Adm de Recursos Materiais
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Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Gabarito .......................................................................................................................................................... 37
Resumo ........................................................................................................................................................... 38
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APRESENTAÇÃO PESSOAL
Antes de qualquer coisa, peço licença para me apresentar!
Meu nome é Ricardo Campanario, tenho graduações em Administração de Empresas, com ênfase
em Mercadologia pela FAAP-SP e em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda na
ESPM-SP, além de MBA por Darden Graduate School of Business, na Virginia (USA), onde me especializei em
Estratégia e Marketing.
A partir de 2013 migrei para a área pública e hoje sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do
Estado de São Paulo, onde ocupo a posição de Supervisor Fiscal e lidero uma equipe de 8 fazendários na
Diretoria de Gestão e Atendimento da Secretaria, em sua sede em São Paulo.
Somos responsáveis por atuar no mapeamento e otimização dos mais variados processos,
relacionados a todas as atividades fim da Fazenda: fiscalização, atendimento, cobrança e inteligência de
dados, assim como pelo processo de Inovação da SEFAZ-SP.
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1 - Considerações Iniciais
Começaremos definindo o que são recursos e mostrando que a gestão de qualquer um dos recursos
- sejam eles materiais, patrimoniais, financeiros ou humanos - é sempre bem parecida e busca a todo instante
a maximização de sua utilização e o maior nível de eficiência possível.
Depois analisaremos a integração da área de materiais com as demais áreas da organização, tema
ainda bastante conceitual para, a partir daí, começarmos a entender um pouco mais da aplicação prática de
tudo isso, começando a examinar algumas medidas de performance como o nível de atendimento.
Por fim teremos discussão sobre ética e tendências na área, tema que não raro as bancas costumam
cobrar quando falam de assuntos genéricos dentro da matéria.
Lembro que ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema, seguidos de
explicações e exemplos e, ao final das discussões, geralmente teremos questões específicas sobre o assunto
tratado, ajudando no entendimento e na fixação dos conceitos.
Tento sempre trazer as questões mais recentes disponíveis mas, às vezes, por razões pedagógicas, é
necessário usar questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos específicos ou chamar atenção
de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca, especialmente aqueles de maior incidência.
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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2 - Administração de Recursos
A gestão de recursos dentro de uma organização é uma das mais importantes, senão a
principal, função dos gestores.
Conseguir alocar os recursos corretos, nos locais corretos e na hora correta é a meta principal de
quem tem responsabilidade pela gestão de processos, sejam eles na área industrial ou de serviços e na
iniciativa pública ou privada.
E, note, não estamos falando apenas dos recursos materiais e patrimoniais, que iremos estudar ao
longo desse curso. Estou me referindo a qualquer tipo de recurso.
Nessa direção teríamos dezenas de exemplos a respeito da alocação correta de recursos dentro de
uma instituição. Resumindo a história, podemos dizer que, conseguindo otimizar essa alocação, o gestor
atingirá os dois maiores objetivos de qualquer empresa que visa o lucro: maximizar suas receitas e diminuir
os seus custos.
Aí você pode perguntar: Ah, mas então essa abordagem não se aplica ao mundo público? Não é
verdade. Não é porque órgãos públicos da administração direta e indireta não tenham o lucro como principal
objetivo que, por exemplo, possam se dar ao luxo de desperdiçar recursos ou eventuais oportunidades de
mercado.
É importante que o gestor público tenha a ciência e atue também na direção de poupar os recursos
públicos, evitando desperdícios e maximizando as oportunidades de prestação de serviços à população, seja
por meio de processos mais ágeis, mais baratos, com altos níveis de qualidade e que não empreguem
recursos acima do necessário, além de maximizar os seus aproveitamentos.
Antes de avançarmos, muita atenção com esse ponto pois ele confunde muita gente. O objetivo é
maximizar o USO daqueles recursos que devem ser empregados no processo, ou seja, utilizá-los ao máximo,
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sem sobras, desperdícios ou ineficiências. Isso não significa que se deva aumentar o volume de recursos
empregados - como estoques, por exemplo - que devem manter-se em níveis suficientes para atender a
demanda.
Assim, o gestor de materiais deve encontrar o nível necessário de recursos que deve ser
empregado na atividade e, dentro desse cenário, maximizar a sua utilização, ok?
Chamamos de recurso tudo aquilo que gera ou tem capacidade de gerar riqueza, no sentido
econômico do termo. São também conhecidos por fatores de produção.
Nesse curso abordaremos os recursos materiais e patrimoniais, mas veja abaixo que há uma gama de
recursos com a qual o administrador deve estar apto a lidar:
RECURSOS
Essa é a primeira coisa que você precisa saber e levar para a prova.
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Os recursos tecnológicos são compostos pelo corpo de conhecimentos com o qual a organização
conta para a produção de seus produtos ou serviços (patentes, tecnologias, máquinas, equipamentos, etc.).
Atualmente, instituições que se encontram defasadas em relação aos seus recursos tecnológicos perdem sua
competitividade de maneira muito rápida e significativa.
Por fim, temos os recursos materiais e patrimoniais, que dizem respeito a disciplina de Administração
de Materiais e Patrimônio.
Os recursos materiais podem ser definidos como os elementos físicos que servem para a
construção do produto final e funcionamento da organização, sempre caracterizados por
não serem permanentes.
Esses recursos são transformados ou consumidos, tornando-se produtos acabados ao final da cadeia
de produção. Isso diferencia claramente o que é material do que é patrimônio.
Saindo um pouco da questão dos recursos, mas ainda dentro desse cenário temos os bens e o
patrimônio, outra forma de endereçar esse mesmo tema.
Bens também têm a capacidade de produzir produtos ou serviços e, por isso, são muitas vezes
considerados como sinônimos de recursos. Como exemplo observe um automóvel. É tipicamente um bem
móvel porém, como pode ser usado na prestação de serviços, acaba sendo visto também como recurso.
"Conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa
ser avaliado monetariamente e que seja utilizado na realização de seus objetivos sociais".
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A administração dos recursos materiais é a atividade responsável pela gestão do fluxo de materiais.
Engloba todo fluxo de uma cadeia produtiva, o chamado ciclo produtivo. Algumas fontes e mesmo
algumas bancas chamam o processo de "gestão da cadeia de suprimentos", "cadeia de valor" ou mesmo,
de forma genérica, de "logística". Fique atento!
Considerando que há uma determinada demanda para o produto/serviço em questão, o ciclo se inicia
na identificação ou mesmo no desenvolvimento do fornecedor, avança pela compra do bem, seu transporte
e recebimento, armazenagem e movimentação interna, transformação em produto, nova armazenagem,
agora do produto acabado e, por fim, sua expedição para os distribuidores ou entrega ao cliente final, o que
inclui muitas vezes a distribuição e/ou transporte até o ponto de venda.
Demanda
Distribuição /
entrega ao Identificação
cliente final Fornecedor
Expedição
Compra
Estocagem do Transporte e
produto final recebimento
Transfromação /
Produção Armazenagem
Movimentação
Interna
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Vale lembrar que dentro desse fluxo temos todo o ciclo produtivo completo da organização, que
começa na compra do material e se estende até a expedição do produto acabado para o cliente final.
Outra importante visão desse processo o divide em 3 partes, ou fases do fluxo de materiais:
Na primeira, as matérias primas fluem para uma empresa fabricante com base em um sistema de
suprimento físico. Na sequência esses materiais são processados pela produção e, por fim, os produtos
acabados são distribuídos para os clientes finais por meio de um sistema de distribuição física.
Note que esta abordagem simplesmente quebra em 3 grandes partes o ciclo produtivo que
estudamos acima. São elas a compra dos materiais junto aos fornecedores, a sua transformação em produto
acabado na indústria e a distribuição desses produtos aos clientes finais que podem ser os próprios
consumidores ou intermediários (atacadistas, distribuidores ou varejistas) que farão parte da cadeia, até o
produto acabado chegar ao cliente final. Veja abaixo:
Para que todo esse ciclo funcione - lembre-se da definição de Idalberto Chiavenato que vimos em
exercício anterior - os materiais devem ser adquiridos e disponibilizados no momento certo, na quantidade
necessária e no local onde serão utilizados, tudo isso com o menor custo. Lembre-se que, neste processo,
estamos sempre buscando a maior eficiência possível.
Importante lembrar também que é muito comum, ao falarmos de gestão de materiais, nos referirmos
ao setor secundário, ou seja, a indústria de transformação.
Esse é sempre o exemplo clássico para ilustrar a discussão e, quase sempre, o que cai em prova.
Porém, é importante você saber que a atividade de gestão de materiais acontece também nos setores
primário (agricultura, extrativismo, etc.) e terciário (serviços) da economia.
No setor primário, por exemplo, os materiais adquiridos visam possibilitar operações de extração de
matéria primas diversas como barcos, equipamentos e combustíveis para o setor de pesca; sondas e torres
para a extração de óleo e adubos e sementes para as atividades de colheitas agrícolas.
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Voltando ao ponto em que paramos, perceba que falaremos o tempo todo de gestão ao longo de
todos esses processos. Vale aqui trazer a definição de João José Viana (2010) sobre administração de
materiais. Segundo o autor a administração de materiais é:
Note que estamos falando do famoso ciclo PDCA (em inglês: plan, do, check and act) ou, em
português, planejar, desenvolver, controlar e agir. É o conceito clássico de gestão, aplicado aqui à
administração de materiais.
Bem, levando em conta tudo que já vimos, fica mais fácil entender quais são os principais objetivos
da administração de materiais. É possível afirmar que o objetivo maior de qualquer gestor de materiais é
maximizar a utilização dos recursos materiais da organização. E como ele consegue fazer isso? Já vimos:
utilizando os recursos sem qualquer desperdício, gastos desnecessários ou perdas.
Além de maximizar a utilização dos recursos, outro objetivo da Administração de Materiais é fornecer
o nível requerido de serviços ao consumidor, ou do cliente que será atendido pelos materiais demandados,
geralmente interno.
O nível de serviço é, em linhas gerais, uma métrica que aponta para o percentual de solicitações de
materiais atendidas da melhor forma possível, ou seja, no volume correto, no local indicado e no momento
preciso. Vale lembrar que tudo isso deve ser feito a um custo mínimo, considerando que a busca pela
eficiência está sempre por trás de todas as ações em gestão de materiais.
E, voltando a essas três variáveis, vamos entender um pouco mais a definição que Idalberto
Chiavenato traz a respeito do conceito de Administração de Materiais que, em essência, é o grande objetivo
da gestão de materiais:
Por outro lado, estoques além do necessário representam custos à organização pois o
capital investido na compra desses materiais fica “parado” ao invés de ser aplicado em
atividades produtivas ou mesmo no mercado financeiro, onde certamente seriam
remunerados.
Além disso causam também aumento dos custos de armazenagem pois exigem
almoxarifados maiores, mais gente para tomar conta desse processo, valores de seguros
mais altos e assim por diante.
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Local certo: bem, não adianta ter a quantidade exata de material, como falamos acima, no
local errado...O material necessário ao ciclo produtivo deve estar próximo da área de
produção ou da prestação de serviços.
Tempo certo: Por fim, também não adianta a organização ter exatamente a quantidade
ideal, no local perfeito porém, tudo entregue só amanhã e a produção estava agendada
para começar hoje.
Veja só. Essa situação geraria um dia de paralisação na produção. Imagine o prejuízo! Essa
integração com os fornecedores para que os materiais sejam entregues no momento certo
é fundamental para a minimização de custos ao longo de toda a cadeia.
É bom salientar aqui que, dentro dessa pequena lista, alguns autores enfatizam alguns dos objetivos
enquanto outros preferem os demais. Dessa forma, ao se deparar com pergunta nesse tema é comum
encontrar respostas que endereçam apenas parte dessa lista estudada.
Além destes objetivos da administração de materiais, temos outros que também devemos explorar:
Qualidade correta: mais uma vez, não adianta termos o material na quantidade, tempo e local
corretos se a qualidade não é a combinada ou não atende os requisitos da produção ou do serviço que vai
ser prestado.
Imagine que o fornecedor, para atender os prazos combinados, envia um material que, ao passar pelo
processo produtivo quebra, derrete, etc. Ele cumpriu os prazos e entregou o volume exato no local esperado
porém, não tinha o material que era necessário e entregou um “similar”...
Preço correto: não se pode pagar qualquer preço para ter tudo isso. O preço da matéria prima
geralmente é um dos maiores custos do produto final. O preço, além de respeitar o que foi contratado, deve
ser competitivo em relação aos demais preços de mercado.
Dessa forma o fornecedor deve estar apto a fornecer não só um ou dois pedidos pontuais, mas
abastecer a cadeia de produção com o mesmo nível de precisão e qualidade ao longo de meses ou anos,
dependendo do que for contratado.
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Minimização dos custos: uma das maiores preocupações da administração de materiais será sempre
essa: diminuir custos, sejam eles na aquisição, na armazenagem, no transporte, na transformação, na venda
dos produtos acabados ou mesmo no investimento em estoques.
Dessa forma a minimização dos estoques será sempre uma meta a ser buscada pelo gestor de
materiais. O custo de material é, geralmente, o maior custo de uma organização industrial. Tudo isso, se não
for bem controlado, colabora para incremento dos custos e redução das margens e da lucratividade da
organização.
Para que a área de gestão de materiais consiga atingir todos os objetivos que acabamos de elencar,
ela possui uma série de atribuições. Vamos conhecer as principais:
Fixação de estoques mínimos e aplicação de um sistema adequado para reposição dos estoques:
identificado o fornecedor, cabe ao administrador de materiais estabelecer os níveis mínimos de estoques
(que não permitirão que a produção seja paralisada) e, com isso, desenvolver sistema objetivo de reposição,
alertando de preferência de forma automática nos momentos em que novos pedidos de compras de
materiais devem ser realizados.
Realização de compras para a organização, suprindo-a com os materiais necessários para o seu
funcionamento: veja que tudo está intimamente interligado. Com o planejamento pronto, a definição do
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fornecedor e do sistema de reposição, cabe ao administrador fazer os primeiros pedidos de materiais para
a organização, suprindo o processo com o material necessário. Esses pedidos depois tornam-se recorrentes
conforme o sistema de acompanhamento de estoques alerta o gestor que chegou o momento de uma nova
reposição.
Ao longo da cadeia, cada uma das etapas tem a função de gerar valor ao longo do processo, seja ele
à jusante (do fornecedor ao cliente final) ou à montante (do consumidor ao fornecedor, ou logística
reversa).
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Ufa! Veja que o administrador de materiais precisa ser capaz de realizar inúmeras atividades ao longo
de toda a cadeia de suprimentos, desde o planejamento da demanda até a entrega do produto final ao
cliente da organização. É um longo rol de atividades que, somente se forem implementadas com o mais alto
padrão de qualidade e rigor, permitem a organização maximizar a eficiência de todo o processo.
De acordo com Paulo Sérgio Gonçalves (2013), as principais atividades da área de gestão de materiais
são:
Gestão dos Estoques – trata do gerenciamento dos materiais, por meio do uso de técnicas
de previsão do consumo, sistema de controle dos estoques, etc., com o objetivo primordial
de adequar os níveis de estoque as necessidades dos usuários dos diversos materiais, com
o menor custo possível, sem comprometer o nível de serviço esperado para atender as
exigências do usuário.
Como já pudemos observar ao listar todas as atribuições do administrador de materiais, todas essas
atividades estão diretamente interligadas.
Uma gestão de estoques eficiente pode minimizar as compras de matéria prima, permitindo ao
fabricante reduzir a imobilização de seu capital em estoques e permitindo que possa investir, por exemplo,
em novas tecnologias ou outros fatores que incrementem a produção.
A gestão de compras por sua vez pode desenvolver duradouros relacionamentos com os
fornecedores, minimizando os recursos empregados em sua identificação ou na eventual troca de parceiro
comercial.
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Note que, como sempre, em administração de materiais estamos falando na busca da eficiência por
meio da otimização de todos os processos e da redução de custos.
Gestão de
Estoques
Atividades
da área de
materiais
Gestão de
Gestão de
Centros de
Compras
Distribuição
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A área de materiais interage com as mais variadas áreas da empresa. É necessário que os esforços
sejam planejados e integrados para que a organização tenha o máximo benefício.
O setor de produção (esse é o exemplo mais óbvio) é diretamente influenciado pela área de
materiais. Falhas nas compras de suprimentos ou mesmo na disponibilização do material na área correta de
produção e no momento preciso, podem levar a paralisação da produção. Ainda, materiais que não tenham
a qualidade requisitada podem resultar em produtos acabados de baixa qualidade, menor resistência e assim
por diante.
Agora, pense na área de vendas da organização. Será que há alguma relação com a área de materiais?
Alguma, não! A relação é enorme! Imagine que os vendedores conseguem uma grande negociação com um
cliente, que antecipa os pagamentos a fim de conseguir um grande desconto e - surpresa! - não há estoque
para produzir o combinado e o único fornecedor que possuía a matéria prima necessária fechou suas portas.
Por isso que todas as ações ao longo da cadeia têm que ser planejadas e integradas, inclusive o fluxo
de informações de uma área a outra. No momento em que foi detectado o problema com o fornecedor - o
que impactaria a produção dos itens X, Y e Z, tão logo o estoque se esgotasse - todo o restante da cadeia e
demais áreas envolvidas deveriam ter sido informados. Desta forma o comercial não venderia algo a um
cliente que não pudesse ser produzido e entregue no tempo combinado.
O setor financeiro também está intimamente ligado. Imagine que a organização tenha os seus
orçamentos, previsões de vendas e, com base nisso tudo, tem suas receitas, margens e lucro previstos para
o ano.
Se um produto rentável e de grande volume, por qualquer razão (falta de estoques, troca de
fornecedor, problemas na produção) deixa de ser vendido no volume esperado, isso afeta imediatamente o
caixa da empresa, podendo resultar em dificuldades para a empresa honrar seus compromissos de curto
prazo (dívidas, salários, impostos, etc.).
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Veja, portanto, que não há como considerar a área de materiais de forma isolada. Tudo
que lá acontece está diretamente ligado ao restante da organização e a sua integração
aos demais setores deve ser total.
Comercial
Marketing Financeiro
Administração
de Materiais
RH Produção
Tecnologia
/ TI
Ainda em relação a como a área de materiais se posiciona dentro de uma organização, ela pode ser
inteiramente centralizada ou pode ser espalhada pelos diferentes setores, permitindo que toda a atividade
de planejamento, compras e etc. seja feita de forma descentralizada dentro da mesma organização.
A centralização claramente permite um planejamento integrado e unificado e que consiga olhar para
toda a organização de uma só vez.
Traz ainda economias de escala pois quando as compras são centralizadas, ocorrem em volumes
maiores, o que possibilita descontos juntos aos fornecedores.
O modelo descentralizado por sua vez, é basicamente o inverso. Cada setor da organização tem sua
própria estrutura de gestão de materiais para efetuar a compra e gerenciamento dos materiais demandados.
Tem como grande vantagem a velocidade no atendimento das requisições de materiais visto que o
gestor está bastante próximo da unidade de negócio, o que geralmente não acontece no modelo
centralizado. Justamente em função disso, permite ainda um acesso mais rápido e direto ao responsável
pela atividade de gestão de materiais.
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Porém, possivelmente gerará mais custos pelo desdobramento da estrutura por toda a organização,
assim como perderá preciosas oportunidades de negociações de preços e volumes com os fornecedores pois
não haverá essa visão do volume total necessário pela organização e sim apenas daquela unidade
representada pela estrutura de materiais específica.
A falta de visão do todo para a execução de um planejamento único e integrado também é um risco
ao qual a organização estaria exposta nesse modelo.
Em função de tudo isso, o modelo descentralizado é indicado para modelos de negócio que
necessitem de agilidade e flexibilidade na aquisição de materiais e para organizações que produzam ou
atuem em diferentes localizações de maneira simultânea.
Centralizado Descentralizado
Vantagens:
Economias de escala, Vantagens:
planejamento integrado,
Agilidade e flexibilidade
alocação de especialistas e
controle de custos
Desvantagens:
Desvantagens:
Custos mais altos, falta de "visão
Menor agilidade para demandas
do todo", controle de custos
urgentes
mais complexo
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Além disso, a medida de desempenho deve permitir que a administração possa agir sobre os desvios
em relação aos objetivos traçados, efetuando as correções necessárias, seja no processo, nos recursos
alocados, na performance ou mesmo nas metas utilizadas, que podem estar sub ou super alocadas (ou seja
muito abaixo ou muito acima do razoável).
Tão importante quanto conhecer a fórmula, é estar ciente do desafio que está por trás dela.
Antes disso, importante explicar o que é a chamada requisição de materiais, já que ela faz parte do
cálculo do nível de serviços e falaremos bastante dela ao longo do curso.
A requisição de materiais é o documento hábil pelo qual o material é solicitado ao almoxarifado para
utilização. É o pedido de material enviado ao setor responsável pelo fornecimento de materiais. É por meio
dela que os clientes internos informam ao responsável pelo almoxarifado/estoque, que estão desabastecidos
e precisam de reposição.
Veja portanto que, a somatória das requisições de materiais apresentadas, em tese forma o
denominador da fórmula acima, ou seja os "Pedidos Totais".
Voltando, você se lembra que desde o início de nossa aula estamos falando em eficiência, redução
de custos, volumes mínimos de estoques e etc., correto? Pois é. O problema é que, quanto menor for o
estoque, em tese, maior o risco de que o administrador de materiais não consiga atender alguns pedidos
(que chegam via requisição de materiais) e isso vai impactar diretamente o seu nível de serviço.
É claro que tudo isso é muito teórico. Se o planejamento de demanda e de produção forem
absolutamente perfeitos e o fornecedor não falhar nunca nas entregas em relação ao local, prazo e
qualidade, poderíamos chegar ao cenário hipotético de estoque zero. Mas isso só ocorre na teoria (embora
a teoria caia em prova!).
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Nesse cenário, tão logo a produção do produto X estivesse programada para ser iniciada, o material
necessário seria imediatamente entregue, sem qualquer falha. Esse, aliás, é o conceito do Just In Time, bem
resumidamente.
Acontece que falhas existem. A demanda pode superar o planejado. O fornecedor pode ter tido um
problema aquele dia e ficou sem material para entregar. O caminhão que estava trazendo o material até a
linha de produção sofreu um acidente e perdeu a carga.
Ou seja, é necessário trabalhar com o chamado estoque de segurança (ou estoque mínimo), que
permite à empresa não precisar parar a sua operação quando uma entrega programada não acontecer ou
quando se deparar com um incremento inesperado de demanda, por exemplo.
E é disso que estamos falando quando usamos 2 o Nível de Serviço, ou seja, o percentual de
atendimento das solicitação recebidas pelo gestor de materiais, utilizando os recursos que forem necessários
para isso, entre eles o estoque regular, o estoque mínimo ou de segurança ou qualquer outra fonte
necessária.
Por outro lado, obviamente níveis mais altos de serviço custam mais caro que níveis mais baixos. Os
conceitos mais modernos da administração de materiais sugerem que as necessidades de serviços aos
clientes devem ser satisfeitas sempre dentro de limites razoáveis de custo. Ou seja, o custo de estabelecer
certo nível de serviço deve ser contrabalançado com vendas potenciais para aquele serviço ou produto, de
maneira a dar a máxima contribuição possível nos lucros.
Assim, nem sempre a organização vai optar pelo maior nível de serviço possível, mas sim pelo mais
lucrativo (no caso de empresas que visam o lucro). Em algumas ocasiões vale a pena abrir mão do
atendimento de algumas demandas ou clientes em função do custo que isso representaria para todo o
sistema. Essa é uma decisão da organização.
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Veja que é uma fronteira na qual o administrador de materiais tem que transitar o tempo todo. Não
pode ter estoques altos a ponto de aumentar os custos de produção da organização e, ao mesmo tempo,
não pode ter estoques baixos a ponto de afetar uma das métricas mais importantes que medem o seu
trabalho: o Nível de Serviço.
É um baita desafio!
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6 - Considerações Finais
Passamos por vários pontos introdutórios porém já muito importantes e cobrados em provas de
Administração de Materiais.
Iniciamos pelo estudo dos recursos como um todo - incluindo os materiais - e depois mergulhamos
nos objetivos, atribuições e atividades executadas por um gestor de materiais.
Vimos ainda a necessária integração da área de materiais com o restante da empresa e uma primeira
e importante medida de desempenho adotada na gestão dos processos que envolvem o fornecimento de
materiais: o Nível de Serviço.
Fechamos o primeiro encontro entendendoa um pouco mais sobre ética e tendências futuras em
administração de materiais.
Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
Ricardo Campanario
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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QUESTÕES COMENTADAS
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Veja que a alternativa passa por várias das etapas do
ciclo que estudamos: aquisição, registro, controle, movimentação e destinação de materiais.
A alternativa C está incorreta. Essa muito menos. Aqui a banca fala em controle externo pelo cidadão. Bem
distante do que vimos.
A alternativa D está incorreta. Não é isso. Não é um processo de obtenção de um bem, mas um processo de
gestão, interno, composto de várias etapas, como estudamos.
A alternativa E está incorreta. Não. Essa definição pode ser aplicada ao processo de aquisição ou de venda.
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até a sua chegada ao consumidor final, sendo que o objetivo por todo esse processo é adicionar o
máximo de valor aos elos da cadeia de maneira menos dispendiosa possível, é denominada:
a) cadeia de valor.
b) custos de transporte.
c) valor do arranjo físico.
d) custos de armazenagem.
e) picking.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Esta é uma ótima definição da cadeia de processos
conhecida por "gestão de materiais", "gestão da cadeia de suprimentos", "cadeia de valor" ou mesmo, de
forma genérica, de "logística".
0
A alternativa B está incorreta. Custos de transportes referem-se exclusivamente aos custos relativos à parte
desta cadeia, aquela que movimenta mercadorias de fornecedores para a organização e dela para seus
clientes.
A alternativa C está incorreta. Também não é este o termo que o examinador está buscando no enunciado.
O arranjo físico ou leiaute é exatamente a disposição de equipamentos , materiais e pessoas na unidade, de
modo que o fluxo de materiais e pessoas seja o mais eficiente possível.
A alternativa D está incorreta. Esses são os custos relativos ao estoque do material, seja ele matéria prima,
em transformação ou produto acabado.
A alternativa E está incorreta. O processo de picking é a coleta, no estoque, do material solicitado. Não é
disso que a banca está falando na questão.
a) diminuir o turnover, reduzir o tempo total, aumentar as margens dos produtos, aumentar a produção e
melhorar índices de qualidade.
b) diminuir o turnover, reduzir o estoque, aumentar as margens dos produtos, aumentar a produção e
melhorar o retorno do investimento.
c) reduzir os custos de fornecimento, reduzir o estoque, aumentar os ganhos financeiros, aumentar a
motivação e reduzir o absenteísmo.
d) reduzir os custos de fornecimento, reduzir o tempo total, aumentar as margens dos produtos, aumentar
a produção e melhorar o retorno do investimento.
e) reduzir os custos de fornecimento, reduzir o tempo total, aumentar os ganhos financeiros, aumentar a
produção e reduzir o absenteísmo.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. A gestão do supply chain não tem relação direta com os índices de turnover,
listados na alternativa.
A alternativa B está incorreta. Mais uma vez, índices de turnover não têm relação direta com a gestão da
cadeia de suprimentos.
A alternativa C está incorreta. Motivação e absenteísmo não estão ligados a gestão do supply chain.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A gestão de toda a cadeia de suprimentos tem sempre
os objetivos de reduzir os custos e o tempo total de atendimento, assim como atender ou aumentar o volume
possível da produção e, como última consequência, as margens do produto e da organização, especialmente
em função da redução de custos.
3 qualquer ligação com a gestão do supply chain.
A alternativa E está incorreta. O absenteísmo não tem
a) F, V, V, F
b) V, V, V, F
c) F, V, V, V
d) V, F, V, F
e) V, V, F, V
Comentários:
Antes de analisar as alternativas, vamos analisar cada uma das afirmativas.
Compras a prazo e baixo giro de estoque são alguns dos objetivos da administração de materiais - Não
está correto. O baixo giro de estoques não é um objetivo da gestão de materiais que, ao contrário, busca
maximizar seu giro, diminuindo os custos da atividade de estocagem.
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O Almoxarifado é o responsável pela guarda física dos materiais em estoque. - Correto. É mesmo o
almoxarifado o responsável pela estocagem dos materiais.
Avaliar outras empresas como possíveis fornecedores e supervisionar os almoxarifados da empresa são
exemplos de responsabilidades da administração de materiais. - Correto. Ambas são funções do gestor
de materiais.
A alternativa B está incorreta. O processo produtivo não está restrito a empresas industriais. Pode ser
encontrado em outros tipos de empresas e mesmo em organizações públicas.
A alternativa C está incorreta. O processo de produção não é isso. Não representa apenas materiais que
saem do almoxarifado para serem comercializados (neste caso pensando nos produtos acabados), mas
também materiais que saem dos almoxarifados para serem transformados e, aí sim, serem disponibilizados
para venda.
A alternativa D está incorreta. O escopo da atividade não é só esse. O processo produtivo começa antes,
desde a escolha do fornecedor e, mais adiante, aí sim, vêm os processos de produção e armazenamento para
posterior comercialização.
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a) é um processo simples que envolve a parte dos fluxos de materiais da empresa voltados exclusivamente
à movimentação de produtos acabados.
b) consiste em dispor os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo, à
disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo.
c) focaliza a estocagem como a atividade que deve ser a principal preocupação e requer o envolvimento
apenas do gestor de materiais.
d) está restrita aos cargos e órgãos que têm a responsabilidade pela compra de materiais e pela venda de
produtos.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Primeiro que a gestão de materiais dificilmente pode ser considerada um
processo simples em virtude da complexidade trazida por diversos atores e cenários envolvidos.
Além disso, não está voltada exclusivamente à movimentação de produtos acabados, envolvendo a matéria
prima, os materiais em transformação e, inclusive e não somente, os produtos acabados.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Essa é exatamente uma das definições que estudamos,
de Idalberto Chiavenato e que corresponde aos grandes objetivos buscados pelo administrador de materiais.
A alternativa C está incorreta. A estocagem exige o envolvimento de inúmeros outros profissionais além do
gestor de materiais, como o responsável pelos estoques, o planejador e outros mais envolvidos em
diferentes etapas do ciclo produtivo.
A alternativa D está incorreta. A gestão de materiais envolve mais atores além dos responsáveis pela compra
de materiais e venda dos produtos acabados. Os responsáveis pelo transporte, produção e o próprio
responsável pelo estoque, por exemplo, não estão aí considerados.
A alternativa A está incorreta. A capacitação e aperfeiçoamento do pessoal do fornecedor não estão a cargo
da gestão de materiais da organização.
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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Um dos maiores objetivos da gestão de material junto
aos potenciais fornecedores é encontrar alguém que possa manter a continuidade do fornecimento ao longo
do tempo, respeitando os prazos, locais, volumes e qualidade acordados.
A alternativa C está incorreta. O bom relacionamento é uma consequência da parceria comercial criada e,
sobretudo, não constará no edital de licitação.
A alternativa D está incorreta. As despesas com os recursos humanos não estão no escopo do trabalho de
identificação e escolha dos fornecedores.
A alternativa B está incorreta. O recebimento do material, assim como o seu transporte interno também
estão dentro das atividades que fazem parte do dia a dia do gestor de materiais.
A alternativa C está incorreta. A identificação do entregador na compra do bem também faz parte da gestão
dos materiais.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Por fim, o cadastro dos salários, benefícios, metas e
documentos dos funcionários da organização, aí sim, não fazem parte do que se entende pela gestão do ciclo
produtivo de uma organização.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vimos que as principais atividades de gestão de
materiais são:
Gestão dos Estoques – trata do gerenciamento dos materiais, por meio do uso de técnicas de previsão do
consumo, sistema de controle dos estoques, etc., com o objetivo primordial de adequar os níveis de estoque
as necessidades dos usuários dos diversos materiais, com o menor custo possível, sem comprometer o nível
de serviço esperado para atender as exigências do usuário.
Gestão de Compras – envolve o atendimento das solicitações de compras de materiais destinadas aos
diversos órgãos que compõem uma empresa e, principalmente, atender as necessidades de reposição dos
estoques planejados pela gestão de estoques, de acordo com as quantidades e prazos por ela fixados.
Gestão dos Centros de Distribuição – envolve atividades vinculadas ao recebimento dos materiais,
movimentação, estocagem e fornecimento destes, de acordo com as necessidades dos usuários. A gestão
dos centros de distribuição resulta no controle físico dos materiais armazenados.
A alternativa B está incorreta. Nenhuma das três gestões listadas faz parte das principais atividades da
Administração de Materiais.
A alternativa C está incorreta. Mais uma vez, nenhuma das três gestões listadas faz parte das principais
atividades da Administração de Materiais.
A alternativa D está incorreta. De novo. Isso torna a questão até mais fácil, pois não dá para confundir.
Nenhuma das três gestões listadas faz parte das principais atividades da Administração de Materiais.
a) atividade que planeja, executa e controla o fluxo de material, com base nas especificações dos artigos para
a compra até a entrega do produto.
b) estratégia organizacional de otimização de lucros por meio da adequação da produção e oferta de
mercadorias ou serviços às necessidades e preferências dos consumidores, recorrendo a pesquisas de
mercado e design.
c) área que trata das decisões de investimento e financiamento, bem como dos principais indicadores
financeiros e de suas implicações no planejamento do futuro da organização.
d) associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas, com o objetivo de administrar
os comportamentos internos e potencializar o capital humano nas organizações.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Boa definição para a atividade, especialmente em
comparação com as demais alternativas disponibilizadas: atividade que planeja, executa e controla o fluxo
de material, com base nas especificações dos artigos para a compra até a entrega do produto.
A alternativa B está incorreta. Otimização de lucros recorrendo a pesquisas e design... O examinador foi bem
criativo nessa.
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A alternativa D está incorreta. Basicamente descreve as funções do RH, mas não do administrador de
materiais.
a) Sistemas de controles.
b) Administração de recursos.
c) Sistemas de informações.
d) Processos de fabricação.
e) Integração de sistemas tecnológicos.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Não são os sistemas de controle que executam essas atividades.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vimos no início da aula que a administração de
recursos busca integrar e utilizar todos os recursos disponíveis, sejam eles humanos, financeiros,
tecnológicos, materiais ou patrimoniais.
A alternativa C está incorreta. Também não são os sistemas de informações que executam essas atividades.
A alternativa D está incorreta. O processo de fabricação é apenas uma pequena parte da administração de
materiais, insuficiente para promover toda a integração relatada no enunciado da questão.
A alternativa E está incorreta. Embora mencione a integração, a alternativa a restringe aos recursos
tecnológicos e sequer cita os demais: humanos, financeiros, patrimoniais e materiais.
a) Controle de Estoques.
b) Compras.
c) Almoxarifado.
d) Planejamento e Controle da Produção.
e) Ouvidoria.
Comentários:
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A alternativa A está incorreta. O controle de estoques certamente faz parte de um sistema de materiais.
A alternativa B está incorreta. A área de compras também faz parte de um sistema de materiais.
A alternativa C está incorreta. Da mesma forma, almoxarifado faz parte de um sistema de materiais.
A alternativa D está incorreta. Planejamento e Controle da Produção também são partes integrantes de um
sistema de materiais.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Ouvidoria certamente está bastante distante de tudo
o que discutimos até agora.
( ) Eficiência significa realizar as tarefas de modo inteligente, com o mínimo de esforço e com o
melhor aproveitamento possível de recursos.
( ) A produtividade cresce com o aumento de recursos aplicados numa atividade que gera os
mesmos resultados anteriores, mas com o uso de menos recursos.
( ) A eficiência no uso dos recursos e a satisfação dos funcionários relacionam-se com a qualidade
dos produtos e serviços e são critérios de grande importância para a avaliação de desempenho.
a) F V F V
b) V V F V
c) F F V V
d) V V V F
Comentários:
Antes de analisar as alternativas vamos analisar cada uma das afirmativas.
Eficiência significa realizar as tarefas de modo inteligente, com o mínimo de esforço e com o melhor
aproveitamento possível de recursos - Exato. O maior aproveitamento de recurso com o menos esforço
empregado.
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O oposto da eficiência é o desperdício e é o que ocorre, por exemplo, quando se consomem recursos e
nenhum objetivo é realizado - Também correto. Consumo de recursos sem o atingimento de qualquer
objetivo é puro desperdício.
A produtividade cresce com o aumento de recursos aplicados numa atividade que gera os mesmos
resultados anteriores, mas com o uso de menos recursos - Não. A frase por si só é confusa. Diz o
examinador que há o aumento de recursos aplicados e, depois, alega o uso de menos recursos. De
qualquer forma, se o volume de recursos empregados aumentou e o resultado é o mesmo, significa que
não houve aumento de produtividade. Pelo contrário, ela diminuiu.
A eficiência no uso dos recursos e a satisfação dos funcionários relacionam-se com a qualidade dos
produtos e serviços e são critérios de grande importância para a avaliação de desempenho - Sim.
Eficiência no uso de recursos e funcionários satisfeitos têm como provável consequência impacto positivo
na qualidade dos produtos produzidos.
A alternativa A está incorreta. O marketing de compras (?) não está ligado as atividades da administração de
materiais.
A alternativa B está incorreta. O planejamento estratégico das aquisições é um caminho viável para o
aumento da margem de lucro, porém a padronização dos materiais não garante incremento de lucratividade.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se que a administração de materiais procura
sempre minimizar os custos. Sempre! Nesse caso a banca fala da minimização de custos operativos, de capital
e do material empregado. Correto!
A alternativa D está incorreta. O uso da análise SWOT não pode ser relacionado de forma direta ao aumento
das margens e da lucratividade de forma quantificável.
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A alternativa A está incorreta. Expansão da organização fica a cargo de outras áreas da empresa, mais
estratégicas.
A alternativa B está incorreta. A substituição de materiais no processo não deriva da própria área de
administração de materiais, que apenas compra e disponibiliza o material requisitado pelas áreas
responsáveis. Elas é que devem tomar a decisão sobre a alteração do material utilizado.
A alternativa C está incorreta. Também não é uma atribuição da área de materiais. Cabe ao RH ou a área
responsável pelos recursos humanos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Questão importante pois falamos em administração
de materiais o tempo todo sobre "minimizar". Atenção, pois estamos falando de custos! Quando se fala no
emprego de recursos, o objetivo do gestor é maximizar o seu emprego, inibindo a ociosidade e gerando a
maior produtividade possível.
a) estrutura de um sistema para solucionar problemas por meio do uso de um conjunto específico de
técnicas, um corpo de conhecimento e pessoas especializadas.
b) atividade que planeja as compras empresariais.
c) atividade que executa a entrega do produto ao cliente final.
d) sequência estruturada de atividades que, por meio de ações físicas, comportamentais e/ou informações,
permitem a agregação de valor a uma ou mais entradas, transformando-as em uma ou mais saídas.
e) sequência de operações que se inicia na identificação do fornecedor, na compra do bem, seu recebimento,
transporte interno e acondicionamento, seu transporte durante o processo produtivo/uso, na armazenagem
como produto acabado e na sua distribuição ao consumidor final.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Conceito difuso e genérico. A área de materiais tem funções e competências
bem específicas.
A alternativa B está incorreta. Não é só isso. Compras é apenas uma das primeiras etapas do ciclo.
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A alternativa C está incorreta. Nesta alternativa a função de administração de materiais foi profundamente
simplificada. É muito mais do que isso.
A alternativa D está incorreta. Aqui o examinador criou um conceito complexo que mistura ações físicas e
comportamentais (?). Não é por aí.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. É exatamente a definição de todo o ciclo produtivo,
pelo qual responde a área de administração de materiais.
II. O ciclo da Administração de Materiais é: Necessidade do cliente, análise, reposição dos materiais,
recebimento, armazenamento e logística (distribuição / entrega) - Correto também. Início na demanda
do cliente e finalização na entrega ao cliente final.
a) preço alto.
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A alternativa A está incorreta. É o contrário. A busca por preços competitivos, descontos e condições
comerciais vantajosas no processo de compra é objetivo do gestor de materiais.
A alternativa B está incorreta. Também não. Baixo giro de estoques significa que a utilização do material foi
super estimada, ou ocorre porque a demanda é menor que a planejada e, nesse cenário, comprou-se mais
do que o necessário. Em ambos os casos, não é o que se espera de uma gestão eficiente da cadeia produtiva.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A obtenção da qualidade de forma consistente é quase
que uma consequência da execução dos demais objetivos da organização. Se os materiais são sempre
entregues na quantidade e qualidade corretas, no local e no tempo certo, de forma consistente e contínua
pelos mesmo fornecedores e a preços competitivos, a organização terá todas as possibilidades para entregar
produtos acabados de qualidade aos seus clientes.
A alternativa D está incorreta. Não. Já vimos que o objetivo do gestor de materiais é reduzir os custos tanto
na aquisição dos materiais quanto ao longo de sua posse, seja na fase de armazenagem, transformação,
transporte ou distribuição.
a) compras; controladoria.
b) relações públicas; almoxarifado.
c) controle de estoques; transportes e distribuição.
d) planejamento da produção; recursos humanos.
e) auditoria; importação.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Controladoria não faz parte da atividade de gestão de materiais.
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A alternativa B está incorreta. Dessa vez, Relações Públicas não fazem parte da atividade de gestão de
materiais.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O sistema de materiais pode ser dividido em inúmeras
áreas, a depender de como a organização pretende se estruturar e de acordo com seu fluxo de trabalho.
Compras, planejamento, estoques, transportes, produção, logística, distribuição são todas áreas possíveis de
segmentação da atividade de administração de materiais.
A alternativa D está incorreta. Planejamento de produção é atividade típica de gestão de materiais mas o
mesmo não se aplica aos Recursos Humanos.
A alternativa E está incorreta. Por fim, auditoria não faz parte do rol de atividades de administração de
materiais. Importação, dependendo do contexto, pode estar incluída no setor de compras.
A alternativa A está incorreta. Cliente é na verdade a etapa final de toda a cadeia de administração de
materiais e não a inicial.
A alternativa B está incorreta. OK começar pela identificação da demanda porém a expedição não pode vir
logo na sequência. É sim uma das últimas etapas, após a finalização da produção e no momento do envio do
produto acabado ao cliente final ou quando o material é internamente liberado para o processo produtivo.
Note que, em ambos os casos as etapas identificação de fornecedores e compras de materiais, que na
alternativa vêm após, já ocorreram.
A alternativa C está incorreta. Novamente a etapa clientes aparece no início da cadeia, o que não está
correto. Cuidado pois pode haver a interpretação de que isso representa a identificação da demanda (que
vem dos clientes) mas note que na alternativa B essa possibilidade aparece de forma explícita, eliminando a
dúvida.
A alternativa D está incorreta. Etapas em ordem invertida. Identificação da demanda é a primeira delas e
armazenagem do produto final uma das últimas, próxima da entrega ao cliente final.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A alternativa, embora não englobe todas as operações
do ciclo de administração de materiais, ao menos lista na ordem correta algumas delas: após a compra do
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material ele é transportado até quem o adquiriu, em seguida armazenado e movimentado durante o seu
processo produtivo.
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GABARITO
1. A
2. A
3. D
4. C
5. A
6. B
7. B
8. E
9. A
10. A
11. B
12. E
13. B
14. C
15. D
16. E
17. D
18. C
19. C
20. E
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RESUMO
Administração de Recursos: Conseguir alocar os recursos corretos, nos locais corretos e na hora correta
é a meta principal de quem tem responsabilidade pela gestão de processos, sejam eles na área industrial ou
de serviços e na iniciativa pública ou privada. Deve-se encontrar o nível necessário e suficiente de recursos
e, dentro desse cenário, maximizar a sua utilização.
Bens: têm a capacidade de produzir produtos ou serviços e, por isso, são muitas vezes
considerados como sinônimos de recursos.
Patrimônio: conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que
possa ser avaliado monetariamente e que seja utilizado na realização de seus objetivos sociais.
Objetivos, atribuições e atividades: A administração dos recursos materiais engloba todo fluxo de uma
cadeia produtiva, o chamado ciclo produtivo. Algumas fontes e mesmo algumas bancas chamam o processo
de "gestão da cadeia de suprimentos", "cadeia de valor" ou mesmo, de forma genérica, de "logística".
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materiais no volume, local e momento adequados e, tudo isso, ao menor custo possível. Tudo isso se
traduz no fornecimento de materiais no volume, local e momento adequados:
Atribuições: para que a área de gestão de materiais consiga atingir todos os seus objetivos, deve
possuir uma série de atribuições:
• Gestão dos Estoques - trata do gerenciamento dos materiais, por meio do uso de técnicas de
previsão do consumo, sistema de controle dos estoques, etc., com o objetivo primordial de
adequar os níveis de estoque as necessidades dos usuários dos diversos materiais, com o
menor custo possível, sem comprometer o nível de serviço esperado para atender as
exigências do usuário.
• Gestão de Compras - envolve o atendimento das solicitações de compras de materiais
destinadas aos diversos órgãos que compõem uma empresa e, principalmente, atender as
necessidades de reposição dos estoques planejados pela gestão de estoques, de acordo com
as quantidades e prazos por ela fixados.
• Gestão dos Centros de Distribuição - envolve atividades vinculadas ao recebimento dos
materiais, movimentação, estocagem e fornecimento destes, de acordo com as necessidades
dos usuários. A gestão dos centros de distribuição resulta no controle físico dos materiais
armazenados.
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Integração da área de materiais: A área de materiais interage com as mais variadas as áreas da empresa.
É necessário que os esforços sejam planejados e integrados para que a organização tenha o máximo
benefício.
• Centralização
o Planejamento unificado
o Economias de escala e descontos
o Alocação de especialistas na atividade
o Controle de custos mais eficiente
o Processo mais lento e menos flexível
o Recomendado para processos e cenários estáveis de produção
• Descentralização
o Maior velocidade
o Mais flexibilidade
o Proximidade da unidade de negócio
o Custos mais altos
o Perda da economia de escala e de descontos nas compras
o Falta de "visão do todo" para o planejamento
o Indicado para modelos de negócio que necessitem de agilidade e flexibilidade e para
organizações que produzam em diferentes locais.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Gabarito .......................................................................................................................................................... 47
Resumo ........................................................................................................................................................... 48
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CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
1 - Considerações Iniciais
Começaremos entendendo o seu conceito mas, logo em seguida, vamos para a parte prática,
estudando as diversas formas em que a Classificação de Materiais é segmentada e debatida.
Inicialmente veremos quais são os atributos que devem ser seguidos para uma boa classificação e os
sistemas de classificação existentes.
Logo a seguir mergulharemos nos tipos de classificação, uma das maiores fontes de questões de prova
neste tema. Conheceremos, entre outras, as classificações quanto à aplicação, a utilização da curva ABC ou
da análise XYZ, todas fundamentais para a sua prova.
Você vai perceber que esta atividade ocorre após a finalização de todas as etapas nas quais o processo
de classificação está dividido. Estudaremos uma a uma para que você consiga identificá-las e diferenciá-las
com rapidez no dia da prova, tornando a codificação apenas uma consequência de todo o processo.
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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2 - Classificação de Materiais
A Classificação de Materiais é fundamental para que o gestor de materiais possa ganhar eficiência e
gerenciar com sucesso todo o processo de compra, armazenagem e distribuição de materiais. Sua ausência
impede o controle eficiente dos estoques, a criação de procedimentos de armazenagem adequados e a
correta operacionalização do almoxarifado.
A capacidade de identificar e localizar com clareza e rapidez os diferentes tipos de materiais é crítica
para que o gestor de materiais possa atender as demandas que recebe no tempo correto, volume adequado
e local indicado, grandes objetivos da administração de materiais.
Caso os materiais não estejam prévia e corretamente classificados, o gestor certamente terá muitas
dificuldades em encontrá-los, separá-los e despachá-los para a área requisitante, o que certamente o
impedirá de executar o trabalho no nível de qualidade esperado.
Esse "atraso" no processo, por sua vez, impactará o nível de serviço (atendimento dos pedidos ou
requisições de material), ou seja, provavelmente este gestor passará a apresentar níveis de atendimentos
satisfatórios mais baixos em relação as requisições recebidas, justamente porque teve dificuldades em
localizar e identificar os materiais necessários e tudo isso porque?
Porque não executou a classificação como deveria, o que veremos ao longo de nossa aula de hoje!
Além disso, a falta ou a adoção de classificação equivocada pode levar à perda ou deterioração de
materiais em estoque, por falta de conservação adequada, acidentes ou contaminação e/ou alteração de
características de materiais erroneamente armazenados de maneira próxima, impactando ainda mais o nível
de serviço de pedidos de materiais.
A classificação de materiais nada mais é do que uma forma de dividir os estoques de acordo com o
tratamento que será dispensado a cada um dos materiais e de forma a facilitar seu armazenamento e
localização.
Note que quando o material possui alguma característica especial como, por exemplo, o fato de ser
perecível ou perigoso ou utilizado com maior frequência, isso influencia na classificação que vai receber,
indicando ao final, próximo de quais outros materiais esse material pode e/ou deve ficar, em qual localização
dentro da área de armazenagem e quais cuidados especiais eventualmente precise receber (temperaturas
adequadas no caso de alguns perecíveis, proteção contra agentes biológicos no caso de alimentos, etc.).
Dessa forma, note que estamos falando em "agrupar" materiais com características comuns,
otimizando todo o processo. Nessa direção, Viana define a classificação de materiais como:
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Observe porém que essa não é a única definição de classificação. Outros autores são também muito
cobrados em relação ao tema, como o professor Marco Aurélio Dias.
Veja que, novamente, estamos falando em agrupar ou aglutinar materiais por características de
semelhança, apenas reforçando o que já vimos.
Ainda segundo Dias a classificação "não deve gerar confusão, ou seja, um produto não poderá ser
classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo havendo semelhanças".
Então perceba que, mesmo quando os materiais possuem características comuns, o gestor de
materiais não pode esquecer-se de levar em consideração os demais detalhes, não coincidentes, que
permitirão separá-los, classificá-los e identificá-los da forma correta, propiciando seu armazenamento e
localização da forma mais eficiente possível ao longo do processo.
A classificação deve sempre ser feita de maneira que cada material, identificado em todo seu nível
de detalhe, ocupe seu respectivo local, onde obtenha segurança para sua armazenagem, não ofereça perigo
aos materiais próximos (exemplo: produto químico que altere a característica de um produto alimentício ao
lado) e possa ser rapidamente localizado.
Após todo esse processo de classificação, que se divide em várias etapas que veremos mais adiante,
temos como resultado a possibilidade de codificar o material, ou seja, representar todas essas informações
previamente coletadas por meio de números, letras ou outro método adotado.
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Por isso, é possível que você também encontre a definição de classificação como a lista de seus
principais objetivos ou etapas do processo que são:
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Os materiais não podem ser classificados usando-se para isso sistemas que não tenham qualquer tipo
de padronização. Dessa forma definiu-se que um sistema eficiente de classificação deve possuir e aplicar ao
menos três atributos principais: abrangência, flexibilidade e praticidade.
Vamos entender cada um deles. É importante que você saiba listá-los, identificá-los e diferenciá-los
no dia da prova.
ABRANGÊNCIA
A abrangência deve permitir que a classificação possa incluir um vasto número de diferentes tipos
de materiais, englobando uma grande variedade de características como peso, forma, dimensão, custos,
aspectos contábeis, etc.
Deve tratar da maior gama possível de características. Isso permite que o sistema seja abrangente o
suficiente para representar todos os tipos de materiais em suas mais variadas dimensões, conseguindo
diferenciá-los um a um e evitando qualquer tipo de duplicidade ou confusão.
FLEXIBILIDADE
Dessa forma a classificação deve ser sempre maleável e adaptável, podendo se adequar à realidade
da organização e facilitando a comunicação entre os diferentes tipos adotados.
Somente dessa forma o sistema de classificação estará sempre atualizado, facilitando a comunicação
e a integração entre os diferentes tipos de classificação.
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PRATICIDADE
Por último, a praticidade exige simplicidade da classificação. Não deve exigir do classificador
julgamentos subjetivos ou complexos, tarefas complicadas e conceitos abstratos. Deve ser simples e direta.
ATRIBUTOS DA CLASSIFICAÇÃO DE
MATERIAIS
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4 - Tipos de Classificação
APLICAÇÃO
Aqui é importante perceber que o fluxo dos materiais ao longo da cadeia produtiva faz com que eles
se modifiquem gradativamente ao longo do processo e, com isso, migrem de categoria ao longo da cadeia.
Assim, conforme vão sendo transformados, os materiais vão recebendo diferentes classificações e passam a
se enquadrar em diferentes classes de materiais.
A falta de matéria prima paralisa o processo produtivo. Veja alguns exemplos de matéria
prima para entender melhor o conceito: Tecelagem -> fios, tintas, pigmentos, etc.; Produção
de TVs -> parafusos e porcas, circuitos elétricos, caixa de plástico, etc.
Não estão mais no almoxarifado (deixaram de ser matérias primas) e nem estão no depósito
pois ainda não são produtos acabados. São materiais que ingressaram na organização como
matéria prima, passam por etapa do processo produtivo e serão transformados em produtos
acabados.
Assim, já não são mais matérias primas, mas ainda não estão prontos. Encontram-se na linha
de produção, como um circuito elétrico que será aplicado a um televisor.
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É o estágio final do processo produtivo, tendo passado por todas as fases anteriores: matéria
prima, material em processamento, material semiacabado, material acabado ou
componentes
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A classificação com base no método ABC segmenta os itens que trazem muito ou pouco impacto
para a organização em relação ao seu processo produtivo. Permite que o administrador de materiais foque
seus esforços em número reduzido de itens que são os mais importantes para a organização.
Trata-se de método cujo fundamento é aplicável a qualquer situação em que seja possível estabelecer
prioridades, como uma obrigação a cumprir dividida em várias tarefas, umas mais e outras menos
importantes, de modo que a soma destas poucas tarefas mais importantes representarão provavelmente
uma grande parcela da obrigação como um todo. Esse é o "espírito" da Curva ABC.
Tal método foi introduzido pelo economista italiano Vilfredo Pareto que, ainda no século XIX, com
base em estudos de concentração de renda, observou que uma parte majoritária da renda disponível se
concentrava em pequena parte da população, enquanto uma grande parte da população representava muito
pouco em relação à renda total distribuída.
Esse princípio da concentração da importância em setores que acolhem poucos itens (ou cidadãos
ou qualquer outra unidade a ser considerada) forma a base do Princípio de Pareto e foi adaptado ao processo
de controle de estoques, batizado como Curva ABC.
Note na figura abaixo que, de acordo com o Princípio de Pareto, 80% do valor dos estoques e de todo
o esforço empregado ao longo da cadeia (eixo Y) está concentrado em apenas cerca de 20% dos itens (eixo
X), formando a área A no gráfico.
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Geralmente esses são os percentuais adotados, mas, atenção, é comum encontrar o uso de outros
percentuais dependendo do autor tomado como base.
Também não é difícil encontrar exercícios práticos nos quais o candidato deverá calcular os
percentuais em relação ao número de itens e importância de cada classe. Nesses casos também é natural
que os números não correspondam exatamente ao que está na tabela acima.
O importante é que, ao efetuar os cálculos, o candidato consiga identificar qual o setor que concentra
a maior importância em valor e que, certamente, terá reduzido número de itens. E, em seguida, identificar
os demais, sempre com diminuição do valor e aumento do número de itens, ambos em percentual.
Voltando ao gráfico e a tabela acima, os materiais da classe "A" são aqueles que têm alto consumo
anual e de menor quantidade de itens (em torno de 20%). Exigem os maiores investimentos e atenção do
gestor de materiais ao longo do tempo. São sempre aqueles de maior valor de consumo (ao redor de 80%)
ou chamados de material de grande valor de consumo.
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Temos ainda os materiais da classe "B". São aqueles de consumo médio (cerca de 30% dos itens) e
que representam, isoladamente, cerca de 15% do valor total dos estoques. Somados aos materiais da classe
"A" perfazem quase que a totalidade dos materiais consumidos ao longo do processo de produção
(aproximadamente 95% do total, ou seja, os 80% da classe "A" mais os 15% da classe "B", e representam
50% dos itens: 20% da classe "A" e 30% da classe "B"). Os materiais da classe "B" também são chamados de
materiais de importância intermediária ou de médio valor de consumo.
Por fim temos ainda os materiais da classe "C" que perfazem uma longa lista de itens (cerca de 50%
deles) porém representam muito pouco em termos de importância e valor ao processo produtivo
(geralmente algo em torno de 5%). São conhecidos por materiais de pouca ou menor importância ou de
baixo valor de consumo.
Em geral a maioria das organizações baseia suas análises de ressuprimento e define quantidades de
reposição usando para isso referências de consumo histórico e tempos para a recomposição do estoque.
Tais técnicas matemáticas não levam em conta a individualidade do material, sobretudo em casos
nos quais, independentemente do nível de consumo, caso faltem, podem vir a prejudicar fortemente a
continuidade da produção ou da prestação de serviços de uma organização, tornando o custo de sua
eventual falta mais oneroso do que o custo gerado por sua preservação em estoque.
Dessa forma temos também a classificação com base na importância operacional do material, que
visa identificar materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa.
Note que aqui não estamos mais falando de valores mas sim da importância do material para o
processo produtivo da empresa, ou seja, sem o material crítico, a produção ou a operação da empresa, para!
São geralmente materiais vitais para equipamentos produtivos, que servem de reposição para um
equipamento ou grupo de equipamentos e que devem permanecer estocados até a sua utilização,
compensando o prejuízo potencialmente gerado pela sua falta.
Classe X - Materiais de aplicação não importante. Criticidade baixa. Falta não acarreta paralisação do
processo. Podem ser facilmente adquiridos ou substituídos por materiais similares da própria organização.
Classe Y - Criticidade média. São importantes para o processo porém podem ser substituídos por
outros com relativa facilidade, mesmo não possuindo similares na empresa.
Classe Z - Criticidade máxima. Imprescindíveis ao processo e não podem ser substituídos por
similares. Sua falta provoca a paralisação da produção e/ou fases operativas da organização.
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PERMANENTES OU DE CONSUMO
• Material de Consumo: utilização limitada a 2 anos. Após isso perde sua identidade física
ou tem a utilização limitada.
• Material Permanente: durabilidade maior que 2 anos e/ou não perde sua identidade física
quando incorporado a outro bem.
Os critérios para a identificação de um material como permanente são, de acordo com a Portaria
448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional:
Complementando, a Lei 4.320/1964, que dispõe sobre normas gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, relata no parágrafo 2º de seu artigo 15 que:
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5 - Etapas de Classificação
Bem, até aqui vimos que classificar um material é agrupá-lo de acordo com a semelhança, sem causar
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. Para isso são consideradas características de
forma, dimensão, peso, tipo, uso, entre outras.
Um eficiente processo de classificação permitirá que, em seguida, o material possa ser codificado e
reconhecido (via código adotado) por todas as suas características e informações necessárias, suficientes e
desejadas.
A codificação é, na prática, a última etapa do processo de classificação. Antes dela temos que passar
por diversos outras fases, que veremos abaixo. Esse é um ponto bastante cobrado pelas bancas e é
necessário conhecer mais a fundo.
✓ Catalogação
✓ Simplificação
✓ Especificação
✓ Normalização
✓ Padronização
✓ Codificação
Neste ponto é importante conhecermos uma a uma. Você vai encontrar questões nas quais terá que
diferenciar cada uma destas etapas ou mesmo identificar sobre qual delas o examinador está falando ou,
ainda, com base na etapa solicitada pelo enunciado, buscar sua definição entre as alternativas disponíveis.
Vamos a elas:
CATALOGAÇÃO
A catalogação nada mais é do que a fase em que o gestor de materiais elabora uma lista completa
de todos os itens de materiais que existem no estoque. É necessário que a lista abranja de fato 100% dos
itens disponíveis, sem que nenhum fique de fora.
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O objetivo é que tanto o gestor como a organização consigam enxergar tudo o que a empresa possui,
permitindo o planejamento e execução mais eficiente de diversas atividades incluídas no processo de
administração de materiais como as compras, consultas e controles de estoques, estabelecimento de pontos
de ressuprimento, entre outros.
SIMPLIFICAÇÃO
Após visualizarmos tudo que a organização possui por meio da catalogação, partimos para a
simplificação.
Simplificar material significa reduzir a diversidade de um item empregado para o mesmo fim. Por
exemplo, a empresa possui 7 tipos diferentes de parafusos (marcas e cores diferentes), mas todos são
aplicados da mesma maneira no processo produtivo e entregam o mesmo resultado. O objetivo da
simplificação aqui é, de preferência, eleger entre os 7 apenas 1 item, e passar a trabalhar apenas com ele,
diminuindo a complexidade na gestão.
Note que estamos falando de um único exemplo, mas imagine esse processo aplicado a milhares de
materiais. Com certeza gera uma significativa redução de itens no portfólio, o que é excelente para a gestão
e alcance da eficiência ao longo do processo.
Em linhas gerais a etapa de simplificação procura identificar quais os itens que possuem o mesmo
objetivo no processo produtivo e entregam o mesmo resultado. Identificados itens que se enquadram
nesses quesitos a ordem é escolher apenas um deles e deixar de trabalhar com os demais, eliminando
duplicidades, custos e complexidade na gestão.
ESPECIFICAÇÃO
Em linhas gerais a especificação significa uma minuciosa descrição do material. Também chamada
de identificação, nessa fase os materiais catalogados e simplificados serão descritos de forma detalhada,
incluindo seu peso, medida, forma, finalidade e demais atributos.
Tudo isso vai possibilitar um melhor entendimento entre o usuário e o fornecedor quanto ao tipo de
material a ser requisitado, facilitando o processo de consulta, compra e controle dos materiais em estoque
e, sobretudo, evitando a compra de materiais em desacordo com as necessidades da organização.
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A descrição ao longo do processo de especificação deve ser concisa, completa e permitir a perfeita
individualização do item. Sumária e objetiva, deve usar termos técnicos adequados e usuais, evitando marcas
comerciais, gírias ou regionalismos.
NORMALIZAÇÃO
De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), norma é "um conjunto metódico
e preciso de preceitos destinados a estabelecer regras para execução de cálculos, projetos, fabricação,
obras, serviços ou instalações, prescrever condições mínimas de segurança na execução ou utilização de
obras, máquinas ou instalações, recomendar regras para elaboração de outras normas e demais documentos
normativos".
Importante salientar que a norma também é um ato de simplificação visto que delimita as
possibilidades de uso e emprego dos itens em questão, também minimizando a complexidade do processo
e auxiliando o próprio processo de especificação, como vimos acima.
PADRONIZAÇÃO
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✓ Redução do risco de falta de materiais no estoque por meio da redução da variedade, o que
permite maior volume em menor número de itens.
✓ Compras em maiores lotes: menos itens levam a compras de maior volume, gerando ganhos
de escala e descontos na aquisição. Note que a ideia não é comprar "mais". O volume é
provavelmente o mesmo porém, agora não se distribui em diversos itens provavelmente de
fornecedores diferentes, mas concentra-se em menos itens, padronizados, que podem ser
adquiridos juntos a um mesmo fornecedor.
✓ Redução da quantidade de itens em estoque: a redução do número e da variedade de itens
permite reduzir os custos de armazenamento pois leva à melhoria do layout e provável
diminuição do espaço físico utilizado.
CODIFICAÇÃO
Bem, após percorrida todas essa etapas e considerando que temos um bom processo de classificação
disponível, podemos partir para a codificação dos itens, ou seja, representar todas as informações
necessárias, suficientes e desejadas de um item por meio de números e/ou letras com base em toda a
classificação recém obtida do material.
Nesse cenário cada item terá seu código, permitindo e facilitando o controle, a retirada e a
movimentação dos itens na organização. Sabendo qual o código do item qualquer um desses processos se
torna completamente objetivo e traz rapidez na identificação e localização dos itens nos armazéns assim
como nos controles de volumes e demais controles gerenciais em relação aos estoques disponíveis.
Mas isso tudo veremos com mais detalhes a seguir pois a Codificação merece um item exclusivo para
discussão!
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6 - Codificação de Materiais
Já vimos que é uma preocupação geral das organização obter a capacidade de identificar e localizar
com facilidade todos os tipos de materiais disponíveis em seus respectivos estoques.
O melhor jeito encontrado para isso foi a representação com o uso de caracteres ou símbolos
alfanuméricos, alfabéticos ou numéricos (estes os mais utilizados), que representam as características dos
materiais quando decodificados. Isso é o que chamamos de Codificação de Materiais.
Vale lembrar que esse código é "secreto" e requer o uso do chamado Plano de Codificação para que
possa ser entendido. Não que o processo seja sigiloso ou algo do tipo, mas sim realizado por meio de
inúmeras combinações e padrões adotados pela empresa, o que geralmente é impossível de memorizar.
O Plano de Codificação é, dessa forma, a chave para a interpretação dos códigos adotados pela
organização. Seu desenvolvimento não é padronizado 2 e deve ser definido pela própria instituição que vai
utilizá-lo no processo de gestão de materiais de acordo com suas características e necessidades.
Nesse cenário os materiais e todas as suas características podem ser representados de maneira
racional, metódica e clara e a codificação acaba se transformando na linguagem comum de materiais dentro
da organização e, muitas vezes, junto a fornecedores e clientes.
Essa é a origem da codificação, uma das etapas do grande processo de classificação, na verdade a
última, que formaliza o processo e atribui ao material um código para que possa ser identificado. Em função
de uma boa classificação do material é possível partir para o desenvolvimento de um eficiente sistema de
codificação.
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OBJETIVOS
A etapa de codificação dos materiais tem alguns objetivos claros, visando o total e eficiente controle
de estoques e dos processos de compras:
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TIPOS DE CODIFICAÇÃO
O método escolhido pode variar desde os sistemas arbitrário (atribuições de códigos a medida que
os itens dão entrada na organização) até sistemas que catalogam os materiais seguindo sequências lógicas
(na grande maioria das vezes mais indicados).
Podemos considerar que o processo de codificação gera mais valor à organização quando sua
interpretação se dá quase que de forma imediata, ou seja, ao olhar para o código o gestor ou usuário
consegue identificar o material de modo geral, restando os detalhes para sua identificação completa, o que
será feito com o uso do plano de codificação.
Outro ponto importante para sua prova é conhecer as principais características de um sistema de
codificação. Cuidado para não confundir com os atributos para classificação de materiais (relembrando:
abrangência, flexibilidade e praticidade).
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SISTEMAS DE CODIFICAÇÃO
Sistema Alfabético: conjunto de letras estruturadas de forma mnemônica. Sistema vem caindo em
desuso pela dificuldade em memorizar os códigos e pela limitação em termos de quantidade de itens.
Exemplo de código: A-C-H.
Sistema Alfanumérico: mescla números e letras para representar cada material. Exemplo: BT-6345
(B- grupo, T-classe e 6345 código identificador).
Sistema Numérico: composição lógica de números para a identificação de cada material. É o sistema
mais utilizado pelas organizações pela simplicidade e possibilidade ilimitada de criação de combinações.
Geralmente agrega informações em diferentes níveis de numeração. Exemplo: 20-002-012:
20 - material de escritório
002 - Lapiseira
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SISTEMAS DECIMAL
O Sistema decimal (também conhecido por Dewey) pode ser usado para outros fins como
classificação de arquivos, bibliotecas, etc. É o sistema mais utilizado pelas empresas pela sua simplicidade e
pelas suas infinitas possibilidades de classificação.
A codificação decimal divide o universo dos materiais em grandes grupos, de acordo com o campo
de emprego, numerando-os geralmente de 01 a 99. A partir daí os grupos são divididos em subclasses (por
tipo de equipamento ou tipo de material, por exemplo), numerando-os de 001 a 999. Por fim, a última
sequência de dígitos (de 001 a 999) vai identificar o item em sua subclasse.
Vamos voltar ao exemplo acima e entender na prática a aplicação do conceito que acabamos de ver:
O código deste material seria, portanto: 20.002.102 e, ao verem este código e com a prática do uso,
os usuários deveriam ao menos identificar de maneira imediata que se trata de uma lapiseira, recorrendo
depois ao plano de codificação para checar sua individualização (0,7mm e azul).
O sistema numérico porém, não se restringe ao sistema decimal. Tem outras variações que vamos
conhecer agora.
O Federal Supply Classification ou FSC foi criado pelo governo norte americano para a identificação
e catalogação dos materiais de seus diversos departamentos governamentais.
Sua estrutura é composta por 11 dígitos, mais um dígito verificador: XXXX - XXX - XXXX - X.
• Número de classe (NC), com 4 dígitos, sendo que os dois primeiros representam os grupos de
materiais. Os 4 dígitos (incluindo os 2 primeiros) definem a classe do material.
• Número de identificação (NI), com 7 dígitos, sequencial dentro da classe, podendo ainda ser
subdividido em dois grupos:
1. Os 3 primeiros dígitos podem indicar a unidade de aplicação do material ou a região em que o
mesmo será utilizado;
2. Os 4 últimos dígitos indicam a sequência de cadastramento do material, podendo ser geral ou
específico da área de utilização;
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O sistema de codificação francês emprega 8 dígitos e emprega uma análise mista, dividindo os
materiais em normalizados (ampla aplicação e sem necessidade de uso de máquina ou equipamento
especial) e específicos (de aplicabilidade restrita), no seguinte formato: XX - XXX - XXX.
Os materiais normalizados (sejam eles mecânicos, elétricos, eletrônicos ou outros) são aqueles
comuns a todas as máquinas e equipamentos. São fabricados em série e encontrados a venda com facilidade.
CÓDIGOS DE BARRAS
A decodificação (leitura) dos dados é realizada por scanner - o popular leitor de código de barras -,
que emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a barra for escura, a luz é absorvida; onde
a barra for clara (espaços), a luz é refletida novamente para o leitor.
Os dados capturados nessa leitura óptica são convertidos em letras ou números humano-legíveis.
Sua utilização é muito comum em diversas áreas, desde a indústria é largamente utilizado no comércio e
serviços.
Entre os tipos de códigos de barra, os mais cobrados são o EAN (utilizado na embalagem de produtos
de consumo disponíveis nos pontos de venda do varejo), que geralmente tem 13 (EAN-13) ou 8 (EAN-8)
dígitos.
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Há também o DUN-14, que tem 14 dígitos e é utilizado em containers, caixas de transporte, paletes,
etc., permitindo a comerciantes, varejistas e atacadistas a verificação e baixa de múltiplas unidades de
produto de uma só vez. Note que o DUN-14 não identifica itens, mas sim caixas ou outras embalagens
unitizadas como containers ou paletes que, por sua vez, possuem inúmeros produtos. Conhecido também
por EAN/UCC-14 ou GTIN-14.
Temos ainda Data Matrix, símbolo bidimensional para aplicações especiais, que permite codificar
informações em espaços muito menores que os códigos
3 lineares e agregar informações adicionais como
código do produto, lote, data de fabricação e validade. Tornou-se o principal código do fornecimento do
segmento hospitalar por permitir a identificação e o rastreamento de itens pequenos, o que garante a
segurança dos medicamentos.
O GS1-128 ou EAN-128, permite uma série de novas informações como validade, número serial, data
de fabricação, número de lote, quantidade, número do pedido do cliente, local onde foi produzido e uma
série de outras informações que o fabricante ache necessárias.
Por fim, vale conhecermos o QR Code, código de barras em 2D que pode ser facilmente escaneado
usando a maioria dos celulares equipados com câmera. Esse código é convertido num pedaço de texto
(interativo), um endereço URL, um número de telefone, uma localização georreferenciada um e-mail, um
contato ou um SMS. QR é o acrônimo do inglês Quick Response.
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7 - Considerações Finais
Hoje estudamos com profundidade todo o processo de classificação de materiais, culminando em sua
atividade de codificação, que mereceu um item a parte por sua importância e incidência em provas de
concurso.
Conhecemos os atributos, sistemas, tipos e etapas do processo de classificação. Cuidado para não se
confundir com a nomenclatura pois a banca costuma usar exatamente esse recurso para derrubar o
candidato.
Em Codificação vimos a sua importância para a eficiência de todo o processo e os tipos mais comuns
encontrados no mercado.
Tente responder as questões à frente e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer. Não leve
dúvidas adiante.
Ricardo Campanario
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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QUESTÕES COMENTADAS
a) gerenciamento centralizado.
b) codificação.
c) gerenciamento descentralizado.
d) contagem cíclica.
e) contagem randômica.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A gestão centralizada de materiais é um dos modelos possíveis a ser
implantado na organização, mas não se relaciona ao tema trazido pelo enunciado.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Considerando a complexidade dos estoques em função
do grande número de materiais utilizados, a codificação passa a ser elemento fundamental para a sua gestão.
Essa atividade tem como objetivo registrar, codificar e controlar os bens considerados imobilizados e
submetidos à depreciação. É ferramenta crítica para a eficiente gestão dos estoques.
A alternativa C está incorreta. A gestão descentralizada de materiais é um dos modelos possíveis a ser
implantado na organização, mas também não se relaciona ao tema trazido pelo enunciado.
A alternativa D está incorreta. Contagem cíclica é a contagem física e contínua de estoques. Não é a definição
que a banca busca com o enunciado apresentado.
A alternativa E está incorreta. Já a contagem randômica é uma das espécies da contagem rotativa, que
escolhe uma pequena porção dos estoques para efetuar o controle. Também não coincide com a definição
trazida pela banca.
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a) simplificação
b) codificação
c) classificação
d) unitização
e) separação
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Nesta etapa o administrador de materiais procura reduzir a grande
diversidade de itens empregados para uma mesma finalidade e mesmo departamento.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O enunciado define exatamente a codificação, uma
das etapas do processo de classificação dos materiais.
A alternativa C está incorreta. A classificação de materiais envolve a codificação, mas não só ela. É composta
por catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e, por fim, a codificação, que
estudamos nessa aula. Falaremos de todas as etapas com mais profundidade em aula mais adiante.
A alternativa D está incorreta. A unitização é o processo no qual volumes fracionados são agregados em um
único volume de carga. Não tem relação com o tema.
a) Abrangência.
b) Periodicidade.
c) Diversidade.
d) Durabilidade.
e) Resistência.
Comentário:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Os materiais não podem ser classificados usando-se
para isso sistemas que não tenham qualquer tipo de padronização. Dessa forma definiu-se que um sistema
eficiente de classificação deve possuir e aplicar ao menos três atributos principais: abrangência, flexibilidade
e praticidade.
• Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas materiais para
serem classificados;
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• Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo que se
obtenha ampla visão do gerenciamento de estoques;
• Praticidade: a classificação deve ser direta e simples.
Das alternativas disponíveis apenas a "A" aponta um dos três atributos listados.
A alternativa B está incorreta. Periodicidade não é um dos atributos usados para a classificação de materiais.
A alternativa C está incorreta. Diversidade não é um dos atributos usados para a classificação de materiais.
A alternativa D está incorreta. Durabilidade não é um dos atributos usados para a classificação de materiais.
A alternativa E está incorreta. Resistência não é um dos atributos usados para a classificação de materiais.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
Um primeiro lugar é necessário entende se um material hospitalar deveria ser classificado como
permanente. Poderia ser enquadrado nessa situação somente se sua utilização se estendesse por mais de 2
anos sem a perda de suas caraterísticas físicas e performance.
Em segundo lugar, a classificação de um material de acordo com suas características baseia-se no atributo
da abrangência e não da flexibilidade.
A abrangência deve permitir que a classificação possa incluir um vasto número de diferentes tipos de
materiais, englobando uma grande variedade de características como peso, forma, dimensão, custos,
aspectos contábeis, etc., enquanto A flexibilidade deve proporcionar uma visão global do estoque e,
especialmente, o inter-relacionamento entre as diversas classificações.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
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O atributo da flexibilidade diz que a classificação deve proporcionar uma visão global do estoque e,
especialmente, o inter-relacionamento entre as diversas classificações.
O atributo que estabelece que a classificação deva ser simples e direta é o da praticidade e não o da
flexibilidade.
A alternativa A está incorreta. Precisão não é um dos atributos para a classificação dos materiais. Atenção
pois, tecnicamente, simplicidade também não é. A denominação correta do atributo é praticidade!
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Os materiais não podem ser classificados usando-se
para isso sistemas que não tenham qualquer tipo de padronização. Dessa forma definiu-se que um sistema
eficiente de classificação deve possuir e aplicar ao menos três atributos principais: abrangência, flexibilidade
e praticidade.
A alternativa C está incorreta. Durabilidade e precisão não são atributos para a classificação de materiais.
A alternativa D está incorreta. Durabilidade e precisão não são atributos para a classificação de materiais.
Simplicidade também não, como vimos na alternativa "A".
A alternativa E está incorreta. Maneabilidade e precisão não são atributos para a classificação de materiais.
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b) A verticalização faz com que a organização compre de terceiros o máximo de itens para compor o produto
final.
c) A horizontalização faz com que a organização produza internamente todos os itens que puder.
d) Uma das desvantagens da verticalização é a perda de controle tecnológico sobre os insumos.
e) Uma das desvantagens da horizontalização é a necessidade de maiores investimentos em estruturas.
Comentário:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Fazer internamente é o conceito básico de
verticalização, ou seja, ser o seu próprio fornecedor produzindo internamente tudo o que for possível. Dessa
forma é possível reduzir os custos dos materiais adquiridos pois retira-se da cadeia a margem de lucro do
fornecedor, substituído pela produção interna.
A alternativa B está incorreta. A verticalização faz com que a organização produza internamente (e não
compre de terceiros) o máximo de itens para compor o produto final.
A alternativa C está incorreta. A verticalização (e não a horizontalização) faz com que a organização produza
internamente todos os itens que puder.
A alternativa D está incorreta. A verticalização não provoca a perda do controle tecnológico. Ao contrário,
como a produção é interna a organização domina o controle tecnológico sobre seus insumos. A afirmativa
não pode ser considerada uma desvantagem.
A alternativa E está incorreta. Uma das vantagens da horizontalização é a não necessidade de maiores
investimentos em estruturas, considerando que o material necessário será adquirido externamente e não
produzido na própria organização, o que exigiria estrutura adicional.
a) catalogação;
b) simplificação;
c) normalização;
d) padronização;
e) codificação.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. A catalogação nada mais é do que a fase em que o gestor de materiais elabora
uma lista completa de todos os itens de materiais que existem no estoque. É necessário que a lista abranja
de fato 100% dos itens disponíveis, sem que nenhum fique de fora. Não é disso que o examinador está
falando no enunciado.
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A alternativa B está incorreta. Simplificar material significa reduzir a diversidade de um item empregado
para o mesmo fim. Por exemplo, a empresa possui 7 tipos diferentes de parafusos (marcas e cores
diferentes), mas todos são aplicados da mesma maneira no processo produtivo e entregam o mesmo
resultado. O objetivo da simplificação aqui é, de preferência, eleger entre os 7 apenas 1 item, e passar a
trabalhar apenas com ele, diminuindo a complexidade na gestão. Também não é a isso que a banca se refere
no enunciado.
A alternativa C está incorreta. A normalização refere-se, objetivamente, às normas de utilização de cada
item. É importante que a organização estabeleça como cada item deverá ser utilizado ao longo do processo
produtivo ou de seu emprego em qualquer outra atividade operacional. O enunciado da questão não
endereça a normalização.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A padronização procura estabelecer padrões idênticos
de medidas de peso, formato e outras correlatas e está diretamente ligada ao processo de simplificação pois,
obtida a padronização, um dos seus grandes benefícios é a diminuição do número de itens em estoque,
evitando ou minimizando a variedade de itens dentro de uma mesma classe de materiais utilizados para o
mesmo fim, pois permite a intercambialidade de itens e materiais de consumo.
A alternativa E está incorreta. Por fim, a codificação é a representação de todas as informações necessárias,
suficientes e desejadas de um item por meio de números e/ou letras com base em toda a classificação recém
obtida do material.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Os materiais não podem ser classificados usando-se para isso sistemas que não tenham qualquer tipo de
padronização. Dessa forma definiu-se que um sistema eficiente de classificação deve possuir e aplicar ao
menos três atributos principais: abrangência, flexibilidade e praticidade.
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✓ Catalogação
✓ Simplificação
✓ Especificação ou Identificação
✓ Normalização
✓ Padronização
✓ Codificação
A - CLASSE A
B - CLASSE B
C - CLASSE C
( ) 50% do estoque
( ) 80% do valor de demanda
( ) 20% do estoque
( ) 15% do valor de demanda
( ) 30% do estoque
( ) 5% do valor de demanda
a) A-A-C-B-B-C;
b) A-B-C-B-A-C;
c) B-A-C-C-B-A;
d) C-A-A-B-B-C;
e) C-B-A-A-C-B.
Comentário:
Geralmente esses são os percentuais adotados para os segmentos da curva ABC, mas, atenção, é
comum encontrar o uso de outros percentuais dependendo do autor tomado como base.
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a) durabilidade;
b) fragilidade;
c) perecibilidade;
d) incorporabilidade;
e) transformabilidade.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Pelo fato das chapas serem consumidas ao longo do processo de fabricação,
o critério excludente correto a ser aplicado é a transformabilidade e não a durabilidade.
A alternativa B está incorreta. Pelo fato das chapas serem consumidas ao longo do processo de fabricação,
o critério excludente correto a ser aplicado é a transformabilidade e não a fragilidade.
A alternativa C está incorreta. Pelo fato das chapas serem consumidas ao longo do processo de fabricação,
o critério excludente correto a ser aplicado é a transformabilidade e não a perecibilidade.
A alternativa D está incorreta. Pelo fato das chapas serem consumidas ao longo do processo de fabricação,
o critério excludente correto a ser aplicado é a transformabilidade e não a incorporabilidade.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os critérios para a identificação de um material como
permanente são, de acordo com a Portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional. Neste caso, como
as chapas de aço serão empregadas na construção de carenagens de grupos geradores silenciados,
certamente encaixam-se no item V: Transformabilidade, e não podem ser consideradas materiais
permanentes, mas sim de consumo.
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14. (QUADRIX/CRO PB/Agente/2018) No que tange à classificação de materiais, julgue o item que se
segue. Quanto aos métodos de classificação de materiais, o da abrangência estabelece que a
classificação deva permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo que se
obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
A abrangência deve permitir que a classificação possa incluir um vasto número de diferentes tipos de
materiais, englobando uma grande variedade de características como peso, forma, dimensão, custos,
aspectos contábeis, etc.
O enunciado refere-se ao atributo da flexibilidade. A flexibilidade deve proporcionar uma visão global do
estoque e, especialmente, o inter-relacionamento entre as diversas classificações.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
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Além disso, os materiais devem ser classificados com base em diversos atributos (ou características que
possuem e apresentam) como suporte Marco Aurélio Dias. Segundo o autor, classificar materiais é "agrupá-
los segundo sua forma, dimensão, peso, tipo, uso, etc."
a) ser expansivo, de modo a possuir espaço para a entrada de novos itens e para a ampliação da classificação.
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b) ser preciso, ou seja, não permitir que mais de um código esteja associado a cada material.
c) ser conciso, ou seja, ele deve ter o maior número possível de dígitos para definir os códigos.
d) ser conveniente, para ser facilmente compreendido e de aplicação descomplicada.
e) ser simples, para ser de fácil uso.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Essa é uma das características esperadas de um bom sistema de codificação.
A alternativa B está incorreta. Essa também é uma das características esperadas de um bom sistema de
codificação.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Um sistema conciso utiliza o mínimo possível de dígitos
para a identificação e definição dos códigos e não o máximo.
A alternativa D está incorreta. Mais uma das características esperadas de um bom sistema de codificação.
A alternativa E está incorreta. Também é uma das características esperadas de um bom sistema de
codificação.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
Os materiais auxiliares ou improdutivos compreendem todo e qualquer material não incorporado às
características do produto fabricado, como materiais de limpeza, de escritório e outros materiais de consumo
utilizados em outros setores da organização que não o processo de manutenção.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
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a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está CORRETA.
A Classificação por importância operacional avalia o grau de criticidade ou de imprescindibilidade do item de
material nas atividades desempenhadas pela organização. Veja abaixo as classificações adotadas quanto a
esse quesito:
Classe X - Materiais de aplicação não importante. Criticidade baixa. Falta não acarreta paralisação do
processo. Podem ser facilmente adquiridos ou substituídos por materiais similares da própria organização.
Classe Y - Criticidade média. São vitais para o processo porém podem ser substituídos por outros com relativa
facilidade, mesmo não possuindo similares na empresa.
Classe Z - Criticidade máxima. Imprescindíveis ao processo e não podem ser substituídos por similares. Sua
falta provoca a paralisação da produção e/ou fases operativas da organização.
Classe X - Materiais de aplicação não importante. Criticidade baixa. Falta não acarreta paralisação do
processo. Podem ser facilmente adquiridos ou substituídos por materiais similares da própria organização.
Classe Y - Criticidade média. São vitais para o processo porém podem ser substituídos por outros com
relativa facilidade, mesmo não possuindo similares na empresa.
Classe Z - Criticidade máxima. Imprescindíveis ao processo e não podem ser substituídos por similares. Sua
falta provoca a paralisação da produção e/ou fases operativas da organização.
21. (FCC/DPE RS/Apoio Especializado Logística/2017) NÃO se refere a Código de Barras e Identificação
por Radiofrequência (RFDI):
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Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Para executar a classificação dos materiais é
necessário que o gestor de materiais siga uma série de etapas. Vejamos abaixo:
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Veja a seguir a definição de cada uma das etapas segundo Dias (2006):
CATALOGAR – Denominar todos os itens existentes, de modo que não se omita nenhum deles.
SIMPLIFICAR – Reduzir a multiplicidade de materiais que são empregados para o mesmo fim.
ESPECIFICAR – Descrever detalhadamente um certo item, demonstrando suas medidas, formato, tamanho,
peso, etc.
NORMALIZAR – Determinar a forma de utilização de um material em suas diversas aplicações.
PADRONIZAR – Estabelecer idênticos padrões de peso, medidas e formato para os materiais de modo que
não existam muitas variações entre eles.
CODIFICAR - Finalizar o processo de classificação, permitindo um controle de estoques mais simples e
eficiente.
A alternativa B está incorreta. O formato da curva ABC em regra começa ascendente e depois tende a
estabilizar, ao contrário do formato de uma curva normal, que é simétrico. Veja abaixo:
CURVA ABC
CURVA NORMAL
A alternativa C está incorreta. A rotatividade ou giro de estoque (e não a taxa de cobertura ou antigiro) é
que é a relação entre o consumo médio anual e o estoque médio do item. Portanto, é o número de vezes
que o estoque de determinado item de material é renovado, em determinado período. A sua fórmula é a
seguinte:
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Já a taxa de cobertura ou antigiro indica a quantidade de períodos que o estoque médio irá suportar o
consumo médio. Ou seja, sua fórmula é o inverso da fórmula do IR:
A alternativa D está incorreta. Embalagens em forma de cubo não devem ser paletizadas; a justificativa é de
esse formato dificulta a arrumação e compromete a segurança do empilhamento pois diminui a estabilidade
da pilha.
A alternativa E está incorreta. Containers flexíveis são usualmente confeccionados em polipropileno ou vinil
e empregados no transporte de sólidos a granel e de líquidos.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. 15% dos materiais (ou 1200 itens) respondem por 75% do consumo, ou seja,
já muito mais do que os 50% buscados.
A alternativa B está incorreta. Não há dados disponíveis para confirmar ou refutar esta alternativa.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Somando-se os grupos A e B temos 90% do consumo:
75% + 15%. E estamos falando de 40% dos itens (15% + 25%), ou 3200 itens. Assim, controlando 3200 itens
é possível controlar exatamente 90% do consumo.
A alternativa D está incorreta. Os itens que merecem atenção intermediária nesse caso são os do grupo B,
que correspondem a 15% do total consumido e 25% dos itens ou 2000 itens.
A alternativa E está incorreta. Os itens que merecem menos atenção nesse caso são os do grupo C, que
correspondem a 10% do total consumido e 60% dos itens ou 4800 itens.
Comentários:
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Os materiais "A" são aqueles que têm alto consumo anual e exigem os maiores investimentos e atenção do
gestor de materiais ao longo do tempo.
Temos ainda os materiais "B". São aqueles de consumo médio (cerca de 30% dos itens) e que, somados ao
"A" perfazem quase que a totalidade dos materiais consumidos ao longo do processo de produção
(aproximadamente 95% do total). Representam, isoladamente, cerca de 15% do valor total dos estoques.
Por fim temos ainda os materiais "C" que perfazem uma longa lista de itens (cerca de 50% deles) porém
representam muito pouco em termos de importância e valor ao processo produtivo (geralmente menos de
10%).
Comentários:
A alternativa A está incorreta. De acordo com Dias (2010) o objetivo da classificação de materiais é a
catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de todos os materiais
componentes do estoque da empresa.
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Segundo Dias (2010), o objetivo da classificação de materiais é catalogar, simplificar, especificar, normalizar,
padronizar e codificar todos os materiais componentes do estoque da empresa.
A alternativa C está incorreta. De acordo com Dias (2010) o objetivo da classificação de materiais é a
catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de todos os
materiais componentes do estoque da empresa.
A alternativa D está incorreta. De acordo com Dias (2010) o objetivo da classificação de materiais é a
catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de todos os
materiais componentes do estoque da empresa.
A alternativa E está incorreta. De acordo com Dias (2010) o objetivo da classificação de materiais é a
catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de todos os
materiais componentes do estoque da empresa.
a) separar os materiais iguais para mandar para a linha de produção e posterior envio à expedição.
b) separar todos os materiais a serem comprados e enviá-los à linha de produção.
c) agrupar todos os materiais com características comuns, para identificar a localização desses materiais.
d) administrar todos os bens que estão prontos para serem vendidos ou obsoletos.
e) identificar, codificar, cadastrar e catalogar os materiais.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Não é exatamente isso. A classificação serve basicamente para a identificação
precisa dos materiais e sua posterior localização nos estoques ou em utilização na organização.
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A alternativa B está incorreta. Aqui a banca fala em materiais a serem comprados. A classificação ocorre com
materiais em estoque.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O maior objetivo da classificação é mesmo identificar
os materiais de maneira precisa e facilitar a sua localização posterior.
A alternativa D está incorreta. Está distante dos objetivos principais da classificação de materiais.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
A catalogação nada mais é do que a fase em que o gestor de materiais elabora uma lista completa de todos
os itens de materiais que existem no estoque. É necessário que a lista abranja de fato 100% dos itens
disponíveis, sem que nenhum fique de fora.
A descrição detalhada da especificação do produto é a própria especificação, ou seja, uma minuciosa
descrição do material. Também chamada de identificação, nessa fase os materiais catalogados e
simplificados serão descritos de forma detalhada, incluindo seu peso, medida, forma, finalidade e demais
atributos.
Comentários:
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A alternativa A está incorreta. Não há qualquer relação com a etapa de especificação de materiais. Refere-
se à distribuição interna de materiais.
A alternativa B está incorreta. Também não há qualquer relação com a etapa de especificação de materiais.
Faz parte das atividades de compras.
A alternativa C está incorreta. Sem qualquer relação com a etapa de especificação de materiais. Estas são
atividades do processo de recebimento, conferência e regularização do material adquirido.
A alternativa D está incorreta. Não há qualquer relação com a etapa de especificação de materiais.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Em linhas gerais a especificação significa uma
minuciosa descrição do material. Também chamada de identificação, nessa fase os materiais catalogados e
simplificados serão descritos de forma detalhada, incluindo seu peso, medida, forma, finalidade e demais
atributos. Tudo isso vai possibilitar um melhor entendimento entre o usuário e o fornecedor quanto ao tipo
de material a ser requisitado, facilitando o processo de consulta, compra e controle dos materiais em
estoque e, sobretudo, evitando a compra de materiais em desacordo com as necessidades da organização.
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GABARITO
1. B
2. B
3. A
4. ERRADA
5. ERRADA
6. B
7. A
8. D
9. CORRETA
10. B
11. A
12. D
13. E
14. ERRADA
15. ERRADA
16. E
17. C
18. CORRETA
19. ERRADA
20. CORRETA
21. E
22. A
23. C
24. B
25. B
26. C
27. ERRADA
28. E
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RESUMO
Classificação de Materiais: processo de aglutinação de materiais por características semelhantes. Agrupá-
los segundo sua forma, dimensão, peso, tipo, uso, etc. Ordená-los segundo critérios adotados, agrupando-o
de acordo com a semelhança, sem causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. Há
ainda a definição que cita seus principais objetivos: catalogar, simplificar, especificar, normalizar, padronizar
e codificar todos os materiais componentes do estoque da empresa.
• Catalogação: A catalogação nada mais é do que a fase em que o gestor de materiais elabora
uma lista completa de todos os itens de materiais que existem no estoque.
• Simplificação: Simplificar material significa reduzir a diversidade de um item empregado para
o mesmo fim. Em linhas gerais a etapa de simplificação procura identificar quais os itens que
possuem o mesmo objetivo no processo produtivo e entregam o mesmo resultado.
• Especificação: especificação significa uma minuciosa descrição do material. Também
chamada de identificação, nessa fase os materiais catalogados e simplificados serão descritos
de forma detalhada, incluindo seu peso, medida, forma, finalidade e demais atributos.
• Normalização: A normalização refere-se, objetivamente, às normas de utilização de cada
item. É importante que a organização estabeleça como cada item deverá ser utilizado ao longo
do processo produtivo ou de seu emprego em qualquer outra atividade operacional.
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Objetivos da Codificação:
Sistemas de Codificação:
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o Decimal (Dewey): É o sistema mais utilizado pelas empresas pela sua simplicidade e
pelas suas infinitas possibilidades de classificação.
o Federal Supply Classification: O Federal Supply Classification ou FSC foi criado pelo
governo norte americano para a identificação e catalogação dos materiais de seus
diversos departamentos governamentais. Sua estrutura é composta por 11 dígitos,
mais um dígito verificador: XXXX - XXX - XXXX - X.
o Chambre Syndicale de La Siderurgie Française (CSSF): O sistema de codificação
francês emprega 8 dígitos e emprega uma análise mista, dividindo os materiais em
normalizados (ampla aplicação e sem necessidade de uso de máquina ou equipamento
especial) e específicos (de aplicabilidade restrita), no seguinte formato: XX - XXX - XXX.
o Código de Barras: Os códigos de barras são formas de representação gráfica de dígitos
numéricos ou caracteres alfanuméricos feita por número variável de barras paralelas,
cuja combinação compõe uma determinada informação: Alguns tipos são: EAN-13,
EAN-8, DUN-14, Data Matrix, GS1-128 (ou EAN-128) e QR Code.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
3 - Operação de Compras..................................................................................................................... 7
5 - Fornecedores .................................................................................................................................. 17
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Gabarito .................................................................................................................................................... 45
Resumo ..................................................................................................................................................... 46
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1 - Considerações Iniciais
Iniciaremos nossa aula entendendo o que é o processo de compras, passando pelos seus objetivos,
sua estrutura, observando todo o ciclo de compras e vendo como tudo isso forma uma das primeiras
atividades do processo de Administração de Materiais, ainda no início da cadeia de valor.
Lembre-se que a compra é um dos primeiros passos dessa cadeia, responsável por "trazer" para a
empresa as matérias primas e materiais necessários para a respectiva produção de produtos acabados ou
prestação de serviços. Depois disso vem toda a parte de transformação, armazenagem, movimentação
interna, venda e distribuição dos produto acabados ou serviços até os consumidores.
Indo mais a fundo, conheceremos a operação das compras, desde o seu pedido até o recebimento
do material. Abordaremos também quais as quantidades ideais de compras e quais outras providências que
devem ser tomadas para otimizar o processo, inclusive os Lotes Econômicos de Compras.
A seguir falaremos dos fornecedores e do seu cadastro, importante atividade que deve ser executada
de maneira contínua e sistemática pelo comprador.
Mais adiante estudaremos as decisões estratégicas que devem ser tomadas pela organização em
relação a sua estrutura de compras: produção interna ou aquisição de terceiros? Compras centralizadas ou
pulverizadas? Veremos tudo em detalhe.
Fechando a aula avaliaremos a gestão de toda a cadeia de suprimentos (conhecida por supply chain
management) e as medidas de performance que podem ser levantadas ao longo desse processo.
E, por fim, veremos um cenário, bastante particular, que são as compras no setor público, com
tempos, processos e características particulares, inclusive legislação específica que deve ser rigorosamente
seguida.
Ufa! Esse é o plano para hoje. Temos bastante coisa para ver e estudar!
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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Em primeiro lugar porque somente com uma estrutura de compras adequada a organização consegue
suprir a sua atividade produtiva com os materiais corretos, no momento preciso e no local exato.
Por fim, uma estratégia de compras bem executada pode se constituir em uma verdadeira vantagem
competitiva, permitindo a organização ter uma estrutura de custos mais enxuta, praticar preços
competitivos, fabricar produtos de alta qualidade e aumentar a demanda e a comercialização de seus
produtos, tudo isso dentro de uma estrutura rentável em função da gestão de toda sua cadeia produtiva que
começa, justamente, com as compras!
Para chegar a esse patamar é fundamental criar e manter uma relação de parceria com os
fornecedores escolhidos, buscando a geração de benefícios para as duas partes.
Segundo Martins e Alt (2015), "hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das
empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos (supply chain)".
Veja que não é uma atividade simples e independente, como fazer um pedido pela internet ou pelo
telefone. Estamos falando de compras de toneladas de materiais, que envolvem milhões de reais e
operações complexas de transporte, armazenagem e gestão de todo o processo, além da integração de tudo
isso com toda a cadeia produtiva e demais áreas da organização.
Já vimos que a atividade de compras é fundamental não só para a saúde financeira da organização
mas para sua própria competitividade no mercado em que atua.
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De acordo com o que já vimos, podemos dizer que o ciclo de compras é atividade cíclica e repetitiva,
composta por conjunto de atividades desempenhadas a cada vez que é necessária uma nova aquisição.
De acordo com Tony Arnold (1999) e Viana (2010), é possível definir as principais atividades de um
ciclo de compras:
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Preparação:
receber
requisições
Planejamento:
Recebimento condições
e gerais e
encerramento possíveis
fornecedores
Controle de
Seleção:
entrega:
Definição dos
acompanha-
fornecedores
mento
Concorrência:
Contratação:
avaliação das
emissão dos
propostas e
pedidos
negociação
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3 - Operação de Compras
É o documento que informa o que se deve comprar, a quantidade, o prazo e o local de entrega e,
eventualmente, prováveis fornecedores.
Note que é o documento resultante da primeira etapa do processo de compras que estudamos
anteriormente, que consiste na determinação do que deve ser comprado, quanto e quando, de acordo com
as técnicas utilizadas pela área de controle de estoques.
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A empresa, por meio de seu comprador deve fixar também diversas condições para o fornecedor.
Vamos estudar algumas das condições mais usuais feitas pelos fornecedores, para a comercialização
de seus produtos:
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Qualquer alteração em relação ao disposto no documento deve ser objeto de discussão e acordo
posterior pois o pedido de compra tem força de contrato e sua aceitação implica no atendimento pelo
fornecedor de todas as condições impostas pelo comprador como; quantidade, qualidade, frequência e local
de entrega, preços e prazos.
Veja a seguir o modelo de um pedido de compra e cuidado para não confundi-lo com os documentos
que já estudamos até agora, sobretudo a solicitação (ou requisição) de compra que é o documento que
autoriza o comprador a iniciar o processo de compra junto ao fornecedor o que, por sua vez, gera aí sim o
pedido de compra que estamos aqui discutindo.
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Para encerrar este tópico, importante lembrar que para efeitos gerenciais o comprador deve manter
um arquivo onde possa registrar todas as fases do processo de compra como as variações de preços,
modificações nos volumes solicitados, novas condições de pagamento, entradas de mercadorias relativas
aos pedidos colocados, etc.
Falhas em controles como esses podem causar queda na performance geral do processo e perda da
eficiência em toda a cadeia de gestão de materiais.
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4 - Lotes de Compras
Como já vimos, um dos grandes objetivos da gestão de materiais é maximizar a utilização dos recursos
disponíveis. E como isso afeta o setor de compras? Simples, a área de compras deve comprar sempre o
suficiente para abastecer as demandas previstas, não permitindo que a atividade produtiva pare por falta
de material.
Para isso é necessário levar em conta a previsão da demanda e suas variações, assim como eventuais
falhas no fornecimento. Tudo isso gerará um determinado volume que deverá ser adquirido.
Porém, temos também custos envolvidos em todo o processo de compras e isso deve ser levado em
conta no momento em que o volume a ser comprado é definido. Tais fatores podem elevar ou diminuir o
volume previamente previsto para aquisição.
Por exemplo, uma compra de maior volume pode gerar descontos atraentes para o comprador,
elevando o volume inicialmente demandado. Neste mesmo exemplo, o custo de armazenagem
provocado pelo aumento do volume pode não compensar o desconto obtido e devolver o volume
a ser adquirido ao seu patamar inicial.
Outro exemplo, a concentração de pedidos por meio de sua antecipação (no lugar de comprar
todos os meses ao longo do ano a organização compra apenas 2 vezes, o volume de 6 meses)
pode reduzir os custos totais dos pedidos (imagine que em cada pedido o inspetor deve viajar até
o fornecedor para checar o material antes do envio e a produção é na China...). Além disso,
certamente agrada o principal cliente varejista da organização que se sentirá mais seguro com
as compras mais volumosas de matéria prima do fabricante, diminuindo o risco de quebra no
estoque de produtos acabados.
Porém, mais uma vez, o aumento de volume gera custos adicionais de seguros e acaba não
compensando o próprio fabricante, independentemente da redução de custos com viagens e da
melhoria na relação com o principal cliente do varejo. Nada feito.
Trouxe vários exemplos para mostrar a você que a decisão é complexa e envolve diversas variáveis,
entre elas as mais comuns como a previsão da demanda e o histórico dos fornecedores em relação a
cumprimento de prazos, mas também envolve os custos relacionados a transação, seja a sua redução via
antecipação, aumento de volume, etc. ou o seu incremento com seguros, armazenagem, entre outros.
Tentando equacionar esta questão de maneira objetiva surgem os lotes de compras, mais
especificamente o Lote Econômico de Compras que em teoria encontra o volume ideal (que minimiza os
custos) a cada pedido da organização.
Embora cada vez menos utilizado na prática em função da complexidade e dificuldade em controlar
ou modelar as variáveis, o tema é bastante cobrado em prova, inclusive no formato prático (exercícios
matemáticos). Vamos conhecer um pouco mais do Lote Econômico de Compras, ou LEC.
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A primeira pergunta pode ser matematicamente respondida já a segunda é mais complexa pois é
difícil mensurar quanto vale "agradar" um cliente e, sobretudo, qual será o prejuízo de não fazer isso (perda
de volumes futuros, negociações mais difíceis ou mesmo a perda do cliente para um concorrente).
Note abaixo que o ponto ideal (volume de compras que minimiza o custo) está justamente no ponto
em que as curvas do custo do pedido e da manutenção de estoque (genericamente são os custos de
armazenagem) se tocam.
É neste ponto que a curva de custo total (a que está mais acima) tem seu ponto mínimo e, portanto,
é aí que se localiza o Lote Econômico de Compra, ou seja, o volume que deve ser adquirido para minimizar
os custos da atividade de compra.
Perceba que essa "conta" considera os aspectos matemáticos do caso, mas não é capaz de mensurar,
por exemplo, o impacto que a decisão pode ter no cliente (como vimos acima) ou outras variáveis subjetivas.
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Dessa situação nascem os cenários abaixo, de cálculo de Lote Econômico de Compras, que
precisamos conhecer:
O LEC busca determinar qual é o lote ideal de compras, capaz de equilibrar os custos de
armazenagem dos materiais com os custos do pedido, minimizando os custos totais.
Lembre-se que os pedidos têm custos e uma das formas de diluir seus custos é fazê-los em
volumes maiores. Veja a fórmula para cálculo do LEC.
O consumo de uma peça é de 250.000 unidades por ano. O custo anual de armazenagem por peça é de $2,00
e o custo do pedido é de $100,00. O preço unitário de compra é $20,00. Determine o valor do LEC.
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Note que o preço unitário ($7,50) não é considerado pela fórmula portanto deve ser apenas
descartado! Em algumas oportunidades o denominador deverá ser calculado multiplicando-se o
preço unitário de compra pela taxa de armazenagem e/ou manutenção de estoques (geralmente
em %), mas não é o caso aqui do exemplo, que já fornece o custo de armazenagem por peça
($2,00).
50.000.000 25.000.000
𝐿𝐸𝐶 = √ <=> LEC = √ <=> LEC = 5.000
2 1
Portanto, levando em conta as variáveis fornecidas, o ideal é comprar a peça em lotes de 5.000 unidades.
Note que quanto maior o custo de armazenagem (é o denominador!), menor será o tamanho do
lote a ser comprado, o que é bastante intuitivo pois o aumento dos estoques nesse caso
certamente elevará o custo de armazenagem e o custo total da operação. Assim o LEC
matematicamente indicará volumes menores de aquisição e uma maior frequência de compra,
evitando os custos mais altos de armazenagem.
Como vimos acima, há situações em que o custo de armazenagem não vem "pronto" e precisamos
calculá-lo. Nesse casos é necessário multiplicar o custo unitário do produto pela taxa de armazenagem ou
de manutenção do estoque (ou mesmo taxa de juros) que, geralmente, é dado em %. veja abaixo:
O consumo de uma peça é de 250.000 unidades por ano. O custo do pedido é de $100,00. O preço unitário
de compra é $20,00 e o custo de manutenção do estoque é de 10%. Determine o valor do LEC.
50.000.000 25.000.000
𝐿𝐸𝐶 = √ <=> LEC = √ <=> LEC = 5.000
2 1
Portanto, levando em conta as variáveis fornecidas, o ideal é comprar a peça em lotes de 5.000
unidades.
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A última pergunta que poderia faltar aqui é em relação a quantos pedidos devem ser feitos no ano. É
mais um cálculo simples. Se o LEC é de 5.000 (ou seja, o pedido terá 5.000 peças) e a demanda anual é de
250.000 peças (ou seja, você precisará desse volume ao longo do ano), quantos pedidos deverá fazer?
Basta dividir a demanda esperada pelo tamanho do pedido de compra (o LEC!): 250.000/5.000 = 50
pedidos de 5.000 peças/cada, chegando as 250.000 peças necessárias ao longo do ano!
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Por fim, a banca diz que o LEC é capaz de gerenciar de maneira adequada e segura demanda variada de
insumos. Não é verdade. O LEC não é capaz de gerenciar demanda de insumos, mas sim os custos de sua
posse (armazenagem) e os custos dos pedidos, achando o volume que minimiza ambos os custos.
Dessa forma temos I (V), II (V) e III (F) e a afirmativa D está correta e é o gabarito da questão.
(Questão de Prova) No modelo de lote econômico, a quantidade ótima de estoques que deve compor cada
pedido de compra é aquela em que os valores dos custos dos pedidos são iguais aos dos custos de
manutenção dos estoques.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Esta é exatamente a definição de Lote Econômico de Compras.
Dessa forma a afirmativa está CORRETA.
(Questão de Prova) Uma empresa utiliza o Lote Econômico de Compras (LEC) para repor o estoque de uma
de suas peças cuja demanda anual é de 90.000 unidades. Se o custo de colocação de um pedido é de
$4.000,00 e o custo de manutenção de estoques é de $20,00 pro peça por ano, qual é o LEC utilizado?
a) 30
b) 60
c) 4.243
d) 6.000
e) 12.000
Comentário:
Questão prática, no formato que costuma ser cobrada em prova.
Para resolver a questão é necessário usar a fórmula do LEC:
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5 - Fornecedores
Uma vez definidas as demandas da organização, cabe ao gestor de materiais buscar os melhores
fornecedores disponíveis com base em seus tempos de resposta e precisão na entrega, qualidade de seus
materiais, preços praticados e outros fatores relevantes.
É importante a existência e o fortalecimento desse setor pois vimos que para a eficiência de toda a
cadeia produtiva é fundamental começar o processo com boas compras e, para isso, é crítico saber de quem
comprar.
Dessa forma, o ato de cadastrar e atualizar os dados disponíveis é muito mais do que simplesmente
manter acessíveis dados ou documentos sobres potenciais fornecedores.
Em verdade significa possuir uma base confiável de informação relevante e criteriosamente avaliada,
capaz de fornecer conhecimento suficiente a ponto de permitir que o responsável pelas compras, possa
definir quem é o melhor fornecedor disponível para determinado material, tudo isso de maneira imediata e
a qualquer tempo.
Veja adiante quais são as principais áreas endereçadas por um cadastro de fornecedor.
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Note que o gestor do cadastro coleta informações concretas sobre as compras anteriormente
executadas (prazos e preços), resultados de inspeções de qualidade, informações gerais de mercado e
opiniões dos usuários dos materiais adquiridos, a respeito de sua real qualidade e desempenho nos testes
realizados.
Esse grande painel de controle que trata exclusivamente dos fornecedores, fornecerá informações
críticas para o direcionamento definitivo do comprador no momento da execução de qualquer nova
qualquer contratação, a qualquer tempo.
Ao final do processo o cadastro certamente entregará ao usuário uma visão objetiva sobre a
performance de cada fornecedor (tanto os ativos como os alternativos) especialmente sob 3 grandes
aspectos:
✓ Qualidade
✓ Preços
✓ Prazos
A fluência das informações entre comprador e fornecedor é fundamental. Da mesma forma que o
comprador quer produtos de qualidade, no prazo e preços corretos, o fornecedor precisa ter o compromisso
e a fidelidade do cliente para a continuidade da relação, portanto a relação deve ser franca e sem segredos.
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Essa é uma parte fundamental do processo de ganho de eficiência e redução de custos ao longo da
cadeia.
A área de compras deve ser capaz, ética e parceira o suficiente para estabelecer relações "ganha-
ganha" com os fornecedores da organização, contando com remunerações justas, otimização da produção
de ambos os lados, pesquisas em conjunto sobre os materiais adquiridos, compartilhamento de
informações e estratégias de negócio, entre outras informações que permitam as duas partes planejar e
atuar conjuntamente no processo de abastecimento do comprador.
De nada adianta tratar o fornecedor apenas com a visão de curtíssimo prazo, tentando obter os
preços mais baixos possíveis por meio da redução da margem do fornecedor e prejudicando a continuidade
da relação ou mesmo o aprofundamento da discussão de negócio ao redor do material adquirido.
São esses pontos, inviabilizados pelo foco no curtíssimo prazo, que garantem a continuidade no
abastecimento e os ganhos sustentáveis de eficiência ao longo do tempo.
2
5.3 - Ciclo do Pedido no Fornecedor
Outro ponto que é bastante cobrado pelas bancas é o ciclo do pedido no fornecedor e os seus
respectivos tempos. Veja abaixo quais são as suas principais etapas de acordo com Ronald Ballou (2005):
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Geralmente a organização tem duas grandes decisões a tomar em relação a isso, ou seja, optar por
dois caminhos em duas grandes a organização tem duas grandes decisões a tomar em relação a isso, ou seja,
optar por dois caminhos em duas grandes encruzilhadas:
a
Na verticalização a organização busca produzir o máximo possível internamente. Sempre
que possível a organização produzirá dentro de seus domínios, evitando ou minimizando
as compras de terceiros. Na horizontalização, por outro lado, os materiais são adquiridos
preferencialmente no mercado.
Por outro lado, para que seja capaz de executar toda (ou o máximo possível) a produção
internamente, a organização deverá incorrer em custos significativos de máquinas, estruturas e empregados
que, dependendo da época e das características dos produtos fabricados, podem ficar ociosos ao longo de
alguns períodos do ano, gerando custos desnecessários.
Como tudo em gestão de materiais, a comparação entre a "liberdade" e o controle conferidos pela
produção interna devem ser continuamente comparados aos custos gerados, para que se chegue a uma
conclusão do qual estratégia é mais vantajosa para a organização.
Adotando essa linha de atuação a empresa se livra de custos estruturais e fixos adicionais, além de
poder dedicar-se 100% ao seu principal negócio, sem distrações com o desenvolvimento e manutenção de
outras linhas industrias, o que acaba conferindo mais foco e eficiência à organização.
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Porém, ao mesmo tempo, nesse contexto passa a depender de fornecimento externo contínuo para
que possa executar suas atividades.
Tal situação força empresas que optam por essa estratégia a buscar parcerias e relações mais
profundas com parceiros comerciais no que diz respeito ao fornecimento, evitando ou minimizando o risco
de quebra no fornecimento ou mesmo o não atendimento de necessidades específicas de produção.
Justamente por isso precisam também encontrar fornecedores capazes de alterar seus processos
produtivos conforme a empresa necessite de mudanças nos materiais que costumava adquirir, em funções
de alterações nas demandas de consumidores, lançamentos ou atualizações de produtos já existentes, etc.
Mais uma vez, não é possível afirmar que uma ou outra estratégia é certa ou errada. Como sempre
depende do cenário no qual a organização está inserida porém, caso a banca pergunte qual a estratégia mais
comumente empregada nos dias atuais, essa estratégia é a de horizontalização, ou seja, da produção externa
à organização.
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VERTICALIZAÇÃO HORIZONTALIZAÇÃO
Independência em relação ao mercado Mais foco na atividade principal
Domínio de tecnologias e do processo Necessidade de formar parcerias ou mesmo
produtivo desenvolver fornecedores externos
Possibilidade de customização Perda de flexibilidade no momento da
mudança
Custos estruturais significativos Eliminação de custos desnecessários
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Na estrutura centralizada, como as compras são feitas todas por meio de uma estrutura única, é
possível obter grandes ganhos de escala.
O ganho de escala acontece quando o volume de compra é grande a ponto de justificar descontos ou
melhores condições comerciais junto aos fornecedores, sejam eles no preço, na forma de pagamento, nos
prazos de entrega, no transporte ou mesmo na forma de volume adicional bonificado.
Outra vantagem é que, atuando de maneira centralizada a organização certamente terá seus maiores
especialistas cuidando do processo, diferentemente do que provavelmente ocorrerá na estrutura dispersa
que deverá envolver mais profissionais (em localizações distintas) e, portanto, possivelmente menos
especializados, na média.
O controle de todo o processo e a busca por oportunidades e ganhos de eficiência também é mais
viável no processo centralizado, pela diminuição da complexidade e visão do todo ao longo de todo o tempo.
0
Tal composição também permite que a organização consiga padronizar sua ação em todo o território,
diminuindo a complexidade e reduzindo os custos ao longo de toda a cadeia e não só em compras, mas
também nas atividades de armazenagem, transportes, entre outras.
Como maior vantagem, o processo descentralizado apresenta maior agilidade e flexibilidade para
compras urgentes ou com características específicas.
Nesse modelo os profissionais de compras geralmente atuam muito próximos das áreas de negócio,
as vezes até antecipando suas demandas de acordo com o observado no dia a dia da atividade da empresa.
Veja que essa diferença é bastante significativa e já nos dá uma ideia de em qual cenário uma ou
outra estratégia deve ser aplicada. Vejamos:
Em cenários de demandas estáveis e com processos acurados de previsão, não é necessário pagar
por estratégias descentralizadas (sim, elas são mais caras pois envolvem mais gente e diferentes locais de
atuação) já que na maioria das vezes as compras são feitas de maneira previsível e controlada e, de
preferência, em poucos ou em um único fornecedor com o objetivo de conquistas os ganhos de escala. Assim,
a estratégia de centralização é a indicada.
Já em um cenário instável, difícil de ser previsto e no qual o fornecedor precisa ter muita agilidade
de resposta para pedidos em diferentes épocas e em diferentes regiões do país ou do mundo, aí sim a
estrutura descentralizada funciona muito melhor e acaba compensando seus custos adicionais.
Portanto veja que, assim como no embate Verticalização x Horizontalização, na decisão entre as
estratégias de Centralização x Descentralização também é crítico entender qual o cenário no qual a
organização está inserida, para a tomada de decisão.
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Para efeito de prova, caso a pergunta não seja puramente conceitual envolvendo as
vantagens e desvantagens de cada estratégia, certamente o enunciado trará "pistas" do
cenário de negócio como necessidade de rápidas respostas, mercado estável, etc., para que
você aponte a estratégia indicada. Fique atento!
CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Ganhos de escala Rapidez e flexibilidade no momento necessário
Processo conduzido por especialistas e com Proximidade dos envolvidos da área de
estrutura mais enxuta (menos custos) negócio
Maior controle sobre o processo e “visão do Processo mais disperso, dificultando seu
todo” para o planejamento da atividade controle e planejamento
Indicado para mercados e demandas estáveis Indicado para mercados imprevisíveis e que
exijam rápidas respostas dos fornecedores.
Processo padronizado e simplificado ao longo Dificuldade em padronizar as demandas e
de toda a cadeia, incluindo armazenagem e práticas ao longo da cadeia nas diferentes
transportes localidades.
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Nas empresas estatais e autárquicas, como também em todo o serviço público, ao contrário da
iniciativa privada, as aquisições de qualquer natureza devem obedecer especialmente a Lei 8.666/1993,
motivo pelo qual tornam-se totalmente transparentes.
Dessa forma, a principal diferença entre esses dois tipos de compras é em relação à formalidade, que
prevalece no serviço público e contrasta com a informalidade da iniciativa privada.
Tudo isso se origina na Constituição Federal de 1988 (CF88) que em diversas oportunidades remete
o gestor público à necessidade de se utilizar o processo licitatório no momento da celebração de contratos
pela Administração Pública.
Veja abaixo alguns extratos da CF88 que ilustram o que estou dizendo, inclusive a atribuição da
competência privativa de legislar sobre o processo licitatório à União:
...
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
...
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...
Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Desdobrando o que está explícito na CF88, em 1993 o legislador publicou a Lei 8.666 que regulamenta
o artigo 37 que estudamos acima e dispõe sobre as normas gerais para licitações e contratos na
Administração Pública.
Note que este é um tema muito mais ligado ao Direito Administrativo do que à Administração de
Materiais, portanto vamos aqui abordar apenas os principais temas da Lei, relacionados ao processo de
compras no setor público, ou seja, o que nos interessa e o que costuma cair em sua prova de Administração
de Materiais.
7.1 - Licitação
Note que a licitação tem por finalidade propiciar igualdade de oportunidades entre aqueles que
desejam contratar com a Administração Pública, nos padrões previamente definidos, sempre como
importante fator de eficiência e moralidade nos negócios públicos.
Isso significa dizer que a Administração e os licitantes ficam sempre obrigados a seguir os termos do
pedido ou permitido no instrumento convocatório, quanto ao procedimento, à documentação, às
propostas, ao julgamento e o contrato.
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Sendo assim, estabelecidas as regras do certame, elas tornam-se automaticamente obrigatórias para
aquela licitação durante todo o procedimento e para todos os participantes, inclusive o órgão ou entidade
licitadora.
A partir daqui falaremos de objetos, tipos e modalidades de licitação. Fique atento pois o examinador
adora misturar os três temas em questões de prova!
Os principais objetos de uma licitação são: serviços, compras, alienação, locação, concessão ou
permissão, sempre nas melhores condições para o poder público.
De acordo com a própria Lei 8.666/1993, o julgamento das propostas de um procedimento licitatório
deverá ser objetivo e em linha com os critérios adotados pelo instrumento convocatório. Dessa forma temos
os seguintes tipos de licitação:
Vamos agora as modalidades de licitação. A Lei descreve as modalidades conforme o valor a ser
licitado. Veja o artigo 22 da Lei 8.666/1993, na íntegra:
I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.
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Além de todas as modalidades previstas na Lei 8.666/1993 temos ainda mais duas que você deve
conhecer pois são exigidas em prova: o pregão e a consulta.
O pregão foi acrescentado às modalidades de licitação pela Lei 10.520/2002 e é utilizado na aquisição
de bens e serviços comuns de qualquer valor.
Bens e serviços comuns são aqueles que podem ser claramente caracterizados no edital conforme
características de mercado, permitindo assim a compra pelo menor preço. Alguns exemplos: água mineral,
uniformes, mobiliário em geral, veículos, serviços administrativos ou de locação típicos, etc.
São processos mais céleres, nos quais há a inversão das fases de habilitação dos interessados e
apresentação das propostas, ou seja, apenas quem apresentou a proposta de menor preço tem a sua
documentação verificada para eventual habilitação. Caso a habilitação seja indeferida faz-se o mesmo
processo para o segundo colocado e assim por diante.
Assim não se desperdiça tempo previamente à decisão, analisando a documentação de cada uma das
empresas interessadas, processo que sempre gera recursos e impugnações e estende o tempo de conclusão
da licitação.
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Fique atento as principais características de cada uma das modalidades. Isso é muito cobrado em
provas!
Bem, estudamos até aqui as ocasiões em que as licitações são aplicadas. É necessário conhecer
também as exceções, ou seja as possibilidades de dispensa e as ocasiões de sua inexigibilidade.
Licitação Dispensada - há casos previstos na Lei 8.666/1993 em que não se aplica a licitação como em
alguns tipos de dação em pagamento, doação, permuta e venda a outro órgão ou entidade da administração
pública. Nestes casos, mesmo havendo a possibilidade de executar a concorrência entre fornecedores, ela
não acontece.
Licitação Dispensável - atenção pois aqui há uma mudança sutil. A Lei prevê que o instituto da
licitação é dispensável em casos específicos como em processos que possuam objetos abaixo de
determinados valores, casos de guerra, emergência ou calamidade pública, comprometimento da segurança
nacional, entre outros.
Licitação Inexigível - Aqui a lei prevê casos em que entende haver inviabilidade de competição que
possa justificar o processo de licitação como na contratação de serviços de natureza singular, profissionais
ou artistas específicos, entre outros casos.
Há alguns autores que preveem também a vedação da licitação, embora isto não esteja previsto na
Lei 8.666/1993. Nestes casos a Administração Pública estaria impedida de executar a licitação e vinculada a
realizar contratações diretas pelo fato da proteção do interesse público ser incompatível com o período de
tempo necessário para concluir o procedimento licitatório.
Caso o examinador fale sobre vedação em licitações, é a isso que ele está se referindo.
HABILITAÇÃO
Por fim, para a habilitação dos interessados em processos de licitação, a idoneidade de quatro
dimensões é verificada: jurídica, fiscal, técnica e financeira, tudo também delimitado pela Lei 8.666/1993.
Essa é uma formalidade essencial da concorrência, por exemplo, e visa comprovar a plena
qualificação do proponente para a execução do objeto, de acordo com as condições estabelecidas no edital.
A habilitação jurídica exige comprovantes de registro comercial, atos constitutivos como estatutos
ou contratos sociais em vigor, entre outros.
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Por último, na esfera fiscal, provas das devidas inscrições nos cadastros de contribuintes, e certidões
e provas diversas de regularidade junto as respectivas Fazendas ou órgãos equivalentes.
O edital de licitação é o ato convocatório que tem por finalidade fixar as condições necessárias à
participação dos licitantes, ao desenvolvimento da licitação e à futura contratação, além de estabelecer um
elo entre a Administração e os licitantes, que deve ser permanentemente seguido por todas as partes.
É no edital que estão contidas todas as informações e regras sobre o processo licitatório, que passam
a vincular tanto as empresas participantes quanto o próprio órgão que está realizando o procedimento,
trazendo segurança para todas as partes envolvidas e garantindo que as mesmas normas e condições serão
aplicadas a todos os licitantes.
Esse procedimento garante a aplicação de boa parte dos princípios previstos pelo instituto da
licitação como impessoalidade, igualdade e a própria vinculação ao instrumento convocatório.
De a acordo com o artigo 40 da Lei 8.666/93 o edital deve conter, entre outros elementos:
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8 - Considerações Finais
Hoje fomos a fundo em todo o processo de compras, desde os seus objetivos e operacionalização até
as decisões estratégicas que um gestor tem que tomar junto aos dirigentes da organização a fim de estruturar
o setor.
Estudamos ainda os fornecedores e seus detalhes, procurando entender como se encaixam a cadeia,
a importância que têm na busca pela eficiência de todo o processo e a criticidade de se manter
relacionamentos de parceria com esse elo da cadeia.
Abri um item especial para falarmos do Lote Econômico de Compras, que muitas vezes está junto dos
temas de estoque, mas resolvi trazê-lo já. É a primeira oportunidade que tivemos de fazer exercícios práticos.
Teremos outras ao longo das aulas. Prepare-se.
Por fim abordamos as compras no setor público, com todas as suas particularidades, regidas sobre
tudo por legislação vigente que procura trazer transparência e imparcialidade a todo o processo.
Tente responder as questões à frente e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer. Não leve
dúvidas adiante.
Ricardo Campanario
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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QUESTÕES COMENTADAS
a) eleger um fornecedor de qualidade para cada um dos itens de estoque necessários para a construção de
parcerias duradouras e fidelizadas.
b) estabelecer relações diferenciadas com novos fornecedores para conseguir o produto ou serviço mais
adequado às necessidades do órgão público.
c) registrar o maior número possível de fornecedores a partir do contato com sindicatos e associações, sendo
dispensável a submissão da listagem inicial de fornecedores aos critérios de seleção predefinidos.
d) reunir o maior número possível de fornecedores que, em avaliações prévias, preencham, além dos
requisitos básicos, exigências complementares predefinidas.
e) monitorar o comportamento do mercado fornecedor com o intuito de manter sempre ativos os cadastros
dos fornecedores com os três melhores preços.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Trabalhar com um único fornecedor geralmente não é o caminho mais segura,
expondo a organização a riscos como a mudança de prioridades do próprio fornecedor, dificuldades na
negociação de preços e condições e relação de dependência que tende a se estabelecer com o tempo.
A alternativa B está incorreta. Note que a pergunta se refere à confecção do cadastro e isso não se dá por
meio do "estabelecimento de relações", mas sim através de processo de pesquisa, seleção e avaliação de
potenciais candidatos.
A alternativa C está incorreta. Embora sindicatos e associações sejam fontes de pesquisa indicadas para a
pesquisa de potenciais fornecedores, é indispensável (e não dispensável) a submissão da listagem inicial de
fornecedores aos critérios de seleção predefinidos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Esse é o caminho ideal, ou seja, por meio de avaliações
prévias, encontrar o maior número possível de fornecedores capazes de atender a organização em relação
as suas demandas de materiais e dentro dos critérios pré-estabelecidos. Dessa forma, quando a demanda
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concreta surgir a organização terá uma lista de alternativas já previamente cadastrada para escolher a
melhor opção.
A alternativa E está incorreta. O fator preço, embora importante, não deve ser o único critério adotado para
atualizar e manter ativo o cadastro de fornecedores.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Obviamente um profissional de compras deve possuir conhecimentos amplos das características dos
produtos, ou das fases de fabricação dos itens comprados, no mínimo para que possa avaliar as alternativas
disponíveis entre os fornecedores e eleger as melhores opções com quem, posteriormente, vai discutir
condições de preços, prazos e de pagamento.
Segundo Dias, "o padrão atual exige que o comprador tenha ótimas qualificações e esteja preparado para
usá-las em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve demonstrar conhecimentos
amplos das características dos produtos, dos processos e das fases de fabricação dos itens comprados. Deve
estar preparado para discutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores."
Comentário:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Essa é a maior vantagem das estrutura de compras
descentralizada quando comparada à centralizada. Por isso, sua adoção é indicada a setores com demanda
pouco previsível e que exigem rápida reação e flexibilidade na abordagem a fornecedores.
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A alternativa B está incorreta. A estrutura de compras descentralizada inibe (e não permite) melhor controle
global do processo de compras e dos estoques.
A alternativa C está incorreta. A estrutura de compras descentralizada aumenta (e não reduz) os custos dos
pedidos em relação à quantidade de pessoal alocado.
A alternativa D está incorreta. A estrutura de compras descentralizada estimula (e não evita) divergências
de preços na aquisição de um mesmo produto por compradores distintos.
A alternativa E está incorreta. A estrutura de compras descentralizada tende a ser menos (e não mais)
econômica em função da quantidade de produtos adquiridos.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Essas são quatro etapas fundamentais do processo de compras. De acordo com Tony Arnold (1999) e Viana
(2010), é possível definir as principais atividades de um ciclo de compras. Note que todas elas estão entre as
atividades abaixo listadas:
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a) Certo
b) Errado
Comentário:
O cadastro de fornecedores deve levar em conta os quesitos mais importantes para o comprador, o que
certamente inclui a qualidade do material adquirido. Ao final do processo de confecção de um cadastro do
compras, o instrumento deverá entregar ao usuário uma visão objetiva sobre a performance de cada
fornecedor (tanto os ativos como os alternativos) especialmente sob 3 grandes aspectos:
✓ Qualidade
✓ Preços
✓ Prazos
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Na estrutura centralizada, como as compras são feitas todas por meio de uma estrutura única, é possível
obter grandes ganhos de escala.
O ganho de escala acontece quando o volume de compra é grande a ponto de justificar descontos ou
melhores condições comerciais junto aos fornecedores, sejam eles no preço, na forma de pagamento, nos
prazos de entrega, no transporte ou mesmo na forma de volume adicional bonificado.
Esse cenário pode justificar e compensar o aumento de outros custos, como os de armazenamento, seguros,
etc., relativos ao incremento de estoques.
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b) Errado
Comentário:
A fluência das informações entre comprador e fornecedor é fundamental. Da mesma forma que o comprador
quer produtos de qualidade, no prazo e preços corretos, o fornecedor precisa ter o compromisso e a
fidelidade do cliente para a continuidade da relação, portanto a relação deve ser franca e sem segredos.
Essa é uma parte fundamental do processo de ganho de eficiência e redução de custos ao longo da cadeia.
A área de compras deve ser capaz, ética e parceira o suficiente para estabelecer relações "ganha-ganha" com
os fornecedores da organização, contando com remunerações justas, otimização da produção de ambos os
lados, pesquisas em conjunto sobre os materiais adquiridos, compartilhamento de informações e estratégias
de negócio, entre outras informações que permitam as duas partes planejar e atuar conjuntamente no
processo de abastecimento do comprador.
De nada adianta tratar o fornecedor apenas com a visão de curtíssimo prazo, tentando obter os preços mais
baixos possíveis por meio da redução da margem do fornecedor e prejudicando a continuidade da relação
ou mesmo o aprofundamento da discussão de negócio ao redor do material adquirido.
São esses pontos, inviabilizados pelo foco no curtíssimo prazo, que garantem a continuidade no
abastecimento e os ganhos sustentáveis de eficiência ao longo do tempo.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Na verdade o setor de compras tem sim, como um de seus objetivos, garantir que as compras sejam feitas
de forma econômica, porém, com total preocupação com a qualidade e a celeridade. Não há vantagem e
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nem cabimento em obter uma compra econômica (baixo preço) se a qualidade do material não atende as
especificações e os prazos de entrega não são cumpridos.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
CENTRALIZAÇÃO DESECENTRALIZAÇÃO
Ganhos de escala Rapidez e flexibilidade no momento necessário
Processo conduzido por especialistas e com Proximidade dos envolvidos da área de
estrutura mais enxuta (menos custos) negócio
Maior controle sobre o processo e “visão do Processo mais disperso, dificultando seu
todo” para o planejamento da atividade controle e planejamento
Indicado para mercados e demandas estáveis Indicado para mercados imprevisíveis e que
exijam rápidas respostas dos fornecedores.
Processo padronizado e simplificado ao longo Dificuldade em padronizar as demandas e
de toda a cadeia, incluindo armazenagem e práticas ao longo da cadeia nas diferentes
transportes localidades.
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Comentário:
A alternativa A está incorreta. Quem especifica detalhadamente o objeto ou serviço a comprar é o setor
requisitante e não a área de compras.
A alternativa B está incorreta. Segundo a banca, quem define quantidades, qualidades e prazos de entrega
do material demandado é o setor de Planejamento e Controle da Produção (PCP) e não o setor de compras.
Cuidado, pois, há algum desalinhamento entre bancas distintas quanto a esse tema. Algumas consideram
tudo isso parte das atividades do setor de compras, mas não é o caso da FGV.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É mesmo a área de compras quem deve acompanhar
administrativamente o processo de fornecimento.
a) nas empresas de grande porte, que possuem setor de compras e área de engenharia de desenvolvimento,
fica a cargo do setor de compras a aprovação de novos fornecedores;
d) as avaliações técnicas e administrativas são duas etapas utilizadas para determinar a conduta do
fornecedor;
Comentário:
A alternativa A está incorreta. De acordo com Dias, "nas empresas de grande porte, geralmente, a aprovação
de um novo fornecedor não é responsabilidade da área de compras, mas do setor de Engenharia de
Desenvolvimento ou Engenharia de Produto.”
A alternativa B está incorreta. Segundo Dias, os parâmetros de avaliação e aprovação são o preço, à
qualidade, as condições de pagamento as condições de embalagem e transporte, não incluindo, portanto, a
assistência técnica.
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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Segundo Dias, os parâmetros de avaliação e aprovação
são o preço, à qualidade, as condições de pagamento as condições de embalagem e transporte.
A alternativa D está incorreta. Muito cuidado pois essa é uma referência direta a Dias. Segundo o autor as
avaliações técnicas e administrativas são mesmo duas etapas utilizadas para determinar a conduta do
COMPRADOR perante o FORNECEDOR, e não a conduta do fornecedor:
b) Simplificar o transporte.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Esta é uma das vantagens da centralização das compras de materiais e
suprimentos.
A alternativa B está incorreta. Esta é outra vantagem da centralização das compras de materiais e
suprimentos.
A alternativa C está incorreta. Mais uma vantagem da centralização das compras de materiais e suprimentos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Flexibilizar compras em caráter de urgência é uma
característica da estratégia de descentralização das compras e não centralização. Além do mais, o setor
público não possui a opção de contratar à revelia do previsto na legislação vigente o que dificulta ou mesmo
impede a absorção dos benefícios desta estratégia de compras.
A alternativa E está incorreta. Também é uma vantagem da centralização das compras de materiais e
suprimentos.
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13. (CEBRASPE/TJ PA/Analista Judiciário/2020) Determinada entidade pública utiliza 3.600 unidades
de certo item por ano. O custo de pedir desse item é de R$ 50 por pedido, e o custo de manter cada
unidade no estoque é de R$ 1 por ano. Essa entidade deseja manter estoque de segurança
equivalente a 10 dias de consumo. Além disso, objetiva minimizar seu custo total de estoque (custo
de manter e de pedir) e adotar uma gestão econômica de estoque, com a utilização do modelo do
lote econômico de compra (LEC). Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que
apresenta, respectivamente, o nível médio de estoque (NME) a ser atingido e a quantidade de
unidades a ser encomendada em cada pedido, ou seja, o LEC.
Comentário:
Do enunciado podemos extrair que a demanda anual é de 3.600 unidades, portanto, 300 (em média por
mês).
No enunciado vemos que o desejo da organização é ter "10 dias" de estoque de segurança. Se a demanda
média do mês é de 300, a do dia é de 10 (300 / 30 dias), ou seja, o estoque de segurança de 10 dias será 10
(demanda de 1 dia) x 10, ou 100.
NME = Consumo Mensal + ES <=> NME = 300 + 100 <=> NME = 400
Veja que só isso já bastaria para matar a questão pois há apenas uma alternativa com NME = 400, mas vamos
adiante. Agora precisamos achar o LEC.
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a) 200 unidades
b) 63,25 unidades
c) 45,25 unidades
d) 20 unidades
e) 5 unidades
Comentário:
15. (FCC/TRT 2a Região/Analista Judiciário/2014) Sobre o Pedido de Compras, NÃO é correto afirmar:
a) Qualquer alteração, a ser feita após a emissão do pedido de compra, deve ter sido acordada entre o
comprador e o fornecedor.
b) Uma vez aceito pelo fornecedor, o pedido de compra tem força de contrato.
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c) Deve ser remetido ao fornecedor por intermédio de um protocolo para o qual se farão registros e
controles.
d) Não representa um contrato formal entre a empresa e o fornecedor, este que é celebrado pela requisição
de compra.
e) Deve conter todas as condições negociadas, tais como: quantidade, qualidade, prazo de pagamento, data
e local da entrega.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Qualquer alteração, a ser feita após a emissão do pedido de compra, deve
mesmo ter sido acordada entre o comprador e o fornecedor. O pedido tem compra tem caráter formal e
oficial.
A alternativa B está incorreta. Uma vez aceito pelo fornecedor, o pedido de compra tem força de contrato,
justamente por seu caráter formal e oficial.
A alternativa C está incorreta. Deve ser remetido ao fornecedor por intermédio de um protocolo para o qual
se farão registros e controles. Isso permite o completo acompanhamento do trâmite pelos interessados.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O pedido de compras, sim, representa um contrato
formal entre a empresa e o fornecedor, este que é celebrado pela requisição de compra.
A alternativa E está incorreta. Deve mesmo conter todas as condições negociadas, tais como: quantidade,
qualidade, prazo de pagamento, data e local da entrega, justamente por ser o documento que inicialmente
representa a formalização da transação.
a) análise de valor.
b) recebimento de materiais.
d) seguimento de pedidos.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. A análise de valor, quando ligada ao processo produtivo, avalia as alternativas
de negócio e define quais trazem melhor resultado para a organização sob a análise do valor presente ou
algum outro método adotado.
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A alternativa B está incorreta. O recebimento de materiais não controla e/ou assegura que a entrega do
material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade negociadas.
A alternativa C está incorreta. A pesquisa e seleção de fornecedores também não controla e/ou assegura
que a entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade
negociadas. É usada com outro fim, como a confecção de um cadastro de fornecedores.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De acordo com Tony Arnold (1999) e Viana (2010), é
possível definir as principais atividades de um ciclo de compras:
Note que no Controle de Entrega está listado o acompanhamento / seguimento dos pedidos, que nada mais
é do que assegurar que a entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e
qualidade negociadas.
A alternativa E está incorreta. As análises de requisições não têm o objetivo de controlar e/ou assegurar que
a entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade negociadas.
São usadas com outro fim, como identificar as demandas potenciais da organização e iniciar o respectivo
processo de compras para supri-las.
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GABARITO
1. D
2. ERRADA
3. A
4. CORRETA
5. E RRADA
6. CORRETA
7. ERRADA
8. ERRADA
9. ERRADA
10. C
11. C
12. D
13. A
14. B
15. D
16. D
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RESUMO
Compras: objetivos e organização: a função de compras requer "planejamento e acompanhamento,
processos de decisão, pesquisa e seleção das fontes supridoras dos diversos materiais, diligenciamento para
assegurar que o produto será recebido no momento esperado, inspeção tanto da qualidade quanto das
quantidades desejadas. Requer uma coordenação entre os diversos órgãos da empresa.
Objetivos de Compras:
Ciclo de Compras e suas atividades: De acordo com Tony Arnold (1999) e Viana (2010), é possível
definir as principais atividades de um ciclo de compras:
• Preparação do processo
• Planejamento da compra
• Seleção de fornecedores
• Concorrência
• Contratação
• Controle de entrega
• Recebimento e encerramento
Operação de Compras: Os sistemas de compras vem passando por aperfeiçoamentos ao longo dos
últimos anos e apresentam variações de acordo com a estrutura da empresa e da política adotada. Mesmo
dentro desse cenário algumas características permanecem estáveis: sistema de compra a cotações e preço
objetivo, duplas aprovações e documentação escrita.
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Lotes de Compras: o Lote Econômico de Compras busca encontrar o volume ideal (que minimiza os
custos) a cada pedido da organização. Seu ponto ideal (volume de compras que minimiza o custo) está
justamente no ponto em que as curvas do custo do pedido e da manutenção de estoque (genericamente são
os custos de armazenagem) se tocam. A fórmula utilizada para o cálculo do LEC é:
Fornecedores: Uma vez definidas as demandas da organização, cabe ao gestor de materiais buscar os
melhores fornecedores disponíveis com base em seus tempos de resposta e precisão na entrega, qualidade
de seus materiais, preços praticados e outros fatores relevantes.
Ciclo do Pedido no Fornecedor: veja abaixo quais são as suas principais etapas de acordo com
Ronald Ballou (2005):
Estratégias do Setor de Compras: geralmente a organização tem duas grandes decisões a tomar em
relação a isso, ou seja, optar por dois caminhos em duas grandes encruzilhadas:
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atendimento das requisições de materiais, além de maior autonomia das áreas na condução de seus
processos de abastecimento.
Compras no Setor Público: Nas empresas estatais e autárquicas, como também em todo o serviço público,
ao contrário da iniciativa privada, as aquisições de qualquer natureza devem obedecer especialmente a Lei
8.666/1993, motivo pelo qual tornam-se totalmente transparentes.
Licitação: procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública, em qualquer dos seus
níveis, prevendo comprar materiais e serviços, realizar obras, alienar ou locar bens, segundo
condições estipuladas previamente, convoca interessados para apresentação de propostas a fim de
selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros preestabelecidos e divulgados.
• Tipos de licitação: menor preço, melhor técnica, melhor técnica e preço e maior lance.
• Modalidades de licitação: concorrência, tomada de preço, convite, concurso, leilão, pregão e
consulta.
Edital de Licitação: O edital de licitação é o ato convocatório que tem por finalidade fixar as
condições necessárias à participação dos licitantes, ao desenvolvimento da licitação e à futura
contratação, além de estabelecer um elo entre a Administração e os licitantes, que deve ser
permanentemente seguido por todas as partes.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Estoques - I ....................................................................................................................................................... 2
Gabarito .......................................................................................................................................................... 38
Resumo ........................................................................................................................................................... 39
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ESTOQUES - I
1 - Considerações Iniciais
Olá! Vamos para mais numa aula de nosso curso de Administração de Materiais.
Hoje falaremos de Estoques, um dos temas mais importantes em nossa jornada e, possivelmente, o
mais cobrado pelas bancas.
Pelo cronograma do curso você já deve ter percebido que o tema Estoques está dividido em duas
aulas. Nesta primeira, abordaremos conceitos introdutórios e mais conceituais.
Na próxima aula veremos temas mais práticos e que, muitas vezes, exigem contas para a resolução
das questões. Sem problemas. Veremos cada um desses temas no momento adequado e com foco
específico.
Hoje iniciaremos nossa aula falando do que são Estoques e qual seu papel e importância dentro de
toda a cadeia de gestão de materiais.
Em seguida entenderemos seus principais objetivos, funções e políticas, temas ainda bastante
conceituais.
Na sequência partiremos para os métodos de previsão de Estoques e, para isso, iremos entender
também como as demandas se formam e quais seus tipos. Ainda nesse contexto veremos quais os tipos de
Estoques mais comuns, onde e quando são encontrados e como isso pode surgir na sua prova.
Por fim, abordaremos os custos dos Estoques. Sim, Estoques tem custos! E não são baixos. E já vimos
que na Administração de Materiais o gestor tem sempre um inimigo na busca da eficiência: os custos.
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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Estoques podem ser considerados o tema mais importante dentro de Administração de Materiais e,
em função disso, é também o mais cobrado pelas bancas.
Para começar é bom entendermos o que é Estoque e como ele é definido pela literatura, visto que a
cobrança de definições é comum neste tema.
O alcance do termo Estoque é bastante amplo. Considerado uma das funções do sistema de
administração de materiais, o gerenciamento de Estoques reflete de forma quantitativa o resultado obtido
pela empresa ao longo de seu exercício financeiro.
Dessa forma já é possível concluir que a organização tenderá sempre a manter em níveis
economicamente satisfatórios o atendimento de suas demandas de materiais. Isso se dá por meio do
planejamento e da gestão de seus Estoques configurando, sem dúvida, um dos maiores objetivos de
qualquer instituição.
Marketing, Vendas e, sobretudo, a área Operacional (fábrica) vão querer sempre estoques mais altos
para honrar suas metas internas ou com clientes. Porém, estoque além da conta gera desperdício, custo
adicional e impacta negativamente a rentabilidade.
Por outro lado a área Financeira sempre vai recomendar estoques mais baixos. Porém, estoque
menor do que o necessário pode acabar e parar a produção ou a prestação do serviço, gerando impacto
imediato na receita (vendas) e, de novo, na lucratividade.
Veja que o gestor do processo deverá buscar sempre o ponto ótimo entre esses dois extremos e daí
surge o conceito do "efeito lubrificante" dos Estoques, ou seja, não permitir que os diferentes interesses
entrem em atrito.
No setor industrial o impacto é ainda mais dramático, visto que os materiais adquiridos costumam
representar cerca de 50% do custo do produto vendido, sendo seu componente de custo mais importante.
Nos serviços, da mesma forma, o impacto também é importante. Embora o impacto econômico possa ser
menor em relação ao custo do serviço prestado, sem o material de manutenção, reparo ou operação, a
atividade prestada para! Imagine o prejuízo!
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Indo agora um pouco mais para as definições de Estoque, do ponto de vista tradicional podemos
considerá-lo como representativo de matérias-primas, produtos em fabricação (podem ser os materiais
semiacabados ou acabados / componentes), produtos acabados, materiais administrativos ou demais
suprimentos.
Para Viana (um dos autores mais lembrados por todas as bancas), Estoque pode ser definido como:
Note na definição que o estoque só existe pois não há a possibilidade de prever com exatidão a
demanda (consumo do material ao longo de toda a cadeia). Não só é difícil prever a demanda como a
reposição também pode apresentar problemas, seja com o fornecedor ou qualquer outro obstáculo,
aumentando ainda mais a necessidade da existência de estoques para permitir a manutenção da operação
da organização.
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Os estoques têm um papel chamado de "função lubrificante". Para quem ainda não ouviu falar desse
termo, é importante conhecer, pois é comumente cobrado em provas.
O chamado efeito lubrificante dos estoques é responsável por minimizar os conflitos entre as áreas
de vendas e de planejamento e programação da produção. A existência do estoque permite que a empresa
continue operando em situações nas quais, por exemplo, a área de vendas comercializou mais do que o
esperado ou, por qualquer razão, o planejamento da produção não deu conta do volume necessário de
material para que a produção continuasse a todo vapor.
Nesses casos o estoque supre essas lacunas no processo produtivo e permite que a organização
mantenha em funcionamento o seu processo produtivo.
Lembre-se ainda que a organização deve minimizar os seus investimentos em estoques pois ele
possui diversos custos atrelados a sua aquisição e manutenção, que aumentam de acordo com o seu volume
e custo financeiro.
Assim, quanto maior o estoque, maior será o comprometimento e a responsabilidade de cada um dos
departamentos envolvidos. Nesse contexto, a área financeira estará sempre buscando minimizar os
investimentos em estoques, tendo esta ação como uma de suas metas prioritárias, muitas vezes se opondo
aos objetivos de outros departamentos como vendas, marketing e produção, que sempre optarão por
estoques mais altos com o intuito de garantir - com a máxima segurança possível - a continuidade do
processo produtivo.
Uma das maiores funções do processo de gestão de estoques portanto, será otimizar esse
investimento, maximizando o uso dos recursos financeiros e reduzindo as necessidades do capital investido.
O encontro desse "meio termo" entre todas as opções colocadas cabe justamente ao gestor de
estoques, ou seja, ao departamento de materiais, que deve ouvir os diferentes argumentos de cada um dos
interessados e tomar a melhor decisão com o intuito de atender a todas as demandas explicitadas pelos
atores do processo e levando em conta os objetivo estratégicos da organização..
Dentro do cenário que vimos acima, caberá ao gestor de estoques definir qual a política adotada.
Vimos que, para isso, ele deverá levar em conta os desejos de compras, vendas e produção (geralmente de
estoques mais altos) e os da área financeira (geralmente estoques mais baixos).
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Além disso será necessário observar todo um contexto mercadológico e mesmo de planejamento
interno como variação de preços de materiais devido à inflação (o que pode incentivar a compra de maiores
volumes de forma antecipada), riscos de escassez do material no mercado, previsíveis variações de demanda,
políticas pré estabelecidas pela empresa em relação ao giro de estoques de matéria prima e materiais
acabados, metas de entrega de produtos aos clientes, entre outras.
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Toda a previsão de estoques é dirigida pela previsão do consumo do material. Essa previsão de
consumo ou da demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados, comercializados ou
vendidos.
Assim, define quais produtos, em quais quantidades e em que momento serão demandados pelos
clientes. Vamos entender inicialmente as principais classificações de consumo.
CONSUMO REGULAR
Um dos modelos de consumo regular é também conhecido por modelo de evolução horizontal do
consumo. Sua principal característica é a utilização constante de materiais em quantidades significativas e
com pequena variação ente sucessivos intervalos de tempo constantes. Possui tendência constante (não
varia de forma uniforme nem para cima e nem para baixo).
Na figura abaixo você pode observar a variação constante (consumo efetivo) em torno de uma média
estável (consumo médio).
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Neste modelo a curva aumenta ou diminui com o decorrer do tempo. Na figura abaixo, por exemplo,
a tendência é ascendente.
Na figura abaixo vemos a variação (consumo efetivo) em torno do consumo médio, que também
mostra tendência ascendente.
CONSUMO IRREGULAR
O consumo irregular tem por característica a utilização de materiais em quantidades aleatórias, por
meio de grande variação entre sucessivos intervalos de tempo.
Observe na figura abaixo o comportamento de consumo de dois materiais (consumo efetivo), ambos
de caráter irregular ao longo do mesmo período observado não permitindo sequer a observação de um
consumo médio regular ou tendencial.
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CONSUMO SAZONAL
Temos ainda o consumo sazonal. Neste padrão, que é repetitivo, o consumo apresenta intervalos de
considerável elevação em alguns períodos do ano (exemplos: consumo/vendas de sorvetes e aparelho de ar
condicionado no verão ou de cobertores e antigripais no inverno).
Esse tipo de consumo possui oscilações regulares, que tanto podem ser positivas quanto negativas.
É considerado sazonal quando o desvio é de no mínimo 25% do consumo médio e quando aparece
condicionado a determinadas causas.
Veja um exemplo de comportamento sazonal na figura abaixo, quando o consumo efetivo atinge ou
ultrapassa os 25% em relação ao consumo médio, para cima e para baixo, em diferentes períodos do
intervalo observado.
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Tudo isso é bastante teórico, mas é importante conhecer, pois é cobrado dessa forma na prova.
Na prática, por outro lado, podem ocorrer diversas combinações dos modelos estudados. Observe
por exemplo na figura abaixo a evolução de vendas de um produto ao longo de um intervalo de tempo.
Note que ele apresenta uma evolução de tendência claramente crescente no início, depois passa por
uma evolução de consumo regular e, ao final, possui uma evolução tendencialmente descendente.
O primeiro passo para um bom trabalho na gestão de estoques é conseguir estimar a demanda com
o maior nível possível de precisão. É com base nessa estimativa que as compras (inclusive para a composição
dos estoques) serão planejadas e efetuadas.
As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da
demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas.
As informações quantitativas são compostas pela evolução passada das vendas, variáveis ligadas
diretamente ao próprio resultado de vendas como o lançamento de produtos, variáveis sociais ou
econômicas como crescimento da população ou do PIB e ações de marketing e comunicação.
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Em geral as previsões de consumo de materiais podem ser feitas de três modos: a projeção, a
explicação e a predileção. Vamos ver cada uma delas:
Vamos conhecer algumas técnicas quantitativas usuais para o cálculo das previsões de consumo.
Modelo mais simples, consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido
no período anterior. Dessa forma os valores anteriores e os valores previstos serão rigorosamente os
mesmos, repetidos em diferentes períodos de tempo.
Extensão do método anterior em que a previsão do período é obtida calculando-se a média dos
valores consumidos nos "n" períodos anteriores.
Quando o consumo tem tendência crescente, o modelo tende a estimar valores inferiores ao real e,
ao contrário, quando a tendência é decrescente, é comum o modelo estimar valores maiores do que os que
de fato irão ocorrer.
Exemplo: qual o consumo para 2019 considerando-se a média móvel dos últimos 3 anos?
2019 = (30+40+50) / 3 = 40
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Em primeiro lugar, note que o volume de 2015 é descartado pois a média envolve apenas os
últimos 3 anos, conforme solicitado. Depois, perceba que a média móvel estima 40 porém, como
a tendência é de crescimento (em 2018 o volume já foi de 50), é provável que a demanda esteja
subestimada.
Neste método (que é uma variação do método anterior), os valores dos períodos mais próximos
recebem peso maior que os valores correspondentes aos períodos mais antigos, justamente para tentar
compensar os desvios que são comumente gerados pelo método anterior, não ponderado (superestima
quando a tendência é de retração e subestima quando a tendência é de crescimento).
Exemplo: qual o consumo para 2019 considerando-se a média móvel ponderada dos últimos 3
anos?
Critérios de ponderação:
Novamente, note que o volume de 2015 é descartado pois a média envolve apenas os últimos 3
anos, conforme solicitado. Depois perceba que a média móvel ponderada sobe para 47 (versus
40 no cálculo anterior) pois atribui mais peso para os períodos mais recentes e, como a tendência
é de crescimento, o valor aumenta.
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5 - Níveis de Estoques
Avançando nas discussões sobre estoques, é hora de conhecermos os níveis de estoque e o momento
ideal de realizar o pedido de compra, o famoso "ponto do pedido". Vamos a eles:
Os níveis de estoque são costumeiramente representados pela chamada curva "dente de serra".
Nesse tipo de representação temos todas as informações sobre a movimentação dos materiais em
estoque (tanto entradas como saídas). No gráfico, o eixo X (abcissa) representa o tempo transcorrido e o
eixo Y (ordenada) representa a quantidade (volume) do estoque observado.
Perceba que no gráfico "dente de serra" acima, no início da leitura o estoque disponível é de 140
unidades. Esse estoque vai sendo consumido até o mês de Junho, quando chega a zero, momento em que
acontece a reposição, elevando novamente o estoque ao volume de 140 unidades que, novamente, são
consumidas ao longo do semestre, atingindo o nível mínimo novamente, em Dezembro.
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Importante notar que, ao longo de todos os meses, o consumo dos estoques se comportou de
maneira absolutamente uniforme e a reposição aconteceu exatamente no momento em que o nível de
estoques estava zerado.
Para que isso tudo aconteça é necessário que não exista alteração da tendência de consumo ao longo
do tempo, não existam falhas na colocação do pedido de compra e na entrega e o material entregue seja
sempre 100% aceito, ou seja, sem problemas de qualidade.
Sabemos que tudo isso não ocorre de forma simultânea e com frequência. É natural termos falhas
na colocação do pedidos, nos prazos de entrega dos fornecedores ou mesmo na qualidade dos produtos
entregues.
Dessa forma é necessário criar um sistema que absorva essa diferenças. Vamos ver novamente no
gráfico "dente de serra" como que diferentes falhas no sistema podem afetar de maneira significativa os
volumes de estoque da organização, podendo levar à paralisação da atividade produtiva:
Note que no cenário acima, com o esgotamento dos estoques no mês de Junho e sua não reposição
imediata (pelos fatores que podem ser os acima listados como falha na colocação do pedido, problemas de
qualidade ou prazo de entrega dos fornecedores), não foi possível atender a demanda por 80 unidades do
material, até o mês de setembro quando, finalmente, houve a reposição dos estoques e os materiais
voltaram a ser consumidos.
O maior objetivo de um sistema de gestão de estoques é justamente impedir ocorrências como estas,
não permitindo que a ruptura aconteça deixando os clientes desabastecidos.
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Para isso, o que se costuma fazer é determinar um ponto a partir do qual o pedido de compra deve
ser colocado, preservando ainda um "pedaço" do estoque, justamente para suportar atrasos na entrega ou
problemas na qualidade do material recebido, minimizando a chance do estoque chegar a zero e termos a
paralisação da atividade produtiva. Veja abaixo como representar esse mecanismo:
Perceba que agora a reposição dos estoques é prevista para momento em que ainda existem 20
unidades em estoque. Dessa forma, mesmo que haja algum nível de atraso ou problema com a qualidade do
material entregue, essas 20 unidades seriam capazes de suportar essa variação "inesperada" e poderiam
suprir a atividade produtiva até que o novo material fosse entregue.
Esse é o chamado estoque mínimo, ou estoque de segurança. Importante lembrar que esse
estoque ficará a maior parte do tempo parado e sem ser utilizado, portanto é crítico determinar
qual o nível realmente necessário e suficiente, com o objetivo de reduzir todos os custos relativos
a sua manutenção como armazenagem, seguros, imobilização do capital, etc.
Bem, para o cálculo do chamado ponto do pedido, deve-se saber qual o tempo de reposição
esperado, que nada mais é do que todo o tempo percorrido entre a conclusão de que o estoque precisa ser
reposto até sua efetiva disponibilização no almoxarifado da empresa.
Esse intervalo de tempo é composto por três grandes atividades que você precisa conhecer:
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Emissão do Pedido: tempo percorrido desde a emissão do pedido até ele chegar ao
fornecedor.
Perceba que o pedido é realizado quando ainda há 80 unidades no estoque (PP ou ponto do pedido),
com a expectativa de que seja entregue quando o estoque estiver em 20 unidades (cruzamento da linha
pontilhada com a linha do estoque mínimo).
Dessa forma é o possível concluir que o tempo de reposição, nesse caso, consome 60 unidades
(somando-se todo o tempo necessário para a emissão (1), preparação (2) e transporte (3) do pedido), com o
material sendo completamente entregue a organização quando ela ainda possui 20 unidades no estoque, ou
seja, seu estoque mínimo que, eventualmente, poderá ser consumido caso tenhamos prazos maiores do que
os esperados relativos a entrega por falhas do fornecedor (atrasos ou problemas de qualidade, por exemplo).
Bem, após todas essa contas, conseguimos descobrir o momento do ponto do pedido. Esse é o exato
instante em que um item necessita de novo suprimento, ou seja, quando seu volume de estoque estiver
igual ou abaixo do que chamamos no gráfico de PP ou Ponto do Pedido.
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O cálculo do ponto do pedido é feito somando-se ao estoque mínimo desejado, o consumo esperado
ao longo do tempo de reposição do material. Veja a seguir:
PP = C x TR + EM
Na fórmula temos:
PP = Ponto de Pedido
TR = Tempo de reposição somando as três etapas que vimos acima: emissão, preparação e transporte
do pedido.
O Ponto do Pedido (P no gráfico acima), está exatamente no ponto que considera o consumo que
acontecerá durante todo o Tempo de Reposição (T no gráfico acima) mais o estoque de segurança ou mínimo
(Eseg no gráfico acima).
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Desta forma, note que o pedido é realizado no P, o consumo do material continua ao longo do tempo
de reposição (T) e, ao final desse período o ressuprimento acontece, elevando novamente os estoques e,
nesse caso, não consumindo nenhuma unidade do estoque mínimo ou de segurança.
Vamos lá:
PP = C x TR + EM <=> PP = 80 x 3 + (80 x 1,5) -> note que aqui temos que fazer uma pequena
transformação para chegar ao estoque mínimo pois ele corresponde a 1,5 mês (45 dias).,
portanto é necessário multiplicar o consumo de 1 mês (80) por 1,5.
Veja que ao chegar a 360 unidades a empresa deve efetuar o pedido. Como a premissa
assumida é que o material leva 3 meses para ser entregue e a cada mês a empresa consome
80 unidade, é normal esperar que, até que o material seja entregue, a empresa terá
consumido 240 unidades (80x3). Dessa forma, no momento em que o material for
recebido, a empresa deverá ter 120 unidades em estoque (360 - 240) e esse é exatamente
o estoque mínimo (ou de segurança) adotado (45 dias que equivale a um mês e meio de
consumo ou 80 x 1,5 - 120). Bingo!
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6 - Tipos de Estoques
Como vimos acima, o principal objetivo de um sistema de gestão de estoques é otimizar o seu
volume por meio de parâmetros de ressuprimento que procuram manter os seus níveis constantemente
ajustados e respeitando as variações do consumo, dos prazos de reposição, da importância operacional e do
valor de cada material.
Dentro desse contexto, além de otimizar o volume do estoque o modelo também deve minimizar a
chance de ruptura do estoque, não o deixando chegar ao nível zero e paralisando a atividade operacional da
organização, havendo sempre uma reserva calculada que permita à empresa manter sua produção ativa.
Vejamos a seguir os principais tipos de ressuprimento e/ou estoque estudados pela literatura e
cobrados em prova. Em primeiro lugar vamos lembrar o Ponto do Pedido, pois o usaremos mais adiante:
ESTOQUE MÁXIMO
É a quantidade máxima de estoque permitida para o material. Pode ser atingida pelo estoque virtual,
quando da emissão de um pedido de compra. A finalidade principal do estoque máximo é indicar a
quantidade de ressuprimento, por meio da análise do estoque virtual.
Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento (ou tempo de reposição)
superior ao programado ou um consumo desproporcional (aumento inesperado da demanda, por exemplo).
Ao ser atingido pelo estoque em declínio, indica condição crítica do estoque real e exige ação imediata para
impedir a ruptura. Também é denominado estoque de armazenamento, intermediário, de reserva, isolador
ou de flutuação.
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Seu volume é calculado em função do nível de atendimento fixado pela empresa, em função da
importância operacional e do valor do material em questão, além dos desvios entre o consumos estimados
e realizados e o prazo médio de reposição.
ESTOQUE DE ANTECIPAÇÃO
São criados antecipando-se uma demanda futura como, por exemplo, uma época de pico de vendas
(sazonalidade), um programa de promoções, férias coletivas ou ameaça de greve, etc. Procuram auxiliar o
nivelamento da produção.
Composto por itens comprados ou fabricados em quantidades maiores que o necessário. Ocorre pela
busca de vantagens em função dos descontos de volume e redução de despesas como transporte e outras
relacionadas. Também é chamado de estoque de ciclo.
0
ESTOQUE DE TRANSPORTE
Existem pela necessidade de se transportar itens de um local ao outro, por exemplo, da fábrica ao
centro de distribuição ou mesmo a um cliente. Chamados também de estoque de tubulação ou estoque de
movimento ou estoque em trânsito. Não depende do volume, mas sim do tempo de trânsito. Única forma
de diminuí-lo é reduzir o tempo de trânsito.
ESTOQUE HEDGE
Envolve produtos que possam sofrer bruscas variações de preço de acordo com a oferta e demanda
mundiais. Para se precaver em relação à flutuação de preços (aumento) a organização pode antecipar as
compras de determinado material adquirindo o chamado estoque hedge.
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Estoques geram uma série de custos. O mais óbvio é o custo de aquisição do próprio material que
será estocado porém há uma série de outros custos diretos e indiretos que precisam ser considerados como
os custos de armazenamento, de pedidos e, inclusive, os custos da eventual falta de estoques!
CUSTOS DE ARMAZENAMENTO
Em relação aos custos de armazenamento, eles são proporcionais a quantidade e ao tempo que um
material permanece em estoque. Em linhas gerais podem ser agrupados nas seguintes modalidades:
Para a guarda apropriada dos estoques é necessária uma estrutura adequada que envolve depósitos
ou galpões, móveis, equipamentos, materiais e pessoas. Tudo o que é investido para a manutenção dessa
estrutura é considerado custo de estoque e varia muito pouco em função do volume, portanto é considerado
custo fixo.
Além disso temos custos de eventuais aluguéis de espaços, seguros, juros financeiros, obsolescência
do material, depreciação, deterioração, etc. Note que são vários custos embutidos na atividade de
armazenagem e gestão dos materiais adquiridos para a formação dos estoques.
Podemos concluir portanto que o custo de armazenagem é composto de uma parte fixa (independe
do volume) e outra variável (diretamente dependente do volume armazenado) e é a soma de custos de
capital, seguros, transportes, obsolescências e despesas diversas.
CUSTOS DE PEDIDOS
Do ponto de vista contábil, quanto maior o pedido, mais o custo total será diluído entre todo o volume
adquirido, visto que o custo unitário do pedido não varia muito em função do volume comprado.
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Por outro lado temos os custos da falta de estoque. Este é muito mais um custo de oportunidade.
São componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando
um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor.
Um exemplo podem ser os custos para a organização em não atender uma demanda do mercado
por máscaras que evitam o contágio de certas moléstias no momento de uma epidemia.
Se a organização não tinha o produto em estoque naquele momento, perdeu a oportunidade. Até
que ela realize o pedido, o produto seja fabricado no volume desejado e entregue, os concorrentes já
abasteceram os clientes e consumidores e a oportunidade de receita foi perdida.
O custo da falta de estoque está ligado as oportunidades perdidas, sejam elas de geração de receitas
ou de atendimento de demandas variadas, pela falta do material necessário no momento em que era
demandado.
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8 - Considerações Finais
Vimos, por exemplo, os tipos de consumo e quais as técnicas para estimar a demanda, etapa
fundamental para a modelagem de um processo eficiente de gestão de estoques.
Indo para o final da aula, debatemos os níveis de estoque e o famoso ponto do pedido, ou seja, o
momento ideal em que o pedido deve ser colocado minimizando o risco de desabastecimento e de geração
de custos evitáveis. 0
Feito isso visitamos os principais tipos de estoques e, finalmente, vimos quais os custos que estão por
trás de toda essa atividade, como os custos de armazenagem, do pedido e mesmo os custos de oportunidade.
Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Sempre garantir o abastecimento das áreas internas
demandantes e, de preferência, garantindo ganhos advindos da economia de escala são duas das principais
funções dos estoques.
A alternativa B está incorreta. Estoques não têm como função comprar materiais. Quem faz isso é a área de
compras. Não há também como garantir o lucro total da empresa. O estoque apenas colabora com esse
processo.
A alternativa C está incorreta. O estoque não vende produtos. Essa é uma atribuição da área comercial.
A alternativa D está incorreta. Não é o setor de estoque que estabelece os níveis adequados de
abastecimento, mas sim garante que esses níveis, pré definidos, sejam sempre atendidos.
A alternativa E está incorreta. Não é o setor de estoques que informa datas ou demais procedimentos
contábeis/financeiros.
a) independente.
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b) temporal.
c) dependente.
d) irregular.
e) espacial.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Quando o material ou produto tem procura baixa e por poucos clientes,
dividida em diferentes localizações e de caráter intermitente, é considerada irregular e não independente.
A alternativa B está incorreta. Quando o material ou produto tem procura baixa e por poucos clientes,
dividida em diferentes localizações e de caráter intermitente, é considerada irregular e não temporal.
A alternativa C está incorreta. Quando o material ou produto tem procura baixa e por poucos clientes,
dividida em diferentes localizações e de caráter intermitente, é considerada irregular e não dependente.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Quando o material ou produto tem procura baixa e
por poucos clientes, dividida em diferentes localizações e de caráter intermitente, é considerada irregular.
A alternativa E está incorreta. Quando o material ou produto tem procura baixa e por poucos clientes,
dividida em diferentes localizações e de caráter intermitente, é considerada irregular e não espacial.
A alternativa A está incorreta. O estoque de contingência não tem relação com a saída dos produtos ao longo
de qualquer período.
A alternativa C está incorreta. O estoque de contingência também não tem relação com o estágio de
produção em que se encontram os produtos.
A alternativa D está incorreta. O estoque de contingência não se refere a produtos em trânsito, mas sim a
material que será empregado no processo de transformação.
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A alternativa E está incorreta. O estoque de contingência não se refere a quantidade máxima de produtos,
mas sim a um volume mínimo que traga segurança à organização em relação às variações de demanda ou
do processo de entrega de seus fornecedores.
A alternativa A está incorreta. Os estoques tem muito mais relação com custos do que com o lucro, dessa
forma devem ser minimizados e usados na medida exata, de acordo com as previsões e planejamentos
realizados.
A alternativa B está incorreta. Estoques não tem relação direta com os recebimentos do financeiro.
A alternativa C está incorreta. A relação criada entre estoques e produção na alternativa não faz sentido e é
a inversa da que é buscada: estoques mínimos e produção máxima.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Exatamente. O estoque, ao longo da produção, vai
minimizando os atritos resultantes de alteração na demanda prevista, planejamento realizado, entregas de
material diferentes do combinado, etc. Regula a cadeia de produção e não permite que ela pare por mudança
nas variáveis que influenciam o processo.
A alternativa E está incorreta. O conceito de quantidade excedente faz sentido, mas não para cobrir falhas
nas vendas e sim para minimizar o impacto causado por falhas nas entregas ou no processo de compras ou
ainda um aumento inesperado de demanda ou outra variável que aumente o volume previsto de produção.
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A alternativa B está incorreta. O estoque de segurança não tem caráter de obrigatoriedade mas é, sim,
recomendável.
A alternativa C está incorreta. Não há relação direta do estoque de segurança com o estoque virtual.
A alternativa D está incorreta. É mesmo uma quantidade excedente, mas não serve para cobrir o estoque
virtual da organização mas sim para reduzir as chances que variáveis de demanda e entrega de fornecedores
afetem a produção da organização.
A alternativa A está incorreta. O custo de manutenção dos estoques está sim relacionado ao nível de estoque
médio. Quanto maior o nível médio, maior o custo. Em relação aos custos do pedido, quanto maior o volume,
menor o custo unitário.
A alternativa B está incorreta. Ao contrário. Quanto maior o nível médio, maior o custo.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O custo de perdas é mesmo proporcional ao volume
dos estoques, ou seja, quanto maior o volume, provavelmente maior as perdas.
A alternativa D está incorreta. Os custos de oportunidade não se relacionam com os valores financeiros dos
itens, mas com sua disponibilidade no momento correto e com o "tamanho" e as consequências da
oportunidade aproveitada ou desperdiçada.
A alternativa E está incorreta. Não há relação com o tema. Predileção é uma técnica qualitativa de previsão
de estoques.
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a) nível de serviço.
b) giro de estoque.
c) índice de cobertura.
d) ponto de intersecção.
e) curva de kanban.
Comentário:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O Nível de Serviço nada mais é do que o percentual
de pedidos/requisições de materiais que são atendidos de maneira satisfatória pela área de administração
de materiais.
A alternativa B está incorreta. O giro é um indicador de estoque que mede quantas vezes, em um
determinado período, o estoque da empresa foi movimentado ou removido. É conhecido também como
indicador de rotatividade. Pode-se concluir que quanto maior o giro, mais eficiente é a empresa em sua
gestão de estoques. É calculado dividindo-se o valor consumido no período pelo estoque médio do período.
A alternativa C está incorreta. A cobertura é o cálculo de quanto tempo o estoque suporta a demanda média
da organização.
A alternativa E está incorreta. O Kanban é um sistema japonês de gestão de estoques que consiste na
utilização de cartões pelos integrantes da linha de produção. É considerada uma ferramenta do sistema Just
in Time portanto tem a velocidade do abastecimento também influenciada pela demanda real de produção.
Não é disso que o examinador está falando.
a) 500 unidades.
b) 1.500 unidades.
c) 1.000 unidades.
d) 2.000 unidades.
e) 2.500 unidades.
Comentário:
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a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Demanda se refere à quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um
determinado preço. A demanda pode ser interpretada como procura, mas não necessariamente como
consumo, uma vez que é possível querer e não consumir um bem ou serviço, por diversos motivos.
Assim, se essa procura é regular e estável, temos uma demanda constante; é o caso, por exemplo, da
demanda por carne. Se a procura é irregular e periódica, temos a demanda variável; é o exemplo da demanda
por sorvetes no verão.
Logo, é a demanda variável que é explicada por fatores como tendência, sazonalidade e periodicidade do
consumo no mercado.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
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De acordo com sua natureza, a demanda pode ser classificada em demanda independente e demanda
dependente.
A demanda independente é a demanda que não pode ser calculada, pois são geralmente os itens mais altos
da estrutura de produto e, por este motivo, esta demanda deve ser prevista. Por exemplo, em uma
montadora a demanda independente é a demanda pelo produto acabado, ou seja, pelo veículo pronto na
configuração final exigida pelo cliente.
Já a demanda dependente é a que pode ser derivada através de cálculo. Por exemplo, no caso da montadora
de veículos não é necessário fazer previsões para a quantidade de pneus, pois esta quantidade será calculada
com uso do MRP a partir da quantidade de veículos que serão montados (demanda independente). É a
demanda que está sob o controle do planejador de produção.
Por fim, é importante destacar que, conforme um item é tratado, ele pode ser visto como demanda
dependente ou demanda independente. Por exemplo, em uma fábrica de ventiladores, quando a hélice é
utilizada como peça na linha de montagem, é considerada demanda dependente, mas quando é utilizada
como peça de reposição, vendida separadamente para a rede de assistência técnica, é considerada demanda
independente.
a) II e III.
b) IV e VI.
c) IV e VIII.
d) VI e X.
e) VII e XI.
Comentários:
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Os pontos I, V, IX e XIII na primeira linha horizontal de cima para baixo representam os estoques máximos,
atingidos sempre após as reposições, representadas por cada uma das linhas verticais, de baixo para cima,
após realização de pedidos em pontos anteriores que veremos abaixo.
A segunda linha horizontal de cima para baixo representa exatamente os pontos de pedido (considerando
que a terceira linha é a linha do estoque de segurança). Os pontos II, IV, VI, VIII, X e XII são os encontros da
linha de volume de material disponível com a linha que indica o momento do pedido. Quando está descendo
significa que é a hora de realizar o pedido (II, VI e X) e quando está subindo significa que é um momento de
reposição de estoques.
A terceira linha horizontal de cima para baixo representa o estoque mínimo, que é atingido nos pontos VII e
XI.
Por fim, o eixo x ou quarta linha horizontal de cima para baixo representa o final dos estoques ou a chamada
quebra de estoques, atingida no ponto III.
O gráfico deve ser lido da seguinte maneira: o estoque vai diminuindo até atingir o momento do pedido (2a
linha horizontal). Nesse momento material adicional é solicitado. Enquanto ele não chega o consumo do
material disponível continua, as vezes atingindo o estoque mínimo (terceira linha) ou mesmo ocasionando o
fim dos estoques e possível parada na produção (quarta linha). Quando o material solicitado é entregue o
nível de estoques sobe novamente até a primeira linha horizontal, no alto.
Dessa forma, os pontos de pedido são os pontos II, VI e X e apenas a alternativa D está correta.
12. (CEBRASPE/TRT 8a Região/Técnico Judiciário/2016) Assinale a opção que apresenta tipos de dados
necessários para o cálculo do ponto de pedido, ou seja, a quantidade de estoque que, quando
alcançada, indica o momento de providenciar um novo pedido de compra.
Comentários:
O Ponto de Pedido é calculado por meio da seguinte fórmula: Consumo Médio Mensal x Tempo de Reposição
+ Estoque Mínimo ou:
PP = C x TR + EM
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Assim, quando o estoque estiver com 300 unidades, um novo pedido deve ser feito.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Sim. O estoque tem uma função "lubrificante". Note que nesta definição de "lubrificante" os estoques são
diretamente responsáveis por várias funções, tais como as abaixo. Veja que todas elas são "resolvedoras de
conflitos" entre áreas ou atores com objetivos conflitantes:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
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a) Certo
b) Errado
Comentários:
16. (FGV/CM-Salvador/Analista Legislativo Municipal/2018) Um posto de saúde precisa ter uma forma
de gerenciar seus estoques de medicamentos, para atender melhor seus cidadãos. Em relação à
gestão de estoques, é correto afirmar que:
a) o estoque de segurança ou isolador é indicado quando houver alta previsibilidade entre oferta e demanda
do material estocado;
b) o estoque de ciclo ocorre quando um ou mais estágios na operação conseguem fornecer simultaneamente
todos os itens necessários;
c) o estoque de antecipação é o mais comumente usado quando as flutuações de demanda são significativas,
mas relativamente previsíveis;
d) o estoque no canal de distribuição ocorre quando a matéria-prima chega à fábrica por meio de dutos;
e) o estoque é criado para aumentar as diferenças de ritmo entre demanda e fornecimento.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Ao contrário, o estoque de segurança é indicado quando houver baixa
previsibilidade entre oferta e demanda do material estocado, destinando-se a cobrir eventuais
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A alternativa B está incorreta. Também ao contrário, o estoque de ciclo ocorre quando um ou mais estágios
na operação não conseguem fornecer simultaneamente todos os itens necessários. Segundo Slack,
Chambers e Johnst "O estoque de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer
todos os itens que produzem."
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Os estoques de antecipação são criados antecipando-
se uma demanda futura como, por exemplo, uma época de pico de vendas (sazonalidade), um programa de
promoções, férias coletivas ou ameaça de greve, etc. Procuram auxiliar o nivelamento da produção.
A alternativa D está incorreta. O estoque no canal de distribuição ocorre quando a matéria-prima não pode
ser transportada instantaneamente. De acordo com Slack, Chambers e Johnst: "Estoques no canal
existem porque o material não pode ser transportado instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o
ponto de demanda".
A alternativa E está incorreta. Ao contrário, os estoques são criados para diminuir as diferenças de ritmo
entre demanda e fornecimento. É o chamado efeito lubrificante dos estoques, na prática.
17. (FGV/DPE RJ/Técnico Superior Especializado/2019) Uma organização adota sistema de reposição
contínua para o estoque de resmas de papel. O montante anual despendido com o material permite
que as aquisições sejam efetuadas por compra direta, e o custo de pedido é de R$ 80,00. O consumo
mensal de resmas é, em média, de 100 unidades, o estoque de segurança é de 40 unidades e o tempo
de ressuprimento é de nove dias corridos. Na situação descrita, o ponto de pedido é (considere que
um mês tem 30 dias):
a) 40 unidades;
b) 60 unidades;
c) 65 unidades;
d) 70 unidades;
e) 72 unidades.
Comentário:
PP = CM x TR + ES
TR = 9 dias
ES = 40 unidades
Logo, PP = 3,33 x 9 + 40 = 70
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18. (FGV/CM Salvador/Analista Legislativo Municipal/2018) A definição de estoque pode ser dada como
a acumulação armazenada de materiais em um sistema de transformação. Um dos métodos para a
sua reposição é o de previsão de demanda. A técnica de previsão de demanda realizada por meio
de informações qualitativas é definida como:
a) explicação;
b) predileção;
c) projeção;
d) ponderação;
e) mínimos quadrados.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Na explicação acrescentam-se fatores diversos ao consumo real. Exemplos:
variações do PIB, do salário mínimo, taxas de crescimento ou desemprego etc. Usa técnicas quantitativas no
cálculo da demanda, inclusive recursos como regressão e correlação.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A predileção é composta pelo emprego de técnicas
qualitativas como a opinião de funcionários, especialistas, analistas ou consultores. Com base nessas
percepções de mercados e de tendências faz-se o cálculo da demanda.
A alternativa D está incorreta. A ponderação é uma ferramenta usada para calcular a média móvel e
minimizar os desvios gerados pela tendência do consumo.
A alternativa E está incorreta. Método usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto
de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza diferenças entre a linha reta
e cada ponto de consumo levantado.
I. O trade-off entre o custo do excesso e o custo da falta é a chave para parametrização da política de
gestão de estoques.
II. Quanto maior o custo de excesso de um produto em relação ao custo da sua falta, menor deve ser o
estoque de segurança.
III. A metodologia LEC permite gerenciar, de maneira adequada e segura, uma demanda variada de
insumos.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente.
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b) II, somente.
c) III, somente.
d) I e II, somente.
e) I, II e III.
Comentário:
Vamos avaliar cada uma das afirmativas antes de buscar a alternativa correta:
I. O trade-off entre o custo do excesso e o custo da falta é a chave para parametrização da política de gestão
de estoques - CORRETO. A política de gestão de estoques terá como norte justamente encontrar o meio
termo entre o excesso (custos) e a falta (riscos à produção) de estoques de materiais ou matérias primas
demandadas.
II. Quanto maior o custo de excesso de um produto em relação ao custo da sua falta, menor deve ser o
estoque de segurança - CORRETO. O nível do estoque de segurança certamente vai variar para baixo
conforme o custo de seu excesso supere o risco de sua falta, e vice versa.
III. A metodologia LEC permite gerenciar, de maneira adequada e segura, uma demanda variada de insumos
- ERRADA. O LEC concentra-se na avaliação individual dos insumos, considerando custos como os de
armazenagem e do pedido, sempre do item em questão.
Dessa forma temos I (V), II (V) e III (F)
A alternativa A está incorreta. O estoque de contingência é utilizado para cobrir potenciais falha no sistema
de estoque, evitando assim que o cliente fique sem o item desejado. Normalmente, em períodos de maior
venda são mantidos os estoques de contingência. Não é o estoque mínimo.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O estoque mínimo ou de segurança faz parte, por
exemplo, do sistema de máximos e mínimos do controle de estoque: nessa metodologia o sistema de
reposição é automático. Tem-se um volume de estoques mais um estoque de segurança. Tão logo o nível de
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segurança é atingido deve ser recebido um novo lote de material, evitando o consumo do estoque mínimo
(ou de segurança). Esse volume de segurança serve como um colchão e suporta as demandas da organização
enquanto a nova remessa de material não é entregue ou a demanda sofre eventuais variações inesperadas.
A alternativa C está incorreta. O estoque mínimo não tem relação com impedimento de novas compras. Ao
contrário, muitas vezes ao ser atingido, é o gatilho que dispara o pedido de novas encomendas.
A alternativa D está incorreta. As quantidades de materiais solicitadas no pedido de compra para reposição
do estoque de materiais formam o pedido do cliente e não o seu estoque mínimo.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Assegurar suprimentos adequados no momento e local em que são solicitados
é uma das principais funções e vantagens de uma atividade de estoque bem executada.
A alternativa B está incorreta. A definição dos lotes e períodos de compra permite à organização ampliar seu
nível de eficiência ao longo da cadeia de gestão de materiais.
A alternativa C está incorreta. É outra função típica dos estoques, permitindo que a empresa mantenha sua
função produtiva mesmo nos momentos de variação da demanda ou mesmo problemas com entregas de
fornecedores.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Prover aos solicitantes itens usados ou obsoletos para
a manufatura de produtos não é o esperado do estoque de uma organização, mas sim itens novos e de
acordo com as especificações esperadas pela área de produção.
A alternativa E está incorreta. Por outro lado, prover aos solicitantes itens na forma de pronta entrega é um
grande ativo que estoques bem estruturados podem oferecer à organização em que atuam.
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GABARITO
1. A
2. D
3. B
4. D
5. E
6. C
7. A
8. C
9. ERRADA
10. ERRADA
11. D
12. E
13. CORRETA
14. ERRADA
15. ERRADA
16. C
17. D
18. B
19. D
20. B
21. D
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RESUMO
Importância dos Estoques: Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de
modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da
empresa, sendo o estoque gerado , consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com
exatidão.
Funções do Estoque: uma das maiores funções do estoque é conciliar objetivos conflitantes entre
as diferentes áreas da organização, sem prejudicar a atividade operacional da empresa, minimizando
seus custos e praticando a política de estoque da forma como foi previamente definida, levando em
consideração os ajustes necessários devido a eventuais variações do cenário.
Políticas de Estoque: caberá ao gestor de estoques definir qual a política adotada. Vimos que, para
isso, ele deverá levar em conta os desejos de compras, vendas e produção (geralmente de estoques
mais altos) e os da área financeira (geralmente estoques mais baixos).
Previsão para os Estoques: Toda a previsão de estoques é dirigida pela previsão do consumo do material.
Essa previsão de consumo ou da demanda estabelece estimativas futuras dos produtos acabados,
comercializados ou vendidos.
• REGULAR: também conhecido por modelo de evolução horizontal do consumo. Sua principal
característica é a utilização constante de materiais em quantidades significativas e com
pequena variação ente sucessivos intervalos de tempo constantes. Possui tendência
constante (não varia de forma uniforme nem para cima e nem para baixo).
• IRREGULAR: o consumo irregular tem por característica a utilização de materiais em
quantidades aleatórias, por meio de grande variação entre sucessivos intervalos de tempo.
• SAZONAL: neste padrão, que é repetitivo, o consumo apresenta intervalos de considerável
elevação em alguns períodos do ano (exemplos: consumo/vendas de sorvetes e aparelho de
ar condicionado no verão ou de cobertores e antigripais no inverno). Possui oscilações
regulares, que tanto podem ser positivas quanto negativas. É considerado sazonal quando o
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Previsão de Demanda: o primeiro passo para um bom trabalho na gestão de estoques é conseguir
estimar a demanda com o maior nível possível de precisão. É com base nessa estimativa que as
compras (inclusive para a composição dos estoques) serão planejadas e efetuadas. As informações
básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos
produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas.
• ÚLTIMO PERÍODO: modelo mais simples, consiste em utilizar como previsão para o período
seguinte o valor ocorrido no período anterior. Dessa forma os valores anteriores e os valores
previstos serão rigorosamente os mesmos, repetidos em diferentes períodos de tempo.
• MÉDIA MÓVEL: previsão do período é obtida calculando-se a média dos valores consumidos
nos "n" períodos anteriores. Quando o consumo tem tendência crescente, o modelo tende a
estimar valores inferiores ao real e, ao contrário, quando a tendência é decrescente, é comum
o modelo estimar valores maiores do que os que de fato irão ocorrer.
• MÉDIA MÓVEL PONDERADA: os valores dos períodos mais próximos recebem peso maior que
os valores correspondentes aos períodos mais antigos, justamente para tentar compensar os
desvios que são comumente gerados pelo método anterior, não ponderado (superestima
quando a tendência é de retração e subestima quando a tendência é de crescimento).
Nível de Estoque: nesse tipo de representação temos todas as informações sobre a movimentação
dos materiais em estoque (tanto entradas como saídas). Costumeiramente usa-se o gráfico dente de
serra para ilustrar o cenário. No gráfico, o eixo X (abcissa) representa o tempo transcorrido e o eixo Y
(ordenada) representa a quantidade (volume) do estoque.
Ponto do Pedido: para o cálculo do chamado ponto do pedido, deve-se saber qual o tempo de
reposição esperado, que nada mais é do que todo o tempo percorrido entre a conclusão de que o
estoque precisa ser reposto até sua efetiva disponibilização no almoxarifado da empresa. Ele é
constituído por três grandes atividades.
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• EMISSÃO DO PEDIDO: tempo percorrido desde a emissão do pedido até ele chegar ao
fornecedor.
• PREPARAÇÃO DO PEDIDO: tempo percorrido para a fabricação e separação dos produtos,
emissão do faturamento e preparação para que fiquem em condições de serem transportados
até o cliente que os adquiriu.
• TRANSPORTE: tempo percorrido da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa de
todos os materiais adquiridos.
• O cálculo do ponto do pedido é feito somando-se ao estoque mínimo desejado, o consumo
esperado ao longo do tempo de reposição do material.
PP = C x TR + EM
Tipos de Estoques: os principais tipos de ressuprimento e/ou estoque estudados pela literatura e
cobrados em prova são os seguintes:
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• ESTOQUE HEDGE: envolve produtos que possam sofrer bruscas variações de preço de acordo
com a oferta e demanda mundiais. Para se precaver em relação à flutuação de preços
(aumento) a organização pode antecipar as compras de determinado material adquirindo o
chamado estoque hedge.
Custos dos Estoques: estoques geram uma série de custos. O mais óbvio é o custo de aquisição do próprio
material que será estocado porém há uma série de outros custos diretos e indiretos que precisam ser
considerados como os custos de armazenamento, de pedidos e, inclusive, os custos da eventual falta de
estoques.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Estoques - II ................................................................................................................................................ 3
4 - Indicadores de Estoques................................................................................................................ 13
Gabarito .................................................................................................................................................... 42
1
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Resumo ..................................................................................................................................................... 43
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ESTOQUES - II
1 - Considerações Iniciais
Vamos em frente com mais uma aula de nosso curso de Administração de Materiais.
Hoje ainda falaremos dos estoques, porém desta feita de temas mais práticos e, muitas vezes,
numéricos.
Depois falaremos de políticas de estoque, entre elas algumas que pregam a não existência dos
estoques, como o Just in Time e o Kanban, outros temas muito cobrados em provas pelas bancas mais
diversas.
Caminhando mais para o fim da aula entraremos em temas mais quantitativos e gerenciais.
Primeiro falaremos dos famosos indicadores de estoque. Você certamente já ouviu falar ou mesmo
estudou o giro e a cobertura de estoque. Fundamental conhecê-los e saber calculá-los para a prova.
Ainda nessa direção, mergulharemos nas formas mais cobradas de avaliação de estoques, como os
métodos PEPS e UEPS, bastante relacionados também à contabilidade, mas de fundamental entendimento
para quem está estudando estoques dentro de administração de materiais.
Boa aula!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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Controlar estoques é um tema preocupante para os fabricantes. Criar e implantar fórmulas para
reduzir estoques sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios
dos empresários e gestores ao longo do processo de gestão de materiais.
As fórmulas do LEC (lote econômico de compras) já não servem por completo, pois consideram muito
mais o "quanto" do que o "quando" em relação ao momento da compra e, atualmente, devemos analisar
todos os fatores envolvidos, além da própria política da empresa, e só aí definir o quanto e quando comprar.
Nesse contexto, a maioria das empresas não enfatiza mais o quanto e sim quando comprar. Hoje,
possuir em estoque a quantidade correta no momento inadequado, não adianta e nem resolve nada, pois é
justamente a determinação dos prazos que mais importa no processo.
Até então o ponto de pedido era a maneira utilizada pra determinar quando comprar, porém baseava
se em um consumo previsto durante o tempo de reposição. Para isso utilizava-se da fórmula do ponto de
pedidos.
A partir de agora temos sistemas de controle de estoques mais eficientes e com muito mais precisão,
como o MRP e outros que estudaremos mais adiante. Antes disso vamos conhecer os modelos mais simples
de cálculo de reposição de estoque.
E, é bom lembrar, o que cai na prova é teoria e não prática. Portanto, devemos estudar todos os
métodos cobrados, mesmo aqueles que na prática já não são mais tão eficientes. Vamos a eles.
• Sistema de "duas gavetas" ou de reposição por quantidade: pode ser considerado os sistema
mais simples de reposição de estoques e, por isso, é recomendado para os itens da Classe C.
Nesse sistema temos em uma gaveta (caixa ou qualquer outro compartimento) um nível de
estoque para suprir o abastecimento durante o período combinado. Tão logo esse material
se esgote a primeira gaveta é abastecida com materiais provenientes da segunda gaveta, que
armazena todo o volume estocado do item e é disparado um pedido de reposição. Indicado
para pequenos comércios varejistas, reduz ao máximo o processo burocrático de reposição
de material.
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No sistema de revisão periódica teoricamente não há preocupação com o estoque mínimo para a
definição do momento da compra e por isso ele também é conhecido como sistema de estoque máximo.
Nesse sistema o material é reposto periodicamente em ciclos iguais de tempos e na quantidade que será
demandada no período seguinte.
Note que o volume adquirido a cada período fixo de abastecimento deve variar porém, o seu limite
é sempre o mesmo, fixado pela demanda aguardada para o período seguinte.
2.3 - MRP
É um sistema que estabelece uma série de procedimentos, regras e critérios de modo a atender as
necessidades de produção numa sequência de tempo logicamente determinada pra cada item componente
do produto final.
O sistema é capaz de planejar diferentes necessidades de materiais a cada alteração sofrida pelo
programa de produção, pelos registros de inventários ou mesmo pela composição de produtos acabados.
Dessa forma pode ser considerado um sistema que se propõe a definir as quantidades necessárias e
o tempo exato para utilização dos materiais na fabricação dos respectivos produtos finais.
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O principal elemento do MRP é o seu Programa Mestre de Produção (ou PMP). Este programa
baseia-se na carteira de pedidos dos clientes e nas previsões de demanda. É responsável por orientar todo
o sistema MRP, trazendo todas as informações sobre o produto final, ou seja, quais os componentes e
quando serão agregados ou transformados no produto final que se pretende produzir.
2.4 - Inventários
Uma das maiores ferramentas de gestão dos estoques é o inventário. O controle efetuado pela
realização dos inventários permite o acompanhamento correto dos volumes de materiais estocados e está
diretamente ligado aos sistemas de reposição que acabamos de estudar.
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Ao longo do inventário os itens são checados e contados fisicamente para que se possa quantificar
o estoque como um todo. Feito isso, os resultados são comparados aos registros contábeis, para verificar
sua acuracidade e proceder com eventuais ajustes necessários.
Em relação a sua operacionalização, o inventário geralmente é feito por duas equipes: a primeira
conta e a segunda reconta. Caso encontrem as mesmas quantidades a atividade está terminada, caso
contrário uma terceira equipe deverá efetuar nova e definitiva contagem.
TIPOS DE INVENTÁRIO
• Anual ou Geral (chamado também de balanço geral): processo longo, geralmente efetuado
uma vez ao ano e no qual todos os itens são contados de uma única vez. Em seguida são
efetuadas as comparações com os sistemas gerenciais e contábeis da organização.
• Rotativo: nesta modalidade alguns itens (os mais significativos, que representam os maiores
valores de estoque e são estratégicos e imprescindíveis para a produção) são inventariados
mais de uma vez por ano ou sempre que necessário. Não exigem a completa paralização da
área inventariada.
Para a Instrução Normativa 205/1988, temos cinco tipos de inventários (e essa classificação as vezes
é cobrada pelas bancas, fique atento!):
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Nos casos em que o valor do material for muito baixo, com o custo de controle maior que o risco
representado pela perda, o órgão poderá controlá-lo com simples relação de material, também chamada
de relação de carga.
E, por fim, quando o bem móvel tiver valor de custo ou aquisição desconhecidos será avaliado
levando-se em conta o valor de mercado de outro semelhante e com mesmo estado de conservação.
Veja o que diz a mesma Instrução Normativa a respeito desses dois temas:
- O material de pequeno valor econômico que tiver seu custo de controle evidentemente
superior ao risco da perda poderá ser controlado através do simples relacionamento de
material (relação carga), de acordo com o estabelecido no item 3 da I.N./DASP nº142/83.
- O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido será avaliado
tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado
de conservação e a preço de mercado.
Quando o fichário de estoque ocupa um arquivo normal, o seu processamento é manual. Quando se
utiliza o processamento de dados com a ajuda de computador ou microcomputador, tem-se um banco de
dados.
Mesmo com toda a possibilidade de informatização do processo, ainda há organizações que mantém
seus registros de estoques em fichas e que processam pedidos e análises de inventário manualmente.
O elemento chave desse sistema manual, ou sistema Kardex - como é normalmente chamado -, é a
ficha ou cartão de registro de estoques, que compõem um fichário de estoques.
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De acordo com Ronald Ballou, "a maioria das informações necessárias para controlar o item estão
contidas nessas fichas", que devem registrar cada transação de venda ou entrega de reposição, assim como
os saldos de estoque.
Já de acordo com Idalberto Chiavenato, em geral a ficha de estoques deve conter as seguintes
informações sobre os materiais (não é uma lista exaustiva):
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A decisão de manter ou não manter estoques passa pela análise de inúmeras variáveis e afeta
qualquer tipo de organização.
O cenário ideal seria a "eliminação" dos estoques, minimizando seus custos e os transferindo todos
ao fornecedor, que apenas entregaria o material no momento e local exatos planejados para a produção.
Vejamos adiante os modelos Just in Time e Kanban de políticas de estoques, comparando-os com
nossos modelos convencionais, já estudados.
O sistema Just in Time (ou JIT ou mesmo "sistema Toyota") consiste em produzir somente o
que já tem demanda assegurada. É popularmente conhecido por aquele sistema em que a demanda "puxa"
a produção (ao contrário dos sistemas que vimos até agora, inclusive o MRP), ou seja, a fábrica apenas se
mobiliza, planeja e produz aquilo que o mercado está demandando.
Entender isso é importante pois é uma diferença fundamental versus "empurrar" para o
mercado produtos fabricados pela organização sem que haja demanda "garantida". Isso é
importante entender para a prova.
A ideia surgiu no Japão nos anos 70 e foi assimilada no mundo ocidental ao longo da década de 80,
trazendo a meta do "estoque zero". O JIT é comumente associado a expressões (que aparecem muito em
provas!) como "produção sem estoques", "eliminação do desperdício", "melhora contínua de processos",
etc.
Para funcionar dessa maneira é necessária grande integração do cliente com seus fornecedores, que
devem ser verdadeiros parceiros e membros ativos da cadeia produtiva. As entregas devem ser diárias e de
acordo com o que vai ser produzido (e é demandado pelo mercado).
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Veja que nesse sistema não só é importante como passa a ser crítica a entrega do volume correto, no
momento adequado e na qualidade desejada para que a produção possa atender imediatamente a demanda
colocada.
Fábrica e fornecedor devem estar 100% alinhados em relação à demanda do mercado, prazos de
entrega, condições de pagamento e demais variáveis visto que não há tempo para rediscutir condições de
compra e venda ao longo do processo que não admite qualquer falha. Justamente por isso, é um conceito
teórico, que tem suas dificuldades de implementação, mas é cobrado assim em prova.
3.2 - Kanban
O Kanban também é um sistema japonês de gestão de estoques que consiste na utilização de cartões
pelos integrantes da linha de produção. É considerada uma ferramenta com a mesma filosofia do sistema
Just in Time portanto tem a velocidade do abastecimento também influenciada pela demanda real de
produção. Atenção pois não é um sinônimo do JIT, mas sim um instrumento que utiliza como filosofia os
conceitos do JIT.
Assim que é notada a falta de material em alguma parte da cadeia de produção uma placa/cartão é
levantado, indicando que este setor precisa ser reabastecido. Os postos de trabalho anteriores a este na
linha de produção entregam ao posto solicitante o material, impedindo que a produção pare por falta de
material.
O Kanban tem como princípio, portanto, a informação a todos os envolvidos do que deve ser
fornecido e em que volume, para que o necessário socorro seja prestado.
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• Possui tendência constante (não varia de forma uniforme nem para cima e nem para baixo).
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4 - Indicadores de Estoques
Indicadores de estoques são ferramentas gerenciais muito usadas e que permitem ao gestor
controlar os volumes e as performances dos estoques.
O Giro de Estoque (ou Rotatividade) é uma relação existente entre o consumo anual e o estoque
médio do produto. Pode ser calculado pela fórmula:
O giro desse item foi de 4 vezes ao ano, ou seja, o estoque girou 4 vezes ao longo do ano.
Por fim, pode-se concluir que quanto maior o giro, mais eficiente é a empresa em sua gestão de
estoques.
Uma das grandes utilidades do índice de rotatividade do estoque (Giro) é que ele pode ser usado
como um parâmetro para a comparação de estoques entre empresas do mesmo ramo de atividade ou entre
classes de materiais em estoque, bastando-se para isso determinar taxas de rotatividade adequadas e
compará-las as diferentes taxas analisadas.
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Outro índice bastante útil para a análise de estoques é o Antigiro ou Taxa de Cobertura. Enquanto o
Giro indica quantas vezes o estoque rodou no ano, o Antigiro indica quantos meses de consumo equivalem
ao estoque real ou ao estoque médio. A taxa de cobertura pode ser calculada pela fórmula:
Por exemplo, um item tem estoque de 4000 unidades e é consumido a uma taxa de 800 unidades ao
mês. Quantos meses o estoque cobre a taxa de consumo:
EM = (Q/2) + ES
Onde:
ES = Estoque de Segurança
Por exemplo: Qual o estoque médio do item, dado que o lote de compra é de 500 unidades e a
empresa mantém estoque de segurança de 100 unidades:
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A avaliação adequada dos materiais recebidos e localizados no estoque é de suma importância para
a Contabilidade. Nesse contexto, todas as formas de registro de estoque objetivam controlar a quantidade
de materiais em estoque, tanto o volume físico como o financeiro.
Porém, a avaliação de estoque anual deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar
uma avaliação exata do material e informações financeiras atualizadas.
A avaliação dos estoques inclui o valor das mercadorias e dos produtos em fabricação ou produtos
acabados. Para se fazer uma avaliação desse material, deve-se tomar por base o preço de custo ou de
mercado, preferindo-se o menor deles.
O preço de mercado é aquele pelo qual é comprado o material e consta da nota fiscal do fornecedor.
No caso de materiais de fabricação da própria empresa, o preço de custo será aquele da fabricação do
produto.
É possível realizar a avaliação dos estoques por meio de métodos diferentes. Vamos conhecê-los:
Esta é a forma mais frequente de avaliação. Toma por base o preço de todas as retiradas, ao preço
médio do suprimento total do item em estoque. O método age como um grande estabilizador pois equilibra
as flutuações de preços além de, no longo prazo, refletir os custos reais das compras do material.
Com a ajuda do caso abaixo, vamos entender melhor o cálculo do custo médio:
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1. Na coluna Entradas, note que inicialmente foram comprados 200 itens ao valor de $2,
totalizando $400. Em seguida uma nova compra, agora de 100 unidades, ao valor de $500.
Veja agora que na coluna saldos, a soma das compras de 200 e 100 unidades totalizam 300
unidades ao valor de $900 ($400 + $500), o que gera um preço médio de $3/unidade.
3. Veja agora que na coluna Saldo, com a saída dos 50 itens que vimos no item 2, o saldo
cai de 300 para 250. O valor total dos estoques acompanha a queda e vai de $900 para
$750 (saída de $150 que vimos no item 2) e, por fim, a média permanece em $3 pois só
tivemos saídas do estoque, o que não altera seu custo médio.
Note portanto que, no cálculo do custo médio, o valor médio dos estoques varia sempre que há a
entrada de novos itens, a valores diferentes da média do custo atual dos estoques. Dessa forma a coluna
Saldos sempre é ajustada em volume, valor e custo médio quando temos a compra de novos itens.
Já no momento da saída de itens, temos o ajuste do volume e do valor total para baixo (para se
adequar a venda que ocorreu) porém o valor médio dos estoques não se altera pois não há a entrada de
itens com custos diferentes para que seja necessário fazer qualquer ajuste.
Este é o método conhecido como "Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair" ou "First In, First Out".
A avaliação feita por esse método se baseia na ordem cronológica das entradas. Sai do armazém em
primeiro lugar justamente aquele material que entrou primeiro lugar, tendo dessa forma o seu custo real
aplicado no cálculo.
Veja o exemplo abaixo, usando o mesmo cenário do quadro anterior para você entender claramente
a diferença. Note desde já que já não usamos mais a coluna do Saldo médio pois, neste método, ela não tem
relevância.
1. Assim como no caso inicial, na coluna Entradas, note que inicialmente foram comprados
200 itens ao valor de $2, totalizando $400. Em seguida uma nova compra, agora de 100
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unidades, ao valor de $500. Veja que na coluna saldos, a soma das compras de 200 e 100
unidades continuam totalizando 300 unidades ao valor de $900 ($400 + $500). Não há mais
a geração de um preço médio, que não é considerado neste cálculo.
2. Em um segundo momento tivemos a saída de 50 itens (coluna Saída). Aqui está a grande
diferença entre os 2 métodos. Ao invés de usarmos o preço médio do estoque (como foi
feito no método anterior), agora usa-se o próprio valor do item que está saindo que, no
PEPS, são os primeiros que entraram, lembra-se? Desta forma os 50 itens que estão saindo
fazem parte do primeiro lote de 200 unidades que entrou, ao custo de $2/cada. Dessa
forma, os 50 itens saem com o valor de $2/cada e não ao preço médio de $3 como
aconteceu no exemplo anterior.
3. Veja agora que na coluna Saldo, com a saída dos 50 itens que vimos no item 2, o saldo
cai de 300 para 250. O valor total dos estoques acompanha a queda porém, ao invés de
cair para $750 como no exemplo anterior (pois o preço médio do item que saía era $3), cai
para $800 pois saíram 50 itens ao seu valor de entrada $2, portanto a saída representa
$100.
Veja que agora o custo médio do estoque sequer é calculado e o valor da saída é exatamente o valor
da entrada do item (no caso, $2). Como foram só 50, todos estão contidos no primeiro lote que entrou, de
200 unidades.
Porém, se a venda tivesse sido, por exemplo, de 250 unidades, teríamos a saída de todo o lote de
200 unidades a $2/cada mais a saída de 50 unidades do segundo lote, a $5/cada, portanto teríamos uma
saída total de $650, ou seja, 200 unidade a $2 (=$400) e 50 unidade a $5 (=250), totalizando $650.
Já o método UEPS é conhecido como o "Último a Entrar, Primeiro a Sair" ou "Last In, First Out". Você
vai notar que a lógica é exatamente a contrária do PEPS/FIFO.
Esse método de avaliação considera que devem em primeiro lugar sair os itens que deram entrada
no estoque mais recentemente, ou seja, os último que entraram. Isso faz com que o saldo seja sempre
avaliado ao preço das últimas entradas, o que eleva o seu valor, sendo por isso o método indicado para
períodos inflacionários.
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1. Mais uma vez, assim como no caso inicial, na coluna Entradas, note que inicialmente
foram comprados 200 itens ao valor de $2, totalizando $400. Em seguida uma nova
compra, agora de 100 unidades, ao valor de $500. Na coluna saldos, a soma das compras
de 200 e 100 unidades continuam totalizando 300 unidades ao valor de $900 ($400 + $500).
Novamente não há a geração de um preço médio, que não é considerado neste cálculo.
3. Veja agora que na coluna Saldo, com a saída dos 50 itens que vimos no item 2, o saldo
continua caindo de 300 para 250. Isso não se altera pois a saída em volume é a mesma. A
diferença está no valor. O valor total dos estoques acompanha a queda porém, ao invés de
cair para $800 como no método PEPS (que considera o valor de $2/item), cai para $650
pois saíram 50 itens ao valor de entrada de $5, portanto a saída representa $250, ao
contrário dos $100 do método PEPS.
Mais uma vez, perceba que o custo médio do estoque sequer é calculado e o valor da saída é
exatamente o valor da entrada do item (neste caso, $5). Como foram só 50, todos estão contidos no último
lote que entrou, de 100 unidades.
Porém, se a venda tivesse sido, por exemplo, de 250 unidades, teríamos a saída de todo o lote de
100 unidades a $5/cada mais a saída de 150 unidades do primeiro lote, a $2/cada, portanto teríamos uma
saída total de $800, ou seja, 100 unidade a $5 (=$500) e 150 unidade a $2 (=$300), totalizando $800.
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6 - Considerações Finais
Bem, chegamos ao final de mais uma aula, a última que trata dos Estoques, um dos temas mais
cobrados em Gestão de Materiais.
Mais adiante estudamos as políticas do chamado estoque "zero", o Just in Time (muito cobrado em
provas!) e o Kanban, que deriva do próprio JIT.
Por fim entramos em temas que exigem a execução de pequenos cálculos e que geralmente cobrados
de modo prático nas provas de concurso.
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Vimos primeiro os indicadores de estoques como giro, cobertura e estoque médio e, depois, os
principais métodos de avaliação de estoques como o custo médio, PEPS / UEPS e o custo de reposição.
É preciso estar preparado para resolver pequenos problemas práticos que envolvam cada um desses
conceitos, sabendo suas fórmulas e como aplicá-las para encontrar o número pedido pelo examinador.
Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
Ricardo Campanario
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QUESTÕES COMENTADAS
a) a média aritmética das retiradas em estoque vezes o número de meses das retiradas.
0
b) a média aritmética das retiradas em estoque dividido pelo número de meses das retiradas.
e) o total das saídas e entradas dividido pelo número de meses das retiradas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Não se deve multiplicar, mas sim dividir pelo número de meses, para que se
encontre a média consumida. Além disso não se usa a média das retiradas, mas sim o volume total.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O consumo médio mensal pode ser determinado pela
divisão de tudo que foi consumido ao longo do ano (retiradas dos estoques) pelo número de meses do ano,
ou seja, (C1+C2+C3+Cn)/n.
A alternativa C está incorreta. Não se deve usar a mediana, mas sim a média aritmética.
A alternativa D está incorreta. Não se deve multiplicar, mas sim dividir pelo número de meses, para que se
encontre a média consumida.
A alternativa E está incorreta. Deve se levar em conta apenas as saídas e não as entradas, no cálculo do
consumo médio.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. O intervalo de ressuprimento não está atrelado à falta do material, mas sim
aos seus pedidos de compra, esteja o material disponível em estoque ou não.
A alternativa B está incorreta. Essa não é a definição adequada de intervalo de ressuprimento. Veja os
comentários na alternativa correta.
A alternativa C está incorreta. Essa também não é a definição adequada de intervalo de ressuprimento. Veja
os comentários na alternativa correta. a
A alternativa E está incorreta. Esse é o ciclo do pedido, também conhecido por lead time e não o intervalo
de ressuprimento.
a) Busca incessante pela qualidade todas as vezes que a requisição de materiais chega à área de gestão dos
estoques.
b) Manutenção do estoque mínimo necessário para cada item existente no estoque e melhoria da qualidade,
tendendo a defeito zero.
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c) Verificação contínua dos estoques mínimos com a finalidade de não zerar nenhum item requisitado, para
além da elaboração de relatórios de custo.
d) Trabalho estatístico avançado do setor de materiais e logística, com o objetivo de obter a maior
quantidade possível de cada item, no momento de chegada ao estoque.
e) Uma filosofia de trabalho do setor de materiais e logística fortemente influenciada pelos ideais orientais
de equilíbrio de custos, em particular para serviços de saúde.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O principal objetivo da filosofia Just in Time é a minimização ou eliminação de
estoques. Além disso busca altos níveis de qualidade ao longo de todo o processo e não só quando a
requisição de materiais chega à área de gestão dos estoques.
9 O Just in Time tem como filosofia principal minimizar
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
ou mesmo zerar o estoque dos itens, incorporando a matéria prima à organização no exato momento em
que ela será utilizada no processo produtivo, tentando eliminar sua permanência em estoque. Por isso exige
nível zero de defeito e alto índice de qualidade ao longo de todo o processo.
A alternativa C está incorreta. O principal objetivo da filosofia Just in Time é a minimização ou eliminação de
estoques e não a checagem contínua dos estoques mínimos.
A alternativa D está incorreta. O principal objetivo da filosofia Just in Time é a minimização ou eliminação
de estoques e não a checagem contínua dos estoques mínimos e não a obtenção da maior quantidade
possível de cada item, no momento de chegada ao estoque.
A alternativa E está incorreta. O JIT é sim uma filosofia de trabalho do setor de materiais e logística
fortemente influenciada pelos ideais orientais de equilíbrio de custos, porém não se direciona
especificamente ao setor da saúde e sim a empresas manufatureiras, com o objetivo de minimizar ou
eliminar a utilização de estoques.
e) custos fixos, custos variáveis, dos pedidos de venda e a forma como são negociadas as compras.
Comentários:
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. O princípio fordista não trata de departamentalização, mas do fornecimento
de estoques em demasia, visando evitar a paralisação da produção e arcando com seus custos.
A alternativa B está incorreta. O princípio fordista não trata de padronização, mas do fornecimento de
estoques em demasia, visando evitar a paralisação da produção e arcando com seus custos.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A filosofia fordista é a chamada "just in case",
exatamente oposta à filosofia "just in time", também conhecida por filosofia "Toyota". No just in case a
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organização coloca à disposição dos operários uma quantidade demasiadamente grande de recursos para
serem utilizados na linha de montagem, objetivando combater qualquer eventualidade. Há claro desperdício
ou acúmulo desnecessário de estoque, aumentando os custos do processo produtivo e reduzindo a
rentabilidade da empresa.
A alternativa D está incorreta. O princípio fordista não trata da justiça social, que distribui lucros, mas do
fornecimento de estoques em demasia, visando evitar a paralisação da produção e arcando com seus custos.
A alternativa E está incorreta. O princípio fordista não trata do planejamento, que estabelece objetivos
comuns à linha e ao staff, mas do fornecimento de estoques em demasia, visando evitar a paralisação da
produção e arcando com seus custos.
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a) no aumento da estocagem dos itens finais de produção, importando redução dos custos direta e
inversamente proporcionais à manutenção de estoques.
b) na ampliação dos estoques intermediários, sustentando que é o nível de estoque que determina (empurra)
a demanda.
c) na aplicação do conceito just in time, no qual é a velocidade da produção que determina (puxa) a reposição
de estoques.
d) na supressão do giro de estoque, com ampliação do número de vezes em que determinado item de
material é reposto na organização.
e) no aumento da taxa de cobertura ou antigiro, gerando maior tempo para atendimento das demandas da
área meio em benefício da área fim.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Não há aumento de estocagem. Os estoques vão sendo repostos conforme
vão sendo esgotados pela demanda.
A alternativa B está incorreta. Ao contrário, a demanda é que empurra os níveis de estoque e "puxa" a
produção, assim como no Just In Time.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Kanban é um sistema japonês de gestão de estoques
que consiste na utilização de cartões pelos integrantes da linha de produção. É considerada uma ferramenta
do sistema Just in Time portanto tem a velocidade do abastecimento também influenciada pela demanda
real de produção.
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A alternativa D está incorreta. Não há relação direta com o giro de estoque que é um importante indicador
de estoque. O giro de estoque mede quantas vezes, em um determinado período, o estoque da empresa foi
movimentado ou removido. É conhecido também como indicador de rotatividade. Pode-se concluir que
quanto maior o giro, mais eficiente é a empresa em sua gestão de estoques. É calculado dividindo-se o valor
consumido no período pelo estoque médio do período:
Exemplo: Empresa consumiu 1500 unidades no ano e seu estoque médio foi de 250 unidades. Giro de
Estoque = 1500/250 ou 6. Dessa forma conclui-se que o estoque da empresa "girou" 6 vezes ao longo do
ano.
A alternativa E está incorreta. Não há relação com taxa de cobertura ou antigiro. A cobertura é o cálculo de
quanto tempo o estoque suporta a demanda média da organização:
Por exemplo, a mercearia possui 30 kg de batata estocados e sabe que costuma vender, em média, 10k por
dia. Dessa forma a cobertura do estoque é de 3 dias ou 30/10. Simples!
a) as dificuldades decorrentes da aplicação do conceito just in time, normalmente atrelado a tal método,
dadas as etapas e os prazos previstos no processo licitatório aplicável às aquisições públicas.
b) premissas equivocadas, visto que o referido método pressupõe a manutenção de estoques em nível
máximo, o que não se compatibiliza com os prazos e as etapas inafastáveis para as aquisições por órgãos
públicos.
c) a inviabilidade de adotar a principal premissa do referido método, que é a utilização de insumos
importados, selecionados de acordo com critérios de excelência, o que encontra empecilhos na legislação
pátria.
d) a obrigatoriedade de compras fracionadas, que é o cerne da referida metodologia para assegurar a não
perecibilidade dos insumos, o que não faz sentido para a aquisição de itens não perecíveis como a maioria
dos insumos de informática.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O Kanban é mesmo um modelo ligado a metodologia
Just In Time, na qual a demanda "puxa" o processo de produção e os estoques. Se isso for um problema para
a organização e o cenário na qual está inserida, a aplicação pode mesmo ser inviabilizada.
A alternativa B está incorreta. O Kanban não prevê a manutenção de estoques máximos. Ao contrário,
trabalha com as premissas do JIT.
A alternativa D está incorreta. Não há também a alegada relação com compras fracionadas em função de
perecibilidade dos insumos, mas sim com a minimização de estoques na organização.
A alternativa E está incorreta. Também não há qualquer relação com a obrigatoriedade de adoção do pregão
eletrônico.
a) aos itens cuja reposição é mais onerosa e que devem, assim, ser solicitados apenas quando efetivamente
demandados, dentro do conceito de just in time.
b) ao número de vezes que o estoque de determinado item de material é renovado, em determinado
período.
c) ao indicador responsável por aferir o percentual de requisições dos demais setores da organização que
são atendidas com relação ao total de requisições.
d) aos itens do estoque que demandam maior reposição em função de sua relevância na produção.
e) ao período que o estoque médio será capaz de atender à demanda média, caso não haja reposição, sendo,
assim, também denominado antigiro.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Aqui o examinador mistura conceitos do just in time com a curva ABC.
Definitivamente não é a isso que o enunciado está se referindo.
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A alternativa D está incorreta. Aqui podemos assumir que o examinador está falando do nível de criticidade
operacional, ou seja, dos itens Z (o mais relevantes) em relação ao processo produtivo da organização.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A taxa de cobertura é exatamente o tempo que o
estoque médio (ou existente, depende do contexto) será capaz de suportar e atender a demanda média ou
aguardada. Também é conhecido por antigiro.
10. (FCC/DPE RS/Técnico/2017) A política de uma empresa utiliza como parâmetros para um produto
de consumo mensal de 200 unidades, o estoque mínimo de 100 unidades. São pedidos lotes de
reposição, junto ao fornecedor, em quantidades de 500 unidades. O prazo médio de entrega é de
um mês. Se o fornecedor antecipar em quinze dias a entrega do pedido do lote de reposição, nesse
dia, haverá no estoque:
a) 550 unidades.
b) 650 unidades.
c) 600 unidades.
d) 500 unidades.
e) 700 unidades.
Comentário:
Antes da alternativa, vamos fazer as contas:
Consumo médio mensal: 200 unidades
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a) 300.
b) 200.
c) 400.
d) 150.
e) 500.
Comentário:
Vamos a fórmula do Ponto de Pedido = ES (estoque de segurança ou mínimo) + TR (tempo de reposição) x
CM (consumo médio)
ES = 1 mês = 100 unidades
TR = 3 meses
CM = 100 unidades/mês
Logo: PP = ES + TR x CM = 100 + 3 x 100 = 400 unidades
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a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Segundo Barbieri e Machline (2009), o giro de estoque é um indicador que mede a eficiência da
administração dos estoques, e que quanto maior for o giro de estoque menor é o tempo em que o material
permanece no estoque dentro da empresa, aumentando o fluxo de compras, atendimento e recebimento
de materiais.
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
Comentários:
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Giro de Estoques (ou Rotatividade) é calculado pela
seguinte fórmula:
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I. 100/125= 80%
V. 120/150 = 80%
Sendo assim, o giro mais rápido entre as alternativas apresentadas está na letra C (III), ou seja, o estoque
gira 2 vezes ao mês ou 24 vezes ao ano.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O tempo levado entre o pedido e a completa entrega do material ao cliente (ciclo do pedido ou leadtime)
sem dúvida deve ser levado em conta no momento do estabelecimento do nível adequado para o
ressuprimento.
Caso não seja considerado a organização corre o risco de apresentar quebra de estoque antes da chegada
do pedido do ressuprimento.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
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Na verdade, como de fato não há parâmetros definidos para o ressuprimento automático de materiais de
demanda imprevisível, esses materiais não devem ser estocados. Não são considerados materiais "de
estoque" e, em regra, devem ser adquiridos somente quando forem necessários ao processo produtivo, a
prestação de serviços ou qualquer outra necessidade específica.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Neste caso a adoção do sistema just in time é sim uma opção, especialmente para reduzir os custos de
armazenagem, eliminando as perdas e requisitando materiais apenas quando necessário para atender à
demanda.
Ao mesmo tempo o sistema JIT atua com precisão ao longo do processo, o que ajudará a loja B a aumentar
o nível de serviço junto aos seus principais clientes.
a) CERTO
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b) ERRADO
Comentários:
O dimensionamento dos estoques é sem dúvida influenciado pelo cálculo do retorno do capital.
Quanto maior o retorno obtido em outras utilizações do capital que não o seu emprego em estoques, maior
será a pressão para a diminuição dos estoques e emprego do capital em ações de maior remuneração, como
a atividade produtiva ou mesmo o mercado financeiro.
Tais decisões estão diretamente relacionadas as decisões referentes ao lucro e a liquidez da organização,
conforme também trazido pelo enunciado.
a) 1500 e 1,5;
b) 1500 e 1,2;
c) 1250 e 1,2;
d) 1200 e 1,5;
e) 1200 e 1,2.
Comentário:
Antes de buscar a alternativa correta, vamos as contas.
O Estoque médio do primeiro mês pode ser calculado somando-se os estoques das 4 primeiras semanas e
dividindo-se pelo número de períodos:
Estoque médio mês = (3000+2000+1000+0) / 4 = 1500 unidades
Já a cobertura geral podemos encontrar dividindo o estoque médio pela demanda média do mesmo período.
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19. (FGV/DPE RJ/Técnico Superior Especializado/2019) Uma organização adota sistema de reposição
contínua para o estoque de resmas de papel. O montante anual despendido com o material permite
que as aquisições sejam efetuadas por compra direta, e o custo de pedido é de R$ 80,00. O consumo
mensal de resmas é, em média, de 100 unidades, o estoque de segurança é de 40 unidades e o tempo
de ressuprimento é de nove dias corridos. Na situação descrita, o ponto de pedido é (considere que
um mês tem 30 dias):
a) 40 unidades;
b) 60 unidades;
c) 65 unidades;
d) 70 unidades;
e) 72 unidades.
Comentário:
Vamos ao cálculo, antes de buscarmos a alternativa correta.
Ponto Pedido = ES + TR x CM
Estoque de Segurança = 40 unidades
Consumo Médio = 100 unidades/mês ou 3,33/dia
Tempo de Reposição = 9 dias
PP = 40 + 9 x 3,33 = 70
20. (FGV/CM Salvador-BA/Analista Legislativo Municipal/2018) Uma escola pública hipotética adota o
sistema de reposição contínua para a manutenção dos níveis de canetas para quadro branco em
estoque. O consumo mensal é de 300 canetas, o estoque de segurança é de 60 canetas e o tempo
de reposição solicitado pelo vendedor é de 2 dias. Considerando o mês de 20 dias, os pedidos
deverão ser realizados quando a quantidade de canetas em estoque for de:
a) 150;
b) 120;
c) 90;
d) 80;
e) 60.
Comentário:
Vamos fazer as contas antes de buscar a alternativa:
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Ponto Pedido = ES + TR x CM
Estoque de Segurança = 60 canetas
Consumo Médio = 300 unidades/mês ou 15/dia (atenção pois o enunciado diz que o mês é de 20 dias!)
Tempo de Reposição = 2 dias
PP = 60 + 2 x 15 = 90
a) consiste em emitir um pedido de compra sempre que o nível de estoque atingir o ponto de pedido, sendo
bastante sensível ao tempo de atendimento;
b) consiste em emitir pedidos de compra em intervalos fixos, em quantidades que deixariam o estoque pleno
no momento do pedido;
c) também chamado de modelo do lote padrão, ou modelo do estoque máximo, depende do tempo de
atendimento para determinação do ponto de pedido;
d) por trabalhar com o estoque mínimo, corre o risco de ficar sem estoque caso a demanda seja
razoavelmente maior que a utilizada para determinação do ponto de pedido;
e) por trabalhar com o estoque mínimo, o estoque de segurança não deve ser inferior a 30% do lote
econômico.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. O sistema de revisão periódica de suprimento não tem seu ponto de pedido
estabelecido por qualquer nível de estoque, mas sim por períodos pré-determinados.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. No sistema de revisão periódica teoricamente não há
preocupação com o estoque mínimo para a definição do momento da compra e por isso ele também é
conhecido como sistema de estoque máximo. Nesse sistema o material é reposto periodicamente em ciclos
iguais de tempos e na quantidade que será demandada no período seguinte, independentemente do volume
atual dos estoques.
A alternativa C está incorreta. Também chamado de modelo do lote padrão, ou modelo do estoque máximo,
porém não depende do tempo de atendimento para determinação do ponto de pedido e sim dos períodos
pré-estipulados.
A alternativa D está incorreta. Ao contrário, o sistema de revisão periódica de suprimento costuma trabalhar
com o estoque máximo e não o mínimo.
A alternativa E está incorreta. O sistema de revisão periódica de suprimento costuma trabalhar com o
estoque máximo e não o mínimo.
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a) 150 e 70;
b) 250 e 90;
c) 250 e 80;
d) 130 e 80;
e) 130 e 70.
Comentário:
Vamos fazer alguns cálculos antes de buscar a alternativa correta.
O estoque máximo pode ser determinado pelo estoque de segurança somado ao lote de compra, ou seja:
Emáx = Eseg + Q ou 10 resmas +120 resmas. Dessa forma o maior estoque que a firma atingirá será de 130
resmas.
Já o estoque médio pode ser calculado pela soma do estoque mínimo com Lote de Compra/2 ou EMédio =
Emin + Q/2, ou seja: Emédio = 10 + 120/2 = 70 resmas.
a) 800;
b) 900;
c) 950;
d) 1.150;
e) 1.350.
Comentário:
Vamos aos cálculos antes da alternativa correta:
Ponto Pedido = ES + TR x CM
Estoque de Segurança = 500 unidades
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Quantidade de ressuprimento: 900 a cada 4 meses, logo Consumo Médio = 225 unidades/mês
Tempo de Reposição = 2 meses ou 60 dias
PP = 500 + 2 x 225 = 950
24. (FGV/TJ RO/Analista Judiciário/2015) Em um hospital, determinado item tem consumo mensal de
50 unidades. Dada a importância do item, o hospital não permite que seu estoque seja zerado. Se o
consumo mensal aumentar para 60 unidades e um atraso no tempo de reposição for de 15 dias, o
estoque mínimo do item deverá ser de:
a) 60 unidades;
b) 40 unidades;
c) 30 unidades;
d) 25 unidades;
e) 10 unidades.
Comentário:
Vamos aos cálculos antes da alternativa correta. Para este tipo de problema é necessário usar a fórmula de
cálculo do Estoque Mínimo com alteração no consumo e no tempo de reposição, conforme relata o
enunciado:
Estoque Mínimo = (C2 - C1) + C2 x Atraso
C2 = Novo consumo = 60
C1 = Consumo anterior = 50
Atraso = 15 dias ou 0,5 mês
Estoque Mínimo = 60-50 + 60 x 0,5 = 40
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26. (QUADRIX/CRO PB/Auxiliar/2018) Just in time é uma filosofia operacional de uso de estoques para
que se possa cumprir a meta de disponibilizar produtos no lugar e no tempo certos. Quanto a essa
filosofia, julgue o item seguinte. O planejamento da produção do sistema Just in Time deve garantir
uma carga de trabalho diária estável, que possibilite o estabelecimento de um fluxo contínuo dos
materiais.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O Just In Time realmente depende de demanda e fluxos diários estáveis, para que a organização e seu
fornecedor possam minimamente se organizar em relação ao fluxo de entregas exatamente no momento e
na quantidade desejada, evitando a formação de estoques.
Alterações inesperadas de demanda impactam o resultado da filosofia JIT, obrigando a criação de estoques
(o que contraria a filosofia) ou levando a paralisação da produção justamente pela falta de material em
estoque (em respeito a filosofia).
Dessa forma a filosofia JIT busca essencialmente a manutenção de uma carga de trabalho diária previsível e
estável.
27. (QUADRIX/CRO PB/Auxiliar/2018) Just in time é uma filosofia operacional de uso de estoques para
que se possa cumprir a meta de disponibilizar produtos no lugar e no tempo certos. Quanto a essa
filosofia, julgue o item seguinte. É uma proposta de reorganização do ambiente produtivo
assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios vise ao melhoramento contínuo
dos processos de produção, em particular no que se refira a fatores como velocidade, qualidade e
preço dos produtos.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
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Essa é mesmo a essência do JIT: reorganizar todo o ambiente produtivo, eliminando desperdícios por meio
da melhoria contínua dos processos, o que envolve a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos.
Com todas essas alterações o objetivo é tornar o processo fluido, eficiente, previsível, estável,
proporcionando a organização receber seus materiais imediatamente antes de levá-los à linha de produção,
evitando a formação de estoques e seus custos.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Esse é o principal conceito da filosofia JIT. A produção é "puxada", ou seja, a demanda do cliente/mercado é
que faz com que os materiais avancem pela linha de produção e tornem-se produtos acabados. Difere
essencialmente da produção "empurrada", quando a organização produz e abastece o mercado sem ter
qualquer garantia de vendas e precisa fazer o produto "girar" por meio de ações de marketing e trade.
A produção "puxada" do JIT permite que a organização minimize ou mesmo elimine os estoques visto que
toda sua produção está comercializada, desta forma o material entra na empresa, é encaminhado a linha de
produção, transformado em produto acabado e entregue ao cliente. Não há estocagem nem de matéria
prima e nem de produto acabado.
29. (QUADRIX/CFBIO/Agente Administrativo/2018) Com base nos conceitos e nas aplicações sobre a
administração de recursos materiais, julgue o item. O aumento do consumo de determinado
material, mantendo‐se o mesmo giro de seu estoque, pode acarretar aumento das despesas, em
razão do maior investimento em estoques.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O giro do estoque é representado pela relação entre o consumo e o estoque médio do material.
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Se o consumo aumenta, é normal notar aumento do giro. Como o enunciado assume que há aumento do
consumo porém o giro permanece estável, só há uma explicação, o aumento dos estoques na mesma
proporção. Dessa forma os estoques estariam crescendo proporcionalmente ao consumo, mantendo estável
o giro do item.
Com o aumento dos estoques é razoável aguardar aumento de despesas em função dos custos atrelados aos
estoques porém, é bom lembrar que temos também provável aumento das receitas em função do aumento
do consumo do material, que pode estar sendo causado por aumento da demanda e vendas, ajudando a
equilibrar ou até mesmo melhorando o resultado financeiro final.
30. (QUADRIX/CFBIO/Agente Administrativo/2018) Com base nos conceitos e nas aplicações sobre a
administração de recursos materiais, julgue o item. Os sistemas apoiados pelos conceitos do just
in time têm como meta o estoque "zero".
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O sistema Just in Time (ou JIT ou mesmo "sistema Toyota") consiste em produzir somente o que já tem
demanda assegurada. É popularmente conhecido por aquele sistema em que a demanda "puxa" a produção
(ao contrário dos sistemas que vimos até agora, inclusive o MRP), ou seja, a fábrica apenas se mobiliza,
planeja e produz aquilo que o mercado está demandando.
A ideia surgiu no Japão nos anos 70 e foi assimilada no mundo ocidental ao longo da década de 80, trazendo
a meta do "estoque zero". O JIT é comumente associado a expressões (que aparecem muito em provas!)
como "produção sem estoques", "eliminação do desperdício", "melhora contínua de processos", etc.
Para funcionar dessa maneira é necessária grande integração do cliente com seus fornecedores, que devem
ser verdadeiros parceiros e membros ativos da cadeia produtiva. As entregas devem ser diárias e de acordo
com o que vai ser produzido (e é demandado pelo mercado).
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
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a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O Giro de Estoque (ou Rotatividade), ao contrário do que diz o enunciado, é uma relação existente entre o
consumo anual (saídas do estoque e não as vendas) e o estoque médio do produto. Pode ser calculado pela
fórmula:
Mede quantas vezes, em um determinado período, o estoque da empresa foi movimentado ou removido,
ou seja, quantas vezes ele "girou".
Atenção pois o conceito trazido pelo enunciado é parecido porém fala em vendas e não saídas do estoque,
que podem acontecer mesmo sem vendas efetivamente realizadas.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
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GABARITO
1. B
2. D
3. B
4. D
5. C
6. C
7. A
8. E
9. C
10. E
11. C
12. ERRADA
13. C
14. CORRETA
15. ERRADA
16. ERRADA
17. CORRETA
18. B
19. D
20. C
21. B
22. E
23. C
24. B
25. C
26. CORRETA
27. CORRETA
28. CORRETA
29. CORRETA
30. CORRETA
31. ERRADA
32. ERRADA
33. CORRETA
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RESUMO
Sistemas de Controle e Estoques: Controlar estoques é um tema preocupante para os fabricantes. Criar
e implantar fórmulas para reduzir estoques sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos
é um dos maiores desafios dos empresários e gestores ao longo do processo de gestão de materiais.
• Sistema de duas gavetas: Nesse sistema temos em uma gaveta (caixa ou qualquer outro
compartimento) um nível de estoque para suprir o abastecimento durante o período
combinado. Tão logo esse material se esgote a primeira gaveta é abastecida com materiais
provenientes da segunda gaveta, que armazena todo o volume estocado do item e é
disparado um pedido de reposição.
• Sistema de máximos e mínimos: nessa metodologia o sistema de reposição é automático.
Tem-se um volume de estoques mais um estoque de segurança. Tão logo o nível de segurança
é atingido deve ser recebido um novo lote de material, evitando o consumo do estoque
mínimo (ou de segurança).
MRP: É um sistema que estabelece uma série de procedimentos, regras e critérios de modo a
atender as necessidades de produção numa sequência de tempo logicamente determinada pra cada
item componente do produto final. O sistema é capaz de planejar diferentes necessidades de
materiais a cada alteração sofrida pelo programa de produção, pelos registros de inventários ou
mesmo pela composição de produtos acabados. O principal elemento do MRP é o seu Programa
Mestre de Produção (ou PMP). Este programa baseia-se na carteira de pedidos dos clientes e nas
previsões de demanda. É responsável por orientar todo o sistema MRP, trazendo todas as
informações sobre o produto final, ou seja, quais os componentes e quando serão agregados ou
transformados no produto final que se pretende produzir.
Inventários: Uma das maiores ferramentas de gestão dos estoques é o inventário. O controle
efetuado pela realização dos inventários permite o acompanhamento correto dos volumes de
materiais estocados e está diretamente ligado aos sistemas de reposição que acabamos de estudar.
• Anual ou Geral (chamado também de balanço geral): processo longo, geralmente efetuado
uma vez ao ano e no qual todos os itens são contados de uma única vez. Em seguida são
efetuadas as comparações com os sistemas gerenciais e contábeis da organização.
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• Rotativo: nesta modalidade alguns itens (os mais significativos, que representam os maiores
valores de estoque e são estratégicos e imprescindíveis para a produção) são inventariados
mais de uma vez por ano ou sempre que necessário. Não exigem a completa paralização da
área inventariada.
Políticas de Estoque "zero": O cenário ideal seria a "eliminação" dos estoques, minimizando seus custos
e os transferindo todos ao fornecedor, que apenas entregaria o material no momento e local exatos
planejados para a produção. As técnicas de administração japonesas possibilitaram a implantação dessa
política, à medida que se estabelecem parcerias entre clientes e fornecedores, com vantagens para ambas
as partes.
Just In Time: O sistema Just in Time (ou JIT ou mesmo "sistema Toyota") consiste em produzir
somente o que já tem demanda assegurada. É popularmente conhecido por aquele sistema em que
a demanda "puxa" a produção (ao contrário dos sistemas que vimos até agora, inclusive o MRP), ou
seja, a fábrica apenas se mobiliza, planeja e produz aquilo que o mercado está demandando. Dessa
forma todo o material entregue é empregado imediatamente na produção e não há estoque.
Kanban: O Kanban também é um sistema japonês de gestão de estoques que consiste na utilização
de cartões pelos integrantes da linha de produção. É considerada uma ferramenta com a mesma
filosofia do sistema Just in Time portanto tem a velocidade do abastecimento também influenciada
pela demanda real de produção. Atenção pois não é um sinônimo do JIT, mas sim um instrumento
que utiliza como filosofia os conceitos do JIT.
Indicadores de Estoques: são ferramentas gerenciais muito usadas e que permitem ao gestor controlar
os volumes e as performances dos estoques.
Giro ou Rotatividade: O Giro de Estoque (ou Rotatividade) é uma relação existente entre o
consumo anual e o estoque médio do produto. Pode ser calculado pela fórmula:
Antigiro ou Cobertura: Outro índice bastante útil para a análise de estoques é o Antigiro ou Taxa
de Cobertura. Enquanto o Giro indica quantas vezes o estoque rodou no ano, o Antigiro indica
quantos meses de consumo equivalem ao estoque real ou ao estoque médio. A taxa de cobertura
pode ser calculada pela fórmula:
Estoque Médio: O Estoque Médio é um parâmetro útil que resume as transações de entradas e
saídas de determinado item de estoque. Pode ser calculado pela seguinte fórmula:
EM = (Q/2) + ES
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Avaliação de Estoques: A avaliação adequada dos materiais recebidos e localizados no estoque é de suma
importância para a Contabilidade. Nesse contexto, todas as formas de registro de estoque objetivam
controlar a quantidade de materiais em estoque, tanto o volume físico como o financeiro.
Custo Médio: Esta é a forma mais frequente de avaliação. Toma por base o preço de todas as
retiradas, ao preço médio do suprimento total do item em estoque. O método age como um grande
estabilizador pois equilibra as flutuações de preços além de, no longo prazo, refletir os custos reais
das compras do material.
Método PEPS (FIFO): Este é o método conhecido como "Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair" ou "First
In, First Out". A avaliação feita por esse método se baseia na ordem cronológica das entradas. Sai do
armazém em primeiro lugar justamente aquele material que entrou primeiro lugar, tendo dessa
forma o seu custo real aplicado no cálculo.
Método UEPS (LIFO): Já o método UEPS é conhecido como o "Último a Entrar, Primeiro a Sair" ou
"Last In, First Out". Você vai notar que a lógica é exatamente a contrária do PEPS/FIFO. Esse método
de avaliação considera que devem em primeiro lugar sair os itens que deram entrada no estoque
mais recentemente, ou seja, os último que entraram. Isso faz com que o saldo seja sempre avaliado
ao preço das últimas entradas, o que eleva o seu valor, sendo por isso o método indicado para
períodos inflacionários.
Custo de Reposição: A avaliação pelo custo de reposição tem por base a elevação dos custos a
curto prazo em relação à inflação.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
5 - Layout .................................................................................................................................................... 19
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Gabarito .......................................................................................................................................................... 45
Resumo ........................................................................................................................................................... 46
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ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO
1 - Considerações Iniciais
Em seguida estudaremos o processo de Recebimento, um dos temas desta aula mais cobrados em
provas de concursos. Mergulharemos em cada uma de suas etapas, desde a entrada, passando pelas
conferências qualitativa e quantitativa e, finalmente, pela regularização e finalização do processo.
Indo mais adiante, dedicaremos um capítulo da aula para o Layout e suas variáveis como corredores,
portas, prateleiras, etc. Conheceremos ainda as formas de utilização do espaço vertical.
Por fim, falaremos bastante sobre a movimentação de materiais. Neste capítulo veremos os principais
objetivos da atividade, assim como as "leis" que a regem, os principais equipamentos e veículos utilizados e
as técnicas de segurança empregadas.
Boa aula!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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Não há como um sistema de gestão de materiais funcionar sem um local específico para a guarda de
materiais. Esse local é o almoxarifado. É lá onde o material é devidamente armazenado e protegido. Vamos
conhecer um pouco do seu histórico pois isso as vezes é tema específico de alguns editais.
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO
CONCEITOS
Como alguns de seus maiores objetivos o almoxarifado procura eliminar divergências de inventário
e perdas de qualquer natureza, minimizando o desperdício e a ineficiência, como já vimos acima.
Dessa forma o almoxarifado deve dispor das condições adequadas para assegurar tudo aquilo que
já conhecemos como o mantra da Administração de Materiais, ou seja, o material na quantidade desejada,
no local correto e no tempo preciso, tudo com base nas técnicas de armazenagem e movimentação
adotadas.
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Para que tudo isso seja obtido é fundamental que o almoxarifado introduza rotinas rigorosas de
preservação e retiradas dos materiais, protegendo-os de furtos e desperdícios e garantindo a eficiência por
toda a cadeia.
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CONTROLE
O controle é uma etapa que, embora não apareça no organograma acima, permeia de forma
matricial todas as atividades listadas.
Para que o processo todo funcione de maneira segura e eficiente é necessário um sistema seguro
que possa fornecer a qualquer momento relatórios e informações a respeito das quantidades disponíveis,
aonde se encontram e quais as mercadorias em processo de recebimento, devolução, trânsito, etc. (lembre-
se dos conceitos de estoques real e virtual).
Esse sistema de controle, como dito acima, deve abranger todas as "funções" do organograma acima,
ou seja, o recebimento, a armazenagem e a distribuição.
RECEBIMENTO
Aqui falaremos rapidamente do recebimento pois o próximo capítulo é dedicado inteiramente a ele.
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Suas atividades vão desde a recepção do material no momento da entrega realizada pelo fornecedor
até a definitiva entrada nos estoques, passando por isso por todo o processo de inspeção tanto qualitativo
quanto quantitativo.
As atividades a seguir não fazem mais parte do processo de Recebimento, porém ainda estão
abrangidas dentro das atividades do almoxarifado. Vamos a elas:
ARMAZENAGEM
A armazenagem, em linhas gerais trata dos procedimentos e cuidados que deverão ser tomados em
relação à disposição dos materiais nos almoxarifados, de acordo com suas classificações de perecibilidade,
periculosidade, regras e frequência de utilização, entre outras variáveis.
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A guarda seguirá critérios e técnicas definidas que visam a garantia de segurança e eficiência ao longo
do processo, como a utilização plena do espaço disponível tanto em seu comprimento como em largura e
altura! Veremos com calma mais à frente.
DISTRIBUIÇÃO
Por fim, mesmo que tudo até aqui tenha sido realizado com perfeição, caso a distribuição também
não ocorra a contento, todo o ganho pode ser perdido. Já vimos que a atividade de gestão de materiais é
uma cadeia e, dessa forma, se um elo não funciona, todo o benefício obtido é desperdiçado.
A distribuição do material deve ser realizada de forma coordenada e fecha todo o processo de
armazenamento e movimentação que estudaremos aqui, garantindo seus resultados buscados nas
dimensões de qualidade (atendimento das requisições) e eficiência (redução de custos).
==20a903==
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Algumas das atribuições do processo de recebimento baseiam-se na análise dos documentos fiscais
e confrontação entre o declarado e o, de fato, entregue.
São os documentos fiscais emitidos pelo fornecedor que desencadeiam o processo de recebimento
junto ao comprador.
Entendendo um pouco mais da nota fiscal, é um documento emitido pelo vendedor, no qual notifica
ao fisco os respectivos impostos que deverão ser recolhidos em relação à transação: Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS).
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Serve também como documento que acompanha o transporte da mercadoria do fornecedor até a
sua entrega no destinatário.
A nota fiscal não tem valor como instrumento de cobrança e, por isso, há a necessidade de
estudarmos outros documentos como a Fatura, a Duplicata e a Nota Fiscal Fatura.
FATURA
Nas vendas a prazo o vendedor deve emitir uma fatura que, com base no valor da nota
fiscal, conterá dados adicionais como prazos e valores das parcelas de cobrança e
respectivo banco. A fatura não é título hábil para cobrança, como a duplicata.
DUPLICATA
É uma cópia da fatura quando se tratar de cobrança única. Caso a fatura possua mais de
um pagamento, teremos tantas duplicatas quanto o número de parcelas (valores parciais).
A duplicata por sua vez é um título de crédito cuja quitação comprova a liquidação da
obrigação. É emitida pelo vendedor contra o comprador.
Algumas empresas aglutinam todas as faturas em uma única peça, a nota fiscal fatura,
fazendo a cobrança por intermédio de duplicatas.
O início do processo de recebimento se dá com a entrada dos materiais e tem como objetivo
recepcionar os veículos transportadores, checar a respectiva documentação, direcioná-los a descarga e
cadastrar os dados necessários em diferentes sistemas de controle que integram as áreas de Administração
de Materiais, Contas a Pagar, Compras e Gestão de Estoques.
O processo de entrada dos materiais acontece em dois locais distintos: a portaria e o almoxarifado.
Vejamos:
PORTARIA
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Feita essa checagem inicial, o material deve ser encaminhado para entrada no almoxarifado (caso
tudo esteja em ordem) ou recusado (caso a compra não esteja autorizada ou entregue fora do prazo, neste
caso incluindo-se observação no verso da nota fiscal).
ALMOXARIFADO
Nesta primeira checagem não só os volumes são primariamente conferidos como as condições das
embalagens e da carga em geral.
É nessa primeira avaliação na entrada do almoxarifado que diferentes tipos de violações ou avarias
nas embalagens (sinais de quebras, umidade, amassados ou outros danos) são detectados e registrados no
verso da nota fiscal para futuro ressarcimento ou mesmo resultando em recusa do recebimento.
A conferência quantitativa nada mais é do que uma checagem entre as quantidades contratadas e
as efetivamente recebidas.
Geralmente utiliza-se a técnica da contagem cega, na qual um funcionário conferente que não sabe
qual o real volume adquirido faz a contagem e informa o volume apurado para que seja feita a confrontação
do recebido em relação ao que foi faturado.
A contagem do material recebido pode se dar de diversas formas como: manual (pequenas
quantidades), cálculos (embalagens padronizadas em grandes quantidades), balanças pesadoras (grande
quantidade de pequenas peças como parafusos e porcas), pesagem (materiais de maior peso ou volume
pesados em balanças rodoviárias ou ferroviárias), medição (geralmente com o uso de trenas).
Em todas as modalidades acima a empresa poderá adotar critérios de tolerância que permitiriam o
recebimento das mercadorias encaminhadas com pequenos desvios em relação à quantidade esperada.
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A conferência qualitativa visa checar e garantir a adequação do material adquirido ao fim a que se
destina. Esta etapa é também conhecida por Inspeção Técnica e visa confrontar as condições contratadas
com as de fato entregues, examinando especialmente as seguintes variáveis:
• Características dimensionais
• Características específicas
• Restrições de especificações
MODALIDADES DE INSPEÇÃO
A inspeção pode ser feita ao longo de diferentes etapas (definidas pelo comprador e variando de
acordo com o fornecedor ou com a criticidade do material adquirido):
3.6 - Regularização
Para esta decisão o profissional responsável levará em conta os níveis de tolerância de variação
adotados pela organização, como vimos acima.
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Em resumo o processo de Recebimento é composto por estas quatro grandes etapas e esse é um
tema cobrado com insistência pelas bancas em provas de concurso. Fique atento!
RECEBIMENTO
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4.1 - Embalagens
Note que não é difícil produzir uma embalagem resistente, porém cara. O maior desafio neste quesito
é desenvolver uma embalagem que, além de proteger convenientemente o produto, tenha também um
custo acessível.
Após esses passos é necessário entender também se o produto possui e qual é a sua embalagem
primária, além de eventual necessidade de unitização e os materiais mais indicados para a confecção das
embalagens.
Ao longo desse processo a área de engenharia de embalagens deve trabalhar junto com a de produtos
e, algumas vezes, é preferível mudar o projeto do produto a desenvolver uma embalagem muito cara.
Há diversas formas e técnicas de se embalar e estocar os materiais e esse é um tema bastante cobrado
em provas. Vamos conhecer as principais modalidades e as suas mais importantes características:
CARGA UNITÁRIA
A carga unitária ou unitização é um dos conceitos mais importantes para sua prova. Pode ser definida
como:
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O mais conhecido dispositivo que permite a formação da carga unitária é o pallet, que consiste em
um estrado geralmente de madeira de dimensões diversas, de acordo com as necessidades da empresa e
sobre o qual as mercadorias são depositadas.
O pallet, porém, não é a única forma de obter as cargas unitárias. Existem também recipientes de
coleta como as caçambas, indicadas especialmente para o manuseio de peças a granel, containers
tradicionais e flexíveis, além de racks e berços metálicos. Temos ainda o processo de pré-lingagem, que
consiste no acondicionamento da carga em redes especiais de nylon ou corda, de forma a proporcionar fácil
manuseio por guindastes, permitindo o aumento da velocidade de carregamento e descarregamento.
PALETIZAÇÃO
Com o passar do tempo e aumento de sua utilização, tornou-se necessário estabelecer normas de
medidas para esses recipientes formadores de cargas unitárias, com o que os pallets se tornaram
padronizados em relação aos seus tamanhos.
Hoje é considerado antieconômico manter pallets de vários tipos e dimensões, fazendo com que as
organizações adaptem as suas embalagens aos tamanhos disponíveis de pallets padronizados, usufruindo do
máximo benefício logístico.
Como as mercadorias que são acomodadas sobre ele não têm sempre o mesmo tamanho, para cada
uma delas é necessário aplicar um arranjo físico diferente sobre o pallet, com o objetivo de dar a elas a
maior sustentação possível.
É justamente por essa razão que as caixas de formato cúbico não são as mais indicadas para esse
processo por não permitirem "encaixes" que dão maior suporte e resistência à pilha, dificultando a sua
arrumação sobre o pallet e o seu empilhamento com segurança. Embalagens em forma de cone, cilíndricas
ou qualquer forma não usual também não são indicadas pois dificultam a arrumação e equilíbrio do pallet.
Outros tipos de embalagem também não são indicados para paletização como embalagens fracas
(que não permitam empilhamento), demasiadamente cheias, mal identificadas, entre outras.
A utilização dos pallets tem algumas vantagens e desvantagens que valem a pena ser estudadas:
VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior densidade de carga no armazenamento. Pouco eficiente para materiais de baixo giro.
Padronização e automação dos sistemas de Dependência de equipamentos especiais para sua
recebimento e fornecimento de materiais. movimentação, como as empilhadeiras.
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Redução nos custos de manuseio e manutenção. Alto investimento nos equipamentos para o seu
manuseio.
Redução no tempo de carga e descarga. Custo operacional elevado no caso de baixa vida útil
dos pallets (ataque de pragas nos de madeira, por
exemplo).
Melhoria na utilização de espaços verticais, Dificuldade na utilização de embalagens não
aumentando a capacidade de armazenamento. padronizadas ou pouco resistentes.
Compatibilidade com todos os meios de transporte. Pesos dos pallets.
TÉCNICAS DE ARMAZENAMENTO
Carga Unitária (ou unitizada): esta já estudamos. É a mais cobrada em provas e você
precisa memorizar. É a carga constituída de embalagens de transporte que acondicionam
quantidades variadas de material como se fossem uma só unidade, facilitando seu
manuseio, transporte e o próprio armazenamento. Em resumo é a técnica que permite
reunir inúmeros itens em uma única embalagem ou volume.
Racks: Devem acomodar peças longas e estreitas como tubos, barras, tiras, etc.
A escolha do melhor sistema de estocagem de uma empresa é feita em função do espaço disponível,
do número de itens estocados, do tipo de embalagem e da velocidade de atendimento necessária. Ao se
fazer um estudo de implantação ou modificação de um depósito, deve-se efetuar uma comparação entre os
custos de armazenagem do novo sistema e as vantagens adquiridas, em termos de tempo e dinheiro. Como
sempre, constitui-se em mais uma análise de custo-benefício.
CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS
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Temperatura e umidade, por exemplo, caso não devidamente controladas, são fatores que
desencadeiam inúmeros problemas, mas não os únicos.
Em mais um exemplo, produtos metálicos (ou com componentes metálicos) se não forem
adequadamente protegidos são afetados pela corrosão durante as fases de transporte e armazenamento,
até mesmo antes de sua utilização. Estes danos podem tornar o produto inadequado ao uso, causando
indesejável prejuízo.
CRITÉRIOS DE ARMAZENAGEM
• Armazenagem simples - materiais não necessitam de nenhum cuidado especial por parte do
setor de almoxarifado.
• Armazenagem complexa - materiais apresentam fatores que exigem atenção especial dos
profissionais responsáveis pela atividade de almoxarifado. Ao longo da atividade de
armazenamento ou de movimentação esses materiais podem exigir equipamentos de
segurança específicos, estruturas de prevenção de incêndios ou outras providências
especialmente voltadas a eles.
Os principais fatores que podem levar o material a uma armazenagem complexa são: fragilidade,
combustibilidade, volatização, oxidação, explosividade, intoxicação, radiação, corrosão, inflamabilidade e
volumes, pesos ou formas particulares.
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5 - Layout
Definido de maneira simples, o layout nada mais é do que “o arranjo de homens, máquinas e
materiais”, podendo ser definido tecnicamente como:
O layout influi desde a seleção ou adequação do local, assim como no projeto de construção,
modificação ou ampliação, de acordo com a necessidade da organização.
2
Atua ainda diretamente na distribuição e localização dos componentes e estações de trabalho, assim
como na movimentação de materiais, máquinas e operários.
Note que passamos por decisões a respeito da localização dos materiais (estoques), das máquinas e
equipamentos e das pessoas (estações de trabalho). E é de tudo isso mesmo que trata o layout, como vimos
acima.
Não há um critério único para se avaliar a adequação de um layout a determinada atividade. O mais
importante é que o layout adotado permita e colabore para que a organização atinja suas metas.
Dessa forma, em alguns casos pode ser mais interessante reduzir a movimentação interna enquanto,
em outros, o foco possa ser reduzir o custo da estocagem ou, ainda, propiciar espaços capazes de acolher a
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estocagem máxima possível independentemente de seus custos, ou seja, não há uma receita única e cada
caso concreto deverá ser analisado, gerando necessidades e limitações específicas.
Posicional ou de posição fixa - as pessoas e materiais são arranjados, mas o produto não
se move. Esse arranjo é norma em montagens de aviões, por exemplo.
Por produto ou linear - funciona como uma linha de produção, em que os materiais e
pessoas são arranjados em sequência, para produzir o bem ou o serviço.
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Para que o processo produtivo possa acontecer, ao menos um dos três elementos que compõem o
layout da organização precisa se movimentar: homem, máquina ou material. Caso nenhum dos três se
movimento o processo produtivo não ocorre.
Na maioria dos processos na indústria quem se move é o material porém há processos especiais
como na construção de aviões, navios ou equipamentos muito pesados em que homens e máquinas é que
se movimentam em torno do material, mas é uma exceção. É o caso do layout de posição fixa, que já
estudamos.
Isto é bastante importante pois as movimentações são movimentos repetitivos e, caso não estejam
otimizadas, representarão perdas que se acumularão ao longo do tempo em função de ineficiência
produzida.
REDUÇÃO DE CUSTOS
A redução de custos dentro do processo de movimentação pode ser obtida por meio de três grandes
grupos:
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MELHOR DISTRIBUIÇÃO
Por fim, em relação à distribuição, também temos diversas oportunidades de melhoria até a chegada
no usuário final:
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6.2 – Equipamentos de movimentação e sistemas de manuseio
A movimentação e manuseio dos materiais pode ser feita das mais variadas formas, inclusive
manualmente, efetuado pelo esforço físico dos funcionários.
Vimos até aqui o quanto é importante adotar os equipamentos corretos em cada uma das ocasiões,
visando redução de custos, ganho de velocidade, eficiência e a segurança, saúde e satisfação dos envolvidos.
Além disso, as decisões relativas a movimentação de materiais, devem levar em conta aspectos
importantes como o layout adotado, o produto a ser fabricado, a edificação existente e suas limitações
impostas, os custos das movimentações, as áreas necessárias para o funcionamento dos equipamentos,
fontes de energia necessárias, operadores requeridos, entre outros.
Como podemos ver é um processo decisório complexo que, ao final, conta com as alternativas abaixo
para sua execução.
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São utilizados sempre que se precisar realizar uma movimentação constante, entre dois pontos
predeterminados. Nestes casos deve-se usar os sistemas de transportadores contínuos como esteiras,
roletes ou rodízios, transportadores de rosca ou outros.
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Já para os casos em que o transporte se refere a áreas restritas (como no caso dos armazéns), temos
algumas opções de sistemas de manuseio:
Guindastes: compostos por colunas e lança com guincho, acionado por dispositivo mecânico ou elétrico.
Indicados para cargas acima de 5 toneladas.
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Quando o transporte deve acontecer entre pontos sem limites fixos são usados os veículos
industriais. Os mais utilizados são os seguintes:
Paleteiras (ou carro pallet): braços metálicos em forma de garfo recolhem os pallets, elevam a carga e
permitem o seu transporte. Podem ser manuais ou motorizadas. Abaixo um exemplo de paleteira manual.
Empilhadeiras: quando há a necessidade de empilhar a carga, além de transportá-la, deve ser usada a
empilhadeira, que é um carro de elevação por garfos, motorizado e em condições de operar a média
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distância. Conseguem recolher os pallets por meio dos garfos frontais e os elevam à altura requerida para o
empilhamento.
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7 - Considerações Finais
Chegamos ao final de mais uma aula de nosso curso, agora a que trata de todo o processo de
armazenagem e movimentação.
Importante notar que são duas grandes atividades (sobretudo a movimentação) que não adicionam
valor de forma significativa aos produtos acabados porém, ao contrário, representam grandes oportunidades
de redução de custo, tornando o processo como um todo muito mais fluido, rápido, seguro e eficiente.
Antes de chegar a movimentação dos materiais falamos bastante sobre sua chegada ao almoxarifado
e todo o processo de recebimento dividido em suas quatro etapas tradicionais: entrada, conferências quanti
e qualitativa e a regularização. Fique atento aqui pois esse é um tem muito popular em provas de
administração de materiais.
Daí fomos para o layout, seus objetivos e processo de desenvolvimento, fechando o capítulo falando
sobre a taxa de ocupação volumétrica, que muitas vezes é cobrada por meio de exercícios práticos que
buscam o % da área ocupada e livre de um armazém. Importante exercitar isso na prática.
Por fim cobrimos toda a lista de equipamentos destinados a movimentação de materiais, atividade
que embora não gere valor ao produto final tem um imenso potencial de encarecê-lo caso mal executada.
Estudamos os principais equipamentos para o manuseio entre pontos fixos ou não, passando inclusive pelas
"Leis Gerais" da movimentação, que resumem bem os principais pontos que devem ser capturados em
relação a esse tema.
Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
A alternativa B está incorreta. Falta novamente a conferência quantitativa, parte fundamental do processo
de recebimento.
A alternativa C está incorreta. Faltou agora a conferência inicial, com base na nota fiscal emitida.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. O armazenamento por frequência aloca próximo da saída (e não no centro)
os materiais de maior giro.
A alternativa B está incorreta. O armazenamento por frequência aloca próximo da saída (e não no fundo) os
materiais de maior giro.
A alternativa C está incorreta. O armazenamento por frequência aloca próximo da saída os materiais de
maior (e não de menor) giro.
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De acordo com Viana, a Armazenagem por Frequência
implica em armazenar tão próximo quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de
movimento.
A alternativa E está incorreta. O armazenamento por frequência aloca próximo da saída (e não das saídas de
emergência ou abaixo das escadas) os materiais de maior giro.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A utilização de equipamentos automáticos não tem relação com a redução do
custo de oportunidade mas sim com os custos de mão de obra do processo.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. Segundo Ronald Ballou esses não são os procedimentos fundamentais no
processo de controle logístico de estoque.
A alternativa B está incorreta. Segundo Ronald Ballou esses não são os procedimentos fundamentais no
processo de controle logístico de estoque.
A alternativa C está incorreta. Segundo Ronald Ballou esses não são os procedimentos fundamentais no
processo de controle logístico de estoque.
A alternativa D está incorreta. Segundo Ronald Ballou esses não são os procedimentos fundamentais no
processo de controle logístico de estoque.
Segundo Ronald Ballou, quando os produtos chegam à empresa é necessária a realização do controle para
proceder o processo de entrada de materiais. A necessidade básica de tal processo centra-se nas incertezas
que alteram os desempenhos futuros dos planejamentos de estoques. Ballou (2004), traz que alguns
procedimentos são fundamentais nesse processo de controle logístico de estoque, são eles:
• Conferência eletrônica: que diz respeito ao acompanhamento via sistema de informação MRP
(Material Requirement Planning) se o que fora pedido está em conformidade com a nota faturada
pelo fornecedor;
• Conferência física: com a chegada do pedido faz-se o controle de materiais considerando a nota fiscal
eletrônica faturada pelo fornecedor de acordo com o pedido realizado pela empresa que recebe os
materiais.
• Recebimento de materiais: à medida que os materiais são recebidos, a empresa realiza as
conferências eletrônicas e físicas para posteriormente dar baixa no recebimento de materiais,
considerando as devidas confirmações pós-controles. Esse procedimento dá entrada para que o
processo logístico de armazenagem possa ser executado.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. Essa é uma atribuição da área de compras e não do almoxarifado.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Exato. Essas são duas das mais importantes atribuições
do almoxarifado.
A alternativa C está incorreta. Atribuições da área de movimentação e transportes (as vezes chamada de
logística) e não do almoxarifado.
A alternativa E está incorreta. Atribuição da área contábil e/ou financeira e não do almoxarifado.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O arranjo físico está relacionado à organização física (localização e disposição)
e integração dos diferentes elementos componentes do processo de produtivo. Não há relação com a
definição de estratégia relativa aos concorrentes.
A alternativa B está incorreta. O arranjo físico está relacionado à organização física (localização e disposição)
e integração dos diferentes elementos componentes do processo de produtivo. Não há relação com a
definição de políticas de estoque ou ponto ideal de reposição de materiais.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O arranjo físico procura organizar e integrar da melhor
forma possível máquinas, pessoas, materiais e equipamentos, com o objetivo de gerar a maior produtividade
possível ao longo do processo.
A alternativa D está incorreta. O arranjo físico está relacionado à organização física (localização e disposição)
e integração dos diferentes elementos componentes do processo de produtivo. Não há relação com a
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facilitação dos pedidos de compras ou eliminação na dualidade dos itens de suprimento, tema muito mais
relacionado à codificação.
A alternativa E está incorreta. O arranjo físico está relacionado à organização física (localização e disposição)
e integração dos diferentes elementos componentes do processo de produtivo. Não há relação com o
acompanhamento do desempenho do fornecimento de materiais à organização.
a) proteção do produto.
b) valoração contábil.
c) ocupação volumétrica.
d) classificação de fornecedores.
e) marcação de pedidos.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A principal função das embalagens de comercialização
é justamente a proteção dos produtos ao longo de todo o processo logístico, preservando suas características
e valor.
A alternativa C está incorreta. A principal função é a proteção e não a ocupação volumétrica. Ao contrário,
a embalagem deve ser pequena o suficiente para não ocupar espaços desnecessários ao longo das atividades
de armazenamento e transporte.
A alternativa D está incorreta. A principal função é a proteção. Não há qualquer relação com a atividade de
classificação de fornecedores.
A alternativa E está incorreta. A principal função é a proteção. Também não há qualquer relação com a
atividade de marcação de pedidos.
a) classificação de materiais.
b) unitização de cargas.
c) codificação de materiais.
d) avaliação de estoque.
e) integração de serviços.
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Comentários:
A alternativa C está incorreta. A codificação de materiais atribui códigos específicos aos itens facilitando sua
gestão e não os acomoda em unidades maiores de pequenos volumes.
A alternativa D está incorreta. A avaliação de estoque não consiste na acomodação de itens em unidades
maiores de pequenos volumes.
A alternativa E está incorreta. A integração de serviços também não consiste na acomodação de itens em
unidades maiores de pequenos volumes.
a) ingresso
b) verificação
c) comparação
d) admissão
e) regularização
Comentários:
A alternativa A está incorreta. O termo técnico correto no contexto buscado é a regularização. Veja a
definição no comentário da alternativa correta.
A alternativa B está incorreta. O termo técnico correto no contexto buscado é a regularização. Veja a
definição no comentário da alternativa correta.
A alternativa C está incorreta. O termo técnico correto no contexto buscado é a regularização. Veja a
definição no comentário da alternativa correta.
A alternativa D está incorreta. O termo técnico correto no contexto buscado é a regularização. Veja a
definição no comentário da alternativa correta.
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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A regularização é e última das 4 fases e constitui-se
do encerramento do processo após as etapas de recebimento e de conferência quantitativa e qualitativa do
material entregue, resultando na aceitação total, parcial ou mesmo recusa do material entregue e a
finalização do processo com o pagamento ou devolução do que foi adquirido.
a) Em órgãos públicos, a armazenagem dos materiais por agrupamento é mais vantajosa que a armazenagem
por frequência de uso, pois facilita a localização dos materiais.
b) Facilitar o acesso aos itens do depósito, proteger os materiais e maximizar o uso da mão de obra são
objetivos da armazenagem.
c) Em órgãos públicos, é ideal manter estoque zero de materiais.
d) A definição dos critérios de armazenagem dos materiais de consumo de um órgão público está
diretamente relacionada aos critérios de licitação.
e) A redução dos custos de materiais é diretamente influenciada pela proximidade entre os centros de
distribuição e os centros consumidores.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A armazenagem por agrupamento facilita as tarefas de arrumação e busca,
mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço. Já a armazenagem por frequência de uso
implica armazenar tão próximo quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de
movimento. No caso dos órgãos públicos, a armazenagem dos materiais por frequência de uso é mais
vantajosa que a armazenagem por agrupamento, permitindo maior agilidade e melhor aproveitamento do
espaço disponível.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. As três ações listadas estão entre os principais
objetivos de armazenagem que são os seguintes:
• Maximizar o uso dos espaços;
• Facilitar o acesso aos itens do depósito;
• Proteger e abrigar os materiais;
• Facilitar a movimentação interna do depósito;
• Maximizar a utilização de mão de obra e equipamentos.
A alternativa C está incorreta. Como o órgão público está sempre submetido ao processo de licitação para a
compra de materiais, é impensável um cenário sem estoques ou de compras sob demanda (JIT) visto a
burocracia e demora inerentes ao processo.
A alternativa D está incorreta. São diversos os critérios de armazenagem que devem ser observados na
gestão de materiais, quase sempre vinculados às características do material (e não ao processo licitatório),
tais como fragilidade, volume, peso, forma.
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A alternativa E está incorreta. A proximidade dos centros de distribuição dos centros consumidores pode
reduzir os custos de distribuição e transportes, mas não os custos de aquisição dos materiais.
a) visual.
b) de identificação.
c) do certificado de qualidade.
d) dimensional.
e) documental.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O procedimento adotado para detectar avarias nas
embalagens é mesmo a inspeção visual. Por meio dela, é possível verificar as condições da embalagem.
A alternativa B está incorreta. A inspeção de identificação diz respeito à análise da identificação dos itens
recebidos.
A alternativa C está incorreta. A inspeção do certificado de qualidade se refere, como o próprio nome diz, à
qualidade.
A alternativa D está incorreta. A inspeção dimensional é uma inspeção qualitativa que visa conferir as
características dimensionais dos itens, como comprimento, altura, largura.
A alternativa E está incorreta. A inspeção documental se refere ao exame minucioso realizado nos
documentos para descobrir eventuais erros.
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a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
Comentários:
Quando a variável mais importante para a definição da localização dos itens nos estoques é o giro, isso
significa que os itens de maior giro devem ser alocados próximos aos locais de entrada e saída de materiais,
sinalizados como os setores IV ou V no croqui.
Como os materiais são identificados como porcas e parafusos, têm suas armazenagens indicadas em gavetas,
localizadas justamente ao lado da entrada/saída do depósito, no setor IV.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
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A Nota Fiscal é um documento fundamental para o processo de recebimento. Algumas das atribuições do
processo de recebimento baseiam-se na análise dos documentos fiscais e confrontação entre o declarado e
o, de fato, entregue.
Entendendo um pouco mais da nota fiscal, é um documento emitido pelo vendedor, no qual notifica ao fisco
os respectivos impostos que deverão ser recolhidos em relação à transação: Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza (ISS).
No início do processo de recebimento, ao longo da etapa de Entrada dos materiais e ainda na portaria da
organização, o foco da checagem é a documentação. Nessa checagem inicial verifica-se: autorização da
compra, cumprimento do prazo de entrega, correspondência entre o documento de compra e a nota fiscal
e cadastramento de informações.
Feita essa checagem inicial, o material deve ser encaminhado para entrada no almoxarifado (caso tudo esteja
em ordem) ou recusado (caso a compra não esteja autorizada ou entregue fora do prazo, neste caso
incluindo-se observação no verso da nota fiscal).
a) Certo
b) Errado
Comentário:
O mais conhecido dispositivo que permite a formação da carga unitária é o pallet, que consiste em um
estrado de madeira de dimensões diversas, de acordo com as necessidades da empresa. Como as
mercadorias que são acomodadas sobre ele não têm sempre o mesmo tamanho, para cada uma delas é
necessário aplicar um arranjo físico diferente sobre o pallet, com o objetivo de dar a elas a maior sustentação
possível. É justamente por essa razão que as caixas de formato cúbico não são as mais indicadas para esse
processo por não permitirem "encaixes" que dão maior suporte e resistência à pilha, dificultando a sua
arrumação sobre o pallet e o seu empilhamento com segurança.
Além das embalagens de formato cúbico, há outras que também não são indicadas para a paletização como
as muito fracas, muito pesadas, demasiadamente cheias, volumes de formas não usuais (cônicos, cilíndricos,
etc.), mal identificadas, entre outras.
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a) Certo
b) Errado
Comentário:
De acordo com Dias, a “movimentação de materiais deve ser analisada junto com o layout; para tal, para tal,
uma série de dados é necessária: produto (dimensões, características mecânicas, quantidade a ser
transportada), edificação (espaço entre as colunas, resistência do piso, dimensão de passagens, corredores,
portas etc.), método (sequência das operações, método de armazenagem, equipamento de movimentação
etc.), custo da movimentação, área necessária para o funcionamento do equipamento, fonte de energia
necessária, deslocamento, direção do movimento, operador.
De acordo com o próprio Dias, layout nada mais é do que “o arranjo de homens, máquinas e materiais”,
podendo ser definido como “a integração do fluxo típico de materiais, da operação dos equipamentos de
movimentação, combinado com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano;
isto para que a armazenagem de determinado produto se processe dentro do padrão máximo de economia
e rendimento”.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
De acordo com Viana o processo de recebimento de materiais costuma ser dividido em quatro etapas:
• Entrada de Materiais;
• Conferência quantitativa;
• Conferência qualitativa;
• Regularização.
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A conferência quantitativa nada mais é do que uma checagem entre as quantidades contratadas e as
efetivamente recebidas, tomando-se como base o apontado na Nota Fiscal da operação.
Geralmente utiliza-se a técnica da contagem cega, na qual um funcionário conferente que não sabe qual o
real volume adquirido faz a contagem e informa o volume apurado para que seja feita a confrontação do
recebido em relação ao que foi faturado.
A contagem do material recebido pode se dar de diversas formas como: manual (pequenas quantidades),
cálculos (embalagens padronizadas em grandes quantidades), balanças pesadoras (grande quantidade de
pequenas peças como parafusos e porcas), pesagem (materiais de maior peso ou volume pesados em
balanças rodoviárias ou ferroviárias), medição (geralmente com o uso de trenas).
17. (QUADRIX/CRO PB/Agente/2018) No que tange à classificação de materiais, julgue o item que se
segue. O arranjo físico por posição fixa é adequado para a fabricação de grandes quantidades de
um só produto ou de produtos padronizados.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
O arranjo físico é a disposição física dos equipamentos, pessoas e materiais, da maneira mais adequada para
o processo produtivo.
No arranjo físico por posição fixa, as pessoas e os materiais são arranjados, mas o produto não se move.
Dessa forma os recursos produtivos deslocam-se até o local em que o material deve ser transformado.
Esse tipo de arranjo é norma em montagens de aviões, por exemplo. e muito utilizado na indústria da
construção.
Caracteriza-se por ter a fabricação de um produto com grandes dimensões fixas em um local e por apresentar
os recursos necessários para produção dirigidos ao produto.
É recomendado para um produto único, em quantidade pequena ou unitária e, em geral, não repetitivo. Só
é viável para a produção de grandes itens.
a) Certo
b) Errado
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Comentário:
O arranjo físico linear ou por produto funciona como uma linha de produção, em que os materiais e pessoas
são arranjados em sequência, para produzir o bem ou serviço.
Neste arranjo os equipamentos estão dispostos em uma sequência específica, sem caminhos alternativos,
obedecendo a um fluxo de trabalho linear.
Os equipamentos são agrupados de forma lógica de modo que as operações sejam executadas no produto.
Um bom exemplo são as linhas de produção de veículos nas grandes montadoras de automóveis.
Por outro lado, o arranjo físico ideal para fabricação de pequenas quantidades, com produção flexível, vários
tipos e estilos é o por processo ou funcional. Ele é indicado para fluxos de trabalho muito diferentes, volume
baixo e personalização alta.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A paleteira é um equipamento simples, de pequena dimensão e geralmente operado manualmente. Por isso
é indicado para o deslocamento de pallets em pequenas distâncias (manuais) ou distâncias um pouco
maiores (paleteira motorizada).
DE qualquer forma, não são os equipamentos necessários para o armazenamento vertical dos materiais,
atividade para a qual o equipamento indicado são as empilhadeiras, máquinas maiores, mais fortes e
hidráulicas ou pneumáticas, usadas para armazenar materiais verticalmente.
20. (FGV/MPE AL/Técnico do Ministério Público/2018) Leia o trecho a seguir. Uma confecção de roupas
resolve realizar um rearranjo nos seus materiais para agilizar a produção. Ao pesquisar sobre
técnicas de armazenagem, opta por utilizar a técnica _____________ que separa os materiais pelos
seus pares, separando um local para os botões, outro para linhas de um tipo específico, e assim por
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diante. Assinale a opção que apresenta o termo que completa corretamente a lacuna do trecho
acima.
a) por especialidade
b) por frequência
c) por agrupamento
d) por tamanho
e) por regularidade
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Na armazenagem especial ou por especialidade alguns materiais, por
características especiais que lhe são próprias precisam de uma estrutura especial para armazená-los
(ambiente climatizado, inflamável, perecível etc.).
A alternativa B está incorreta. Na armazenagem por frequência de utilização os materiais com uso mais
frequente devem ter o acesso mais fácil e rápido.
A alternativa D está incorreta. Na armazenagem por tamanho, forma ou peso busca-se acondicionar os
materiais levando em conta suas características físicas (líquido, gasoso, perecível etc.).
A alternativa E está incorreta. Armazenagem por regularidade não é um tipo comumente discutido na
literatura.
Comentário:
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A paletização é uma das técnicas de unitização dos
materiais. Consiste em um estrado de madeira de dimensões diversas, de acordo com as necessidades da
empresa, sobre o qual as mercadorias são depositadas. Neste formato é mesmo muito mais fácil estocar,
manusear e transportar a mercadoria, inclusive explorando ao máximo a capacidade de armazenamento
vertical do armazém. Pode-se atribuir ao pallet, além do aumento da capacidade vertical de estocagem,
economia de mão-de-obra, tempo e redução de custos.
A alternativa B está incorreta. A paletização não exige mão de obra intensiva. Ao contrário, em função da
otimização do processo de armazenagem é conhecido por gerar economia e redução na mão de obra
empregada no processo.
A alternativa C está incorreta. Além das embalagens de formato cúbico, há outras que também não são
indicadas para a paletização como as muito fracas, muito pesadas, demasiadamente cheias, volumes de
formas não usuais (cônicos, cilíndricos, etc.), mal identificadas, entre outras. A paletização, em geral, exige
embalagens de tamanhos e formatos semelhantes.
A alternativa D está incorreta. Os pallets não são flexíveis em relação as suas medidas e tamanhos. Com o
aumento das trocas entre países dos vários continentes, foi tornando-se necessário estabelecer normas de
medidas para os recipientes de manuseio, formadores de cargas unitárias. Para utilizar pallets padronizados
as empresas devem adaptar a eles suas embalagens. É antieconômico manter pallets de vários tipos e
dimensões em um só sistema.
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GABARITO
1. E
2. D
3. C
4. E
5. B
6. C
7. A
8. B
9. E
10. B
11. A
12. D
13. CORRETA
14. ERRADA
15. CORRETA
16. CORRETA
17. ERRADA
18. ERRADA
19. ERRADA
20. C
21. A
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RESUMO
Administração dos Almoxarifados: Não há como um sistema de gestão de materiais funcionar sem um
local específico para a guarda de materiais. Esse local é o almoxarifado. É lá onde o material é devidamente
armazenado e protegido. Vamos conhecer um pouco do seu histórico pois isso as vezes é tema específico de
alguns editais.
• As seguintes atividades fazem parte da gestão dos almoxarifados: recebimento dos materiais,
estocagem/armazenagem dos materiais, movimentação física dos materiais e expedição dos
materiais.
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• Comparar os volumes entregues aos declarados em Nota Fiscal e/ou Manifesto de Transporte.
• Executar a conferência visual em relação à embalagem e eventuais avarias na carga recebida,
registrando ressalvas nos documentos fiscais quando for o caso.
• Conduzir as conferências quantitativas e qualitativas do material entregue.
• Tomar a decisão em relação ao aceite, recusa ou devolução do material.
• Providenciar a regularização do pagamento, recusa ou devolução junto ao fornecedor.
• Liberar o material recém chegado para encaminhamento e estoque no almoxarifado.
Nota Fiscal: documento fundamental para o processo de recebimento. Algumas das atribuições
do processo de recebimento baseiam-se na análise dos documentos fiscais e confrontação entre o
declarado e o, de fato, entregue. São os documentos fiscais emitidos pelo fornecedor que
desencadeiam o processo de recebimento junto ao comprador.
Entrada de Materiais: início do processo de recebimento se dá com a entrada dos materiais e tem
como objetivo recepcionar os veículos transportadores, checar a respectiva documentação,
direcioná-los a descarga e cadastrar os dados necessários em diferentes sistemas de controle que
integram as áreas de Administração de Materiais, Contas a Pagar, Compras e Gestão de Estoques.
Conferência Quantitativa: nada mais é do que uma checagem entre as quantidades contratadas e
as efetivamente recebidas.
Conferência Qualitativa: visa checar e garantir a adequação do material adquirido ao fim a que se
destina. Esta etapa é também conhecida por Inspeção Técnica e visa confrontar as condições
contratadas com as de fato entregues.
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• Localização de Materiais:
• Posicional ou de posição fixa - as pessoas e materiais são arranjados, mas o produto não se
move. Esse arranjo é norma em montagens de aviões, por exemplo.
• Celular (ou tecnologia de grupo) - agrupa em um mesmo local os recursos necessários ao
processamento de um determinado produto.
• Por produto ou linear - funciona como uma linha de produção, em que os materiais e pessoas
são arranjados em sequência, para produzir o bem ou o serviço.
• Por processo ou funcional - os processos semelhantes são dispostos em proximidade, por
especialidade.
Movimentação: Equipamentos, Manuseio e Segurança: para que o processo produtivo possa acontecer,
ao menos um dos três elementos que compõem o layout da organização precisa se movimentar: homem,
máquina ou material. Caso nenhum dos três se movimento o processo produtivo não ocorre.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
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Gabarito .......................................................................................................................................................... 31
Resumo ........................................................................................................................................................... 32
==20a903==
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TRANSPORTES E DISTRIBUIÇÃO
1 - Considerações Iniciais
Iniciaremos nossa aula entendendo quais são os grandes grupos de modais de transportes e, na
sequência, entraremos nos detalhes de cada um deles.
Dos temas que veremos hoje esse é certamente o mais cobrado em provas. Se prepare para
identificar e comparar os modais entre si, em relação às suas principais características. Qual é mais barato,
mais rápido, mais indicado em determinado cenário proposto pelo examinador e assim por diante.
Por fim veremos o outro lado da moeda...Tudo isso tem custos, obviamente. E, como tudo que
estudamos em Administração de Materiais, as decisões são sempre baseadas em grandes análises de custo
benefício, ou seja, quando vale a pena pagar a mais para diminuir em um dia a entrega dos produtos a um
cliente? Quanto isso gerará de novas vendas futuras? Qual o impacto em minha rentabilidade final? A conta
sempre será feita comparando o custo gerado pela ação versus o potencial de receita e lucro que esta mesma
ação poderá gerar.
É essa a lógica em gestão de materiais. Da seleção de fornecedores e compra de matérias primas até
as decisões de distribuição e transporte até o cliente final. E veremos também medidas, como a roteirização,
que visam minimizar os custos já esperados no processo de distribuição.
Boa aula!
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A movimentação de materiais é um fenômeno interno às empresas e que ocorre dentro dos seus
respectivos processos produtivos. Porém, quando o produto acabado finalmente chega ao depósito, termina
a movimentação de materiais. Até esse momento estamos falando da distribuição interna, ou seja, a
distribuição de matérias primas, componentes ou sobressalentes para manutenção, do almoxarifado ao
requisitante, ou seja, atividades para a continuidade do funcionamento da empresa.
Deste ponto em diante começamos a abordar o transporte externo do produto até o cliente ou
consumidor final ou mesmo até as instalações do distribuidor ou comprador, seja ele quem for. Trata-se da
chamada "entrega", parte da também conhecida "distribuição física", que veremos um pouco mais adiante.
O conceito de transporte, assim, se refere exclusivamente as cargas de produtos acabados que saem
do depósito com destino ao mercado.
2. Custo do transporte entre o centro de produção e o local de consumo, fator que pode
ser calculado também com base em dois aspectos principais:
Além destes, alguns outros fatores devem também ser levados em conta na seleção da
modalidade de transporte escolhida:
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Custo - cada modalidade tem seus componentes de custos, que determinam o valor do
frete.
Rotas de viagem - a roteirização é fator crítico. Cada modalidade envolve maior ou menor
número de viagens, podendo a empresa adotar o transporte intermodal (mais de uma
modalidade) sempre que os custos do transporte possam ser racionalizados.
A atividade de transporte tem várias maneiras de ser executada. A forma de executar e movimentar
cargas entre dois pontos, com várias maneiras de transporte é o multimodalismo, ou seja, é o modal, modo,
de transportar as mercadorias entre esses dois pontos.
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Hoje temos praticamente um monopólio do transporte rodoviário no país. Cerca de 70% de toda a
carga gerada no país é transportada por este modal, enquanto as ferrovias movimentam cerca de 15%, a
cabotagem próximo de 10% e a aviação 1%.
É representado pelo transporte de cargas que utiliza estradas e rodovias para levar os produtos
acabados do depósito da empresa até o cliente que os adquiriu.
• Modal mais flexível. Caminhão pode entrar ou sair do depósito da empresa e chegar
até ao cliente diretamente. É o chamado transporte porta a porta ou "door to door
(D2D)".
• Custos operacionais elevados. Cada veículo leva quantidade limitada de carga e
requer um motorista e, as vezes, um ajudante.
• Dependência da infraestrutura disponível e impacto nos custos: condição das
estradas, pagamento de pedágios, combustíveis, riscos de assaltos e roubos, etc.
• Destinado a volumes menores ou cargas com prazos de entrega relativamente
curtos.
O transporte ferroviário utiliza a malha ferroviária disponível no país e essa é justamente uma de
suas maiores limitações quando comparado ao transporte rodoviário e os milhões de quilômetros de
estradas.
No transporte ferroviário a tração pode ser elétrica, a diesel ou a vapor e os vagões podem ter várias
estruturas e formatos com o objetivo de abrigar diferentes tipos de cargas sólidas, a granel ou líquidas.
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É o transporte efetuado por meio de navios, barcos, barcaças, etc. Pode ser marítimo, fluvial ou
lacustre.
TRANSPORTE MARÍTIMO
Realizado por navios a motor e de grande porte. É classificado em diferentes categorias de acordo
com sua finalidade como a cabotagem (navegação nacional) e longo curso (internacional). Os navios
utilizados para o transporte dos mais diversos tipos de cargas e passageiros têm vários tamanhos e
características, de acordo com a necessidade da operação, da carga e dos portos onde atracam.
TRANSPORTE FLUVIAL
O transporte fluvial é realizado em rios e ainda possui utilização muito pequena no país,
considerando o potencial de nossas bacias hidrográficas. O grande volume transportado por esse modal
refere-se a produtos agrícolas, minérios, derivados de petróleo, álcool, entre outros.
TRANSPORTE LACUSTRE
O modal lacustre tem as mesmas características do fluvial, porém o transporte ocorre em lagos. O
modal também é muito pouco utilizado no Brasil e não possui participação relevante no cenário nacional de
transporte de cargas.
O transporte aéreo pode ser realizado utilizando-se um espaço na aeronave, para transporte de
determinada carga ou o espaço total, como no fretamento de aviões cargueiros, destinados exclusivamente
ao transporte de cargas.
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• Maior agilidade.
• Remessa de cargas de pequeno volume/peso e alto valor.
• Mercadorias com prioridade de entrega (urgência).
• Modal mais caro.
• Indicado para cargas nobres ou locais onde o acesso terrestre (rodoviário e
ferroviário) seja difícil.
O transporte por meio de dutos ou tubos, só é indicado para certos materiais como, por exemplo, o
petróleo e o gás.
O transporte intermodal é aquele que requer tráfego misto, ou seja, envolve várias modalidades de
transporte.
No transporte intermodal parte do percurso é feita através de um meio e, outra parte, por meio de
outro. Geralmente é empregado em situações nas quais se precisa atingir determinadas localidades de difícil
acesso ou extrema distância.
Aqui destaca-se a aplicação do planejamento logístico, com o intuito de analisar e definir quais as
modalidades mais indicadas em cada situação de acordo com o cenário: cliente, prazos acordados, material
a ser transportado, custos, etc.
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4 - Distribuição Física
Nos últimos anos a Distribuição tornou-se uma questão muito significativa nas organizações. É
comum vermos empresas relatando que sua performance na atividade de distribuição é a principal
responsável pela sua rentabilidade.
Até então a distribuição era vista como uma fonte geradora de custos. Hoje é comum a empresa
planejar até mesmo incrementos de custos em sua atividade de distribuição caso isto possa gerar maior
valor ao produto como minimização do tempo de entrega ou customização do seu formato.
Dessa forma a organização do processo de distribuição está muito ligada as áreas de marketing e
comercial. Um exemplo é a opção de um gerente de distribuição por um transporte rodoviário em
determinada região ao invés do aéreo, reduzindo os seus custos. Porém, tal decisão faz com que o produto
leve dois dias adicionais para chegar ao cliente comprador e isso faz com que na próxima compra o cliente
opte por um concorrente.
Dentro desse cenário temos alguns conceitos atribuídos à distribuição física. Um dos mais cobrados
é o que vemos abaixo, de Marco Aurélio Dias:
PROCESSOS DE FORNECIMENTO
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Além das etapas da distribuição, é necessário conhecer quais são os processos de fornecimento. Em
linhas gerais, são apenas dois: o processo por pressão e o processo por requisição. Vejamos abaixo suas
principais características:
• Por Pressão: o fornecimento por pressão é de uso facultativo. Nele o material é entregue ao
usuário mediante tabelas de provisão previamente estabelecidas, nas épocas combinadas,
independentemente de qualquer requisição específica ou posterior do usuário. É o tipo de
processo de fornecimento geralmente aplicado para materiais de limpeza e conservação,
material de expediente de uso rotineiro ou mesmo gêneros alimentícios.
• Por Requisição: já o fornecimento por requisição é o processo mais comum encontrado no
dia a dia das organizações. Nele o material é entregue ao usuário mediante apresentação de
requisição de uso, ao contrário do sistema que vimos anteriormente, baseado em tabelas e
datas de entrega previamente combinadas.
Vamos agora conhecer a estrutura física de distribuição.
A distribuição física é o elo entre a fábrica e a área comercial (vendas), influenciando diretamente a
performance das duas funções e a rentabilidade da empresa. A natureza do negócio e todas as características
do produto e do mercado tendem a alterar a estrutura adotada pela distribuição.
Por envolver o fluxo dos produtos/serviços do produtor até o consumidor final, a distribuição física
é geralmente utilizada como sinônimo de movimentação física (transporte) dos produtos até o seu
consumidor.
Em linhas gerais as empresas podem escolher entre quatro tipos de distribuição física ou de
estruturas físicas diferentes:
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5 - Canais de Distribuição
Além da estrutura física de distribuição, a empresa deve tomar outra decisão acerca de sua estratégia
de canais.
Em linhas gerais a empresa tem três opções quanto a sua estratégia de canais:
• Fabricante -> Cliente: ocorre quando há necessidade de venda sob pressão (novos produtos);
aguda concorrência; preferência dos compradores por comprar diretamente do fabricante ou
insatisfação com revendedores. Pode ocorrer via correio, entrega a domicílio, loja do
fabricante, mala direta, vendedor de caminhão, etc.
• Fabricante -> Varejista -> Cliente: empregado quando o número de consumidores é elevado
em relação ao território; os produtos são perecíveis e a distribuição deve ser rápida; preço
unitário elevado; amplo sortimento; influência da moda, etc.
• Fabricante -> Atacadista -> Varejista -> Cliente: é o sistema tradicional de distribuição porém,
poucas vezes usado isoladamente. Aplica-se a bens de conveniência para varejistas
independentes e as vezes utiliza-se de agentes e representantes para a empresa sem
possibilidades de manter organização própria de vendas.
Complementando esta etapa, falta decidir qual o transporte que será empregado para o
deslocamento do material em cada um dos canais escolhidos. Para isso deve ser observado o contexto, a
estrutura de distribuição escolhida, as necessidades do cliente, as características do material e outras
variáveis resultando inclusive na possível escolha de métodos diferentes e conjugados, o chamado
transporte intermodal ou multimodal.
Bem, já vimos que a organização deve ser capaz de lidar com diversos cenários diferentes de acordo
com sua carteira de clientes. Cada segmento ou grupo de clientes valoriza mais ou menos determinadas
características do produto. Isso faz com que para uns a entrega muito rápida seja o mais importante,
enquanto para outros a data da entrega não seja tão relevante, mas sim a entrega em locais de mais difícil
acesso, por exemplo.
Ou seja, a organização deverá ser capaz de estruturar da forma mais eficiente possível toda a sua
estrutura logística com o objetivo de atender os diferentes segmentos de mercado que ela julga atraentes.
Dentro desse contexto a organização deverá tomar decisões, entre elas a adoção de "Graus de
Atendimento".
Esse é um conceito muito parecido com o Nível de Serviço, ou seja, é calculado dividindo-se o número
de pedidos atendidos de clientes (de maneira plenamente satisfatória), pelo número total de pedidos.
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Suponha que em determinado segmento que valoriza muito a entrega em até 24 horas a
organização recebeu 100 pedidos este mês e conseguiu realizar as entregas nesse prazo
curto em 85 deles. Seu grau de atendimento foi de 85%.
Neste mesmo mês a empresa recebeu 10 pedidos para entrega em locais de muito difícil
acesso e conseguiu entregar apenas 6 desses pedidos no prazo combinado. Neste caso o
grau de atendimento foi de 60%. O grau de atendimento é simplesmente o percentual de
pedidos entregues em relação ao volume total de pedidos recebidos.
Perceba que é natural que a empresa não trabalhe com grau de atendimento de 100%. Pode e deve
ser demasiadamente caro. Por exemplo, no segmento de clientes que exige entrega em lugares inóspitos,
sem acesso por estradas, o custo de atingir o cliente em prazos as vezes até mesmo extensos, é muito alto.
A empresa pode optar por não atuar nesse mercado ou, atuando, optar por ter um grau de
atendimento mais baixo, ou seja, alguns pedidos ela já reconhece que não vai atender a contento. Faz parte
do jogo. Passa a não ser lucrativo atender a todos o tempo todo.
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Os custos da distribuição ganham cada vez mais importância na busca por eficiência ao longo de toda
a cadeia e pelo aumento de lucratividade. Vamos avaliar algumas estratégias de distribuição e seus custos:
Do ponto de vista teórico, a melhor estratégia de canais (ou distribuição) é aquela que gera o maior
lucro líquido ao fabricante e essa é uma conta que vai ter que levar em consideração inúmeras variáveis que
envolvem em linhas gerais impactos nos custos da operação e nos resultados do volume vendas.
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Nenhuma estratégia consegue atingir os melhores resultados nas duas dimensões. Deve-se buscar
aquela capaz de gerar a maior rentabilidade maximizando o volume de vendas e minimizando os custos
gerados para isso. Em resumo, não é uma tarefa fácil...
Existem vários modelos de softwares de roteadores disponíveis no mercado para executar esse
trabalho de otimização. São instrumentos muito úteis no estudo de localização de depósitos, no controle de
custos operacionais e no planejamento de ampliação ou renovação da frota.
Seu maior objetivo, porém, é a definição de itinerários capazes de reduzir ao mínimo o tempo total
do percurso da frota e o número de veículos envolvidos na operação.
Este sistema permite controlar toda a operação e gestão de transportes de forma integrada. Tem
como finalidade identificar e controlar os custos inerentes a cada operação, sendo importante identificar e
medir os custos de cada elemento existente na cadeia de transporte.
Nesta cadeia não são considerados apenas os veículos e respectivos modais de transportes, mas
também a gestão dos recursos humanos e materiais, o controle, programações e rastreamentos de
embarque e desembarque das cargas, os custos de manutenção da frota, bem como as diversas tabelas e
modalidades de consolidação de fretes existentes (peso, valor, volume) apresentando o modelo que melhor
se ajusta as necessidades e expectativas da organização.
Um TMS permite obter o custo mínimo de operação, pois permite visualizar e controlar
todos custos inerentes à gestão de transporte, controlar a qualidade dos serviços
realizados interna e externamente ou por terceiros e estabelecer metas de qualidade
conforme as necessidades. Também aumenta a disponibilidade da frota, prevendo
possíveis problemas que possam ocorrer nas partes mecânica e elétrica do veículo e
informações detalhadas e de fácil acesso que permitem uma rápida tomada de decisão.
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7 - Considerações Finais
São duas atividades cobradas de maneira bastante concentrada em provas de concurso, com
perguntas que versam, em sua maioria, sobre as modalidades de transporte e as relações estabelecidas entre
elas (as mais baratas, mais rápidas, mas flexíveis e, sobretudo, as mais indicadas para um eventual caso
trazido pelo enunciado).
Para isso conhecemos em profundidade cada um dos modais e suas aplicações. Nessa análise não se
esqueça do transporte intermodal, que agrupa diferentes modais de acordo com o trajeto e complexidade
da operação, sempre com o objetivo de minimizar os custos empregados no transporte e, ao mesmo tempo,
atender as expectativas do cliente no nível que a organização se propõe (lembre-se do grau de
atendimento!).
Bem, depois de entendermos cada um dos modais, entramos mais a fundo no tema distribuição que
consiste na adoção de estratégias de vendas e modelos logísticos para que os produtos acabados cheguem
até os clientes que os adquiriram novamente, ao menor custo e atendendo as suas expectativas.
A decisão a ser tomada deve sempre levar em conta o cenário (necessidades e limitações da
organização, expectativa do cliente e rentabilidade final da opção, influenciada pelos volumes (receita)
gerada e seus custos decorrentes. Como sempre é uma grande análise de custo benefício, costumeiramente
chamada de trade-off nas discussões logísticas.
Como nosso foco na aula de hoje esteve bastante ligado aos custos, não podíamos deixar de falar dos
chamados custos de distribuição e de algumas das iniciativas para minimizá-los. Em linhas gerais os custos
de distribuição estão diretamente ligados a estratégia adotada, como a venda direta ao consumidor, aos
grandes varejistas ou por meio de intermediários como atacadistas e distribuidores.
Por fim entendemos duas ferramentas que surgem em prova ao abordarmos os transportes e a
distribuição. São elas a roteirização (que visa diminuir os custos via otimização das rotas de entrega
adotadas) e o fator de estiva, que calcula a relação peso/espaço de cada mercadoria e é bastante utilizada
no cálculo do valor do frete.
Bem, acabamos por hoje! Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a
teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
A alternativa A está incorreta. O modal aéreo é rápido, porem indicado para cargas de alto valor.
A alternativa B está incorreta. Essas são características do transporte aquaviário ou mesmo terrestre
(ferroviário).
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O modal aéreo apresenta maior agilidade, é indicado
para pequenos volumes de alto valor, atende remessas que têm prioridade de entrega, é caro, destinado a
cargas nobres e com entregas em locais com acesso difícil.
A alternativa E está incorreta. Essas são características que não se aplicam ao modal aéreo, que precisa parar
para reabastecimento e requer descanso para a tripulação. Além disso, o modal aéreo é sim afetado por
fatores meteorológicos.
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Comentários:
A alternativa D está incorreta. O modal ferroviário não só possui custo fixo como ele é alto.
A alternativa E está incorreta. O modal ferroviário não só possui custo fixo como ele é alto. Além disso, seu
custo variável é baixo.
Comentários:
A alternativa C está incorreta. O transporte ferroviário é indicado para longos trajetos. O transbordo é
limitado às estações ferroviárias.
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O modal ferroviário possui baixa flexibilidade e é
indicado para grandes volumes a serem transportados por longas distâncias, por ter baixos custos variáveis.
A alternativa E está incorreta. O tempo de viagem costuma ser regular, assim como a velocidade.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A modalidade "intramodal" não é uma das modalidades tradicionais de
transporte. Em seu lugar poderíamos ter o "intermodal".
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Os cinco modais são modalidades de transporte de
carga.
A alternativa C está incorreta. Os modais marítimo e fluvial fazem parte de um grupo maior, o modal
hidroviário (ou aquaviário), este sim equiparável aos modais rodoviário, ferroviário e intermodal.
A alternativa D está incorreta. Fluvial e marítimo são variações do modal hidroviário ou aquaviário.
A alternativa E está incorreta. Trem, carro, navio, balsa e avião são os veículos e meios utilizados pelos
diferentes modais e não as próprias modalidades de transportes buscadas pelo enunciado.
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Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As modalidades mais comuns de transporte de carga
são os transportes rodoviário, ferroviário, hidroviário, marítimo, aeroviário e intermodal. Embora marítimo
seja uma variação do hidroviário, essa é a alternativa mais correta entre as apresentadas.
A alternativa C está incorreta. "Carro", "genérico" e "intramodal" não estão entre as modalidades mais
comuns de transporte de carga.
A alternativa D está incorreta. Importação e exportação não fazem parte das modalidades mais comuns de
transporte de carga.
A alternativa E está incorreta. Internacional e nacional não fazem parte das modalidades mais comuns de
transporte de carga. a
6. (FCC/DPE RS/Apoio Especializado/2017) O quadro abaixo apresenta cinco tipos de modais e suas
principais definições. A correta correlação entre as colunas encontra-se na alternativa:
Comentários:
Modal veloz e caro é, por definição, o aéreo. Indicado para o envio de cargas de alto valor agregado. Logo,
II-A.
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Flexibilidade e capilaridade baixa, com frete de baixo custo (sobretudo para grandes volumes) é o modal
ferroviário: IV-B.
Movimenta cargas e passageiros com baixo nível de perdas e danos. É o modal hidroviário. V-C.
Mais confiável por não apresentar praticamente nenhuma interrupção. É o dutoviário. Não possui
interferência ao longo do percurso, dentro dos tubos/dutos. III-D.
Por fim, transporte de semi acabados e, sobretudo, entrega porta a porta. Essa é a flexibilidade do transporte
rodoviário: I-E.
b) consolidação de fretes.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Sim, o TMS participa ativamente da escolha dos modais de transportes a
serem empregados.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O TMS não cuida dos níveis de estoque, atividade
ainda ligada à armazenagem e não à distribuição ou transportes.
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a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
b) ser mais adequado para longas distâncias e transportar grandes quantidades de carga.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. O transporte rodoviário não é mais rápido que o aéreo e, muitas vezes, exige
o uso de embalagens reforçadas.
A alternativa B está incorreta. Para o transporte de grandes quantidades de carga em longas distâncias são
mais indicados os modais ferroviário e marítimo.
A alternativa C está incorreta. Os menores custos de transporte não são do modal rodoviário. Dependendo
do caso tanto o modal marítimo como o ferroviário podem ser mais baratos.
A alternativa D está incorreta. O mais competitivo é o transporte marítimo, especialmente para longas
distâncias.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O transporte rodoviário é o mais flexível dos modais,
dispondo de ampla agilidade no acesso as cargas, ao3contrário de outros modais como o ferroviário, marítimo
ou aéreo, que possuem suas operações de embarque e desembarque vinculadas a terminais específicos.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Além disso, fatores como tempo, manuseio e rotas de viagem também devem ser levados em consideração
no processo decisório.
a) Certo
b) Errado
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Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
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a) Certo
b) Errado
Comentários:
De acordo com João José Viana, alguns fatores devem ser levados em conta na escolha do modal,
especialmente:
Note que os dois fatores estão diretamente ligados, ou seja, a diferença de preço entre o local de origem e
o de consumo cria uma margem na qual deve se acomodar o custo do modal escolhido. Caso o custo supere
a margem (diferença entre o local de produção e o de consumo) possivelmente a decisão sobre o modal
deverá ser revista para uma opção menos custosa.
Além disso, fatores como tempo, manuseio e rotas de viagem também devem ser levados em consideração
no processo decisório.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
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a) Certo
b) Errado
Comentários:
18. (CEBRASPE/TRT 10a Região/Técnico Judiciário/2013) Julgue o item seguinte, acerca de distribuição
e transporte de materiais. Tanto o modal rodoviário quanto o modal marítimo possibilitam a
movimentação de qualquer produto, desde que se utilize o equipamento adequado a cada tipo de
carga.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
19. (CEBRASPE/TRT 10a Região/Técnico Judiciário/2013) Julgue o item seguinte, acerca de distribuição
e transporte de materiais. Denomina-se carga unitizada a constituída de embalagens de transporte,
arranjadas ou acondicionadas de modo a possibilitar seu manuseio, transporte e armazenagem por
meios mecânicos, como uma única unidade.
a) Certo
b) Errado
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Comentários:
20. (CEBRASPE/TRT 10a Região/Analista Judiciário/2013) Julgue o próximo item, relativo a transportes
e logística. O modo de transporte ferroviário apresenta vantagens em relação aos demais quanto à
disponibilidade — dimensão que se refere ao número de localidades onde o modo de transporte
encontra-se presente.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
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O custo do transporte rodoviário é influenciado por diversas variáveis, entre elas as três listadas no
enunciado.
Os lotes de compra influenciam o custo do transporte rodoviário pois estão diretamente ligados ao volume
transportado. A aquisição via lotes de compras geralmente amplia o volume comprado o que acaba gerando
impactos positivos de redução de custo por unidade no volume transportado (maior volume = menor custo
unitário).
A capacidade de carga do veículo também impacta o custo por unidade, no mesmo sentido do lote de
compra, ou seja, quanto maior a capacidade, menos o custo unitário visto que os demais custos tendem a
ser os mesmos como um único motorista e seu ajudante, o combustível gasto no trajeto, entre outros.
Por fim, o número de eixos do veículo também impacta o custo final visto que os valores cobrados pelos
pedágios são exatamente calculados com base no número de eixos do veículo. Dessa vez, quanto maior o
número de eixos, maior o custo porém, ao mesmo tempo, maior a capacidade do veículo rodoviário o que,
ao final do cálculo, pode ainda assim impactar positivamente o custo por unidade.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
De acordo com Viana (2009), distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as entregas de
seus produtos, estando, por consequência, intimamente ligada a movimentação e a transportes.
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a) 2, 3, 4, 5, 1.
b) 5, 3, 1, 2, 4.
c) 5, 4, 1, 2, 3.
d) 1, 2, 5, 4, 3.
e) 2, 1, 3, 5, 4.
Comentário:
O transporte rodoviário é sempre o mais indicado para pequenas distâncias por sua flexibilidade e agilidade:
X-X-1-X-X.
O modal ferroviário é o mais eficiente para o transporte de mercadorias de baixo valor em longas distâncias,
por seu baixo custo variável.: X-X-1-2-X
O transporte hidroviário tem alta capacidade de carga e é o indicado para mercadorias a granel, containers,
sacas, etc.: X-X-1-2-3.
O modal dutoviário é mesmo muito utilizado para o transporte de minério, petróleo e seus derivados, mesmo
com sua baixa flexibilidade de rota em função da vinculação aos trajetos dos dutos: X-4-1-2-3.
Por fim, o transporte aéreo é o indicado para o transporte de mercadorias de alto valor ou perecíveis, por
longas distâncias: 5-4-1-2-3.
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GABARITO
1. D
2. A
3. D
4. B
5. A
6. A
7. C
8. ERRADA
9. CORRETA
10. E
11. ERRADA
12. CORRETA
13. CORRETA
14. ERRADA
15. CORRETA
16. ERRADA
17. CORRETA
18. ERRADA
19. CORRETA
20. ERRADA
21. CORRETA
22. CORRETA
23. C
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RESUMO
Transportes (classificação dos modais): trata-se da chamada "entrega", parte da também conhecida
"distribuição física".
Características dos modais de transporte: No Brasil cerca de 60-70% das mercadorias são transportadas
por via rodoviária. Para tomar a decisão em relação ao modal o responsável pelo Departamento de
Transportes e Logística deve focar em três itens principais, com o objetivo de maximizar sua performance:
custos, prazos e qualidade de atendimento.
Transporte Ferroviário: custo reduzido, velocidade constante e mais baixa, limitação pelo traçado,
menos flexível, maior volume e peso e prazos de entrega maiores.
Transporte Aquaviário: baixo custo, lento, grandes volumes e longos prazos de entrega. Pode ser
marítimo, fluvial ou lacustre.
Transporte Aéreo: maior agilidade, pequenos volumes de alto valor, prioridade de entrega, caro,
cargas nobres com entrega em locais de acesso difícil.
Transporte Dutoviário: altos investimento iniciais, elevado custo de capital e baixos custos na
operação.
Transporte Intermodal: envolve várias modalidades. Tráfego misto para localidades de difícil
acesso ou extrema distância. Exige planejamento logístico.
Distribuição Física: É comum vermos empresas relatando que sua performance na atividade de
distribuição é a principal responsável pela sua rentabilidade.
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Estrutura Física de Distribuição: Em linhas gerais as empresas podem escolher entre quatro tipos
de distribuição física ou de estruturas físicas diferentes:
Canais de Distribuição: para a definição final de sua estratégia de canais a empresa deve avaliar as
características dos clientes, dos produtos, dos intermediários, dos concorrentes, da própria empresa e do
meio ambiente.
Estratégia de Canais: em linhas gerais a empresa tem três opções quanto a sua estratégia de
canais:
Grau de Atendimento: conceito muito parecido com o Nível de Serviço, ou seja, é calculado
dividindo-se o número de pedidos atendidos de clientes (de maneira plenamente satisfatória), pelo
número total de pedidos.
Custos de Distribuição e Roteirização: ganham cada vez mais importância na busca por eficiência ao longo
de toda a cadeia e pelo aumento de lucratividade.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Gabarito .......................................................................................................................................................... 36
Resumo ........................................................................................................................................................... 37
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1 - Considerações Iniciais
Hoje chegamos basicamente ao fim da chamada cadeia produtiva. Primeiro vamos entender alguns
conceitos e definições sobre o tema. Bom dizer desde já que isso varia muito entre diferentes autores. Vamos
estudar alguns.
Em seguida nos debruçaremos sobre um tema que ganha cada vez mais importância no cenário
mundial que é a logística sustentável. Com base inclusive em normatização vigente, vamos entender quais
as ações e comportamentos esperados de organizações que visam otimizar o uso dos recursos disponíveis
ao mesmo tempo que buscam reduzir o desperdício de insumos e interferir ou prejudicar o mínimo possível
o ecossistema que as cercam.
Fechando o tema de Logística falaremos um pouco sobre a globalização e os novos desafios que
afetam a atividade e o setor.
Daí em diante partiremos para um outro tema, a gestão de contratos. Veja que é um tema que se
relaciona de forma matricial com muito do que vimos ao longo do curso. Está diretamente ligado a compras,
ou seja, à realização de acordos entre partes, reguladas por um contrato. Aqui veremos as principais
características dos contratos administrativos e eventuais procedimentos de garantia, alterações, rescisão,
etc. Note que a gestão de contratos se refere não só a gestão de materiais como também à gestão de
patrimônio, tema bastante ligado e muitas vezes também cobrado em provas que têm como foco a
Administração de Materiais.
Boa aula!
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O conceito de logística vem ganhando muita importância pois o sucesso nesta atividade (as vezes
ainda vista como atividade suporte) pode gerar uma grande vantagem competitiva à organização, seja ela
pública ou privada.
Hoje em dia a atividade logística é vista por muitas organizações como um grande diferencial em seus
respectivos posicionamentos de mercado pois está diretamente relacionada a melhoria de atendimento de
seus clientes.
Em outras palavras a logística nada mais é do que uma visão sistêmica de toda a cadeia de valor,
responsável por otimizar custos, garantir prazos e qualidade e entregar os produtos finais conforme o
combinado com os clientes.
Veja na ilustração abaixo que toda a cadeia de valor da organização está sob o conceito definido como
logística portanto, inúmeras oportunidades de melhoria na performance e na rentabilidade da organização
estão compreendidas pela logística:
Fluxo de Materiais
Para Idalberto Chiavenato, em uma operação ideal, o material deve fluir de maneira ininterrupta ao
longo de toda essa cadeia. Não deve parar em nenhum momento, exceto quando houver atividade que gere
valor ao produto acabado ou ao serviço a ser prestado. Tudo que interrompe o processo ao longo da cadeia
logística deve ser analisado para que seja eliminado.
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Por isso a cadeia é chamada de "cadeia de valor" ou value chain, ou seja, agrega valor ao produto
final ou serviço ao longo de suas etapas. O que não faz isso deve ser eliminado.
Já para Ronald Ballou, Logística é uma evolução natural do pensamento administrativo. A concepção
logística permite "agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para
administrá-las de forma coletiva".
Fique atento pois o termo Logística não tem o mesmo significado para todas as pessoas, todas as
empresas e, em nosso caso específico, para todas as bancas! Até hoje o campo de estudo não tem um título
único para identificá-lo como existe para o Marketing ou para a Produção.
As atividades logísticas são representadas por nomes como transportes, distribuição, distribuição
física, suprimentos, administração de materiais, operações ou mesmo logística.
O certo é que implicam tanto no suprimento físico como na distribuição física portanto, veja que
percorre toda a cadeia que temos estudado até aqui, desde a aquisição e chegada do material, seu
recebimento, armazenamento e transformação e, finalmente, sua distribuição, transporte e entrega ao
cliente.
Um conceito que é cobrado com alguma frequência em provas refere-se as atividades logísticas.
Muitas vezes a cobrança refere-se diretamente a classificação criada por Ronald Ballou, que divide as
atividades logísticas em primárias e de apoio. São elas:
Atividades Primárias:
Atividades de Apoio:
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Note que, embora o autor use terminologia específica, as três atividades que ele rotula como
atividades primárias: processamento de pedidos, manutenção de estoques e transporte, estão diretamente
ligadas aos três grandes grupos de atividades que estudamos em administração de materiais:
Gestão de
Estoques
Atividades
da área de
materiais
Gestão de
Gestão de
Centros de
Compras
Distribuição
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Perceba portanto que o mais importante é entender esses três grandes grupos de atividades: a
"chegada ou entrada" do material (relacionada a todo o processo de compras e fornecedores), o material
"dentro" da organização (etapa relacionada à armazenagem/estocagem, movimentação interna necessária
e mesmo produção) e, por último, a "saída" do produto acabado ou serviço, que é sua entrega ao cliente,
passando pelas etapas de distribuição e transporte.
As nomenclaturas vão variar entre autores e bancas, mas a espinha dorsal da cadeia será sempre
essa. E, não menos importante, perceba que no centro da ilustração está o Nível de Serviço, que é
justamente a capacidade que tem a organização de atender as demandas colocadas por seus clientes,
resultado da integração de todas essas atividades interrelacionadas.
Voltando ao modelo de Ronald Ballou, veja abaixo em resumo quais seriam as principais atividades
logísticas segundo o autor:
Para fecharmos esta etapa vale estudarmos outro conceito que surge com alguma frequência em
provas e é bastante específico. Estou falando das três dimensões logísticas de acordo com Martins e Alt.
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3 - Logística Sustentável
Esse mesmo pensamento vale para a logística, que é particularmente afetada por temas sensíveis na
questão ambiental como as sobras de produção, o uso de recursos naturais e de combustíveis ao longo de
todo o processo.
A chamada logística sustentável surge com o Decreto 7.746/2012, que regulamenta o art. 3º da Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com o objetivo de estabelecer critérios e práticas para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial
de Sustentabilidade na Administração Pública - CISAP.
Note que o Decreto se refere ao artigo 3o da Lei 8.666/1993, que trata de forma geral das normas de
licitações e contratos da administração pública. O artigo 3o da Lei 8.666/1993 diz o seguinte:
Dentro desse contexto o Decreto 7.746/2012 procura estabelecer critérios e práticas para definir
exatamente o que é a promoção do desenvolvimento nacional sustentável no ato da contratação pública,
conceito trazido pela Lei 8.666/1993. Vejamos alguns extratos do Decreto.
Logo em seu artigo 2o ele chama atenção para a adoção de práticas sustentáveis no processo de
contratação:
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OK, mas fala-se o tempo todo em práticas sustentáveis, mas ainda não está claro e objetivo quais são
elas. Mais adiante, na parte mais importante do Decreto para sua prova, a norma estabelece quais são os
critérios e práticas considerados sustentáveis. São eles:
Art. 4º Para os fins do disposto no art. 2º, são considerados critérios e práticas sustentáveis, entre
outras: (“Caput” do artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
I - baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; (Inciso com redação
dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
VI - uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; (Inciso com redação dada
pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
VII - origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos serviços e nas obras; e
(Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
Mais adiante em seus artigos 5o e 6o, o Decreto traz ainda outras possibilidades para que a
administração pública, ao contratar, possa exigir certos pré requisitos ou formas de atuação, em linha com
a sustentabilidade. Vejamos abaixo:
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Importante frisar que o não cumprimento de tais condições, por meio da comprovação das
exigências listadas ou ainda por meio de diligências, impõe ao contratante a obrigação de apresentar razões
técnicas para o não cumprimento, ao final colocando em risco todo o processo de contratação.
Por fim, vale ainda destacar no próprio Decreto o artigo 16 que impõe a elaboração e implementação
de plano de gestão de logística sustentável a toda a administração pública federal direta, autárquica e
fundacional e as empresas estatais dependentes. Veja a seguir:
Art. 16. A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais
dependentes deverão elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sustentável,
conforme ato editado pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
e Gestão, que preverá, no mínimo: (“Caput” do artigo com redação dada pelo Decreto nº
9.178, de 23/10/2017)
Veja que são todas medidas que visam regular a atuação de potenciais contratados para a execução
de obras ou serviços públicos em sintonia com as atuais preocupações relativas a sustentabilidade, assim
como impor, inclusive à administração pública, a adoção de regras similares.
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Antes de chegarmos à definição de Supply Chain Management vale trazermos mais uma definição de
Logística, agora de Gurgel e Francischini, para relembrarmos o tema:
O Supply Chain Management pode ser definido nesta mesma direção, porém agora traz muito forte
o conceito da integração entre os diferentes atores do processo e não só a movimentação ao longo do fluxo.
Veja a seguir uma definição aceita para o Supply Chain Management ou SCM!
Podemos considerar que o SCM é uma rede de organizações envolvidas em diferentes processos e
atividades anteriores que produzem valor sob a forma de produtos e serviços nas mãos do consumidor final.
Importante notar que essas organizações geralmente estão dispersas geograficamente mas, mesmo
assim, dispõem-se a compartilhar informações e intenções e trabalhar de forma verdadeiramente integrada,
em grandes redes virtuais, substituindo o conceito da verticalização, caro e muitas vezes ineficiente.
A gestão de todos esses processos e a integração de todos os atores de forma simultânea, para que
o cliente seja bem atendido, é o que denominamos Supply Chain Management.
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De modo mais genérico podemos dizer que o SCM busca a redução dos custos de
fornecimento, aumento da eficiência e capacidade de produção, diminuição no tempo
total da prestação do serviço ou do fornecimento do produto e, como resultado final,
aumento nas margens e no retorno do investimento com base no atendimento das
necessidades e expectativas do cliente final.
Nos órgãos públicos há uma grande dificuldade para a implantação do SCM pois a premissa é que as
contratações são realizadas com base na legislação vigente e, na maioria das vezes, estão baseadas em preço
ou outras condições estabelecidas pelos editais ou instrumentos de compra utilizados.
Em primeiro lugar não há como buscar a manutenção de relacionamentos de longo prazo com
diferentes atores pois as contratações são sempre baseadas em critérios técnicos e objetivos,
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Além disso, os próprios parceiros (especialmente os fornecedores) têm ciência que o setor público
não está diretamente interessado em seu desenvolvimento para que os frutos possam ser colhidos ao longo
do tempo.
Não há essa preocupação específica com o desenvolvimento dos fornecedores pois a contratação é
por tempo determinado e com objetivo específico. Esse é mais um ponto que enfraquece a relação entre
as partes e dificulta a adoção do SCM
Com todo esse cenário, na administração pública acaba não existindo o chamado "senso de urgência"
na busca pela melhora na gestão da cadeia de suprimentos., levando a prestação de serviços à ineficiencia,
com desperdícios e custos maiores que o necessário.
Ainda de acordo com Albuquerque e Primo, uma possibilidade que se oferece para minimizar esse
cenário é a gestão da cadeia dentro da própria administração pública como entre órgãos que
acabam atuando juntos em determinados processos como, por exemplo, a integração entre
Fiscos e órgãos públicos de processamento de dados, os próprios Fiscos e órgãos policiais, de
investigação e de julgamento (Secretarias de Fazenda/Receita + Polícias + Ministério Público +
Judiciário), entre dezenas de outros exemplos que poderiam ser aqui trazidos.
Fato é que, mesmo sem poder estender a gestão da cadeia a todos os atores pelos obstáculos que
vimos anteriormente, é possível buscar integração com outros órgãos públicos que, conjuntamente, fazem
parte de uma única cadeia de prestação de serviços ao cidadão, que deve ser encarado como o cliente final
de todo o processo.
Esse é um tema de ótimo custo benefício pois é simples e é cobrado com frequência.
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CADEIA DIRETA
A cadeia direta é a que estamos acostumados, a que flui naturalmente dos fornecedores até o
cliente final, passando por todo o processo de compra, estocagem, transformação, distribuição, transporte,
até chegar aos clientes finais ou consumidores. É também conhecida por "a jusante" (raro, mas as vezes
aparece).
É o sentido que normalmente estudamos e que observamos de maneira natural nos processos do dia
a dia.
CADEIA REVERSA
A cadeia reversa, também chamada de logística reversa, justamente inverte o sentido que
estávamos observando até agora. Diz respeito ao fluxo contrário, ou seja, dos clientes até o produtor. Esse
termo em geral é usado para descrever o processo de "trazer de volta" os produtos após o final de suas
"vidas úteis", ou mesmo nos casos de recall, reparos ou reutilização. Também chamada de "a montante"
(também raro, mas fique atento).
A logística reversa define o envio do produto desde o seu local de consumo até o ponto adequado da
cadeia de suprimento para que seja dado o tratamento adequado aos resíduos (descarte correto ou
reciclagem, evitando danos ambientais como vimos em logística sustentável) ou para que algum valor seja
gerado novamente ao produto, como nos casos de remanufatura (vasilhames que são lavados e reutilizados,
por exemplo).
Do ponto de vista normativo, a Lei 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
traz em seu artigo 3o, inciso XII, a definição legal e vigente de logística reversa:
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Por último, a cadeia de ciclo fechado - chamada também de closed loop supply chain ou economia
circular - é uma evolução dos dois primeiros conceitos que acabamos de estudar. Neste modelo, tanto a
logística direta como a reversa estão integrados e formam um único ciclo, de ida e volta e contínuo.
Esse percurso engloba todo o ciclo de vida do produto e vai da produção ao fornecimento ao
mercado e, na sequência, da coleta pós uso até a sua reciclagem ou reutilização, reinserindo-o no processo
produtivo para que volte ao mercado, novamente na forma de produto.
Perceba que é um ciclo contínuo, cujos elos estão todos ligados e formam uma corrente única e sem
interrupção. O produto vai até o cliente, é consumido e retorna na forma de resíduo, sobras ou
componentes, sendo novamente preparado para que volte ao mercado, dando continuidade ao ciclo e a
cadeia formada.
Cadeia de Suprimentos
Cadeia de Suprimentos Cadeia de Suprimentos
REVERSA (ou LOGÍSTICA
DIRETA de CICLO FECHADO
REVERSA)
• Dos fornecedores aos • Dos clientes finais aos • Engloba os dois fluxos:
clientes finais. fornecedores. direto e reverso.
• Envolve todo o ciclo do
produto e cria um
"loop" que se
retroalimenta.
O efeito Forrester ou efeito "chicote" é fruto das distorções de demandas de estoque que ocorrem
em cadeias não integradas pelo SCM. O efeito é explicado pelo impacto que pequenas variações na demanda
final (clientes) acabam causando em toda a cadeia.
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Este problema, típico de cadeias não integradas, ocorre poque não há o compartilhamento
de informações entre os diferentes atores envolvidos.
Imagine que o varejista por alguma razão emite uma ordem de compra 30% maior do que costumava
fazer. O distribuidor/atacadista que está acostumado a atendê-lo, sem saber qual a real razão do aumento,
amplia também o seu pedido para o fabricante em proporção ainda maior (50%, por exemplo), visando o
atendimento do varejista nos meses subsequentes e desconhecendo que o incremento projetado pelo
varejista se deu por um cliente único que avisou que fará uma simples e única compra no mês seguinte.
O fabricante, por sua vez, sem ter a menor ideia do que está acontecendo (já que os atores não se
conversam e a informação não flui entre eles), eleva sua produção e dobra o volume de compras de matérias
primas junto aos fornecedores.
Perceba que o impacto vai reverberando por toda a cadeia e tende a aumentar conforme vamos
avançando por cada um dos parceiros. Quanto mais os atores estão afastados do cliente final, maior o risco
de que o efeito se instale e ganhe cada vez maior volume, enquanto vai percorrendo toda a cadeia. Isso
acontece porque cada elo da cadeia só tem informações recebidas do elo seguinte e não se enxerga o ciclo
como um todo, não havendo também o necessário compartilhamento de informações.
Veja a representação gráfica das variações de estoque que podem acontecer em função do efeito
chicote ou Forrester e como elas vão ganhando intensidade ao longo da cadeia.
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5 - Contratos Administrativos
Para isso existem diversas formas e tipos de contratos, regulados por legislação específica e que
endereçam cada um dos temas listados.
Nesse contexto, desde que não contrariem o que diz a normativa vigente, qualquer acordo entre
comprador e fornecedor pode fazer parte do contrato em discussão.
Contrato por cotas de fornecimento (ou entrega) - cliente se compromete a adquirir certa
quantidade fixa a cada período de tempo (exemplo: 5.000 unidades/mês).
A administração de contratos requer gestores e/ou representantes de todas as partes envolvidas para
acompanhar e gerenciar o cumprimento do previamente estipulado.
Cabe ao gestor:
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- Gerir o contrato exatamente de acordo com os termos previstos, não exigindo nada além
ou abrindo mão de algo contratado.
Com o objetivo de executar todas as ações acima é comum a organização possuir uma área de
diligenciamento, para prevenir e evitar potenciais desvios em relação ao contratado, garantindo o
cumprimento dos prazos de entrega, acompanhando a respectiva documentação, casos pendentes,
especificações combinadas, entre outros quesitos contratuais.
Dessa forma o diligenciamento, capitaneado pelo gestor do contrato, procura localizar e antecipar
potenciais problemas, evitando surpresas desagradáveis
2 e oferecendo alternativas para a superação de
obstáculos que naturalmente podem surgir ao longo da execução contratual ou, em última instância,
buscando novas alternativas de fornecedores em função de descumprimentos contratuais insanáveis.
De acordo com a Lei 8.666/1993 a Administração Pública possui algumas prerrogativas na celebração
de contratos administrativos, o que garante supremacia ao poder público perante ao contratado, com a
premissa de que a execução dessas condições garanta a busca do interesse público.
Vejamos algumas dessas condições garantidas ao ente público no processo de contratação. São as
chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos (aqui resumidas e condensadas):
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Dessa forma, podemos concluir que o objeto dos contratos administrativo deve ser sempre a
satisfação do interesse público, em razão do que a administração possui as prerrogativas acima,
praticamente inexistentes em qualquer relação contratual regida pelo direito privado.
- Intuitu personae: regra geral, não se pode alterar o licitante vencedor, exceto em casos
nos quais a lei permite subcontratação parcial, prevista em edital e no contrato.
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Ela não é obrigatória mas, caso exista, deve constar na fase inicial do processo, decisão esta que deve
ser tomada pela administração contratante, que a reterá até o fim do contrato, devolvendo em seguida com
a devida atualização monetária.
Os tipos mais comuns de garantia são: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-
garantia e fiança bancária.
Cabe ao contratado escolher com qual instrumento irá prestar a garantia, quando exigida e limitada
a 5% do valor do contrato (ou 10% nos contratos de grande vulto, de alta complexidade e risco financeiro
significativo).
a
PRORROGAÇÃO, RENOVAÇÃO OU EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Embora seja vedado o contrato por prazo indeterminado, ele pode ser prorrogado ou renovado.
Já em relação à extinção do contrato administrativo, pode se dar por 3 motivos: conclusão do objeto,
término do prazo ou anulação.
RESCISÃO CONTRATUAL
Em linhas gerais a rescisão pode ser amigável (acordo entre as partes), unilateral (pela administração,
por motivo justificado, não havendo culpa da própria administração e cabendo indenização ao contratado)
ou por via judicial (inadimplência de uma das partes).
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6 - Considerações Finais
Hoje falamos sobre Logística e vários conceitos relacionados a ela como a Logística Sustentável e o
Supply Chain Management.
Alguns conceitos e classificações da logística são muito cobrados em prova, como a definição das
atividades primárias de Ronald Ballou, que costuma aparecer em perguntas das mais variadas bancas.
Importante levar esse conceito com você para a prova!
Vimos ainda os principais pontos da Logística Sustentável, inclusive seu embasamento legal e, mais à
frente, a sua ligação direta com a chamada logística reversa.
Quanto ao Supply Chain, pudemos entrar nos 9 detalhes da importância da gestão de toda a cadeia,
desde os fornecedores originais até o cliente final, observando como gestão eficiente de todos os processos
ao longo do fluxo pode gerar vantagens competitivas à organização. Vimos também a dificuldade existente
para a implantação do conceito nos órgãos públicos em função de limitações legais e algumas alternativas
para esse cenário.
Como tema complementar da aula, falamos dos contratos administrativos, tema ligado tanto a
administração de materiais como à administração de patrimônio e bastante relacionado ao início da cadeia,
ou seja, ao processo de compras.
Além de analisarmos tipos de contrato e o papel do gestor de contratos em todo esse processo,
estudamos um pouco mais a fundo as relações contratuais no mundo público e o papel e posição do Estado
em todo esse processo, o que envolve algumas particularidades que são bastante cobradas em provas de
concurso.
Bem, chegamos ao fim desse encontro! Tente responder as questões comentadas e, caso tenha
dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
a) Certo 0
b) Errado
Comentário:
Aqui a banca traz o conceito de gestão de toda a cadeia de valor com o intuito de torna-la lucrativa. Ao longo
de todas as atividades desenvolvidas o valor gerado deve ser maior do que o custo necessário para a
execução das atividades, caso contrário toda a atividade é inviabilizada do ponto de vista financeiro.
Segundo Michael Porter “uma empresa é rentável se o valor que ela impõe ultrapassa os custos
envolvidos na criação do produto. Criar valor para os compradores que exceda o custo disto é a meta de
qualquer estratégia genérica”. Veja abaixo na ilustração as atividades da cadeia de valor segundo Porter.
Redesenhando o processo de toda a cadeia logística é possível encontrar atividades de baixo valor e de alto
custo, partindo-se em seguida para sua eliminação ou ajustes.
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a) Certo
b) Errado
Comentário:
A considerada cadeia de suprimentos ou cadeia de valor abrange todo o fluxo percorrido pelos
materiais/produtos, pelo capital e pelas informações.
3
Estende-se desde os fornecedores dos fornecedores até o consumidor final, muitas vezes ainda à frente na
cadeia do cliente que adquire o produto acabado do fabricante (muitas vezes um distribuidor ou varejista).
Portanto estamos falando de algo como: fornecedor do fornecedor -> fornecedor de matéria prima ->
fabricante -> distribuidor -> varejista -> consumidor/cliente final.
III. partindo do usuário final até os fornecedores iniciais de produtos, serviços e informações;
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a) I, II e III.
b) I, III e V.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
Comentários:
I. a integração dos processos-chave de um negócio. CORRETA. Integração dos processos chave é condição
primordial para a gestão eficiente de uma cadeia de suprimentos.
II. partindo do fornecedor até a produção do produto acabado. ERRADA. A gestão da cadeia prossegue e
engloba a distribuição e entrega dos produtos acabados.
III. partindo do usuário final até os fornecedores iniciais de produtos, serviços e informações. CORRETA.
É a chamada logística reversa, inversa, a montante ou upstream.
IV. que adicionam retorno somente ao vendedor e ao acionista. ERRADA. A gestão da cadeia deve trazer
retorno a todos os seus integrantes, caso contrário não funciona, rompendo-se no elo não
recompensado.
V. que adicionam valor para o comprador e para outros stakeholders. CORRETA. A cadeia de valor deve
adicionar valor a todos os stakeholders, inclusive aos compradores e todos os outros integrantes do fluxo
de negócio.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta. Armazenagem é considerada uma atividade secundária (de apoio).
A alternativa B está incorreta. Armazenagem e manuseio de materiais são atividades secundárias (de apoio).
A alternativa C está incorreta. Manuseio de materiais e programação e controle de produtos são atividades
secundárias (de apoio).
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De acordo com Ronald Ballou as atividades
consideradas primárias na cadeia de suprimentos são: transporte, manutenção de estoques e
processamento de pedidos. As demais são consideradas atividades de apoio. Veja a figura a seguir.
A alternativa E está incorreta. Armazenagem e manutenção da informação são atividades secundárias (de
apoio).
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ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada, e que
permite o descarte apropriado de materiais e principalmente a preservação ambiental, é:
a) logística integrada.
c) logística reversa.
d) monitoramento ambiental.
e) trade-off logístico.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Significa, como o próprio nome sugere, a integração de todo o processo
logístico, da origem dos produtos às mãos do consumidor final.
A alternativa B está incorreta. Distante do conceito descrito pela banca, aproxima-se só pelo apelo
ambiental, mas não é a isso que o examinador está se referindo.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A logística reversa define o envio do produto desde o
seu local de consumo até o ponto adequado da cadeia de suprimento para que seja dado o tratamento
adequado aos resíduos (descarte correto ou reciclagem, evitando danos ambientais como vimos em logística
sustentável) ou para que algum valor seja gerado novamente ao produto, como nos casos de remanufatura
(vasilhames que são lavados e reutilizados, por exemplo).
Dessa forma a logística reversa está diretamente ligada à reciclagem ou ao reaproveitamento de materiais.
Outras movimentações ao longo da cadeia que também dependem da logística reversa são as devoluções
(por danos, estoques sazonais e/ou em consignação, recalls, excesso de estoque, etc.).
Para completar a Lei 12.305/2010 que institui a política nacional de resíduos sólidos define a logística reversa
em seu artigo 3º, inciso XII, como:
A alternativa D está incorreta. Também distante do conceito descrito pela banca, aproxima-se só pelo apelo
ambiental, mas não é a isso que o examinador está se referindo.
A alternativa E está incorreta. Não é essa a referência que a banca está trazendo ao enunciado e sim a
logística reversa.
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a) cadeia de valor.
b) custos de transporte.
d) custos de armazenagem.
e) picking.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Definição perfeita para cadeia de valor.
A alternativa B está incorreta. Os custos de transporte são um dos custos esperados ao longo de toda a
cadeia porém estão longe de representar o que o examinador traz ao enunciado da questão.
A alternativa C está incorreta. Sem qualquer relação com o listado pela banca no enunciado.
A alternativa D está incorreta. Também são custos esperados ao longo de toda a cadeia porém estão longe
de representar o que o examinador traz ao enunciado da questão.
A alternativa E está incorreta. Atividade de coleta dos produtos/materiais para o despacho/entrega. Sem
relação com o enunciado.
a) prevê o retorno dos produtos à cadeia produtiva, percorrendo o seu ciclo de vida;
d) atua na verificação dos impactos ambientais causados pelos produtos após a venda;
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A cadeia reversa, também chamada de logística
reversa, justamente inverte o sentido que estamos acostumados a observar cadeias de negócio. Diz respeito
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ao fluxo contrário, ou seja, dos clientes até o produtor. Esse termo em geral é usado para descrever o
processo de "trazer de volta" os produtos após o final de suas "vidas uteis", ou mesmo nos casos de recall,
reparos ou reutilização. Também chamada de "a montante" (também raro, mas fique atento).
A alternativa B está incorreta. A logística reversa não torna obrigatoriamente o produto mais oneroso.
A alternativa C está incorreta. Essa não é a definição adequada para a logística reversa. Note que a definição
legal do termo (Lei 12.305/2010) sequer cita ações de reparo após o consumo/uso:
A alternativa D está incorreta. A logística reversa não atua na verificação dos impactos ambientais causados
pelos produtos após a venda mas sim colabora com a minimização dos impactos com processos como
remanufatura, aproveitamento de sobras, reciclagem, etc.
A alternativa E está incorreta. A logística reversa não necessariamente prioriza o reuso dos produtos após o
término de seu ciclo de vida. Pode ter diversas outras funções em cadeia de valor específica.
I. A distribuição física é o processo que começa na fábrica e faz as mercadorias chegarem aos clientes,
dentro dos prazos e ao menor custo.
II. A cadeia da demanda avalia o processo de como os próprios fornecedores da empresa obtém seus
insumos desde as matérias primas.
III. A logística de mercado planeja e controla os fluxos físicos de materiais e de produtos finais entre
os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender aos clientes.
a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentários:
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Vamos analisar cada uma das afirmativas antes de buscar a alternativa correta:
I. A distribuição física é o processo que começa na fábrica e faz as mercadorias chegarem aos clientes, dentro
dos prazos e ao menor custo. CORRETA. A distribuição começa ainda na fábrica com a separação, preparo e
expedição dos produtos acabados e se estende até a chegada ao cliente final.
II. A cadeia da demanda avalia o processo de como os próprios fornecedores da empresa obtém seus insumos
desde as matérias primas. ERRADA. A cadeia de demanda não entra nos detalhes de como o fornecedor
obtém os seus insumos, ficando isso a cargo do próprio fornecedor. O objetivo é que ele atenda com o
material/matéria prima necessária a potencial demanda de consumo que foi identificada.
III. A logística de mercado planeja e controla os fluxos físicos de materiais e de produtos finais entre os
pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender aos clientes. CORRETA. É exatamente o
papel da logística, ou seja, gerenciar todo o fluxo entre a origem e o uso do produto/serviço produzido.
a) V, V e V.
b) V, V e F.
c) F, V e F.
d) F, F e V.
e) V, F e F.
Comentários:
Vamos analisar cada uma das afirmativas antes de buscar a alternativa correta:
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Satisfazer o cliente no médio prazo e no longo prazo, criando um diferencial em relação à concorrência.
ERRADA. Satisfazer o cliente no curto prazo também é importante caso contrário pode ser que nem haja a
possibilidade de satisfazê-lo no médio e longo prazos.
Minimizar os custos financeiros, pelo uso de menos capital de giro. CORRETA. Um dos objetivos do SCM é
mesmo minimizar o custo financeiro sendo que um dos caminhos apontados é reduzir o capital de giro
empregado, ou seja, volume de estoques de materiais e produtos, entre outros.
Maximizar o desperdício, evitando atividades que não agregam valor. ERRADA. Minimizar e não maximizar
o desperdício!
a) Apenas informação
b) Apenas materiais
c) Dinheiro e materiais
d) Informação e materiais
e) Informação e dinheiro
Comentários:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Apenas os materiais tem a origem clara no fornecedor
e, geralmente percorrem a cadeia no sentido fornecedor -> cliente.
A alternativa C está incorreta. O dinheiro geralmente percorre o fluxo inverso, ou seja, do cliente (que recebe
o produto acabado) em direção ao fornecedor, passando por toda a cadeia que vai efetuando a troca
produto/serviço por dinheiro conforme as transações vão sendo realizadas.
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a) Logística integrada
b) Logística reversa
c) Logística sustentável
d) Logística verde
e) Economia circular
Comentários:
A alternativa A está incorreta. A logística integrada significa, como o próprio nome sugere, a integração de
todo o processo logístico, da origem dos produtos às mãos do consumidor final.
A alternativa B está incorreta. A cadeia reversa, também chamada de logística reversa, justamente inverte
o sentido que estamos acostumados a observar cadeias de negócio. Diz respeito ao fluxo contrário, ou seja,
dos clientes até o produtor. Esse termo em geral é usado para descrever o processo de "trazer de volta" os
produtos após o final de suas "vidas uteis", ou mesmo nos casos de recall, reparos ou reutilização. Também
chamada de "a montante" (também raro, mas fique atento).
A alternativa C está incorreta. A Logística Sustentável, por sua vez, envolve todas as funções e
responsabilidades da logística tradicional, no entanto, com um viés voltado para a sustentabilidade. Para
isso, implementa ações que visam otimizar o uso dos recursos disponíveis, buscando reduzir o desperdício
de insumos e as emissões de gases poluentes na atmosfera.
A alternativa D está incorreta. Logística verde ou ambiental refere-se ao conjunto de políticas sustentáveis
e medidas destinadas a reduzir o impacto ambiental causado pelas atividades do setor logístico.
Denominação comumente atribuída à logística sustentável.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A cadeia de ciclo fechado - chamada também de closed
loop supply chain ou economia circular engloba tanto a logística direta como a reversa. Neste modelo ambas
estão integradas e formam um único ciclo, de ida e volta e contínuo.
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Esse percurso compreende todo o ciclo de vida do produto e vai da produção ao fornecimento ao mercado
e, na sequência, da coleta pós uso até a sua reciclagem ou reutilização, reinserindo-o no processo produtivo
para que volte ao mercado, novamente na forma de produto.
Perceba que é um ciclo contínuo, cujos elos estão todos ligados e formam uma corrente única e sem
interrupção. O produto vai até o cliente, é consumido e retorna na forma de resíduo, sobras ou
componentes, sendo novamente preparado para que volte ao mercado, dando continuidade ao ciclo e a
cadeia formada.
Esse é o fenômeno denominado closed-loop supply chain ou cadeias de suprimentos de ciclo fechado, ou
seja um "loop" que se retroalimenta o tempo todo e faz com que o processo não tenha início nem fim.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
Vejamos o que diz Ronald Ballou a respeito do tema: “A logística empresarial trata de todas atividades de
movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-
prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em
movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
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De acordo com Ronald Ballou, logística “É o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo
eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e
informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às
exigências dos clientes. ”
Desta forma, perceba que um processo logístico bem-sucedido agregará valor (representado por ganho em
qualidade, tempo, redução de custos etc.) ao longo de toda a cadeia produtiva e suas respectivas atividades,
seja em matérias-primas ou produtos acabados, com o objetivo final de atingir ou superar as expectativas
dos clientes, o que se reflete no preço praticado e lucro conquistado.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
O efeito Forrester ou efeito "chicote" é fruto das distorções de demandas de estoque que ocorrem em
cadeias não integradas pelo SCM. O efeito é explicado pelo impacto que pequenas variações na demanda
final (clientes) acabam causando em toda a cadeia.
Imagine que o varejista por alguma razão emite uma ordem de compra 30% maior do que costumava fazer.
O distribuidor/atacadista que está acostumado a atendê-lo, sem saber qual a real razão do aumento, amplia
também o seu pedido para o fabricante em proporção ainda maior (50%, por exemplo), visando o
atendimento do varejista nos meses subsequentes e desconhecendo que o incremento projetado pelo
varejista se deu por um cliente único que avisou que fará uma simples e única compra no mês seguinte.
O fabricante, por sua vez, sem ter a menor ideia do que está acontecendo (já que os atores não se conversam
e a informação não flui entre eles) eleva sua produção e dobra o volume de compras de matérias primas
junto aos fornecedores.
Perceba que o impacto vai reverberando por toda a cadeia e tende a aumentar conforme vamos avançando
por cada um dos parceiros. Quanto mais os atores estão afastados do cliente final, maior o risco de que o
efeito se instale e ganhe cada vez maior volume, enquanto vai percorrendo toda a cadeia. Isso acontece
porque cada elo da cadeia só tem informações recebidas do elo seguinte e não se enxerga o ciclo como um
todo, não possuindo também o necessário compartilhamento de informações.
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a) Certo
b) Errado
Comentário:
Ao contrário do que afirma o enunciado, a distribuição e a comercialização fazem parte da cadeia produtiva,
fazendo com que o produto/serviço chegue até o cliente final.
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GABARITO
1. CORRETA
2. CORRETA
3. B
4. D
5. C
==20a903==
6. A
7. A
8. D
9. C
10. B
11. E
12. ERRADA
13. CORRETA
14. CORRETA
15. ERRADA
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RESUMO
Conceitos e abordagem logística: O conceito de logística vem ganhando muita importância pois o sucesso
nesta atividade (as vezes ainda vista como atividade suporte) pode gerar uma grande vantagem competitiva
à organização, seja ela pública ou privada.
Atividades Logísticas: de acordo com Ronald Ballou as atividades logísticas podem ser divididas
em primárias e de apoio:
Decreto 7.746/2012: prevê em seu artigo 2o a adoção de práticas sustentáveis, que descreve em
detalhes em seu artigo 4o:
Art. 4º Para os fins do disposto no art. 2º, são considerados critérios e práticas sustentáveis, entre
outras: (“Caput” do artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
I - baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; (Inciso com redação
dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
II - preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
III - maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
IV - maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
V - maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
VI - uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; (Inciso com redação dada
pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
VII - origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos serviços e nas obras; e
(Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.178, de 23/10/2017)
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Supply Chain Management: envolve todos os atores que atuam ao longo do processo de gestão de
materiais, tais como: fornecedores, produtores, distribuidores e clientes, em um processo integrado, no qual
compartilham informações e planos para tornar o canal mais eficiente e competitivo.
Supply Chain Management no setor público: grande dificuldade para a implantação do SCM pois
a premissa é que as contratações são realizadas com base na legislação vigente e, na maioria das
vezes, estão baseadas em preço ou outras condições estabelecidas pelos editais ou instrumentos de
compra utilizados. Cenário afasta a possibilidade da construção de parcerias.
Cadeias de Suprimentos:
• Cadeia Direta: é a que estamos acostumados, a que flui naturalmente dos fornecedores até o
cliente final, passando por todo o processo de compra, estocagem, transformação,
distribuição, transporte, até chegar aos clientes finais ou consumidores.
• Cadeia Reversa: também chamada de logística reversa, justamente inverte o sentido que
estávamos observando até agora. Diz respeito ao fluxo contrário, ou seja, dos clientes até o
produtor.
• Cadeia de Ciclo Fechado: chamada também de closed loop supply chain ou economia circular
- é uma evolução dos dois primeiros conceitos que acabamos de estudar. Neste modelo, tanto
a logística direta como a reversa estão integrados e formam um único ciclo, de ida e volta e
contínuo.
Efeito Forrester: ou efeito "chicote" é fruto das distorções de demandas de estoque que ocorrem
em cadeias não integradas pelo SCM. O efeito é explicado pelo impacto que pequenas variações na
demanda final (clientes) acabam causando em toda a cadeia. Típico de cadeias não integradas, ocorre
poque não há o compartilhamento de informações entre os diferentes atores envolvidos.
Tipos de Contrato:
• Pedido de compra: forma simplificada de formalizar uma aquisição, especialmente para itens
de compra repetitiva, de baixo valor e padronizados.
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• Contrato por cotas de fornecimento: cliente se compromete a adquirir certa quantidade fixa
a cada período de tempo.
• Contrato em aberto: define-se o valor unitário e a entrega é feita quando o comprador emite
ordens de serviço, definindo os prazos de entrega.
• Contrato de fornecimento em conta corrente: para compras de pequeno valor e alta
frequência. Ao final do mês o vendedor emite uma única fatura, compreendendo toda a
compra do período.
• Garantia dos contratos: não obrigatória porém, prevista expressamente quando estipulada.
• Prorrogação, Renovação ou Extinção: com modificação de cláusula (renovação), sem
modificação (prorrogação), e extinção (conclusão, término do prazo ou anulação).
• Rescisão contratual: amigável (acordo entre as partes), unilateral (pela administração, por
motivo justificado, não havendo culpa da própria administração e cabendo indenização ao
contratado) ou por via judicial (inadimplência de uma das partes).
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
2.1 - Introdução........................................................................................................................................ 4
Gabarito .......................................................................................................................................................... 45
1
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Resumo ........................................................................................................................................................... 46
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1 - Considerações Iniciais
Na aula de hoje falaremos de Administração Patrimonial, tema bastante ligado à gestão de materiais.
Você perceberá que, ao longo da aula, faremos algumas idas e vindas entre os dois assuntos.
Começaremos nossa aula com uma breve introdução conceitual ao tema, trazendo os principais
conceitos e definições da Administração Patrimonial e do Patrimônio, assim como as principais diferenças
em relação à Administração de Materiais.
Em seguida falaremos das principais classificações dos bens patrimoniais, assunto muito recorrente
em provas. Preste atenção aqui!
Seguiremos abordando as diversas atividades que fazem parte do processo de gestão patrimonial
como os processos de aquisição e incorporação, transferência e cessão e, finalmente, a baixa e alienação dos
recursos patrimoniais. Aqui entraremos na questão da depreciação, assunto importante neste tema e que
exige a prática de exercícios básicos.
Por fim, encerraremos nossa jornada estudando as atividades de controle patrimonial e todo o
acompanhamento de performance dos bens patrimoniais que, muitas vezes, termina na substituição de um
bem, o que também veremos, no formato que é cobrado em prova.
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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2.1 - Introdução
A administração dos recursos patrimoniais trata de sequência parecida com a de recursos materiais.
Atua também ao longo de todo um ciclo constituindo nova cadeia de valor.
Tem início na identificação do fornecedor, passa pela compra e recebimento do bem e, daí para
frente, difere um pouco do que temos para a Administração de Materiais. Ao invés de termos a
transformação do material e expedição do produto acabado, temos na administração patrimonial as etapas
de conservação, manutenção e, dependendo do caso, a alienação do bem patrimonial ao final de sua vida
útil.
Perceba, porém, que, em essência, a maior diferença entre elas é que a administração
de materiais trata de materiais (caráter não permanente) enquanto a patrimonial trata
de bens (caráter permanente).
Dessa forma, a administração de patrimônio está relacionada com a gestão dos direitos e obrigações
da organização. Veja que estamos entrando até mesmo no terreno da contabilidade, pois estamos falando
nada mais nada menos do que dos ativos e passivos da instituição.
É importante que você conheça um pouco mais as intersecções entre as áreas de patrimônio, contábil
e financeira para que fique claro qual o escopo abrangido pela Administração de Patrimônio e, de fato, o que
é necessário estudar para a prova.
Dessa forma, a gestão do patrimônio está ligada a gestão dos ativos e dos passivos da empresa.
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Para Administração de Patrimônio só importa o ativo. O Passivo fica a cargo da área financeira e
contábil da organização.
O ativo costuma ser segmentado em função da liquidez de cada um de seus componentes. Temos os
ativos imobilizados (edifícios, instalações, equipamentos e veículos), realizáveis a longo e curto prazos (aqui
temos os estoques de matéria prima, materiais em transformação e produto acabados) e disponíveis (caixa
e bancos).
Entende-se como ativo imobilizado todo ativo de natureza relativamente permanente, que é
normalmente mantido na empresa para a utilização na produção de mercadorias ou prestação de serviços.
Dessa forma devemos buscar sempre três características chave, que devem coexistir, para que um
ativo possa ser classificado como fixo ou imobilizado:
Vamos discutir a seguir algumas situações, para entender melhor essa classificação.
É bom deixar claro desde o início que nenhum bem tem vida ilimitada na empresa, pois sofrem
desgaste com o tempo pelo uso e pela obsolescência, sendo que esses desgastes são, inclusive,
contabilizados legalmente. Note, portanto, que isso explica a natureza "relativamente" permanente prevista
acima.
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Ainda nessa linha, e agora endereçando bens destinados à venda, terrenos e edifícios de uma
empresa imobiliária, também não podem ser considerados ativos imobilizados pois são destinados à venda,
assim como veículos de uma montadora ou concessionária.
Já em uma empresa de transportes, seus prédios, garagens, terrenos e veículos são sim considerados
ativos imobilizados pois têm natureza relativamente permanente (não estão livres do desgaste!), são
utilizados na operação do negócio e não são destinados à venda.
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Os bens patrimoniais possuem as mais diferentes espécies de classificação, variando de autor para
autor. Vamos entender um pouco mais as principais e que têm maior incidência em provas.
• Material de Consumo: utilização geralmente limitada a 2 anos. Após isso perde sua
identidade física ou tem a utilização limitada.
• Material Permanente: durabilidade maior que 2 anos e/ou não perde sua identidade física
quando incorporado a outro bem.
Note que acrescentei acima o termo "geralmente". Por que fiz isso? Porque se o item tiver alguma
das características abaixo, mesmo que tenha vida útil maior que 2 anos, poderá ser enquadrado como
material de consumo. Entenda abaixo os critérios usados para a identificação de um material como
permanente, de acordo com a Portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional.
Cuidado para não se confundir pois a redação aqui é confusa. A Portaria quer dizer que se o material
apresentar qualquer uma dessas características ele deixa de ser permanente e é considerado de consumo!
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Bem, agora que já entendemos a divisão entre materiais permanentes e de consumo, vamos nos
aprofundar na classificação dos bens patrimoniais.
Outra classificação típica dos bens é em relação a sua constituição material: temos os bens corpóreos
/ materiais / tangíveis e os incorpóreos / imateriais / intangíveis.
Temos ainda a classificação quanto a mobilidade e aí os bens podem ser considerados móveis ou
imóveis:
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MÓVEIS IMÓVEIS
Podem ser deslocados sem alteração de sua Não podem ser deslocados ou, ao serem, perdem
forma física. Exs: móveis, utensílios, máquinas e sua forma física original. Exs: prédios, pontes,
veículos terrenos e jazidas.
DIVISÍVEIS INDIVISÍVEIS
Mais adiante temos a segmentação dos bens patrimoniais com base na sua fungibilidade. Temos
dessa vez os fungíveis e os infungíveis.
FUNGÍVEIS INFUNGÍVEIS
Temos ainda a segmentação dos bens patrimoniais com base na sua singularidade. Dessa feita temos
os singulares e os coletivos.
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SINGULARES COLETIVOS
Por fim temos ainda a divisão dos bens patrimoniais quanto a sua disponibilidade. Podem ser
disponíveis ou indisponíveis.
DISPONÍVEIS INDISPONÍVEIS
Podem ser utilizados de maneira imediata, sem Não podem ser utilizados de maneira imediata.
intermediação. Necessitam de intermediação ou preparo.
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4 - Gestão Patrimonial
4.1 - Incorporação
Segundo Torres e Silva (2003), o controle patrimonial (ou controle de bens) consiste em ações que
asseguram, por meio de registros e relatórios, a coleta de dados relativos a identificação, existência,
quantidade, localização, condições de uso e histórico dos bens patrimoniais, desde a sua primeira inclusão
no patrimônio (a incorporação, que ocorre por meio do tombamento), até a sua baixa final.
Esse controle é fundamental pois apenas por meio dele o gestor consegue determinar o valor
contábil do bem, sua condição de utilização, sua localização e histórico de movimentações (veremos isso
em "Transferência e Cessão de recursos patrimoniais"), sua necessária e/ou adequada manutenção
(aprofundaremos em "Administração e manutenção dos bens imóveis"), a alocação correta dos custos, a
aplicação adequada das técnicas de depreciação adotadas e outras atividades que são viáveis apenas com
uma visão completa dos bens patrimoniais que a empresa possui.
A atividade de controle patrimonial, que deverá ser exercida pela seção de patrimônio, permite a
esta funcionar como um centro de informações dos bens físicos.
O controle atualiza os dados de registro e mantém sempre em dia o cadastro geral dos bens. Pelo
controle, analisa-se o passado e o presente, bem como se estabelecem bases de ação para o futuro. Por meio
do controle, planejam-se as inspeções periódicas, a fixação de chapas de tombamento dos bens móveis, e
fiscaliza-se toda a movimentação dos bens ao longo de sua vida útil. Ou seja, é o controle dos bens que dá
ao gestor a possibilidade de efetivamente gerenciá-los, até o momento de sua baixa.
Os registros individuais são importantes para prover a administração com informações relevantes
para efeito de política de capitalização e de substituição de bens e, até mesmo, da contratação de seguros.
A eficácia do controle dos bens móveis depende, fundamentalmente, da implantação e da manutenção
sistemática de registros administrativos e contábeis.
Você verá a seguir algumas atividades que estão compreendidas nessa fase de aquisição e
incorporação dos bens e que são fundamentais para o processo de controle patrimonial da organização.
Vale lembrar que o controle dos bens embora se inicie nessa fase, continua acontecendo após essa
etapa e abrange também as atividades de transferência e cessão, de baixa e alienação e, por fim, de
administração e manutenção dos bens patrimoniais.
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TOMBAMENTO
Tão logo a organização adquire um bem permanente, ele deve ser registrado em um sistema que
controla todo o seu patrimônio.
Essa é a atividade de tombamento, uma das mais cobradas em provas em relação ao tema
Administração de Patrimônio.
Existem ainda itens que, mesmo sendo considerados de caráter permanente, não precisam ser
tombados. Exemplos: cortinas, persianas, tapetes, etc.
Ainda em relação ao tombamento, há uma classificação que você precisa conhecer pata a prova. Os
bens móveis podem ser classificados em controlados e relacionados:
CODIFICAÇÃO
Avançando um pouco na gestão dos ativos imobilizados ou permanentes, precisamos falar sobre a
codificação, um dos principais procedimentos no processo de gestão patrimonial e compreendido pelo
processo de classificação de materiais. É o chamado controle do ativo fixo ou do imobilizado.
A codificação faz parte dessa cadeia de atividades que caracteriza a classificação de materiais. A
cadeia começa pela catalogação (lista de itens) e passa pela simplificação (redução da diversidade),
especificação (identificação e descrição), normalização (normas de utilização), padronização (uniformização
de medidas, peso e formato) e, finalmente, termina com a própria codificação.
Essa atividade tem como objetivo registrar, codificar e controlar os bens considerados
imobilizados e submetidos à depreciação.
O processo se dá por meio da identificação e codificação desses bens (nos bens móveis inclusive, são
afixadas chapas com o respectivo código). Neste processo o administrador capta e representa todas as
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informações necessárias e desejadas por meio do uso de números e/ou letras, com base na classificação
obtida do material.
Feito isso o administrador de patrimônio pode passar a executar o controle em relação a cada um
desses bens, identificando suas datas de aquisição, valor inicial, respectivo centro de custo, seu valor
contábil e critérios e prazos de depreciação.
Em alguns casos os bens não podem receber a placa por suas características físicas ou por sua própria
natureza. Nestes casos, os números de tombamento serão inseridos em separado no sistema, mas também
serão incorporados ao sistema de controle. Há também casos em que os códigos podem ser afixados de
outra forma nos objetos, como nos livros, que recebem carimbos.
Importante entender que, com ou sem a placa com o respectivo código, os dados do bem
"patrimoniado" devem ser inseridos no sistema de controle tão logo ele dê entrada física na organização.
No caso de perda ou dano da placa o setor responsável deve ser avisado para as devidas providências.
Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.
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Já a transferência é permanente, ou seja, o bem sai de uma vez por todas de um órgão e passa a
pertencer a outro órgão de maneira definitiva. Mais uma vez só pode ocorrer quando estamos falando de
bens inservíveis ou, excepcionalmente, para outros tipos de bens desde que justificado pela respectiva
autoridade competente.
Dessa forma, enquanto na cessão o bem é enviado para outro órgão dentro da atividade
pública, na transferência ele permanece dentro do próprio da União.
Para deixarmos claro o conceito de bens inservíveis, vamos voltar ao decreto 9.373/2018, agora em
seu artigo 3º:
Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem será classificado como:
I - ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não é
aproveitado;
II - recuperável - bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo da
recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja análise de
custo e benefício demonstre ser justificável a sua recuperação;
III - antieconômico - bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento seja
precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; ou
IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser utilizado para o fim a que se destina
devido à perda de suas características ou em razão de ser o seu custo de recuperação mais
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de cinquenta por cento do seu valor de mercado ou de a análise do seu custo e benefício
demonstrar ser injustificável a sua recuperação.
Por fim, importante saber que a movimentação de bens móveis dentro da unidade gestora ocorrem
por 3 motivos:
• Empréstimo
• Transferência de carga patrimonial
• Necessidade de reparo e/ou manutenção
A alienação (venda, permuta ou doação) é regulamentada novamente pelo Decreto 9.373/2018 que
remete o procedimento a legislação aplicável as licitações, veja abaixo:
Note ainda que, entre as formas de alienação, temos a doação, porém ela só é permitida após
"avaliação da oportunidade e conveniência socioeconômica" e desde que destinada para "fins e uso de
interesse social".
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Ainda assim, sua realização é vinculada a alguns destinatários específicos de acordo com as alterações
propostas pelo Decreto 10.340/2020 que alterou o Decreto 9.373/2018. Veja a atual redação do artigo 8o
abaixo e note as principais características em negrito:
“Art. 8º Na hipótese de se tratar de bem móvel inservível, a doação prevista na alínea “a”
do inciso II do caput do art. 17 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, permitida
exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação,
poderá ser feita em favor:
III - dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de suas autarquias e fundações
públicas;
Por fim, os artigos 9o e 10o trazem ainda pontos importantes que você deve levar para a prova: a
destinação final ambientalmente adequada do que for inservível e a forma como as comissões especiais que
avaliam e classificam os bens são constituídas.
Art. 10. As classificações e avaliações de bens serão efetuadas por comissão especial,
instituída pela autoridade competente e composta por três servidores do órgão ou da
entidade, no mínimo.
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5 - Controle Patrimonial
Já vimos que o controle dos bens tem início no momento de sua aquisição, porém continua
acontecendo ao longo das demais etapas da gestão patrimonial como no que diz respeito às suas
movimentações nas modalidades transferência e cessão, decisões de baixa e alienação e nas demais ações
de administração e manutenção dos bens patrimoniais.
O foco do controle interno está no acompanhamento e registro das adições e das retiradas.
Todas as medidas tomadas para garantir a preservação física e a segurança das unidades podem ser
tão importantes quanto o próprio controle das quantias investidas em suas aquisições.
Para a execução de um controle apropriado e efetivo, devem existir instruções escritas sobre a
política que governa a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de manutenção
e reparo.
Os principais aspectos que devem ser definidos nessas instruções são os seguintes:
Vamos conhecer a seguir algumas ferramentas utilizadas para auxiliar os gestores no contínuo
controle dos bens patrimoniais de uma organização.
A existência e o uso contínuo dos bens refletidos pelo registro detalhado (controle de bens) devem
ser conferidos periodicamente pela implantação de um programa detalhado de inventários físicos.
Todas as unidades do ativo imobilizado (sempre que possível) devem ser numeradas tão logo sejam
instaladas, para facilitar a sua identificação. Caso isso não seja feito logo no início das operações, poderá ser
feito à medida que os inventários físicos forem sendo programados e realizados.
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Do ponto de vista legal, de acordo com a Instrução Normativa 205/1988, veja como podem ser
classificados os inventários físicos:
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- as bases de avaliação das contas do ativo imobilizado são apropriadas, estão de acordo
com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se foram aplicadas de maneira
uniforme em relação aos principais itens que permanecem em serviço.
- os saldos das previsões para depreciação são razoáveis, considerando-se a vida útil
remanescente dos bens e o possível valor residual.
5.3 - Depreciação
A perda de valor que um bem patrimonial vai apresentando ao longo dos anos é conhecida por
depreciação. Tecnicamente e de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada da Secretaria do Tesouro
Nacional, depreciação é a:
Não há muito o que complicar aqui. O importante é entender que o valor do bem vai sendo
diminuído contabilmente ano a ano, conforme ele vai sendo usado, vai se desgastando e vai perdendo valor.
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Antes de mostrarmos isso na prática, há um outro conceito importante que você deve conhecer para
a prova: é o valor residual. Esse é o valor que o bem ainda preserva mesmo após todo o seu período de
depreciação.
Imagine que você tem um carro e estipula que ele o atenderá por 10 anos. Ao longo de todo esse
período você pode ir depreciando o valor dele contabilmente porém, após o décimo ano, ele ainda terá um
valor para o mercado, nem que seja por algumas de suas peças, no pior dos cenários. Esse valor restante é o
chamado valor residual.
0
Veja tecnicamente a definição de valor residual:
É o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, caso o ativo já tivesse a
idade, a condição esperada e o tempo de uso esperados para o fim de sua vida útil.
De acordo com o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público) o "cálculo do valor
residual é feito por estimativa, sendo seu valor determinado antes do início da depreciação. Assim, o valor
residual seria o valor de mercado depois de efetuada toda a depreciação. O valor residual é determinado
para que a depreciação não seja incidente em 100% do valor do bem, e desta forma não sejam registradas
variações patrimoniais diminutivas além das realmente incorridas."
Dito isso, resta-nos o valor depreciável que é o custo do ativo menos o seu valor residual, ou seja,
será o montante objeto da depreciação.
Após passar no concurso você comprou um iate por R$100.000,00 que será usado por 10 anos e, após
esse período ainda terá um valor para venda de R$20.000,00 (esse é o valor residual).
Portanto temos:
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Como você vai usar o iate ao longo de 10 anos antes de vendê-lo, a depreciação será de
R$8.000,00 por ano pois deve-se considerar o Valor Depreciável dividido pelo período de
uso: R$80.000/10.
Simples, não? Esse é o método linear de depreciação, aceito pela Receita Federal e comumente
cobrado em provas. Vamos treinar o que costuma cair em prova.
Imagine que os bens, (equipamentos, instalações, etc.) vão se desgastando com o tempo e, com isso,
passam a exigir manutenção cada vez com mais frequência. Isso faz com que os custos operacionais do bem
cresçam ao longo do tempo, enquanto seu valor de mercado vai diminuindo.
Chega um momento em que não é mais interessante manter o bem pois seus custos são maiores
que seu valor de mercado. Nesse momento ele atingiu sua vida econômica.
Já a vida útil é:
Período de tempo em que o bem consegue exercer as funções que dele se espera.
Perceba que a vida útil pode ser maior que a econômica, basta que o bem continue operando mesmo
após o atingimento de sua vida econômica. Aí caberá ao administrador tomar a decisão sobre mantê-lo ou
substituí-lo.
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6 - Considerações Finais
Abrimos nossa discussão falando sobre os recursos patrimoniais e as maiores diferenças entre eles e
os recursos materiais, esse um tema que recorrentemente aparece em questões e prova. Feito isso
entendemos mais a fundo o que é o patrimônio da organização e quais as características que devem ser
checadas para se considerar um ativo fixo ou imobilizado, que constituem o foco do estudo em administração
patrimonial.
Avançando um pouco mais examinamos as diversas classificações dos bens patrimoniais e suas
características mais tradicionais, antes de migrarmos para a gestão patrimonial.
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Na gestão patrimonial já começamos a entender e a estudar o controle patrimonial, que se dá pelo
acompanhamento de todas as adições e retiradas de bens, aqui representadas pelas incorporações e baixas.
Em seguida fomos mais a fundo no estudo do controle patrimonial e suas ferramentas, como o
inventário, os processos de auditoria e depreciação e a aplicação dos conceitos de vida econômica e vida útil,
tão comumente trazidos às provas para confundir o candidato!
Bem, assim chegamos ao fim desse encontro! Tente responder as questões comentadas e, caso tenha
dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
a) CERTO 0
b) ERRADO
Comentários:
Uma vez que os móveis não estejam mais à disposição da instituição (pois foram roubados), os mesmos
devem ser baixados. Entretanto, em hipótese alguma o número patrimonial relativo ao bem desfeito pode
ser utilizado em outro bem. Quando o bem é baixado, o número patrimonial continua vinculado a ele e não
deve ser reutilizado.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
A Lei nº 4.320/1964, que estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, assim dispõe:
Art. 15, § 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior
a dois anos.
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Diversas outras normas da área de patrimônio público consideram o material permanente aquele que, em
razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois
anos.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Bem móvel: objeto ou material que se pode transportar de um lugar para outro e que, para efeito de
controle, pode ser classificado como material permanente ou de consumo (portátil, não portátil, de uso
individual ou coletivo) e no elemento de despesa previsto na legislação em vigor.
Material Permanente: aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem
uma durabilidade superior a dois anos.
Assim, a regra geral é que todo material permanente está sujeito ao tombamento, independentemente
de ser movimentado a outro setor ou órgão.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O ativo costuma ser segmentado em função da liquidez de cada um de seus componentes. Temos os ativos
imobilizados (edifícios, instalações, equipamentos e veículos), realizáveis a longo e curto prazos (aqui temos
os estoques de matéria prima, materiais em transformação e produto acabados) e disponíveis.
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Segundo o Pronunciamento Contábil CPC 27, para um bem ser enquadrado como imobilizado, ele precisa
atender aos seguintes requisitos:
Em resumo o ativo imobilizado deve ser um item palpável. Marcas e patentes, por exemplo, embora tenham
valor agregado e sejam largamente utilizadas pela entidade, não constituem essa conta contábil (para tanto,
há o grupo dos intangíveis).
Além disso, o bem tem que possuir o objetivo de alocação dos itens destinados para produção e/ou venda
de mercadorias e serviços, inclusive de ordem administrativa. Ou seja, todo item que seja utilizado tanto
para produzir quanto para vender um bem, ou que seja utilizado para serviços internos da entidade que
gerem benefícios econômicos à mesma, deve ser enquadrado no imobilizado. A mesma regra vale na
hipótese de locação desse bem a outrem.
Por último, o imobilizado deve ter perspectiva de uso por mais de um período. Entende-se como período o
exercício social da empresa, que pode ser variável dependendo de como a sociedade é constituída (se é
limitada ou de capital aberto). Entretanto, convencionou-se o exercício social como sendo de 12 meses, que
é o lapso temporal utilizado para divulgação do balanço e demonstrações contábeis.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens necessários à manutenção das atividades da empresa,
caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas, etc.) e que deve ser utilizado por
mais de um período.
Isso significa que o bem será utilizado por toda a vida e que sua vida útil é inesgotável? Sem dúvida, não.
Uma máquina ou um equipamento, por exemplo, são ativos imobilizados mas que se esgotam com o uso ao
longo do tempo.
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a) Certo
b) Errado
Comentários:
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Em relação ao tombamento, há uma classificação que você precisa conhecer para a prova. Os bens móveis
podem ser classificados em controlados e relacionados:
Dessa forma, o bem móvel controlado é sujeito ao tombamento, ao contrário do relacionado, que pode ser
controlado de modo simplificado e dispensa o tombamento.
a) Certo
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b) Errado
Comentários:
Vida econômica de um bem: é o período de tempo (geralmente em anos) em que o custo anual equivalente
de possuir e de operar o bem é o mínimo. Esse conceito foi proposto por Degarmo (1997).
No período de tempo da utilização do bem, a empresa espera obter benefícios, com o menor custo para
possuí-lo e operá-lo. Com o passar do tempo, os bens vão se desgastando com o uso e os seus custos
operacionais vão aumentando. Ao mesmo tempo, os seus valores de venda ou de mercado vão diminuindo.
A partir de determinado ponto, não será mais econômico manter esses bens, já que eles atingiram sua vida
econômica e deverão ser substituídos.
Bens fungíveis: são aqueles que apresentam a capacidade de serem misturados uns aos outros sem
perderem a sua característica inicial. Podem ser substituídos por outros da mesma natureza como, por
exemplo, algumas commodities, como algodão, trigo, ouro.
Já os bens infungíveis são únicos, insubstituíveis, como as obras de arte.
a) Os bens fungíveis podem ser divididos sem que as partes percam sua característica inicial.
b) A vida útil e a vida econômica dos recursos patrimoniais são medidas equivalentes.
c) Na operação do empreendimento, o ativo imobilizado ou fixo de natureza permanente destina-se à venda.
d) Os bens patrimoniais totalmente depreciados devem ter seu uso descontinuado.
e) Patentes e direitos autorais são considerados bens patrimoniais intangíveis.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Os bens fungíveis tem a capacidade de serem misturados uns aos outros sem
perderem suas características iniciais. Podem ser substituídos por outro da mesma natureza. Ex.:
commodities como trigo, algodão, arroz e ouro.
A alternativa B está incorreta. Vida econômica de um bem é o período de tempo (geralmente em anos) em
que o custo anual equivalente de possuir e de operar o bem é o mínimo. Já a vida útil é o período de tempo
em que o bem consegue exercer as funções que dele se espera.
Perceba que a vida útil pode ser maior que a econômica, basta que o bem continue operando mesmo após
o atingimento de sua vida econômica. Aí caberá ao administrador tomar a decisão sobre mantê-lo ou
substituí-lo.
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A alternativa C está incorreta. O ativo imobilizado ou fixo de natureza permanente envolve bens ou direitos
de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da organização e do seu
empreendimento, e não bens ou direitos à venda.
A alternativa D está incorreta. Nem sempre um bem totalmente depreciado necessita ter seu uso
interrompido ou descontinuado. Um veículo, por exemplo, que seja depreciado totalmente em 5 anos, caso
ainda tenha condições de rodar depois deste período, deve passar pelo chamado processo de reavaliação do
bem, no qual é atribuído um novo valor ao bem e a depreciação é reiniciada.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os bens intangíveis não possuem existência física,
porém, representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos sociais, como marcas e patentes,
fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial e fundo
de comércio.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
MÓVEIS IMÓVEIS
Podem ser deslocados sem alteração de sua Não podem ser deslocados ou, ao serem, perdem
forma física. Exs: móveis, utensílios, máquinas e sua forma física original. Exs: prédios, pontes,
veículos terrenos e jazidas.
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Porém, o enunciado diz ainda que os bens, em relação a mobilidade, poderiam ser corpóreos e incorpóreos,
o que está errado. Esta é a classificação quanto a sua constituição material ou tangibilidade. Veja a seguir:
a) requisição;
b) comodato;
c) movimentação de bens;
d) inventário;
e) tombamento.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. A requisição é a solicitação que o órgão requisitante faz para que aconteça a
redistribuição de um bem, que é o movimento inverso do recolhimento. A redistribuição é o envio dos bens
do depósito do patrimônio para o órgão requisitante.
A alternativa B está incorreta. Comodato é o empréstimo gratuito de coisa não fungível, que deve ser
restituída no tempo convencionado pelas partes.
A alternativa C está incorreta. A movimentação de bens varia de acordo com a necessidade operacional da
organização. Pode ocorrer via cessão, transferência, recolhimento ou redistribuição e tem três principais
origens causadoras: empréstimo, transferência de carga patrimonial ou necessidade de reparo ou
manutenção.
A alternativa D está incorreta. O inventário é uma prática utilizada por meio da identificação, classificação e
contagem dos produtos armazenados com o objetivo de conferir se essas informações estão de acordo com
a realidade do que foi dado como entrada e saída de mercadorias. O método mais comum deles é o
inventário físico que, segundo Martins e Alt, consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja
diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos os ajustes
conforme recomendações contábeis e tributárias.
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A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No tombamento o bem é registrado assim que entra
fisicamente na organização. Seus dados são lançados no sistema de controle assim como os respectivos
termos de responsabilidade sobre o bem são assinados e arquivados.
a) o gerenciamento da depreciação é de importância secundária, uma vez que esta não impacta no resultado
operacional da empresa;
b) a vida econômica de um bem é o tempo que ele demora para perder todo o seu valor contábil;
c) o valor contábil de um bem depende de como esse bem é utilizado e mantido, uma vez que é a diferença
entre o valor depreciado e o valor de mercado;
d) a decisão de substituir equipamentos deve ser tomada com base nas estimativas de custo anual
equivalente do equipamento defendente e do equipamento desafiante;
e) patentes e direitos autorais não são incluídos no balanço patrimonial por serem bens intangíveis.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. O gerenciamento da depreciação não é uma atividade secundária e deve ser
acompanhado de perto pelo gestor de patrimônio da organização.
A alternativa B está incorreta. A vida econômica de um bem é o período de tempo (geralmente em anos) em
que o custo anual equivalente de possuir e de operar o bem é o mínimo. Não tem relação direta com seu
valor contábil.
A alternativa C está incorreta. Aqui há uma confusão de conceitos. O valor contábil é o valor de aquisição
(custo) que vai sendo depreciado conforme o bem é utilizado e de acordo com o método de depreciação
adotado pela organização.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Perfeito. No momento em que o bem chega próximo
de sua vida econômica, cabe ao administrador efetuar a análise comparativa entre a substituição (adoção do
bem desafiante) ou o prolongamento do uso do bem (prorrogação do uso do bem defendente), considerando
que ele ainda possui período de vida útil, ou seja, pode continuar operando, mesmo após ter atingido a sua
vida econômica.
A alternativa E está incorreta. Mesmo sendo intangíveis, são incluídos no balanço patrimonial pois são ativos
da empresa, muitas vezes, de alto valor.
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a) alienação;
b) destruição;
c) comodato;
d) abandono;
e) cessão.
Comentário:
A alternativa B está incorreta. Não é uma das opções tradicionais de baixa de um bem.
A alternativa C está incorreta. Também não é uma das opções tradicionais de baixa de um bem. Comodato
é o empréstimo gratuito de coisa não fungível, que deve ser restituída no tempo convencionado pelas partes.
A alternativa D está incorreta. Não é uma das opções tradicionais de baixa de um bem, embora seja umas
das opções de desfazimento, ao lado da inutilização e das próprias diferentes formas de alienação.
A alternativa E está incorreta. Também não é isso. Veja o que diz o parágrafo 4o do Decreto 9.373/2018
sobre a cessão:
Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.
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a) 660.000,00;
b) 575.000,00;
c) 490.000,00;
d) 405.000,00;
e) 320.000,00.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. O valor correto é R$490.000,00. Veja os cálculos nos comentários da
alternativa C.
A alternativa B está incorreta. O valor correto é R$490.000,00. Veja os cálculos nos comentários da
alternativa C.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vamos lá. Importante saber fazer essas contas na hora
da prova.
Se a depreciação é linear e tem valor anual de R$85.000,00, significa que no 6o ano o valor depreciado terá
sido $85.000,00 x 6 ou R$510.000,00.
O valor residual é calculado diminuindo-se o valor depreciado do valor de custo do bem, ou seja:
R$1.000.000,00 (valor de custo ou aquisição) menos R$510.000,00 (valor depreciado que vimos acima) =
R$490.000,00
A alternativa D está incorreta. O valor correto é R$490.000,00. Veja os cálculos nos comentários da
alternativa C.
A alternativa E está incorreta. O valor correto é R$490.000,00. Veja os cálculos nos comentários da
alternativa C.
a) comodato
b) cessão
c) aquisição
d) incorporação
e) movimentação
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Comentário:
A alternativa A está incorreta. Comodato é o empréstimo gratuito de coisa não fungível, que deve ser
restituída no tempo convencionado pelas partes. Neste caso, equipamentos são fungíveis.
Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.
a) perecibilidade;
b) durabilidade;
c) fragilidade;
d) transformabilidade;
e) incorporabilidade.
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Comentário:
A alternativa A está incorreta. A definição trazida pela banca refere-se à Fragilidade e não a Perecibilidade.
Veja a base legal na alternativa correta.
A alternativa B está incorreta. A definição trazida pela banca refere-se à Fragilidade e não a Durabilidade.
Veja a base legal na alternativa correta.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Essa é a definição prevista para o parâmetro
"Fragilidade", de acordo com a Portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional. Veja abaixo:
A alternativa D está incorreta. A definição trazida pela banca refere-se à Fragilidade e não a
Transformabilidade. Veja a base legal na alternativa correta.
A alternativa E está incorreta. A definição trazida pela banca refere-se à Fragilidade e não a
Incorporabilidade. Veja a base legal na alternativa correta.
17. (CESGRANRIO/BACEN/Técnico/2009) Todo bem patrimonial sofre desgaste com a sua utilização,
sendo necessárias ações para que ele se mantenha operacional até o fim de sua vida útil. A vida
econômica de um bem é o período de tempo em que o bem consegue exercer suas funções até o
momento em que o:
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A alternativa A está incorreta. A vida econômica de um bem se relaciona com seu custo de posse e operação
e não com o valor contábil.
A alternativa B está incorreta. A vida econômica de um bem se relaciona com seu custo de posse e operação
e não com o valor de revenda e/ou residual.
A alternativa C está incorreta. A vida econômica de um bem se relaciona com seu custo de posse e operação
e não com o valor de revenda e/ou depreciado.
A alternativa D está incorreta. A vida econômica de um bem se relaciona com seu custo de posse e operação,
mas não em comparação com eventual custo "residual".
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Definição literal de vida econômica, segundo Degarmo
& Canada (1973): o período de tempo (geralmente em anos) em que o custo anual equivalente de possuir e
de operar o bem é o mínimo. Os bens, como equipamentos e instalações, desgastam-se com o uso,
necessitando cada vez mais de manutenção. Assim, é de esperar que os custos operacionais aumentem com
o passar do tempo”.
Ainda nesta direção, para o Prof. Rafael Ravazolo, a vida econômica refere-se aos custos globais em que a
empresa incorre para manter em operação certo equipamento. Corresponde ao tempo de utilização em que
o bem é capaz de produzir com menor custo para a empresa e que, certamente, é menor ou igual à sua vida
útil, cujo conceito encontra-se associado ao limite possível de uso do bem.
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) I, II e IV
e) I, III e IV
Comentário:
Antes de buscar a alternativa correta, vale buscarmos na teoria o que define um bem como ativo imobilizado:
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Desta forma, apenas os itens II e III são características de ativos considerados imobilizados.
a) Baixa
b) Recolhimento
c) Cessão
d) Alienação
e) Comodato
Comentário:
A alternativa C está incorreta. Cessão é a modalidade de movimentação de bens de caráter precário e por
prazo determinado, com transferência de posse.
A alternativa D está incorreta. A alienação é uma das formas de baixa patrimonial. Pode ocorrer por venda,
permuta ou doação. Os bens móveis inservíveis cujo reaproveitamento seja considerado inconveniente ou
inoportuno serão alienados em conformidade com a legislação aplicável às licitações e aos contratos no
âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, indispensável a avaliação prévia.
A alternativa E está incorreta. Comodato é o empréstimo gratuito de coisa não fungível, que deve ser
restituída no tempo convencionado pelas partes.
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a) passagem
b) contrapartida
c) transferência
d) reincorporação
e) transformação física
Comentário:
A alternativa A está incorreta. A ocorrência trazida pelo enunciado não é a "passagem", mas sim a
transferência.
A alternativa B está incorreta. A ocorrência trazida pelo enunciado não é a "contrapartida", mas sim a
transferência.
A alternativa D está incorreta. A ocorrência trazida pelo enunciado não é a "reincorporação", mas sim a
transferência. Atenção para não confundir o termo "reincorporação" com "redistribuição" que é o
movimento inverso do recolhimento, ou seja, o envio dos bens do depósito do patrimônio para o órgão
requisitante.
A alternativa E está incorreta. A ocorrência trazida pelo enunciado não é a "transformação física", mas sim
a transferência.
a) Bens patrimoniais são instalações utilizadas no cotidiano das organizações, que são adquiridos
esporadicamente, como prédios, equipamentos e veículos. Eles podem ser classificados de diversas formas,
entre elas, quanto a sua mobilidade: móveis, quando podem ser deslocados sem alteração de sua forma
física e imóveis, quando não podem ser deslocados sem alteração de sua forma física.
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b) Bens patrimoniais são os bens de capital da instituição. Eles podem ser classificados de diversas formas,
entre elas, quanto a sua mobilidade: imóveis, quando podem ser deslocados sem alteração de sua forma
física e móveis, quando não podem ser deslocados sem alteração de sua forma física.
c) Bens patrimoniais são os bens tecnológicos da instituição. Eles sofrem o processo de depreciação, que é a
perda de seu valor, decorrente do uso ou obsolescência da tecnologia.
d) Bens patrimoniais são os bens de consumo da instituição. Eles podem ser classificados de diversas formas,
entre elas, quanto a sua durabilidade: duráveis, que duram mais que um exercício fiscal, e não duráveis,
consumidos antes de um período fiscal.
e) Bens patrimoniais são os bens de consumo da instituição. Eles podem ser classificados de diversas formas,
entre elas, quanto a sua disponibilidade: disponíveis, quando usados de imediato ou indisponíveis.
Comentário:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Ótima definição de bens patrimoniais. Utilizados no
dia-a-dia da organização, adquiridos de forma esporádica e, entre outras classificações possíveis, podem ser
divididos em móveis e imóveis.
MÓVEIS IMÓVEIS
Podem ser deslocados sem alteração de sua Não podem ser deslocados ou, ao serem,
forma física. Exs: móveis, utensílios, máquinas perdem sua forma física original. Exs:
e veículos prédios, pontes, terrenos e jazidas.
A alternativa B está incorreta. Bens de capital e bens patrimoniais não são a mesma coisa.
Os bens de capital são os bens utilizados na geração de novos produtos e serviços (máquinas, equipamentos,
instalações, matérias primas). Dividem-se em matérias prima e componentes (geralmente é o que a
organização chama de material), equipamentos e instalações (base para o processamento de matérias
primas e componentes, geralmente constituem o patrimônio da organização) e insumos administrativos (não
se incorporam ao produto final, são consumidos e contribuem indiretamente ao processo produtivo: papel,
caneta, etc.).
Além disso os bens imóveis, não podem ser deslocados sem alteração de sua forma física enquanto, os
móveis, podem ser deslocados sem alteração de sua forma física, ao contrário do que diz a alternativa.
A alternativa C está incorreta. Bens patrimoniais não são os bens tecnológicos da instituição. Estamos
falando de naturezas de recursos diferentes. Veja abaixo quais são as fontes de recursos de uma organização
e note que Patrimônio e Tecnologia estão em ramos diferentes.
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RECURSOS
A alternativa D está incorreta. Bens patrimoniais e de consumo são absolutamente diferentes, a começar
pela diferenciação entre material de consumo e permanente. Veja a seguir:
• Material de Consumo: utilização geralmente limitada a 2 anos. Após isso perde sua
identidade física ou tem a utilização limitada.
• Material Permanente: durabilidade maior que 2 anos e/ou não perde sua identidade física
quando incorporado a outro bem.
Em relação as divisões dos bens de consumo, a alternativa está correta. Veja abaixo:
A alternativa E está incorreta. Novamente a alternativa está correta em relação à divisão dos bens (agora os
patrimoniais) em disponíveis e indisponíveis porém, erra novamente ao equiparar bens patrimoniais aos
bens de consumo.
DISPONÍVEIS INDISPONÍVEIS
a) Os bens controlados demandam um controle bastante rigoroso do seu uso e da responsabilidade pela
guarda e conservação, estão sujeitos ao tombamento;
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b) Caso seja identificado um bem com a perda ou deterioração da plaqueta de tombamento, o ocorrido
deverá ser comunicado, obrigatoriamente, ao setor de almoxarifado e/ou patrimônio para que aconteça sua
reposição;
c) O número de tombamento em livros poderá ser feito mediante carimbo;
d) Os bens relacionados, mesmo tento um valor mínimo para a administração, não dispensam tombamento.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Os bens controlados estão sujeitos ao tombamento e a controle mais rigoroso
de uso e responsabilidade por guarda e conservação.
A alternativa B está incorreta. No caso de perda ou dano da placa o setor responsável deve ser avisado o
mais rápido possível para as devidas providências.
A alternativa C está incorreta. Em alguns casos os bens não podem receber a placa por suas características
físicas ou por sua própria natureza. Nestes casos, os números de tombamento serão inseridos em separado
no sistema, mas também serão incorporados ao sistema de controle. Há também casos em que os códigos
podem ser afixados de outra forma nos objetos, como nos livros, que recebem carimbos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Em relação ao tombamento, há uma classificação que
você precisa conhecer pata a prova. Os bens móveis podem ser classificados em controlados (que não
dispensam o tombamento) e relacionados (que dispensam o tombamento):
a) Certo
b) Errado
Comentários:
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No tombamento o bem é registrado assim que entra fisicamente na organização. Seus dados são lançados
no sistema de controle assim como os respectivos termos de responsabilidade sobre o bem são assinados e
arquivados.
a) antieconômico
b) baixado
c) irrecuperável
d) recuperável
e) ocioso
Comentário:
Antes de elegermos a alternativa correta, observe o artigo 3o do Decreto 9.378/2018, que define as
classificações dos bens inservíveis:
Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem será classificado como:
I - ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não é
aproveitado;
II - recuperável - bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo da
recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja análise de
custo e benefício demonstre ser justificável a sua recuperação;
III - antieconômico - bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento seja
precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; ou
IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser utilizado para o fim a que se destina devido
à perda de suas características ou em razão de ser o seu custo de recuperação mais de
cinquenta por cento do seu valor de mercado ou de a análise do seu custo e benefício
demonstrar ser injustificável a sua recuperação.
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A alternativa A está incorreta. Bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento seja precário,
em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo.
A alternativa B está incorreta. O bem baixado é aquele que já foi excluído do patrimônio da organização. O
momento da exclusão de um bem patrimonial da instituição é o que costumamos chamar de baixa. A baixa
pode ocorrer por alienação (venda, permuta ou doação) ou por outros motivos como perda, roubo, extravio,
etc.
A alternativa C está incorreta. Bem móvel que não pode ser utilizado para o fim a que se destina devido à
perda de suas características ou em razão de ser o seu custo de recuperação mais de cinquenta por cento do
seu valor de mercado ou de a análise do seu custo e benefício demonstrar ser injustificável a sua
recuperação.
A alternativa D está incorreta. Bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo da
recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja análise de custo e benefício
demonstre ser justificável a sua recuperação.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Bem móvel que se encontra em perfeitas condições
de uso, mas não é aproveitado.
A sequência numérica correta de preenchimento dos parênteses da segunda coluna, de cima para
baixo, é:
a) 4-2-3-1
b) 1-3-4-2
c) 4-1-2-3
d) 3-2-4-1
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e) 4-3-2-1
Comentário:
Vejamos algumas definições (a parte normativa vem do Decreto 9.378/2018) e depois partimos para as
correspondências.
Transferência:
Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.
Transferência de posse, envolvendo os órgãos listados no artigo 4o. Temos, portanto, ( ), (2), ( ), (1).
Alienação
Transferência do direito de propriedade via permuta ou doação. Temos, portanto, ( ), (2), (3), (1).
Outra forma de desfazimento:
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É o que restou e cita explicitamente tanto a inutilização quanto o abandono. Temos, finalmente, (4), (2), (3),
(1).
A alternativa B está incorreta. A mudança de localização do bem exige a assinatura de novo termo de
responsabilidade.
A alternativa C está incorreta. A mudança de responsável pelo bem também exige a assinatura de novo
termo de responsabilidade.
A alternativa D está incorreta. No tombamento o bem é registrado assim que entra fisicamente na
organização. Seus dados são lançados no sistema de controle assim como os respectivos termos de
responsabilidade sobre o bem são assinados e arquivados.
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GABARITO
1. ERRADA
2. ERRADA
3. ERRADA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. CORRETA
7. ERRADA
8. CORRETA
9. E
10. ERRADA
11. E
12. D
13. A
14. C
15. B
16. C
17. E
18. B
19. A
20. C
21. A
22. D
23. CORRETA
24. E
25. A
26. A
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RESUMO
Recursos Patrimoniais: refere-se a gestão do patrimônio da organização, ou seja, de seu conjunto de
bens, valores, direitos e obrigações que possa ser avaliado monetariamente e que seja utilizado na
realização de seus objetivos sociais.
Patrimônio de empresa: diferença entre seus ativos e passivos, o que gera o chamado "patrimônio
líquido". Para Administração de Patrimônio só importa o ativo, segmentado em ativos imobilizados
(edifícios, instalações, equipamentos e veículos), realizáveis a longo e curto prazos (estoques de
matéria prima, materiais em transformação e produto acabados) e disponíveis. O foco recai sobre os
ativos imobilizados, também chamados de permanentes.
Natureza do Ativo Imobilizado: Entende-se como ativo imobilizado todo ativo de natureza
relativamente permanente, que é normalmente mantido na empresa para a utilização na produção
de mercadorias ou prestação de serviços.
Classificação dos bens: De modo geral os bens patrimoniais são classificados em Equipamentos ou Prédios
/ Terrenos / Jazidas. Outras classificações:
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Gestão Patrimonial: A gestão patrimonial de um órgão é constituída das seguintes atividades: registro,
tombamento, guarda, movimentação, controle, preservação, baixa, incorporação e inventário. Tais
atividades espalham-se ao longo de macro processos como: incorporação e aquisição, transferência e cessão,
baixa e alienação e, por último, administração e manutenção de bens patrimoniais.
Codificação: tem como objetivo registrar, codificar e controlar os bens considerados imobilizados
e submetidos à depreciação. O processo se dá por meio da identificação e codificação desses bens
(nos bens móveis inclusive, são afixadas chapas com o respectivo código). Neste processo o
administrador capta e representa todas as informações necessárias e desejadas por meio do uso de
números e/ou letras, com base na classificação obtida do material.
Cessão: movimentação temporária entre a União, seus órgãos, autarquias, fundações e os órgãos,
autarquias e fundações de Estados, DF e municípios. Note que a cessão só pode ocorrer quando
estamos falando de bens inservíveis ou, excepcionalmente, para outros tipos de bens desde que
justificado pela respectiva autoridade competente.
Transferência: é permanente, ou seja, o bem sai de uma vez por todas de um órgão e passa a
pertencer a outro órgão de maneira definitiva. Mais uma vez só pode ocorrer quando estamos
falando de bens inservíveis ou, excepcionalmente, para outros tipos de bens desde que justificado
pela respectiva autoridade competente.
Enquanto na cessão o bem é enviado para outro órgão dentro da atividade pública, na
transferência ele permanece dentro do próprio órgão original.
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• Bens imóveis dependem de autorização legislativa para que possam ser alienados, além da
própria avaliação prévia e processo de licitação. As dispensas estão previstas no corpo da
Lei.
• Bens móveis necessitam de avaliação prévia e licitação, com dispensas previstas nos casos
de doação (desde que para fins e uso de interesse social) e permuta (entre órgãos ou
entidades da Administração Pública).
“Art. 8º Na hipótese de se tratar de bem móvel inservível, a doação prevista na alínea “a”
do inciso II do caput do art. 17 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, permitida
exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação,
poderá ser feita em favor:
III - dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de suas autarquias e fundações
públicas;
Controle Patrimonial: O foco do controle interno está no acompanhamento e registro das adições e das
retiradas. Para a execução de um controle apropriado e efetivo, devem existir instruções escritas sobre a
política que governa a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de manutenção
e reparo.
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Inventário Físico: a existência e o uso contínuo dos bens refletidos pelo registro detalhado
(controle de bens) devem ser conferidos periodicamente pela implantação de um programa
detalhado de inventários físicos.
Auditoria do Ativo Imobilizado: tem como principais objetivos checar se as bases de avaliação são
as apropriadas, se adições foram correta e legalmente executadas, se os custos/provisões para
depreciação, assim como seus respectivos débitos contábeis e saldos remanescentes foram
calculados e realizados corretamente e se as demonstrações financeiras relativas aos ativos
imobilizados consideram todos os respectivos ônus contábeis.
Depreciação: Alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo de sua vida útil.
• Valor residual: é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, caso o ativo
já tivesse a idade, a condição esperada e o tempo de uso esperados para o fim de sua vida
útil.
• Valor depreciável: custo do ativo menos o seu valor residual, ou seja, será o montante objeto
da depreciação.
Vida econômica de um bem: período de tempo (geralmente em anos) em que o custo anual
equivalente de possuir e de operar o bem é o mínimo.
• Vida útil: período de tempo em que o bem consegue exercer as funções que dele se espera.
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IFRO (Assistente em Administração)
Administração de Recursos Materiais-
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Campanario
05 de Dezembro de 2021
Sumário
Gabarito .......................................................................................................................................................... 34
Resumo ........................................................................................................................................................... 35
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1 - Considerações Iniciais
Começaremos nossa aula entendendo como um gestor compara os bens que possui e os disponíveis
no mercado para que analise a possibilidade e eventual necessidade de realizar a substituição com base nas
opções disponíveis e, como sempre, levando em conta a busca pelo melhor resultado final para toda a
organização.
Mais à frente entraremos no capítulo que tratará de todo o processo de manutenção dos bens
patrimoniais, tenham eles sido recentemente adquiridos (via processo de substituição, por exemplo) ou
mesmo bens já disponíveis à organização há muitos anos, as vezes se aproximando do momento de
substituição e próximos de seu valor residual (depreciação praticamente já esgotada).
Note neste momento que o processo de manutenção, quando bem planejado e executado, além de
minimizar seus custos diretos, é responsável por prolongar tanto a vida útil como a vida econômica de um
bem, mais uma vez trazendo os melhores resultados possíveis à organização, tanto do ponto de vista
financeiro quanto operacional.
Em relação à manutenção de bens, estudaremos especialmente os seus principais tipos (tema muito
cobrado pelas bancas): curativa, preventiva e preditiva, suas vantagens e desvantagens e indicação de
aplicação em casos específicos.
Ao final da aula guardamos um espaço para falarmos da Manutenção de Bens Patrimoniais no mundo
público. Abordaremos algumas particularidades e, sobretudo, a normatização vigente sobre o tema, também
tema "querido" das bancas em provas de concurso.
Vamos em frente!
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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2 - Substituição de Bens
Em linha com o que vimos em relação aos Indicadores, ou seja, o acompanhamento de perto dos
valores contábeis, depreciações e outros dados contábeis e financeiros dos bens utilizados na operação, além
de tudo que vimos em relação à vida útil e à vida econômica de um bem, chega o momento em que a
organização precisa tomar a decisão quanto a substituição ou não dos bens empregados em seu processo
produtivo.
A substituição de equipamentos em uso por outro mais eficiente é uma forma da organização ganhar
vantagem competitiva em relação ao mercado pois a substituição geralmente acontece em situações nas
quais há flagrante redução de custos.
Sim, há também situações nas quais a redução de custo não é o principal objetivo como, por exemplo,
em imposições da legislação ou necessidades ambientais, mas são raras.
Bem, dentro desse contexto, no momento em que o bem chega próximo de sua vida
econômica, cabe ao administrador efetuar a análise comparativa entre a substituição
(adoção do bem desafiante) ou o prolongamento do uso do bem (prorrogação do uso do
bem defensor ou defendente), considerando que ele ainda possui período de vida útil, ou
seja, pode continuar operando mesmo após ter atingido a sua vida econômica.
Os cálculos para a análise são baseados em matemática financeira (especialmente o cálculo do valor
presente ou do custo anual equivalente) e, portanto, não são cobrados em provas de Administração de
Patrimônio.
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A administração da manutenção dos ativos é uma das formas de gerenciar recursos patrimoniais.
Essa atividade se aplica a instalações fabris, industriais, comerciais e mesmo residenciais.
A vida útil de uma instalação (ou sua capacidade produtiva) depende diretamente de como é operada
e mantida. Uma correta manutenção certamente prolonga a vida útil de um bem.
Atualmente, com a automatização dos processos e equipamentos, a atenção com a manutenção deve
ser redobrada, evitando que falhas nos equipamentos prejudiquem ou mesmo paralisem o processo
produtivo. Isso tem feito com que as organizações busquem um processo de "zero quebra", com base em
planos bem estruturados de manutenção.
Há diferentes tipos de políticas de manutenção que podem ser adotadas, todas com o mesmo
objetivo de minimizar os impactos na produção em função de problemas com os equipamentos.
Postura preventiva usando softwares especiais que monitoram a performance dos equipamentos
produtivos, programa com mais máquinas todas com utilização menos intensiva ou mesmo a opção por
equipamentos mais robustos que aguentam cargas mais fortes de trabalho, são todas opções que buscam
os mesmos objetivos, ou seja, minimizar os impactos no processo produtivo em função de problemas nos
equipamentos e instalações.
O treinamento dos operadores também é fundamental. Boa parte das falhas e quebras de
equipamentos são causadas pelo seu mau uso. Além disso, o treinamento permite que pequenos ajustes
possam ser feitos antes que o processo como um todo seja efetivamente prejudicado. Há ainda a opção pela
aquisição de equipamentos de fácil manutenção ou mesmo a redundância de equipamentos (reservas) para
processos críticos.
Note que são várias opções e caminhos que podem ser trilhados pelo administrador de patrimônio.
A decisão sobre que caminho escolher sempre deve vir amparada na análise de custo benefício, ou seja,
quebras significam pouco investimento em manutenção preventiva, o que eleva os gastos com a
manutenção corretiva, além de gerar perdas no processo produtivo.
Por outro lado, investimentos demasiados em manutenção preventiva podem também representar
desperdícios se mal planejados. Uma das funções do administrador de patrimônio é encontrar esse meio
termo.
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O maior objetivo quando se fala em manutenção de processos fabris é manter a disponibilidade dos
equipamentos envolvidos, ou seja, as máquinas devem estar disponíveis e prontas para operar no momento
em que se precisar delas. Para isso é necessário o emprego de plano cuidadoso de manutenção.
Como grande desafio, o gestor patrimonial deve se preocupar em buscar o ponto ótimo de custos de
toda essa atividade. Quanto maior o investimento em manutenções menores serão os custos gerados pela
falta de disponibilidade de equipamentos no momento em que são requisitados, porém essa conta não é tão
simples.
A visão clássica da manutenção (a manutenção corretiva) há algum tempo não é mais a única opção
neste cenário. Esta era uma postura reativa, ou seja, havia a intervenção apenas no momento em que surgia
uma quebra. Dessa forma a manutenção não tinha um caráter periódico e não ocorria naturalmente, mas
apenas quando o processo produtivo apresentava erros ou falhas.
Esta abordagem apresenta outro problema: seus custos são mais altos. Quando o equipamento
quebra seu reparo normalmente inclui a troca de peças, o que gera custos mais altos, além de maior tempo
de parada.
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Neste cenário surgiram as outras espécies de manutenção, na busca pela redução de custos e
maximização do processo produtivo.
Esse sistema apresenta como grande vantagem a diminuição de paradas não programadas da
produção. Por outro lado, gera conflitos com a área produtiva pois precisa fazer ajustes em máquinas que
aparentemente estão "funcionando bem" e efetua troca de peças e componentes que ainda não atingiram
o fim de sua vida útil.
Por fim, e com o intuito de otimizar a utilização da manutenção preventiva, temos a manutenção
preditiva (ou monitorada). Nesta modalidade de manutenção todos os equipamentos, instalações e
componentes são monitorados por sensores e softwares que emitem alertas quando eventual colapso se
aproxima.
Essa metodologia permite que a organização faça o reparo no momento exato e imediatamente
anterior ao problema prestes a acontecer, minimizando os custos da chamada manutenção preventiva. Por
outro lado, o sistema requer o uso de equipamentos caros e pessoal altamente especializado, o que acaba
restringindo a sua utilização em gargalos da produção ou equipamentos críticos da linha produtiva.
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Os bens públicos devem ser classificados de acordo com sua destinação em três tipos:
A administração patrimonial pública costuma estar mais focada nos bens de uso especial pois são
estes que estão ocupados pelas entidades e organizações públicas e que devem ser cuidados e mantidos de
forma planejada.
Um tema recorrentemente cobrado pelas bancas diz respeito à conservação do patrimônio público.
Este tema muitas vezes aparece no edital de forma genérica e, na maior parte das vezes, a sua cobrança
refere-se à Instrução Normativa 205/1988, da Secretaria de Administração Pública, que analisaremos a
seguir.
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9. É obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar
pela sua boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se avariar.
Note que a primeira sinalização é que cabe ao responsável pela guarda e pelo trato do bem público
as atividades diretas de conservação e, quando o bem for avariado ou danificado, a sua recuperação de
acordo com os planos gerados pelo órgão público, o que veremos na sequência.
9.1. Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de bens móveis do acervo,
compete ao Departamento de Administração, ou unidade equivalente organizar, planejar
e operacionalizar um plano integrado de manutenção e recuperação para todos os
equipamentos e materiais permanentes em uso no órgão ou entidade, objetivando o
melhor desempenho possível e uma maior longevidade desses.
Veja que desta feita a Instrução Normativa deixa claro que cabe ao Departamento de Administração
(ou seus equivalentes nos mais diversos órgãos públicos), gerar um plano específico de manutenção e
recuperação de bens públicos (equipamentos e materiais), que deverá ser seguido pelos responsáveis pela
conservação do bem, como vimos no ponto 9.
Perceba ainda que, além de garantir o desempenho satisfatório do item no momento em que ele vai
ser utilizado, o plano também deve garantir uma maior vida útil do bem, minimizando os investimentos de
capital na operação. Vamos adiante:
9.2. A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos de cada
equipamento ou material permanente, de forma mais racional e econômica possível para
o órgão ou entidade.
Aqui, assim como já vimos ao estudarmos manutenção em geral, a Instrução Normativa frisa que é
importante seguir todas as exigências dos manuais técnicos e de manutenção dos equipamentos e materiais
permanentes pertencentes ao órgão.
Dessa maneira, cabe ao responsável pelo bem realizar as checagens, revisões, trocas de peças e
manutenções programadas previstas no manual, sempre com o objetivo de tê-lo disponível para o uso e de
prolongar sua vida útil.
9.3. A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida com o bem
móvel orçar no máximo a 50% (cinquenta por cento) do seu valor estimado no mercado;
se considerado antieconômico ou irrecuperável, o material será alienado, de conformidade
com o disposto na legislação vigente.
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Por fim a Instrução Normativa coloca como critério de decisão em relação a medidas de recuperação
o seu valor comparado ao valor estimado do bem no mercado. A comparação é objetiva: caso o valor a ser
investido na recuperação do bem supere 50% de seu valor de mercado a decisão deve ser por aliená-lo e
não por recuperá-lo, provavelmente partindo-se para a aquisição de um substituto na sequência.
10. Todo servidor público poderá ser chamado à responsabilidade pelo desaparecimento
do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo dano que, dolosa ou
culposamente, causar a qualquer material, esteja ou não sob sua guarda.
Veja que logo de cara a IN atribui ao servidor a responsabilidade a ele delegada, em relação ao
material confiado. No caso de sumiço ou dano fica claro que é o servidor responsável que vai responder por
isso e deverá justificar o ocorrido, com o agravante que o material pode ou não estar sob sua guarda formal.
Neste caso, basta que o material esteja a ele confiado para que ele se torne o responsável legal.
Agora vamos ver como o servidor deve proceder quando identificar ocorrências desse tipo:
10.2. O documento básico para ensejar exame do material e/ou averiguação de causas da
irregularidade havida com o mesmo, será a comunicação do responsável pelo bem, de
maneira circunstanciada, por escrito, sem prejuízo de participações verbais, que,
informalmente, antecipam a ciência, pelo administrador, dos fatos ocorridos.
a) concluir que a perda das características ou avaria do material decorreu do uso normal
ou de outros fatores que independem da ação do consignatário ou usuário;
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b) identificar, desde logo, o (s) responsável (eis) pelo dano causado ao material, sujeitando-
o(s) às providências constantes do subitem 10.3.;
Note que, em primeiro lugar, cabe ao servidor que notou a ocorrência comunicar o seu superior (ou
à pessoa indicada) o ocorrido.
Tal comunicação poderá ser feita por escrito e complementada de informações verbais a
fim de acelerar o processo de entendimento do fato ocorrido.
Bem, indo mais adiante, vamos estudar o que acontece em relação às indenizações quando o
responsável pela avaria ou desaparecimento é identificado:
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c) indenizar, em dinheiro, esse material, a preço de mercado, valor que deverá ser apurado
em processo regular através de comissão especial designada pelo dirigente do
Departamento de Administração ou da unidade equivalente.
10.3.1. Da mesma forma, quando se tratar de material cuja unidade seja "jogo", "conjunto",
"coleção", suas peças ou partes danificadas deverão ser recuperadas ou substituídas por
outras com as mesmas características, ou na impossibilidade dessa recuperação ou
substituição, indenizadas, em dinheiro, de acordo com o disposto no subitem 10.3.(alínea
c).
Perceba que, identificado o responsável, caberá a ele pagar pela recuperação do material, substitui-
lo por outro igual ou indenizar a administração pelo prejuízo, a valores de mercado.
Caso o responsável não seja identificado rapidamente, caberá ao detentor da carga solicitar
providências imediatas para a apuração do fato. Veja a seguir:
10.6. Não deverá ser objeto de sindicância, nos casos de extravio, etc. o material de valor
econômico, nos termos do subitem 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/83.
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3.1.1 – Da mesma forma, não deverá ser objeto de inventário, sindicância e/ou inquérito,
nos casos de extravios, etc., o material de pequeno valor econômico (excetuado aquele
que, por sua natureza, como armas, explosivos, etc., exija a tomada dessas providências),
cujo controle, se adotados tais procedimentos, se revelar de custo superior ao do risco na
perda do bem.
Assim, caso todo o procedimento de apuração supere o valor do bem desaparecido ou avariado, ele
simplesmente deve ser descartado em razão desta relação custo-benefício.
Vejamos agora os procedimentos trazidos pela norma para a transferência de responsabilidade dos
bens públicos:
10.7. Todo servidor ao ser desvinculado do cargo, função ou emprego, deverá passar a
responsabilidade do material sob sua guarda a outrem, salvo em casos de força maior,
quando:
b) não tendo esse procedido na forma da alínea anterior, poderá ser designado servidor
do órgão, ou instituída comissão especial pelo dirigente do Departamento de
Administração ou da unidade equivalente, nos casos de cargas mais vultosas, para
conferência e passagem do material.
10.7.1. Caberá ao órgão cujo servidor estiver deixando o cargo, função ou emprego, tomar
as providências preliminares para a passagem de responsabilidade, indicando, inclusive, o
nome de seu substituto ao setor de controle do material permanente.
Em relação a isso, vale salientar que a norma prevê a verificação física prévia de cada material
transferido, antes da lavratura do novo termo de responsabilidade, por isso a importância da presença
pessoal dos responsáveis ao longo do processo.
Por último a IN 205/1988 traz item genérico sobre o procedimento a ser adotado no caso de
pendências ou irregularidades não previstas anteriormente.
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5 - Considerações Finais
Em seguida entramos em temas bastante cobrados pelas bancas. Em primeiro lugar falamos da
manutenção dos bens patrimoniais. Conhecer as principais características e diferenças entre as manutenções
corretiva, preventiva e preditiva é fundamental para garantir pontos preciosos em sua prova de
Administração de Patrimônio.
Outro tema com bastante incidência e que vimos na sequência é todo o procedimento normatizado
em relação a conservação e manutenção do patrimônio público confinado à guarda de um servidor, assim
como todo o processo indicado para apuração de responsabilidades, ressarcimento e indenizações no caso
de desaparecimento ou dano com culpa ou dolo comprovados.
Tente responder as questões comentadas e, caso tenha dúvidas, volte a teoria para esclarecer.
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QUESTÕES COMENTADAS
a) uma sequência de operações que tem início na identificação do fornecedor, passando pela
compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção ou quando foro
caso, alienação.
b) em alguns casos, os bens de uso comum do povo, destinados à utilização pela coletividade e sobre
os quais o Poder Público não possui direito de agir ou regulamentar.
c) que, uma vez adquirido o material permanente, ele passa a ser utilizado na produção de bens ou
serviços e poderá ser descartado em curto prazo.
d) uma parcela significativa dos investimentos feitos pelas organizações e é representada pelos bens
móveis, ou bens do inativo imobilizado.
e) o planejamento, organização e controle, cabendo ao chefe do setor, entre outras funções, cumprir
as normas internas e a legislação vigente no que se refere ao controle contábil, isentando-se da
responsabilidade do controle extracontábil.
Comentário:
A alternativa B está incorreta. O poder público tem o direito de agir ou regulamentar os bens de uso
comum do povo, através de restrições ou impedimentos. Ou seja, embora esses bens estejam à
disposição da coletividade, permanecem sob administração e vigilância do Poder Público.
A alternativa C está incorreta. Materiais permanentes não são usualmente descartados no curto
prazo.
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A alternativa D está incorreta. A gestão patrimonial representa mais do que os bens móveis, ou bens
do inativo imobilizado. É toda uma cadeia de atividades que vai desde a identificação do fornecedor
até eventual desfazimento do bem.
A alternativa E está incorreta. Não há essa alegada isenção de responsabilidade. Aliás, o controle
contábil é até supervisionado por outras áreas enquanto o extra contábil não, fica 100% a cargo do
gestor de materiais.
a) balanço patrimonial;
b) ativo circulante;
c) segurança patrimonial;
d) bens e direitos;
e) inventário patrimonial.
Comentário:
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A alternativa B está incorreta. Ativo circulante é uma referência aos bens e direitos que podem ser
convertidos em dinheiro em curto prazo. Subdivisão do ativo, um dos componentes do balanço
patrimonial.
A alternativa D está incorreta. Bens e direitos não correspondem a descrição trazida pela banca no
enunciado.
A alternativa E está incorreta. Inventário patrimonial também não corresponde à descrição trazida
pela banca no enunciado.
a) I e II, apenas.
b) III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
Comentário:
Vamos avaliar cada uma das afirmativas trazidas pela banca antes de buscar a alternativa correta.
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II. Recursos patrimoniais são instalações utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa.
III. A vida econômica de um bem é o período de tempo em que o custo anual equivalente de
possuir e de operar um bem é máximo.
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
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d) III e IV
Comentário:
Vamos avaliar cada uma das afirmações trazidas pela banca antes de buscar a alternativa correta.
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II Recursos patrimoniais são instalações utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa. -
CORRETA. Segundo Martins e Alt, patrimônio (ou recursos patrimoniais) é o "conjunto de bens,
valores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado
monetariamente e que seja utilizado na realização de seus objetivos", ou seja, são mesmo
utilizados nas operações do dia-a-dia da empresa, como proposto na afirmativa.
III A vida econômica de um bem é o período de tempo em que o custo anual equivalente de
possuir e de operar um bem é máximo. - ERRADA. A vida econômica de um bem é o período de
tempo (geralmente em anos) em que o custo anual equivalente de possuir e de operar o bem é
o mínimo e não o máximo. Atenção para não se confundir!
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b) o recolhimento de tributos.
c) o pagamento dos salários dos funcionários.
d) uma boa administração de recursos humanos.
e) o correto gerenciamento do estoque de produtos acabados.
Comentário:
A alternativa C está incorreta. O pagamento de salários também não tem qualquer relação com a
organização dos materiais de escritório.
A alternativa D está incorreta. A administração dos recursos humanos não está ligada à organização
dos materiais de escritório.
A alternativa E está incorreta. A gestão dos produtos acabados também não tem ligação com a
gestão dos materiais de escritório.
a) Disponibilizar os manuais de uso dos equipamentos de escritório é suficiente para garantir o uso
adequado dos mesmos.
b) Realizar a manutenção preventiva indicada para cada tipo de equipamento de escritório.
c) Enviar e-mails com tutoriais de uso dos equipamentos de escritório é suficiente para garantir o
uso adequado dos mesmos.
d) Não gastar recursos e energias com orientações acerca do uso de equipamentos de escritório
que tenham baixo custo de manutenção, como as impressoras.
e) Manter um ambiente asseado não guarda relação com uso e conservação de equipamentos de
escritório.
Comentário:
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A alternativa A está incorreta. Além da disponibilização dos manuais (o que é sim importante), é
necessário que eles sejam seguidos. O próprio item 9.2 da IN 205/1988 é literal em relação a essa
questão. Vejamos:
A alternativa C está incorreta. O envio de e-mails não é suficiente para garantir o uso adequado do
material em questão. a
A alternativa D está incorreta. Ao contrário, no que diz respeito à manutenção dos bens e
equipamentos patrimoniais, deve-se sim gastar recursos e energias com orientações acerca das
corretas medidas de uso e manutenção.
A alternativa E está incorreta. A limpeza e asseio do ambiente está diretamente relacionada ao uso
e conservação de equipamentos de escritório.
a) o gerenciamento da depreciação é de importância secundária, uma vez que esta não impacta no
resultado operacional da empresa;
b) a vida econômica de um bem é o tempo que ele demora para perder todo o seu valor contábil;
c) o valor contábil de um bem depende de como esse bem é utilizado e mantido, uma vez que é a
diferença entre o valor depreciado e o valor de mercado;
d) a decisão de substituir equipamentos deve ser tomada com base nas estimativas de custo anual
equivalente do equipamento defendente e do equipamento desafiante;
e) patentes e direitos autorais não são incluídos no balanço patrimonial por serem bens intangíveis.
Comentário:
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esgota-se antes da vida útil e não varia exatamente da mesma que o valor contábil do bem e sua
respectiva depreciação.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A comparação entre os dois custos deve ser
feita pelo gestor com o intuito de tomar a melhor decisão em relação à substituição ou não do bem
em análise e seu potencial desafiante.
A alternativa E está incorreta. Mesmo sendo bens intangíveis, são incluídos e, muitas vezes,
apresentam valores significativamente altos.
A alternativa A está incorreta. Em uma repartição pública não se controlam os bens privados
utilizados por usuários do serviço público.
A alternativa B está incorreta. Inicialmente, o tombamento é aplicado apenas aos bens permanentes
e, mesmo assim, nem todo bem permanente utilizado na prestação do serviço público é tombado.
Em relação ao tombamento os bens móveis podem ser classificados em controlados e relacionados:
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A alternativa C está incorreta. O controle patrimonial não deve ocorrer apenas ao final do mandato
do gestor máximo da instituição, mas sim ao longo de todo o processo de posse e utilização do bem.
A alternativa E está incorreta. A importância do controle patrimonial tem mesmo correlação com o
adequado gerenciamento das rotinas de tombamento, transferência, movimentação, baixa e
inventário dos bens permanentes (porém não dos transitórios!!) lançados na carga da repartição
pública.
0
10. (CEBRASPE/ANTAQ/Analista Administrativo/2014) Julgue o próximo item, acerca da gestão
patrimonial. Redução de custo e depreciação são os fatores que motivam as substituições
de equipamentos.
a) Certo
b) Errado
Comentário:
A afirmativa está ERRADA.
A redução de custos é mesmo um dos fatores que motivam a substituição de equipamentos.
De modo geral a substituição de equipamentos em uso por outros mais eficientes é uma forma da
organização ganhar vantagem competitiva em relação ao mercado pois a substituição geralmente
acontece em situações nas quais há flagrante redução de custos.
A depreciação não necessariamente indica a substituição, visto que até mesmo com sua vida
econômica encerrada ou com seu valor depreciável esgotado, o bem pode encontrar-se ainda em
plena vida útil.
Além disso, o enunciado da questão lista os fatores como se fossem os únicos fatores responsáveis
pela substituição dos bens ("os fatores"), o que não é verdade. Há inúmeros outros fatores que
levam o gestor de patrimônio a providenciar a substituição de bens patrimoniais, inclusive alguns
que não causam reduções de custo como, por exemplo, imposições legais.
a) utilização.
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b) conservação.
c) garantia.
d) seguro.
Comentário:
A alternativa C está incorreta. A garantia dos bens não é composta pela proteção do patrimônio.
Essa é uma característica da conservação do patrimônio.
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A alternativa D está incorreta. O seguro patrimonial também não acompanha e protege diretamente
o bem patrimonial, mas sim ressarce o segurado no caso de eventual sinistro. As atividades descritas
pelo enunciado estão relacionadas à conservação do bem.
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A alternativa A está incorreta. As importâncias mínimas a serem capitalizadas devem ser indicadas
nas regras que governam a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de
manutenção e reparo.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A existência de um sistema orçamentário não
deve e nem costuma ser imposto à organização por regras escritas, sobretudo as que governam a
distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de manutenção e reparo. A
decisão para a implantação de um sistema orçamentário independe de tal direcionamento.
A alternativa C está incorreta. As classes de unidades e bens devem ser indicadas nas regras que
governam a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de manutenção e
reparo.
A alternativa D está incorreta. Os métodos de depreciação e retirada. devem ser indicados nas
regras que governam a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de
manutenção e reparo.
A alternativa E está incorreta. Os custos a serem incluídos. devem ser indicados nas regras que
governam a distribuição dos custos atribuídos às contas do ativo imobilizado e às de manutenção e
reparo.
III. Os casos em que a redução não é o objetivo principal são esporádicos e ocorrem, quase
sempre, em decorrência de imposições legais e ambientais.
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IV. A substituição de equipamentos atualmente em uso por outro mais eficiente é uma
forma da empresa ganhar vantagem competitiva.
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) I, II, III e IV.
Comentário:
Vamos avaliar as afirmativas antes de buscar a alternativa correta:
III. Os casos em que a redução não é o objetivo principal são esporádicos e ocorrem, quase
sempre, em decorrência de imposições legais e ambientais. CORRETA. Como vimos na afirmativa
I, essas são exceções à regra.
IV. A substituição de equipamentos atualmente em uso por outro mais eficiente é uma forma da
empresa ganhar vantagem competitiva. CORRETA. Esse geralmente é o quadro pois a
substituição geralmente acontece em situações nas quais há flagrante redução de custos.
I. Você, como agente administrativo, não necessita de autorização para levar para casa o
computador com o qual trabalha, a fim de adiantar seu serviço.
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II. Ao ser o último a sair de seu setor, você apaga as luzes, desliga os equipamentos elétricos
e verifica se está tudo em ordem.
Está(ão) correto(s):
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I, II e III.
d) III apenas.
e) II e III apenas.
Comentário:
Vamos analisar cada uma das afirmativas antes de partir para a alternativa adequada:
I. Você, como agente administrativo, não necessita de autorização para levar para casa o
computador com o qual trabalha, a fim de adiantar seu serviço. ERRADA. Como o
equipamento é um bem público e controlado, certamente é necessária a autorização para
que ele possa ser transportado a local diferente de onde é costumeiramente empregado.
II. Ao ser o último a sair de seu setor, você apaga as luzes, desliga os equipamentos elétricos
e verifica se está tudo em ordem. CORRETO. São medidas básicas de controle, conservação
e preservação do patrimônio e custos gerais da organização.
III. Você não autoriza seus subalternos a imprimirem documentos particulares no
computador sob sua responsabilidade. CORRETO. Como o equipamento é destinado a
atividades da organização, documentos particulares não devem ter sua impressão
autorizada.
a) a manutenção corretiva deve ser priorizada quando se possui um sistema de produção com
estoque enxuto
b) a manutenção preditiva deve ser priorizada quando se possui um grande estoque de produtos
comercializáveis;
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c) o valor gasto com manutenção corretiva de um bem pode ser descontado de seu valor contábil,
acelerando sua depreciação;
d) o valor gasto com manutenção preditiva de um equipamento deve ser adicionado a seu valor
contábil, uma vez que não aumenta sua vida útil;
e) a manutenção preventiva é vantajosa quando seu custo for inferior à estimativa de redução dos
custos associados à manutenção corretiva.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. A manutenção corretiva deve ser priorizada quando seus custos são
menores do que os custos das manutenções preventiva e preditiva e, especialmente, quando a
organização trabalha com estoques volumosos de produtos acabados, não permitindo que uma
paralisação na produção interrompa sua atividade de entrega de produtos já vendidos aos clientes.
A alternativa B está incorreta. Ao contrário, a manutenção preditiva deve ser priorizada quando se
possui pequenos estoques de produtos comercializáveis pois, no caso de falhas, a organização pode
passar a não cumprir os compromissos assumidos com seus clientes.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. A manutenção preventiva, assim como todas
as demais, tem seu custo. Pode ser considerada vantajosa quando este for inferior à estimativa dos
custos associados a outros tipos de manutenção.
É verdade que a redação da alternativa está meio confusa pois compara o custo de um tipo de
manutenção com a redução de custo estimada da outra, ou seja, coisas diferentes mas, mesmo
assim, faz sentido e foi o gabarito adotado e mantido pela banca.
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Comentário:
A alternativa A está incorreta. Esse é um exemplo típico de adição, débito considerado capitalizável.
A alternativa B está incorreta. Esse é um exemplo típico de benfeitoria, débito considerado
capitalizável.
A questão faz referência direta aos débitos capitalizáveis de acordo com Gurgel e Francischini. São
eles:
a) o gerenciamento da depreciação é de importância secundária, uma vez que esta não impacta no
resultado operacional da empresa;
b) a vida econômica de um bem é o tempo que ele demora para perder todo o seu valor contábil;
c) o valor contábil de um bem depende de como esse bem é utilizado e mantido, uma vez que é a
diferença entre o valor depreciado e o valor de mercado;
d) a decisão de substituir equipamentos deve ser tomada com base nas estimativas de custo anual
equivalente do equipamento defendente e do equipamento desafiante;
e) patentes e direitos autorais não são incluídos no balanço patrimonial por serem bens intangíveis.
Comentário:
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A alternativa A está incorreta. A depreciação não pode ser considerada de importância secundária.
Ela é na verdade crítica para a definição do resultado operacional da empresa.
A alternativa B está incorreta. Está equivocada a definição de vida econômica que, na verdade, é o
tempo ao longo do qual se espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.
A alternativa C está incorreta. Relata que o valor contábil de um bem depende de como esse bem é
utilizado e mantido o que não é verdade. A definição do valor contábil depende do valor de registro
e de escrituração e não é impactado por sua utilização e manutenção.
A alternativa E está incorreta. O examinador alega que patentes e direitos autorais não são incluídos
no balanço patrimonial por serem bens intangíveis. Ao contrário, não só são incluídos como muitas
vezes representam parcelas muito significativas do valor total do ativo da organização.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
Adicionalmente, nenhum dos tipos de manutenção pode prescindir das indicações do fabricante
conforme equivocadamente relatado pela banca.
a) CERTO
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b) ERRADO
Comentários:
O erro aqui é comparar a manutenção preventiva à manutenção preditiva, como se fossem a mesma
coisa. São absolutamente diferentes.
Por outro lado, com o intuito de otimizar a utilização da manutenção preventiva, temos a
manutenção preditiva (ou monitorada). Nesta modalidade de manutenção todos os equipamentos,
instalações e componentes são monitorados por sensores e softwares que emitem alertas quando
eventual colapso se aproxima.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
a) CERTO
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b) ERRADO
Comentários:
Bens de uso especial por estarem "afetados" às instituições públicas, ou seja, estão sendo
empregados nas operações de suas atividades, não podem mesmo ser alienados, ao contrário dos
bens dominiais, que são os bens disponíveis do patrimônio público como veículos sucateados, terras
devolutas, prédios desativados, etc.
22. (Questão Inédita) Caso o servidor entenda que é desnecessário seguir as orientações do
manual de instruções do equipamento sob sua guarda, basta indicar isso a seu superior e
elaborar plano de manutenção de acordo com sua própria experiência e conhecimento.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
A IN 205/1988 prevê em seu item 9. 2 que "A manutenção periódica deve obedecer às exigências
dos manuais técnicos de cada equipamento ou material permanente, de forma mais racional e
econômica possível para o órgão ou entidade".
23. (Questão Inédita) Nos casos de dano ou extravio de bem público, independentemente do
valor do bem, é necessário proceder a apuração dos responsáveis com base na
comunicação e relato prévios ou, caso não seja possível, por meio de instauração de
sindicância específica para a referida apuração:
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
A IN 205/1988 prevê em seu item 10. 6 que "Não deverá ser objeto de sindicância, nos casos de
extravio, etc. o material de valor econômico, nos termos do subitem 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/ 83".
A IN 142/83, por sua vez, prevê sobre o tema que: "Da mesma forma, não deverá ser objeto de
inventário, sindicância e/ou inquérito, nos casos de extravios, etc., o material de pequeno valor
econômico (excetuado aquele que, por sua natureza, como armas, explosivos, etc., exija a tomada
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dessas providências), cujo controle, se adotados tais procedimentos, se revelar de custo superior ao
do risco na perda do bem".
24. (Questão Inédita) Recebida a comunicação de perda ou dano de bem público, o dirigente
do Departamento de Administração ou da unidade equivalente, após a avaliação da
ocorrência poderá: entender que a avaria resulta do uso regular do bem, entender que
houve culpa ou dolo e indicar o responsável ou designar comissão especial para apuração
do fato, quando em primeira avaliação não ficarem claras as respectivas responsabilidades.
a) CERTO
b) ERRADO
Comentários:
a) concluir que a perda das características ou avaria do material decorreu do uso normal ou de outros
fatores que independem da ação do consignatário ou usuário;
b) identificar, desde logo, o (s) responsável (eis) pelo dano causado ao material, sujeitando-o(s) às
providências constantes do subitem 10.3.;
c) designar comissão especial para apuração da irregularidade, cujo relatório deverá abordar os
seguintes tópicos, orientando, assim, o julgamento quanto à responsabilidade do (s) envolvido(s) no
evento:
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GABARITO
1. A
2. D
3. C
4. D
5. C
6. A
7. B
8. D
9. D
10. ERRADA
11. B
12. B
13. C
14. E
15. E
16. E
17. D
18. ERRADA
19. ERRADA
20. ERRADA
21. CORRETA
22. ERRADA
23. ERRADA
24. CORRETA
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RESUMO
Substituição de Bens: forma da organização ganhar vantagem competitiva em relação ao mercado pois a
substituição geralmente acontece em situações nas quais há flagrante redução de custos. Cabe ao
administrador efetuar a análise comparativa entre a substituição ou o prolongamento do uso do bem,
considerando que ele ainda possui período de vida útil, ou seja, pode continuar operando mesmo após ter
atingido a sua vida econômica.
Manutenção de Bens Patrimoniais: a administração da manutenção dos ativos é uma das formas de
gerenciar recursos patrimoniais. Essa atividade se aplica a instalações fabris, industriais, comerciais e mesmo
residenciais.
Políticas de manutenção: Há diferentes tipos de políticas de manutenção que podem ser adotadas,
todas com o mesmo objetivo de minimizar os impactos na produção em função de problemas com
os equipamentos.
Tipos de manutenção:
• Corretiva: postura reativa, ou seja, havia a intervenção apenas no momento em que surgia
uma quebra. Dessa forma a manutenção não tinha um caráter periódico e não ocorria
naturalmente, mas apenas quando o processo produtivo apresentava erros ou falhas.
• Preventiva: planejamento das atividades necessárias de manutenção. O sistema possui
caráter periódico baseado no uso dos equipamentos e nos intervalos médios entre falhas,
apurados de acordo com informações do fabricante ou observação do histórico de
funcionamento e todo um estudo estatístico conhecido por Curva de Tempo Médio para a
Falha (CTMF)
• Preditiva: nesta modalidade de manutenção todos os equipamentos, instalações e
componentes são monitorados por sensores e softwares que emitem alertas quando
eventual colapso se aproxima.
Gestão das instalações prediais: manutenção nos prédios administrativos, industriais (armazéns)
e residenciais.
Manutenção no Setor Público: costuma estar focada nos bens de uso especial pois são estes que estão
ocupados pelas entidades e organizações públicas e que devem ser cuidados e mantidos de forma planejada.
• Bens de uso comum do povo: abertos e disponíveis a todas as pessoas: ruas, praças,
florestas, rios, etc. Não podem ser alienados.
• Bens de uso especial: destinados a alguma entidade pública: escolas, hospitais, etc. Não
podem ser alienados enquanto "afetados" a entidade pública.
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