Hpv

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HPV (Papilomavírus Humano)

O HPV é um grupo de vírus que infecta a pele e mucosas, sendo a


infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo.
Existem mais de 200 tipos de HPV, que podem ser classificados como
de baixo risco (causadores de verrugas genitais) ou de alto risco
(associados a cânceres, como o de colo do útero, ânus, pênis e
orofaringe).

EPIDEMIOLOGIA E FACTOS RELEVANTES

A infecção pelo HPV é uma das IST mais frequentes no mundo. O risco
estimado para a

Exposição a essa infecção é de 15% a 25% a cada nova parceria. Em


grande parte dos

Casos, a infecção é autolimitada e transitória, sem causar qualquer


dano. A maioria das

Pessoas que entram em contacto com o HPV, se não desenvolverem


lesões clínicas (ex.:

Verrugas anogenitais) e se não realizarem testes laboratoriais,


poderão nunca ter a infecção

Diagnosticada (Grove, 13)

Aproximadamente 1% a 2% da população apresentam verrugas


genitais e 2% a 5% das

Mulheres apresentam alterações do Papanicolaou provocadas por


infecção pelo HPV. A
Prevalência é maior em mulheres jovens, quando comparadas com
mulheres com mais de

30 anos.

A infecção persistente por tipos oncogênicos de HPV está associada


ao maior risco de

Desenvolver lesão intraepitelial escamosa (neoplasia intraepitelial do


colo uterino. O HPV

Está envolvido em aproximadamente 100% dos casos de câncer


cervical, com percentual

Menor em outros locais: 85% dos casos de câncer de ânus, 40% de


vulva, 70% de vagina e

50% de pênis; 35% de orofaringe, 10% de laringe e 23% de boca.

O tempo médio entre a infecção pelo HPV de alto risco e o


desenvolvimento do câncer

Cervical é de aproximadamente 20 anos, de acordo com o tipo, a


carga e a capacidade de

Persistência viral, e o estado imunológico do hospedeiro. A infecção


por um genótipo de

HPV não impede a infecção por outros tipos de HPV (( Reichman,


2013).)
Fisiopatologia

1. Infecção inicial: O HPV entra em contato com células epiteliais


através de microlesões na pele ou mucosas.

2. Replicação viral: O vírus invade o núcleo celular, promovendo a


multiplicação descontrolada das células infectadas.

3. Efeitos celulares: Pode causar hiperplasia benigna (verrugas)


ou, nos casos de alto risco, alterações celulares pré-malignas.

4. Evolução: Na maioria dos casos, o sistema imunológico elimina


o vírus em 1 a 2 anos. Em infecções persistentes, pode ocorrer
progressão para câncer.

Os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois


grupos, de acordo com

O risco oncogênico e o tipo de lesão:

Baixo risco oncogênico: detectados em lesões anogenitais benignas e


lesões intraepiteliais

De baixo grau – tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e
CP6108.

Alto risco oncogênico: detectados em lesões intraepiteliais de alto


grau e, especialmente,
Nos carcinomas – tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59,
68, 73 e 82.

Os tipos 26, 53 e 66 são provavelmente de alto risco oncogênico, e os


tipos 34, 57 e 83 são

De risco indeterminado. A maioria das infecções é assintomática.


Outras podem apresentar-

Se sob a forma de lesões exofíticas, os chamados condilomas


acuminados, verrugas

Genitais ou cristas de galo ( Reichman, 2013).

Causas e Transmissão

Contato sexual: Principal via de transmissão, incluindo relações


vaginais, anais e orais.

Contato direto com lesões: Possível em casos de verrugas visíveis.

Transmissão vertical: Da mãe para o bebê durante o parto, podendo


causar papilomatose respiratória no recém-nascido.

Fatores de Risco
Início precoce da vida sexual.

Múltiplos parceiros sexuais.

Relações sexuais desprotegidas.

Uso prolongado de anticoncepcionais orais (associado ao câncer de


colo do útero).

Imunossupressão (como em pessoas vivendo com HIV).

Tabagismo (aumenta o risco de progressão para câncer).

Sinais e Sintomas

Infecção por HPV de baixo risco

Verrugas genitais (condilomas acuminados):

Lesões visíveis, geralmente indolores.

Podem ser planas, pediculadas ou em forma de couve-flor.

Localizadas na vulva, vagina, pênis, ânus ou coxas.


Infecção por HPV de alto risco

Lesões subclínicas: Assintomáticas em sua maioria.

Alterações celulares: Detectadas em exames preventivos


(Papanicolau).

Cânceres associados: Podem surgir após anos de infecção persistente.

Diagnóstico

Clínico

Identificação de verrugas genitais ou lesões visíveis.

Laboratorial

1. Exame citológico (Papanicolau):

Detecta alterações celulares no colo do útero.

2. Testes de DNA do HPV:


Identificam tipos de alto risco.

3. Colposcopia:

Avalia lesões cervicais suspeitas.

Biópsia

Realizada em casos de lesões suspeitas para confirmar o diagnóstico.

Complicações

Câncer de colo do útero: Principal complicação em mulheres


infectadas com tipos de alto risco (16 e 18).

Outros cânceres:

Câncer de ânus, pênis, vulva, vagina e orofaringe.


Papilomatose respiratória recorrente: Lesões nas vias aéreas
causadas por transmissão vertical.

Tratamento

Para verrugas genitais

Aplicação tópica de medicamentos:

Podofilox, imiquimode ou ácido tricloroacético.

Procedimentos ablativos:

Crioterapia (congelamento das lesões).

Eletrocauterização ou laser.

Excisão cirúrgica.

Para lesões pré-cancerígenas

Excisão local: Conização ou excisão eletrocirúrgica.


Acompanhamento rigoroso: Repetição de exames para monitorar a
progressão ou regressão das lesões.

Para infecções persistentes

Não há tratamento antiviral específico para o HPV; o objetivo é


controlar os sintomas e prevenir complicações.

Prevenção

Vacinação

Vacina contra o HPV:

Protege contra os tipos mais comuns de HPV de alto risco (16 e 18) e
de baixo risco (6 e 11).

Recomendada para meninas e meninos, idealmente antes do início da


vida sexual (9 a 14 anos).

Relações sexuais seguras

Uso de preservativos, que reduzem, mas não eliminam


completamente o risco.
Exames preventivos

Realização periódica do Papanicolau em mulheres sexualmente


ativas.

Educação em saúde

Orientação sobre práticas sexuais seguras e a importância da


vacinação.

Cuidados de Enfermagem

Orientação preventiva: Incentivar a vacinação e o uso de


preservativos.

Apoio psicológico: Ajudar a lidar com o diagnóstico e o estigma


associado ao HPV.

Acompanhamento do tratamento: Garantir adesão aos procedimentos


indicados e monitorar possíveis recidivas.
Com medidas preventivas como vacinação e exames regulares, é
possível reduzir significativamente a carga de doenças associadas ao
HPV, incluindo cânceres e verrugas genitais.

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