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Cuidado ou Trabalho?
Todas as pessoas da sociedade tiveram ou têm alguém que sempre cuidou e tomou conta delas: as mães. As mulheres, na maior parte das vezes, são responsáveis pelo trabalho realizado em casa, como lavar a roupa e a louça, cuidar dos filhos e do marido, higienizar a casa, dentre muitas outras tarefas consideradas trabalho de cuidado. E, mesmo com todo o esforço para criar bons cidadãos para o Brasil, não recebem nenhum tipo de remuneração por todo o serviço prestado para o país, o que se tornou uma pauta muito questionada. Mas por que não existem interferências nesse cenário diante da situação atual? Assim como todos os outros empregos, o cuidado tido com outras pessoas para torná-las e formá-las como cidadãos que contribuam para a sociedade, deve ser reconhecido. De acordo com a organização Think Olga, a economia de cuidado é algo necessário para toda a população, não estando relacionada somente às mães, como também aos trabalhos que têm como propósito promover o bem-estar da sociedade por meio da realização de tarefas domésticas. A faxina, o cuidado de crianças e o de pacientes, por exemplo, na maioria das ocasiões, são postos ocupados por mulheres, mas que têm uma remuneração muito baixa devido a normalidade das tarefas no dia a dia e a “facilidade” de suas práticas, logo, mesmo sendo de extrema importância para o próximo, não possui a atenção merecida para sua valorização. Além de trabalharem sem um salário, as mulheres não recebem o devido cuidado com elas mesmas e, muitas vezes, são sobrecarregadas, o que as impede de avançar em um emprego remunerado e atrapalha na conquista de sua autonomia financeira, fazendo com que necessitem de alguém para ajudar a pagar as contas de casa por conta da exploração no seu “trabalho diário”. Ainda de acordo com um estudo realizado pelo laboratório Think Olga, os cuidados de trabalho das mulheres equivaleria a 10,8 trilhões de dólares da economia brasileira, mas que não são reconhecidos por conta da normalidade também ilustrada em novelas e programas de TV, nos quais as mulheres, quase sempre, estão ocupando papéis de empregadas domésticas ou donas de casa, mas, raramente, de uma esposa que recebe ajuda de seu marido nas tarefas familiares. As cidadãs do Brasil fazem com que os outros trabalhos possam estar sempre em movimento e sendo valorizados, mas seu próprio esforço para tudo isso, não é visto pela sociedade devido a falta de ajuda recebida por elas, tanto pelos companheiros e familiares, quanto pelo governo brasileiro. Então, para contribuir para a diminuição da sobrecarga e invisibilidade do trabalho das mulheres brasileiras, as escolas e as famílias devem incentivar a realização de tarefas domésticas, não somente pelas jovens moças, mas também para os garotos que irão casar com elas, evitando assim, uma sobrecarga absurda de trabalho diário. Também é necessário que a Comissão da Mulher busque aumentar o apoio às mães solteiras que não têm condições de trabalhar pela falta de contribuição familiar no cuidado de seus filhos enquanto estão fora de casa. Projetos também devem ser realizados com intuito de mostrar a importância da economia de cuidado para a população e contribuir para que seu investimento rotineiro seja remunerado com o devido valor. Assim, as mulheres podem conseguir seu reconhecimento e ajuda que merecem por seus “simples” e “usuais” serviços.
