Apontamentos Filosofia- Lógica
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2. A lógica permite avaliar criticamente as teorias dos filósofos. Será que uma
dada teoria é plausível? Quais são os seus pontos fracos e os seus pontos
fortes?
CONCEITOS LÓGICOS
∙ Uma frase só exprime uma proposição quando o que ela afirma tem valor
de verdade (isto é, quando uma frase é verdadeira ou falsa)
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Filosofia 10º Apontamentos de Lógica Geral
Tipos de proposições
Uma proposição lógica é dita simples quando declara uma única coisa sobre um
único objeto, e é dita composta quando conecta uma ou mais proposições simples
através dos conectivos lógicos. Exemplos:
Exemplos:
A Terra é um planeta. (Proposição simples)
O número 7 é primo. (Proposição simples)
O gato é um quadrúpede e a lua é um satélite. (Proposição composta) SE
Recife fica em São Paulo, ENTÃO a capital do Brasil é Lisboa. (Proposição
composta)
O que é um argumento?
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Exemplo A: Hoje estou cansado e, dado que amanhã tenho muito que fazer,
devo descansar. Por isso, não irei ao cinema.
∙ O que conta para uma frase ser a conclusão de um argumento não é a posição
que nele ocupa, mas a relação que tem com as outras frases. As frases
referidas constituem a conclusão dos seus argumentos pois derivam das outras
frases, são consequências delas e são por elas justificadas.
∙ Uma vez que num argumento a conclusão é uma consequência das premissas,
a forma mais clara e explícita (a forma padrão ou a expressão canónica, como
dizem os lógicos) de apresentar ou reconstruir o argumento é apresentar
primeiro as premissas e depois a conclusão – antepondo-lhe a palavra “Logo”
para não restarem quaisquer dúvidas. Esta é a forma de clarificarmos
argumentos.
Reconstrução do argumento:
Premissa 1: Se tudo está determinado, então a responsabilidade moral é uma
ilusão
Premissa 2: Tudo está determinado
Conclusão: Logo, a responsabilidade moral não existe.
Reconstrução do argumento:
VALIDADE
VALIDADE DEDUTIVA E NÃO DEDUTIVA
VALIDADE E VERDADE
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Este argumento é válido, apesar de quer as premissas quer a conclusão serem falsas.
Continua a aplicar-se a noção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é
impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. A validade de um
argumento dedutivo depende da conexão lógica entre as premissas e a conclusão do
argumento e não do valor de verdade das proposições que constituem o argumento.
Como vês, a validade é uma propriedade diferente da verdade. A verdade é uma
propriedade das proposições que constituem os argumentos (mas não dos
argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das
proposições).
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Mesmo que as premissas do argumento não sejam verdadeiras, imagina que são
verdadeiras. Consegues imaginar alguma condição ou circunstância em que,
considerando as premissas verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o
argumento não é válido. Se não, então o argumento é válido.
A validade dedutiva, no entanto, não deixa de traduzir uma certa relação entre os
valores de verdade das premissas e da conclusão de um argumento, uma vez que
num argumento dedutivamente válido a verdade das premissas exclui a falsidade da
conclusão.
Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois, por definição, é válido e tem
premissas verdadeiras; ora, a validade exclui a possibilidade de se ter premissas
verdadeiras e conclusão falsa.
Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa é falsa (os minhotos não são
alentejanos). E é porque tem uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
argumento ser válido.
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira e é impossível que, sendo a
premissa verdadeira, a conclusão seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento,
porque a conclusão se limita a repetir a premissa.
Fica agora claro por que é que o argumento “Sócrates era grego; logo, Sócrates era
grego”, apesar de sólido, não é um bom argumento: a razão que apresentamos a
favor da conclusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo.
Um argumento é mau (ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que a
conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento:
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento, porque as premissas não são
menos discutíveis do que a conclusão.
A FORMA LÓGICA
Em suma:
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