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Simbolismo

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SIMBOLISMO

LARISSA GUEIROS
O Simbolismo define-se assim pelo anti-intelectualismo. Propõe a poesia
pura, não racionalizada, que use imagens e não conceitos. É uma poesia
difícil, hermética, misteriosa, que destrói a poética tradicional.

Inimiga do
ensinamento, da
declamação, da falsa
sensibilidade, da
descrição objetiva,
a poesia simbolista
procura vestir a Ideia
de uma forma sensível.
Contexto Histórico

O final do século XIX representou uma sociedade marcada por


um sentimento de total inquietação proveniente das descobertas
científicas tanto difundidas pela era do Realismo, que, como toda
mudança, desencadeou um processo de indefinições quanto a
valores e convicções inerentes ao ser humano.
Crise social desencadeada pela disputa econômica entre as
grandes potências mundiais com o advento da Revolução
Industrial, que obteve como fator resultante, as duas grandes
guerras mundiais.
O liberalismo econômico dá lugar a monopólios e cartéis, os quais
produzem pobreza ao invés de nações soberanas.
O abandono do cientificismo e do positivismo levam os
simbolistas a buscarem a fé, manifestando um misticismo
indefinido, mas ligado à tradição cristã.
Nesse ambiente de A preocupação dos artistas simbolistas não era mais
desilusão com a em analisar a sociedade, como fizeram os autores
realidade e, em do Realismo. O principal interesse dos simbolistas
alguma medida, com a era sondar o "eu", ou seja, sondar o lado psíquico,
própria racionalidade, espiritual.
floresceram as flores
do mal de Baudelaire e Nomes que influenciaram o Simbolismo
o movimento
simbolista. Freud – Estudo do Inconsciente
Diversos outros Einstein – Estudo da Relatividade
Schopenhauer – Estudo sobre a Essência Metafísica: A
escritores começaram vontade da vida (corpo e sentimento)
a se filiar ao estilo Nietzsche – Estudo sobre a vontade do poder (“Tu deves” –
baudelaireano, “Eu quero”) e individualismo.
intitulando-se decaden
tistas.
A PERDA DA AURÉOLA

“Olá! O senhor por aqui, meu caro? O senhor nestes maus lugares! O senhor bebedor de quintessências
e comedor de ambrosia! Na verdade, tenho razão para me surpreender!”

‘Meu caro, você conhece meu terror de cavalos e viaturas. Agora mesmo, quando atravessava a avenida,
muito apressado, saltando pelas poças de lama, no meio desse caos móvel, onde a morte chega a galope
de todos os lados ao mesmo tempo, minha auréola, em um brusco movimento, escorregou de minha
cabeça e caiu na lama do macadame. Não tive coragem de apanhá-la. Julguei menos desagradável
perder minhas insígnias do que me arriscar a quebrar uns ossos. E depois, disse para mim mesmo, há
males que vêm para o bem. Posso, agora, passear incógnito, cometer ações reprováveis e abandonar-me
à crapulagem como um simples mortal. E eis-me aqui, igual a você, como você vê.”

“O senhor deveria, ao menos, colocar um anúncio dessa auréola ou reclamá-la na delegacia caso alguém
a achasse.”

“Não! Não quero! Sinto-me bem assim. Você, só você me reconheceu. Além disso a dignidade me
entedia. E penso com alegria que algum mau poeta a apanhara e a meterá na cabeça descaradamente.
Fazer alguém feliz, que alegria! e sobretudo uma pessoa feliz que me fará rir. Pense em X ou em Z. Hein?
Como será engraçado.”

Charles Baudelaire, (Pequenos poemas em prosa)


PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA

1. Predominância da emoção;
2. O objeto deve estar subentendido, não se mostrando
claramente – daí o "símbolo";
3. Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras
figuras de estilo);
4. Referências a cores, principalmente à branca;
5. Presença de motivos religiosos; a poesia representaria
uma espécie de ritual;
6. Sonho, imaginação e espiritualismo;
7. Subjetividade;
8. Culto à forma, com influências parnasianas;
9. Uso da figura de linguagem sinestesia, que representa a
fusão de sensações (beijo amargo, cheiro azul), além de
outras como personificação e metáfora;
10. Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou
sensoriais (Impressionismo), sobretudo na pintura.
Chanson D’Automne Canção de outono
Por que Simbolismo?
Les sanglots longs Estes lamentos
Des violons
Para o poeta simbolista, a importância do símbolo De l’automne
Dos violões lentos
está no fato de que ele representa a junção entre a Blessent mon cœur Do outono
realidade externa e interna do poeta. Isso é D’une langueur Enchem minha alma
importante, pois o simbolista não está preocupado Monotone. De uma onda calma
em descrever a realidade, mas em senti-la, em De sono.
idealizá-la. Tout suffocant
Et blême, quand E soluçando,
Sonne l’heure, Pálido quando
Je me souviens Soa a hora,
Des jours anciens Recordo todos
Et je pleure; Os dias doudos
De outrora.
Et je m’en vais
Au vent mauvais E vou à-toa
Qui m’emporte No ar mau que voa,
Deçà, delà, Que importa?
Pareil à la
Feuille morte. Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
Nossa Herança Camilo Pessanha - (Coimbra 1867 — Macau 1996) considerado o
Portuguesa expoente do simbolismo em Portugal.

✔Afastou-se do discurso neorromântico


O marco do Simbolismo em ✔Visão extremamente pessimista de mundo
Portugal é a publicação da ✔Percepção de mundo fragmentária
obra Oaristos (1890), livro de ✔linguagem poderosa, sugestiva, com símbolos, sinestesias e intensa
poemas de Eugênio de musicalidade.
Castro. O movimento
literário, contudo, já
Eugênio de Castro - (Coimbra 1869 — 1944) poeta português
influenciava Portugal a partir
simbolista.
das revistas acadêmicas "Os
Insubmissos" e "Boêmia procura aproximar a poesia da música, por meio do uso de
Nova" que tinham entre seus aliterações e assonâncias.
colaboradores os autores Investiu fortemente na evocação de uma atmosfera sensual e em
um ambiente onírico, através da sugestão do espaço real ou fictício.
Eugênio de Castro e Antônio As imagens retratadas são vagas, diluídas, ligadas aos sentidos sem
Nobre. preocupações miméticas.
Estátua Amor Verdadeiro

Cansei-me de tentar o teu segredo: Tua frieza aumenta o meu desejo:


No teu olhar sem cor, de frio escalpelo, fecho os meus olhos para te esquecer,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo, mas quanto mais procuro não te ver,
Como a onda na crista dum rochedo. quanto mais fecho os olhos mais te vejo.

Segredo dessa alma e meu degredo Humildemente atrás de ti rastejo,


E minha obsessão! Para bebê-lo humildemente, sem te convencer,
Fui teu lábio oscular, num pesadelo, enquanto sinto para mim crescer
Por noites de pavor, cheio de medo. dos teus desdéns o frígido cortejo.

E o meu ósculo ardente, alucinado, Sei que jamais hei de possuir-te, sei
Esfriou sobre o mármore correto que outro feliz, ditoso como um rei
Desse entreaberto lábio gelado... enlaçará teu virgem corpo em flor.

Desse lábio de mármore, discreto, Meu coração no entanto não se cansa:


Severo como um túmulo fechado, amam metade os que amam com espr'ança,
Sereno como um pélago quieto. amar sem espr'ança é o verdadeiro amor.
Simbolismo no Brasil
O Simbolismo chegou ao Brasil em 1893, com a publicação das obras Missal (prosa)
e Broquéis (poesia), ambas de autoria de Cruz e Sousa, que é considerado o maior
autor simbolista.

Outros autores
Alphonsus de Guimaraens
Pedro Kilkerry.
Cruz e Sousa (Desterro, atual Florianópolis – Santa Catarina em 1861 e morreu em
Minas Gerais em 1898. Foi filho de escravos alforriados e criado pelos patrões de seus
pais.

Características
•Pessimismo
•Perfeccionismo formal
•Metáforas, Sinestesias, Aliterações e Assonâncias
•Musicalidade
•Obsessão pelo branco
•Conflito entre matéria e espírito
•Emprego de letras maiúsculas para dar valor absoluto a certos termos

Temas Constantes: Morte, Angústia, Sublimação sexual, Escravidão, Integração


Cósmica, Transcendência, etc.
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais. Filho
do comerciante português Albino da Costa Guimarães e de Francisca de Paula
Guimarães Alvim.

Sua poesia é quase toda caracterizada pelo tema da morte da mulher amada. Todos
os outros temas que explorou como religião, natureza e arte, de alguma forma, se
relacionam com o mesmo tema da morte.
O seu espiritualismo é voltado para a religiosidade e o misticismo.

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