estudos sobre a trajetória e a aquisição da leitura de crianças nos anos iniciais de sua
escolaridade, propiciando um método de alfabetização eficaz que sinalize o momento de
aprender a ler do aluno e o trabalho prático do professor alfabetizador.
A história da alfabetização é pautada pela contribuição de diferentes abordagens
teóricas sobre o processo de aprendizagem da leitura e escrita de crianças. Quando se faz um
cauteloso estudo sobre a história da pedagogia se revela rigorosamente que tudo que
conhecemos atualmente sobre alfabetização são variações em torno de três métodos básicos
que são: o método alfabético, o global e o fônico.
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O método alfabético que está incluso no método sintético é o primeiro e mais antigo,
inventado pelos gregos a mais de 2.500 anos, junto com o alfabeto. Segundo Morais (1996)
“Esse método de leitura foi o mais utilizado durante mais tempo no curso da história da
civilização ocidental”. Neste método o ponto de partida para a alfabetização do aluno era
aprender as letras do alfabeto e sucessivamente, juntar para formar as palavras.
Enfatizando a metodologia do método alfabético:
A criança começa aprendendo o abecedário, isto é, os nomes das letras na ordem.
Depois, ensina-se a criança a associar cada nome de letra a um símbolo. Em seguida,
ensinava-se a combinar consoantes e vogais e recitar sílabas sem significados (“ ba,
be, bi,bo,bu”, etc.). Só depois de alguns meses, se não anos desses exercícios é que a
criança era enfim posta em contato com a leitura. (MORAIS, 1996, p.261).
19
20
Devido sua relevância no ensino da leitura o método fônico é usado como base para a
alfabetização em muitos países da Europa.
Entre os diversos estudos feitos por autores a respeito da aquisição e desenvolvimento
da leitura e que adotaram o processo de leitura em crianças como tema de pesquisa e aderiram
essencialmente à psicologia cognitiva como base teórica, encontramos trabalhos de Capovilla
e Capovilla (2003), (Capovilla (2005), Morais (1996), Morais (2012), entre outros que
refletem o mesmo objetivo.
Sabe-se que recebemos inúmeras informações no decorrer de nossas vidas e para
guardar essas informações se faz necessário conhecer a amplitude do cérebro humano em
relação à leitura. A ciência cognitiva de leitura vem apontando principalmente nos estudos do
funcionamento do cérebro. Capovilla e Capovilla (2005), pesquisadores e defensores do
método fônico de alfabetização, fundamentam suas pesquisas na psicologia experimental e
seus estudos são baseados em testes aplicados a grandes amostras populacionais. Os autores
defendem com prioridade o método da decodificação que está mais em acordo com a ciência
cognitiva da leitura e afirmam os resultados com prioridades que seus estudos são
comprovados pela neuropsicologia cognitiva.
Na psicologia cognitiva os processos que envolvem a compreensão (leitura) e na
produção (escrita) são estudados separadamente, tendo em vista envolverem processos
cognitivos distintos. Neste sentido a leitura parte da informação visual ao som
(decodificação). A leitura é uma atividade complexa composta por esquemas diversos que
estão inseridos no conjunto das capacidades cognitivas, que sustenta o processo de
aprendizagem da habilidade de leitura.
É muito presente na história a preocupação com a leitura, e logicamente com a escrita,
entretanto ao longo dos tempos o conceito de leitura vem se modificando. Ler é um ponto
surpreendentemente simples, porém complexo de adquiri-lo, por camadas populares. Em
decorrência desse valor social que é atribuído à leitura, o acesso ao seu aprendizado,
apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e foco de pesquisas de vários autores
referente à importância da leitura no mundo atual.
Capovilla (2010), afirma que o método fônico é inteligente, que sua dinâmica é lúdica
e não mecânica. Desta maneira as crianças acabam sendo bem alfabetizadas no período de
quatro a seis meses, quando já passam a ler textos mais complexos e bem variados. De modo
sistemático este método é capaz de produzir compreensão e produção de textos de forma
21
23
A sociedade atual exige um sujeito ativo que saiba usar a sua competência de leitor,
não apenas lendo textos escritos e impressos, mas que sejam capazes de usar a linguagem com
precisão e adequá-la em um discurso para diferentes situações comunicativas. O mundo
globalizado demanda uma sociedade leitora, participativa, informada e, além de tudo
consciente de seu papel enquanto sujeito social.
É por intermédio da leitura que o indivíduo resgata uma situação de comunicação
desconhecida. A leitura faz com que se desperte no indivíduo fluente de seu imaginário, um
mundo diferente onde se pondera o novo, concebendo assim uma nova visão do saber.
Conforme Morais (1996), “Não devo olhar-me a partir de mim mesmo, mais olhar-me a partir
de fora”. A escola precisa influenciar nesta visão de fora para dentro, e perceber sua parcela
de responsabilidade na formação cidadã.
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Mesmo com várias pesquisas na área da linguística ainda deparamos com fortes
desigualdades sociais, principalmente no que se refere à comunicação entre as interpretações
no mundo letrado. Nesta perspectiva Capovilla (2005), considera que : “O propósito da leitura
é a compreensão”.
Em relação à leitura percebe-se que não envolve apenas o reconhecimento de palavras
isoladas e que seu objetivo principal é a compreensão do material lido. Ainda se vivência a
dura realidade, de alunos que concluem a Educação Básica e não conseguem entender o que
leem e muito menos redigir um texto simples. Pautando neste sentido, a aprendizagem de
hoje, exigem mais flexibilidade no ato de ensinar. Conforme, Solé (1998) “A aprendizagem
da leitura e da escrita se constrói no seio de atividades compartilhadas e que não se pode
esperar que a criança se mostre competente em algo sobre o que não foi instruída”. Um
destaque importante no processo de alfabetização, a principio são as condições necessárias
que possibilitam no aprendiz o poder de perceber, conhecer, compreender e reter na memória
as informações obtidas, priorizando a aprendizagem.
É importante estar ciente que a educação está inserida em um processo continuo de
construção, entre a escola e o universo que a cerca. Essas transformações nos levam à
reflexão, que não é apenas o ensino que muda, e sim a própria concepção de ensino que
precisa ser repensada. Educar na atualidade nos impõe novos desafios para a educação do
futuro.
Conforme argumenta o autor:
“A compreensão é, a um só tempo, meio e fim da comunição humana.
Entretanto, a educação para a compreensão está ausente do ensino. O planeta
necessita, em todos os sentidos, de compreensão mútua. Considerando a
importância da educação para a compreensão, em todos os níveis educativos
e em todas as idades, o desenvolvimento da compreensão pede a reforma das
mentalidades. Esta deve ser a obra para a educação do futuro”. (MORIN,
2011, p.17).
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Conforme pesquisas o leitor adulto acumula em sua vida uma gama de palavras que no
ato da leitura são impulsionadas pelo seu léxico visual. Cognitivamente é impressionante a
facilidade que um leitor adulto tem de ler e interpretar.
Neste sentido:
“O acto de leitura é uma tarefa complexa. Um leitor adulto é capaz de
descodificar, numa fracção de segundo, palavras que fazem parte de seu
léxico, (30000 a 50000) independentemente da forma gráfica, da má
impressão, ou mesmo de incorreções gráficas. A facilidade com que tal
acontece não nos deve iludir sobre a complexidade de processos envolvidos
na leitura”. (SOUSA, 1999, p.43).
A leitura é a maior herança que a escola deve oferecer aos alunos. A grande maioria do
que se aprende na vida é resultado da leitura que se faz fora da escola.
Um dos papeis principais da escola é convencer os aprendizes sobre os aspectos
importantes da leitura para a vida individual, social e cultural como fonte de propagação do
saber.
A função primordial da leitura na sociedade é despertar e proporcionar conhecimentos
básicos que contribuam para a construção integral na vida do aluno tanto em sociedade quanto
para o exercício da cidadania. Para isso se faz necessário um ensino significativo que
desenvolverá no aluno o interesse em ler textos diferenciados do seu cotidiano.
A escola deve dispor de uma prática de leitura prazerosa, proporcionando um
ambiente onde haja diversidade de textos, deixando o aluno à vontade para realizar sua
escolha de leitura.
Neste sentido:
O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto e poder ir
construindo uma ideia sobre seu conteúdo, extraindo dele o que lhe interessa,
em função dos seus objetivos. Isto só pode ser feito mediante uma leitura
individual, precisa, que permita o avanço e o retrocesso, que permita parar,
pensar, recapitular, relacionar a informação com o conhecimento prévio,
formular perguntas, dividir o que é importante e o que secundário. É um
processo interno, mas deve ser ensinado (SOLÉ, 1998, p.32).
A leitura exercita nossa inteligência e nos integra ao mundo que nos cerca. Através
dela, se adquire novos conhecimentos, tornando as pessoas mais capacitadas para enfrentar
assuntos das mais diversas situações. O hábito de ler transforma as pessoas, na medida em
que adquire novos conhecimentos desenvolve a capacidade, de associar as ideias, traçar
planos, compreender certos assuntos. O leitor crítico renova a criatividade, configurando-se
uma fonte de riquezas inesgotáveis.
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Sendo assim, é fundamental que a escola seja criteriosa em sua prática pedagógica,
viabilizando o ensino como prioridade para que o aluno consiga aprender a ler elaborando o
seu conhecimento de forma reflexiva para a concretização da aprendizagem.
A leitura é o mecanismo mais eficiente de comunicação entre a sociedade moderna,
pois todos os aparatos científicos desenvolvidos pela humanidade são oriundos de pesquisas
que adentram profundamente no mundo da leitura, colocando em prática o conhecimento
adquirido ao longo dos tempos, como prioridade para o desenvolvimento, todavia ler exige
comprometimento do leitor com o mundo que o cerca e aprender a ler exige uma política
pública capaz de fortalecer e aprimorar os métodos que já comprovaram sua eficácia mediante
o ensino da alfabetização.
Se a educação, antes do surgimento da leitura e da escrita visava a agregação de
valores aos conhecimentos produzidos ao longo dos tempos, com a invenção da escrita
perdeu-se esse caráter agregador e aumentou o interesse pelos valores científicos e éticos de
expansão do conhecimento.
Conclui-se que a leitura é algo bastante amplo por sua magnitude na vida humana, não
sendo restrita apenas à decodificação dos signos do alfabeto. Se focalizando em um sentido
mais amplo a leitura é uma fonte de inspiração, sabedoria e conhecimento, capaz de dar
autonomia e independência ao leitor, na interpretação e compreensão daquilo que se lê,
promovendo o pleno desenvolvimento da pessoa humana, focalizando seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho no mundo atual.
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28
ler para aprender”. Essas ideias apresentadas por Capovilla (2005) resumem que: “Ler
consiste na capacidade de extrair a pronuncia e o significado de uma palavra a partir de sinais
gráficos”. Quando se busca alfabetizar crianças por volta dos seis anos, percebe-se que as
mesmas ainda estão com um vocabulário restrito e que ao logo do processo vão se
consolidando a dinâmica de pronuncia e do significado das palavras.
Ler é uma atividade que consiste na capacidade de entender um texto escrito, ou seja,
ler é um ato de raciocínio que envolve problemas não só semânticos, filosóficos, ideológicos e
culturais, mas até fonéticos. É através da leitura que se torna possível à compreensão e a
interpretação das informações. Ou seja, você só consegue interpretar uma mensagem se você
foi capaz de compreender o que o autor quis transmitir na mensagem.
Podemos afirmar, de acordo com o mesmo autor, que:
Ler requer proficiência em dois conjuntos de competências: reconhecer
palavras e compreender o significado de textos. Reconhecer (ou identificar
)palavras é a primeira e mais importante tarefa – a única tarefa específica do
processo de aprender a ler. Depois que a criança se torna proficiente, sua
capacidade para identificar palavras lhe permite focalizar a atenção no
processo de compreensão. (CAPOVILLA, 2005, p.22).
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A humanidade desde que tomou consciência do poder intelectual que desenvolve, vem
sempre criando meios e técnicas que aprimorem seus conhecimentos, conhecendo o mundo
que se expande em sua volta, buscando na escrita, por intermédio da decodificação e
codificação, registrar sua história, se adaptando aos vários fatores que vem se inserindo de
forma quase que irreversível. Mediante o domínio da leitura o homem passa a imperar, num
sentido mais amplo do conhecimento passando a entender o que antes era obscuro e
descontextualizado em sua visão.
Para a criança, dominar a leitura e a escrita, não constitui algo difícil se existir a
consideração pelo seu mundo e pelo seu ambiente de inserção. A leitura de mundo da criança
deve ser considerada, como consequência das interações que ela faz com aquilo que a cerca.
Sendo que ler e escrever palavras e textos, são atitudes, que resultam das vivências dos
indivíduos em sociedade. No entanto , essas vivências são apenas indicadores que facilitarão a
consciência fonológica da criança no processo de alfabetização.
Portanto diante dessa abordagem ler, uma vez consolidado o processo de
alfabetização, é compreender que cada letra ou combinação de letra representam sons, ou seja,
sons da fala, além de conhecer os sinais gráficos, exigem do sujeito, determinadas habilidades
e intervenções cognitivas que condicionam o nível de compreensão da mensagem transmitida.
Em íntima conexão com essa maneira de pensar, a escola tende a ser concebida como
autônoma em relação ao processo de leitura que permeiam todos os níveis de ensino,
resaltando que nos primeiros anos escolares, a criança está em um processo de aprendizado
bem acelerado, necessitando de discussões sobre as vivências comunicacionais de seu
cotidiano. Enquanto as crianças vão se relacionando e se desenvolvendo no meio dessas
relações complexas de comunicação, cabe ao professor refletir sobre os saberes práticos e
teóricos que possuem como recursos de interação em sala de aula.
30
Desse modo, quando se ampliou o acesso, foi necessário também que se repensassem
as estratégias que contemplassem uma alfabetização plena, reduzindo progressivamente o
índice de evasão e repetência nos anos iniciais, promovendo um processo de aprendizagem
efetiva da leitura e da escrita.
O ciclo de alfabetização era para ser uma continuidade da educação infantil, no
entanto os professores que atuam neste processo enfrentam dificuldades em alfabetizar as
crianças dentro de um ciclo de três anos. Sabe-se que para conseguir alfabetizar os alunos, os
professores precisam de formação continuada e buscar enfrentar os desafios do dia a dia em
sala de aula.
O governo por não ter uma proposta de alfabetização consolidada do ensino público,
não consegue formar e manter professores alfabetizadores em seu quadro efetivo, causando
uma descontinuidade do trabalho que os programas do governo federal vêm oferecendo. Neste
segmento de ensino foi implantado, a partir de 2013 o PNAIC: Pacto Nacional Pela
Alfabetização na Idade Certa, que visa promover ações e disponibilizar recursos com o
objetivo de efetivar a alfabetização em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza
31
e Ciências Sociais, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental, de todas as escolas púbicas
brasileiras.
Nesta perspectiva o governo vem buscando maneiras mais realistas para incentivar o
trabalho do professor alfabetizador, buscando desenvolver uma qualificação em percurso
para melhorar a gestão do ensino na prática educativa.
Ainda nesse mesmo contexto o professor tem o desafio de alfabetizar tendo a
oportunidade de realizar estratégias de leitura e escrita que priorize a alfabetização,
incorporando na sua prática cotidiana, atividades mais próximas da realidade de seus alunos.
Diante dessas mudanças, observa-se que essas interferem nas relações sociais e
culturais, levando à emergência de novos paradigmas da formação do professor alfabetizador
que precisa mais do que nunca rever sua pratica de alfabetização em um sistema único de
ensino que não focaliza em um método de ensino que resguarde os direitos de aprendizagem
das crianças e sim, amplia esse universo para que o professor possa escolher o que lhe for
mais cômodo para desenvolver esse processo de alfabetização.
Buscando uma reflexão a cerca do método de ensino em sala de aula, somos
advertidos que:
Os autores dos velhos métodos tradicionais vendem suas cartilhas como fórmulas
salvadoras e esperam que os professores, obedientemente e sem ousar criar nada,
sigam à risca, de fevereiro a dezembro, o que as cartilhas propõem, fazendo todas e
somente aquelas atividades que são prescritas em cada lição. ( MORAIS, 2012,
p.37).
Uma vez que vivemos em uma sociedade em constantes mudanças, passamos pelo
dilema de vivenciar a prática de professores que atuam em sala de aula, na incerteza da
docência no mundo atual.
32
A aprendizagem é uma parte normal em nossas vidas. A cada dia aprendemos novas
formas de fazermos as coisas. Cada ser humano é único e por isso seus conhecimentos são
estruturados e armazenados de uma forma bem particular, para serem aplicados em algumas
situações específicas do cotidiano. Na situação escolar por ser formal, acata uma
intencionalidade mais dirigida abrangendo temas acadêmicos com suportes pedagógicos.
pertinente para a leitura. Em que a autora faz uma descrição das três fases ou estágios de
desenvolvimento da leitura e da escrita pela qual a criança passa que são: logográfico,
alfabético e ortográfico.
Fase logográfico – Nesta fase a criança usa o contexto quando se trata de leitura ou
escrita de palavras. Não lê, apenas reconhece os símbolos gráficos. Desenvolve-se primeiro a
leitura e depois a escrita. Na leitura logografica a criança considera as palavras como se
fossem desenhos, faz uso de pistas contextuais em vez de decodificação alfabética. Na fase
logográfica, adquire um vocabulário visual de palavras, incluindo seu próprio nome, mas não
é afetada pela ordem em que aparecem nas palavras, a não ser pela letra inicial. Então há o
desenvolvimento do léxico logográfico com acesso direto da palavra escrita com acesso à
memória semântica.
Enfatiza-se que a autora alerta para uso exaustivo desta estratégia de leitura por que
exige muito da memória visual da criança e consequentemente a erros grosseiros, como troca
de palavras no momento da leitura.
Na fase alfabética- A criança já evoluiu bastante e consegue recorrer a regras entre
fonemas e letras, levando em conta o valor posicional das letras na formação das palavras. A
criança distingue as correspondências entre os grafemas e fonemas. Se tratando da escrita
alfabética é capaz de obter acesso à representação fonológica das palavras, bem como tomar a
atitude de isolar fonemas individuais e de mapeá-los nas letras correspondentes.
Fase ortográfica – A criança consegue analisar as palavras em unidades ortográficas
grupos de letras e morfemas, sem realizar a conversão fonológica. São estabelecidas as
relações entre grafema e fonemas, essas unidades já estão armazenadas na memória,
possibilitando a escrita de palavras irregulares, desde que palavras comuns.
Essas três fases viabilizam as estratégias para a leitura e escrita. Considerando o
desenvolvimento de uma nova estratégia a anterior não desaparece, porem sua aplicação e
importância relativa ao seu processamento diminui, quando outra fase se opõe em seu lugar.
Apesar de todos os nossos conhecimentos, concordamos que alfabetizar não é tão
simples assim. Segundo Capovilla;
Assuntos relacionados com alfabetização, sobretudo com métodos de
alfabetização, sempre foram e continuam sendo objeto de intenso debate e
controvérsia tanto no mundo político quanto no mundo acadêmico. Isso não
surpreende, sobretudo tendo em vista que a escolarização deixou de ser um
privilegio de poucos e, em pouco menos de um século, passou a ser
reconhecida como um direito e uma obrigação. Apesar da aparente igualdade
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35
37
a via fonológica a qual utiliza o processo de conversão grafema fonema por meio da
capacidade de identificar e discriminar diferentes sons.
A aprendizagem é um dos processos mentais superiores mais importantes da vida de
um ser humano, porque tudo do que somos é resultado da aprendizagem que adquirimos
durante toda a nossa vida. Por razões diversas e principalmente como forma de entender
melhor qual das vias do duplo canal é mais eficaz durante o processo de alfabetização de
determinada população que o tema em destaque tem sido motivo de grande interesse de
pesquisadores e estudiosos da psicologia e a pedagogia, pois o sucesso da alfabetização
depende da clarificação desse processo.
A leitura e a escrita são habilidades cognitivas essências, aprendidas pelo ser humano
por meio de um processo interativo que constituem os elementos básicos para a inserção do
sujeito em sua cultura. Na complexidade da vida moderna são cada vez mais comuns tarefas
complexas, no âmbito pessoal, familiar ou político, dependentes da compreensão de
informações sob a forma escrita.
No modelo da teoria do duplo canal, são postulados dois mecanismos para a leitura:
Um mecanismo de rota fonológico e o outro de rota lexical.
Segundo Sousa:
A via não lexical traduz o código grafémico de uma palavra num código
fonológico, utilizando regras de correspondência grafemas- fonemas. Esta
conversão poderá ter como unidade grafemas isolados ou unidades mais
alargadas constituídas por mais de um grafema. Uma vez conseguida a versão
fonológica da palavra escrita o leitor terá acesso ao armazém semântico que
lhe fornecerá a significação como se de uma palavra falada se tratasse. Esta
via permite ler palavras, pseudo-plavras ou não palavras, com ortografia
regular e enfrenta problemas com palavras irregulares. (SOUSA, 1999,
p.48).
38
Uma parcela das evidências científicas coletadas nos últimos trinta anos, demonstra de
maneira inequívoca, a superioridade dos métodos fônicos sobre os demais.
A leitura via rota lexical é desenvolvida a partir do estágio ortográfico, geralmente se
utiliza está rota quando é realizada a leitura de palavras familiares, que são decorrentes da
experiência em repetidas leituras. Quando a leitura ocorre via rota lexical o item
primeiramente sofre uma analise visual antes de ser processado pelo sistema de
reconhecimento visual de palavras. Mediante a analise visual para que o item seja conhecido
como uma palavra é necessário que sua forma ortográfica esteja representada no léxico
ortográfico. A forma ortográfica ativa sua representação semântica, a qual ficará armazenada
até que ocorra a pronuncia.
De acordo com Ellis (1995) “O sistema semântico é o deposito de todo o
conhecimento sobre os significados de palavras familiares”. A leitura viabiliza pela visão, ao
cérebro humano, a possibilidade imediata do sentido através do qual o sujeito é capaz de
correlacionar às palavras escritas que são familiares dentro de seu meio social, com as suas
representações semânticas.
Para Morais (1996) “A leitura não atinge seu objetivo sem compreensão, todavia os
processos específicos da leitura não são processos de compreensão, mas que levam a
compreensão”. Morais (1996) resalta que: “Nos meios de praticantes, difundiu-se uma
concepção sonhadora e romântica de leitura; A leitura não teria mecanismo; ela seria apenas
compreensão. O sentido e a apreensão do sentido procederiam qualquer outra atividade de
análise do escrito”.
Portanto cabe resaltar que os dois mecanismos de leitura colocados pelo quadro do
duplo canal, devem se desenvolver simultaneamente, podendo intervir paralelamente na
leitura de palavras, e ambos os processos são constatados em estágios iniciais do
desenvolvimento de leitura. O sucesso na compreensão textual exige estratégias de leitura que
viabilizem o processo cognitivo de alto nível, como a capacidade de realizar inferências,
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PARTE 2 - PROBLEMÁTICA
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42
2.2. Objetivos
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
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44
Quanto ao tipo de pesquisa, optou-se pela descritiva, que tem como objetivo
primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos, e uma
de suas características padronizadas de coletas de dados é a entrevista que será utilizada para
abordagem das características da população em estudo que são os professores alfabetizadores.
Conforme Cervo, ‟A pesquisa descritiva se desenvolve, principalmente, nas ciências
humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados e cujo
registro não consta de documentos (1996, p.56)”.
Para guiar-se e analisar os dados coletados e fundamentar as interpretações com
observações mais detalhadas pela pesquisadora, será realizada uma pesquisa qualitativa.
Neste estudo fora utilizada uma entrevista, estruturada em três blocos consultivos para
testar: Identificação pessoal do entrevistado; As estratégias e métodos utilizados no ensino da
leitura; Fatores que interferem no aprendizado da leitura e a correlação entre as estratégias e
métodos de ensino em relação ao rendimento final dos alunos das três escolas municipais que
atuam com turmas de ciclo de alfabetização, enfatizando essa relação pedagógica.
45
Depois do primeiro contato com o professor orientador, passou-se a planejar ações que
viabilizassem o andamento da pesquisa.
Solicitação de permissão da SEMED- Secretaria Municipal de Educação Cultura e
Desporto de Rio Preto da Eva- Amazonas, para desenvolver a pesquisa nas escolas
municipais;
Posteriormente a esse processo burocrático, procedeu-se a seleção dos professores
alfabetizadores que atuam com turmas do primeiro ciclo de alfabetização com disponibilidade
de tempo para participarem desta pesquisa;
Quanto ao planejamento da pesquisa de campo, foi incluída a grelha de observação e a
elaboração do roteiro para as entrevistas;
Foi agendada a entrevista em momentos oportunos, conforme a disponibilidade dos
professores alfabetizadores. Tendo em vista que a aplicação da entrevista foi realizada em
período letivo com duração de dois meses;
Solicitação para as gestoras dos dados documentais das três escolas envolvidas neste
estudo;
46
47
4.1 Apresentação
Esta parte traz primeiramente os dados documentais estruturais das escolas cujos
professores foram alvos de estudo desta pesquisa. Logo depois serão apresentadas as
abordagens dos professores entrevistados e sua respectiva analise. Conforme descrito na
Metodologia desta dissertação, este trabalho apresenta dados de dez professores
alfabetizadores de três escolas municipais de Rio Preto da Eva- Amazonas.
A organização dos dados se apresenta da seguinte maneira: Primeiramente
apresentamos os dados documentais das escolas em estudo; em seguida as telas das
entrevistas com os professores em três blocos sendo: Bloco introdutório- Legitimação da
entrevista e motivação do entrevistando; Bloco A- Características do entrevistado e Bloco B-
Definição e métodos de leitura.
Concluídas as entrevistas com os professores, a fase seguinte, a de transcrição das
telas. É importante resaltar alguns ajustes nas falas dos professores porque foi feita uma
triagem no momento da revisão do material na integra o qual se encontram arquivadas e
transcritas nos anexos: I, II, III, VI, V, VI, VII, VIII, IX e X, omitindo as repetições de termos
e expressões inadequados ou desnecessárias para a pesquisa. Os dados das três escolas em
estudos são apresentados de forma sucinta, sendo as mesmas: Escola Municipal Francisco
Alves da Costa; Escola Municipal Menino Jesus e Escola Municipal São Francisco. Quanto
aos professores são caracterizados pelas siglas: P1; P2; P3... e assim sucessivamente até o
total de dez professores entrevistados.
48
o laboratório de informática que já está na escola a vários anos sem que nunca fossem
liberado para os trabalhos com os alunos.
Quanto à estrutura física a escola possui nove salas de aula, com capacidade para trinta
alunos; uma sala onde funciona, diretoria e secretaria; um laboratório de informática com 10
computadores; uma sala de professores; uma cantina; deposito para armazenamento da
merenda escolar; 6 banheiros sendo: três femininos e três masculino, um para acessibilidade,
um para funcionários, um refeitório, e por fim um pátio coberto onde são realizados os
eventos da escola.
O corpo discente é formado por 446 alunos matriculados em 2017, a escola funciona
nos turnos matutino e vespertino, atendendo alunos nas turmas de 2º ao 5º Ano do Ensino
Fundamental.
Para atender essa demanda de alunos a escola conta com um quadro de funcionários,
conforme se destaca no quadro 1.
Gestora 1
Supervisora 1
Professores 12
Auxiliar administrativo 01
Cozinheira 04
Guarda municipal 01
TOTAL 24
49
com o objetivo de atender a essa demanda inicial para cem crianças de 1º ao 5º Ano do Ensino
Fundamental. Ao ser divulgada para a comunidade escolar a mesma passou a ser muito
procurada por várias famílias da zona rural e urbana, necessitando assim de uma reforma para
melhorar o atendimento na comunidade escolar funcionando atualmente em três prédios todos
construídos em alvenaria, com estrutura em madeira, cobertura em telha de brasilit, forro de
PVC e piso de coro dum. Quanto às instalações hidráulicas e elétricas podem ser consideradas
satisfatórias. Porem algumas salas de aula não possuem ar refrigerado, somente ventiladores
para amenizar o calor. Quando se trata de segurança para as crianças em termos de estrutura
física é bem delicada, pois, possuem escadas para o acesso de algumas salas de aula no
primeiro andar de um dos prédios, exigindo um cuidado maior dos funcionários da escola
com esses alunos. A divisão da estrutura física é composta de nove salas de aulas, com
capacidade para trinta alunos; num dos prédios funciona a diretoria e secretaria; nos outros
dois funcionam as sala de aula; em outro prédio funcionam no primeiro andar algumas salas
de aula e no térreo fica uma cantina; deposito para armazenamento da merenda escolar; e um
refeitório onde são servidas a merenda escolar e também são realizados as reuniões de pais e
alguns eventos da escola; sete banheiros femininos e sete masculinos, a área externa é
bastante grande possui um chapéu de palha onde são realizadas as atividades de recreações
com os alunos.
Para garantir que a escola receba os benefícios do governo federal houve a necessidade
de criação e implantação do Conselho Escolar, formado pela comunidade escolar. Resaltando
que no ano de 2014, antes de sua criação a escola tinha como entidade mantenedora a
Secretaria Municipal de Educação e os Amigos da Escola.
A escola não possui laboratório de informática, somente dois computadores para as
atividades da secretaria da escola. Segundo a gestão, de acordo com a demanda de alunos
matriculados com necessidades especiais a escola foi contemplada com uma sala de recursos
multifuncionais com o objetivo de viabilizar o trabalho dos professores.
Para fomentar a falta de biblioteca a escola disponibiliza um cantinho da leitura com
alguns acervos para complementar o trabalho dos professores para com os alunos.
O corpo discente é formado por 467 alunos matriculados no 1º Ciclo Básico, ou seja,
do 1º ao 3º Anos do Ensino Fundamental. A escola funciona nos turnos matutino e vespertino,
conforme quadro 2.
50
Para atender essa demanda de alunos a escola conta com um quadro de funcionários,
conforme quadro 2.
Gestora 1
Supervisora 1
Professores 17
Auxiliar administrativo 02
Cozinheira 04
Guarda municipal 01
TOTAL 30
A Escola Municipal São Francisco, está localizada à Rua Gonçalves Dias, nº 54,
Bairro do Monte Castelo II, em Rio Preto da Eva- Amazonas.
Foi fundada em 1999, pela Paróquia de São Pedro Apostolo, sob a direção do Padre
Franco, como “Creche São Francisco”. O objetivo desta creche era atender às necessidade das
famílias com crianças de Educação Infantil deste bairro. Inicialmente a creche era composta
apenas por: 02 salas de aula, 01 cozinha, 01 banheiro, e um pátio coberto, para atender a
comunidade escolar.
No final do ano 2001, em contrato de locação com a paróquia de São Pedro, a
prefeitura Municipal de Rio Preta da Eva, iniciou uma reforma e ampliação da Creche São
Francisco para atender a demanda de alunos em conformidade com o crescimento
populacional do bairro. Para suprir a necessidade da demanda educacional a prefeitura passou
a gerir a partir de 2002, passando de creche para Escola Municipal São Francisco atendendo
alunos da educação básica de educação infantil até a 2º série do Ensino Fundamental.
Atualmente após diversas reformas e ampliações a escola encontra-se construída em
alvenaria, com estrutura metálica, cobertura em telha de zinco, forro de PVC e piso de coro
dum. Quanto às instalações hidráulicas podem ser consideradas satisfatórias. Porem as
51
A seguir apresentaremos a analise descritiva dos dados, das entrevistas realizadas com
os dez professores alfabetizadores das três escolas municipais em estudos, dividida em três
blocos.
Bloco introdutório – Legitimação da entrevista e motivação do entrevistado.
52
Apêndice 1- Pesquisadora: Professor (a) você está disposto (a) a colaborar nesta
pesquisa relativa à leitura?
P1- Certamente que sim, pois é muito importante poder compartilhar um pouco do meu
trabalho de leitura em sala de aula com meus alunos, na tentativa de melhorar um pouco
mais.
P2-Sim, pois é uma maneira de refletir sobre a minha prática de leitura e buscar mecanismo
para entender melhor se o meu trabalho está no caminho certo.
P3- Vamos tentar, sei que não vamos concluir de imediato, devido o pouco tempo que tenho,
mais é muito importante contribuir para uma entrevista de pesquisa em leitura.
P4- Com certeza, sempre gosto de colaborar com pesquisadores, como forma de contribuir
também com esse processo de leitura em nossa escola.
P5-Sim, estou disposta a contribuir, só temos um pequeno problema, é o tempo acho que não
concluiremos em só uma reunião. Vamos começar pelo menos.
P6- Estou sim, não é sempre que temos essa oportunidade de relatar nossas angustias e
acertos, em sala de aula no que se refere ao ensino da leitura.
P7- Sim, depois da faculdade, nunca fiz nenhum relato de meu trabalho em sala de aula e isso
é muito bom. Poder contribuir com a pesquisa em leitura dentro de nossa escola.
P8- Concordo plenamente professora, sempre tenho interesse de colaborar com a pesquisa
em leitura, gosto muito de trabalhar com alfabetização. Mais na prática às vezes a escola não
dispõe de tempo para tratarmos de um assunto tão importante, ou seja, o percurso do
processo de alfabetização.
P9- Sim, só temos que nos planejar para essa entrevista dentro do tempo que terei livre
durante a semana, pois a escola nos oferece pouco tempo para desenvolver atividades para os
alunos, mais estou a disposição neste momento e se não for suficiente, retomaremos na
semana seguinte.
P10- Sim, é uma oportunidade para poder expressar minhas necessidades em sala de aula,
pois não é fácil alfabetizar alunos quando a escola nos impõe certas limitações, como pouco
tempo para planejamento e muitos alunos para alfabetizar sem material adequado.
53
Apêndice 2- Pesquisadora: Professor (a) quais são suas habilitações para a docência?
P1- Licenciatura em pedagogia.
P2- Magistério; Licenciatura em pedagogia.
P3- Licenciatura em normal Superior/ Licenciatura em Letras- Língua portuguesa.
P4- Magistério; pedagogia.
P5- Formada em Licenciatura plena em pedagogia e especialização em educação infantil e
anos iniciais do ensino fundamental.
P6- Magistério ( Nível médio); Licenciatura em pedagogia; especialização em Metodologia
do ensino superior.
P7- Sou graduada em Pedagogia.
P8- Tenho magistério; Licenciatura em História; Pós-graduação em gestão e supervisão
escolar.
P9- Magistério ( Logos II)- Programa emergencial de formação de professores; Licenciatura
em Normal Superior; Licenciatura em Pedagogia;Licenciatura em Matemática;
Especialização em Gestão e orientação escolar.
P10- Magistério; Licenciatura em normal superior; segunda licenciatura em História.
54
Quando se trata das habilitações dos entrevistados para a docência vale resaltar que no
Brasil a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 em seus
Art. 62, assegura que:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal..
(LDB, 2009, p.46).
55
P1- Particular
P2-Instituição Particular
P3- Instituição Pública
P4- Instituição Particular
P5-Privada e pública
P6-Instituição particular de ensino
P7- Escola Superior Batista do Amazonas – ESBAM- Particular.
P8- Particular
P9- Instituição Pública e particular
P10- Pública ( Programa de formação de professores- PARFOR )
56
fundamental.
P3- Sim, multisseriado.
P4- Sim. Área especifica: ciências; historia; geografia; artes e educação física.
P5- Sim, já trabalhei com alunos do 6º ao 9º ano.
P6-Sim, em todas as series de 1º Ciclo, 2º Ciclo e 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental.
P7-Sim. Minha primeira experiência como docente foi lecionar para alunos do 4º ano do
ensino fundamental.
P8- Sim, minha primeira turma era de multisseriado é bem difícil de trabalhar são vários
alunos em series diferentes.Sem contar com a documentação que precisamos entregar para a
escola.
P9- Sim, com 4º e 5º ano.
P10- Sim, com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental.
57
P5- Sim, a cada ano nós professores de ciclo passamos por pequenas formações na área de
alfabetização.
P6- Sim, para entender melhor o processo de alfabetização dos alunos.
P7- Sim, pois me sinto em constante necessidade de aprender métodos novos para
desenvolver o aprendizado de meus alunos.
P8- Sim, pedagogia.
P9- Sim, na educação especial por ter sentido dificuldades de trabalhar com esse perfil de
alunos. Tendo em vista que o governo propõe a inclusão, sem uma preparação adequada
tanto para a escola como para o professor. Muitas das vezes esses alunos passam
despercebidos dentro do contexto escolar.
P10- Acredito que sim, nós como professores, precisamos continuar estudando.
Por essas e outras razoes é que os professores estão sempre precisando de constantes
capacitações que complementem sua formação para atuação na prática de ensino.
Portanto a formação continuada está a serviço da reflexão e da reprodução e de
conhecimento sistematizado, que seja capaz de oferecer a fundamentação teórica
indispensável para a articulação com a prática criativa do professor em relação ao aluno, à
escola e à sociedade em geral.
58
A questão anterior vem contemplar a fala dos professores quando se trata da educação
continuada. Dos professores em estudo, 50% já realizaram ou estão inseridos nos programas
do governo federal, voltado para a alfabetização, como demonstra a tela em destaque.
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal
assumido pelo Governo Federal, estados e municípios e entidades para firmar compromissos
de alfabetizar crianças até, no máximo, oito anos de idade, ao final do ciclo de alfabetização.
Incluindo os que atuam nas turmas multisseriadas e multietapas, a planejarem aulas e a
usarem de modo articulado os materiais e as referências curriculares e pedagógicas ofertados
pelo MEC, às redes que aderirem deve desenvolver as ações desse Pacto. Fomentado pela
Resolução em vigor: Resolução nº 6, de 1º de novembro de 2016.
59
60
61
62
Apêndice 9- Pesquisadora- Professor (a) você acha importante o ato de leitura na sua
vida pessoal? Por que?
P1- Sim para que eu fique mais informada das notícias importantes que acontecem no meu
dia a dia.
P2 - Uma boa leitura sempre trás novidades, motivação para viver melhor, reflexões,
informações, aprendizagem, conhecimentos e além do mais pelo prazer.
P3- Sim para obter conhecimento, porque vivemos em uma sociedade letrada e tudo que
precisamos fazer é necessário dominar a leitura.
P4- Sim para que eu adquira mais conhecimento de mundo.
P5- Sim, por meio da leitura consigo sempre buscar informações que melhorem minha
prática pessoal e profissional e ficar informada de algo que desconheço.
P6- Sim, porque acredito que a leitura vai me proporcionar novos discernimentos na minha
vida cotidiana, por isso temos a certeza que as pessoas que leem têm sempre um olhar
diferenciado sobre qualquer objeto. Tanto na esfera social, econômica e política.
P7- Bastante importante em nível de informação e também de qualificação profissional, eu
reconheço que preciso ler mais, na minha vida diária.
P8- Sim, para o entendimento de nossas vivências na sociedade.
P9- Sim, para ter mais informações atualizadas e saber interpreta-las na vida.
P10- Sim, o tempo é que não contribui trabalho quarenta horas semanal como professora e
não é disponibilizado um momento para estudos e nos finais de semana, realizo meu
planejamento semanal.
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Voltando ao ato de leitura mais voltada para a vida dos cidadãos todos os nossos
colaboradores, foram bem expressivos em afirmar que uma sociedade precisa ler para poder
conhecer e exigir os seus direitos.
A sociedade é o fruto da educação que recebe. Partindo deste principio:
Segundo Morais:
“Nos países desenvolvidos, há inquietação diante das taxas de iletrismo.
Segundo alguns, estamos assistindo ao “ crescimento de um iletrismo do qual
nossa sociedade se julgava a salvo”. Isso é provavelmente falso, em termos
absolutos. Entretanto, os números do iletrismo funcional, ou seja, a
incapacidade real de ler e escrever o material necessário ao trabalho e à vida
de cidadão, apesar da passagem pela escola e até a obtenção de certificados,
impressionam aqueles que leem as estatísticas, quer dizer, os letrados. Estes
tendem a conviver entre si, e sabendo que a visão que cada um tem da
sociedade é matizada pelas características de seu próprio meio (MORAIS,
1996, p.17)”.
Com base na citação acima, podemos entender que a leitura pode ser difícil, a
discussão dessas questões implica na analise de fatores internos e externos à sala de aula e se
relacionam com uma história de produção de conhecimentos pedagógicos, que tem
mobilizado cientistas e educadores do mundo inteiro, com o objetivo de aprofundar sua
compreensão crítica, sobre os fatores que causam esse estado de analfabeto funcional em uma
parcela considerável da sociedade.
Apêndice 11- Pesquisadora – Professor (a) quanto tempo você dedica à leitura na sua
programação?
P1- Pouco tempo, em relação ao trabalho que desenvolvemos, sabemos que nós professores
precisamos estar bem preparados para poder desempenhar um bom trabalho e a leitura é
fundamental.
P2- Eu nunca programo dia nem hora para a leitura. Ela acontece seja quando compro ou
empresto um livro, numa revista, nos sites de notícias ou de entretenimento, nas redes sociais
na tendência de preparar planejamento escolar, no dia a dia com meus alunos.
P3- Como preciso preencher a documentação pedagógica de minha turma dedico até duas
horas de leitura por semana.
P4- Diariamente, abordando vários assuntos diferentes como: jornais, revistas e a Bíblia.
P5- Não sei ao certo, mais em média de trinta minutos por dia, textos diversos, nas redes
sociais.
65
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aprendizagem dos alunos, principalmente o ensino da leitura, pois nas séries subsequente
percebemos que os alunos são analfabetos funcionais, leem mais não compreendem o que
leem.
P4- Preferencialmente anos subsequentes com a disciplina especifica de geografia. Porque os
alunos já são leitores e não temos a obrigação de ensina-los a ler. Eu sempre sou lotada com
turmas de alfabetização, mas é muito difícil alfabetizar alunos em escolas com pouco
material, os alunos não acompanham adequadamente o processo de alfabetização e vários
outros fatores que dificultam o trabalho com essas turmas.
P5- Eu prefiro ensinar ao 1º Ano. Sei que nessa fase as crianças se encontram numa grande
expectativa em ler, escrever e fazer cálculos e realizar novas descobertas, assim como
também com muitas dúvidas e medos. Porém, se eu conseguir delimitar um bom objetivo a
ser atingido com essa turma, conseguirei chegar ao sucesso. Como sempre digo: “As crianças
estão prontas, para mim no 1º Ano e eu tenho obrigação de prepará-las para o ano seguinte,
sem me importar se esse aluno, já teve uma vida escolar ou não”. Isso se difere nas séries
subsequentes que o aluno necessita ter uma base trabalhada.
P6- Prefiro anos subsequentes por ter mais afinidades e conhecimentos práticos e teóricos e
também os assuntos já serem esquematizados e também pelo fato da progressão na carreira
profissional, ou seja, experiência em outras turmas.
P7- Prefiro os três primeiros anos do Ensino Fundamental, pois em minhas observações, os
alunos nesta fase de ensino são mais curiosos e dedicados em aprender a ler e isso facilita o
meu trabalho no processo de alfabetização.
P8- Em séries subsequentes por se tratar de alunos maiores e já serem mais independentes do
professor.
P9- Prefiro primeiro ano, por me sentir bem trabalhando com esse perfil de alunos, os
maiores, já vem com um caráter formado e às vezes não são tão empenhados com os estudos
como os menores.
P10- Não vejo diferença na questão de ensinar, depende da lotação da sala de aula, quanto
mais alunos é mais difícil de atingir o conhecimento de leitura em sala de aula. No primeiro
ano temos ainda a questão de 25 alunos por turma e isso facilita um pouco o trabalho.
67
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método sintético de linguagem onde da mesma forma que parto das letras - sílabas- palavras-
frases e textos, busco intensificar a fonologia das palavras.
P6- O método construtivita de Paulo Freire, utilizando o tema gerador. Porque o aluno
assimila mais o objeto com a palavra e faz uma correlação do objeto com o nome. Busco
trabalhar a leitura de mundo enfatizado com a realidade dos conhecimentos prévios dos
alunos. Trabalho o objeto sistematizado ao conteúdo.
P7- O método sintético, porque leva o aluno a combinar os elementos isolados da língua:
sons, letras e sílabas para poder formar as palavras e daí prosseguir na leitura.
P8- Método silábico, porque é mais compreensivo para os alunos. Ensino as vogais e depois
vou introduzindo as consoantes e assim os alunos vão formando as sílabas e por fim
passando por uma trajetória de ensino até chegar nos textos.
P9- Método sintético, por considerar o método mais fácil para que os alunos aprendam.
P10- Método sintético por se tratar do grau de compreensão do mais simples ao mais
complexo, ou seja, das letras para as palavras e assim sucessivamente.
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71
72
finais para anos iniciais e com isso entram na escola em condições mais ou menos precárias
de formação na área de alfabetização.
Buscando entender se os professores alfabetizadores sempre obtiveram sucesso com o
referido método que aplicam em sala de aula, passou-se a entrevistá-los.
Apêndice 17- Pesquisadora- Professor (a) você sempre obteve sucesso com a aplicação do
referido método?
P1- Nem sempre, cada turma é diferente e os alunos têm varias necessidades que implicam
no aprendizado, como as constantes faltas do transporte escolar que impedem que os alunos
cheguem à escola, essa situação é agravante, pois os alunos deixam de acompanhar o
processo de leitura que na maioria das vezes é lento.
P2- Bom como eu trabalho com 1º ciclo e em turma de 1º Ano é preciso desenvolver bem o
processo de letramento então eu busco, introduzir de forma dinâmica, para que quando
foram para o ano seguinte já levarem uma boa carga de conhecimentos sobre leituras.
P3- Não, pois percebi que mesmo ensinado de forma dinâmica levando atividades, fazendo
cartaz mostrando as famílias silábicas alguns alunos avançam pouco.
P4- Em partes, quando iniciei meu trabalho como professora ainda não estava implantado o
ciclo de alfabetização e os alunos só podiam passar para a 1ª serie se soubessem ler, então eu
não tinha essa obrigação de ensinar a ler. Agora com o ciclo o aluno tem três anos para ser
alfabetizado e quando não aprende a ler no primeiro ano ou no segundo, a coordenação
pedagógica nos afirma que ainda temos o terceiro ano para conseguir alfabetizar o aluno. Eu
realmente acho muito tempo para um aluno ser alfabetizado e com esse tempo todo consigo
alfabetizar digamos a maioria, e os demais já vão bem encaminhados.
P5- Sim, mais às vezes fico preocupada com o tempo desse resultado e que poderia sim
recorrer a novos métodos que seja mais rápido para que o aluno aprenda.
P6- Dentro dos critérios de alfabetização do ciclo, sim, esse período de três anos para
alfabetizar uma turma eu considero o mais eficaz para mim.
P7- Nem sempre, pois mesmo utilizando o método sintético somente 70% da minha turma
desenvolvem bem a leitura e isso me deixa preocupada, eu já solicitei da coordenação
pedagógica mais formação continuada na alfabetização, sei que os alunos têm três anos para
serem alfabetizados, mas talvez algum dia consigamos alfabetiza-los em apenas um ano ou
menos.
74
P8- Nem sempre, tem crianças que aprendem mais rápido e outras é necessário um tempo
maior e isso faz eu não ter o sucesso que venho almejando a algum tempo.
Pesquisadora- Professora os alunos tem reagido bem ao método que utiliza?
P9- Nem sempre, as turmas são heterogêneas e mesmo que eu me esforce não consigo
atender a todos os alunos da mesma forma, e com isso alguns alunos passam para outro ano
do ciclo sem terem os conhecimentos de leitura consolidados.
P10- Na maioria das vezes sim, mais ainda preciso me aprofundar mais em pesquisa para que
eu consiga atingir a maioria dos meus alunos nesse processo de leitura.
Quanto ao sucesso em sala de aula apresentado pelo método aplicado, a tela em
destaque enfoca que os professores afirmam alcançar o sucesso em partes, pois, dentre os
vários problemas encontrados para alfabetizar, destacam: o tempo que cada aluno leva para
ser alfabetizado e outra situação que minimiza o fracasso no processo de alfabetização é que
eles tem um período de três anos para serem alfabetizados
Nessa trajetória observa-se que são vários fatores que inquietam os professores
alfabetizadores na busca do sucesso escolar.
Focalizando a entrevista, com o intuito de entender como os alunos estão reagindo aos
métodos utilizados pelos professores, passou-se a indagamos:
Apêndice 18- Pesquisadora- Professor (a) os alunos tem reagido bem ao método que
utiliza?
P1- Sim, mais às vezes eu penso que falta algo para melhorar meu foco na leitura dos alunos,
para que todos aprendam, mais ainda não consegui entender o que falta nesse processo.
P2- Bom como eu trabalho com 1º ciclo e em turma de 1º Ano é preciso desenvolver bem o
processo de letramento então eu busco, introduzir de forma dinâmica, para que quando forem
para segundo ano já levarem uma boa carga de conhecimentos sobre leituras.
P3- Não, pois percebi que mesmo ensinado de forma dinâmica levando atividades, fazendo
cartaz mostrando as famílias silábicas alguns alunos avançam pouco.
P4- Em partes como sabemos, em nenhuma turma que já trabalhei nunca ao chegar ao final
do ano letivo tenho conseguido alfabetizar todos os alunos, e tem mais tem crianças que
concluem os três anos do ciclo de alfabetização e não estão alfabetizados.
P5- Sim, mais às vezes fico preocupada com o tempo desse resultado e que poderia sim
recorrer a novos métodos que sejam mais rápido para que o aluno aprenda.
75
76
77
O rendimento final dos alunos de seis turmas de 1º ao 3º Ano do Ciclo de cada uma
das três escolas Municipais pesquisadas nos Anos letivos de 2015 e 2016. Apresentando a
matricula inicial, alunos aprovados, reprovados, transferidos e desistentes do 1º Ciclo –
Ensino Básico.
4%
0%
2015
5%
12% APROVADOS
REPROVADOS
TRANSFERIDOS
DESISTENTES
79%
Fonte: Instituição pesquisa
3%
2016
17%
APROVADOS
REPROVADOS
7% TRANSFERIDOS
73% DESISTENTES
2015
14%
APROVADOS
REPROVADOS
22% 58%
TRANSFERIDOS
DESISTENTES
6%
Fonte: Instituição pesquisa
2016
17% APROVADOS
REPROVADOS
11%
12% 60% TRANSFERIDOS
DESISTENTES
3%
2015
12%
2% APROVADOS
REPROVADOS
TRANSFERIDOS
DESISTENTES
83%
3%
2016
17%
APROVADOS
REPROVADOS
7% TRANSFERIDOS
73% DESISTENTES
83
84
Após analise dos resultados obtidos nesta pesquisa, se observou uma correlação entre
as estratégias e métodos de ensino com rendimento final dos alunos.
É bem claro nas entrevistas dos professores, em se tratando de formação, estão
qualificados para atuarem no Ciclo de alfabetização, sendo que o Professor 8, tem sua
habilitação em história, mais consta em sua carreira profissional um curso de magistério que o
habilita a trabalhar com turmas do ciclo de alfabetização.
Dentre os métodos de ensino, esse grupo de professores são bem diversificados, mais
o método que se destaca e os professores tem mais domínio é o método sintético, destacando
que o grau de dificuldade parte do mais simples ao mais complexo, ou seja, das partes para o
todo, começando pelas letras, silabas e frases e por fim os textos.
Ainda referindo-se ao método de ensino que os professores utilizam em sala de aula e
que podemos constatar nas telas apresentadas. Destacamos que em ritmo de aprendizagem e
da expressão de vida dos professores alfabetizadores, foi possível estabelecer alguns métodos
de ensino que auxiliam nas expressões das questões teóricas e na práticas dos professores
alfabetizadores.
Existe uma relação efetiva entre o método de ensino do professor alfabetizador e o
resultado final dos alunos no ciclo de alfabetização, porque além de se tratar de problemas
que estão além da sala de aula, como os professores relataram dentre os fatores que interferem
na aprendizagem da leitura. Problemas esses que fogem de suas atribuições como professores.
Deparamos também com um índice de reprovação crescente, fator esse que não favorece o
ensino no ciclo de alfabetização, como podemos contatar na telas apresentadas.
Assim vamos entender e discutir os dados apresentados pelo rendimento final dos
alunos das três escolas em estudo, argumentando que os métodos que os professores utilizam
são os que mais dominam e que os fatores externos são situações que dificultam a eficácia da
alfabetização dentro do Primeiro Ciclo.
Quadro 4- Resultado final dos rendimentos das escolas.
2015 2016
ESCOLAS MUNICIPAIS M A R T D M A R T D
FRANCISCO ALVES 158 79% 12% 5% 0% 173 73% 7% 17% 3%
MENINO JESUS 177 58% 6% 22% 14% 174 60% 12% 11% 17%
CONCLUSÕES
Para finalizar este trabalho, gostaria de retomar alguns pontos e esboçar uma visão
global da alfabetização. Como vimos os impactos dos métodos e estratégias de ensino, nos
obrigam a reconsiderar alguns fenômenos técnicos em sua totalidade. Hoje, alunos concluem
um ciclo de alfabetização e não saem completamente alfabetizados, ou seja, a educação de
qualidade que tanto se almeja, está disponível na sociedade e não mais restrita, a elites. A
alfabetização mais precisamente dentro das salas de aula das escolas públicas brasileiras essa
realidade ainda se encontra em processo de concretização e adaptação dos professores.
Mesmo com o avanço da tecnologia na educação o processo de ensino da leitura nas
escolas em estudo se restringe aos métodos: sintéticos e analíticos. Sendo considerados, como
os mais eficazes no ensino da leitura pelos professores que fizeram parte desta pesquisa.
Perrenoud (1999) complementa que: “A maioria dos docentes foi formada por uma
escola centrada nos conhecimentos e sente-se à vontade nesse modelo”. Mesmo com a
educação, demonstrando os resultados desfavoráveis dos índices de alfabetização e ainda
propondo e incentivando os programas de alfabetização do governo federal. Percebe-se uma
resistência dos docentes em desenvolver uma prática pedagógica diferenciada, que eleve o
nível de alfabetização dos discentes.
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A maioria dos autores que dão sustentação teórica referente ao ensino da leitura
embasam suas fundamentações em duas vertentes da leitura, ou seja, o acesso direto as
palavras.
Destacando que a decodificação da leitura se dá pela correspondência de grafemas e
pelos sons que as mesmas representam e que as palavras são formadas por intermédio da
junção de grafemas, o que dá origem à identificação e pronunciação dos grafemas em
fonemas identificando e reconhecendo palavras que são utilizadas em nossa comunicação.
Quando os leitores dominarem as técnicas de decodificação das palavras é o momento
de incentivar os mesmos, para a compreensão da mensagem escrita.
A proposta de educação de cada entidade escolar precisa esclarecer um conjunto de
conceitos, competências e atitudes, antes de serem dominadas todas as técnicas de
decodificação da leitura.
Muitas foram as pesquisas realizadas nos primeiros anos deste século, sustentadas em
resultados de avaliações de instituições e de órgãos nacionais e internacionais, desenvolvidas
com o objetivo de verificar o desempenho escolar do ensino fundamental de alunos
brasileiros, em comparativo a exemplos de países desenvolvidos, buscando novas explicações
e propostas de solução para que eleve o desempenho da alfabetização, pesquisadores
brasileiros passaram a investigar e buscar novas explicações e propostas de solução.
Entre essas propostas na busca de elevar o índice de alfabetização, a que vem
ganhando destaque é uma apresentada por Alessandra e Fernando Capovilla, especialmente
em sua obra: Alfabetização: Método fônico. Como já destacada na fundamentação teórica,
esse autores são psicólogos, professores universitários, pesquisadores com formação e atuação
na área de psicologia experimental e atuam no Instituto de Psicologia, Universidade de São
Paulo.
A escola precisa enfocar em seu currículo o desenvolvimento das competências de
leitura, como já foi referido na pesquisa, constatamos que os vários estudos realizados por
Capovilla e Capovilla (2003) revelam que as habilidades fonológicas e de vocabulário são
bastante eficazes para a aquisição da leitura.
O presente trabalho analisou a correlação das estratégias e métodos de ensino
utilizados pelos professores alfabetizadores com o rendimento final dos alunos das três
escolas municipais que atuam no ciclo de alfabetização, nomeadamente: Alfabetização em
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curso- A importância das estratégias e métodos. Existe maior número de aprovação na Escola
Municipal Francisco Alves da Costa, recorre ao método fônico.
Constatamos que as escolas não dispõem de materiais pedagógicos suficientes, para
que os professores desenvolvam seus trabalhos de alfabetização com os alunos e que o nível
de aprovação das escolas em estudo no ciclo de alfabetização, condizem com as estatísticas
apresentadas nas falas dos professores entrevistados, referente a definição e método de ensino
que utilizam e defendem como os mais eficazes para o ensino da leitura sendo os mesmos:
sintéticos e analíticos ou mistos, todos baseados na codificação e decodificação de códigos.
Quando retomamos ao quadro teórico desta pesquisa em particular ao método
alfabético que é mais utilizados pelos professores alfabetizadores, enfatizado também que é
o mais antigo em termos de alfabetização. É possível constatar que esses são os principais
fatores que interferem no insucesso escolar dos alunos do ciclo de alfabetização.
Mesmo com tantas estratégias para auxiliar na melhoria do ensino aprendizagem,
percebe-se a distância entre o percurso da alfabetização e a interação com a prática
pedagógica, enquanto os alunos estão sendo instigados a aprender de forma eficaz o professor
continua insistindo nos métodos tradicionais de ensino e com isso consegue alfabetizar
parcialmente os alunos dentro do ciclo de alfabetização.
O conhecimento precisa ser visto como resultado da interação entre o sujeito e seu
conhecimento. A grande disputa dos dias atuais, consiste em inserir essa nova realidade
dentro da sala de aula, o que envolve principalmente a transformação da prática pedagógica
no processo de ensino aprendizagem como um todo.
As práticas internacionais de alfabetização têm demonstrado que a educação precisa de
uma ação conjunta que priorize as limitações que afetam o processo de leitura nas escolas.
Morais (2015): “Permitindo romper com esse isolamento que nos fragiliza como
profissionais, principalmente nesse mundo contemporâneo, em que a educação experimenta
um tempo de aceleração em compasso com a sociedade tecnológica na busca desenfreada da
produtividade”.
Portanto, a aprendizagem de leitura da criança precisa ser sistematizada, respeitando
esse conjunto de competências e atitudes que precisam ser esclarecidos dentro da
alfabetização, assim como, o entendimento dos professores sobre as várias etapas a serem
percorridas, viabilizando o método de ensino da leitura mais eficaz para o aluno e não
permanecer arraigado em métodos tradicionais de ensino que impedem uma criança de
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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na idade certa e as ações do Pacto e define suas diretrizes gerais. Brasília: MEC/SEB.
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MEC/SEF.
MORIN, Edgar (2011). Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2Ed. São Paulo:
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SOLÉ, Isabel ( 1998). Estratégias de leitura. 6 Ed. Porto Alegre: Artmed.
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