AULA_14-07_Debate_dirigido_-_OCN,_PPC,_Material_Didático

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AULA 14/07/2017 – ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

DEBATE DIRECIONADO
Síntese sobre a tríade: Orientações Curriculares Nacionais em Sociologia (OCN);
Proposta Curricular do Estado de São Paulo em Sociologia (PPC) e Materiais Didáticos
(São Paulo faz Escola; Apostilas de Sistemas de Ensino Privado; Livros Didáticos
aprovados pelo MEC)

A ideia do debate é empregar uma análise sociológica sobre o processo político-


pedagógico do ensinar e aprender Sociologia no Ensino Médio. Partindo de documentos
nacionais e estaduais sobre as formas institucionalizadas de educação em sociologia temos
como objetivo refletir sobre o que consiste tais documentos, de que maneira eles se relacionam
e, se existe diálogo e, sobretudo coerência nos conteúdos que são abordados nos materiais
didáticos da disciplina, bem como suas práticas pedagógicas no manuseio dos materiais em
sala de aula.

Diante desse objetivo, voltamos às aulas desde o início do semestre para formar uma
breve reflexão sobre as Ciências Sociais, a licenciatura e o processo de aprender o ofício de
ser professor.

Formar-se em Ciências Sociais é formar-se para tornar-se professor. Essa categoria é


construída histórico e socialmente. Os valores simbólicos e culturais, bem como sociais e
econômicos da profissão são produtos da formação da sociedade e do entendimento político
que um Estado tem sobre Educação.

No Brasil, as licenciaturas são amplamente desvalorizadas, sejam nas áreas


consideradas hard (exatas, biológicas, tecnológicas), sejam nas áreas das humanidades. Não
existe incentivo (público ou privado) para a formação desses profissionais. Desse modo é
correto quando nos deparamos com textos acadêmicos que afirmam sobre a negação da
profissão pelos estudantes que escolhem cursos de licenciatura. Apenas como ilustração,
temos as afirmações de que estudantes que escolhem matemática, física, biologia, história,
geografia ou ciências sociais para cursar, tendem a idealizar de que ser tornarão matemáticos,
físicos, biólogos, historiadores, geógrafos ou cientistas sociais. Essa idealização está pautada
na profissão remetida na formação científica, de pesquisa, de laboratórios e centros de
pesquisa. Não fazem referência à formação de professor, esta permanece implícita, tal como
se fosse um “plano B”, de que se nada der certo no futuro o estudante pode recorrer à sala de
aula e “ser” professor.

Na realidade, pensamos ser adequado o movimento inverso: ao escolher tais áreas de


estudos, primeiramente o ou a estudante se formará em licenciatura para ministrar aulas de
matemática, física, biologia, história, geografia ou ciências sociais. E, posteriormente, se este
ou esta estudante escolher prosseguir na carreira acadêmica, dando continuidade nos estudos
e se inserindo no ensino stricto sensu, eventualmente poderá se tornar pesquisador, porém, na
maioria das vezes, se tornará professor universitário e terá dentre suas funções na
universidade pública, a de ser pesquisador e atuar como matemático ou cientista social.

Esta explanação inicial é apenas um ponto que trata mais de uma conscientização do
lugar do estudante, no caso de ciências sociais, do que uma crítica ou constatação. E, nesta
perspectiva, nos conscientizamos do que falamos inicialmente, do processo de “tornar-se”
professor e não apenas de “ser” ou de “ver-se” (naturalmente/instantaneamente) professor.

Neste processo de conscientização (infelizmente) tardia no curso de Ciências Sociais,


acaba por causar conflitos, angústias, mal-estares associados às poucas perspectivas da
profissão no Brasil. No entanto, é necessário criar estes debates para ampliar as discussões e
refletir sobre as possibilidades, para além da crítica política/ideológica/história/social/econômica
e cultural da realidade da Educação no país. Mas, para nos tornarmos aptos (no sentido de
domínio e apropriação), da nossa profissão com as suas benesses e com os seus agravos
(que sabemos serem muitos).

Pensar no tornar-se professor é multiplicar e potencializar as responsabilidades em


preparar, instigar, propiciar, orientar etc. jovens e adultos a constituírem-se enquanto
indivíduos, mas também como pessoas, de situar-se no mundo, no reconhecimento de si
próprio e do contexto social que o cerca.

Mediante tais responsabilidades (aqui abordadas de modo bem breve e superficial) nos
deparamos com opiniões políticas e ideológicas do que, no contexto das ciências sociais,
entendemos por “tornar-se” ou o “vir a ser” professor de Sociologia.

Além dos domínios e competências (que não nos cabe falar neste momento) existem as
preocupações metodológicas, didáticas e pedagógicas para a construção de conteúdos,
materiais, atividades e exposições dos conceitos e teorias das Ciências Sociais para um
público ainda em formação (biológica, psicológica, cultural e social).

Assim, discutir formas e contextos de aulas de sociologia, bem como de materiais que
vem sendo construídos e utilizados nas salas de aula ao longo das últimas duas décadas é
fundamental para refletirmos sobre que tipo de profissionais queremos ser. E, independente de
seguir na carreira acadêmica ou não, a consciência de que ao formar-se em Ciências Sociais,
antes de qualquer outro ofício, o principal é de “ser” professor e, portanto, discutir políticas
educacionais, metodologias de ensino, sociologia, filosofia, psicologia da educação, dentre
outras áreas específicas da pedagogia é de extrema necessidade, bem como de dignidade e
ética profissional.
Diante deste desabafo, que é pessoal, mas que também é profissional, social, político e,
científico (uma vez que estamos há três meses lendo pesquisas, teorias e discutindo
academicamente o ensino de Sociologia) é que chegamos as formas de ensinar, desde o
entendimento do que seja a disciplina de Sociologia para o Ensino Médio, quais são as
políticas educacionais que a envolvem e lhe dá parâmetros, até ao ensinar propriamente dito:
desde as formas de ministrar aulas (didáticas, métodos), na escolha dos temas, até chegar na
atividade mais complexa, que é o processo de formação e construção de materiais didáticos
(que geram pesquisas, debates teóricos e metodológicos) até o seu uso nas escolas (pelos
professores e pelos alunos).

A proposta desta atividade foi assim pensada: partindo de noções teóricas/sociológicas


do que é ser jovem, do que é ser jovem no Brasil, sobre a formação de professores (nos
estágios e carga horárias) e no ensino de sociologia como um todo, debater sobre os
materiais didáticos, que são ferramentas fundamentais para que o professor possa exercer
sua profissão de maneira ampla e significativa, ou seja, com resultados, a partir de um conjunto
de ações que, em tese, proporcionariam a formação do aluno de Ensino Médio apto a
compreender a realidade, a conscientizar-se de si no mundo, a ser cidadão, a questionar o
modus operandi da sociedade etc.

Dessa maneira o debate segue nesta lógica que o curso de Estágio Supervisionado II
foi pensado: do geral para o específico, das políticas para os alunos. Considerando essas
argumentações iniciais dou por aberta o nosso debate com algumas pautas a serem
observadas e discutidas:

1. Vamos falar da OCN – Qual é o principal projeto da OCN em Sociologia, ela é


suficiente, abarca os interesses das Ciências Sociais? Em outras palavras, este
documento oficial está de acordo com os princípios morais e éticos do que
compreendemos ser a Sociologia.
1.1 Em termos técnicos: o texto é bem escrito? Ele contempla a história da Sociologia
no Brasil de modo satisfatório? Aborda o contexto histórico, é crítico a ele?
1.2 Possui uma justificativa consistente em defesa da necessidade do ensino de
Sociologia no Ensino Básico?
1.3 Apresenta fundamentação teórica coerente ao tratar dos clássicos?
1.4 Ao fazer uma “história da Sociologia” o documento apresenta linha teórica
adequada?
1.5 Ao pensar a sociologia para o Ensino Médio, a proposta é razoável? Tem
coerência? Ao propor os procedimentos metodológicos entre os recortes de temas,
teorias e conceitos atinge o objetivo (acessibilidade de tal conhecimento aos alunos
de ensino médio)?
1.6 Dentre tais recorte fica implícito ou explícito alguma orientação, tendência ou
ideologia?
1.7 As práticas de ensino (as formas de ministrar o conteúdo: aulas expositivas, filmes,
música, charges, seminários etc.) são suficientes?
1.8 Observaram a bibliografia? Vocês acham que elas nos indica alguma coisa?

2. Vamos falar agora sobre as Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o
ensino de Sociologia. Ela é coerente com a OCN, ela segue as orientações? O texto é
bem escrito? Existe uma contextualização crítica/histórica/sociológica da disciplina de
sociologia?
2.1 As categorias de “aluno jovem”; “estranhar com ele”; “estranhamento”; “outro”;
“desnaturalização” são usadas de modo satisfatório? É coerente? Possui reflexão,
crítica?
2.2 As categorias de “mediação pedagógica”, “mediação” é tratada da mesma maneira
que está na OCN? É satisfatório?
2.3 A proposta de “postura de investigação”, “atitude de curiosidade”, um “caminho para
saber”, “conhecer”, no sentido de superar preconceitos, ideologias está adequada
no texto? É suficiente para uma proposta de ensino de sociologia para o Ensino
Médio?
2.4 Sobre a divisão de temas e subtemas ao longo dos bimestres, semestres das 3
séries do Ensino Médio são suficientes, adequados? Existem outros temas e
subtemas que deixaram de ser contemplados? Esta proposta é adequada?

3. Vamos pensar no trabalho que vocês estão fazendo de análise dos materiais
didáticos: eles atendem os pressupostos de um ensino digno, responsável, coerente
da sociologia para jovens e adultos do Ensino Médio?
3.1 Quais são suas percepções, primeiras observações?
3.2 Quais aspectos (gerais) positivos foram encontrados nestes materiais? E os
aspectos negativos?
4. Vamos pensar na produção do material didático a ser entregue: o princípio básico é
criar um produto, materializar um conteúdo a partir de tudo o que foi debatido e
analisado ao longo do nosso curso de Estágio Supervisionado II, por isso não se trata
de entregar o material didático completo, com texto, atividades e exercícios a serem
realizados pelos alunos do Ensino Médio, mas sim, a proposta com fundamentação
teórico-crítica sobre a forma com que esse tema/atividade/aulas serão construídas,
ministradas e aplicadas junto aos estudantes.
Deve pois, haver:
 I – Tema – (Tema. Série a que se destina. Objetivo Geral. Objetivos Específicos.)

A escolha do tema a ser pesquisado, deve ser feita com muito cuidado, pois é importante que
seja um tema relevante da área de Ciências Humanas e, também, ter um significado especial
para o pesquisador. É imprescindível conhecer os Parâmetros Curriculares Nacionais em
Ciências Humanas/Ensino Médio, as Orientações Curriculares Nacionais, as Propostas
Curriculares do Estado de São Paulo. O tema deve ter alguma afinidade com você, para que a
pesquisa possa ser prazerosa. Eixos temáticos: cultura, trabalho e política.

 II – JUSTIFICATIVA. (Relevância para estudos na área de Ciências Humanas –


Breve embasamento teórico; Introdução conceitual adequada às séries escolares
definidas previamente – Revisão bibliográfica do tema.)

As razões da escolha do tema devem ser argumentadas. A elaboração da justificativa é um


momento especial de reflexão, onde o pesquisador terá a oportunidade de delinear melhor o
objeto a ser pesquisado.

 III – Metodologia. (O material didático-pedagógico deve ter os seguintes elementos


contemplados em sua versão final: Atividades pedagógicas a serem implementadas
em sala de aula – Metodologias e didáticas de Ensino.)
Aqui deve ser considerado o levantamento de fontes e de material que podem contribuir para a
pesquisa do tema, como: bibliografia atualizada, livros didáticos (se houver), poesias, músicas,
artes plásticas (pinturas, esculturas, etc.), sites, jornais, revistas, filmes, depoimentos, outros.

Depois do levantamento, é importante a sistematização do material coletado para fazer


análise e construção de uma proposta de trabalho, a partir daí. Tal tarefa implica em reflexão
teórica do tema, bem como em sua adequação às séries escolares as quais se destina (tempo,
condições necessárias para a implementação, objetivos, etc.).
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUISA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS DE MARÍLIA
CIÊNCIAS SOCIAIS

MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
[INSERIR TÍTULO DO MATERIAL DIDÁTICO]

NOME DO ALUNO

Material didático-pedagógico
apresentado como parte das
exigências de avaliação da disciplina
de Estágio Supervisionado em
Ciências Sociais II no curso de
Licenciatura em Ciências Sociais

Professora: Dra. Talita Prado


Barbosa Roim

MARÍLIA/SP
2017

TEMA:

SÉRIE:

EIXO TEMÁTICO:

OBJETIVO GERAL:

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

JUSTIFICATIVA:

METODOLOGIA:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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