O Que Me Dizem Os Seus Olhos
O Que Me Dizem Os Seus Olhos
O Que Me Dizem Os Seus Olhos
Nota da autora
Sinopse
Dedicatória
Ilustração
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Epílogo
Agradecimentos
Sobre a autora
Redes sociais
Nota da autora
SARAH CORBETT.
Releio o nome no cartão em minha mão inúmeras vezes, enquanto
crio coragem para ligar.
Desde que falei com Natalie sobre aceitar sua ajuda, minha irmã
ficou visivelmente emocionada e se propôs a encontrar alguém com boas
referências, mas que não tivesse qualquer ligação com o time.
Não quero um terapeuta da equipe técnica, nem alguém envolvido
com meu passado.
Não preciso de ninguém me lembrando o tempo inteiro tudo o que
eu perdi. Por isso, quanto mais distante eu conseguir ficar desse universo,
melhor.
Agora, já faz um dia que Natalie deixou o cartão da terapeuta
comigo e eu ainda não consegui entrar em contato.
Uma parte de mim quer fazer isso por ela, mas a outra, a maior,
simplesmente se recusa a enfrentar.
Inferno.
Por que mexer no que está dando certo?
Esfrego as mãos pelos cabelos e solto o coque, deixando os fios
caírem na altura dos ombros.
Respiro fundo e corro a mão pela barba, vendo T-Bag me encarar
com sua expressão imparcial.
— Eu preciso fazer isso, né? Não posso ficar adiando mais —
murmuro para o meu gato, mas sei que estou dizendo a mim mesmo.
Não dá para ficar postergando isso.
A cada dia que passa, o casamento de Natalie fica ainda mais
próximo, e com ele, a lembrança do que me aguarda daqui a alguns meses.
Pessoas…
Família…
Olhares curiosos.
Merda.
Decido acabar com isso, então desbloqueio a tela do celular e digito
o número do cartão, sentindo meu coração se acelerar a cada toque.
— Life Clinic, em que posso te ajudar?
Só esse nome me faz revirar os olhos.
Porra, mas que clichê.
— Gostaria de marcar um horário com… — Paro e viro o cartão em
minhas mãos. — Sarah Corbett.
— Ah, claro. Eu me chamo Judith e vou agendar para você. Tem
preferência de horário? — a voz feminina do outro lado da linha é bastante
solícita.
— Só me tira uma dúvida antes… — Desde que li o nome no cartão,
não paro de pensar em como ela é. E, mesmo que Natalie tenha me dado
referências, preciso saber onde estou pisando. — Quantos anos ela tem?
— Como é? — Judith parece surpresa com a minha pergunta.
— Há quanto tempo ela se formou? Sabe me dizer?
— Ah, entendo. Sarah é uma excelente profissional, concluiu o
mestrado recente em Psicologia e tem pouco menos de trinta anos…
Faço uma careta.
Nem.
A.
Pau.
Uma garota que acabou de se formar querendo me dizer o que
fazer?
Sem chance.
— Pode deixar, então. Vou procurar outra pessoa…
— Se sente confortável com alguém com mais experiência? —
indaga.
— Acho que sim.
— Temos Dr. Roger Dawson, que atende aqui na clínica. Ele tem
mais de vinte anos de experiência no mercado.
Quando Judith começa a me falar das especialidades do psicólogo e
sua carreira, eu já solto um suspiro de alívio.
Bem melhor.
— Pode ver um horário, por favor. De preferência, o primeiro ou
último do dia.
— Tenho na segunda-feira às cinco da tarde, pode ser?
Penso que faltam apenas quatro dias e acho ótimo.
Assim tenho tempo para preparar meu espírito para essa porra.
— Pode, sim.
— Certo, me informe seu nome completo para que eu confirme o
agendamento.
— Hunter Jacob Crawford — digo, já sentindo um amargo no peito.
Que ninguém me reconheça.
Por Deus.
Que ninguém saiba quem eu sou.
Minha irmã me garantiu que a clínica tem sigilo por ética
profissional e jamais revelaria dados de pacientes, ela mesma se incumbiu
de buscar essas referências. Mas, ainda assim, não deixo de sentir um frio
na barriga pelo que me aguarda.
Principalmente por não fazer ideia de como isso é.
— Certo. Está marcado, Sr. Crawford. Caso tenha interesse de
continuar com as sessões, pretende se encontrar em qual periodicidade?
— Da forma que acabar mais rápido — respondo direto.
Se ir lá todos os dias fizer essa porra acabar logo, eu prefiro. Ficar
estendendo sofrimento só vai me deixar maluco.
— Temos a opção de duas sessões por semana, seria interessante
para o senhor?
— Pode ser. Tanto faz.
— Certo. Vou deixar tudo aqui ajustado e, logo que passar pela
primeira sessão, acertamos as próximas.
— Obrigado.
— Disponha, Sr. Crawford. Até segunda!
Desligo o telefone e solto um suspiro alto.
Não estou nem acreditando que marquei mesmo essa merda, mas já
está feito.
Agora é torcer para que não seja tão ruim assim. Pelo menos o cara
é mais velho, e não a menina lá que mal saiu das fraldas.
Ainda com o celular em mãos, abro a conversa com meu amigo para
mandar uma mensagem.
EU:
Marquei a sessão para segunda-feira. Só
não sei o que esperar de tudo isso.
Sarah
— Se sente confortável com alguém com mais experiência? —
Judith pergunta e eu sinto um nó na garganta.
Não é raro de acontecer, eu já deveria ter me acostumado a isso,
mas, ainda assim, não deixa de me afetar.
Ser nova nessa área é péssimo.
Principalmente quando preciso atender adultos.
Com crianças e adolescentes é muito mais fácil conseguir
atendimentos, e até mesmo a confiança deles. Mas alguns adultos mais
velhos que eu costumam torcer a nariz quando veem a minha idade.
E essa é uma injustiça tremenda.
Eu estudei pra caramba, fui destaque na faculdade e segui para meu
mestrado. Tenho muito orgulho da minha carreira acadêmica e, ainda que
não tenha anos de experiência profissional, sou boa no que faço.
As pessoas só precisam confiar em mim.
Quando desliga o telefone, Judith me encara com aqueles olhos de
pesar.
— Ele não quis ser atendido por mim?
Ela nega e eu engulo em seco, tentando disfarçar o quanto isso me
chateia.
— Que pena… Mas ele está nas mãos do Dr. Dawson, então tenho
certeza de que vai se dar muito bem.
Pego minha bolsa para sair e Judith me chama.
— Sarah… Não leve para o lado pessoal, ok? Vou te contar algo
sobre ele que talvez te deixe menos triste…
Estreito os olhos para ela.
— Ele não me disse nada ao telefone, mas reconheci o nome logo
que ouvi. É o antigo quarterback dos Bulls que sofreu um acidente e se
afastou do futebol…
Ouvir Judith falando me faz lembrar de Claire me contando sobre
isso outro dia.
Então ele finalmente decidiu procurar ajuda?
Que bom.
Fico feliz por ele.
Mas ainda assim não consigo evitar o quanto me sinto mal por não
ter confiado em mim.
Porque, se ligou procurando por mim, provavelmente recebeu
recomendação minha e ainda assim não quis…
Inevitável que me chateie.
— Ele sumiu da mídia há mais de três anos — completa e eu volto o
olhar para ela. — Deve ser difícil voltar a encontrar alguém, por isso deve
ter escolhido…
— Está tudo bem, Judith — interrompo-o. — Ele tem o direito de
escolher quem quiser. O importante é que tenha procurado ajuda, não é?
Fico mesmo feliz por ele.
A recepcionista me olha desconfiada antes de assentir.
— Não se preocupe, ok? Agora preciso ir, porque tenho um
compromisso… — minto. — Nos vemos amanhã.
Despeço-me dela e saio da clínica, descendo do elevador direto para
o meu carro.
Tento evitar os pensamentos, distrair a mente, mas é inevitável.
Odeio quando duvidam do meu potencial.
— Sarah? Está tudo bem? — Claire me pergunta logo que passo
pelo apartamento.
Tiro os calçados e jogo a bolsa no aparador, indo até o sofá, onde ela
se senta ao meu lado.
— Não é nada — digo e ela estreita os olhos para mim.
— Sério, amiga? Quase dez anos juntas e você ainda quer me
enganar? Sou psicóloga também, esqueceu?
Solto uma risadinha.
— Eu estava saindo da clínica hoje e vi que Judith recebeu uma
ligação de um paciente interessado em agendar uma consulta comigo.
— E isso não é bom?
Sinalizo para que ela me espere continuar.
— Eu sei lá por que perguntou a minha idade ou há quanto tempo
me formei… Enfim, ele me achou nova demais e preferiu marcar com o Dr.
Dawson.
— Ah, amiga…
— Está tudo bem, sabe? As pessoas têm o direito de fazer terapia
com quem elas quiserem. O que me entristece é ele ter desistido sem ao
menos me conhecer. Se ligou para lá com o meu nome em mãos, é porque
tinha recebido alguma referência minha.
— Nossa, amiga. Que merda. Que filho da puta!
— Ah, e você o conhece.
Ela se vira para me encarar agora.
— Conheço? Como assim?
— Ele é o tal quarterback que você comentou que se aposentou mais
cedo…
— O CRAWFORD? — grita e eu solto uma risada. — Hunter
Crawford? Mentira!
— O próprio. Pelo visto ele tomou a iniciativa de fazer terapia e isso
é ótimo.
— Mas perdeu a chance de se consultar com a melhor psicóloga de
LA… — diz toda orgulhosa e eu faço uma careta.
— Eu não sou a melhor, Claire.
— Para mim, é. Eu também seria, mas não sou da área clínica,
então…
— Vamos nos focar no bem do tratamento dele, isso que importa —
digo mais para mim mesma.
Claire me analisa por um instante antes de assentir.
— O azar é dele, amiga. Não leva para o coração, ok? Você é uma
psicóloga incrível, com pacientes que adoram seu trabalho. Veja quantos
elogios recebe! Não deixe esse mal-amado te abalar…
— Agora ele é mal-amado? — brinco. — Porque até outro dia era
um puta gostoso…
— Mas ele é — responde enfática. — Um mal-amado, mas
terrivelmente gostoso.
Solto uma risada.
— Vai passar, tá? Não se preocupe. — Aperto sua mão com carinho.
— Vou tomar um banho agora e fazer um brownie de chocolate para
relaxar.
Os olhos da minha amiga até brilham.
— Eu amo que seu hobby seja confeitaria. Você me faz tão feliz! —
Ela abre um sorriso largo e eu rio.
— Espertinha!
Levanto-me do sofá em um pulo e sigo até meu quarto.
Trato de afastar os pensamentos o tempo todo, que é o melhor que
eu faço.
Preciso superar.
Eu ia adorar tê-lo como paciente e ajudá-lo nesse processo, mas…
O que eu posso fazer?
Não é a primeira vez que acontece, nem será a última.
Até ter uma bagagem maior no meu currículo, situações como essa
sempre irão acontecer. Principalmente por eu ser mulher.
Solto um suspiro.
Prefiro acreditar que não era mesmo para ser.
Me deixa menos triste pensar assim.
Capítulo 5 - Hunter
Hunter
Hunter
Sarah
Seguir Sarah até seu carro já virou nossa tradição de todos os dias
em que tenho terapia.
Ainda que não tenhamos combinado nada e que troquemos poucas
palavras pelo caminho, acompanhá-la já se tornou algo automático para
mim.
— Como foi a sessão hoje? — pergunta, logo que estamos sozinhos
ao lado do veículo.
— Foi boa. Tem ficado melhor a cada vez.
Ela me abre um sorriso orgulhoso.
Aquele sorriso que é o mais lindo.
— Isso é muito bom. Fico feliz por você.
Assinto, tirando a mão do bolso para coçar a barba devagar.
— Sarah, você… — Paro e formulo uma melhor forma de fazer esse
convite. — Tem algum compromisso no final de semana?
Seu rosto se enrubesce no mesmo instante e noto um sorriso tímido
lhe surgir.
— Não tenho, por quê? Precisará de meus serviços de atriz? —
brinca e eu solto uma risada baixa.
— Não… Eu pensei se gostaria de jantar comigo.
Ela sorri um pouco mais agora, colocando uma mecha de cabelo
loiro atrás da orelha.
— Será um de seus jantares misteriosos?
Balanço a cabeça confirmando e ela solta uma risadinha.
— Não vai me contar de novo para onde vamos?
Nego.
— Posso te surpreender mais uma vez?
Sarah me lança um olhar curioso antes de concordar.
— É difícil ser uma mulher curiosa quando o assunto é sair com
você.
Rio baixo.
— Prometo que vai gostar.
— Ah, mas disso eu não tenho dúvidas. Se o primeiro, em que a
gente mal se conhecia, já foi perfeito. A que horas o Sr. Mistério me busca?
Acho graça da forma com que me chama e até um tanto fofo.
— Pode ser às seis?
— Claro. Estarei pronta.
Balanço a cabeça e me aproximo dela apenas para beijar sua testa,
sentindo sua pele se estremecer de leve pelo contato.
— Até sábado.
Aceno e dou uns passos para me afastar, até me lembrar.
— Ah… Sarah?
Viro-me e ela me encara, esperando que eu continue.
— Você não tem medo de helicóptero, né?
A garota arregala os olhos, o que me faz abrir um sorriso de lado.
— Hunter, você…
— Tem, ou não tem?
— Acho que não…
— Ótimo.
Dou uma piscada para ela.
— Até sábado.
Ela ainda está em choque quando eu sigo até a minha moto e visto o
capacete ao montar.
E é só quando ela finalmente sai do estacionamento que eu pego as
ruas de Los Angeles, indo de volta para casa.
Pelo caminho, não deixo de pensar no que tenho em mente para o
final de semana.
Dessa vez, será ainda mais inesquecível.
Capítulo 16 - Sarah
Hunter
— SARAH…
Ouço uma voz ao longe, mas ainda não consigo identificar se é real.
Está tão gostoso aqui, tão bom…
— Baby… Acorda.
A voz grossa é mais forte agora e eu consigo sentir o toque nos
cabelos, fazendo-me despertar.
Abro os olhos devagar e tenho a visão mais linda do mundo.
Hunter sentado na cama, os lençóis embolados na cintura, e o
peitoral nu à mostra.
O corpo todo tatuado, desde o pescoço, braços, peito…
Ele é lindo.
Parece uma obra de arte esculpida pelo artista mais talentoso do
mundo.
Os cabelos ondulados caem sobre os ombros e o sorriso que ele me
abre faz meu coração errar uma batida.
— Oi… — procuro a minha voz e ele ri mais.
— Bom dia… Dormiu bem?
Suspiro alto e ele solta uma risadinha.
— Eu sei, eu também dormi assim. Se não fosse pelo nosso voo,
passaria a manhã inteira aqui na cama com você.
— Que horas são? — pergunto, sentando-me e esfregando os olhos
devagar.
O movimento faz o lençol escorregar pelo meu corpo, revelando
meus seios nus. Automaticamente o olhar de Hunter desce até eles, e sua
língua corre devagar pelos lábios.
— Seis e meia. Nosso voo sai em uma hora — explica e eu assinto,
espreguiçando-me.
— Dá tempo de um banho então, né?
— Claro. O café da manhã já chegou, inclusive.
Ele aponta para a mesa no outro cômodo e eu assinto.
— Não vou demorar.
Afasto os lençóis e me coloco de pé, completamente nua, e a forma
como Hunter me devora com os olhos me faz sorrir orgulhosa.
Sei que não vou resistir a transar com ele de novo, mas preciso
realmente de um banho revigorante primeiro.
Sigo até o chuveiro, onde tomo um banho relaxante e pego outro
roupão do hotel, sorrindo ao me ver no espelho.
Não me lembro de quando me senti tão completa, tão saciada
assim…
Hunter me deu uma noite inesquecível quando me trouxe para a
Grécia, mas o que rolou depois…
Nunca terei palavras o suficiente para descrever.
Seu cuidado comigo, a forma como me proporcionou prazer e o
quanto venerou o meu corpo.
Nunca senti nada igual e quero muito repetir.
Preciso ter mais desse homem.
Sinto que das próximas vezes será ainda melhor, com ele cada vez
mais solto comigo.
Saio do banheiro e o encontro sentado à mesa de café, esperando-me
apenas de cueca.
Uma boxer preta que não faz nenhum esforço para esconder o pau
enorme que abriga lá dentro.
Que, por sinal, faz maravilhas.
Com aquele piercing então…
E falando no acessório, notei que ele também tem nos mamilos,
além dos que tem na orelha e nariz.
Não tem jeito.
Hunter Crawford, de fato, é o homem mais gostoso que já vi.
— Eu acho que vou desmaiar nesse voo de volta — brinco,
sentando-me ao seu lado e aceitando a xícara de café que ele me oferece.
— Pode dormir à vontade, eu sou todo seu.
Aponta para si, sorrindo, e eu sinto aquele quentinho no peito.
Hunter não deve ter ideia do quanto é atencioso, carinhoso e gentil.
Além de delicioso e bom de cama.
Bom, não.
O cara tem uma pegada surreal de tão boa.
— Vou me lembrar disso.
Pisco para ele e tomamos o café tranquilamente, mas o tempo todo
ele me encara daquele jeito que eu o encaro.
Daquele que diz que está louco para me comer de novo.
E eu seria maluca se negasse isso.
Porque, só de lembrar da nossa noite de ontem e do que esse homem
é capaz de fazer comigo, eu já fico toda molhada.
Ao terminar de comer, levanto-me e me sento no colo dele,
encaixando minhas pernas ao redor das suas.
— Estamos com o tempo muito contado ou ainda temos alguns
minutinhos? — pergunto, correndo os dedos pela sua barba devagar.
Os olhos de Hunter faíscam quando suas mãos descem até a minha
cintura, dando um apertão.
— O voo é nosso, baby. Não tem problema se nos atrasarmos um
pouquinho…
Ah, como eu amo que ele me chame assim.
É sexy.
E carinhoso.
Tudo ao mesmo tempo.
Desço a mão e desfaço o nó do meu roupão, revelando os seios, que
eu percebi serem a sua perdição.
Hunter rosna antes de segurar os dois em suas mãos, apertando e
esfregando os mamilos.
— Ai, Hunter… — minha voz sai seca ao senti-lo me esfregar ali,
gostoso demais.
— Seus peitos são gostosos pra caralho — murmura, umedecendo
os lábios antes de correr a língua devagar por eles.
Fecho os olhos, jogando a cabeça para trás, e sinto as costas baterem
na mesa atrás de nós, enquanto Hunter me percorre com sua língua quente,
saboreando-me daquele jeito só dele.
— Você inteira é gostosa — diz, cravando os dentes em um mamilo
e sugando devagar. — Mas esses peitos…
Então ele me abocanha, enfiando o máximo que consegue na boca, e
eu gemo alto ao senti-lo se deliciar em mim.
Sempre senti muito prazer nos seios, mas a forma como Hunter me
chupa é diferente…
Quase me faz gozar só assim.
Eu começo a rebolar nele, sentindo sua ereção debaixo da cueca,
enquanto continua mamando e devorando meus peitos.
Uma onda de calor me apossa e esse roupão se torna quente demais,
então termino de arrancá-lo do corpo, enquanto Hunter não para de me
chupar.
Enfio a mão em seus cabelos, sentindo os fios macios, guiando-o de
um peito a outro, que amassa em suas mãos.
— Hunter… — suplico, vendo-o esfregar a barba em minha pele,
trazendo aquela ardência gostosa. — Se continuar assim, eu vou gozar…
E então ele para, olhando-me safado.
— Vai não, baby. Vai gozar no meu pau.
Meus olhos brilham e eu desço a mão até sua cueca, tocando o cós e
descendo apenas o suficiente para libertar seu membro.
O pau duro pulsa em minha mão, eu percorro todo o caminho das
veias grossas, da cabeça à base, vendo Hunter gemer à minha frente.
— Esse seu pau deve ser uma delícia de chupar — digo, mordendo
o lábio devagar. — Mas agora… — Hunter fixa o olhar em mim, atento aos
meus movimentos. — Agora eu só preciso sentar em você.
Ergo o quadril e Hunter me ajuda a guiar a ereção para minha
entrada, onde eu desço devagar, engolindo-o.
Gememos juntos quando chego ao fundo e sou toda preenchida por
ele.
Por sua grossura, sua potência, seu calor.
Giro o quadril, rebolando de leve, e Hunter geme alto.
— Puta que pariu, Sarah.
— Está gostoso? — pergunto, me lembrando de como fez comigo
ontem à noite.
Eu ainda não avanço, apenas rebolo nele, sentindo-o por inteiro
dentro de mim.
— Porra, baby… Me cavalga, vai… Quica gostoso no meu pau.
Este homem falando assim comigo deveria ser proibido.
Agarro as laterais da cadeira e tomo impulso para subir e descer,
enquanto jogo a cabeça para trás.
Hunter me ajuda, abraçando minha cintura e ditando o nosso ritmo,
que é gostoso demais.
Eu monto nele, subo e desço, rebolando, e a cada acelerada meus
peitos pulam pelo atrito, o que deixa tudo gostoso demais.
Hunter me olha com tanta devoção, com tanto tesão que só me
encoraja a acelerar, indo cada vez mais rápido em busca do nosso prazer.
— Porra… Que delícia ver você assim… Toda gostosa montando
em mim.
Uma das mãos agarra meu peito agora e eu sigo firme, batendo o
quadril contra o dele, sentindo as pernas sofrerem pelo atrito, mas não paro.
Está gostoso demais para parar isto aqui.
— Hunter…
Quando ele desce a mão e toca meu clitóris, eu gemo mais.
— Olha pra mim, baby — pede e eu o faço, encarando seus olhos
cinzentos. — Goza olhando pra mim.
Meu olhar se fixa ao dele enquanto esfrega minha boceta, levando
meu corpo cada vez mais forte contra o dele.
— Hunter! — eu grito, jogando a cabeça para trás e gozando forte
demais.
Daquele jeito que só acontece com ele.
Hunter agarra minha cintura com as duas mãos e impulsiona o
quadril para cima, me fodendo até gozar também, gemendo ao se derramar
em mim.
— Cacete…
Desabo o corpo contra o dele, sentindo o seu suor se unir ao meu.
Minha respiração ainda está pesada, o coração acelerado…
Nossa…
É insano ter esse homem dentro de mim.
— Eu preciso mesmo sair daqui? — resmungo e ele ri, beijando
meu ombro com carinho.
— Eu adoraria ficar, mas você precisa trabalhar amanhã, esqueceu?
Eu me afasto, fazendo um biquinho, e ele ri.
— A vida adulta é tão ruim — reclamo e Hunter ri mais.
— Ah, mas não é mesmo… Se você não fosse adulta, não poderia
foder gostoso assim comigo.
O safado umedece os lábios devagar, jogando aquele charme.
— Você tem um ponto.
— É claro que eu tenho.
Ele afasta meus cabelos agora e beija a minha testa.
— Eu não me oporia a te comer de novo, mas… — Para e belisca
meu mamilo. — Temos que ir mesmo.
Assinto, criando coragem para me levantar.
Quando finalmente o faço, sinto seu sêmen escorrer pela minha
virilha.
Hunter acompanha meu olhar e seu sorriso satisfeito me abraça.
— Pode ir se limpar, a não ser que queira viajar com o cheiro da
minha porra em você.
Esse homem não pode falar essas coisas, juro…
— Isso não é uma ideia ruim.
— Mas eu não disse que era.
Pisca para mim, dando um tapa na minha bunda quando passo por
ele, que me tira uma risada.
Vou até a minha mala pegar minhas coisas, quando paro e olho para
ele.
— Hunter… — chamo e ele ergue os olhos para mim. — Vamos
repetir, não é?
O sorriso que me abre é gigante agora.
Daqueles que aquecem meu peito.
— Acha mesmo que eu vou saber viver sem isso agora?
Balanço a cabeça, sorrindo, e volto a atenção para a mala.
Não sei o que nos aguarda pela frente, mas não quero pensar nisso.
Porque o hoje é muito mais atrativo agora.
Capítulo 20 - Sarah
— AH, NEM ACREDITO que vamos voltar para casa… — Sarah suspira,
jogando-se na cama, ao lado da mala aberta.
Hoje acordamos cedo, tomamos café da manhã e começamos a
organizar nossas coisas para voltar para casa. O jato alugado parte em
algumas horas e iremos direto para Los Angeles.
Como prometido, ficamos mais alguns dias na ilha depois do
casamento e conseguimos fazer passeios incríveis. Sobrevoamos o Parque
Nacional do Vulcão de helicóptero, conhecemos o museu de Pearl Harbor e
fizemos passeios aquáticos, nos quais vimos tartarugas marinhas, baleias e
golfinhos. Sarah ficou deslumbrada com tudo e, a cada sorriso dela, eu tive
a certeza de que valeu todo o meu esforço para fazer isso dar certo.
Ela merece momentos assim e eu farei de tudo para proporcioná-los.
— Eu posso ficar mais se quiser. — Dou de ombros, enquanto
organizo a minha mala e ela solta um resmungo.
— Preciso atender meus pacientes… A vida adulta me chama.
O beicinho que faz me tira uma risada e eu não resisto a ir até ela,
dar um beijo em sua boca gostosa.
— Pelo menos valeu a pena, né? — murmuro, correndo os dedos
pelo seu rosto.
— Com toda certeza valeu.
Mais um beijo e somos interrompidos pelo meu celular vibrando no
bolso.
— É meu advogado, preciso atender.
— Claro, fique à vontade.
Vejo que o celular de Sarah toca também e ela atende à ligação,
enquanto eu sigo até a varanda do hotel para atender ao meu.
— Brian.
— Hunter, más notícias.
Sinto um aperto no peito e penso no que pode ser.
Porra, sua voz não é nada boa, nada mesmo.
— O que foi? Algum problema com o avião?
— Não, pior… — Ele para e ouço sua respiração ao fundo. —
Alguém tirou fotos suas com Sarah na viagem e espalhou em toda a
internet.
— COMO É QUE É?
— Acabaram de vazar e meu celular não para de tocar. Estou
tentando descobrir quem fez isso e entrando em contato com os sites para
derrubar, mas precisava te avisar.
Caio sentado na cadeira da varanda, sentindo meu corpo inteiro
tremer.
Porra!
Como isso foi acontecer?
— Nós cuidamos de tudo, Brian.
— Eu sei! Também estou tão incrédulo quanto você. Mas vamos
resolver isso, ok? Pedi para enviarem reforços para a sua segurança até o
aeroporto e qualquer coisa vai me falando.
— Caralho…
Esfrego a barba nervoso.
Isso não pode estar acontecendo.
— Tem como antecipar esse voo? Se eu ficar aqui mais tempo,
podem me encontrar no hotel e a coisa feder ainda mais.
— Eu vou providenciar isso e te ligo quando conseguir.
— Obrigado.
Jogo o telefone na mesa e bufo, coçando a barba ainda mais.
Inferno!
— Hunter?
Olho para trás e vejo Sarah me encarando com os olhos arregalados.
— Já ficou sabendo? — pergunto nervoso e ela assente.
Caralho.
Para ter chegado ao ouvido da Sarah, é porque todo mundo viu essa
porra.
Puta que pariu.
Levanto-me de pronto e ando até ela, que está com o semblante
assustado.
— Está por toda parte.
Ela ergue o celular para mim e eu nego.
Não quero ver essa porra.
— É de algum passeio que fizemos?
Ela assente, mordendo o lábio devagar.
— Tiraram fotos de nós dois de mãos dadas, nos beijando…
Ah, caralho…
Bufo mais uma vez, sentindo meu corpo inteiro tremer.
Que porra!
— O pior são as legendas tendenciosas… Hunter, eu não sou isso
que estão dizendo.
E então, quando uma lágrima lhe escorre, eu entendo a gravidade do
ocorrido.
Não basta terem divulgado fotos minhas depois do acidente,
mostrando-me depois de anos a fio tentando manter o anonimato.
Colocaram a Sarah no meio, a pessoa mais doce que existe…
— Eu não sei o que estão dizendo, mas não acredite nisso, ok? —
Puxo seu queixo e a faço olhar para mim. — A mídia é uma filha da puta do
caralho, por isso eu odeio essa porra. Por isso eu sumi por tantos anos. Não
dê ouvidos a eles, Sarah! Eles só sabem falar merda.
Sarah assente, mas seus olhos não estão tranquilos, então eu a puxo
em um abraço.
— Eu vou resolver isso, ok? Brian já está mexendo tudo para
derrubar esses sites, nós vamos cuidar disso.
Eu ainda estou com ela nos braços quando ouço meu celular vibrar
na mesa. Solto-a para atender e vejo o nome de Brian surgir na tela.
— Conseguiu?
— O carro já está chegando aí para te buscar. Assim que chegarem
ao aeroporto, já vão decolar.
— Certo, obrigado.
Desligo e volto a atenção a ela.
— Vamos fechar a mala e descer, conseguimos adiantar o voo.
Sarah assente e disparamos até a bagagem, organizando tudo.
— Você tem algum disfarce? — pergunto a ela.
— Só os óculos escuros.
Fuço a minha mala e entrego um boné para ela.
— Coloca esse boné e um casaco fechado, se tiver.
Ela assente e eu puxo o moletom para vestir, cobrindo-me com o
capuz. Não sei o que nos aguarda lá fora, então é melhor prevenir.
Com tudo pronto, viro-me para ela antes de sair.
— Vai dar tudo certo, ok? Pode confiar em mim.
Sarah assente e eu sigo em sua frente, cobrindo-a enquanto vem
logo atrás. Pelos corredores não vemos nenhuma movimentação, então
conseguimos seguir até o andar de baixo.
Mas, quando atravessamos a porta da recepção, uma enxurrada de
repórteres, fotógrafos e paparazzi surgem, fazendo várias perguntas ao
mesmo tempo.
— Hunter Crawford? Como é estar de volta depois de tantos anos?
E agora namorando? Ela é sua psicóloga, como dizem ser? Há quanto
tempo estão tendo um caso?
Os flashes disparados em minha direção, as milhares de perguntas
me trazem um sufocamento, uma falta de ar.
Estico a mão para trás e encontro a de Sarah, puxando-a depressa
desse tumulto e levando até o carro reservado para nós.
Nos acomodamos no banco traseiro enquanto o motorista guarda
nossas bagagens e eu sinto as mãos tremerem, o corpo inteiro suar e uma
falta de ar incessante.
— Hunter? — mal consigo ouvir a voz de Sarah. — Você está bem?
Nego, abaixando a cabeça, tentando fazer um exercício de
respiração que aprendi para esses momentos, mas não parece funcionar
muito bem.
Tudo o que consigo pensar é nos flashes, nas perguntas, nos
repórteres, em tudo de que eu fugi por todos esses anos.
Fecho os olhos, puxo o ar para os pulmões bem fundo e sinto o peito
doer quando o veículo é arrancado e as ruas vão ganhando vida ao nosso
redor.
— Há algo que eu possa fazer para te ajudar? — ela pergunta e eu
nego, ainda olhando para baixo.
Minhas mãos formigam e eu sei que precisava erguer a cabeça para
respirar, mas simplesmente não consigo.
Eu não quero lidar com o mundo lá fora.
Não quero ser visto.
Não quero ser reconhecido.
— O senhor pode abaixar a temperatura do ar-condicionado, por
favor? — ouço-a pedir ao motorista, que acata no mesmo momento.
E a temperatura mais fria ajuda um pouco, mas não é suficiente.
Sua mão toca meu ombro e acaricia de leve, seu toque me trazendo
um pouco de conforto em meio ao caos.
— Consegue erguer um pouco a cabeça? — pergunta e eu nego. —
Não há ninguém do lado de fora, Hunter, só os carros passando.
Meu peito ainda dói para caralho quando eu arrisco olhar para ela de
lado, vendo que tem o cenho franzido.
— Pode confiar em mim, respira um pouquinho.
Sua voz doce me acalma um pouco, então, com muito custo, ergo a
cabeça, mas sem abaixar o capuz. O simples fato de erguer o tronco faz com
que eu respire mais fácil e meu corpo reage melhor aos tremores.
— Vai ficar tudo bem — ela diz, acariciando meu braço devagar. —
Estamos juntos nessa.
Sinto um nó na garganta por pensar que a arrastei a esse inferno
comigo. Que por minha causa sua foto está estampada em todos os sites,
dizendo coisas absurdas ao seu respeito.
Mas que porra.
Que caralho.
Ela não merece isso.
Quando por fim chegamos ao aeroporto, a equipe de segurança nos
aguarda no estacionamento e faz uma contenda para passarmos para a área
de embarque, porque os malditos também nos acharam aqui.
Protejo Sarah dentro do meu casaco para atravessarmos todo esse
tumulto e mais uma vez sou atingido por aquela onda de tremores que eu
odeio.
Quando finalmente estamos seguros no avião, peço para fecharem
todas as janelas e tiro o capuz, conseguindo respirar.
— Você está bem? — Sarah pergunta ao meu lado.
— Eu vou ficar — é tudo o que consigo dizer antes de beber um
pouco de água.
Meu coração ainda está disparado.
Minhas mãos ainda tremem.
E meu corpo inteiro parece entrar em combustão.
Os flashes, os malditos flashes, as perguntas sem noção…
Porra.
Tudo volta como um turbilhão em cima de mim.
Fecho os olhos e respiro fundo algumas vezes, tentando me acalmar
até conseguir estar razoavelmente melhor.
— E você? — pergunto a ela, que balança a cabeça para mim.
— Está tudo bem, Hunter — diz, mas não acredito nem um pouco
nisso.
Porém, não tenho forças agora para questionar, então apenas aceno,
fechando os olhos por um momento.
Bem não estamos, tenho certeza disso.
Mas pelo menos estamos seguros e voltando para casa, o que já vale
muita coisa.
Fico pensando no que nos aguarda quando chegarmos a Los
Angeles. Toda a mídia nos esperando no aeroporto, a perseguição a todos os
meus passos e os de Sarah.
Lá as coisas serão muito piores que no Havaí, muito mesmo.
E essa imagem me vem tão vívida, tão forte, que me desestrutura.
Tiro o cinto de segurança e corro até o banheiro, ajoelhando-me de
frente para o vaso sanitário para vomitar.
Coloco tudo para fora e cambaleio até a pia, onde lavo o rosto,
agradecendo por não ter nenhum espelho por aqui.
Não estou a fim de lidar nem comigo mesmo.
Um pouco mais calmo, volto para o assento e encontro Sarah me
olhando preocupada.
— Você está bem mesmo?
— Eu vou ficar, não se preocupe — digo e seu semblante não se
suaviza.
— Hunter…
— Preciso ir para casa, ficar sozinho… Lá eu vou ficar melhor.
Sarah balança a cabeça em silêncio, eu encosto a minha no assento e
fecho os olhos, tentando acalmar os pensamentos.
Minhas mãos ainda estão trêmulas, mas pelo menos consigo respirar
melhor, o que torna a viagem um pouco mais suportável.
Porém, são cinco horas e meia aqui.
Que parecem demorar cinquenta para passar.
Inferno.
Desse jeito eu vou ficar maluco.
Depois de uma longa e desconfortável viagem, onde conversei o
mínimo de palavras com Sarah, finalmente chegamos.
Visto o capuz mais uma vez e a coloco atrás de mim, quando somos
rodeados pelos seguranças e novamente abordados pelos jornalistas, só que
desta vez em número muito maior.
Com toda dificuldade, conseguimos entrar no veículo e sair do
lugar. Mais uma vez aquela ânsia de vômito me toma, mas me concentro ao
máximo para me segurar e não sujar o carro.
Percebo Sarah visivelmente preocupada ao meu lado e me sinto
péssimo em não lhe dar tanta atenção, não quando estou fazendo todo meu
esforço para respirar, sem entrar em parafuso.
Quando finalmente chegamos ao seu prédio, aqui não temos
ninguém nos vigiando, o que me faz respirar um pouco mais tranquilo.
— Você vai direto para casa? — ela me pergunta e eu assinto. —
Certo. Me avisa quando chegar lá, tudo bem?
Balanço a cabeça querendo dizer mais a ela, querendo conversar,
mas simplesmente não tenho forças para isso.
— Fica bem, Hunter. Qualquer coisa, me liga.
Sarah aperta a minha mão de leve e sai do carro, pegando sua
bagagem com o motorista.
Atrás de nós, o carro com a segurança nos espera e, logo que ela
adentra o prédio, seguimos até o condomínio onde eu moro.
E só quando estou trancado, dentro da minha casa, com tudo
fechado, é que consigo respirar um pouco melhor.
Caio sentado no chão vendo T-Bag vir em minha direção,
esfregando-se em minha perna.
Encosto a cabeça na parede, fechando os olhos e respirando fundo
tentando entender toda essa merda.
Pensando em como uma viagem que estava sendo incrível virou
todo esse inferno.
E, pior, levando junto a pessoa que se tornou tão especial para mim.
Ter a mídia de volta em minha vida doeu pra caralho.
Mas doeu ainda mais ver Sarah sendo arrastada para isso.
Quando finalmente estou respirando melhor, sozinho, longe de tudo
isso e em segurança em minha casa, pego o telefone para ligar para ela.
— Hunter? — ela atende logo no primeiro toque.
— Sarah…
— Como você está? — pergunta e eu decido ser sincero.
— Respirando melhor, mas meu corpo está pesado e a cabeça,
começando a doer.
Sinto uma fisgada forte.
Pelo visto uma crise de enxaqueca me aguarda daqui a pouco.
— Tenta comer alguma coisa e tomar um analgésico antes de deitar
para descansar.
Balanço a cabeça, pensando que comer é algo que dificilmente eu
vou conseguir agora.
— Sarah, eu… — começo a falar e paro, coçando a barba ansioso.
— Não sei se consigo lidar com tudo isso agora. Preciso de um tempo
sozinho, longe de tudo…
Dói no fundo do meu peito dizer isso agora, mas não há outro jeito.
Ainda que eu adore a sua companhia e vá sentir falta pra caralho disso, não
dá.
Não com tudo desabando em cima de mim.
— Eu entendo, Hunter… — sua voz tem uma nota triste e isso rasga
meu coração. — Se preocupe em ficar bem agora.
— Brian está cuidando de tudo e vai entrar em contato com você.
Caso precise de qualquer coisa, ele está a sua disposição, ok? Você não
estará sozinha.
— Claro, eu te agradeço muito.
Um longo silêncio na linha e a ouço soltar um suspiro.
— Fica bem, Hunter… Caso precise de mim, sabe onde me
encontrar.
— Você também.
Desligo o telefone com o coração batendo forte no peito e, desta
vez, não é do jeito bom.
É do jeito pior que existe.
Eu fui do Céu ao Inferno em poucas horas.
Eu conheci um lado bom da vida até ser sugado de novo para a
escuridão.
Aquela que costumava ser minha companheira.
E que, pelo visto, nunca sairá de perto de mim.
Capítulo 26 - Sarah
“Oi, baby…
Espero que tenha gostado das flores. Procurei o arranjo mais
colorido e vivo, porque pensei que combinava com você.
É a minha forma de te pedir desculpas por ter tornado a sua vida
essa bagunça.
Parece que todo meu esforço para te proteger, proteger a nós
dois, não foi o bastante. E eu sinto muito por isso. Sinto muito
por ter falhado com você.
As coisas por aqui não estão nada legais e eu estou tentando
sobreviver até que se esqueçam de mim de novo, mas não tem
sido fácil.
E o mais difícil em tudo isso é ficar longe de você, mas é o
melhor por agora. Pelo seu bem, e eu espero muito que me
entenda.
Eu sinto muito, Sarah.
Sinto muito mesmo por ter te arrastado a esse inferno que é a
minha vida.
Você não merece isso, baby.
É a pessoa mais incrível que eu já conheci.
Espero muito que esteja bem e te prometo que estou fazendo o
meu melhor para que a sua vida volte aos eixos.
Do jeito que você merece.
Com amor,
Hunter”
Seco uma lágrima ao terminar de ler a carta e não resisto a ler mais
uma vez, emocionando-me ainda mais.
Ah, Hunter…
Que falta você me faz.
Que falta absurda você faz em minha vida.
Cheiro mais uma vez o aroma das flores e fecho os olhos, sentindo-o
entrar em mim, como se adentrasse o meu coração.
Devolvo a carta ao envelope e pego a caixa de chocolates, sorrindo
ao notar de que ele se lembrou de quais eram os meus favoritos.
Ah, Hunter…
Me diz…
Como não amar você?
Que mesmo distante, enfrentando algo tão difícil, pensa em mim. Se
preocupa com os detalhes.
Você é mesmo incrível.
Pego um chocolate e trago à boca, fechando os olhos ao sentir o
sabor em minha língua.
É quase como se eu o sentisse aqui comigo, vendo seu sorriso,
vendo-o coçar a barba daquele jeito fofo.
Pego o telefone e penso se deveria ligar para ele, mas não sei se é o
que Hunter quer agora, já que não me ligou ainda nesses últimos dias. Então
decido enviar uma mensagem de agradecimento.
EU:
Obrigada pelas flores, pelos chocolates
e pela carta. Seu gesto tocou muito o
meu coração, Hunter. Obrigada por isso.
Hunter
Hunter
— AI, MEU DEUS! Nem acredito que este dia chegou… Como eu estou?
Meu cabelo está bonito? — Claire dispara e eu gargalho.
— Amiga, não precisa de tudo isso… Hunter é apenas o meu
namorado.
— Ele não é apenas o seu namorado, Sarah. Ele é uma lenda viva
do futebol, o maior quarterback da história dos Los Angeles Bulls.
Ela para e suspira, fazendo um gesto dramático.
— Ai, meu Deus!
Ela se abana e eu solto uma risada ao ouvir o interfone tocar.
— Acho que é ele.
— Jesus, eu vou ter uma dor de barriga.
Eu ainda estou rindo quando atendo ao interfone e libero sua
entrada.
— Calma, amiga. Respira. Você não vai querer que eu te leve para o
hospital logo hoje, não é?
Claire assente, fazendo vários exercícios de respiração.
Eu acho graça de toda a situação, porque não enxergo Hunter assim.
Claro que eu sei de sua sólida carreira e o quanto ele foi importante para a
NFL, mas ainda assim…
Para mim, ele sempre será o meu Hunter, aquele homem que coloca
Taylor Swift para tocar quando estou triste e até faz uma sobremesa
brasileira para mim. Aquele que faz cafuné para eu dormir e que fica todo
bobinho quando lhe faço um carinho.
Sorrio sozinha ao me lembrar do quanto ele foi incrível comigo em
meu momento de maior desespero e como lidou com toda a situação com
maestria. Hunter, com a ajuda de meu irmão, resolveu aquele problema e
me deram a tranquilidade de viver em paz por Los Angeles.
Eu nunca vou esquecer o que esses dois fizeram por mim.
E, depois de enfrentar algumas pessoas cara a cara nos últimos dias,
Hunter perdeu um pouco dos receios, tem ficado mais tranquilo com isso.
Tanto é que anunciou que viria me visitar aqui, com Claire em casa. Ele
sabe o quanto minha amiga é sua fã e disse que não se importa de falar de
futebol com ela.
Eu não tenho palavras para descrever o quanto fiquei feliz em ouvir
isso.
Sigo até a porta principal e logo vejo Hunter saltar do elevador,
absurdamente lindo.
Vestindo uma gola polo cinza, calças jeans e tênis pretos nos pés, ele
está impecável. Os cabelos estão perfeitamente presos em um coque alto e,
quando me vê, abre aquele sorriso lindo.
Aquele sorriso que amolece todo o meu coração.
— Oi, baby — cumprimenta-me, e eu me inclino para beijar seus
lábios de leve. — Trouxe para você.
Quando Hunter me estende um lindo buquê de flores coloridas, meu
sorriso se torna gigante.
— Ai, meu Deus… São lindas, Hunter!
Pego as flores de sua mão e me jogo nele, sendo envolvida por seus
braços fortes.
— Obrigada, amor — sussurro e ele beija meus cabelos com
carinho.
Ao se afastar, indico para que me acompanhe e, logo que entramos,
vemos Claire nos esperando ao lado do sofá.
— Oi, Claire, muito prazer. Trouxe um vinho, espero que goste.
Hunter mostra a garrafa em suas mãos e minha amiga abre a boca,
balançando a mão depressa, totalmente sem reação.
— Amor, dá um tempo para ela processar a sua presença — falo
baixinho e ele abre um sorriso gigante.
— Ai, meu Deus — a voz dela sai um sussurro e eu rio.
— Não se preocupe, temos toda a noite.
Ele dá de ombros e eu rio, buscando um jarro para colocar suas
flores. Quando volto, Claire ainda olha para Hunter, perplexa.
Eu sabia que ela era fã dele, mas não tanto assim.
— Amiga, respira. O Hunter é de verdade, olha. — Toco o braço
dele, apertando-o de leve. — Não vai te morder.
Claire abana as mãos, apreensiva.
— Meu Deus… Tem… Uma lenda do futebol na minha casa. — Ela
para, fechando os olhos e respirando fundo. — Jesus, eu não sei fingir
costume.
Então Hunter gargalha, e eu não resisto a acompanhá-lo.
Claire demora uns minutos para se recompor e então tentar olhar
para ele sem surtar.
— Certo… Eu acho que consigo fazer isso. — Minha amiga respira
fundo mais uma vez. — Muito prazer, Hunter.
Ela estende a mão para ele, que aperta com carinho.
— Ai, meu Deus… Ele apertou a minha mão — diz, olhando para
mim, e eu dou uma risadinha.
— Ele é gente boa, você vai gostar dele.
Claire balança a cabeça e então aceita o vinho que Hunter oferece.
— Eu juro que nunca vou jogar esse rótulo fora.
Eu solto uma risada, porque sei que Claire vai fazer exatamente isso.
Sigo até a cozinha e pego um copo de água para, ela que aceita,
dando longos goles.
— Obrigada, amiga.
— Mais calma? — pergunto e ela olha para Hunter, balançando a
cabeça.
— Claire fez uma massa maravilhosa, sabia que ela é excelente
cozinheira? — puxo assunto, levando Hunter para o sofá, e minha amiga se
acomoda na poltrona à nossa frente.
— É mesmo? Então vocês duas se completam, já que você é ótima
na sobremesa.
— Sim! Nós costumamos falar isso mesmo. Claire arrasa nos pratos
salgados.
Pisco para ela, que está hiperventilando, a coitadinha.
— Você também é psicóloga, certo? — Hunter pergunta a ela, que
assente devagar.
— Eu conheci a Sarah na faculdade — diz, com a voz um pouco
mais firme. — Gosto de dizer que foi amor à primeira vista.
Jogo um beijo para ela, que sorri para mim.
— Eu imagino que sim… Não tem como não se apaixonar pela
Sarah.
Então ele toca a minha coxa, acariciando-me devagar.
— Mas não quis ir para a área clínica? — ele insiste no assunto,
pensando que este é um caminho mais confortável para ela.
E com toda certeza é, porque minha amiga vai relaxando aos
poucos.
— Ah, não… Sempre me vi trabalhando em empresas, na gestão de
pessoas, contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável.
— Isso é muito importante — ele aponta. — Lembro que tínhamos
um psicólogo no time. Os caras sempre reclamavam dessa parte, mas hoje
vejo que era bom para a equipe.
Ouvir Hunter falar de seu passado com tanta tranquilidade me deixa
com o coração tão quentinho.
— Com toda certeza é importante.
— Então você é torcedora dos Bulls? — pergunta e Claire assente
frenética, os olhos brilhando.
— Não perco um jogo sequer! Meu pai sempre me levou ao estádio
quando eu era criança, então cresci naquele ambiente, sendo apaixonada por
futebol.
— Isso é incrível. Aposto que deve ter alguma camisa do time por
aí?
— Claro! — O semblante dela se ilumina. — Camisa, boné,
faixas…
— Quer que eu autografe alguma?
Neste momento, até eu me viro para encarar Hunter e me espanto
com o quanto ele está confortável com esse assunto.
— Ai, meu Deus. Você faria isso?
— Com prazer!
Claire solta um gritinho de empolgação e dispara até o seu quarto.
Aproveito a deixa e toco o braço dele com carinho.
— Está tudo bem mesmo, Hunter?
— Você não faz ideia do quanto está me fazendo bem encontrar com
alguém que gostava tanto do meu trabalho — confessa. — É algo de que eu
também sinto falta, não só de estar no campo jogando, mas também do
carinho dos fãs…
Neste momento, Claire volta com uma camiseta azul e uma caneta
preta nas mãos.
— Pode escrever onde você quiser.
Ela estende o tecido para Hunter e percebo-o encarar a camisa por
um momento, parecendo nostálgico.
— Era o meu número… — Aponta para o dezoito estampado no
verso da camisa.
— Você era o melhor QB que os Bulls já tiveram — Claire elogia e
ele ergue os olhos para ela.
Aqui, em seus olhos, consigo ver toda a sua gratidão.
Hunter acena, abrindo a tampa da caneta e apoiando em sua coxa
para escrever. Estico o pescoço para ver os dizeres na camisa.
“Para Claire,
Obrigado pela força.
Com carinho,
H. Crawford, 18”
Hunter tampa a caneta e estende para ela, junto com a camiseta
autografada. Eu fico aqui toda bobinha, morrendo de orgulho dos dois.
— Ai, meu Deus. Eu vou emoldurar isto no meu quarto. — Ela
suspira, abraçando o tecido. — Obrigada, Hunter. Mesmo!
Ele dá de ombros, sorrindo.
— É a primeira vez que faço isso em mais de três anos — comenta.
— É bom retomar antigos hábitos.
— Eu vou tirar uma foto e guardar para o momento em que puder
postar nas redes sociais. — Ela suspira e não tem um que não ri.
— Quer tirar uma foto comigo? — Hunter oferece e a menina
arregala os olhos para ele.
— Deus, se isso for um teste, eu ainda não me sinto pronta para
morrer!
E então eu gargalho.
— Vai lá, eu vou tirar para vocês.
Pego o celular e Hunter se levanta, ficando ao lado de Claire. Cada
um pega uma manga da camisa, que estendem à frente, formando o
sobrenome e o número de Hunter.
Tiro várias fotos e sinto tanto orgulho dele, tanto que não cabe em
meu peito.
— Obrigada, Hunter. — Claire olha para ele, fascinada. — Eu posso
te dar um abraço?
— Claro.
Quando Hunter a envolve com seus braços tatuados, minha amiga
me encara incrédula, e eu sei que, neste momento, está dando um de seus
famosos gritinhos internos.
— Uma foto, um abraço e um autógrafo de Hunter Crawford. — Ela
suspira, ao se afastar. — É, eu zerei mesmo a vida.
— E o vinho. — Aponto para a garrafa e ela assente depressa.
— A garrafa vai ficar na minha estante, ao lado do porta-retratos
com a foto e a moldura da camisa — diz, dramática.
Hunter acha graça disso, mas em seus olhos consigo ver o tamanho
da gratidão que está sentindo.
— Chupa, América, o maior QB é namorado da minha melhor
amiga!
Ela abraça a camisa e sai pelo corredor, para guardar. Eu rio de sua
espontaneidade.
— Ela é muito divertida — ele comenta ao ficarmos sozinhos.
— Ela é! Doidinha, mas tem um coração enorme. É minha melhor
companhia.
Hunter sorri, abraçando-me pela cintura.
— Fico feliz que vocês tenham uma à outra.
Ele se inclina para me dar um selinho e, neste momento, Claire
ressurge.
— Eu ainda estou tentando fingir costume — comenta e eu solto
uma risada.
— Com o tempo você se acostuma — Hunter diz. — Ainda vai me
ver muito daqui para a frente…
Claire abana a mão mais uma vez, tirando-nos uma risada.
— Isso tudo me deixou com fome — ela diz. — Vocês já jantam?
— Com toda certeza — responde Hunter.
— Ótimo. Vou só colocar para aquecer e já volto.
Hunter leva o vinho para manter a temperatura na geladeira e noto o
tempo todo que Claire, ainda que esteja surtando com sua presença, está
começando a se acostumar.
Mas as encaradas incrédulas que ela me dá sempre me tiram uma
risada.
Com a ajuda de Hunter, montamos a mesa e logo começamos a
experimentar dos dotes culinários de Claire.
— Nossa, está uma delícia — ele elogia, comendo mais uma
garfada. — Você manda muito bem, Claire.
— Queria ressaltar que uma lenda do futebol está comendo a minha
humilde carbonara e elogiando. — Ela para e solta um suspiro. — Mas sei
que estou soando repetitiva hoje, então obrigada, Hunter. Fico feliz que
gostou.
Eu solto uma risadinha ao comer de seu prato, que está mesmo
perfeito.
— Você arrasa, amiga, como sempre.
Pisco para ela, e logo comemos de forma tranquila, Claire se
soltando cada vez mais em sua presença.
— Eu só queria ter visto a cara do seu pai quando viu o Hunter na
frente dele — ela comenta, sorrindo.
— Ele ficou me encarando como se eu fosse um fantasma — Hunter
diz, divertido. — Josh também não ficou para trás.
— Espere quando marcarmos um jantar lá — digo a ele. — Vai ser a
versão de Claire piorada, porque são dois sendo seus fãs.
Hunter ri, mastigando devagar.
— Vai ser bom encontrar pessoas que apreciam meu trabalho.
Desço a mão pela mesa e toco a sua coxa, apertando devagar.
Estou tão, mas tão, orgulhosa dele…
Ao terminarmos o jantar, trago a sobremesa italiana cuja receita
aprendi recentemente, um Tiramisù. Recebo elogios dos dois, mas ver o
sorriso de satisfação de Hunter ao provar mais um prato meu sempre enche
meu peito.
Eu amo agradar esse homem.
Posso passar a vida inteira fazendo sobremesas para ele, que jamais
vou me cansar.
Depois de passarmos uma boa noite conversando, nos divertindo,
Claire se recolhe e eu chamo Hunter para ver um filme comigo no sofá.
— Dorme comigo hoje? — pergunto, aninhada ao seu peito. —
Minha cama não é tão grande quanto a sua, mas acho que cabemos nós
dois…
— Eu só saio daqui se você não me quiser mais, baby…
Quando ele beija meus cabelos, eu sinto uma paz tão boa, um
momento tão gostoso que não resisto em registrá-lo.
Estico a mão para pegar o celular e abro a câmera frontal, indicando
a Hunter que olhe para a selfie. Mas ele me surpreende abaixando-se para
beijar o meu rosto e eu registro este momento cheio de carinho.
É uma foto simples, mas tão cheia de significados…
Eu tenho poucas fotos com Hunter, a maioria é da viagem no Havaí,
mas nenhuma é tão gostosa quanto essa.
Principalmente porque aqui, além de nos sentirmos mais livres,
estamos completamente apaixonados.
Poderíamos estar antes, mas não tínhamos a ciência de agora.
— Não preciso postar, eu só quero guardar este momento para
sempre — murmuro, fechando a câmera.
— Baby, pode me mandar essa foto?
— Claro.
Envio para ele e, quando seu celular apita, vejo-o começar a digitar
no celular, demorando-se um pouco mais.
— O que está fazendo?
— Calma, que você já vai ver.
Fico aqui, parada, encarando-o, enquanto ele mexe concentrado no
celular, digitando algumas coisas até finalmente bloquear a tela, sorrindo.
— Digita o meu nome no Instagram.
Estreito os olhos para ele, desconfiada.
Mas Hunter desativou o perfil dele há anos…
Será que…
Abro a rede social para digitar seu nome e um perfil verificado me
surge, fazendo meu coração errar uma batida.
Clico nele e tenho a imagem de um perfil ativo com quase dois
milhões de seguidores.
— Hunter…
— Se as pessoas querem falar de mim, melhor dar motivos a elas,
não?
Ainda estou incrédula quando clico na última foto postada, que é
exatamente essa que eu acabei de tirar.
Corro os dedos pela fotografia, até me emocionar com a legenda.
“Algumas pessoas surgem na nossa vida para nos salvar de nós
mesmos. Eu te amo, baby.”
— Hunter…
Pisco entre lágrimas e ele me abre um largo sorriso.
— Que o mundo saiba que eu te amo, baby, e que sou totalmente
maluco por você.
Solto o celular, atirando-me em seus braços e agarrando seu pescoço
com força, tirando-lhe uma risada.
Ah, Hunter…
Estou tão feliz e orgulhosa de você.
Não só pela postagem, mas por ter reativado uma parte de sua vida
que ficou enterrada por tantos anos…
Isso significa tanto.
— Que sorte a minha amar você, Hunter — sussurro, beijando seu
pescoço.
É…
Que sorte a minha, meu amor.
Capítulo 34 - Hunter
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[1]
Tradução: Ele se ajoelhou e puxou um anel
Tradução: E disse: Case-se comigo, Julieta, você nunca terá que ficar
[2]
sozinha.