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CLÍNICA MÉDICA VI
Prof Camille Rabello

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1-(UNIFASE - Residência em Terapia Intensiva – 2023) A função dos sistemas renal e urinário é essencial para
a vida. A principal finalidade dos sistemas renal e urinário consiste em manter o estado de homeostasia do
corpo através da regulação cuidadosa dos líquidos e eletrólitos, remoção dos produtos de degradação e
desempenho de outras funções. (BRUNNER, 2011).
Correlacione as afirmativas do glossário dos termos relacionados a função renal e urinário:

Assinale a opção CORRETA:


(A) I – B; II – A; III – C; IV – D.
(B) I – A; II – B; III- C; IV – D.
(C) I – C; II – A; III – B; IV – D.
(D) I – C; II – B; III – A; IV – D.
(E) I – A; II – C; III – B; IV – D. 3
2-(COREMU - UFG- Residência em Urgência e Emergência – 2020) A maioria das pessoas urina cerca de
quatro a seis vezes diariamente, sobretudo durante o dia.
Normalmente, os adultos urinam entre 700 mililitros e três litros por dia.
Assim, um adulto, com micção excessiva e volume normal de urina, porém com a necessidade de urinar
com mais frequência, se refere a:
(A) nictúria.
(B) oligúria.
(C) poliúria.
(D) polaciúria.

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal

A função dos sistemas renal e urinário é


essencial para a vida.

Principais finalidades:
▪ Manter o estado de homeostasia do
corpo através da regulação
cuidadosa dos líquidos e eletrólitos;
▪ Remoção dos produtos de
degradação; e
▪ Desempenho de outras funções,
como a manutenção do ph.
Eventuais disfunções renais/ urinários
inferior são comuns, ocorrendo em
qualquer idade e com graus variáveis de
gravidade.
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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
Composto por:
▪ Rins (órgãos retroperitoneais localizados
nos flancos, onde a urina é produzida);
▪ Ureteres (conduzem a urina produzida
nos rins para a bexiga);
▪ Bexiga (órgão muscular - músculo
detrusor, que tem a função de armazenar
a urina produzida); e
▪ Uretra (canal por onde a urina é
eliminada no processo de micção;
▪ Próstata (no caso dos homens).

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
▪ O sangue chega a cada rim pela artéria renal que se subdivide em ramos até formar a arteríola aferente, que
se capilariza formando o glomérulo.
▪ O sangue sai do glomérulo e cai na arteríola eferente, é drenado pela veia renal e cai na circulação sistêmica.

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
▪ Néfrons: unidades morfofuncionais dos rins
que formam a urina.
▪ Cada néfron = glomerulo (estrutura de
filtração) + sistema de túbulos responsáveis
pela reabsorção (água, glicose, Na+, HCO3- e
outros) e secreção (K+, H+ e outros).

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3- (IADES - SES DF - Residência em Nefrologia – 2021) O glomérulo envolto pela
cápsula de Bowman é composto por um segmento denominado de alça de Henle,
dividido em ramos ascendentes e descendentes.
(A) Certo
(B) Errado

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal

▪ A urina formada nos néfrons flui para a pelve renal e,


em seguida, para os ureteres (longos tubos
fibromusculares que unem cada rim à bexiga);
▪ Histologicamente, o revestimento dos ureteres é
constituído de epitélio de células de transição (urotélio,
responsável por impedir a reabsorção da urina);
▪ O movimento da urina a partir de cada pelve renal até a
bexiga, através dos ureteres, é facilitado pela contração
peristáltica dos músculos lisos na parede dos ureteres;
▪ Existem três áreas estreitas em cada ureter: a junção
ureteropélvica (JUP), o segmento ureteral (próximo à
junção sacroilíaca) e a junção uretrovesical (JUV).

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
Bexiga: saco muscular oco, localizado
exatamente atrás do osso púbico e tem
capacidade da bexiga no adulto é de 400-500 mℓ;
▪ Caracteriza-se por sua área central oca,
denominada vesícula, que apresenta duas
entradas (ureteres) e uma saída (a uretra);
▪ A área que circunda o colo vesical é
denominada junção uretrovesical e sua
angulação é responsável por proporcionar o
movimento anterógrado ou para baixo da
urina (efluxo urinário);
▪ Tal angulação impede o refluxo vesicoureteral
(movimento retrógrado ou para trás da urina),
ascendendo pelo ureter até o rim;
Uretra: origina-se na base da bexiga.
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Anatomofisiologia do
Sistema Renal

Depuração renal = 3 etapas:


1. Filtração Glomerular (de
acordo com o peso
molecular);
2. Secreção Tubular (H+,
medicamentos,
creatinina e parte da
ureia vão do sangue
para os túbulos renais);
e
3. Reabsorção Peritubular
(99% do filtrado
glomerular será
reabsorvido).
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Anatomofisiologia do
Sistema Renal

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
▪ Clearance de Creatinina: exame utilizado para avaliar a função excretora renal. Trata-se da prova mais
comumente usada para avaliar a função excretora renal, medida da TFG:

▪ Fórmula de Cockcroft-Gault pode ser usada para calcular a depuração plasmática de creatinina estimada,
que por sua vez faz uma estimativa da TFG:

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Anatomofisiologia do
Sistema Renal
▪ Azotemia X Uremia: descreve a incapacidade renal de excreção de catabólitos ou escórias nitrogenadas,
causando uma elevação dos níveis séricos destas substâncias, tais como ureia (>40mg/dl) e creatinina
(>1,2mg/dl);
▪ A dosagem plasmática de escórias é um importante marcador para identificação de insuficiência renal.

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SISTEMA RENINA-
ANGIOTENSINA-
ALDOSTERONA

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4- (VUNESP - HC FMUSP - Residência em Área Cardiovascular – 2021) A homeostase do líquido extracelular
em nosso organismo é mantida pelos rins.
O bom funcionamento renal mantém:
(A) A regulação das concentrações de eletrólitos plasmáticos; a secreção de produtos do metabolismo e
substâncias endógenas; e o desequilíbrio ácido-básico.
(B) A regulação do volume e osmolaridade do fluido extracelular; a diminuição da produção de vitamina d e
a secreção de produtos do metabolismo; e substâncias exógenas.
(C) A manutenção do equilíbrio ácido-básico; a desregulação do volume e osmolaridade do fluido
intracelular; e a diminuição da produção de eritropoietina.
(D) A manutenção do equilíbrio ácido-básico; a manutenção da produção de insulina circulante no
parênquima renal; e a diminuição da produção de renina-angiotensina.
(E) A regulação das concentrações de eletrólitos plasmáticos; a manutenção do equilíbrio ácido-básico e
regulação do volume; e a osmolaridade do fluido extracelular.

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5- (Instituto UniFil – 2020) A principal função do sistema urinário é fazer a filtração
do sangue. São os hormônios que atuam na absorção do sódio (Na) e excreção de
potássio (K), e por consequência controlam o volume urinário:
(A) Aldosterona e hormônio antidiurético.
(B) Angiotensina e renina.
(C) Renina e hormônio antidiurético.
(D) Vasopressina e angiotensina.

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Síntese das Funções do Sistema Renal
▪ Regulação da produção de eritrócitos;
▪ Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico;
▪ Manutenção do equilíbrio acidobásico;
▪ Regulação da osmolalidade;
▪ Resposta ao ADH;
▪ Regulação da pressão arterial (SRAA);
▪ Formação da urina;
▪ Excreção do excesso de água;
▪ Excreção das escórias metabólicas;
▪ Depuração renal;
▪ Síntese da vitamina D;
▪ Manutenção do cálcio e fosfato;
▪ Secreção de prostaglandinas. 20
Avaliação do
Sistema Renal

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Avaliação do
Sistema Renal

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Avaliação do Sistema Renal
(biópsia)
Recomendações:
▪ Paciente deve estar de jejum de 6-8 horas antes
do exame;
▪ Acesso venoso é estabelecido;
▪ Colher uma amostra urinária e preservá-la para
comparação a amostra pós-biópsia;
▪ O Paciente será colocado em decúbito ventral;
▪ Durante a introdução da agulha no ângulo costo-
vertebral, o paciente é instruído a inspirar
profundamente e prender a respiração (para
impedir que os rins se movimentem), sendo sítio
de punção infiltrado com um anestésico local;
▪ A agulha da biópsia é introduzida exatamente
dentro da cápsula renal do quadrante externo
do rim.
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Síndrome Nefrítica

▪ Manifestação clínica da inflamação glomerular.


▪ Pode ocorrer nas formas aguda (pós-infecciosa) e crônica
(autoimune) - os complexos de antígeno-anticorpo
formados no sangue são aprisionados nos glomérulos,
estimulando a inflamação e produzindo lesão renal.
▪ As principais causas pós-infecciosas consistem em
infecção da faringe por estreptococos beta-hemolíticos
do grupo A, em geral se manifesta 7 a 21 dias após o
quadro infeccioso.
▪ Pode ocorrer também após o impetigo (infecção da pele),
infecções virais agudas (infecções das vias respiratórias
superiores, caxumba, vírus varicela-zóster, Vírus Epstein-
Barr, hepatite B e infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana [HIV], antígenos externos ao corpo (p. ex.,
medicamentos, soro estranho).
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Síndrome Nefrítica

Características de apresentação da inflamação glomerular


aguda consistem em:
▪ Retenção de sódio e água;
▪ Hipertensão Arterial;
▪ Ocasionalmente oligúria (DU<400ml/dia);
▪ Edema periorbital;
▪ Hematúria (A urina pode exibir uma coloração de coca-
cola, devido à presença de hemácias e tampões ou
cilindros de proteína);
▪ Azotemia (concentração anormal de produtos de
degradação nitrogenados no sangue).

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Síndrome Nefrítica

Tratamento:
▪ Corticosteroides
▪ Manejo da hipertensão arterial
▪ Controle da proteinúria
▪ Se suspeita de infecção estreptocócica residual, a
penicilina é o agente de escolha;
▪ A proteína dietética é restrita quando há
desenvolvimento de insuficiência renal e de retenção
de nitrogênio (ureia elevada).
▪ Recomenda-se o repouso relativo, restrição hídrica,
de sal e proteínas e balanço hídrico rigoroso.
▪ Dieta rica em carboidratos oferta energia e reduz o
catabolismo proteico.
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6- (UNESC – 2022) Em relação a síndrome nefrítica aguda, é CORRETO afirmar que:
(A) Na forma menos grave da doença, podem ocorrer cefaleia, mal-estar e dor no
flanco.
(B) Verifica-se a existência de algum grau de edema e hipertensão arterial na maioria
dos clientes.
(C) As principais características de apresentação de uma inflamação glomerular aguda
consistem em hematúria, edema, azotemia, que se refere a uma concentração normal
de produtos de degradação nitrogenados no sangue.
(D) Os níveis de ureia no sangue e os níveis séricos de creatinina podem diminuir à
medida que o débito urinário diminui, pode ocorrer anemia.

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Síndrome Nefrótica

▪ Doença glomerular primária,


caracterizada por aumento da
permeabilidade glomerular e que se
manifesta por proteinúria maciça.
▪ Os achados clínicos consistem em
aumento acentuado da proteína
(particularmente albumina) na urina
(proteinúria), diminuição da albumina
no sangue (hipoalbuminemia), edema
difuso, níveis séricos elevados de
colesterol e lipoproteínas de baixa
densidade (hiperlipidemia).
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Síndrome Nefrótica

A síndrome nefrótica não é uma doença glomerular


específica mas um agrupamento de achados clínicos como:
▪ Aumento acentuado de proteína (principalmente a
albumina na urina);
▪ Diminuição da albumina no sangue (hipoalbuminemia);
▪ Edema;
▪ Colesterol e lipoproteína de baixa densidade sérica altos
(hiperlipidemia).
Manifestações clínicas: a principal manifestação da
síndrome nefrótica é o edema. Ele comumente é macio,
depressível e acontece em geral ao redor dos olhos
(periorbital), nas áreas pendentes (sacro, tornozelos e
mãos) e no abdome (ascite). Os pacientes também podem
exibir irritabilidade, cefaleia e mal-estar.
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Síndrome Nefrótica

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Síndrome Nefrótica

Tratamento
▪ Diuréticos para pacientes com edema grave.
▪ iECA + diuréticos de alça frequentemente reduz o grau de protenúria.
▪ Agentes antineoplásicos: ciclosfosfamida
▪ Imunossupressores: Azatioprina; clorambucila ou ciclosporina, pode ser necessário repetir
o tratamento com corticosteroides quando ocorre a recidiva.
▪ Restrição de sódio e repouso podem ser suficientes. Em casos selecionados, é necessário
o uso cuidadoso de diuréticos.
▪ Dieta: 1 g/dia de proteínas com alto valor biológico. Calorias: 35 kcal/kg/dia.
▪ Tratamento específico dependendo da causa da síndrome. 31
Síndrome Nefrótica

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7- (FCM - Residência em Saúde da Criança – 2022) A Síndrome Nefrótica é uma das
formas de apresentação clínica das glomerulopatias e caracteriza-se por:
(A) Proteinúria, lipidúria, hipocolesterolemia e hipoalbuminemia.
(B) Proteinúria, hiperalbuminemia, edema e hipocolesterolemia.
(C) Proteinúria, hiperalbuminemia, lipidúria e hipercolesterolemia.
(D) Proteinúria, hipoalbuminemia, edema e hipercolesterolemia.

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8- (Residência da Marinha, 2025) Segundo Brunner e Suddart (2020), qual das opções
abaixo é considerada a principal manifestação clínica da Sindrome Nefrótica?
(A) Anúria.
(B) Hematúria.
(C) Azotemia.
(D) Glicosúria.
(E) Edema.

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Nefro e Urolitíase

Manifestações clínicas
▪ Os sinais e os sintomas dependem da existência de obstrução,
infecção e edema.
▪ Os cálculos na pelve renal causam dor intensa e profunda na região
costovertebral.
▪ Com frequência, existe hematúria e pode ocorrer também piúria.
▪ A dor que se origina na área renal irradia-se anteriormente e para
baixo, em direção à bexiga (na mulher) e aos testículos (no homem).
▪ Quando a dor se torna aguda, com dor à percussão da área costo-
vertebral, aparecem náuseas, vômitos, cólicas intestinais e diarreia.
▪ O desconforto abdominal são decorrentes dos reflexos
renointestinais e da proximidade anatômica dos rins com o
estômago, o pâncreas e o intestino grosso.
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Nefro e Urolitíase

▪ Os cálculos no ureter (obstrução ureteral) causam dor


aguda, excruciante, em cólica, semelhante a uma onda,
que se irradia para baixo pela coxa e até a genitália.
▪ Com frequência, o paciente deseja urinar, porém
elimina pouca urina, que habitualmente contém
sangue, devido à ação abrasiva do cálculo.
▪ Esse grupo de sintomas é denominado cólica ureteral.
▪ A cólica é mediada pela prostaglandina E, uma
substância que aumenta a contratilidade ureteral e o
fluxo sanguíneo renal e que leva a um aumento da
pressão intraureteral, causando dor.

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Nefro e Urolitíase
▪ Os cálculos alojados na bexiga
apresentam sinais/sintomas de irritação
e podem estar associados a infecção
urinária e hematúria.
▪ Se o cálculo causar obstrução do colo da
bexiga, ocorre retenção urinária.
▪ Se a infecção estiver associada a um
cálculo, a
▪ Condição é muito mais grave, com risco
▪ Potencial de desenvolvimento de
urossepse. 37
Nefro e Urolitíase

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Nefro e Urolitíase

Tratamento
▪ As metas do manejo consistem em erradicar o
cálculo, determinar o seu tipo, evitar a
destruição dos néfrons, controlar a infecção e
aliviar qualquer obstrução.
▪ Objetivo imediato do tratamento da cólica renal
ou ureteral consiste em aliviar a dor até que a
sua causa seja eliminada. São administrados
analgésicos opioides para evitar o choque e a
síncope que podem resultar da dor excruciante.
▪ Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
mostram-se efetivos no tratamento da dor
causada por cálculos renais, visto que
proporcionam alívio da dor específica.
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Nefro e Urolitíase

▪ Os banhos quentes ou o calor úmido na área do flanco


também são úteis.
▪ A não ser que o paciente esteja vomitando ou tenha
insuficiência cardíaca ou qualquer outra condição que exija
restrição hídrica, incentiva-se o consumo de líquido (aumenta
a pressão para expelir o cálculo).
▪ A terapia nutricional é importante na prevenção dos cálculos
renais: consumo de líquidos constitui a base da maioria das
terapias clínicas para os cálculos renais (não ser que estejam
contraindicados, deve-se beber 8 a 10 copos de água de 240
m ℓ /dia ou ter soluções intravenosas prescritas para manter
a urina diluída).
▪ É aconselhável obter um débito urinário superior a 2 ℓ/dia. 40
9- (IADES - SES DF - Residência em Nefrologia – 2021) Por definição, os rins possuem
importantes funções, como excreção de produtos exógenos e metabólitos, bem como
a regulação de volume e composição eletrolítica.
A respeito desse tema, julgue os itens a seguir.
Em caso de nefrolitíase pode ocorrer uma obstrução no trato urinário, aumentando a
pressão hidrostática da cápsula de Bowman, resultando em uma redução na taxa de
filtração glomerular.

(A) Certo
(B) Errado

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Lesão Renal Aguda

▪ Abrupta e rápida perda da função renal, devido à lesão dos rins.


▪ Elevação de 50% ou mais da creatinina sérica acima de seu valor de referência.
▪ O volume urinário pode estar normal ou alterado.
▪ As possíveis alterações consistem em não oligúria (superior a 800 mℓ/dia),
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oligúria (menos de 0,5 mℓ/kg/h) ou anúria (inferior a 50 mℓ/dia).
Lesão Renal Aguda

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10-(IADES - SES DF - Residência em Nefrologia – 2021) Um paciente de 70 anos de idade internado em
unidade de terapia intensiva (UTI) pós realização de intervenção coronária percutânea, apresentando
diurese < 0,3 mL/kg/h em 24 horas e creatitina sérica = 2,3 mg/dL.
Acerca desse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos correlatos, julgue os itens a seguir.
O paciente apresenta sinais clínicos de lesão renal aguda (LRA), condição frequente em unidades de
terapia intensiva, caracterizada por redução da taxa de filtrado glomerular e aumento das escórias
nitrogenadas.

(A) Certo
(B) Errado

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Lesão Renal Aguda

ATENÇÃO!! Um dos sinais de lesão renal aguda é um fluxo urinário, no período de 6h < 0,5mL/Kg/h.

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Lesão Renal Aguda

▪ O Sistema de Classificação RIFLE


refere-se ao risco, lesão (injury),
falência, perda (loss) e doença renal
terminal (endstage kidney disease).
▪ O risco, a lesão e a falência são
considerados graus de gravidade da
LRA, enquanto perda e DRT são
consideradas resultados de perda,
exigindo terapia de substituição
renal temporariamente.

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Lesão Renal Aguda

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11- (CEPUERJ - UERJ - Residência em Enfermagem – 2021) A injúria renal aguda (IRA) é
uma síndrome clínica caracterizada por declínio:
(A) Lento da taxa de filtração glomerular (TFG)
(B) Da função renal resultante de fatores endócrinos e inflamatórios
(C) Da função renal em 48 horas, por aumento da creatinina sérica de mais de 0,3mg/dL
(D) Da perfusão renal com grande aumento das células necróticas observadas na biópsia
renal

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12- (CEUB - HCBR - Residência em Área Cardiovascular – 2021) A injúria renal aguda (IRA)
é caracterizada pela perda súbita e quase completa da função renal. Sobre a IRA analise
as afirmativas a seguir assinalando a opção CORRETA.
(A) As causas pré-renais da IRA referem-se principalmente às obstruções por cálculos.
(B) A anemia que acompanha a IRA é decorrente do aumento da produção de eritropoetina
que leva à consequente diminuição da produção de eritrócitos.
(C) As causas intra-renais (ou renais) estão relacionadas às lesões renais tais como, as
causadas por hipertensão arterial, infecções e rabdomiólise.
(D) A poliúria e disúria são as manifestações clínicas mais comuns da IRA.
(E) A hipocalemia, a alcalose metabólica, a hipofosfatemia, a hipercalcemia são
consequências da IRA.
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Lesão Renal Crônica

▪ Doença Renal Crônica (DRC): termo abrangente que


descreve a ocorrência de lesão renal ou de
diminuição da TFG de 3 meses ou mais de duração.

▪ Associada à diminuição na qualidade de vida,


aumento dos gastos relacionados com os cuidados
da saúde e morte.

▪ Pode levar à doença renal terminal (DRT), que


constitui o estágio final da insuficiência renal.

▪ A DRT (Doença Renal Terminal) resulta em retenção


dos produtos de degradação urêmicos e
necessidade de terapia de substituição renal,
diálise ou transplante de rim.

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Lesão Renal Crônica

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Lesão Renal Crônica

Os estágios baseiam-se na taxa de filtração glomerular (TFG), cujo critério de normalidade é de


125mL/min/1,73m².

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Lesão Renal Crônica
Manifestações clínicas:
Azotemia, hipercalemia, hipertensão arterial,
ICC, congestão pulmonar, EAP, hipocalcemia
(atentar para sinais de tetania = Trousseau e
Chvostec), anemia pela deficiência de
eritropoietina, acidose metabólica, coma
urêmico.

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Lesão Renal Crônica

Tratamento
▪ Visa a manutenção da homeostase orgânica durante o quadro e a correção da causa básica.
▪ Pacientes com boa diurese podem ser mantidos em tratamento conservador, sem necessidade de diálise,
com a prescrição de dieta hipoproteica com 0,6 g/kg de proteínas de alto valor biológico e hidratação
baseada na diurese e outras perdas, mantendo-se o balanço hídrico.

▪ A diálise deve ser indicada nas seguintes condições:


❑ Hiperpotassemia;
❑ Uremia (definida por sinais e/ou sintomas);
❑ Hipervolemia;
❑ Acidose metabólica grave.
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13- (UNIFASE - Residência em Terapia Intensiva – 2023) Os principais grupos de risco para
o desenvolvimento da doença renal crônica são:
(A) Diabete mellitus e doenças autoimunes.
(B) Glomerulopatias e doenças hematológicas.
(C) Doença renal policística e doenças reumáticas.
(D) Hipertensão arterial e doença inflamatória pélvica.
(E) Esteatose hepática e doenças reumáticas.

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14- (ARES - UFCE - Residência em Infectologia – 2021) Em avaliação dos exames de uma
paciente com doença renal crônica (DRC), o enfermeiro identifica a taxa de filtração
glomerular (TFG) de 41ml/min/1,73m2 . Em qual estágio da DRC a paciente deve ser
classificada?
(A) 2.
(B) 3A.
(C) 3B.
(D) 4.

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15- (IADES - SES DF - Residência em Nefrologia – 2020) Um paciente de 30 anos de
idade, fumante há 10 anos, com peso de 120 kg, chegou a uma unidade básica de saúde
(UBS) com queixa de cefaleia na região da nuca.
Ao se verificar a pressão arterial dele, essa medida correspondeu a 168 mmHg x 135
mmHg.
O paciente informou também que não faz nenhum controle da própria saúde.
A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos correlatos, julgue os itens a
seguir.
Considera-se portador de IRC aquele indivíduo que, independentemente da causa,
apresenta, por pelo menos três meses consecutivos, uma TFG < 60 mL/min/1,73m².

(A) Certo
(B) Errado
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16- (Objetiva Concursos - HMMG - Residência em Enfermagem – 2023) O sistema renal e urinário é
formado por dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e uretra. Juntas, todas essas estruturas anatômicas e
funcionais auxiliam na remoção de substâncias não desejáveis ao organismo.
O enfermeiro realiza a avaliação do sistema urinário e renal por meio da entrevista e do exame físico.
Sobre a propedêutica dos rins e da bexiga, analisar os itens abaixo:
I. Durante a entrevista, o enfermeiro deve investigar os dados que podem auxiliar na elucidação de
possíveis queixas abdominais relacionadas à disfunção miccional, como infecção urinária, cólica nefrótica
e incontinência urinária.
II. Dentre os principais achados referentes à disfunção miccional, estão: queimação, dor, urgência ou
hesitação para urinar; presença de sangue na urina (hematúria).
III. É necessário investigar a presença de fatores capazes de desencadear a insuficiência renal, como
diabetes, doença renal policística, cálculo renal e doenças cardíacas.
Está(ão) CORRETO(S):
(A) Somente o item I.
(B) Somente o item II.
(C) Somente os itens I e III.
(D) Todos os itens.
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17- (Objetiva Concursos - HMMG - Residência em Enfermagem – 2023) A doença renal, aguda ou crônica,
é uma entidade nosológica que pode ser resultado de um processo patológico primário ou uma
complicação de doenças subjacentes como o diabetes melito.
Sobre a função renal, analisar os itens abaixo:
I. Insuficiência renal (IR) é a incapacidade de os rins executarem as principais funções de remover escórias
metabólicas do corpo ou realizar funções reguladoras.
II. Insuficiência renal crônica é uma doença de evolução prolongada, insidiosa, podendo ser
assintomática, na qual ocorre perda irreversível da função glomerular.
III. As manifestações clínicas gastrintestinais das disfunções urinária e renal incluem: náuseas, vômito,
diarreia, desconforto abdominal e íleo paralítico.
Está(ão) CORRETO(S):
(A) Somente o item I.
(B) Somente o item II.
(C) Somente os itens I e III.
(D) Todos os itens.
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Terapias de Substituição Renal
(Diálise)
▪ Empregada para remover líquidos e produtos residuais urêmicos do organismo quando os rins
não são capazes de fazê-los.
▪ Pode ser utilizado para tratar pacientes com edema que não responde a outros tratamentos,
coma hepático, hipercalemia, hipercalcemia, hipertensão e uremia.
▪ A necessidade de diálise pode ser aguda ou crônica.

60
Terapias de Substituição Renal

61
Terapias de Substituição Renal

62
Terapias de Substituição Renal
Objetivos:
▪ Remover os escórias metabólicas (ureia, creatinina, ácido úrico);
▪ Remover o excesso de água;
▪ Restabelecer o equilíbrio ácido-base;
▪ Restabelecer o equilíbrio de eletrólitos.

Principais indicações:
▪ Paciente oligúricos e anúricos;
▪ Hipercalemia > 6,5mEq/L;
▪ Acidemias graves (pH<7,1);
▪ Azotemia (ureia >150mg/dL);
▪ Hipervolemia com sinais de congestão pulmonar ou EAP;
▪ Encefalopatia,pericardite e neuropatia urêmica. 63
Terapias de Substituição Renal

64
Hemodiálise (HD)

▪ Utiliza os princípios de difusão, osmose


e ultrafiltração para remoção de toxinas,
escórias e excesso de líquidos.
▪ Consiste na filtragem do sangue por via
extracorpórea, através de uma
membrana sintética especial (contida
em um dispositivo chamado dialisador)
para extrair as substâncias nitrogenadas
tóxicas do sangue e remover o excesso
de líquido.
▪ O sangue é bombeado através de tubos
até o dialisador, onde ocorrem trocas
seletivas de substâncias com o meio
externo, e retorna em seguida ao corpo
do paciente.
65
Hemodiálise (HD)

66
Hemodiálise (HD)

▪ Cateter venoso percutâneo: para acesso


de poucas semanas.
▪ O acesso imediato à circulação do paciente
para hemodiálise aguda é alcançado
inserindo-se um cateter calibroso, com
dupla luz, na veia subclávia, jugular interna
ou femoral.
▪ Este método de acesso vascular envolve
algum risco (p. ex., hematoma,
pneumotórax, infecção, trombose da veia
subclávia, fluxo inadequado).
▪ O cateter é removido quando não é mais
necessária (p. ex., devido à melhora da
condição do cliente ou ao estabelecimento
de outro tipo de acesso permanente.
67
Hemodiálise (HD)
Fístula arteriovenosa (arterialização da veia): é o
acesso vascular permanente mais seguro e de
mais longa duração, utilizado em pacientes renais
crônicos.
▪ Uma artéria e uma veia do paciente são
cirurgicamente ligadas, o que faz com que o
sangue mantenha sua pressão alta e que a veia
se dilate, permitindo inserções repetidas de
agulhas.
▪ É necessário aguardar de 4-6 semanas para
início do uso da fístula, para “amadurecer”
antes que possa ser utilizado.
▪ À medida que a FAV amadurece, o segmento
venoso se dilata, devido ao fluxo sanguíneo
aumentado que provém diretamente da
artéria.
▪ Não se deve aferir PA neste membro nem
utilizar a fístula para outras finalidades. 68
Hemodiálise (HD)
Complicações da hemodiálise
▪ Doença cardiovascular aterosclerótica;
▪ Hipertrigliceridemia;
▪ Insuficiência cardíaca;
▪ Doença de artéria coronária e dor
anginosa;
▪ AVC;
▪ Doença vascular periférica;
▪ Insuficiência vascular periférica;
▪ Hipotensão pode acontecer durante o
tratamento, à medida que o líquido é
removido;
▪ A cãimbra muscular dolorosa pode
acontecer tardiamente na diálise. 69
Hemodiálise (HD)

Complicações da hemodiálise
▪ A exsanguinação pode acontecer
quando as linhas de sangue se
destacam ou a as agulhas de diálise se
deslocam;
▪ As arritmias podem resultar de
alterações eletrolíticas e de pH ou da
remoção de medicamentos
antiarrítmicos durante a diálise;
▪ A embolia gasosa é rara, porém pode
acontecer quando o ar penetra no
sistema vascular;
▪ A dor torácica pode acorre nos
pacientes com anemia ou cardiopatia
arteriosclerótica.
70
18- (ENARE, 2025) Paciente de 60 anos, com histórico de hipertensão arterial e diabetes
mellitus tipo 2 mal controlados, foi diagnosticado com doença renal crônica (DRC),
estágio 5, há três anos.
Devido à progressão da insuficiência renal, iniciou tratamento regular com hemodiálise
três vezes por semana.
A anemia, uma grave consequência da insuficiência renal crônica, provoca incapacidade
física e mental, sendo responsável pela redução da sobrevida e da qualidade de vida
desses pacientes. Durante o período de hemodiálise, é imperativo que a enfermeira
fique atenta para a administração de:
(A) Plasma.
(B) Plaquetas.
(C) Eritropoetina.
(D) Vitaminas C e K.
(E) Cloreto de magnésio.
71
Diálise Peritoneal (DP)

▪ Pode ser o tratamento de escolha


para pacientes com insuficiência renal
que, incapazes ou não, têm vontade
de se submeter à HD ou ao TX renal.
▪ Pacientes com diabetes ou doença
cardiovascular, muitos idosos e
aqueles que podem estar em risco
para efeitos adversos da heparina
sistêmica são candidatos prováveis à
diálise peritoneal.
▪ A diálise peritoneal pode ser realizada
com o emprego de diferentes
condutas: diálise peritoneal
intermitente aguda, diálise peritoneal
ambulatorial contínua (CAPD) e
diálise peritoneal cíclica contínua
(CCPD). 72
Diálise Peritoneal (DP)

▪ A remoção do excesso de água


durante a DP ocorre pela alta
concentração de glicose no
dialisado que o torna
hipertônico.
▪ Um gradiente osmótico é criado
entre o sangue e a solução do
dialisado;
▪ São utilizados cateteres para uso
por longo prazo (Tenckoff, Swan,
Cruz), usualmente feitos de
silicone radiopacos para permitir
a visualização na radiografia.

73
Diálise Peritoneal (DP)
Contraindicações para a Diálise peritoneal
(Diretrizes Clínicas para o cuidado ao paciente com DRC no SUS
(MS,2014):

74
Diálise Peritoneal (DP)
Complicações da diálise peritoneal
Agudas:
▪ Peritonite: complicação mais comum.
▪ Sintomas de infecção são líquido de drenagem
do dialisado turvo, dor abdominal difusa e
hipersensibilidade de rebote.
▪ A hipotensão e outros sinais de choque
também podem ocorrer com a infecção
avançada,
▪ Em geral, são acrescentados antibióticos
(aminoglicosídios ou cefalosporinas) às trocas
subsequentes, administração intraperitoneal de
antibióticos é tão efetiva quanto a
administração por via intravenosa e, portanto,
é usada com mais frequência.
▪ A antibioticoterapia é mantida por 10 a 14 dias. 75
Diálise Peritoneal (DP)

Complicações da diálise peritoneal


Agudas:
▪ Vazamento: Pode ocorrer extravasamento
do dialisado no local do cateter
imediatamente após a sua inserção.
▪ Em geral, o vazamento cessa de modo
espontâneo se a diálise for suspensa por
vários dias, dando ao tecido que circunda os
cuffs localizados no cateter abdominal a
possibilidade de infiltrar o Dacron e fechar o
túnel de inserção, pode-se evitar o
vazamento com o uso de pequenos volumes
(500 mℓ) de dialisado, aumentando
gradualmente o volume até 2.000 a 3.000
mℓ.
76
Diálise Peritoneal (DP)

Complicações da diálise peritoneal


Agudas:
▪ Sangramento: Em certas ocasiões, pode-se observar
um efluente sanguinolento (drenagem),
particularmente em mulheres jovens que menstruam
(O líquido hipertônico puxa o sangue a partir do útero,
através da abertura nas tubas uterinas e para o interior
da cavidade peritoneal).
▪ O sangramento também é comum durante as primeiras
trocas depois da inserção de um novo cateter, visto que
certa quantidade de sangue penetra na cavidade
abdominal após a inserção.
77
Diálise Peritoneal (DP)
Complicações da diálise peritoneal
A longo prazo:
▪ Hipertrigliceridemia: é comum em clientes que se
submetem a DP a longo prazo, sugerindo que a terapia
pode acelerar a aterogênese.
▪ A doença cardiovascular constitui a principal causa de
morbidade e de mortalidade em clientes com
insuficiência renal, e muitos clientes apresentam um
controle subótimo da pressão arterial.
▪ Devem-se utilizar betabloqueadores e inibidores da
ECA para controlar a hipertensão ou proteger o
coração, e deve-se considerar o uso de ácido
acetilsalicílico e estatinas.
78
Diálise Peritoneal (DP)
Complicações da diálise peritoneal
A longo prazo:
▪ Hérnias abdominais: incisional, inguinal,
diafragmática e umbilical, provavelmente
devido à pressão intra-abdominal
continuamente elevada. A elevação
persistente da pressão intra- abdominal
também agrava os sintomas da hérnia de
hiato e das hemorroidas.
▪ Lombalgia e anorexia: devido ao líquido
existente no abdome e a um sabor doce
constante relacionado com a absorção de
glicose.
79
19- (Residência da Marinha, 2025) Segundo Brunner e Suddart (2020), a diálise
peritoneal consiste em um método de terapia de substituição renal continua, no qual é
utilizado o revestimento da cavidade peritoneal do paciente como membrana
semipermeável para a troca de líquidos e de solutos.
Assinale a alternativa que caracteriza uma complicação a longo prazo.
(A) Peritonite.
(B) Extravasamento.
(C) Hipertrigliceridemia.
(D) Sangramento.
(E) Hipocalemia.

80
Transplante Renal

▪ Pacientes com DRC devem ser


encaminhados para os serviços
especializados em transplante,
desde o estágio 5-ND.
▪ Duas modalidades de transplante
podem ser consideradas, de
acordo com o tipo de doador:
vivo ou falecido.
▪ Pode-se considerar o transplante
preemptivo, que é aquele
realizado antes do paciente
iniciar TRS.

81
Transplante Renal

Avaliação pós-transplante:
▪ Primeiro mês pós-transplante: apesar
do uso de altas doses de
imunossupressores neste período, mais
de 90% das infecções no primeiro mês
pós-transplante são devidas a
problemas técnicos relacionados à
cirurgia em si e à manipulação de
drenos, cateteres, sondas e acessos
venosos. Infecções urinárias são
frequentes e causa importante de
morbidade pós-transplante.

82
Transplante Renal

Avaliação pós-transplante:
▪ MÊS 1-6: além das Infecções Urinarias, temos
mais DUAS CAUSAS frequentes de infecções
neste período: infecções virais (por CMV e
EBV) e infecções oportunistas: Pneumocystis
carinii, Listeria monocytogenes e Aspergillus
fumigatus. Suspeitar de infecção por CMV se
houver alteração de função hepática elou
renal, e/ou leucopenia/ trombocitopenia.
Atentar para a possibilidade de pneumonia
por CMV.

83
Transplante Renal

Avaliação pós-transplante:
▪ A partir de seis meses: a grande maioria dos
pacientes encontra-se com função renal normal e
baixas doses de imunossupressores,
apresentando as mesmas infecções que a
população em geral: viroses respiratórias,
pneumonias bacterianas e ITUs.
▪ Os pacientes que cursam com alteração de função
renal, geralmente foram expostos a doses
maiores de imunossupressores (rejeições e
complicações anteriores) e apresentam risco
maior de infecções oportunistas: P. carinii, L.
monocytogenes, A. fumigatus e Cryptococcus
neoformans e Tuberculose. Há ainda um grupo
pequeno de pacientes que cursa com infecção
viral crônica - Hepatite B/C, herpes ou CMV. 84
20- (UFCE - Residência em Enfermagem – 2018) Um paciente com doença renal em
estágio avançado foi submetido a um transplante renal.
Durante o período pós-transplante, manteve-se aos cuidados sistemáticos da equipe
de enfermagem para avaliação da função renal.
Sobre o monitoramento da função urinária no pós-transplante, é correto afirmar:
(A) Dispensa-se a necessidade de diálise no período pós-operatório.
(B) Oligúria e ganho de peso são sinais de boa funcionalidade do enxerto.
(C) A mensuração do débito urinário deve ser realizada duas vezes ao dia.
(D) Pode haver anúria, oligúria ou poliúria durante um período de 2 a 3 semanas após
o transplante.

85
Cateterismo Vesical

Os dispositivos variam em tamanho, formato e material e


deverão ser selecionados de acordo com a sua FINALIDADE:
▪ Aliviar a obstrução do trato urinário;
▪ Assistir com a drenagem pós-operatória nas cirurgias
urológicas e em outras cirurgias;
▪ Fornecer um meio para monitorar o débito urinário
adequado em pacientes criticamente doentes;
▪ Promover a drenagem urinária nos pacientes com
disfunção da bexiga neurogênica ou retenção urinária;
▪ Obter de urina estéril para urinocultura.
▪ Instilar soluções estéreis na bexiga.
86
Cateterismo Vesical

▪ Resolução COFEN Nº 450/2013: normatiza a realização de sondagem vesical;


▪ O CV é um procedimento invasivo e que envolve riscos ao paciente,
sujeitando-o a ITUs e/ou a trauma uretral ou vesical e requer cuidados de
Enfermagem de maior complexidade técnica, conhecimentos de base
científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
▪ No âmbito da equipe de Enfermagem, a inserção de cateter vesical é privativa
do Enfermeiro, que deve imprimir rigor técnico-científico ao procedimento;
▪ Ao Técnico de Enfermagem, observadas as disposições legais da profissão,
compete a realização de atividades prescritas pelo Enfermeiro no
planejamento da assistência, a exemplo de monitoração e registro das queixas
do paciente, das condições do sistema de drenagem, do débito urinário;
manutenção de técnica limpa durante o manuseio do sistema de drenagem,
coleta de urina para exames; monitoração do balanço hídrico – ingestão e
eliminação de líquidos; sob supervisão e orientação do Enfermeiro.
87
Cateterismo Vesical
Em 2021, o COFEN aprovou a Resolução 680/2021
que acrescenta novas regras à Resolução 450/2013.
Observe:

▪ A obrigatoriedade da presença do Técnico de


Enfermagem (TE) durante o procedimento de
sondagem vesical para auxiliar o enfermeiro e;

▪ A responsabilidade do TE em relação a
preparação do material e do ambiente necessário
para a execução do cateterismo vesical de alívio e
de demora, cabendo a este abrir o material,
posicionar o paciente, dar destino ao material
utilizado e encaminhar para laboratório material
coletado para exames, de modo a trazer mais
segurança ao paciente.
88
Cateterismo Vesical

O CV aumenta muito o risco de diversas complicações, principalmente ITU, por isso deve ser bem indicado:

89
21- (FUNDATEC – 2022) Sondagem/cateterismo vesical é a introdução de um cateter
através da uretra até a bexiga ou vesícula urinária. É importante que o enfermeiro tenha
conhecimento sobre as indicações e os objetivos para que esse procedimento seja
realizado em um paciente. Com base nisso, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A sondagem é realizada para obter amostras de urina, livre de contaminação para a
realização de exames.
(B) Utilizada para a instilação de medicamentos na bexiga.
(C) O procedimento é considerado invasivo, mas como a bexiga é considerada não estéril
não é necessário realizar técnica asséptica.
(D) Tem como objetivo proteger lesões perineais, vulvares e outras de contato com a urina.
(E) Serve para irrigação em pós-operatório de cirurgias do aparelho renal e urológico para
irrigação da bexiga.
90
22- (Marinha - Enfermagem – 2022) De acordo com a Anvisa (2017), o uso de cateter
urinário é indicação para:
(A) Pacientes com micção espontânea.
(B) Paciente do sexo feminino com úlcera por pressão grau IV com cicatrização
comprometida pelo contato pela urina.
(C) Gravidez de alto risco.
(D) Paciente com risco de queda.
(E) Paciente estável hemodinamicamente com necessidade de monitorização de
débito urinário.

91
Cateterismo Vesical

▪ Sondagem vesical de alívio: há a retirada da sonda após o esvaziamento vesical. Dispositivo sem “cuff’’
(balonete), menor risco de infecção em relação ao cateter de demora.

▪ Sondagem vesical de demora: quando há necessidade de permanência do dispositivo. É essencial um


sistema de drenagem fechado, que possui menor risco de contaminação. O cateter deve ser fixado em
região suprapúbica nos homens e na raiz da coxa em mulheres.

92
Cateterismo Vesical

▪ Irrigação vesical: introdução de um cateter


urinário de demora com balonete de três vias
= Sonda "Three Way", onde uma das vias é
utilizada para infusão de SF0,9%, em geral
gelado, para irrigar a bexiga e evitar a
formação de coágulos e obstrução uretral.
▪ Este procedimento é indicado nos casos de
pós-operatórios de cirurgias urológicas
(prostatectomia).

93
23- (Objetiva Concursos - HMMG - Residência em Enfermagem – 2023) O cateterismo vesical é utilizado
no tratamento de retenção urinária aguda ou crônica. Considerando-se o tipo de cateter utilizado e sua
indicação, numerar a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a
sequência CORRETA:
(_) Cateterismo vesical de alívio.
(1) Cateter de 1 via (sem balonete). (_) Cateterismo vesical de demora.
(2) Cateter de 2 vias (Foley - com balonete). (_) Cateterismo vesical de demora com
irrigação vesical.
(3) Cateter de 3 vias (Foley threeway - com balonete).
(_) Controle rigoroso da diurese
através de balanço hídrico.
(A) 1 - 2 - 3 - 2.
(B) 3 - 2 - 1 - 1.
(C) 2 - 3 - 2 - 3.
(D) 2 - 1 - 3 - 2.
94
Cateterismo Vesical

▪ Cistostomia: inserção cirúrgica de


um cateter vesical diretamente na
bexiga, por meio de punção ou
pequena incisão na região supra
púbica. Procedimento indicado
nos casos de obstrução na uretra.

95
Cateterismo Vesical

▪ Urostomia: trata-se da criação cirúrgica de uma abertura artificial (estoma) dos


condutos urinários (ureter) na parede abdominal.
▪ A urina passará a fluir através dessa abertura, que ficará na parede abdominal.

96
Cateterismo Vesical

▪ Nefrostomia: inserção cirúrgica de um cateter diretamente na pelve renal, por meio de


punção ou pequena incisão na região lombar.
▪ Procedimento indicado nos casos de obstrução no ureter por cálculos ou tumores. 97
Cateterismo Vesical

▪ O tamanho do cateter é determinado pela luz do canal uretral do paciente e quanto maior o
calibre, maior o tamanho do cateter.
❑ Crianças em geral requerem cateteres entre 8 e 10 Fr,
❑ mulheres entre 14 e 16 Fr e homens entre 16 e 18 Fr.
▪ Tamanhos maiores que 18 aumentam a chance de desconfortos, traumatismos, entre outras
complicações.
▪ Uma medida para evitar trauma na uretra é não testar o balonete do CVD antes da sua inserção.
98
24- (VUNESP - UNIFESP / UFSP - Residência em Enfermagem Obstétrica – 2023) A técnica de cateterismo
vesical consiste em rever o prontuário do paciente a qualquer alteração que possa interferir no
procedimento, além de:
(A) Usar o cateter de maior calibre possível para reduzir ao máximo o trauma uretral. Garantir correta
antissepsia. Se houver dor ou resistência na passagem, não usar força.
(B) Orientar o cuidador para realizar o procedimento de cateterismo de demora na ausência do
enfermeiro. Usar o cateter de maior calibre sempre que disponível na instituição.
(C) Usar o cateter do menor calibre possível para reduzir ao máximo o trauma uretral. Garantir correta
técnica asséptica. Se houver dor ou resistência na passagem, não usar força.
(D) Usar o cateter do maior calibre possível para reduzir ao máximo o trauma da bexiga. Garantir correta
técnica asséptica. Se houver dor ou resistência na passagem, realizar apenas uma tentativa.
(E) Usar o cateter do menor calibre possível para reduzir ao máximo o trauma uretral. Garantir, sempre
que possível, técnica asséptica. Se houver dor ou resistência na passagem, usar força.
99
25- (FCM - Residência em Saúde da Criança – 2022) O cateterismo vesical consiste na
introdução de um cateter na uretra e bexiga, com a finalidade de drenar a urina
armazenada no seu interior.
Assinale a alternativa correta, quanto ao cateterismo vesical:
(A) O cateterismo vesical é um procedimento invasivo e envolve riscos como trauma
uretral.
(B) O cateterismo vesical não é um procedimento privativo do enfermeiro.
(C) O cateterismo vesical pode ser realizado sem a lubrificação do cateter.
(D) O cateterismo vesical de alívio pode ser realizado pelo técnico de enfermagem.

100
Cateterismo Vesical

CUIDADO!! De acordo com Brunner (2014), NOS HOMENS, o tubo


de drenagem (mas não o cateter) é fixado com esparadrapo
lateralmente NA COXA para evitar pressão sobre a uretra na junção
penoescrotal, o que poderia causar fístula uretrocutânea. NAS
MULHERES, o equipo de de drenagem acoplado ao cateter é fixado
com esparadrapo NA COXA para evitar qualquer tensão ou tração
sobre a bexiga (pg 2315).

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GABARITOS
1- D 2- D 3- B 4- E 5- A
6- B 7- D 8- E 9- A 10- A
11- C 12- C 13- A 14- C 15- A
16- D 17- D 18- C 19- C 20- D
21- C 22- B 23- A 24- C 25- A

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