Apontamentos Filosofia- Lógica

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Filosofia 10º Apontamentos de Lógica Geral

ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL

A IMPORTÂNCIA DA LÓGICA NA FILOSOFIA


«A Lógica desempenha dois papéis na Filosofia: clarifica o pensamento e
ajuda a evitar erros de raciocínio.

1. A lógica permite avaliar criticamente os problemas Filosofia;

2. A lógica permite avaliar criticamente as teorias dos filósofos. Será que uma
dada teoria é plausível? Quais são os seus pontos fracos e os seus pontos
fortes?

3. A lógica permite avaliar criticamente os argumentos dos filósofos. São esses


argumentos bons? Ou são erros subtis de raciocínio? Ou baseiam-se em
premissas tão discutíveis quanto as suas conclusões?

A lógica representa para a filosofia o que o laboratório representa para o


cientista empírico: é o palco onde a ideias se testam e avaliam criticamente.
Sem esta atitude critica não há atitude filosófica. Logo, sem lógica não pode
haver uma verdadeira atitude filosófica» Desidério Murcho, O lugar da Lógica na filosofia

«FILOSOFAR É DISCUTIR CRITICAMENTE OS PROBLEMAS,


TEORIAS E ARGUMENTOS DA FILOSOFIA. A LÓGICA É UMA
DAS DISCIPLINAS QUE ESTUDA A ARGUMENTAÇÃO»
A Lógica Formal foi desenvolvida pela 1ª vez por Aristóteles (384-322 a.C.).
O termo Lógica vem do grego clássico λογική = logos, que significa
palavra, pensamento, ideia, argumento, razão lógica ou princípio lógico.

CONCEITOS LÓGICOS

O que é uma proposição?

É o pensamento que uma frase declarativa exprime literalmente. Usamos frases


para exprimir proposições. Mas nem todas as frases exprimem proposições.
Somente as frases declarativas exprimem proposições. Frases interrogativas,
exclamativas ou declarativas sem qualquer sentido não exprimem proposições,
pois não pretendem referir nenhuma verdade ou falsidade do mundo. Ordens
também não exprimem proposições.

As seguintes frases exprimem a mesma proposição: Está a chover. Esta llooviendo. It


is raining. Il pleut.

∙ Uma frase só exprime uma proposição quando o que ela afirma tem valor
de verdade (isto é, quando uma frase é verdadeira ou falsa)

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As seguintes proposições não têm valor de verdade:


1. Que horas são? (interrogativa)
2. Traz o livro. (imperativa)
3. Prometo ir contigo ao cinema. (compromissivas)
4. Quem me dera gostar de Matemática! (desejos)

Tipos de proposições

Uma proposição lógica é dita simples quando declara uma única coisa sobre um
único objeto, e é dita composta quando conecta uma ou mais proposições simples
através dos conectivos lógicos. Exemplos:

Exemplos:
A Terra é um planeta. (Proposição simples)
O número 7 é primo. (Proposição simples)
O gato é um quadrúpede e a lua é um satélite. (Proposição composta) SE
Recife fica em São Paulo, ENTÃO a capital do Brasil é Lisboa. (Proposição
composta)

As proposições mais frequentes nos argumentos filosóficos são as proposições


simples universais e as proposições condicionais. A negação destas proposições faz
se por contra-exemplos e pela negação do consequente, respetivamente.

O que é um argumento?

∙ Os argumentos constituem um dos três elementos centrais da filosofia.


Os outros dois são os problemas e as teorias. Com efeito, ao longo dos
séculos, os filósofos têm procurado resolver problemas, criando teorias
que se apoiam em argumentos.

∙ Um argumento é um conjunto de proposições que utilizamos para


justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A proposição que queremos
justificar tem o nome de conclusão; as proposições que pretendem
apoiar a conclusão ou a justificam têm o nome de premissas. Referimo
nos num argumento à conclusão, tendo em conta a(s) premissas e referimo
nos a esta(s) tendo em conta a conclusão que pretendem apoiar.

Um argumento possui uma conclusão e uma ou várias premissas.

Os argumentos são conjuntos de proposições, mas nem todos os conjuntos de


proposições são argumentos. Um argumento é mais do que uma lista de
proposições. Para se tratar de um argumento as proposições têm de estar
organizadas de um modo tal que uma delas (a conclusão) se apresente como a
consequência das outras (as premissas). Dito por outras palavras: as
premissas devem apresentar-se como uma justificação ou apoio da conclusão.
Essa relação existe no exemplo A, mas não no B. Por isso, este não é um
argumento.

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Exemplo A: Hoje estou cansado e, dado que amanhã tenho muito que fazer,
devo descansar. Por isso, não irei ao cinema.

Exemplo B: “A Cecília é simpática e vive em Loulé. Além disso, a Cecília quer ir


para a Universidade.”

∙ A conclusão do argumento tanto pode aparecer no princípio, no meio ou no fim:

Exemplo C: “Todos os cidadãos com direito de voto devem votar, pois só


votando poderão ter uma palavra a dizer nas decisões políticas. Ora, numa
democracia os cidadãos devem ter uma palavra a dizer nas decisões políticas.”

Exemplo D: “Ler livros estimula a inteligência e melhora a capacidade de


expressão, como tal deves ler livros. Além disso, os livros não são caros.”

∙ O que conta para uma frase ser a conclusão de um argumento não é a posição
que nele ocupa, mas a relação que tem com as outras frases. As frases
referidas constituem a conclusão dos seus argumentos pois derivam das outras
frases, são consequências delas e são por elas justificadas.

Para a identificação da conclusão e da(s) premissa(s) socorremo-nos dos


indicadores de premissa e de conclusão que podem surgir nos textos (Manual
p.34)

∙ Também é frequente surgirem argumentos em que não existem indicadores de


premissa nem de conclusão.

Exemplo E: “As guerras deviam acabar. Numa guerra morrem sempre


inocentes e a morte de inocentes é uma grande injustiça.”

∙ Uma vez que num argumento a conclusão é uma consequência das premissas,
a forma mais clara e explícita (a forma padrão ou a expressão canónica, como
dizem os lógicos) de apresentar ou reconstruir o argumento é apresentar
primeiro as premissas e depois a conclusão – antepondo-lhe a palavra “Logo”
para não restarem quaisquer dúvidas. Esta é a forma de clarificarmos
argumentos.

Exemplo F: “A responsabilidade moral não existe. Esta não passa de


ficção de juízes e filósofos. Na verdade como tudo está determinado, a
responsabilidade moral é uma ilusão.”

Reconstrução do argumento:
Premissa 1: Se tudo está determinado, então a responsabilidade moral é uma
ilusão
Premissa 2: Tudo está determinado
Conclusão: Logo, a responsabilidade moral não existe.

Exemplo G: “Estava um cão no estábulo e, apesar de alguém lá ter estado e ter


levado para lá um cavalo, o cão não ladrou. É óbvio que o visitante era alguém
que o cão conhecia bem.” Sherlock Holmes, em A Aventura de Silver Blaze, de Conan
Doyle
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Reconstrução do argumento:

P 1 Estava um cão no estábulo.


P 2 Esteve alguém no estábulo e levou para lá um cavalo.
P 3 O cão não ladrou.
PO O GERALMENTE OS CÃES LADRAM AOS DESCONHECIDOS.
Logo, quem esteve no estábulo era alguém que o cão conhece.

A clarificação dos argumentos começa com a identificação da conclusão – daquilo


que se está a defender – e a explicitação das premissas que a apoiam.

∙ Podemos ter argumentos contendo uma ou mais premissas ocultas (PO)


implícitas ou subentendidas. Esses argumentos chamam-se entimemas.
Como essas premissas omitidas podem dar origem a confusões, ao reconstruir
o argumento para o expressar de modo canónico devemos explicitar tais
premissas. No exemplo H, a seguir apresentado, a premissa oculta é: “Tudo o
que viola os direitos humanos deve ser proibido”. Sem esta ideia
subentendida, não se conseguiria justificar a conclusão – que é “A pena de
morte deveria ser proibida em todos os países”.

Exemplo H: A pena de morte devia ser proibida em todos os países, porque


constitui uma violação dos direitos humanos.

VALIDADE
VALIDADE DEDUTIVA E NÃO DEDUTIVA

O que é um argumento dedutivamente Válido?


É um argumento em que se as premissas forem verdadeiras, então a
conclusão não pode ser falsa.

Noutros termos: nos argumentos dedutivamente válidos não há qualquer


condição de verdade na qual as premissas sejam todas verdadeiras e a
conclusão falsa (condição de verdade é a situação ou condição que faz com
que umas proposições sejam verdadeiras e outras falsas).

Exemplo: Se for verdade que todos os portugueses gostam de fado e for


verdade que o Miguel é português, então segue-se necessariamente que o
Miguel gosta de fado.

Este argumento é válido porque é impossível, ou improvável, que as premissas


sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
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∙ Nos argumentos dedutivos válidos a verdade das premissas assegura a


verdade da conclusão. Se as premissas forem verdadeiras, e o seu
encadeamento adequado, a conclusão será necessariamente
verdadeira.
(Ex. Os Humanos são bípedes. A Joana é humana. Logo, a Joana é
bípede.)

∙ Nos argumentos não dedutivos válidos a conclusão não se segue


necessariamente das suas premissas: há uma certa probabilidade que a
conclusão seja verdadeira se as premissas o são, mas há também a
probabilidade que seja falsa. (Ex. Não há evidência segura de terem
existido seres humanos com mais de 3 metros de altura. Logo, nunca
houve seres humanos com mais de 3 metros de altura.”)

∙ Portanto: Nos argumentos não dedutivos válidos é improvável, mas


não impossível, terem premissas verdadeiras e conclusão falsa.

VALIDADE E VERDADE

A verdade é uma propriedade das proposições.

A validade é uma propriedade dos argumentos.

É incorreto falar em proposições válidas. As proposições não são válidas nem


inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou falsas. Também é incorreto
dizer que os argumentos são verdadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são
verdadeiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou inválidos.

Quando é que um argumento é válido? Diz-se que um argumento dedutivo é válido


quando é impossível que as suas premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa.
Para um argumento ser válido, não basta que as premissas e a conclusão sejam
verdadeiras. É preciso que seja impossível que sendo as premissas verdadeiras, a
conclusão seja falsa.

Considera o seguinte argumento:

Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais de 100.000 euros por


mês.
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100.000 euros por mês.

Este argumento tem premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo, não é


válido. Não é válido, porque não é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a
conclusão falsa.
Considera, agora, o seguinte argumento:

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Premissa: O João e o José são alunos do 10.º ano.


Conclusão: Logo, o João é aluno do 10.º ano.

Este argumento é válido, pois é impossível que a premissa seja verdadeira e a


conclusão falsa. Ao contrário do argumento que envolve o Mourinho, neste não
podemos imaginar nenhuma circunstância ou condição em que a premissa seja
verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o caso em que o João não é aluno do
10.º ano. Bem, isto significa que a conclusão é falsa, mas a premissa também é falsa.

Repara, agora, no seguinte argumento:

Premissa 1: Todos os números primos são pares.


Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par.

Este argumento é válido, apesar de quer as premissas quer a conclusão serem falsas.
Continua a aplicar-se a noção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é
impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. A validade de um
argumento dedutivo depende da conexão lógica entre as premissas e a conclusão do
argumento e não do valor de verdade das proposições que constituem o argumento.
Como vês, a validade é uma propriedade diferente da verdade. A verdade é uma
propriedade das proposições que constituem os argumentos (mas não dos
argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumentos (mas não das
proposições).

Então, podemos ter:

∙ Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira; ∙


Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão falsa;
∙ Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira; ∙
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão verdadeira; ∙
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa; ∙
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão falsa; e ∙
Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão verdadeira.

Mas não podemos ter:

∙ Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Forma Premissa(s) Conclusão

Não válida Falsas Verdadeira


Não válida Falsas Falsa
Não válida Verdadeiras Verdadeira
Não válida Verdadeiras Falsa
Válida falsas Verdadeira
Válida falsas Falsa
Válida Verdadeiras Verdadeira
Como podes determinar se um argumento dedutivo é válido? Podes seguir esta regra:

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Mesmo que as premissas do argumento não sejam verdadeiras, imagina que são
verdadeiras. Consegues imaginar alguma condição ou circunstância em que,
considerando as premissas verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o
argumento não é válido. Se não, então o argumento é válido.

A suposição da verdade das premissas é um mero procedimento formal para avaliar a


ligação ou a relação entre as premissas e a conclusão. Por isso, um argumento pode
ser válido, apesar das premissas e a conclusão serem de facto falsas, e pode ser
inválido, apesar das premissas e da conclusão serem de facto verdadeiras, porque
neste caso as premissas não sustentam a conclusão ( Ex.: Led Zepellin é uma banda
de Rock. Logo, é uma banda inglesa). .

A validade dedutiva, no entanto, não deixa de traduzir uma certa relação entre os
valores de verdade das premissas e da conclusão de um argumento, uma vez que
num argumento dedutivamente válido a verdade das premissas exclui a falsidade da
conclusão.

Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão


não pode ser falsa.

Argumentos sólidos e argumentos bons

Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos, pois, podemos ter


argumentos válidos com conclusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa).
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras. Por isso, precisamos de
argumentos sólidos.

∙ Um argumento sólido é um argumento válido com premissas verdadeiras.

Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois, por definição, é válido e tem
premissas verdadeiras; ora, a validade exclui a possibilidade de se ter premissas
verdadeiras e conclusão falsa.

O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:

Todos os minhotos são alentejanos.


Todos os bracarenses são minhotos.
Logo, todos os bracarenses são alentejanos.

Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa é falsa (os minhotos não são
alentejanos). E é porque tem uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
argumento ser válido.

O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas verdadeiras):

Todos os minhotos são portugueses.


Todos os bracarenses são minhotos.
Logo, todos os bracarenses são portugueses.

Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo:


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Sócrates era grego.


Logo, Sócrates era grego.

Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira e é impossível que, sendo a
premissa verdadeira, a conclusão seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento,
porque a conclusão se limita a repetir a premissa.

Fica agora claro por que é que o argumento “Sócrates era grego; logo, Sócrates era
grego”, apesar de sólido, não é um bom argumento: a razão que apresentamos a
favor da conclusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo.

Um argumento é mau (ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do que a
conclusão. É o que acontece com o seguinte argumento:

Se a vida não faz sentido, então Deus não existe.


Mas Deus existe.
Logo, a vida faz sentido.

Este argumento é válido, mas não é um bom argumento, porque as premissas não são
menos discutíveis do que a conclusão.

A FORMA LÓGICA

« Um argumento é dedutivo se, e só se, a sua validade depende apenas da


forma lógica; um argumento é indutivo se, e somente se, o ser válido ou
inválido não depende da forma lógica.»

∙ A Forma lógica de um argumento é a estrutura daquilo que é afirmado


(forma) e não o que é afirmado (conteúdo). A estrutura de um
raciocínio/argumento (que pode ser válida ou não) é o que é relevante
para a validade dedutiva. A validade (dedutiva) de um argumento não se
avalia a partir do que é afirmado (conteúdo) nas proposições, mas a
partir da estrutura do argumento (o modo como estão relacionadas as
premissas e a conclusão). A validade de um argumento dedutivo
depende de sua forma.

Exemplos de formas lógicas válidas:

Ex.1: Todos os homens são mortais Sócrates é homem . Logo, Sócrates


é mortal (Forma lógica: x é y, z é x . Logo, z é y) Ou: X, Y. Logo, Z

Ex.2: Sócrates é Grego e Descartes é francês. Logo, Sócrates é grego


(Forma lógica: P e Q, Logo P)

Em suma:
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∙ Todos os argumentos com forma lógica válida são válidos.


Nem todas as formas lógicas são válidas.

∙ Nem todos os argumentos com forma lógica inválida são


inválidos (estes são formalmente inválidos, mas podem ser
informalmente válidos).

∙ Quando um argumento tem forma lógica inválida, isto apenas


significa que não é pela sua forma lógica que podemos saber
se é válido ou inválido.

∙ A lógica formal estuda a validade dedutiva que é possível


avaliar recorrendo exclusivamente à forma lógica.
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