12- MJCS03082022
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12- MJCS03082022
JOÃO PESSOA
2022
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JOÃO PESSOA
2022
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Prof.ª Dr.ª Maria Emilia Sardelich
Orientadora (UFPB)
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Prof. Me. Luciano de Sousa Silva
(UFPB/CE/ DME)
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(UEMA)
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AGRADECIMENTOS
A minha família, meu pai Geraldo Cesário da Silva (in memoriam), minha mãe
Cicera Cesário da Silva, estes dois que sempre me disseram: “A herança que
temos pra vocês, são os estudos, por isso estudem”. O meu profundo
agradecimento a eles, base da minha vida, da minha história. De modo
particular, minha mãe, a quem desejo ‘contaminar” com a coragem de voltar a
estudar, de saciar cada dia a sede de conhecimento.
Aos meus amigos de curso, que foram companheiros nesta jornada, em nosso
convívio diário. Coloco aqui em destaque Thayná Araújo, Uriel Carneiro e Ana
Roberta. Muito obrigada, da academia para vida.
A todos os professores que colaboraram pra que eu chegasse até aqui, através
do compartilhamento de seus conhecimentos e vivencias. Obrigada a todos.
RESUMO
RESUMEN
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................08
3. ARTE-EDUCAÇÃO DO CAMPO..................................................................34
3.1 Os achados.................................................................................................34
3.2 As ausências..............................................................................................45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................50
REFERÊNCIAS
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1. INTRODUÇÃO
turma. No entanto, para minha surpresa ela não fez nenhum comentário sobre
a imagem pensada e produzida por mim. Enfim, uma avaliação que também
me decepcionou, pois achava que seria mais valorizada. Talvez fosse a
vaidade particular de uma adolescente do Ensino Fundamental.
Ao recordar esse acontecimento agora, depois de todo um processo
de formação como pedagoga, continuo com o mesmo pensamento daquele
momento. Acho que a professora perdeu uma oportunidade de introduzir e
conduzir a temática da Educação Ambiental. A imagem que produzi estava em
duas tonalidades, trazendo um jogo de cores, inclusive para se pensar sobre o
que cada tonalidade nos remete, nos rememora. O que pode sugerir uma
árvore cinza em um lado, e outro ser colorido? Penso que poderia ser um
momento para refletir sobre as queimadas, a preservação da natureza, a
sensibilização daqueles alunos sobre estas questões. E eu como docente
hoje? Veria nessa atividade uma possibilidade, ou deixaria passar essa
oportunidade? Espero que em meu exercício profissional essa recordação
sempre esteja presente e, apesar de toda a pressão que as docentes sofrem
para dar conta dos inúmeros conteúdos e atividades exigidas pelos planos
pedagógicos escolares, eu lembre de sempre ter um olhar para a criatividade e
as criações daqueles com quem trabalhar em qualquer espaço educativo.
No Ensino Médio tive a oportunidade de cursar uma Escola Técnica
Federal, no ano de 1994. Naquela época tínhamos a possibilidade de escolher
a modalidade no primeiro ano e ao cursar o componente curricular que ainda
se chamava Educação Artística, escolhi participar de um grupo de dança
folclórica. Estar nesse grupo de dança me ofereceu a possibilidade de
rememorar os gracejos da infância, os momentos em casa com minha família,
as festas com meus pais, na casa dos meus tios, com meus primos e primas.
Enfim, neste grupo vivi uma experiência muito positiva, vivenciando o dançar
como arte, como espetáculo a ser vivido, apreciado, compartilhado. Além de
nossas aulas no espaço escolar, fazíamos apresentações em alguns lugares
da cidade de João Pessoa e Cabedelo.
Recordo-me que mais ou menos dois anos antes, quando ainda
cursava o Ensino Fundamental, a luta de minha mãe e meu pai, para que eu e
minhas duas irmãs mais velhas, estudássemos na Escola Estadual de Música
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Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN). Disponível em:
https://funesc.pb.gov.br/espaco-cultural/equipamentos/escola-de-musica Acesso em: 22 mai. 2022.
2
Centro Estadual de Arte da Paraíba (CEARTE). Disponível em: https://ceartepb.com/quemsomos/
Acesso em: 22 mai. 2022.
3
Licenciatura em Pedagogia – Educação do Campo, Universidade Federal da Paraíba. Disponível em:
https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/curso/portal.jsf?lc=pt_BR&id=2699762 Acesso em: 22 mai. 2022.
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Componente curricular Tópicos Especiais em Artes Visuais II - Cultura visual e Educação das
relações étnico-raciais. Carga horária: 60 horas. Ementa: Análise das perspectivas teóricas da
Cultura Visual e suas potencialidades na Educação Básica. As Visualidades e as Políticas de
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5
Apesar de “macumba” ser um instrumento de percussão e macumbeiro o músico que toca esse
instrumento,em geral o termo é empregado em sentido pejorativo desde o Brasil-colônia, como algo
do mau. Ver: Chuta que é macumba. Carta Capital, 21.05.2019. Disponível em:
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/chuta-que-e-macumba/ Acesso em 22 mai. 2022.
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6
Website de Felipe Senna. Disponível em: https://felipesenna.com/bio/ Acesso em: 22 mai. 2022.
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Componente curricular Artes e Educação (1302418) 60 horas. Ementa: A importância da arte
na educação como processo de criação e de ensino. Vivência de diferentes linguagens da arte.
A mística nos movimentos sociais como um processo educativo. Disponível em:
https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf Acesso em: 22 mai. 2022.
8
Projeto Artístico-Pedagógico Pau e Lata. Disponível em: https://www.facebook.com/pauelata/
Acesso em: 22 mai. 2022.
19
9
Repositório Institucional da UFPB. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/?locale=pt_BR
Acesso em: 22 mai. 2022.
21
10
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/824 Acesso em: 22 mai. 2022.
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O IPHAN ainda não foi capaz de indicar uma data em que essas
representações foram produzidas, mas reconhece que pode ter mais de seis
mil anos de existência. Apesar da sua antiguidade essa arte rupestre segue
inspirando artistas de hoje, como o cordelista paraibano Vanderley de Brito:
Já em meu discernimento,
Por favor, não leve a mal,
O teor do monumento
Revela um canto tribal
Um hino de sortilégio
Da casta sacerdotal
Um local de cantorias
E invocações musicais
Remonta mitologias
Ritos cerimoniais
Ao som de um maracá
Ali, na Pedra do Ingá,
Registra antigos anais
Um código evocativo
De muita sororidade
Um cântico recitativo
À honra de divindade
Gravado por erudito
Em forma de manuscrito
Legado à posteridade
Mas é só uma arguição
O Ingá não se traduz
É demais uma opinião
Desta pedra que reluz
Tão esmera e vigorosa
Que até hoje, caprichosa,
Nos desafia e seduz (BRITO, 2009, p. 30)
Figura 7. Capa de Dez Sonetos com Mote Alheio, Ariano Suassuna, 1980.
Fonte: Capa de Dez Sonetos com Mote Alheio. Recife: edição manuscrita e
iluminogravada por Ariano Suassuna, em 1980.
https://www.rmgouvealeiloes.com.br/peca.asp?ID=223060
2.2. Arte-educação
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Federação de Arte-Educadores do Brasil (FAEB). Disponível em: http://faeb.com.br
Acesso em: 22 mai. 2022.
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alguma interação com a arte, mesmo que essa relação não seja a legitimada
pelo discurso da arte (COLI, 2006). Pessoas das áreas rurais também realizam
seus fazeres artísticos no cotidiano, mas não ganham a distinção do discurso
da arte que legitima certos produtos a partir de convenções que são arbitrárias
e muitas vezes conduzidas por interesses econômicos.
É a partir dessa compreensão que considero mais ajustado pensar a
arte-educação do campo. É e por isso utilizo essa expressão neste TCC e
busco outros trabalhos que tenham pensado a arte-educação do campo na
Licenciatura em Pedagogia, com área de aprofundamento em Educação do
Campo, da UFPB
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3. ARTE-EDUCAÇÃO DO CAMPO
3.1 Os achados
de muito tempos atrás, desde a Grécia antiga, alguns estudos de autores que
apresentam o bom proveito da música dentro de salas de aula, pois a autora
pretende: “Demonstrar que a pedagogia pode utilizar a forma lúdica utilizando a
musica como ponto de interligação entre as matérias e a vida no campo, vendo
de forma mais simples o cotidiano da sala de aula” (APOLINÁRIO, 2018, p.10).
A partir desse ponto de partida, Apolinário (2018) questiona o que a
música na pedagogia tem a ver com a educação do campo. A autora ressalta
que intimamente ligados estão o campo e a canção, pois são inúmeras as
canções de luta, gritos que transformam-se em canções para falar ao coração
do povo, que enxerga o campo como fornecedor primário, e não como campo
de conhecimento, conhecedores e produtores do conhecimento. A luta dos
povos do campo não se detém apenas em saúde, educação, moradia, mas em
tantas outras, como segurança, lazer, perspectivas, pois apenas a base do
ensino trazem poucos diferenciais para os povos que tem direitos e deveres
iguais a qualquer outro cidadão, mas que, de um modo geral, são vistos
sempre como atrasados.
De acordo com a analise de Apolinário (2018) a proposta de música
na Educação do Campo torna-se mais fácil, pelo fator da cultura nordestina ser
forte. Bem como os povos de outras regiões considerados do campo, pois a
musica carrega uma mensagem, e os povos do campo também, numa
esperança de promover através de suas lutas tempos melhores para todos os
camponeses. Das suas incertezas, seja na falta de água, nas alegrias da
esperança de tempos melhores se nutre a proposta da autora que apresenta-
se sem limites de idade, ou série, sendo observado em primeiro o contexto e
essência dos alunos, sem perder o essencial a ser transmitido. Desse modo
propõe 5 pontos que segundo Apolinário (2018), qualquer educador poderá
utilizar como forma lúdica para o ensino:
1. Fazer a junção da matéria escolar e a música é um grande
incentivo para a aprendizagem e o despertar para se
aprofundar ainda mais no assunto proposto, não apenas na
matéria de inglês ou português, porém todas as matérias
podem ser trabalhadas neste método, apenas firmando o tema
que será abordado e fazendo alusão algum método musical.
Principalmente as músicas que pertencem a localidade e
cultura local, ou até mesmo de algum compositor da terra.
2. O ensino das notas musicais e aquecimento de voz podem
servir como aqueles momentos de quebra-gelo, sabendo que o
trajeto muitas vezes para o aluno do campo é distante de sua
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3.2 As ausências
pessoas já têm alguma interação com a arte, pessoas que realizam seus
fazeres artísticos no cotidiano, apesar de não ganharem o “status” de artístico.
Pensar em ampliar a relação das pessoas com a arte a partir de suas heranças
artísticas e estéticas é também considerar o pensamento do campo, os
pensadores do campo, como por exemplo, Santos (2015) ou Xakriabá (2020).
Reconhecer as heranças artísticas e estéticas é reconhecer a
biointeração, como indica a fala de Santos (2015), quando em seu trabalho
relembra do quanto cada processo nas vivencias devem ser relembrados,
cultivados, e repassados para os descendentes, tendo em vista que corre-se o
enorme risco de perder-se, e assim, o individuo perdido é facilmente dominado
por outras culturas, outros processos que o levam para um papel que na
grande maioria das vezes não é o seu.
Santos (2015) relembra as pescarias, farinhadas e citando as
moagens de cana de açúcar, o autor reafirma a necessidade de que não sejam
esquecidos todos esses processos que ocorrem nas vivencias das
comunidades, dos povoados, em que cada um realiza sua tarefa, completando
a do outro, e seguindo a orientações dos mestres e mestras que lhes diz que:
“[...]ninguém podia pescar para acumular, pois melhor lugar de guardar os
peixes é nos rios, onde eles continuam crescendo e se reproduzindo”
(SANTOS, 2015, p. 35). O autor afirma que tal qual as produções, essas
expressões vividas só tem melhor maneira de guardar, sendo distribuídas entre
a vizinhança, pois como o tudo que se faz é produto de energia orgânica, esse
produto deve ser reintegrado a essa mesma energia. Através desta concluindo
que o autor nasceu e formou-se por mestras e mestres de oficio de um dos
territórios da luta contra a colonização.
Para Santos (2015) os povos do campo partem de outras estruturas
de pensamento dos povos que colonizaram o continente com suas referências
eurocristãs, monoteístas, organizadas em uma estrutura vertical, com regras
estáticas e pré-definidas, com número limitado de participantes, em geral
classificados por sexo, ou faixa etária, ou grau de habilidade, que segmentam e
valorizam o individual, a competição e a competitividade, sempre arbitradas por
uma elite que julga. Por outro lado,
As manifestações culturais dos povos afro-pindorâmicos
pagãos politeístas são organizadas geralmente em estruturas
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae. Arte, Educação, Cultura. In: Tópicos utópicos. Belo
Horizonte: Ed. C/ Arte, 1998.
SILVA, Danúbio Gomes da. Pau e lata para uma educação musical: uma
partitura de vida. Disponível em: ://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/19540;
Acesso em 05 mai. 2022.