Filo Sofia

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Fontes do conhecimento

Para Hume, tudo aquilo que podemos vir a conhecer tem origem em duas
fontes diferentes da percepção:

Impressões: são os dados fornecidos pelos sentidos. Podem ser


internas, como um sentimento de prazer ou dor, ou externas, como a visão de
um prado, o cheiro de uma flor ou a sensação tátil do vento no rosto.
Ideias: são as impressões tais como representadas em nossa
mente, conforme delas nos lembramos ou imaginamos. A lembrança de um dia
no campo, por exemplo
De acordo com o filósofo, as ideias são menos vívidas que as impressões e, por
isso, são secundárias: "(...) todas as nossas ideias ou percepções mais fracas
são cópias de nossas impressões, ou percepções mais vivas."

Para os empiristas como David Hume, todos os nossos conhecimentos provêm da


experiência e a razão não possui princípios inatos anteriores à experiência.
Com base na observação e na experiência apenas podemos afirmar que dois fenómenos
se sucedem habitualmente um ao outro. Por isso, Hume conclui ser impossível afirmar
que exista uma relação necessária de causa efeito entre esses dois fenómenos, isto é,
nega a existência do princípio de causalidade por não haver uma impressão que lhe
corresponda.As inferências causais não passam de convicções que se formam pela força
do hábito (Hume diz que o hábito ou costume é um instinto que nos leva,irresistivelmente,
a esperar que a conjunção de impressões a que atribuímos o nome de causa e efeito veja
a ocorrer no futuro - por exemplo "O Sol vai nascer amanhã" é uma convicção que nasce
da repetição da experiência, não havendo nenhuma garantia de que o Sol nascerá
amanhã).
O cepticismo de David Hume é moderado: não nega a possibilidade do conhecimento,
mas considera que não podemos conhecer para além da experiência possível. Não
podemos, por exemplo, saber se a realidade existe para além das impressões ou se ela é
tal como a percepcionamos. Em suma, não podemos justificar racionalmente as nossas
crenças fundacionais (as impressões).

Senso Comum (Conhecimento Vulgar):


– Confia nos sentidos;
– É sensitivo;
– Manifesta-se numa atitude dogmática;
– É prático;
– É imetódico e assistemático.
Resumo: Tipo de conhecimento superficial, não especializado em qualquer domínio, mas
que apresenta respostas imediatas e funcionais, visando a resolução dos problemas do dia a
dia.

Conhecimento Científico:
– Desconfia dos sentidos;
– É problematizador e racional;
– Manifesta-se numa atitude crítica;
– É explicativo;
– É metódico e sistemático.
Resumo: Tipo de conhecimento aprofundado e especializado em diferentes domínios,
construindo explicações dos fenómenos e tendo por base uma organização teórica e um
método.

Perspetiva indutivista

A perspetiva indutivista clássica está associada ao método experimental (como foi entendido na
revolução científica).

A ciência procura estabelecer teorias e leis universais que permitam fazer previsões rigorosas a
partir de um número elevado de observações particulares e de experiências realizadas.

As generalizações e previsões são raciocínios indutivos.

Para os indutivistas, não há ciência sem indução. O método experimental começa com a
observação, partindo de factos, e a hipótese é confirmada pela experiência.
Método científico segundo a perspetiva indutivista

OBSERVAÇÃO

Observação de factos de forma rigorosa e imparcial


Registo e classificação de factos empíricos

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

Obtenção da teoria por generalização indutiva: a partir


de enunciados singulares são inferidos enunciados
gerais (leis ou teorias)

A generalização indutiva tem de satisfazer condições:

· O número de
observações/ enunciados singulares deve
ser grande
· As observações devem-se
repetir em múltiplas circunstâncias
· Nenhum enunciado
singular deve entrar em contradição com
a lei derivada

VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL

A partir das teorias, os cientistas deduzem previsões e


explicações que possam ser confirmadas

O problema da indução é a questão filosófica sobre se o raciocínio


indutivo (uma generalização ou uma previsão não dedutiva) leva
ao conhecimento. Uma generalização é qualquer argumento não dedutivo cuja
conclusão é mais geral do que as premissas.[1] Ou seja, o problema da indução
refere-se a:
1.Generalizar sobre as propriedades de uma classe de objetos com base em
algumas observações do número de instâncias específicas da classe (por
exemplo, a inferência de que "todos os cisnes que temos visto são brancos e,
portanto, todos os cisnes são brancos", antes da descoberta do cisne negro);
2.Pressupor que uma sequência de eventos no futuro ocorrerá como sempre
foi no passado (por exemplo, que as leis da física manifestar-se-ão como
sempre foram observadas).[2]
Segundo a linha indutivista, a ciência começa com a observação. A observação,
por sua vez, fornece uma base segura sobre a qual o conhecimento científico
pode ser construído, e o conhecimento científico é obtido a partir de
proposições de observação por indução.[3]

Falsificabilidade
Assim, segundo Popper, a ciência é uma sequência de conjecturas. As teorias
científicas são propostas como hipóteses, e são substituídas por novas
hipóteses quando são falsificadas. No entanto, esta maneira de ver a ciência
suscita uma questão óbvia: se as teorias científicas são sempre conjecturais,
então o que torna a ciência melhor do que a astrologia, a adoração de espíritos
ou qualquer outra forma de superstição sem fundamento? Um não-popperiano
responderia a esta questão dizendo que a verdadeira ciência prova aquilo que
afirma, enquanto a superstição consiste apenas em palpites. Mas, segundo a
concepção de Popper, mesmo as teorias científicas são palpites — pois não
podem ser provadas pelas observações: são apenas conjecturas não refutadas.

– Relações de Ideias (a priori), é o tipo de conhecimento que pode ser obtido


apenas mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos numa
proposição.
• São sempre verdadeiras, uma verdade necessária.
• Negá-las implica contradição.
• Matemática, Geometria, Lógica.
– Questões de Facto (a posteriori), é o tipo de conhecimento que só pode ser
obtido através das impressões, ou seja, através da experiência, e que nos
fornece informação verdadeira acerca do mundo.
• Verdades contingentes, proposições que são verdadeiras, mas que poderiam não o ser.
• Poderiam ter sido falsas.
• Negá-las não implica contradição.
• Ciências Naturais.
– David Hume sustenta que apenas o conhecimento sobre questões de facto nos pode fornecer
informações sobre o mundo, pois as relações de ideias, expressem verdades necessárias,
referem-se apenas às relações entre o significado das ideias envolvidas, mas nada dizem
acerca do que existe.

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