TRABALHO CIENTÍFICO 2
TRABALHO CIENTÍFICO 2
TRABALHO CIENTÍFICO 2
Trabalho scientífico
Por
Ano 2017
i
RESUMO
A energia eléctrica apresenta inúmeros benefícios e tornou-se, com o decorrer dos tempos, numa parte
integrante e fundamental das actividades diárias do ser humano. Todavia, nem todos os países usufruem
da energia eléctrica da mesma forma, como é o caso da cidade do Uíge (Angola), na qual existe um
problema a este nível. Um dos principais problemas encontrados neste âmbito remete para os cortes
intempestivos em quase toda a cidade, condicionando fortemente todas as actividades humanas que se
encontram a eles associada.
A presente pesquisa tem como principal objectivo analisar as causas que estão na base destes cortes
intempestivos em alguns bairros na cidade do Uíge, verificar a aplicação dos regulamentos do sector
eléctrico angolano em vigor e projectar a potência necessária a consumir num horizonte até 2025.
Nesse sentido, através do simulador Power World analisamos duas fontes de tensão (Capanda com 220
kV e Luquixe com 15 kV), oito ramais, fluxos de potência e perdas de potência activa e reactiva. Cada
uma destas análises foi realizada em três casos com cargas previamente definidas: 20%, 60% e 100%.
Os principais resultados mostraram que a fonte de Capanda apresenta diferenças de potência nos três
casos analisados, sendo que a 20% existe um maior equilíbrio ao nível da tensão, com fluxo normal e
insignificantes perdas de potência. Já com uma carga de 60% observou-se um maior desequilíbrio do
nível da tensão, o fluxo torna-se mais intenso e com maiores perdas. Com uma carga de 100% o
desequilíbrio é mais acentuado ao nível da tensão, fluxo muito mais intenso e com perdas muito
significativas de potência. No que diz respeito à fonte de Luquixe esta apresenta-se equilibrada, pois há
uma tensão idêntica em todos os pontos do ramal, fluxos de potência normais e insignificantes perdas de
potência activa e reactiva, com as cargas previamente definidas. Verificou-se, também, que embora as
normas e regulamentos do sector eléctrico tenham uma obrigatoriedade de utilização, nem sempre estas
são aplicadas na prática. Por último, a projecção da potência necessária a ser consumida até 2025 deverá
passar de 23 MW para 36,6 MW.
2
Abstract
The electric energy presents numerous benefits and became, with time, a fundamental part of daily
activities human being. However, not all have electric energy report in the same way, as in the case Uíge
(Angola), on which there is a problem at this level. One of the major problems isthe sudden cuts in almost
all the city, heavily conditioning all associated human activities.
The present work has as its main objective to analyze the cause behind the sudden cuts of energy at Uíge,
verify the practical application of the Angolan electric sector regulations, and to design a necessary power
to consume in a horizon until 2025.
Accordingly, using the PowerWorld Simulator we analyzed two voltage sources (Capanda with 220 kV
and Luquixe with 15 kV), eight branches, power flows and active and reactive power losses. Each of
these analyses was conducted in three cases previously defined: 20%, 60% and 100%.
The main results showed that a source of Capanda presents power differences in the three cases analyzed;
being that with 20% there is a better balance at the level of tension, with normal flow and insignificant
losses of power. With a load of 60% was observed a higher voltage level do imbalance, the flow becomes
more intense and with major losses. With a 100% load imbalance is more pronounced at the level of
tension, much more intense and flow with very significant loss of power. Regarding Luquixe this presents
balanced, as there is a similar tension in all extension points, power flows and insignificant losses of
active and reactive power, with predefined loads. It was found that although the electric sector has a
mandatory, not always these are applied in practice. Finally, a projection of power required to be
consumed until 2025 will pass from 23 MW to 36.6 MW.
Keywords: study, rules, regulations, distribution, electricity
INTRODUCÇÃO
Na cidade do Uíge, é usual haver falta de continuidade no fornecimento da energia elétrica, bem
como cortes intempestivos de energia, que colocam em causa muitas das atividades humanas. Verifica-se,
também, uma falta de distribuição adequada de energia elétrica e potenciais investimentos no setor,
incapacidade para alimentar zonas periféricas da cidade para atender toda a população e desenvolvimento
desta região norte de Angola.
Paralelamente, a cidade do Uíge recebe uma tensão de 220/60 kV na subestação de Uíge I, que
posteriormente distribuiu a energia elétrica a uma tensão de 60/15 kV para Uíge II que, por sua vez,
abastece a maior parte da cidade. A cidade do Uíge recebe, também, energia a uma tensão de 15 kV
proveniente da central de Luquixi.
Quais serão as causas dos cortes intempestivos de energia elétrica na cidade do Uíge?
Será que as normas e os regulamentos do Sistema Elétrico (SE) são aplicados com rigor à
rede elétrica?
Será possível aumentar a potência elétrica atual utilizada na cidade do Uíge, até 2025?
3
Será possível analisar a rede elétrica existente a partir de um simulador como o Power
World?
- As principais causas de cortes e quedas de tensão elétrica em alguns bairros da cidade do Uíge devem-se
à insuficiência das infraestruturas da distribuição elétrica.
- As normas e os regulamentos do SE não são aplicados na prática com rigor.
- É possível potenciar o consumo da rede elétrica até 2025.
- É possível utilizar o Power World na simulação da análise da rede elétrica.
Os principais objetivos da presente pesquisa são: (i) analisar as causas que estão na base destes cortes
intempestivos na cidade do Uíge, (ii) verificar a aplicação dos regulamentos do setor elétrico angolano em
vigor e (iii) projetar a potência necessária a consumir num horizonte até 2025.
4
I.3. SITUAÇÃO JURÍDICA
5
I.5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
6
A ENDE-EP rege-se pelo seu estatuto orgânico, aprovado pelo Conselho de Ministros em Junho
de 1998, que define os órgãos que a compõem, bem como a descrição das suas atribuições.
Segundo o estatuto orgânico fazem parte da ENDE-EP:
7
Figura 4: Esquema da rede de distribuição MT/BT de CDU
A distribuição da energia MT/BT na cidade do Uíge tem oito (8) ramais e cada com tensão de 15
kV com 151 PTs e com as seguintes designações:
8
II.2.1. REPARTIÇÕES DOS PTS E NÚMERO DE PTS EM TODOS OS RAMAIS
50
40 45
30
30 28
20 21
10 12 10
6 1
0
LD Zona LD Mercado LD Papelão LD Jardim LD Popular LD Pedreira LD Anexo LD
industrial municipal malanje Candombe
100
80 89
60
40 41
20 2 3 4 7 1 4
0
9
Tabela 2: Repartições das cargas nos ramais em função de número dos PTs
20000
17820
15000
11170
10000
7990
6920
5000 3170 3940
2742
630
0
DJ 52CB-4 DJ 52CB-5 DJ 52CB-6 DJ 52CB-7 DJ 52CB-12 DJ 52CB-13 DJ 52CB-15 DJ 52CB-16
Figura 7: Repartições das cargas em cada linha em função de número dos PTs
CONSUMIDORES
Consumidores post-pago Consumidores pré-pago
Consumidores Consumidores Consumidores Consumidores Consumidores
baixa tensão baixa tensão média tensão baixa tensão baixa tensão
(CBT-PO) (CBTE-PO) (CMT-PO) (CBT-PR) (CBTE-PR)
27345 988 33 2998 746
Total 32110
Nota. CBT-PO-Consumidores BT com sistema de post-pago;CBTE-PO: Consumidores BT especial com
sistema de post-pago;CMT-PO: Consumidores MT com sistema de post-pago;CBT-PR: Consumidores
BT com sistema de pré-pago e CBTE-PR: Consumidores BT especial com sistema de pré-pago.
10
30000 27345
20000
10000
988 33 2998 746
0
CBT-PO CBTE-PO CMT-PO CBT-PR CBTE-PR
400 310
190
200 75 120
25 30 45 50
0
PTs de PTs de PTs de PTs de PTs de PTs de PTs de PTs de
100 kVA 112 kVA 150 kVA 160 kVA 250 kVA 400 kVA 630 kVA 1000 kVA
LXS: 2*16 mm2, 4*16 mm2, 4*25 mm2, 4*35 mm2, 4*50 mm2, 4*70 mm2, 4*95 mm2
LVAV: 4*16 mm2, 4*25 mm2, 4*35 mm2, 4*70 mm2, 4*95 mm2, 4*120 mm2, 4*150 mm2,
4*185 mm2, 4*240 mm2
11
C. CARGAS
Tabela 5: Potências aparentes e reactivar de diferentes cargas consideradas em função dos PTs existentes
As resistências e reactâncias são indicadas nos catálogos dos fabricantes de cabos, tendo sido
calculadas com as seguintes fórmulas:
𝑅 = 𝑥𝑟 . 𝐿
𝑋 = 𝑥𝑥 . 2𝜋. 50. 𝐿
Para realizar as análises da rede de distribuição da energia eléctrica na cidade do Uíge utilizou-se
o aplicativo Power World Simulator e o Microsoft Excel.
No presente estudo a análise recai sobre as tensões, o fluxo de potência e as perdas da rede.
12
Figura 11: Rede de distribuição realizada com Power World/Capanda
13
II.3. 1. CASO 1: FONTE DE CAPANDA (220 KV)
No caso 1 de Capanda existem oito (8) ramais cada um com uma tensão de 15 kV; os ramais
utilizam os cabos aéreos e subterrâneos (1000, 630, 400, 250, 160, 112 e 100 kVA).
A. TENSÕES
17,1
15,1
13,1
11,1
Figura 12: Tensões de diferentes pontos do ramal 1 com carga de 60% (kV)
17
16
15
Figura 13: Tensões de diferentes pontos do ramal 2 com carga de 60% (kV)
16
14
12
Figura 14: Tensões de diferentes pontos do ramal 3 com carga de 60% (kV)
16
14
12
Figura 15: Tensões de diferentes pontos do ramal 4 com carga de 60% (kV)
16,2
15,7
15,2
14,7
Figura 16: Tensões de diferentes pontos de ramal 5 com carga de 60% (kV)
14
17
16
15
14
13
12
Figura 17: Tensões de diferentes pontos de ramal 6 com carga de 60% (kV)
16
15,5
15
Figura 18: Tensões de diferentes pontos do ramal 7 com carga de 60% (kV)
18
17
16
15
Figura 19: Tensões de diferentes pontos do ramal 8 com carga de 60% (kV)
18
13
8
DJ 52CB-4 DJ 52CB-5 DJ 52cb-6 DJ 52cb-7 DJ 52cb-12 DJ 52CB-13 DJ 52CB-15 DJ 52CB-16
Figura 20: Comparação das tensões em todos os ramais com 20%, 60% e 100%
16,5
16
15,5
15
14,5
Figura 21: Média de tensões para todos ramais com carga de 20% (kV)
15
16
14
12
Figura 22: Média de tensões para todos ramais com carga de 60% (kV)
13,5
8,5
Figura 23: Média de tensões para todos ramais com carga de 100% (kV)
18
16
14
12
Figura 25: Localização de diferenças de tensão entre ramais com carga de 20%/Capanda
Legenda:
16
Figura 26: Localização de diferença de tensão entre ramais com carga de 60%/Capanda
Legenda:
Figura 27: Localização de diferença de tensões entre ramais com carga de 100% /Capanda
Legenda:
B. FLUXOS DE POTÊNCIA
Para as simulações de fluxo de potência adoptou-se um factor de potência de 80% (𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0,8)
em todos os transformadores, tanto das subestações onde a tensão e rebaixada do sistema de transmissão
(220 kV) para o sistema de sub transmissão (60 kV) ou para o sistema de distribuição (15 kV).
17
Figura 28: Fluxo da potência com 20% de carga / Capanda
C. PERDAS
Neste ponto vamos observar as perdas activas e reactivas para as três cargas consideradas.
18
Figura 31: Perdas com carga de 60% / Capanda
5,1
0,1
Figura 33: Comparação das perdas de potências activas com carga de 20, 60 e 100% (MW)
15,1
10,1
5,1
0,1
Figura 34: Perdas de potências reactivas com carga de 20, 60 e 100% (Mvar)
19
II.3. 2. CASO 2: FONTE DE LUQUIXE
Neste caso existe somente um ramal e todos os PTs são de 250 kVA. Todo o ramal utiliza
somente cabos aéreos.
A. TENSÕES
17
16
15
Figura 36: Localização da diferença de tensão entre linhas com carga de 20, 60, 100% / Luquixe
Legenda:
B. FLUXOS DE POTÊNCIA
Para as simulações de fluxo de potência adoptou-se um factor de potência de 80% (𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0,8)
com transformador, para o sistema de distribuição (15 kV).
20
Figura 39: Fluxos de potência com carga de 100% / Luquixe
C. PERDAS
De sublinhar que, nas três figuras, as perdas neste ramal de Luquixe são praticamente nulas.
21
0,02
0,01
Figura 43: Perdas de potências activas com as cargas de 20, 60 e 100% (MW)
0,4
0,2
0
Figura 44: Perdas de potências reactivas com carga de 20, 60 e 100% (Mvar)
O objectivo deste parágrafo é determinar os parâmetros que intervêm nos cálculos das cargas e
na avaliação da quantidade de energia eléctrica a fornecer nas cargas diferentes das linhas.
Analítico;
Determinístico;
Probabilístico;
Previsão do pedido energético;
De consumação específica...
Utilizaremos o método analítico.
Setor doméstico;
Setor terciário.
22
Iluminação Pública:
No setor doméstico temos três subcategorias:
Consumidores da classe social baixa (categoria I);
Consumidores da classe social média; (categoria II);
Consumidores da classe social alta (categoria III).
As realidades encontradas no terreno indicam-nos que 50% dos consumidores são de baixa
classe, 35% daclasse média e 15% daclasse social alta.
A. Categoria I: Baixa classe
Tabela 10: Receptores dos consumidores da classe social baixa.
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Geladeira 2 200 400
Espremedor de 1 200 200
frutas
Aspirador de pó 1 600 600
Cafeteira 1 600 600
Total 16820
4500 + 7760 + 16820
Pmt = = 9693,3 W
3
Pmt = 9693,3 W seja 9,7 kW
Onde:
Ptbc : potência total de baixa classe; 𝑁𝐶𝑏𝑐 : número de consumidores de baixa classe;
Com coeficiente de avaliação da potência kf: como numa instalação eléctrica todos receptores não
funcionam simultaneamente neste caso devemos inserir este coeficiente.
𝑘𝑓 = 𝑘𝑢 . 𝑘𝑠 . 𝑘𝑟
𝑘𝑢 = 0,5
𝑘𝑠 = 0,4
𝑘𝑟 = 1,15
Onde:
kf: coeficiente de avaliação da potência; ku: factor de utilização maximal; ks: factor de simultaneidade;
kr: coeficiente de reserva.
Os factores ku, ks e kr, permitem determinar uma potência de utilização maximal tendo em conta
o dimensionamento da instalação.
Pbc = Ptbc ∗ 𝑘𝑓
Pbc = 20229,3𝐾𝑊
24
2. Categoria II: Classe média
Com 11238,5 consumidores e uma potência necessária 7760 W, temos:
Onde:
Pmc = Ptmc ∗ 𝑘𝑓
Pmc = 24419,2𝐾𝑊
Onde: Ptac : potência total de alta classe; 𝑁𝐶𝑎𝑐 : número de consumidores de alta classe; Pac : potência de
alta classe. Nesta categoria a potência é de:
Pac = Ptac ∗ 𝑘𝑓
Pac = 22683,8𝐾𝑊
Pbc +Pmc +Pac
Neste caso a potência média de serviço será de: Pms =
3
Pms = 22,444𝑀𝑊
Considerando a iluminação das grandes ruas dos bairros da cidade do Uíge a fim de facilitar a
segurança nocturna desta cidade e atendendo que a potência consumida neste sector será de 1% da
potência total do sector doméstico, temos:
25
1 ∗ 22444,1
Ptil = 1% ∗ Pms = = 224,4𝐾𝑊
100
Ptil = 0,2𝑀𝑊
O sector está ainda em progresso, o consumo pode representar 0,5% do consumo total:
0,5 ∗ 22444,1
PtT = 0,5% ∗ Pms = = 112,2𝐾𝑊
100
PtT = 0,1𝑀𝑊
Onde: PtT : potência total do sector terciário. Então, a potência activa total de todos sectores é de: PT =
Pms + Ptil + PtT
PT = 22,7𝑀𝑊
Considerando um factor de potência média de 0,8, temos uma potência aparente total de: ST =
𝑃𝑇 22780,7
= = 28475,9 𝑘𝑉𝐴
𝑐𝑜𝑠𝜑𝑚 0,8
𝑆𝑁(2025) = 𝑆𝑇 (1 + 𝑖)𝑛−1
Onde: 𝑆𝑇 : potência aparente total; 𝑖 : taxa de crescimento da electrificação; 𝑆𝑁(2025) : potência aparente
necessária no horizonte 2025; 𝑛 : número de anos
40
35
30
25 36,6
20
15 23
10
5
0
Potência actual consumida Potência consumida horizonte 2025
Figura 44: Comparação entre a potência consumida e a potência consumida no horizonte de 2025 (MW)
26
II.4.5. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Luquixe alimenta somente um ramal do bairro periférico (Kindenuco). A cidade tem actualmente
um número total de 32110 consumidores, onde 32077 (99,89%) são de baixa tensão e 33 (0,10%) são de
média tensão. A potência total disponível a partir da subestação de Uíge II é de 40MVA ou 32 MW
estando actualmente aproximadamente em 23 MW, ou seja 71,8% do consumo. A análise da rede de
distribuição de energia elétrica na cidade do Uíge permitiu a identificação dos seguintes pontos:
Tensões: para observar o comportamento das diferentes tensões em cada PT, consideramos três
casos (1º caso - com uma carga de 20%; 2º caso - com uma carga de 60% e 3º caso - com uma
carga de 100%).
No 1º caso, onde consideramos a carga de 20%, todos os barramentos dos ramais têm uma
tensão maior a 15 kV (oscilam de 15,45 a 16,41 kV).
No 2º caso, onde consideramos a carga de 60%existe um desequilíbrio de níveis de tensões entre
os ramais, assim, o ramal 3 tem uma tensão média de 12,99 kV e o ramal 8 uma tensão mais alta
de 16,41 kV.
No 3º caso, onde consideramos a carga de 100%, existe um desequilíbrio de níveis de tensões
muito consideráveis. O ramal 3 tem uma tensão média de 9,18 kV e o ramal 8 uma tensão mais
alta de 16,41 kV.
Fluxos de potência: para observar os fluxos de potência também foram considerados três casos:
Caso 1: com uma carga de 20%, o fluxo de potência é mais alto no início da rede (nas
subestações) mas também no início dos ramais (1) DJ 52CB-4; (3) DJ 52CB-6; (4) DJ 52CB-7;
(6) DJ 52CB-13.
Caso 2: com uma carga 60%, o fluxo de potência também é mais intenso no início da rede, mas
também em todos os ramais, exceto no ramal 7 (DJ 52CB-15).
Caso 3: com uma carga 100%, não representamos o fluxo de potência porque o Power World não
funcionou com os parâmetros inseridos.
Perdas: para observar as perdas da rede, foram igualmente considerados três casos:
Caso 1: com uma carga de 20% obtivemos perdas em potência ativa de 0,15 MW e em potência
reativa de 0,45 Mvar;
Caso 2: com uma carga de 60% obtivemos perdas em potência ativa de 1,88 MW e em potência
reativa de 5,58 Mvar;
Caso 3: com uma carga de 100% obtivemos as perdas em potência ativa de 6,37 MW e em
potência reativa de 18,84 Mvar.
Tensões: todas as tensões são maiores ou iguais a 15 kV e não constatamos as quedas de tensões.
Analisando as cargas consideradas nos três casos não foram observadas diferenças significativas.
Fluxos de potência: para observar os fluxos de potência também consideramos três casos:
1º caso: com uma carga de 20%, observamos um fluxo de mais ou menos 58% no início da rede
até ao nível de kindenuco 2 e de 49% até kindenuco C;
2º caso: com uma carga de 60%, observamos um fluxo de mais ou menos 80% no início da rede
até ao nível de kindenuco 2 e de 60% até kindenuco C;
27
3º caso: com uma carga de 100%, observamos um fluxo de mais ou menos 98% no início da rede
até ao nível de kindenuco C;
Perdas: para observar as perdas da rede, também consideramos os três casos:
1º caso: com uma carga de 20% obtivemos perdas em potência ativa de 0,01 MW e em potência
reativa de 0,02 Mvar;
2º caso: com uma carga de 60% obtivemos perdas em potência ativa de 0,01 MW e em potência
reativa de 0,02 Mvar;
3º caso: com uma carga de 100% obtivemos perdas em potência ativa de 0,01 MW e em potência
reativa de 0,02 Mvar.
Como podemos constar não há nenhuma diferença entre estes três últimos casos.
c. De notar ainda, a fragilidade da aplicabilidade das normas e dos regulamentos doSE por parte da
empresa.
Realizado um dimensionamento da rede em termos da potência necessária para alimentar a cidade do
Uíge até 2025, considerando o número dos consumidores actuais (32.110) e uma taxa de crescimento da
electrificação de 7% e certo crescimento demográfico, observou-se que a potência consumida passaria de
23MW para 36,6MW.
CONCLUSÃO
Os principais resultados a que chegamos permitem concluir que as causas dos principais cortes
intempestivos e quedas de tensão em algumas das áreas dos bairros da cidade do Uíge passam pela má
configuração da rede que causa queda de tensão e perdas activas e reactivas, afectando o consumo de
energia por parte das populações. Essas perdas serão mais significativas quando a carga se encontra a
100%. Todavia, no caso da cidade do Uíge a carga ronda os ±65% o que reflete perdas significativas
devido à má distribuição da configuração da rede. Estes dados podem sugerir que existe alguma
debilidade no cumprimento prático das normas e dos regulamentos do SE.
Verificou-se, ainda, ser possível aumentar a potência eléctrica actual da cidade do Uíge para 36,6
MW, até 2025. O uso do Power World foi igualmente importante na análise dos indicadores da
distribuição eléctrica da cidade do Uíge.
Apesar de o presente estudo ter permitido chegar a estas conclusões subsistem algumas
limitações que se prendem com as opções metodológicas que foram tomadas. Uma outra limitação
prende-se com as dificuldades encontradas na recolha de alguns dados da ENDE-EP, o que acabou por
condicionar a realização da presente pesquisa.
28
REFERÊNCIAS
[10] J. Antunes, “Conceção de redes de média e baixa tensão,” Instituto Superior de Engenharia de
Coimbra, Coimbra, 2012.
[11] J. Nunes, “Projeto de linhas de média tensão, redes de baixa tensão, iluminação pública e postos de
transformação,” Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2007.
29